Desafios e perspectivas para a economia
brasileira no curto prazo
Fernando Ferrari Filho
Professor Titular da UFRGS e Pesquisador do
CNPq
[email protected] e http://www.ppge.ufrgs.br/ferrari
Curitiba/PR, 13 de agosto de 2011
SINEPE/PR
Desdobramentos da crise financeira
internacional?
• Recessão mundial (2009), recuperação lenta (2010) e incertezas:
continuidade de um processo de recuperação lenta ou recessão
(2011);
• Desequilíbrios fiscais;
• Crise dos países da zona do euro, em especial os chamados PIIGS;
• Endividamento público dos EUA e rebaixamento do rating da dívida
norte-americana;
• Era keynesiana? (i) políticas fiscal e monetária contracíclicas para
“solucionar” crises, (ii) regulação do SFI – Basileia III? – e
reestruturação do sistema monetário internacional (SMI) e (iii) maior
participação do Estado na economia (?).
A performance da economia brasileira, período
2008-2011
• PIB: 5,1% (2008), - 0,6% (2009), 7,5% (2010) e 3,9% (estimativa para 2011);
• Inflação: 5,9% (2008), 4,3% (2009), 5,1% (2010) e 6,3% (estimativa para 2011);
• Selic, final de período: 13,75% (2008), 8,75% (2009), 10,75% (2010) e 12,75%
(estimativa para 2011);
• Câmbio (R$/US$), final de período: 2,34 (2008), 1,74 (2009), 1,75 (2010) e 1,60
(estimativa para 2011);
• Balança comercial, US$ bilhões: 24,7 (2008), 24,6 (2009), 15,0 (2010) e 22,0
(estimativa para 2011);
• BP transações correntes, US$ bilhões: - 28,2 (2008), - 24,3 (2009), - 50,0 (2010)
e - 60,0 (estimativa para 2011);
• Resultado fiscal/PIB: 4,1% (2008), 2,1% (2009), 2,6% (2010) e 3,3 (estimativa
para 2011).
Obs.: Para 2011, as previsões são do Banco Central do Brasil.
IPCA, INPC e IGP-DI
Nota: (*) Acumulado até julho.
Fonte: IBGE e FGV.
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*
IPCA
INPC
IGP-DI
Inflação (IPCA), %, 12 meses
Fonte: IBGE.
Alim. e Bebidas
Habitação Artigos de Residência
Vestuário Transp. Desp.
Pessoais Comunicação Educação
Saúde e Cuidados Pessoais
IPCA total
ago/10 -0,24 0,23 -0,31 0,17 -0,09 0,2 -0,03 0,44 0,26 0,04
set/10 1,08 0,4 0,46 0,45 0,13 0,34 0,04 0,08 0,26 0,45
out/10 1,89 0,48 0,37 0,89 0,36 0,64 0,29 0,02 0,26 0,75
nov/10 2,22 0,57 -0,12 1,25 0,13 0,74 0,29 0,06 0,26 0,83
dez/10 1,32 0,49 0,1 1,34 0,29 0,57 0,05 0,05 0,39 0,63
jan/11 1,16 0,61 0,25 0,12 1,55 0,83 0,29 0,3 0,47 0,83
fev/11 0,23 0,32 0,44 -0,25 0,46 1,43 0,49 5,81 0,31 0,8
mar/11 0,75 0,46 0,21 0,56 1,56 0,78 0,17 1,04 0,45 0,79
abr/11 0,58 0,77 -0,62 1,42 1,57 0,57 0 0,09 0,98 0,77
mai/11 0,63 0,97 0,09 1,19 -0,24 0,72 0,15 0,01 0,98 0,47
jun/11 -0,26 0,58 0,42 1,25 -0,61 0,67 -0,05 0,11 0,67 0,15
jul/11 -0,34 0,27 0,03 0,1 0,46 0,49 -0,04 0,11 0,47 0,16
IPCA – Peso dos Grupos
Fonte: IBGE.
Grupos Acumulado (%) 12 meses Peso (%) Acum. x Peso
Alimentação e Bebidas 9,36 23,30 0,0218
Habitação 6,32 13,20 0,0083
Artigos de Residência 1,32 3,98 0,0005
Vestuário 8,81 6,88 0,0061
Transporte 5,68 18,76 0,0106
Desp. Pessoais 8,27 10,47 0,0086
Comunicação 1,66 5,34 0,0009
Educação 8,27 7,32 0,0060
Saúde e Cuidados Pessoais 5,91 10,75 0,0063
Total 6,9
Inflação em 2011
IPCA (1 a 40 SMs) = 4,04% (Alimentação e Bebidas = 2,77%,
Habitação = 4,04%, Artigos de Residência = 0,82%, Vestuário =
4,47%, Transportes = 4,82%, Saúde e Cuidados Especiais =
4,15%, Despesas Pessoais = 5,61%, Educação = 7,57% e
Comunicação = 1,02%);
INPC (1 a 6 SMs) = 3,70% (Alimentação e Bebidas = 2,13%,
Habitação = 4,03%, Artigos de Residência = 1,10%, Vestuário =
4,79%, Transportes = 6,37%, Saúde e Cuidados Especiais =
3,81%, Despesas Pessoais = 4,79%, Educação = 7,40% e
Comunicação = 0,50%).
Índice Preços das Commodities, janeiro
2002=100
0
100
200
300
400
500
600
700
GRÃOS, OLEOGINOSAS E FRUTAS
MINERAIS
PETRÓLEO E DERIVADOS
Fonte: IPEADATA.
Equação da inflação, preços administrados e
livres e inércia
Relação Crédio/PIB
Nota: (*) Estimativa tendo como base os primeiros 6 meses do ano.
Fonte: BACEN.
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*
Rendimento Médio Real
Nota: (*) Estimativa tendo como base os primeiros 6 meses do ano.
Fonte: IBGE.
0,00
200,00
400,00
600,00
800,00
1000,00
1200,00
1400,00
1600,00
1800,00
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*
Taxa de Desemprego
Nota: (*) Estimativa tendo como base os primeiros 6 meses do ano.
Fonte: IBGE.
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011*
Fatores que devem condicionar os
resultados macroeconômicos nos próximos
anos?
• Variáveis exógenas: (i) PIBs dos EUA, dos países da zona do euro, do Japão e da China, (ii) comportamento das taxas de juros e das políticas fiscais internacionais, (iii) solução (ou não) da crise do euro e credibilidade (ou não) dos EUA em manterem ajuste fiscal compatível à alavancagem da dívida pública, (iv) dinâmica do SFI e (v) preços das commodities;
• Variáveis endógenas: (i) Metas para a inflação, metas de superávit fiscal e taxa de câmbio, (ii) resultado externo, (iii) relação investimento/PIB, (iv) evolução do crédito, (v) expansão do mercado interno, (vi) condições de oferta e infraestrutura, (vii) marcos regulatórios e (viii) pré-sal.
Hipóteses de cenários?
• Cenário “estável”: (i) PIB mundial com ligeira recuperação,
dinamizado pelos países emergentes (crescimento à la L), e SFI
relativamente estável, (ii) estabilização (up) dos preços das
commodities, (iii) Banco Central Europeu administrando a crise na
zona do euro e ajuste fiscal dos EUA em conformidade com o
acordo da alavancagm da dívida pública e (iv) austeridade da
política fiscal, ligeira flexibilização da política monetária e
estabilidade cambial no Brasil;
• Cenário instável: (i) PIB mundial (crescimento à la W) e SFI
instável, (ii) volatilidade dos preços das commodities, (iii) maiores
turbulências na zona do euro e perda de credibilidade nos títulos da
dívida pública norte-americana e (iv) maior austeridade da política
fiscal, política monetária ligeiramente restritiva e desvalorização
cambial no Brasil.
Quais são os principais problemas
econômicos, independentemente do
cenário? O que fazer?
• Problemas? Desequilíbrio no balanço de pagamentos em
transações correntes e desindustrialização da economia e
“descontrole” da inflação.
• O que fazer? Mudanças no câmbio: intervenções mais frequentes,
acumulação de reservas, controles de capitais etc.; Políticas fiscal
e monetária: buscar a convergência para o alvo da meta de
inflação, 4,5%, através de responsabilidade fiscal, restrição de
crédito etc.; Desindexação da economia: eliminação da LFTs,
novas regras de correção dos salários, especialmente SM, etc.
Tendências?
Variáveis Cenário “Estável” Cenário Instável
PIB (%) [4,0; 4,5] [3,0; 4,0]
IPCA (%) [5,0; 5,5] [6,0; 6,5]
Superávit Fiscal/PIB (%) 3,25 4,0
Balança Comercial (US$
bilhões)
[18,0; 23,0] [5,0; 10,0]
Selic, final de período (%) [11,75; 12,25]* [12,75; 13,25]*
Taxa de Câmbio, final de
período (R$/US$)
1,75 2,0
Notas: (*) Supondo que os juros reais sejam ao redor de 6,3%.
Fonte: Elaboração do autor.
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