Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica/2013
Título: Conhecendo o aluno com Altas Habilidade/Superdotação
Autor: Elizabete Aparecida da Silva Santos
Disciplina/Área:
(ingresso no PDE)
Educação Especial
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Dr. Felipe Silveira Bittencourt
– Ensino Fundamental e Médio
Município da escola: Marialva
Núcleo Regional de Educação: Maringá
Professor Orientador: Drª Leonor Dias Paini
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Maringá
Resumo:
(descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples).
Nessa Produção Didático-pedagógica, encaminharemos aos professores e equipe pedagógica uma compreensão sobre o aluno com altas habilidades/superdotação por meio de leitura e análise de textos, filmes e documentos oficiais acerca do tema. E realizar reflexões a respeito da importância da identificação. O objetivo deste trabalho consiste em aprofundar os estudos para a identificação do aluno com Altas Habilidades/Superdotação. Na metodologia, abordaremos textos sobre a história, conceitos e atendimento educacional especializado. Além de filmes e documentários sobre alunos com altas habilidades/superdotação. Considera-se que a maioria dos professores não teve capacitação o suficiente para compreender o desempenho de alguns alunos, e parecem que não sabem como propor desafios que superam as expectativas de cada aluno no processo de ensino aprendizagem. E os profissionais da educação ainda não reconhecem o aluno com Altas Habilidades/Superdotação, pois acreditam que o superdotado é aquele “gênio” que se destaca principalmente na escola e na mídia. Portanto, a intenção desta produção didática pedagógica
é uma reflexão de todo o participante, com mudanças de atitudes e o compromisso de observar os alunos dentro da sala de aula, para poderem diagnosticar os possíveis alunos com altas habilidades/superdotação.
Palavras-chave:
Altas Habilidades. Superdotados. Aluno Especial.
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Equipe Pedagógica e Professores
2 INTRODUÇÃO
Esta produção didático-pedagógica trata-se de estudos desenvolvidos no
Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE 2013, ofertado pela Secretaria de
Educação do Estado do Paraná.
A produção desta Unidade visa aprofundar os estudos para auxiliar o professor
e equipe pedagógica a identificar o aluno com Altas Habilidades/Superdotação, que
será destinada aos professores e equipe pedagógica do ensino fundamental,
preferencialmente aqueles que atuam com o 6º ano, e que pretendem realizar
observação e diagnóstico de alunos dentro de suas salas de aula.
A implementação pedagógica se realizará por meio de grupos de estudo,
organizados em oito encontros de quatro horas. No desenvolvimento do trabalho
procura-se resgatar a história, o conceito e a legislação das altas
Habilidade/Superdotação. Esta proposta de intervenção pretende proporcionar aos
professores e equipe pedagógica, a aquisição de novos conhecimentos e mudanças
de atitudes, que contribuirão no diagnóstico dos alunos.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na sociedade, normalmente se rotula de deficiente aquele que tem problema
físico, auditivo, visual, intelectual e transtorno global do desenvolvimento. Porém, isso
não acontece com o aluno de altas habilidades/superdotação, porque isso não é
visível. A responsabilidade do educador é maior ainda, à medida que precisa focar no
diagnóstico e avaliação desse aluno.
A pessoa com Altas Habilidades/Superdotação apresenta características
diferenciadas, acima da média em uma ou mais áreas do conhecimento (intelectual,
artístico, relações sociais, produções criativas, esportivas e psicomotoras) em relação
à idade mental da população, em geral, tida como “normal”.
3.1 Histórico da pessoa com altas habilidades/superdotação no mundo
Na Grécia Antiga, Platão considerava criança de ouro, aquela que
apresentasse indicativos de inteligência superior e defendia a ideia de ser treinadas
para beneficiar o Estado. Os chineses selecionavam as crianças que se destacavam,
para ser atendidas na Corte de maneira especial (ALENCAR, 2011).
Entre os séculos XV e XVI, as pessoas habilidosas que pensavam e
questionavam as relações existentes foram consideradas perigosas para a sociedade.
Assim foram discriminadas, perseguidas e exterminadas. Já no período do
Renascimento, a pessoa com baixo rendimento como acima do comum era
considerada como possuidora de doença nervosa ou desiquilíbrio mental (GOULART,
2011, p.21).
De acordo com as pesquisas realizadas por Alencar e Fleith (2001), Virgolim
(1997), Delou & Bueno (2001), Brandão (2007) e Mori & Brandão (2009) mostram os
seguintes dados históricos:
Na Inglaterra, 1869, o Frances Galton publica “Hereditary Genius”, defende a
ideia da transmissão hereditária das habilidades mentais. Esta obra introduziu a
estatística às ciências sociais. Nos Estados Unidos, em 1880 J.M. Cattell utiliza testes
psicométricos em doentes mentais, influenciado pelas ideias de Galton. Em 1904 a
1911, na França, Alfred Binet e Theodore Simon, desenvolve os primeiros testes de
inteligência para identificar crianças com dificuldades de aprendizagem, cujo resultado
quantificava a inteligência-Escala Binet de Inteligência.
Em 1911, na Alemanha, William Stern cria o conceito de Quociente Intelectual
(QI), equação resultante da Idade Mental dividida pela Idade Cronológica, multiplicada
por 100. Assim inicia a era dos testes psicométricos, utilizados durante anos para
classificar aqueles que estavam fora do nível considerado normal.
Nos Estados Unidos, em 1916 Lewis M. Terman, em 1916 teve interesse pelo
estudo das inteligências superiores e propôs a Escala Stanford-Binet na Universidade
de Stanford. No ano de 1921, pesquisou crianças que apresentam QI igual ou superior
a 140. E concluiu que o QI continua a elevar-se ao longo da vida e que não teriam
problemas de ordem afetivo-emocional. Na Rússia, em 1924 Vygotsky valoriza o
ambiente para o desenvolvimento humano, e destaca a aprendizagem como o
processo que eleva o desenvolvimento das Funções Psicológicas Superiores.
Em 1936 na Suíça, Jean Piaget com o processo interacionista afirma que o
funcionamento mental depende da interação dinâmica da pessoa com o ambiente e
não somente da influência genética, privilegia o processo de desenvolvimento humano
e não o produto. Nos Estados Unidos, em 1940 a Professora Leta Hollinghworth, da
Universidade de Colúmbia, conclui que a escola deve assumir a responsabilidade de
educar crianças com inteligência superior, e com um currículo diferenciado de acordo
com a especificidade de cada pessoa.
Nos Estados Unidos, no final da década de 1960, o Joseph S. Renzulli inicia
suas investigações sobre os superdotados. E teve início os atendimentos
educacionais.
Na cidade de Mar Del Plata, Argentina, em junho de 2006, acontece o VI
Congresso Ibero-Americano de Superdotação, Talento e Criatividade, com a
participação de 16 países.
Já no Brasil, atualmente, a pessoa com Altas Habilidades/Superdotação tem
direitos garantidos em vários documentos oficiais de receber Atendimento
Educacional Especializado – AEE, em contra turno do ensino regular, visando à
elevação do seu potencial. Na Constituição Federal de 1988, apresenta o direito que
as pessoas têm direito a educação. Em seu artigo 205, diz:
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988)”.
Convém assinalar que no artigo 208, apresenta o direito da pessoa com Altas
Habilidades/Superdotação ter acesso aos níveis mais elevados de ensino. “O dever
do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: V- acesso aos
níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um; (BRASIL, 1988)”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB/96 em seu
artigo 58 diz:
Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial (LDBEN, 1996, p.43).
O documento Oficial do Ministério da Educação conceitua a pessoa com altas
habilidades/superdotação aquela que:
Apresenta notável desempenho e elevadas potencialidades em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamentos criativo ou produtivo, capacidade de liderança, talentos especiais para arte e capacidade psicomotora (BRASIL, 1994).
E nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
define Altas Habilidades/Superdotação:
Grande facilidade de aprendizagem que os leva a dominar rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes e que, por terem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos devem receber desafios suplementares em classe comum, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para concluir, em menor tempo a série ou etapa escolar (BRASIL, 2001, p.39).
A Indicação nº01/2003, do Conselho Estadual de Educação do Estado do
Paraná, diz:
Será ofertado atendimento educacional especializado aos alunos com necessidades educacionais especiais decorrentes de: IV - superdotação/altas habilidades que, devido às necessidades e motivações específicas, requeiram enriquecimento e/ou aprofundamento curricular, assim como aceleração para concluir, em menor tempo, a escolaridade, conforme normas a serem definidas por resolução da Secretaria de Estado da Educação (PARANÁ, 2003, p. 18).
3.2 Conceito da pessoa com Altas Habilidades/Superdotação.
Segundo Antunes (2008), o conceito de superdotação na perspectiva de
Renzulli (1978) constitui-se em “uma interação entre três conglomerados básicos –
habilidades gerais acima da média, altos níveis de compromisso com as tarefas que
assume altos níveis de criatividade”. No Brasil, o governo brasileiro concorda com o
conceito e define por meio da Secretaria de Educação Especial, que a pessoa com:
“altas habilidades/superdotação ou talentosos são educandos que apresentam notável desempenho ou elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos isolados ou combinados: capacidade intelectual geral, aptidão acadêmica específica, pensamento criativo-produtivo, capacidade de liderança, talento especial para artes e capacidade psicomotora” (ANTUNES, p.69, 2008).
Nessa esteira, a Resolução CNE/CEB nº 2 de 2001, em seu artigo 5º, inciso III,
apresenta as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica
(Brasil, 2001), tem como conceito de alunos com altas habilidades/superdotação
aqueles que apresentam cognitivo elevado no processo da aprendizagem, em
dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
O pesquisador Joseph Renzulli, no final da década de sessenta, iniciou seus
estudos sobre superdotado. Conclui que, a superdotação pode se manifestar em
determinadas situações e em outras não. Diante disso, o certo seria haver uma
mudança na concepção do “ser superdotado”. Entretanto, aquelas pessoas que
apresentam “comportamentos superdotados”, deveriam receber atendimento
educacional em programas de enriquecimento, isto contribuiria e beneficiaria um
grande grupo de pessoas. Dessa maneira:
[...] a nossa expectativa é que, aplicando bons princípios de aprendizagem para todos os alunos, diluiremos as críticas tradicionais aos programas para superdotados e faremos das escolas locais onde o ensino, a criatividade e o entusiasmo por aprender sejam valorizados e respeitados (RENZULLI, 2004, p. 121).
Nesse sentido, se em todas as escolas regulares fossem implementadas
programas de enriquecimento, mudaria o cenário atual da educação brasileira.
Entende-se a humanização: “[...] a criança no momento desde seu nascimento
não passa de um candidato à humanidade, mas não a pode alcançar no isolamento:
deve aprender a ser um homem na relação com os homens [...]”. (LEONTIEV, 1978,
p.238/ 239).
Segundo Leontiev (1978), é imprescindível o processo de Hominização do
psiquismo infantil, pois interage de forma dinâmica do indivíduo com o meio, depois
sua relação mediada com outros indivíduos, por meio da comunicação para se obtiver
a apropriação do pensamento.
De acordo com Vigotskii (2006), o desenvolvimento das funções
psicointelectuais superiores na criança, que são formadas no período da história do
humano é um momento único. Assim, o desenvolvimento desse período é da seguinte
forma:
Todas as funções psicointelectuais superiores aparecem duas vezes no decurso do desenvolvimento da criança: a primeira vez, nas atividades coletivas, nas atividades sociais, ou seja, como funções interpsíquicas: a segunda, nas atividades individuais, como propriedades internas do pensamento da criança, ou seja, como funções intrapsíquicas (VIGOTSKII, 2006, p.114).
Nesse sentido, para Goulart (2011) um indivíduo com Altas
Habilidade/Superdotação, desde a infância possui algumas habilidades diferenciadas,
poderia não ser desenvolvidas por não ter recebido mediação ou orientação para
ampliar o potencial.
Nessa linha de análise, Vigotski (1989) considera favoráveis as condições
econômicas e sociais. Afirma que a genialidade depende da genética, porém o meio
social e cultural poderá determinar essa realidade. O que confirma que a educação
escolar é fundamental para o desenvolvimento da potencialidade humana.
Segundo, Vygotsky e Luria (1996, p.153) o desenvolvimento da criança e o seu
comportamento indicam que “a criança pensa de modo diferente, percebendo o
mundo de maneira diversa da do adulto [...]” no quesito da lógica, das estruturas e das
funções orgânicas.
Durante o processo histórico de evolução e transição o homem obteve evolução
significativa no meio ambiente. Criou ferramentas e signos que alterou o seu próprio
desenvolvimento e modificou o ambiente cultural e industrial. Assim o homem obteve
transformações em si mesmo e nas funções psicológicas. Segundo Leontiev:
O aparecimento e o desenvolvimento do trabalho, condição primeira e fundamental da existência do homem, acarretaram a transformação e a humanização do cérebro, dos órgãos de atividade externa e dos órgãos do sentido (LEONTIEV, 1978, p.70).
Os Cinco órgãos dos Sentidos, no início da vida não são funcionais, pois vão
adquirindo funcionalidade à medida que o bebê se desenvolve e se apropria de sua
cultura. As transformações das capacidades naturais foram aperfeiçoadas e passaram
a ser racionalmente usadas. O desenvolvimento de cada pessoa depende da
interação com as outras, para se apropriar da cultura e transformar suas estruturas
intelectuais. O homem está em constante transformação dos seus órgãos dos
sentidos e de suas funções psicológicas elementares em funções psicológicas
superiores, que são: concentração, abstração, raciocínio lógico, memória, dentre
outras funções, por meio da apropriação da cultura.
As funções psicológicas superiores, Vigotski (2000), são desenvolvidas através
da interação do homem com os outros homens, no início se desenvolve de forma
interpessoal e depois intrapessoal. As funções psicológicas estão presentes no
desenvolvimento e no processo de ensino aprendizagem, por exemplo, a na questão
da fala passa por superação de funções elementares para funções superiores.
Para Vygotsky (1996) e Luria (1991), a memória é um fenômeno que envolve a
plasticidade natural do aparelho neuropsicológico e permite a retenção e
memorização de informações, que ao longo da vida podem se deteriorar em virtude
do envelhecimento e stress.
Na criança o desenvolvimento da memória começa na educação infantil, e tem
como característica uma memória imediata e natural. No ensino fundamental, a
criança registra, relaciona os novos conteúdos com o conhecimento anterior através
de associação para memorizar.
A criança nasce dentro de um contexto cultural e histórico já formado, se
apropria e aprende como usar os sistemas. Nesse processo de aprendizagem
modifica suas ações naturais com a utilização desses sistemas culturais, elevando a
memorização e transformando os processos psicológicos elementares em superiores.
Segundo Facci (1998), Vigotski, Leontiev e Luria consideram o homem um ser
social no mundo, que existe uma relação mediada entre os homens por meio de
instrumentos e signos que elevam as funções psicológicas superiores.
[...] surgem, através do trabalho coletivo e mantém uma relação muito estreita, ambos estão unidos no filo e ontogenia, pois quando o homem atua sobre a natureza exterior e a modifica, está também atuando sobre sua própria natureza, modificando-a (FACCI, 1998, p. 69-70).
A criação e o uso de signos auxiliam o homem nas atividades que exigem
memória, atenção, percepção, dentre outras funções, podendo controlar suas
atividades psicológicas voluntárias e intencionais. Assim, a mediação que o homem
adquire pelas condições socioculturais o transforma em funções psicológicas
superiores de acordo com sua cultura.
Nesse sentido, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores
depende do uso dos mediadores culturais por meio do aprendizado dos signos e
instrumentos, dentro de uma relação dialética entre o desenvolvimento e a
aprendizagem.
3.3 Identificação da pessoa com Altas Habilidades/Superdotação
A identificação da pessoa com altas habilidades/superdotação é imprescindível
para evitar futuros problemas de desinteresse e baixo rendimento no processo de
ensino aprendizagem. Porém, a identificação somente terá sentido se as práticas
educacionais beneficiar as necessidades individuais no processo de desenvolvimento
do aluno.
De acordo com estudos estatísticos da Secretaria de Educação Especial
(BRASIL, 2006), que de 3% a 5% da população apresenta cognitivo elevado em
diversos contextos sociais, por isso, se faz necessário conhecimento dos profissionais
da educação em identificar esses alunos.
Segundo, Guimarães e Ourofino (2007), o processo de identificação é
importante o mais precoce possível para garantir o desenvolvimento pleno da criança
com altas habilidades/superdotação, e deve passar por várias fases. Os instrumentos
de identificação mais usado nos programas de atendimento educacional especializado
dos alunos com altas habilidades/ superdotação, recomendado pela literatura, são:
testes psicométricos; escalas de características; questionários; observação do
comportamento; entrevistas com a família e professores, entre outros.
Atualmente, a metodologia do processo de identificação do aluno com altas
habilidades/superdotação, teve alteração por causa da modificação do conceito de
superdotação. Outras características são consideradas para determinar a
identificação do superdotado que são: criatividade, aptidão artística e musical,
liderança, entre outras, estas não são avaliadas por testes de inteligência, tornando-
se complexa. Diante disso, se faz necessário a utilização de instrumentos e atividades
alternativas que devem ser consideradas dentro do contexto sociocultural da pessoa
para avaliar estas variedades de características que deverá ser observadas no
processo de identificação e no atendimento educacional especializado. É importante
salientar que o julgamento, avaliação e a observação do professor são fundamentais
nesse processo de identificação.
Delou (1987) organizou uma lista de indicadores de superdotação que serve
para o professor observar os alunos em sala de aula, que são: O aluno apresenta
interesse em realizar ou planejar quebra-cabeças e outros jogos; O aluno sustenta e
defende suas próprias ideias; O aluno tem prazer em superar as dificuldades
consideradas difíceis; O aluno sente prazer para desenvolver coisas novas ao invés
do que já conhece; O aluno usa procedimentos inovadores em suas atividades,
criando produtos diferentes; O aluno coloca em prática os conhecimentos adquiridos
no processo de ensino aprendizagem.
De acordo, com Benczik (2000), os testes são ferramentas imprescindíveis que
fornecem dados objetivos e necessários para a avaliação, intervenção e pesquisa.
Segundo, Renzulli (1986) a avaliação deve ir além das habilidades contidas
nos testes de inteligência, de aptidão e de desempenho. Propõe observações coletas
por “juízes” que tenham disponibilidade para acompanhar a atuação e as habilidades
da criança quando está concentrada em alguma atividade de seu interesse. Segundo
Alencar e Fleith (2001) este tipo de observação serve para avaliar a criatividade do
aluno.
A observação e a identificação dos alunos com altas habilidade/superdotação
não é tarefa fácil, pois eles podem estar escondidos diante de algumas situações, tais
como: aluno entediado e desinteressado pela rotina das aulas, sem motivação e
desafios; aluno arrogante que corrige colegas e professores por causa de um
conhecimento elevado; aluno solitário e ignorado pelos colegas por ter capacidade de
pensamento abstrato; alunos indisciplinados, porque suas necessidades intelectuais
e emocionais não estão sendo atendidas na escola.
Assinala-se que o processo de identificação do aluno com altas
habilidades/superdotação necessita realizar uma sequência de procedimentos,
permitindo que o processo seja adequado para detectar os alunos com potencialidade
superior. Sendo assim, esses procedimentos devem prover uma combinação da
avaliação formal e a observação estruturada no contexto escolar, possibilitando
avaliar conhecimentos, tipos de aprendizagem e de trabalho do aluno. Outro fator
importante, é que o processo de identificação seja contínuo. Isto quer dizer que o
aluno deverá ser acompanhado após o ingresso de atendimento educacional
especializado para altas habilidades/superdotação (Guimarães e Ourofino, p.56,
2007).
3.4 Atendimento Educacional Especializado no Brasil
Quando pensamos no Atendimento Educacional Especializado para a pessoa
com Altas Habilidades/Superdotação, parece ser recente, porém, o atendimento
educacional ao Superdotado tem algumas décadas no Brasil. As pesquisas realizadas
por Brandão e Mori (2007) apresentam os seguintes dados históricos:
No Brasil, em 1929, o primeiro registro das primeiras validações de testes de
inteligência americanos na cidade de Recife e no antigo Distrito Federal. Em 1931,
Leoni Kaseff lançou o livro Educação dos Supernormais. Em 1932, Estevão Pinto,
edita as obras O Dever do Estado relativamente à Assistência aos mais Capazes, e
O Problema da Educação do Bem-Dotado. E, 1939 no Brasil, são introduzidas as
Escalas Wescheler de Inteligência (WISC). Helena Antipoff utiliza o termo
supranormais, em contraposição aos infra normais ou deficientes, que consta nos
Estatutos da Sociedade Pestalozzi.
No Rio de Janeiro, em 1945, acontece o primeiro atendimento a alunos com
Altas Habilidades/Superdotação, na Sociedade Pestalozzi do Brasil, por Helena
Antipoff. Esses alunos eram dos colégios da zona sul, para estudar literatura, teatro e
música. Em São Paulo, ano de 1950, Maria Julieta S. Ormastroni iniciou o concurso
que ocorre até hoje, sobre os “Cientistas do Amanhã” e a “Feira de Ciências”. Em
1961, um marco importante com o primeiro registro federal, a Lei 4024/61 de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, e nos Artigos 8º e 9º é dedicada à educação dos
deficientes mentais, problemas de condutas e superdotados.
Em 1967, o Ministério da Educação e Cultura cria a primeira comissão titulada
para estabelecer normas para identificar e atender alunos com Altas
Habilidades/Superdotação. No ano de 1971, sancionada a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação 5692/71, neste momento inicia o movimento a favor da inclusão dos
alunos com Altas Habilidades/Superdotação. E ainda, ocorre em Brasília o I Seminário
Nacional sobre os Superdotados.
Em 1972, na Fazenda do Rosário, em Minas Gerais, Helena Antipoff iniciou um
Programa de atendimento a alunos superdotados das escolas rurais e periferia
urbana, que teve continuidade pelo seu filho Daniel Antipoff, até seu falecimento. Em
1973, o Ministério da Educação e Cultura cria o Centro Nacional de Educação Especial
(CENESP), com objetivo de fornecer assistência técnica e financeira para os
deficientes e superdotados. Em 1976, na cidade de Brasília, foi implantado o primeiro
Programa de Atendimento ao Superdotado por meio da Fundação Educacional de
Distrito Federal.
No Rio de Janeiro, em 1979 foi implantada a Fundação da Associação
Brasileira para Superdotados. Porém, atualmente está desativada, mas vários estados
brasileiros tem associações com fins semelhantes. No ano de 1988, ocorre o III
Congresso Ibero-americano sobre Superdotação em Brasília. Em 1995, o Ministério
da Educação e Cultura, através da Secretaria de Educação Especial lança uma série
de Diretrizes, e que é definido o conceito de Altas Habilidades/Superdotação e faz
indicações sobre as normas gerais de atendimento.
No ano de 1996, cria a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
9394/96 (LDBEN), no Capítulo V, apresenta o caráter inclusivo da educação de alunos
com Altas Habilidades/Superdotação. Em 2002, o Ministério da Educação e Cultura
publicou e distribuiu o documento “Adaptações Curriculares em Ação: desenvolvendo
competências para o atendimento às necessidades educacionais de alunos com Altas
Habilidades/Superdotação”, e dirigiu a prática docente ao contexto escolar. No ano
seguinte, 2003, foi fundado o Conselho Brasileiro para Superdotado – ConBraSd, na
cidade de Brasília.
Em 2005, um importante passo com a criação os Núcleos de Atividades de
Altas Habilidades/Superdotação – NSSHS. E no ano de 2008, foi publicado o seguinte
documento: Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da educação
inclusiva.
Nesse sentido deve-se dizer que, a inclusão dos portadores de necessidades
especiais no processo educacional desenvolvido pelas escolas regulares é uma ação
social em nível internacional com objetivo de torná-los participantes da vida social,
econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito social, pelo
Poder Público. É necessário perceber que a inclusão dos portadores de necessidades
especiais depende do seu reconhecimento como pessoas, que apresentam
necessidades específicas, cuja garantia é o cumprimento dos direitos humanos
fundamentais.
Nas políticas educacionais inclusivas para o educando que apresenta altas
habilidades/superdotação estão asseguradas o atendimento de suas necessidades
educacionais por documentos com fundamentos legais que garantem uma educação
de qualidade.
A LDB, em seu artigo nº 59, diz:
Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível de o ensino regular. (LDB, 9.396/96, p.44 - 45).
Ressalta-se a participação da comunidade escolar na elaboração do Projeto
Político Pedagógico, e que esteja explícito o atendimento dos alunos com altas
habilidades/superdotação, sala de recursos, forma esta, de garantir a inclusão na
escola.
O Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná, define a Sala de
Recursos como:
Para a escolarização dos alunos com necessidades educacionais especiais deverão ser previstos e providos pela mantenedora, quando necessário, os seguintes apoios pedagógicos especializados) Salas de Recursos: serviço de natureza pedagógica, desenvolvido por professor habilitado ou especializado em educação especial, que suplementa (no caso dos superdotados) e complementa (para os demais alunos) o atendimento educacional realizado em classes comuns da educação básica. Esse serviço realiza-se em escolas, em local dotado de equipamentos e recursos pedagógicos adequados às necessidades educacionais especiais dos alunos, podendo estender-se a alunos de escolas próximas, nas quais ainda não exista esse atendimento. Pode ser realizado individualmente ou em pequenos grupos, para alunos que apresentem necessidades educacionais especiais semelhantes, em horário diferente daquele em que frequentam a classe comum. (PARANÁ, indicação nº 01/2003, p.20).
Vários estudiosos como: Renzulli, (1986); Guenther, (2000); Alencar & Fleith,
(2001); Maia-Pinto & Fleith, (2002), têm chamado a atenção dos educadores para
desenvolver atitudes e metodologias adequadas para motivar, estimular e ampliar os
conceitos dos alunos superdotados em sala de aula.
A organização do ensino é primordial para que a criança receba incentivo da
investigação científica e da produção criativa que seja maior que o mínimo
estabelecido do ano de escolarização em que o aluno se encontra, porém deve estar
pautada no Projeto Político Pedagógico da escola (GOULART, 2011, p.19). A
investigação científica e a produção criativa poderão ser desenvolvidas na sala do
ensino regular como na Sala de Recursos de Atendimento Educacional Especializado
– AEE.
No Estado do Paraná, o serviço de apoio especializado atende a toda
Educação Básica, do 1º ano até Ensino Médio, nos estabelecimentos de ensino
público, desde que solicitam a abertura desse serviço, de acordo com a demanda.
Porém, para a abertura do serviço especializado é necessário montar um processo
que comprove a identificação e avaliação dos alunos no contexto escolar, espaço
físico, professor especializado em Educação Especial e iniciativa para desenvolver
propostas de enriquecimento das áreas do conhecimento. Este processo deverá ser
encaminhado a SEED/DEEIN.
3.5 Processo de observação dos alunos em sala de aula
A lista de itens para observação em sala de aula foi criado por Zenita Guenther,
fundadora e coordenadora do “Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento”
(CEDET, 2004), para identificar alunos com sinais de talentos.
LISTA DE ITENS PARA OBSERVAÇÃO EM SALA DE AULA
Indique em cada item dois alunos de sua turma:
1º NOME 2º NOME
1. Os melhores da turma nas áreas de Linguagem, Comunicação e Expressão.
2. Melhores nas áreas de Matemática e Ciências.
3. Melhores nas áreas de Arte e Educação Artística
4. Melhores em atividades extracurriculares e extraclasse.
5. Mais verbais falantes e conversadores.
6. Mais curiosos interessados e perguntadores.
7. Mais participantes e presentes em tudo dentro e fora da sala de aula
8. Mais críticos com os outros e consigo próprios
9. Melhor memória aprende logo e fixam com facilidade
10. Mais persistentes, compromissados e chegam ao fim do que fazem.
11. Mais solidários e ignorados.
12. Mais independentes, iniciam o trabalho e fazem sozinhos.
13. Mais originais e criativos.
14. Mais sensíveis aos outros e bondosos com os colegas.
15. Mais preocupados com o bem-estar dos outros.
16. Mais seguros e confiantes em si.
17. Mais ativos perspicazes e observadores.
18. Mais capazes de pensar e tirar conclusões.
19. Mais simpáticos e querido dos colegas.
20. Mais entediados e desinteressados, mas não necessariamente atrasados.
21. Mais levados, engraçados e “arteiros” ...
22 Que você considera mais Inteligente.
23. Com melhor desempenho que os outros em esportes e exercícios físicos.
24. Que mais sobressaem em habilidades manuais e motoras.
25. Que produzem respostas inesperadas e pertinentes.
26. Capaz de captar e canalizar a ação do grupo.
Fonte: Guenther, Zenita “Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento” (CEDET) Lavras, MG, Brasil.
Após a observação e preenchimento da lista se faz necessário à interpretação
da lista dos itens observados em sala de aula, de acordo com cada característica, da
seguinte forma: a) Capacidade e inteligência geral
a) Capacidade e inteligência geral, o nome do aluno deve estar citado pelo
menos seis vezes nos seguintes itens: 4, 6, 9, 10, 12, 17, 18, 20, 21,22 e 25 ou 4
vezes nos itens 9, 12, 13, 17, 18,22 e 25.
b) Talento verbal, o nome do aluno deve estar citado pelo menos três vezes
nos itens 1, 5, 7, 18,22 e 25.
c) Capacidade de pensamento abstrato (talento científico-matemático) o aluno
deve ter sido citado três ou mais dos itens 2, 9, 12,18 e 22.
d) Criatividade acentuada e/ou talento artístico: o aluno deve estar citado pelo
menos quatro dos seguintes itens 3, 8, 10, 13,17 e 25, em qualquer combinação ou
três incluindo os de número 3 e 13.
e) Talento psicossocial o nome do aluno deve estar citado pelo menos quatro
dos seguintes itens 4, 7, 14, 15, 16, 19 e 26.
f) Talento psicomotor o aluno deve estar citado nos itens 4, 23 e 24.
Após a seleção dos possíveis alunos de altas habilidades/superdotação, o
professor utiliza a Lista Base de Indicadores de Superdotação - Parâmetro para
observação de alunos em sala de aula criado por Cristina Maria Carvalho Delou.
LISTA BASE DE INDICADORES DE SUPERDOTAÇÃO – PARÂMETROS PARA OBSERVAÇÃO DE ALUNOS EM SALA DE AULA
POR Cristina Maria Carvalho Delou Nome do aluno________________________________________________ Data de Nascimento:__________________série:_______Turma:_________ Professor/Técnico Responsável:___________________________________ FORMA INDIVIDUAL Instruções: Observe seu aluno e preencha essa ficha, marcando com um X, o comportamento
observável correspondente, de acordo com os critérios a seguir: 1 – NUNCA 2 – ÀS VEZES 3 – SEMPRE
COMPORTAMENTOS OBSERVÁVEIS
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS
1 2 3
O aluno demonstra prazer em realizar ou planejar quebra-cabeças e problemas em forma de jogos.
GOSTA DE QUEBRA-CABEÇA E JOGOS-PROBLEMA.
O aluno dirige mais sua atenção para fazer coisas novas do que para o que já conhece e/ou faz sempre.
INTERESSA-SE MAIS POR ATIVIDADES CRIADORAS DO QUE POR TAREFAS REPETITIVAS E ROTINEIRAS.
O aluno sente prazer em superar os obstáculos ou as tarefas consideradas difíceis.
GOSTA DE ACEITAR DESAFIOS.
O aluno demonstra que faz excelente uso da faculdade de concatenar, relacionar ideias deduzidas uma das outras, a fim de chegar a uma conclusão ou à demonstração.
TE, EXCELENTE CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO.
O aluno mantém e defende suas próprias ideias.
APRESENTA INDEPENDÊNCIA DE PENSAMENTO.
O aluno demonstra que associa o que aprende hoje o que já aprendeu ou assimilou.
RELACIONA AS INFORMAÇÕESJÁ RECEBIDAS COM OS NOVOS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS.
O aluno emite opiniões pensadas, refletidas.
EMITE JULGAMENTO AMADURECIDOS.
O aluno faz perguntas sobre assuntos corriqueiros do dia a dia, assim como sobre questões diferentes ligadas à física, astronomia, filosofia e outros.
POSSUI CURIOSIDADE DIVERSIFICADA.
O aluno produz ideias, faz associações diferentes, encontrando novas alternativas para situações e problemas.
É IMAGINATIVO.
O aluno usa métodos novos em suas atividades, combina ideias e cria produtos diferentes.
É ORIGINAL.
O aluno faz atividades ou exercícios a mais do que foram pedidos.
EXECUTA TAREFAS ALÉM DAS PEDIDAS.
O aluno apresenta ideias comuns e diferentes com facilidades.
POSSUI FLEXIBILIDADE DE PENSAMENTO.
O aluno não precisa de muito tempo para produzir ideias novas ou muitas ideias.
TEM IDÉIAS RAPIDAMENTE.
O aluno demonstra verbalmente ideias novas e diferentes através de histórias, soluções de problemas, confecção e elaboração de textos, criação de objetos e outros.
POSSUI IMAGINAÇÃO FORA DO COMUM.
O aluno produz, inventa suas próprias respostas, encontrando soluções originais.
CRIA SUAS PRÓPRIAS SOLUÇÕES.
O aluno usa os objetos que já têm uma função definida de diferentes maneiras.
DÁ NOVAS APLICAÇÕES A OBJETOS PADRONIZADOS.
O aluno é capaz de perceber o que seus colegas são capazes de fazer e orientá-los para que utilizem esta capacidade nos trabalhos e atividades do próprio grupo.
PODE JULGAR AS HABILIDADES DOS OUTROS ESTUDANTES E ENCONTRAR UM LUGAR PARA ELES NAS ATIVIDADES DO GRUPO.
O aluno analisa e julga trabalhos artísticos em exposições, visitas e a parques, museus e outros.
O ALUNO APRECIA, CRITICA E APRENDE ATRAVÉS DO TRABALHO DE OUTREM.
O aluno demonstra realizar com acertos ou aperfeiçoamento, cada vez mais, tudo o que faz.
PROCURA PADRÃO SUPERIOR EM QUASE TUDO O QUE FAZ.
O aluno demonstra não precisar da ajuda de outras pessoas para se desincumbir de suas responsabilidades.
APRESENTA ALTO-SUFICIÊNCIA.
O aluno põe em prática os conhecimentos adquiridos.
APLICAM OS CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS.
O aluno demonstra saber chegar ao término de um pensamento, problema, atividade e outros.
POSSUI CAPACIDADE DE CONCLUSÃO.
O aluno faz contatos sociais e inicia conversas com facilidades: faz amigos facilmente.
ESTEBELECEM RELAÇÕES SOCIAIS COM FACILIDADE.
O aluno tem coordenação, agilidade, habilidade para participar satisfatoriamente de exercícios e jogos.
POSSUI HABILIDADE FÍSICA.
Diante dessas observações, equipe pedagógica e professores envolvidos
conversam informalmente com a família sobre a possível avaliação e colhem
informações sobre o aluno.
Equipe pedagógica e professores avaliam os dados obtidos e junto com a
equipe pedagógica do Departamento de Educação Especial, da Secretaria Estadual
de Educação dão continuidade ao processo de avaliação. Na sequência, a psicóloga
aplica o teste QI, mas o resultado não é determinante. Há uma avaliação pedagógica.
Depois as equipes acima citadas finalizam a avaliação.
O aluno avaliado e diagnosticado com altas habilidades/superdotação receberá
atendimento educacional especializado em sala de recursos, oferecido pela escola
regular, no período contrário, ou seja, em contra turno. Receberá apoio especializado
diversificado de acordo com as necessidades e motivações específicas de cada aluno.
.
4 METODOLOGIA
Esta Produção Didática Pedagógica será desenvolvida por meio de textos
impressos, documentários e filmes. E seguem os procedimentos tais como: leituras,
análises, reflexões, discussões e debates acerca do tema, com objetivo de conhecer
e identificar os alunos de altas habilidade/superdotação.
1º ENCONTRO
TEMA: Conhecendo o aluno com Altas Habilidades/Superdotação
Eunice M. L. Soriano de Alencar
OBJETIVO: Conhecer a Literatura sobre Educação Inclusiva-AH/S.
METODOLOGIA: Apresentarei ao grupo de estudo a proposta de intervenção
pedagógica. Primeiramente aplicarei um questionário inicial, para levantar
dados sobre o conhecimento que os professores têm acerca do tema. Em
seguida haverá um café inclusivo e reflexão.
AVALIAÇÃO: Registrar as ideias principais e considerações da dinâmica, e da
produção didática sobre os alunos com altas habilidade/superdotação.
2º ENCONTRO
TEMA: Legislação e o Histórico da pessoa com altas habilidades/superdotação
no mundo.
OBJETIVO: Conhecer a legislação e a história da pessoa com altas
habilidades/superdotação.
METODOLOGIA: Serão utilizados textos para leitura e discussão.
AVALIAÇÃO: Registrar as ideias principais dos textos apresentados.
3º ENCONTRO
TEMA: Apresentação do Filme “Mãos Talentosas”, dirigido por Thomas Carter.
OBJETIVO: Refletir sobre as possíveis causas do baixo rendimento escolar e
a importância da autoestima.
METODOLOGIA: TVpendrive, após o filme haverá Debate sobre o filme.
AVALIAÇÃO: Fazer um breve relato sobre o filme.
SINOPSE: O filme retrata a vida de um menino, chamado Bem Carson, que
era pobre, negro, filho de mãe separada e analfabeta, se considerava burro
por ter um baixíssimo rendimento escolar. Na escola, todos buliam por causa
disso, porém sua mãe sempre o incentivava e isso contribuiu para se tornar o
melhor aluno da sala. Ben tinha o objetivo de ser um médico, cresceu e
conseguiu atingir seu propósito tornando-se o melhor neurocirurgião do
mundo, isso aconteceu graças a duas cirurgias realizadas com sucesso. A
primeira foi realizada numa menina que apresentava convulsões, ele removeu
a parte lesionada e conseguiu controlar as convulsões. A segunda aconteceu
quando o neurocirurgião Ben Carson separou, pela primeira vez na história,
dois bebês gêmeos siameses. A cirurgia demorou exatamente 22 horas,
porém conseguiu realizar essa separação com sucesso. Ben Carson criou um
centro de operações neurológicas e foi reconhecido nos Estados Unidos pelos
seus trabalhos.
4º ENCONTRO
TEMA: Conceitos das pessoas com Altas Habilidades/Superdotação.
OBJETIVO: Conhecer e discutir os conceitos da pessoa com altas
habilidades/superdotação.
METODOLOGIA: Serão utilizados textos para leitura e discussão.
AVALIAÇÃO: Registraras ideias principais sobre o texto.
5º ENCONTRO
TEMA:O Desenvolvimento do Psiquismo: Lev Vigotski. Autoras: Marilene
Proença e Marilda Facci - Funções Psicológicas Superiores
OBJETIVO: Propiciar uma reflexão sobre o vídeo, desenvolvendo a
consciência de conhecer a importância das funções psicológicas superiores
na vida do aluno.
METODOLOGIA: Vídeo e debate acerca do tema.
AVALIAÇÃO: Registrar as ideias principais do encontro.
6º ENCONTRO
TEMA: Apresentação do Filme “A voz do Coração” Direção de Christophe
Barratier e Philippe Lopes_Curval.
OBJETIVO: Compreender as causas da indisciplina e analisar as habilidades.
METODOLOGIA: Assistir ao filme na TV pendrive e debate acerca do filme.
AVALIAÇÃO: Escrever um breve relato sobre o filme.
SINOPSE: O filme inicia com o enterro da mãe de Morhange, após o enterro,
recebe a visita de um amigo de infância que traz consigo o diário do Sr.
Clémente Mathieu, ex-inspetor do internato para crianças problemáticas, onde
Morhange, e seu amigo passaram a infância juntos e em cujo lema era, “para
toda ação há uma reação”, onde os internos eram tratados com muito rigor,
sempre que faziam algo que estivesse em desacordo com as norma do lugar
eram surrados ou levados para a solitária, mas as crianças se tornavam cada
vez mais rebeldes e agressivos. Diante de uma vacância de professor,
contrataram um inspetor, o Sr. Clémente Mathieu, um músico que olhou para
aquelas crianças de maneira diferente dos outros funcionários do lugar. Além
das aulas, começou a ensinar música e descobriu alguns talentos, mas, um,
foi especial para ele, tratava-se do tímido, mas rebelde Morhange, que tinha
um talento nato, sua voz saía de sua alma ao cantar, ao perceber isso o Sr.
Clémente, a incentivou a mãe do garoto a procurar locais especializados para
desenvolver seu talento. Clémente foi mandado embora do internato, porém,
deixou uma semente plantada no coração do garoto e de sua mãe, que
seguem os conselhos do inspetor, Morhange, torna-se um grande maestro.
7º ENCONTRO
TEMA: Estratégias de Identificação do Aluno com Altas
Habilidades/superdotação
OBJETIVO: Conhecer as estratégias e os instrumentos de identificação do
aluno com Altas Habilidades/Superdotação.
METODOLOGIA: Serão utilizados textos e fichas para leitura e discussão.
AVALIAÇÃO: Registrar as ideias principais, observações e considerações
sobre o texto estudado.
8º ENCONTRO
TEMA: Atendimento ao Aluno com Altas Habilidades/Superdotação
OBJETIVO: Adquirir conhecimentos necessários para trabalhar com aluno
com aluno de altas habilidades/superdotação.
METODOLOGIA: Serão utilizados textos para leitura e discussão.
AVALIAÇÃO: Responder o questionário, com as mesmas questões que foram
feitas no primeiro encontro, visando verificar o conhecimento adquirido no final
do encontro. E um breve relato sobre todos os encontros.
5 AVALIAÇÃO
Ao término de cada encontro os profissionais da educação irão registrar as
ideias principais e as considerações pertinentes sobre o texto estudados enfatizando
o processo de diagnóstico dos alunos com altas habilidade/superdotação.
No último encontro os profissionais irão responder um questionário e um texto
final sobre as leituras e reflexões realizadas durante a formação continuada referente
aos tópicos da Fundamentação Teórica do Projeto de Intervenção Pedagógica na
Escola.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta produção didático-pedagógica foi elaborado para o Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE, constitui de uma proposta de implementação
pedagógica com objetivo aprofundar os estudos para a identificação do aluno com
Altas Habilidades/Superdotação.
A ideia deste material seja um subsídio para auxiliar os professores e equipe
pedagógica socializar conhecimentos sobre o aluno com altas
habilidade/superdotação, para que possam reconhecer e acreditar que o superdotado
está presente no ambiente escolar, desmistificando a ideia daquele “gênio” que se
destaca principalmente na escola e na mídia.
Para finalizar, esta produção pretende buscar conhecimentos sobre altas
habilidades para que os professores possam observar os alunos do 6º ano, do Ensino
Fundamental, com o intuito de gerar mudanças na prática escolar, oportunizar
entrosamento entre os profissionais da escola para diagnosticar e identificar o aluno
com Altas Habilidades/Superdotação.
6 REFERÊNCIAS ALENCAR, E. M. L. S. & FLEITH, D. S., Superdotados: determinantes, educação e ajustamento (2ª. ed.). São Paulo: EPU, 2001. ANTUNES, Celso. INCLUSÃO: o nascer de uma nova pedagogia. São Paulo: Ciranda Cultural. 2008. BENCZIK, E. B. P., Transtorno déficit de atenção/hiperatividade: atualização diagnóstica e terapêutica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000. BRANDÃO, S. H. A. Alunos com altas habilidades/superdotação: o atendimento em Sala de Recursos no Estado do Paraná. Dissertação. Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2007. BRANDÃO, S. H. A.; MORI, N. N. R. Alunos com altas habilidades/superdotação no Estado do Paraná. In: XXX Reunião Anual da ANPED, 2007, Caxambú. Anais. Caxambú: ANPED, 2007, 1 – 17. BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, Brasília: Impressa Oficial, 1988. BRASIL, Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial - MEC/SEESP, 2001. Disponível no site: http://portal.mec.gov.br/index.php, acesso no dia 10/05/2013. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 1994. BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional, LDB 9.394, de 1996, – 5. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.
BRASIL, Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Documento Elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria nº 555/2007, prorrogada pela Portaria nº 948/2007. Brasília – Janeiro de 2008. Disponível no site: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf, acesso em 10/05/2013. Delou, C. M. C. (1987). Identificação de superdotados: uma alternativa para a sistematização da observação de professores em sala de aula. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. FLEITH, D. S. (org.). A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades / Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. GOULART, Aurea Maria Paes Leme... [et al.] Altas habilidades: superdotação: reflexões e processo educacional. Maringá: Eduem, 2011. GUENTHER, Z. C. Desenvolver Capacidades e Talentos – um conceito de inclusão. Ed. Vozes, Petrópolis, 2000. GUENTHER, Zenita C. Lista de itens para observação em sala de aula. In: , Secretaria de Estado da Educação do Paraná (DEEI), Altas Habilidades/superdotação: Um Desafio. Texto escrito por Liliane Schenfelder Salles. Disponível no site: http://www.nre.seed.pr.gov.br/londrina/arquivos, acesso em 15/05/2013. GUIMARÃES, T.G.; OUROFINO, V. T.A.T. de. Estratégias de identificação do Aluno com Altas Habilidades/Superdotação. In. FLEITH, D. de S. (org.). A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades / Superdotação. Volume 1: Orientação a Professores. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007. LEONTIEV, A. A. O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Livros Horizonte, 1978. MAIA-PINTO, R. R. &Fleith, D. S. (2002). Percepção de professores sobre alunos superdotados. Estudos de Psicologia, 19, 78-90. Ministério da educação e cultura. Secretaria de Ensino de 1º e 2º graus; Centro Nacional de Educação Especial. Atendimento a superdotados: o papel dos pais. Rio de Janeiro: MEC, CENESP, FNDE, UERJ, CENHU, EDU, 1995. PARANÁ. Deliberação nº 09/01, Conselho Estadual de Educação do Paraná. SEED, Curitiba: 2001. Disponível no site: http://www.nre.seed.pr.gov.br/amnorte/arquivos/File/Deliberacao-09-01.pdf, acesso dia 10/05/2013.
PARANÁ. Indicação nº 01/03 de 02 de junho de 2003. Elabora normas complementares para a Educação Especial no Paraná. Câmara de Ensino Fundamental. Curitiba: SEED, 2003. PÉREZ, S. G. P. B. Sobre perguntas e conceitos. In: FREITAS, S. N. (Org.). Educação e altas habilidades/superdotação: A ousadia de rever conceitos e práticas. Santa Maria: Ed. da UFSM, 2006, p. 37-60. RENZULLI, J. S. O que é esta coisa chamada superdotação, e como a desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Educação. Tradução de Susana Graciela Pérez Barrera Pérez. Porto Alegre – RS, ano XXVII, n. 1, p. 75 - 121, jan/abr. 2004. VIGOTSKII, L.S, LURIA, A.R., A, N. LEONTIEV. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. Tradução Maria da Penha Villalobos. São Paulo: Icone, 2006. VIRGOLIM, A. M. R. O indivíduo superdotado: história, concepção e identificação. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v.13, p.173-183, jan./abr.1997. VYGOTSKI, L. S. Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. APENDICE A QUESTIONÁRIO
1-Qual seu interesse em estudar o aluno com Altas Habilidades/Superdotação?
2- O que você entende por alunos com Altas Habilidades/Superdotação?
3- Quais são as características do aluno com altas habilidades/superdotação?
4-Você conhece o processo de avaliação para identificar o aluno superdotado?
Justifique.
5- Na sua escola de atuação existe aluno superdotado? Teve oportunidade de
trabalhar algum tipo de conteúdo? Como foi?
6-Consegue reconhecer uma pessoa com altas habilidade/superdotação? Justifique.
7-Você acredita que em sua sala possa ter alunos com altas
habilidades/Superdotação?
8-O que seria esse atendimento educacional especializado diferenciado?
9-Você considera importante que o aluno superdotado receba atendimento
educacional especializado diferenciado? Justifique.
10-Você acredita que o aluno superdotado possa ter um baixo ou alto rendimento
escolar?
11- Em quantas áreas do conhecimento o superdotado pode ser privilegiado?
12-Na sua escola existe atendimento educacional especializado para aos alunos com
altas habilidades/superdotação?
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