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O Sindicato dos Operários Navais e o PCB no Contexto
Pré-Golpe de 1964: Faces da Mesma Moeda1
Célia Pereira da Silva*
Universidade Federal Fluminense
Introdução
Essa pesquisa baseou-se na metodologia História Oral, por meio dos depoimentos,
com roteiro previamente definido, de cinco ex-operários da indústria naval, residentes na
região de São Gonçalo e Niterói, militantes no Sindicato dos Operários Navais.
Todos esses ex-operários navais foram alvos dos agentes da repressão militar,
permaneceram presos, sofreram torturas físicas e/ou psicológicas. Trata-se de memórias
traumáticas, por isso, esses militantes sindicais conduziram seus relatos de acordo com suas
preferências.
Eles foram localizados por meio de uma rede de relações sociais que teve início após o
contato com o José Carlos Teodoro de Almeida. Como critério, para concessão da entrevista,
definiu-se a seguinte condição: residir na região de São Gonçalo ou Niterói e ter sofrido
repressão pelos agentes da ditadura militar, entre 1964 e 1985. Após as entrevistas, todos
possuíam em comum o seguinte fator: eles eram ex-operários navais e militantes no Sindicato
dos Operários Navais.
Essas entrevistas foram realizadas o mês de maio de 2014, individualmente, na
residência de cada um, nessa ordem: José Carlos Teodoro de Almeida, Jayme Navas da Costa,
1 Este artigo apresenta parte das ideias desenvolvidas na monografia do Curso de Especialização em Administração Pública. Defendida na UFF, em janeiro de 2016. *Licenciada em História pela UERJ-FFP. Mestranda em Administração pela UFF.
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Oswaldo Garcia Velloso Benedito Joaquim dos Santos e Ivan Duarte. Esses ex-operários
navais estão com idades entre 77 e 87 anos. Posteriormente, foi realizada uma entrevista, com
o grupo em outubro de 2014, mas com a ausência do Sr. Benedito Joaquim dos Santos.
Este artigo está estruturado em três seções: na primeira seção, intitulada: “João
Goulart: Síntese Política” abordaremos um breve histórico sobre a trajetória política de João
Goulart. Na segunda, denominada: “o “Complexo IPES/IBAD” e as Esquerdas Brasileira”
apresentaremos como a direita organizou em torno do complexo IPES/IBAD e os dilemas da
esquerda brasileira. Na última seção, designada: “o PCB e o Sindicato dos Operários Navais”,
trataremos da história do Sindicato dos Operários Navais, na perspectiva dos depoimentos dos
operários, relacionando a publicação “A Época dos Operários Navais”, organizada por Ângela
de Castro Gomes e aos documentos localizados no Arquivo Público do Estado do Rio de
Janeiro – APERJ.
Dessa maneira, o objetivo desse artigo é compreender o auge e o declínio do Sindicato
dos Operários Navais, sob a liderança do PCB, na luta em defesa dos direitos dos
trabalhadores e das Reformas de base, no contexto do golpe de 1964.
Essa pesquisa indica que a ascensão dos operários navais como atores políticos e
sociais capazes de influenciar as decisões da administração pública, traduz o poder
concentrado pelo PCB, pois o Sindicato dos Operários Navais parecia atuar como um comitê
desse partido.
João Goulart: Síntese Política
O governo do Presidente João Goulart (1961-1964) pode ser caracterizado por um
período no qual agudizou-se na sociedade brasileira o perigo de comunização do país,
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assombrando os grupos sociais ligados a direita que culminou com o golpe burgo militar2 de
1964.
Ao longo de sua vida, João Goulart, demonstrou habilidade no tratamento com a
população menos privilegiada, tornando-se popular em São Borja, sua cidade natal. Ele
ingressou na carreira política, a convite do seu amigo, Getúlio Dornelles Vargas, que
percebeu o seu potencial político. Desde 1950, talvez, ele começou a atuar na mediação de
conflitos entre trabalhadores e o empresariado. Posteriormente, em 1953, atuou, na mesma
função, na greve histórica dos marítimos, como também eram chamados os operários navais,
à convite de Getúlio Dornelles Vargas (FERREIRA, 2011, p. 71).
A aproximação do governo Vargas com os trabalhadores era uma estrategia política
de um governo populista que, a partir dos anos 1950, tentou construir um base popular de
apoio ao governo, a fim de minimizar a influência do capitalismo internacional no Brasil
(FERREIRA, 2011, p. 77, 79).
Essa postura política foi favorecida pela colocação do PCB na ilegalidade em 1947,
após o pedido de políticos do PTB, pois o operariado alinhado às ideias do PCB, migrou, nas
eleições seguintes, para o PTB, o partido de Getúlio Dornelles Vargas e João Goulart.
Assim, o PTB transformou-se no representando oficial das massas populares, enquanto
na clandestinidade o PCB continuava atuando na sindicalização do operariado. Entretanto, o
governo não dava atenção para essa atividade do partido (MENDONÇA, 1986, p.68).
O PTB foi reformulado por João Goulart, após o suicídio de Getúlio Vargas, em
24/08/1954, dando-lhe um viés mais a esquerda (FERREIRA, 2011, p. 138). Nas eleições
seguintes, ele elegeu-se Vice- Presidente em 1955 e 1960, pelo PTB e pela aliança PTB/PSD,
respectivamente (FAUSTO, 2002, p. 420, 436).
As desconfianças da direita brasileira com relação ao Vice-Presidente João Goulart
aprofundaram-se, após a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, pois, além do seu perfil
2 Ver Caio Navarro de Toledo (org.), Ditadura: o que Resta da Transição, São Paulo, 2014. O termo remete ao papel político da burguesia e de setores das Forças Armadas no golpe.
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político, ele estava realizando uma visita à China comunista. Por isso, ele foi impedido de
assumir a Presidência da República.
Por consequência, o seu cunhado Leonel Brizola, realizou intensa campanha, em
defesa da legalidade. Para resolver esse impasse, o Congresso criou o regime Parlamentarista,
a fim de possibilitar a posse de João Goulart como presidente, contrariando a Constituição
brasileira. Essa manobra política foi denominada de golpe branco. O sistema permaneceu em
vigor de setembro de 1961 a janeiro de 1963. Dessa maneira, nesse período, João Goulart teve
o seu poder político limitado (TOLEDO, 2014, p. 39).
As relações entre João Goulart e os trabalhadores, no período parlamentar, parecem ter
sido interrompidas. Somente no final de 1963, essa relação teria sido restabelecida, como
demonstrou a sua visita ao Sindicato dos Operários Navais em 22/11/1963. Essa visita foi
memorável para os militantes sindicais entrevistados. O final de 1963 marca, também, a
aliança de João Goulart como as demais forças de esquerda que, sob a liderança de Leonel de
Moura Brizola, na FMP (Frente de Mobilização Popular), lutavam pela implementação das
Reformas de Base (PORTAL ANPUH).
De acordo com a visão de Jayme Navas da Costa, Secretário do Sindicato dos
Operários Navais, o Presidente João Goulart, no discurso da Central do Brasil, cometeu um
grave erro ao anunciar a encampação de refinarias, nacionais e estrangeiras, entre elas,
Capuava, sinalizando, publicamente, talvez, a implementação de um governo socialista.
Jayme Navas da Costa, situou-se em seu discurso como parte integrante do governo
João Goulart, nesse movimento de tentativa de Reforma do Estado, ao usar o pronome pessoal
e possessivo na primeira pessoa do plural. Dessa maneira, estariam do mesmo lado, mais a
esquerda, enquanto a direita fortalecia-se em torno do chamado “Complexo IPES/IBAD”.
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O Complexo IPES/IBAD3 e as Esquerdas Brasileira
A direita brasileira, no contexto, pré-golpe, articulou-se em torno do “Complexo
IPES/IBAD”, em busca de atores sociais que fortalecessem essa instituição em defesa dos
valores capitalistas e do anticomunismo (FERREIRA; GOMES, 2014, p. 67); enquanto a
esquerda brasileira, da qual o PCB era o principal partido de massa, apesar da clandestinidade,
fragmentou-se em vários partidos por motivo de divergências internas, enfraquecendo o
partido e a esquerda.
Dessa maneira, a direita brasileira concentrou as suas ações, a partir de 1959 e 1961,
no IBAD e no IPES, respectivamente, quando foram fundadas essas instituições. No seu
discurso, defendia-se a legalidade, a democracia e a Constituição (FERREIRA; GOMES,
2014, p. 14).
O chamado “Complexo IPES/IBAD” desencadeou uma intensa campanha, em busca
de adesão e ou financiamento de empresários nacionais e internacionais, militares e
personalidades proeminentes da sociedade brasileira, tais como: intelectuais, religiosos
católicos, artistas. O prestígio social dessas pessoas era usado para disseminar o anti-
comunismo na sociedade. Para isso, utilizaram diversos meios: impressos, filmes, cursos,
palestras, peças teatrais e outros (DREIFUSS, 1981, p. 232).
Outra fonte de recurso e apoio ao “Complexo IPES/IBAD” foi o governo norte
americano, através da CIA (DREIFUSS, 1981, p.302).
Essa instituição, ao longo dos anos 1961 a 1964, conquistou poder político,
econômico e social, espalhando seus valores pelo país. Para isso, os militares das Forças
Armadas e da ESG foram fundamentais, pois eles ocuparam cargos de liderança nessa
instituição, como também, no governo de João Goulart. (DREIFUSS, 1981, p. 362, 365).
3 Termo usado por René A. Dreifuss, em: “1964: a Conquista do Estado – Ação Política, Poder e Golpe de
Classe.”, Petrópolis, 1981.
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Por outro lado, sob a perspectiva dos operários navais, nas ações do PCB visava-se
sempre a unidade. Entretanto, isso não ocorria na cúpula do partido. Por isso, esse partido,
gradativamente, enfraqueceu-se, tornando-se um pequeno partido em 1968 (GORENDER,
1987, p.92).
No início dos anos 1960, o PCB liderado por Luiz Carlos Prestes era o principal
partido de massa brasileiro, com influências nos meios estudantil e operário. Além disso,
participava das campanhas anti-imperialista (GORENDER, 1987, p.20).
Ao longo dos anos 1960, ocorreram várias fragmentações nesse partido, dando origem
a novas denominações, partidárias, como: o PC do B, em 1962 e o PCBR, em 1968. A
primeira cisão ocorreu porque um grupo opôs-se a mudança no nome do partido de PC do B
para PCB. A segunda, devido à opção do grupo pela luta armada.
Entre os fatores que tentam explicar o fracasso das esquerdas brasileira, nos anos
1960, ressalta-se: a ausência de unidade, a direção personalista de Luiz Carlos Preste e a sua
decisão de entregar a liderança na condução do processo revolucionário ao João Goulart,
ignorando a teoria marxista que aponta os operários como os protagonistas do processo
revolucionário(GORENDER, 1987, p. 62).
Assim, enquanto as esquerdas brasileiras fragmentavam-se, a direita reunida em torno
do “Complexo IPES/IBAD” fortalecia-se, no articulando as suas ações visando a deposição
do Presidente João Goulart.
O PCB e o Sindicato dos Operários Navais
O Estado brasileiro, ao longo do século XX, exerceu forte controle sobre os
trabalhadores urbanos. Isso ocorria por meio de mecanismos de coerção, de repressão e de
violência. Entretanto, o mundo do trabalho era influenciado pelas ideias comunistas desde os
anos 1920, quando o PCB foi fundado na cidade de Niterói.
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Somente com a chegada de João Goulart ao governo, como mediador de conflitos
entre os trabalhadores e o empresariado que essas práticas cessaram, devido às suas críticas a
truculência policial com os trabalhadores, durante a, já mencionada, greve histórica dos
marítimos de 1953 (FERREIRA, 2011, p. 79).
Entre os trabalhadores urbanos, do período pré-golpe de 1964, que se destacaram em
defesa dos seus direitos trabalhistas e das Reformas de Base, estão os operários navais que
pertenciam a uma categoria numerosa, organizada e politizada. Essa Categoria incluía todos
os trabalhadores da indústria de construção e reparação naval, pública e privada, área
considerada estratégia pelo governo federal, naquele contexto.
De acordo com o depoimento de Benedito Joaquim dos Santos, o Sindicato dos
Operários Navais atingiu o número de 100.000 operários filiados, com área de abrangência
em todo o Estado do Rio de Janeiro, na fase pré-golpe.
Esse Sindicato teve origem na cidade de Niterói, em 1949, sob influência do PCB,
após a extinção do Sindicato dos Caldeireiros de Ferro. Essa transformação ocorreu após uma
grande assembleia de operários, como nos relatou o Sr. Ivan Duarte, militante no Sindicato.
Esse partido emerge no cenário nacional fortalecido, após as eleições de 1946, que
elegeu para o Senado Luiz Carlos Prestes, líder do PCB, e dezessete deputados (FAUSTO,
2002, p. 442).
Entretanto, no ano seguinte, o PCB foi cassado durante o governo de Eurico Gaspar
Dutra (1946-1951), após o pedido de políticos ligados ao PTB. Após o fim da Segunda
Guerra mundial (1943), o contexto internacional de guerra fria teria justificado esse pedido.
(FAUSTO, 2002, p. 402).
Apesar disso, clandestinamente, o PCB continuou atuando na sindicalização do
operariado. Sob sua orientação, o Sindicato dos Operários Navais promoveu a formação e a
disseminação dos Conselhos Sindicais. De acordo com os depoimentos dos ex-operários
navais, esses conselhos eram constituídos por: um delegado e um subdelegado em cada setor
da empresa. Eles eram os representantes dos demais operários no Sindicato. Esses conselhos
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reuniam-se, todos os dias, na hora do almoço para discutir os problemas e as reivindicações
do operariado para, posteriormente, encaminhá-las ao Sindicato, como nos relatou José Carlos
Toledo de Almeida, Jayme Navas da Costa e Ivan Duarte
O PCB espalhou, ainda, células do partido, também chamadas de organizações de base
por: estaleiros, empresas e até em navios, como relatou o Sr. Benedito Joaquim dos Santos,
eleito presidente do Sindicato dos Operários Navais, em 1963, em seu depoimento organizado
por Ângela de Castro Gomes (PORTAL LABHOI).
Havia um nível de organização entre o PCB, o Sindicato dos Operários Navais, os
Conselhos Sindicais e as células do PCB que favorecia a articulação e a mobilização dos
trabalhadores. Essas instâncias eram inter-relacionadas, desde a base, as células ou
organizações de base até o ápice, o comitê central do PCB.
Esse partido promovia diferentes atividades que contribuíram para a formação de
lideranças sindicais e políticos dentro das próprias bases populares (PORTAL LABHOI). De
acordo com o depoimento do Sr. Jayme Navas da Costa, o Sindicato organizava uma eleição
como se fosse uma greve, elegendo candidatos alinhados às ideias de esquerda.
No APERJ, foi localizado um fluxograma, anexado ao ofício 110 de 15/12/1964, que
apesar de ter sido produzido pelo DOPS, parece demonstrar o nível de organização e
hierarquização existentes entre o Comitê Central do PCB, o Comitê Regional dos Marítimos,
o Comitê dos Operários Navais (Sindicato dos Operários Navais), Comitês Grandes Empresas
(CCN, CNNC e ELETROVAPO) e os operários (Organizações de Base).
Dessa maneira, essa pesquisa indica que o poder conquistado pelo Sindicato revela o
poder do PCB. Isso pode, talvez, ser reafirmado pelas informações contidas na Resolução do
Sindicato de 21/09/1963, localizada, também, no APERJ. Na qual, o Sr. Jayme Navas da
Costa, Secretário do Sindicato, eleito em 1963, consulta “as frações do partido”, a fim de
embasar as decisões do Sindicato. Essas frações traduzem, talvez, os diversos comitês ligados
ao PCB.
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A ascensão dos operários navais, como protagonistas na luta em defesa dos direitos
dos trabalhadores e das Reformas de Base, foi possível devido a aproximação do governo
Getúlio Vargas, através de João Goulart, dos trabalhadores, a fim de tentar constituir uma
base popular de apoio ao seu governo e evitar a dominação do capitalismo imperialista no
país.
João Goulart, que chegou ao governo como mediador, durante a greve dos
marítimos, logo foi nomeado Ministro do Trabalho. Mas, permaneceu apenas oito meses, no
exercício desse cargo. Ele justificou, no seu pedido de demissão, que estava sendo
pressionado, pela direita, devido ao seu comportamento com o operariado, acusado, entre
outros, de: inimigo do capitalismo e de incitar a luta de classes (PORTAL FGV).
Em seus relatos, esses operários ressaltaram que estavam dispostos a pegar em armas,
apesar da orientação pacifista, para defender o governo João Goulart. No dia 31/03/1964,
como afirmaram, milhares de operários navais se concentraram no Sindicato, aguardando uma
ordem. Entretanto, essa ordem determinou que deveriam evadir-se, pois o Sindicato seria
invadido pelas forças militares.
Apesar do poder conquistado pelo PCB, através do Sindicato dos Operários Navais,
esse partido era pacifista, considerado moderado diante das forças sociais da época (PORTAL
ANPUH). As correntes mais radicais que o integravam, ao longo dos anos 1960, romperam
com esse partido, formando outras denominações partidárias, como: PCBR e o PC do Brasil4.
Após o golpe, os sindicatos foram os primeiros alvos da repressão militar. Além disso,
os operários ligados ao movimento sindical foram colocados à disposição, com baixos
salários e impedidos de atuar na área naval. A partir do AI 5, em 1968, intensificou-se o
terrorismo de Estado na sociedade brasileira.
Outras estratégias, de enfraquecimento dessa categoria profissional, foram utilizadas,
como: a transferência para a categoria de metalúrgicos, com sindicatos fragmentados. Eles
4 Até 1962, o partido liderado por Luiz Carlos Prestes, denominava-se Partido Comunista do Brasil (PC do
Brasil). A partir de então, passou a ser designado Partido Comunista Brasileiro (PCB), o PC do B, permaneceu
como uma dissidência.
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perderam a estabilidade no emprego, estendida para todos os trabalhadores brasileiros. A área
naval foi sucateada e abandonada pelo governo federal, que passou a encomendar navios no
exterior, enquanto fechava estaleiros, no país, como a Companhia Nacional de Navegação
Costeira.
Considerações Finais
O poder conquistado pelo Sindicato dos Operários Navais pode ser comparado a uma
moeda: na frente, os operários navais; no verso, o PCB. Entretanto, a ameaça a direita não
estava situada no PCB, mas em outras forças sociais da época, pois esse partido era pacifista e
manteve-se nessa posição, mesmo após a decretação do AI 5, em 1968.
A repressão que se seguiu ao golpe provocou um retrocesso na cidadania e na
democracia brasileira. Esses operários, militantes sindicais, perderam a capacidade, naquele
contexto, de conseguir os seus meios de subsistência. Além disso, os sonhos de uma
sociedade mais justa e igualitária foram destruídos, com consequências sobre as gerações
atuais.
O exemplo de luta e participação, desses operários, pode ser seguido. Mas, nem o
capitalismo, nem o comunismo, historicamente, foram capazes, até então, de atender as
demandas da sociedade por Justiça e bem estar social. Um caminho alternativo deve ser
descoberto pela própria sociedade, mas isso não se faz sem participação.
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Bibliografia
13
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Classe. Petrópolis: Vozes, 1981.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 10ª Edição, São Paulo: Editora da USUP, 2002.
FERREIRA, JORGE. João Goulart – Uma Biografia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2011.
FERREIRA, Jorge & GOMES, Angela de Castro. 1964: o Golpe que Derrubou um
Presidente, Pôs Fim ao Regime Democrático e Instituiu a Ditadura no Brasil. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
GORENDER, Jacob. Combate nas Trevas – A Esquerda Brasileira: Das Ilusões Perdidas à
Luta Armada. São Paulo: Editora Ática, 1987.
MENDONÇA, Sônia Regina de. Estado e Economia no Brasil: Opções de Desenvolvimento.
Rio de Janeiro: Graal, 1986.
TOLEDO, Caio Navarro de (org.). 1964: Visões Críticas do Golpe – Democracia e Reformas
no Populismo. São Paulo: Editora UNICAMP, 2014.
14
Sites
A Época dos Operários Navais, Angela de Castro Gomes (org.), disponível em:
http://www.labhoi.uff.br/sites/default/files/a_epoca_dos_operarios_navais_angela_de_castro_
gomes.pdf acessado em 27/06/2015 às 17:50 h
Carta de João Goulart a Getúlio Vargas de 22/02/1954, disponível
em:<http://www.fgv.br/cpdoc/busca/busca-accessus> acessado em 14/09/2015 às 19:30 h
O Partido Comunista Brasileiro e o Governo João Goulart, Jorge Ferreira, disponível em:
<http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1363283639ARQUIVO_OPCBeogovern
oJoaoGoulart.pdf> acessado em 26/07/2015 às 18:40 h
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