ADLENY MARIA DE CASTRO CINTRALÍVIA REJANE CANTO GOMES
O PAPEL DO PEDAGOGO JUNTO A EMPRESA
Belém – ParáUnama
2002
O PAPEL DO PEDAGOGO JUNTO A EMPRESA
ADLENY MARIA DE CASTRO CINTRALÍVIA REJANE CANTO GOMES
Trabalho de Conclusão de Curso,apresentado ao Curso de Pedagogia-Ciência da Educação do Centro deCiências Humanas e Educação daUNAMA, como requisito para obtenção dograu de licenciatura plena em Pedagogia,orientado pela professora LucéliaBassalo.
Belém - ParáUnama2002
O PAPEL DO PEDAGOGO JUNTO A EMPRESA
ADLENY MARIA DE CASTRO CINTRALÍVIA REJANE CANTO GOMES
Avaliado por:
______________________________
Data: _____/_____/_____
Belém – ParáUnama2002
EPÍGRAFE
SE PLANEJAMOS PRA UM ANO,DEVEMOS PLANTAR CEREAIS.SE PLANEJAMOS PARA UMA DÉCADA,DEVEMOS PLANTAR ÁRVORES.SE PLANEJAMOS PARA TODA A VIDA,DEVEMOS EDUCAR OS HOMENS.
KWANTSU
DEDICATÓRIA
DEDICAMOS ESTE TRABALHOPRIMEIRAMENTE A DEUS, POIS NOSMOMENTOS DE CANSAÇOACLAMAVAMOS O SEU CONFORTO.E EM SEGUNDO AOS NOSSOS MARIDOSE FILHOS QUE TANTO NOSCOMPREENDERAM E NOS AJUDARAMNA CONSTRUÇÃO DESTA OBRA.
AGRADECIMENTO
AGRADECEMOS COM MUITA HONRA ANOSSA ORIENTADORA LUCÉCIABASSALO, PELA SUA DEDICAÇÃO,PACIÊNCIA, COMPREENSÃO E CARINHOQUE CONDUZIU ESTA OBRA.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................09
CAPÍTULO I
- A PEDAGOGIA: COMPREENDENDO SUAS ABORDAGENS..................12
CAPÍTULO II
- A IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO..................................28
CAPÍTULO III
- RELAÇÃO PEDAGOGO EMPRESA.......................................................38
CAPÍTULO IV
- A PRÁTICA PROFISSIONAL DO PEDAGOGO NA EMPRESA:
POSSIBILIDADES E DIFICULDADES....................................................46
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................52
REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS.............................................................54
ANEXOS
RESUMO
O estudo em questão tem como objetivo, buscar uma nova visão de
conhecimento no processo de ensino-aprendizagem, tentando repassar informações
acerca da importância da atuação do Pedagogo na empresa. Formar profissionais
comprometidos com um trabalho mais direcionado, orientando, coordenando e
buscando a qualidade do ensino, através de treinamentos e desenvolvimento,
tentando quebrar o paradigma de associar o Pedagogo à escola, esta visão precisa
ser mudada, portanto, ter uma visão polivalente podendo atuar em qualquer setor,
principalmente nas organizações. O método utilizado para que tivéssemos a coleta
de dados foi através da pesquisa qualitativa e quantitativa, onde foram entrevistados
05 (cinco) profissionais atuando na empresa com diferentes graduações. Os dados
coletados nos permitiram observar que a prática precisa ser aperfeiçoada tendo em
vista a modernidade que se preconiza na gestão de recursos humanos. Portanto, as
empresas estão se conscientizando da necessidade de possuírem equipes
multidisciplinares, onde o educador é o eixo norteador de novos desafios do mundo
empresarial. Então, o comprometimento com as metas e os resultados é de
fundamental importância, fazendo-se necessário mudar os planejamentos, investir
em tecnologia, cursos, treinamentos e seminários para que os resultados sejam
alcançados, e desenvolva-se essa nova visão do Pedagogo.
9
INTRODUÇÃO
Atualmente as empresas voltam suas atenções para um mercado
cada vez mais competitivo, exigindo a aquisição de profissionais qualificados e
capacitados, a fim de atender as exigências de um mundo globalizado.
Diante do exposto, desenvolver nas pessoas a percepção do novo, a
disposição para receber novas informações e ter a atenção seletiva para a novidade.
Ao mesmo tempo, conhecer novos assuntos, terminologias e fatos, conhecer
maneiras de lidar com estes fatos, tendências, seqüências universais e abstrações.
É o momento de não só veicular ou repassar informações, mas
estabelecer junto a esses mecanismos a implantação de um processo educativo
vinculado a Gestão Empresarial, reconhecendo sua importância em formar
profissionais atuantes e comprometidos com um trabalho mais direcionado.
O pedagogo se constitui como um dos vértices, articulados a outros
profissionais, a fim de produzir esse trabalho com alcance qualitativo, na medida em
que orienta, direciona e esclarece os pressupostos oferecidos pela empresa, bem
como sua aceitação no mercado, especialmente por atuar em um mercado, que
embora diversificado, restringe-se diante da concorrência, da necessidade de se
valorizar o indivíduo ao mesmo tempo como representante da empresa e o público
alvo dos seus serviços.
Sabemos que existem limites e dificuldades de abrir um espaço
maior para os profissionais da atualidade, mas entendemos que este é o momento
de mostrar direções, de interligar a educação como um dos segmentos da cidadania,
10
implicando numa espécie de suporte ao desenvolvimento de habilidades e
estratégias, objetivando romper com essas dificuldades e criar um espaço
operacional, baseado na educação dos profissionais que buscam a qualidade do seu
trabalho.
Portanto, é de fundamental importância à inserção do Pedagogo em
uma instituição empresarial, podendo assim aplicar T&D (Treinamento e
Desenvolvimento) na qualificação profissional, por isso o treinamento por ser um
fator de aumento da competitividade não deve beneficiar somente a empresa e sim
o educando em termos do seu desenvolvimento profissional. Porém, percebemos
que as instituições empresariais ainda têm uma visão distorcida do pedagogo, ou
seja, os vêem somente em uma instituição escolar, pois tamanha foi a nossa
dificuldade em encontrarmos pedagogos atuando em uma empresa como
educadores. Certamente os encontramos em diversos setores, praticando diversas
atividades, menos a de educadores. Porém, se pelo menos estivessem atuando no
setor de RH trabalhando com T&D ou até mesmo na área de planejamento seria
bem mais louvável, mais infelizmente esta não é a realidade.
Sendo assim, esta obra pretende mostrar uma nova visão que
começa a se solidificar na busca do exercício da aprendizagem acelerada, da
motivação crescente, da comunicação eficaz, da delegação permanente. Um perfil
mais digno, mais elegante, melhorando a vida das pessoas e o destino das
organizações.
Portanto, faz-se necessário desenvolver nas pessoas que integram
uma instituição empresarial a disposição para prestar atenção ao novo, estar
dispostas a dar respostas voluntárias e ter a satisfação com o aprendizado. Ao
11
mesmo tempo em que são capazes de informar a outros os que sabem, transferindo
conhecimentos, interpretando-os e extrapolando-os para novas situações.
O objetivo desta obra não é construir uma escada para cada pessoa,
ou etapas a serem vencidas passo a passo por aprendizes, mas estabelecer um
vínculo entre pedagogo e empresa, mostrando assim, sistemas de oportunidades
que possibilitem projetos espontâneos de crescimento e aprendizagem, condutores
à crítica estabelecendo assim um canal de comunicação com o sistema educacional.
Certamente, os objetivos destinados a renovar as pessoas que compõe uma
empresa, comprometendo e influenciando com novas informações que possam ser
extrapoladas para situações de aperfeiçoamento profissional.
Portanto, este estudo sobre o papel do pedagogo junto à empresa,
considerando que a multidisciplinaridade é fundamental para tratar do título sob foco,
foi realizado a partir de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, utilizando a
verificação in loco do trabalho de pedagogos no exercício de sua atividade
profissional dentro de empresas privadas ou públicas, através de questionário e
posteriormente tabulação e análise dos dados coletados.
12
CAPÍTULO I – A PEDAGOGIA: COMPREENDENDO SUAS
ABORDAGENS
Segundo BOMFIM (1995), a pedagogia, considerada como teoria
geral do ensino é constituída de várias abordagens, orientando a prática pedagógica
do ensino - aprendizagem em qualquer ambiente educativo. A empresa hoje, esta
sendo chamada a atuar junto aos seus servidores com uma abordagem cada vez
mais educativa. Educação para a qualidade, educação e reengenharia dentre outros,
tem evidenciado a necessidade de se tratar o ser humano numa perspectiva mais
educativa, do que meramente adestramento, treinamento, e/ ou desenvolvimento.
A sua abordagem da ênfase em quatro correntes que consciente ou
inconsciente norteiam a prática pedagógica nas empresas. Pedagogia Tradicional,
Pedagogia Nova, Pedagogia Tecnicista e Pedagogia Libertadora; cada uma nos
expõe uma visão do homem do mundo, princípios e procedimentos oferecem
fundamento para o planejamento na execução das tarefas de educação na empresa.
Assim vamos tratar a pedagogia tradicional na concepção de
HERBART, a Pedagogia na vertente não diretiva de ROGERS, a Tecnicista centrada
em MAGER e a Libertadora de FREIRE.
Segundo o estudo desenvolvido com a participação de dezesseis
profissionais de treinamento das correntes pedagógicas mais escolhidas foram:
Pedagogia Nova, cuja ênfase é o trabalho de grupo, metodologia comum aos
profissionais de treinamento; e a Pedagogia libertadora, cujos pressupostos
filosóficos dão sustentação para o paradigma de homem enquanto recurso humano.
13
Na parte profissional de treinamento constata-se uma dificuldade
básica em não ter, forma sistemática, uma matriz pedagógica norteadora para o seu
trabalho para que, a partir dela possa criticar, criar e recriar e até buscar outras
fontes pedagógicas que possam oferecer suporte aos seus desafios diários, no
tocante às empresas pode-se inferir que seus ideais de gestão participativa ainda
carecem de uma prática pedagógica correspondente.
O autor, parafraseando Guimarães Rosa, “poderei me sentir como
mestre, não porque ensino, mais porque aprendo todos os dias. Vamos aprender
juntos?”.
A empresa brasileira, na classificação realizada por FONTES (1975)
apresenta 4 (quatro) fases:
Fase Histórica – século passado se expande até a primeira guerra,
de 1914 a 1918. Inicia com a emergência urbana – industrial. Na direção havia
próprio dono que se não era o fundador, era seu herdeiro, mantendo o mesmo estilo
de gestão, os empregados não tinham poder de decisão. RH e treinamento não
recebem a mínima atenção.
A fase Pré - Desenvolvimentista – inicia por volta de 1930.
Caracteriza esta época uma série de mudanças político, sociais e econômicas.
Houve expansão das indústrias que culminaram com a construção da Companhia
Siderúrgica nacional (CSN), em Volta Redonda dando ênfase aos aspectos legais -
trabalhistas, cria-se o serviço de pessoal; o dono devido à legislação, já não pode
ser tão arbitrário e a gestão absoluta começa a ceder à descentralização.
14
Fase Desenvolvimentista – inicia-se no País, em 1956, marca uma
acelerada industrialização: produtos eletrodomésticos, automóveis, tratores, material
elétrico e ferroviário, navios, caminhões, ônibus, dentre outros.
A administração científica é o grande marco na gestão dos negócios
nesta fase. Criação da gerência de produção pessoal, mercados vendas,
financeiras, definem bem as características da fase desenvolvimentista.
FONTES (1975) classifica a quarta fase de educação das empresas
brasileiras em cibernética. A última fase classificada por FONTES (1975) já evolui e,
sobre ela os autores SEGRE (1991), CASTRO (1991) e RIZER (1991), analisam o
impacto das novas tecnologias no processo de gestão e no operariado em geral.
As mudanças são patentes, somando todos esses movimentos e
indicadores de evolução da empresa brasileira com repercussão em RH e no
homem. CHIAVEANATO (1992), chama atenção para o fato de que enquanto o
nosso País viabiliza e confirma sua postura democrática, as nossas empresas
andam em grande parte não conseguem se livrar das presas burocráticas da
autocracia, da hierarquização regida, da descentralização e da imposição coercitiva
de ordens e de comandos.
Saber identificar oportunidades pedagógicas é um desafio. Hoje
segundo NAETHE (1992).
A grande oportunidade pedagógica esta
centrada no homem, quanto mais treinado,
flexível e consciente mais estará capacitado a
atuar em níveis mais elevados de produtividade
e qualidade.
15
Assim, para atender as inovações sociais, culturais, econômicas,
políticas e tecnológicas, é preciso investir nas pessoas através da educação e do
desenvolvimento profissional.
O treinamento tem importância para empresa, na medida em que
cria atitudes e comportamentos positivos com os objetivos organizacionais e dos
indivíduos. Constitui-se num agente motivador e oportuniza, continuidade à
educação objetivando atualização de conhecimentos, preparo para exercer melhor a
função profissional. A motivação é um fator preponderante neste processo de
mudanças, pois o desejo de mudar das pessoas envolvidas no processo é
fundamental.
AUTOR DATA CONCEITO
OATLEY in HAMBLIN 1977 Treinamento é qualquer atividade que procura, deliberadamente,melhorar a habilidade de uma pessoa no desempenho de suatarefa (p.19).
HESSELING inHAMBLIN
1978 Treinamento é uma seqüência de experiências ou oportunidadesdestinadas a modificar o comportamento para atingir umobjetivo declarado (p. 18).
HAMBLIN 1978 Treinamento abrange qualquer tipo de experiência destinada afacilitar um ensino que será útil no desempenho de um cargoatual ou futuro (p. 15).
FERREIRA 1979 Treinamento dentro de uma empresa poderá objetivar tanto apreparação do elemento humano para o desenvolvimento deatividades que virá a executar, como desenvolvimento de suaspotencialidades para o melhor desempenho das que já executa(p.219).
CHIAVENATO 1985 Treinamentos são os processos educacionais, aplicados demaneira sistêmica, através do qual as pessoas aprendemconhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivosdefinidos (p.288)
TOLEDO 1986 Treinamento na empresa é ação de formação e capacitação demão-de-obra, desenvolvida pela própria organização, com vistasem suprir suas necessidades (p. 88).
MACIAN 1987 Treinamento é, assim, uma forma de educação. Suacaracterística essencial consiste em educar para o trabalho.
LEITE 1994 Treinamento é parente próximo do embrutecimento, doadrestamento. O desenvolvimento aparece como o instrumentoprivilegiado de ação da administração de Recursos Humanos,em razão da possibilidade que encerra de efetivo exercício dosvalores mais elevados do homem, e isso, como é evidente, semprejuízo, muito ao contrário, dos interesses de produção strictosensu das empresas.
Fonte: BONFIM (1995, p. 28)
16
São inúmeras as abordagens sobre a Pedagogia no treinamento; as
correntes pedagógicas orientam o aspecto pedagógico, o que, por sua vez dá
subsídios à Pedagogia no treinamento. Importante registrar e classificar mesmo que
o termo Pedagogia tem sua origem na educação da criança, ela não deve se
restringir a tal se muito menos à escola. A Pedagogia precisa ser vista como teoria
geral da educação em seu sentido lacto.
Se não atuarmos como seres humanos nas organizações com uma
abordagem mais ampla, corremos o risco de estarmos fazendo Pedagogia mesmo,
em seu sentido menos nobre como adestramento/submissão, aprendizagem restrita,
ao invés de uma abordagem mais rica em contrastes inerentes a todo processo de
ensino aprendizagem nas organizações, buscando a melhoria da relação capital
trabalho.
A par do exposto vamos delinear as correntes pedagógicas em
vários aspectos, foco da pesquisa do autor BONFIM (1994) explicitada no livro
Pedagogia no Treinamento.
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Categorias por Correntes Pedagógicas
0102030
405060708090
100
Ensino
Aprend
izage
m
Conhe
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valia
dos
Pedagogia TradicionalPedagogia NovaPedagogia TecnicistaPedagogia Libertadora
Fonte: Bonfim ( 1995, p.119)
Pedagogia Tradicional
Características Gerais
18
Moldar comportamentos e conhecimentos; modelos pré - definidos,
imprimindo imagens através da linguagem e pela observação sensorial. Estas
características são apresentadas também por GARCIA (1927), OLIVEIRA (1988) e
LIBÃNEO ( 1990 : 1991 ).
É HERBART (1776-1841), o grande marco da Pedagogia
Tradicional. Seu método pedagógico se apoiou na preparação, comparação,
assimilação e generalização. Segundo GARCIA (1977), essa pedagogia continua
sendo usada em várias partes do mundo.
Visão de Mundo
É visto como algo pronto, traduzido pelo conhecimento
sistematizado e acumulado ao longo dos anos. O mundo é externo ao indivíduo,
MRUKAMI ( 1986)
Visão de Homem
Homens ideais, desvinculado de sua realidade concreta, tabula rasa
onde são impressos as informações e conteúdos.
Ensino - Aprendizagem
Segundo LIBÂNEO (1984) diz que há três estágios de
aprendizagem: atividade sensorial, memorização, compreensão. Desse processo
privilegiam-se, o verbal, as atividades intelectuais e raciocínio abstrato.
Conhecimento
19
MIZUKAMI (1986) dá ênfase ao acúmulo de informações.
Objetivo
Conduzir o aluno ao conhecimento da verdade universal, para qual
ele deve estar disponível.
Metodologia
Exposição e demonstração.
Avaliação
Provas, exames, chamadas orais, exercícios, e etc.
Relação professor-aluno
Verticalização, o professor e o detentor de todo o saber, o aluno
recebe passivamente e acriticamente.
Pedagogia Nova
Características Gerais.
A grande vertente é o treinamento. Conteúdos, recursos e
metodologias só terão significados se forem trabalhados na perspectiva do
treinamento e não na perspectiva do profissional de treinamento.
Visão de Mundo
É desenvolvida, é impreguinada de conotações particulares na
medida em que o homem experiência o mundo e esses elementos não adquirindo
significados para o indivíduo.
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Visão de Homem
Homem - Mundo estão em interação e atualização, uma vez que o
homem se atualiza no mundo, com isso também transforma o mundo.
Ensino - Aprendizagem
O ensino está centrado na pessoa. As técnicas utilizadas têm o
caráter, não de dirigir, mas de facilitar a aprendizagem.
Conhecimento
Cabe o homem o papel central na elaboração e criação do
conhecimento.
Objetivo
ROGERS (1978) afirma que seu objetivo é: A pessoa em pleno
funcionamento.
Metodologia
Cabe a cada educador desenvolver estilo metodológico próprio. O
importante é que o aluno tenha autonomia para pesquisa crítica, aperfeiçoamento e
até substituição dos conteúdos que não tenha significado para si.
Avaliação
MIZUKAMI (1986) citando ROGERS (1972), diz que ele defende a
auto avaliação, onde o aluno é diretamente responsável por este processo, onde ele
assume total liberdade pela aprendizagem auto - iniciável.
21
Relação professor-aluno
O professor não ensina, apenas cria condições para que o aluno
aprenda. Segundo MIZUKAMI (1986), o professor não transmite conteúdo; facilita
para que o aluno experiência os conteúdos que forem necessários à sua
aprendizagem, numa interação com o meio.
Pedagogia Tecnicista
Características Gerais
No entender de LIBÂNEO (1984), a sustentação que a Pedagogia
Nova dá Pedagogia Tecnicista ocorre via o seu universo conceitual que privilegia o
aperfeiçoamento dos métodos de ensino, a racionalização do trabalho do professor,
tendo como referência o ritmo de aprendizagem diferenciada, portanto, centrado no
individual.
A tônica comum a Pedagogia Tecnicista inclui a racionalidade, a
eficiência, a produtividade, o controle a objetivação operacional do que se pretende
alcançar, como se dá nos moldes do sistema empresarial.
Visão de Mundo
A credita-se que a realidade contém as suas próprias leis, bastando
aos homens descobri-las e aplicá-las. O mundo já é construído.
Visão de Homem
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Não há um posicionamento claro sobre a visão de homem, como
afirma SAVIANI in Mendes (1983). Porém pode-se dizer que o primado aqui é o
objeto (empirismo) não do homem.
Ensino Aprendizagem
Aprender é modificar comportamento. A preocupação central será
organizar condições estimadoras que permitam o aluno sair, na situação de
aprendizagem, diferente de como entrou.
Conhecimento
Só tem valor o que é objetivo e cientificamente observável,
conhecido e mensurável.
Objetivo
Para HANGER ( 1981 ), o importante é que se estabeleça o objetivo
que se quer atingir. Assim, o planejamento de situações passa a ter importância para
antecipar o que se pretende conseguir.
Metodologia
A preocupação metodológica central esta no objetivo que deve ser
descrito e especificado em caráter comportamental. Para MANGER (1976),
estabelece seis planos sendo: 1- Do geral ao específico; 2- Seqüência e interesse;
3- Seqüência lógica; 4- Seqüência de habilidade; 5- Seqüência de freqüência; 6-
Prática do trabalho completo.
23
Avaliação
Do pré - teste à avaliação final, todo o processo está ligado ao
objetivo.
Relação professor-aluno
Confirma MANGER (1976), a filosofia da relação professor – aluno
atende aos princípios da administração por objetivos.
Pedagogia Libertadora
Características Gerais
Falar de Pedagogia Libertadora é falar da Pedagogia de Paulo
Freire. Iniciou seu método em 1961. No Chile, ele e CORTÊS pensavam em rever os
métodos e materiais existentes na prática pedagógica, há uma tendência em
repassar para os adultos os métodos aplicados às crianças. Daí surge o enfoque
dado a Andragogia no treinamento. Rejeitando as tradições pedagógicas, no que diz
respeito a limitar-se apenas à sala de aula, Freire vai levar suas concepções e seus
métodos mais para fora do aparelho escolar do que dentro, como afirma GADOTTI (
1985 ), MIZUKAMI ( 1986 ) dizendo que a obra de Paulo Freire é uma síntese
pessoal do neotonismo, humanismo, fenomenologia, existencialismo e o
neomarxismo.
Visão de Mundo
A Visão de Mundo não é separada da Visão de Homem. MIZUKAMI
(1986 ) diz que as duas categorias homem–mundo, sujeito-objeto , tem que ser
24
consideradas em conjunto. Trata-se de uma abordagem interacionista, embora haja
ênfase no homem como elaborados e criador do conhecimento.
FREIRE (1980) afirma que a realidade não pode ser modificada
senão quando o homem descobre que é modificável e que pode fazê-lo.
Visão de Homem
Na interação homem-mundo, sujeito-objeto, é a categoria homem
que ganha ênfase na Pedagogia Libertadora.
Ensino Aprendizagem
Freire (1980), a aprendizagem implica em tomar consciência do real
e através dos conteúdos, programas e métodos, o homem seja sujeito e pessoa,
está estabelecendo com outros relações de reciprocidade e de transformação do
mundo. Todo processo, na concepção de FREIRE (1980) só será válido se levar em
consideração à visão antológica do homem de ser sujeito e não objeto e, além disso,
que haja participação livre e crítica por parte do educando.
Conhecimento
Para Freire 1980, o ato do conhecimento implica a unidade dialética
subjetividade-objetividade, onde a prática transformadora se caracteriza pela
interação pelo sentir e pela percepção que o homem tem ao estabelecer contato
com a realidade. A compreensão dessa realidade é indutiva e não hipotético –
dedutiva.
Objetivo
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É a transformação do processo mental do educando na sua relação
homem-mundo e não a transmissão de conteúdos culturais sujeito – objeto.
Metodologia
Ativo dialógico e criativo (método). A Pedagogia Libertadora no que
tange a metodologia não se restringe apenas às atividades de sala de aula, mas
envolve toda uma preparação prévia. Abolindo posturas que indicam aula expositiva
e outras técnicas didáticas usuais, privilegiando, em sala de aula segundo a
caracterização de LIBÂNEO (1984), o diálogo educador educando, os trabalhos de
grupo com ou sem textos, o que importa é o processo do grupo que se traduz pela
vivência da participação e da troca de experiência.
O grupo determina a dinâmica do trabalho, onde a programação do
professor se adequa às necessidades dos educandos.
Avaliação
Auto-avaliação e ou na avaliação mutua. Ela é permanente e
recíproca professor – aluno e aluno – professor.
Relação professor-aluno
Esta apresenta no princípio da horizontalidade, onde educador e
educando tem trocas a fazer, num processo de aprendizagem mútua, através do
processo participativo nas situações vividas cotidianamente. O diálogo e o meio pelo
qual o educador – educando problematizam a realidade e a criticam.
26
As correntes pedagógicas são marcos fundamentais que devem
inspirar na investigação e compreensão de novas correntes pedagógicas
construídas e – ou em construção na dinâmica do processo educativo.
A partir do estudo realizado junto aos Profissionais de treinamento,
foram escolhidas as Pedagogias Nova e Libertadora como norteadoras de uma
prática pedagógica democrática e com vistas a superar o paradigma de homem em
quanto recurso humano, para uma perspectiva de ser humano. No que se refere à
empresa, embora haja uns discursos de gestão participativa às vezes uma ação
pedagógica com este fim pode esbarrar em traços culturais autoritários que
inviabilizam a efetivação da ação pedagógica do Profissional de Treinamento na
linha democrática, portanto mais participativa. Também foram detectadas
contradições quanto o Profissional de Treinamento escolhe e fundamenta a sua
ação pedagógica na Pedagogia Nova e Libertadora.
Isso responde ao seu ideário de uma ação democrática
pedagogicamente, porém, para o treinando pode significar uma ação pedagógica
que efetivamente não o habilita em termos rápidos e operacionais para o
desempenho efetivo de suas atribuições.
Essas conclusões devem ser vistas como novas pitas a serem
construídas reconstruídas e inovadas.
27
CAPÍTULO II – A IDENTIDADE PROFISSIONAL DO PEDAGOGO
Conhecer a evolução histórica da educação no Brasil, nos oferece
uma imensa riqueza de fatos sociais que servem de reflexão para a melhor
compreensão do estágio em que se encontra atualmente o sistema educacional
brasileiro.
De fato, as variáveis políticas, econômicas, geográficas, étnicas,
religiosas e sociais que interferiram na formação da política educacional deste país,
foram decisivas para a consolidação de uma cultura educacional dependente
culturalmente, direcionada principalmente ao atendimento dos interesses da classe
social dominante, desordenada e desatrelada de um planejamento social efetivo.
O trabalho a seguir é resultado das discussões e reflexões
realizadas a cerca da pedagogia enquanto ciência da educação, sobre a
investigação científica, e a reforma educacional. No entanto, a pedagogia, enquanto
ação instrumentalizadora do repasse de conhecimentos, esbarra em algumas
dificuldades, como a falta de clareza quanto ao campo específico da pedagogia, e
sim, uma contribuição embora de forma parcial a outras áreas do saber.
NÓVOA (2001, p.72), nos remete a uma interessante reflexão a
respeito da identidade profissional do pedagogo, fazendo as seguintes perguntas:
Qual a minha identidade profissional? Cientista da educação? Educador?
Pedagogo? Talvez a resposta seja Pedagogo, mas se um curioso pergunta
pedagogo do quê?
28
São perguntas que todo profissional tenta buscar resposta exata, e
muitas vezes não a encontra, pois a pedagogia integra o conhecimento em um
campo mais amplo do percurso profissional de cada pedagogo. No entanto, a busca
de uma identidade profissional fica clara a medida em que o educador integra
diferentes enfoques existentes no processo metodológico, prático, tendo como
suporte o conhecimento não só na área específica da educação, mas como
possibilidade de interagir, contribuir, para o desenvolvimento do homem, em seu
campo de atuação profissional. Para NÓVOA (2001, p. 74).
O universo educativo fica sujeito a uma grande
pressão social no sentido de uma maior
responsabilização profissional e de uma
acrescida exigência de qualidade. Doravante,
não é admissível uma ação pedagógica que não
se paute, desde a concepção e organização dos
programas à sua realização e avaliação, por
enquadramentos científicos e teóricos e por
desenvolvimentos metodológicos extremamente
elaborados do ponto de vista conceptual e
praxiológico.
E neste sentido que percebemos a necessidade do educador
encontrar e estabelecer um método mais crítico dentre as grandes dificuldades e
bloqueios, para transmitir seus conceitos elaborados no âmbito educacional,
dificuldades essas de utilizar uma avaliação e métodos adequados ao contexto
social do indivíduo, visando assim uma qualidade melhor no ensino aprendizagem.
Bem como o educador poderia utilizar em suas práticas de ensino a riqueza de
formulações de outras ciências. Dentre elas temos a Psicologia, a Filosofia, a
Sociologia etc., das quais o construtivismo ilustra bem o problema.
29
Entendemos, portanto, que se a pedagogia se constitui como uma
ação, envolvendo ensino - aprendizagem, esta deve ser revista, atualizada e
efetivada enquanto prática, tendo como embasamento o campo teórico que a
sustenta. Segundo NÔVOA (2001, p. 74).
A educação vive assim “empartilhada“ nesta
dupla visão, feita de desconfiança e de aposta,
de desqualificação e de exigência, de
desprestígio e de responsabilização, como se a
educação fosse, por um lado, um campo
científico e profissional habilitado por gente de
pouco valor e, por outro lado, o terreno social
onde se jogam quase todas as perspectivas de
futuro das sociedades contemporâneas.
Compreendemos que a educação se constitui como uma via de mão
dupla, uma contradição, pois ao mesmo tempo em que forma cidadãos reproduz o
sistema, prepara mão – de- obra que continuará explorando, isso se representar
condições, o que impossibilitará que chegue a uma efetivação de direitos iguais.
Assim diante dessas contradições a formação profissional se dá sob
as incompetências e dificuldades em extrair do ensino a essência que possa permitir
ao pedagogo reconstruir uma nova identidade profissional. Para NÓVOA (2001, p.
84)
A identidade das Ciências da Educação constrói
-se, assim por transbordo e transgressão das
disciplinas de origem, repensadas
conceitualmente com base na investigação de
novas temáticas e objetos de estudo. Mas a
identidade das Ciências de Educação constrói -
se também, é preciso sublinhá-lo, por adesão a
uma comunidade científica de referência, no seio
30
da qual se produzem os “critérios de sentido “ da
ação profissional e científica. A emergência de
uma identidade segunda é essencial à
consolidação de uma comunidade científico –
educacional e à definição transversal das
ciências da educação que instaure
progressivamente práticas e atitudes comuns de
investigação.
Portanto, a consolidação inconstitucional das ciências da educação
perde sua firmeza científica e dá espaço a influência social e política. Por este
motivo sente-se a necessidade de tornar mais forte e conciso o científico para que
haja qualidade em sua intervenção na mudança educacional.
Neste contexto encontra-se o pedagogo trilhando em novas
mudanças como ocorreu na década de 80, o qual exerceram papel significativo na
luta pela valorização do profissional da educação no que diz respeito à Pedagogia e
Licenciatura. LIBÂNEO (2001, p.107) diz que:
No geral, as mudanças ocorridas ficaram
restritas tão somente a alterações na grade
curricular dos cursos, sem avançar em questões
mais de fundo, como a problemática
epistemológica da Pedagogia, o
desenvolvimento da teoria educacional e a
investigação pedagógica.
Neste contexto, a epistemologia, o desenvolvimento e a investigação
pedagógica poderiam somar valores absolutos. Somente a partir da fusão desses
três fatores, norteados pela racionalidade técnica, poderia se obter um
direcionamento que viesse a neutralizar as ações políticas ideológicas dentro das
instituições. Dessa forma, a modernização acabou criando uma complexidade
31
administrativa e uma grande teia de mecanismos de controle dentro e fora da
educação, o que tornou mais conservadora na sua estrutura em geral quando
comparada com o antigo modelo. Com tudo isso, a racionalidade só veio acarretar
um poderoso aumento do esquema de dominação dentro e fora da educação, que
resultou a perda total de sua autonomia. Segundo LIBÂNEO (2001, p. 110).
A primeira regulamentação do curso de
pedagogia no Brasil, 1939, prevê a formação do
bacharel em Pedagogia conhecido como “
técnico em educação “. A legislação posterior,
em atendimento a Lei nº 4.024/01 ( LDB ),
mantém o curso de bacharelado para formação
do pedagogo ( Parecer CFE 251/62 ) e
regulamenta as licenciaturas ( Parecer CFE
292/62 ). O Parecer CFE 252/69 – a última
regulamentação existente-abole a distinção entre
bacharelado e licenciatura, as mantém a
formação de especialistas nas várias
habilitações, no mesmo espírito do Parecer CFE
251/62. Com suporte na idéia de “formar o
especialista no professor “a legislação em vigor
estabelece que o curso de Pedagogia recebe o
título de licenciado.
Na metade da década de 70, grande parte dos educadores uniu-se
em torno da teoria da reprodução e das teorias críticas da sociedade, ambas dando
subsídios teóricos para se fazer crítica da educação no capitalismo. Alguns
educadores que se juntam a esse movimento oferecem resistência de uma ciência
pedagógica. Conforme alguns membros que compunham essa teoria a Pedagogia
seria na sociedade o próprio modo de ser das ideologias dominantes, já que a
educação escolar atuaria como uma ação contrária das classes sociais. Alguns
32
intelectuais, principalmente filósofos e sociólogos da educação passaram a contribuir
na formulação de propostas para os currículos de formação de educadores.
Por volta da década de 80 a ANDE - Associação Nacional de
Educadores posiciona-se pelo entendimento da escola como lugar em que se
copiam as contradições sociais, um espaço de luta hegemônica de classes, de
resistência, de conquista da cultura e da ciência como ferramenta de luta contra as
desigualdades sociais impostas pela organização burguesa da sociedade.
É nesse sentido, que nos anos 80 se retomam a discussão sobre
a sistemática de formação de educadores que se realiza na Unicamp (Campinas -
SP, 1978) o I Seminário de Educação Brasileira. Surgem os Comitês Pró -
Reformulação dos Cursos de Pedagogia (Goiânia –GO 1980), depois a comissão
Nacional dos Cursos de Formação do Educador ( Belo Horizonte, 1983 ),
transformada recentemente(1990) em ANFOPE, onde foi exposto reflexões e
diferentes propostas como a reformulação de currículos em algumas Faculdades de
Educação. Percebemos que por dificuldades encontradas no campo teórico os
objetivos são parcialmente alcançados, por mais que essas experiências sejam
inovadoras ainda existe uma resistência por parte de vários grupos intelectuais
envolvidos.
LIBÂNEO no VI Encontro Nacional da ANFOPE (Associação
Nacional pela formação dos Profissionais da Educação), realizado em julho de 1992
em Belo Horizonte-MG expõe uma proposta a respeito do desenvolvimento dos
Estudos de Pedagogia no Brasil. E em um exposto fala:
O pedagogo (escolar ou não), segundo esta
proposta, seria considerado um profissional
33
especializado em estudos e ações relacionados
com a ciência pedagógica, pesquisa pedagógica
e problemática educativa, abordando o
fenômeno educativo em sua
multidimensionalidade. Nesse sentido, o curso
de pedagogia oferecia formação teórica,
científica e técnica para sua atenção em
diferentes setores de atividades” (LIBÂNEO,
2001, p. 109).
Entendemos, portanto, que o Pedagogo não deve restringi-se ao
campo escolar e sim deve abrir leques que venham agregar valores dentro do seu
campo de atuação, como, por exemplo, atuar em atividades extra - escolar (práticas
educativas, em serviços de saúde e promoções sociais, meios de comunicação,
formação profissional, produção de materiais didáticos de variada natureza ect.); nas
atividades ligadas à formação e capacitação de pessoal nas empresas.
Por tudo isso é importante que o pedagogo se estimule a trabalhar e
refletir sobre as mudanças e as novas posturas requeridas. As habilidades básicas
(como ler, interpretar, calcular e elaborar raciocínios complexos), específicas
(relacionadas à profissão em uma ou várias áreas afins) devem contribuir para um
profissional competente e mais autônomo, eclético e mais versátil. Não basta o
saber técnico relacionado a partes isoladas do processo; o que exige é uma
multiqualificação, a ampliação das habilidades e a visão global do processo
educacional.
Isto se reafirma quando LIBÂNEO (2001, p.116), diz que:
É quase unânime entre os estudiosos, hoje, o
entendimento de que as práticas educativas
estendem-se às mais variadas instâncias da vida
34
social não se restringindo, portanto, à escola e
muito menos à docência, embora estas devam
ser a referência da formação do pedagogo
escolar. Sendo assim o campo de atuação do
profissional formado em pedagogia é tão vasto
quanto são as práticas educativas na sociedade.
Em todo lugar onde houver uma prática
educativa com caráter de intencionalidade, há ai
uma pedagogia.
Portanto, as práticas educativas, não se dão de forma isolada das
relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma
sociedade, estando subordinadas a interesses de grupo e de classes sociais. É
nesse sentido, que a ação pedagógica da uma direção, um rumo às práticas
educativas, conforme esses interesses.
O processo educativo se viabiliza, portanto, como prática social
pensante por ser dirigido pedagogicamente porque é uma atividade intencional, e
que possui uma direção (embora nem todo trabalho pedagógico seja docente), o que
significa dizer que todo ensino supõe uma “pedagogização”, isto é, ela apresenta
uma direção pedagógica (intencional, consciente, organizada), com a finalidade de
converter as bases da ciência em matéria de ensino.
Então, entendemos que o pedagogo deve ser um profissional
qualificado para que ele possa atuar em vários campos e não se prender somente
na escola, mas necessariamente, atender e servir a sociedade do tipo formal, não
formal e informal devido à nova era, a tecnologia, o lazer, meios de comunicação,
prevenção ambiental. Sendo que as metodologias, a administração, o planejamento,
podem ser aplicados em outros ramos da educação como: nos serviços de
35
psicopedagia, nos programas sociais, nos serviços para a terceira idade, animação
cultural e empresas de modo geral. Para LIBÂNEO (2001, p.116)
Pedagogo é profissional que atua em várias
instâncias da prática educativa, diretas ou
indiretamente ligadas à organização e aos
processos de transmissão e assimilação ativa de
saberes e modos de ação, tendo em vista
objetivos de formação humana definidos em sua
contextualização histórica. Em outras palavras,
pedagogo é um profissional que lida com fatos,
estruturas, contextos, situações, referentes à
prática educativa em suas várias modalidades e
manifestações.
Sendo assim, o pedagogo pode atuar em vários campos, inclusive
nas empresas do setor privado ou não, (na área de recursos humanos, treinamento
e desenvolvimento), com a finalidade de preparar planejar, administrar, avaliar e
orientar, capacitando o profissional com qualidade e competência, para assim,
atender ao mercado de trabalho, que hoje se torna mais exigente e mais restrito,
pois cada vez mais se procura profissionais que possam atender não somente a
uma especificidade e sim várias dentro de uma instituição. A exemplo disso temos
economistas, administradores atuando na área de recursos humanos e treinamento,
por isso é tamanha a dificuldade do pedagogo atuar com suas habilidades e práticas
pedagógicas dentro de algumas instituições. Mas, acreditamos que esse paradigma
de que pedagogo só pode atuar em uma escola esta sendo rompida a medida em
que profissionais desta área começam a entender a pedagogia de uma maneira
mais crítica do ensino, do ponto de vista histórico social. Pensamos também, que
este paradigma pode ser rompido dentro das próprias universidades, pois foi e esta
sendo difícil desenvolver este trabalho. Foi, porque encontramos algumas barreiras
36
de alguns profissionais educadores dentro da universidade que nos informaram que
não poderíamos escrever nosso TCC nesta visão mais ampla que o pedagogo pode
atuar, pois a universidade não oferecia orientadores dentro do que pretendíamos
escrever, o que não é verdade. E esta sendo difícil, porque tamanha é a dificuldade
de encontrarmos materiais que abordem especificamente o assunto, até na própria
biblioteca da universidade que estudamos.
37
CAPÍTULO III – PEDAGOGO E A EMPRESA
Considerando um desafio esta escrita, partimos do pressuposto de
que os pedagogos devem ter uma visão lato sensu e não estrito sensu. Sendo
assim, pensamos que em toda empresa tem que haver uma organização e esta
organização se dá através de projeto pedagógico, o objetivo do projeto é a
constituição de certo tipo de trabalhador conveniente aos interesses capitalistas.
Segundo o autor KUENZER, (1995, p. 76)
A educação do trabalhador para o processo
capitalista se dá através de formas de
organização e controle do trabalho dividido, de
estratégias administrativas tais como,
rotatividade interna, alargamento de tarefa e
nível de participação nas decisões, treinamento
para execução do trabalho forma de supervisão,
instrução de segurança e saúde, e assim por
diante.
Neste sentido, percebemos que o projeto pedagógico que ocorre do
interior das instituições capitalistas, articula-se com o processo educativo,
principalmente na área de recursos humanos que nada mais é do que desenvolver
um conjunto das relações sociais, determinadas pelo capitalismo. Para executar
esse tipo de trabalho (capitalista), o trabalhador precisa ser educado, e esta
educação ocorre no seio do processo produtivo, ou seja, um conjunto das relações
sociais mais amplas, a vida, individual e coletiva, a família, valores, saúde. Portanto,
para que haja um rendimento máximo em relação ao desenvolvimento intelectual e
moral do indivíduo é necessário que haja uma organização, então a educação no
ambiente de trabalho se dá através de organização e controle do trabalho dividido,
38
planejamento de estratégias administrativas, participação nas decisões, treinamento
para a execução do trabalho, organizar diferentes formas de supervisionar e outros.
Portanto, as práticas educativas não se da de forma isolada das
relações sociais que caracterizam a estrutura econômica e política de uma
sociedade, estando subordinadas a interesses de grupo e de classes sociais; nesse
sentido que a ação pedagógica da uma direção, um rumo as práticas educativas,
conforme esses interesses. O processo educativo se viabiliza, portanto, como prática
social e pensante por ser dirigido pedagogicamente por ser uma atividade
intencional, e que possui uma direção (embora nem todo trabalho pedagógico seja
trabalho docente), o que significa dizer que todo ensino supõe uma
“Pedagogização”, isto é, ela apresenta uma direção pedagógica (intencional,
consciente, organizada), com a finalidade de converter as bases da ciência em
matéria de ensino.
Portanto, para que esta “Pedagogização” aconteça é necessário que
grande parte das empresas e seus gestores tome consciência de umas mudanças e
passe então a quebrar alguns paradigmas que permeiam seus modos de gerir.
Para PAULA (1999, p. 23), considera a mudança da gestão
empresarial com:
O maior desafio para as empresas no presente
e futuro não é tecnológico. É humano! O
equilíbrio entre produto, serviços e pessoas,
convergem para um único foco: a qualidade
através da excelência humana.
Porém, para melhorar a qualidade através de produtos e serviços,
contudo, requer uma visão educativa e administrativa, tomar consciência de um
39
papel mais dignos para as organizações e do poder de mudanças, tanto do homem
quanto da sociedade. Então, é importante que o pedagogo avalie o profissional e
aproveite cada chance de evoluir no ambiente de trabalho, não deixando se
desmotivar por situações difíceis, superando com otimismo. Essas mudanças podem
ser solucionadas através do “agir”, optar pela criatividade, o talento, ética,
competência, são qualidades que uma empresa necessita para crescer sem
obstáculos e com boas melhorias.
Assim, o “saber“ das universidades e o “fazer“ das empresas
somados, podem potencializar riquezas e restringir misérias resgatando o país para
o seu destino de gigante. Se vivemos hoje a crise mais angustiante da história
humana, com paradoxos que vão da sofisticação tecnológica à degradação moral, é
também verdade que esta crescendo uma nova mentalidade pedagógica, frágil
ainda mais sustentada pela tomada de consciência, cuja origem é o socrático
“conhecer a si mesmo” para mudar a si próprio, em favor do seu todo.
Como podemos verificar se faz necessário que o olhar sobre o
profissional seja na sua totalidade, saber levar em consideração o pensamento
futuro, o homem detentor de si e as sociedades menos fatalistas e com maior valor
humano agregado na era da competência. E esta competência só é concedida com
sucesso quando se busca uma aprendizagem acelerada de motivação, da
comunicação eficaz. Uns perfis dignos, competentes, para melhorar a vida dos
profissionais e o destino das organizações.
No decorrer dos tempos com a globalização, PAULA (1999, p.83)
comenta que:
40
Um número cada vez maior de pessoas esta e
ficará a margem da chamada “3º revolução
industrial”, englobando todos os setores da
economia incluindo o mais recente deles, a
prestação de serviços.
Percebemos, que com a globalização o profissional tem que esta
sempre informada, fazer novos cursos, palestras e outros, para que possa ter uma
nova postura em relação ao homem - trabalho, ajustar a educação para atender a
necessidade do mercado, com profissionais qualificados, seja no emprego formal ou
informal, dentro ou fora das organizações isto pode ser explicado pelo próprio
capitalismo, porque o objetivo dele é o lucro e para isso necessita sobreviver à
concorrência e o mercado. Um dos pressupostos para a sobrevivência é manter-se
em condições de competitividade, o que leva à busca contínua de redução de custo.
Um dos elementos necessários à extração de mais valia, é a qualificação
profissional, ou seja, detentor do processo de ensino aprendizagem, aprender de
forma integral.
É essa relação entre mais valia e qualificação leva a busca
constante de diminuição dos poros da produção de organizar o trabalho de modo a
explorar as potencialidades do trabalhador de introduzir tecnologias que possibilitem,
diminuição de tempo de trabalho necessário e o aumento do trabalho excedente.
Neste sentido, a educação, a qualificação profissional e a cidadania,
quando concebidas e organizadas a partir da lógica do capital ficam restritas às leis
do mercado e empobrecem o conceito de homem. Dessa forma, a forma como tem
sido apresentadas pelos capitalistas não respondem aos anseios da sociedade, mas
apenas uma parte dela.
41
Em linhas gerais, ao mesmo tempo, que o neoliberalismo aponta um
acesso igualitário a educação se constitui contraditório, na medida em que ela forma
profissionais voltados ao atendimento da produção, reproduzindo a força de
trabalho, preservando a hegemonia da classe dominante. Para GENTILLI (1994,
p.24).
O mais provável é que o acesso a esse mercado
profissional seja regulado - mais do que o é na
presente configuração da educação pública –
pela posse ou falta de outros recursos e
instrumentos de poder produzindo nesse
processo mais igualdade educacional e social.
Analisando sob esse prisma, vemos que aqueles favorecidos pela
educação permanecerão ”iguais”, em detrimentos daqueles que não tem essa
mesma oportunidade de acessar a educação, pouco lhes restando em termos de
escolha quanto ao futuro, muitas vezes substituindo a educação por um trabalho
como forma de garantir sua sobrevivência. O autor prossegue dizendo que:
Ao lado desse processo de mercantilização da
educação, há uma forte pressão da educação,
para que as escolas e as universidades se
voltam para as necessidades estreitas da
indústria e do comércio. Parte-se aqui de uma
crítica da educação institucional existente como
ineficiente, inadequada em relação ao trabalho
nos setores da indústria, do comércio e dos
serviços...(1994, p.24).
Portanto, manifestando uma excessiva preocupação com o preparo
da mão de obra qualificada para atender as exigências do mercado neoliberal, o
trabalhador não é visualizado como cidadão de direitos, apenas como intermediador
42
entre o capital e as novas tendências do mercado produtivo.”As classes com poder e
recursos continuarão a lutar por pedagogias e currículos que garantem seu
investimento em capital cultural e sua posição na estrutura econômica e social”.
(GENTILLI, 1994).
Dessa forma, a educação tem seu caráter de política social pública,
e, portanto, destinada atender a população, limitado e manipulado pela lógica do
capital, ou seja, a de formar trabalhadores capacitados para ingressar no mercado
de trabalho.
“O neoliberalismo se caracteriza por pregar que o Estado intervenha
o mínimo na economia, mantenha a regulamentação das atividades econômicas
privadas num mínimo e deixe de agir livremente os mecanismos do
mercado”(idem,p.26).
A “livre escolha”, na verdade é fruto da repressão cultural, a qual
impede que o aluno (ou futuro profissional) perceba que ingressará num mercado de
trabalho cada vez mais competitivo e que ao se preparar adequadamente (segundo
as determinações do capital), reunirá condições para enfrentar a concorrência e
sendo alvo das ações humanísticas defendidas pelo capital, passa a acreditar que a
educação representada por um Estado já desgastado pelo individualismo político
está fazendo algo por ele, investindo na sua preparação, quando na realidade sua
finalidade é engrossar a mão de obra e adaptá-la às novas tendências, sob os
moldes internacionais.
Nesse sentido, a educação, enquanto um dos vértices da política de
direitos, deveria estar comprometida em formar profissionais críticos, atentos e
desalienados.
43
GENTILLI (1994), apropriando-se das idéias de GRAMSCI afirma
que:
Criar uma nova cultura, não significa apenas
fazer individualmente descobertas “originais”,
significa também e, sobretudo, difundir
criticamente verdades já descobertas, socializá-
las por assim dizer, transformá-las, portanto, em
base de ações vitais, em elemento de
coordenação e de ordem intelectual e
moral...(p.71)
Este é o novo paradigma que se apresenta à educação, como fonte
do desenvolvimento do conhecimento crítico, aquele que aponta verdades e
Conseqüentemente possibilidades. Então, para atingir o objetivo do capitalismo a fim
de qualificar os trabalhadores, é necessário que o pedagogo crie condições de
“ensinar a pensar”.
Dessa forma, o educador não pode mais restringir ao “papel
tradicional” de quem ensina. Diante desse quadro, o educador precisa desenvolver
na empresa, elementos que não apenas adeqüem o indivíduo, mas que contribua ao
seu desenvolvimento pessoal e profissional objetivando que este possa contribuir
não apenas a um repasse de conhecimentos ou idéias, mas ao desenvolvimento de
uma consciência crítica, para OLIVEIRA JÚNIOR (1999, p. 66):
O objetivo da educação é, ou pelo menos
deveria ser, ensinar as pessoas a se educarem
tanto no desempenho de atividade intelectual
como na prática ou técnica.
44
Faz-se necessário que o educador desenvolva sua criatividade,
capacidade e desprendimento, objetivando contribuir à formação de cidadãos
igualmente críticos, políticos e argumentadores. È o momento de canalizar ações
potencializadora de forças, tendo na empresa um espaço onde respeita os limites,
mas criam-se possibilidades de contribuir ao amadurecimento pessoal e
desenvolvimento psicológico, não só por parte do trabalhador, mas do profissional
empenhado em favorecer mudanças.
45
CAPÍTULO IV – A PRÁTICA PROFISSIONAL DO PEDAGOGO NA
EMPRESA: POSSIBILIDADES E DIFICULDADES.
Foram realizadas entrevistas com 05 (cinco) profissionais:
Pedagogo, Assistente Social, Psicólogo. Utilizamos um questionário com perguntas
objetivas e subjetivas.
Os dados coletados nos permitiram observar que a prática precisa
ainda ser mais discutida e aperfeiçoada tendo em vista a modernidade que se
preconiza na gestão de recursos humanos.
Detectamos que 100% dos profissionais tem nível superior completo
e especialização em administração de RH e Psicologia Organizacional.
No tocante as formações para atuar com a supervisão empresarial
ratificaram a resposta acima.
Ao indagarmos sobre o trabalho desenvolvido, 100% das respostas
informaram realizá-lo de forma integrada e conjunta. O que consideramos positivas,
pois o conhecimento é produzido através da interação com o outro. Sua atividade
passa a ser considerada não no isolamento das relações do sujeito no mundo físico,
mais nas interações culturalmente construídas através das práticas sociais.
No que se refere às ações/planejamento de metas para o
empregado, indicaram:
Capacitação (entrevistados 1 e2 )
46
Treinamento, capacitação, cursos (entrevistados 3, 4 e 5)
A capacitação obteve 100% das respostas, a atualização de
conhecimentos é importante. Entretanto o que se verifica é a inexistência de
programas de formação em serviço, que deveriam garantir um espaço permanente
de reflexão da prática de qualquer profissional. Portanto, consideramos que a tarefa
principal de qualquer estrutura seja educacionais, sociais, administrativas etc... Deve
promover o desenvolvimento do ser humano e aprendizagem nas dimensões
cognitivas, sociais, emocionais e motoras.
Dentre os problemas enfrentados para o processo de seleção de RH
na empresa mencionaram o “curriculum”, e o “perfil” definido com o indivíduo,
variáveis que nem sempre atendem as exigências das áreas de atuação da
empresa.
Em termos de sugestões para futuros pedagogos foram
mencionados:
especialização nas áreas de RH, Treinamento e
Desenvolvimento, Informática (entrevistado 1);
Não deu sugestões (entrevistado 2);
Que o pedagogo esteja envolvido tanto na atividade meio
como na atividade fim da empresa, objetivando alcançar
melhores índices de produtividade (entrevistado 3);
A busca de conhecimentos diversificados uma vez que o
pedagogo tem múltiplas funções e/ou atribuições
(entrevistado 04);
47
Que utilizem metodologias adequadas aos agentes
multiplicadores: instrutores, consultores internos da empresa.
(entrevistado 05);
No tocante a satisfação do pedagogo com sua prática,
responderam:
Crescimento das pessoas através dos processos de
capacitação (entrevistado 01);
Realização de um trabalho coerente entre o saber técnico e
prático e sendo um membro articulador junto ao grupo
(entrevistado 02);
Participação no sucesso da empresa considerando o
crescimento profissional da mão de obra e sua adequação
nos postos de serviços são produtos de seus trabalhos
(entrevistado 03);
Através do estímulo da valorização, liderança e alcance dos
seus objetivos profissionais (entrevistado 04);
Quando o processo educativo se efetua dentro da empresa a
cada nova ação com criatividade e eficiência (entrevistado 05)
É evidente que um dos maiores desafios organizacionais é obter o
envolvimento permanente dos funcionários nas tarefas que executa. A participação
responsável, a busca de motivação de pessoas passou a ser o objetivo maior das
48
instituições. Funcionários envolvidos e participantes, trabalhando em equipes
produzem mais e com maior qualidade e satisfação.
No questionamento quanto às metodologias utilizadas nas suas
atividades como: Seleção, treinamento e desenvolvimento dentre outros, foram
delineadas as seguintes respostas:
Participativa na base do “aprender fazendo”, baseada no
construtivismo, na seleção são usadas entrevistas e painel (
Entrevistado 01)
Assessoramento técnico ao gerente de Recursos Humanos,
através de processo avaliativo tendo como indicadores, o
Curriculum, Entrevista e Parecer Técnico (entrevistado 02)
Análise curricular, entrevistas e coletas de informação.
Atualização constante do funcionário, assim como sua
preparação para a carreira que possa vir a percorrer na
empresa através de cursos, estágios e outros eventos
adequados a sua função (entrevistado 03)
Estímulo, diálogo, conversa, entre outros (entrevistado 04)
Entrevistas individuais e coletivas, dinâmicas de grupo, testes
práticos, situacionais ou de conhecimentos, seminários,
palestras, painéis, dinâmica de grupo, estudo de caso
(entrevistado 05)
49
Numa época de complexidade, mudanças e incertezas, a gestão
tornou-se uma das mais importantes áreas de atividade humana. Neste contexto o
avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano por si só, não
produzirão efeitos se a qualidade da administração efetuada sobre os grupos
organizados de pessoas não permitir uma aplicação efetiva desses recursos.
Outro item pontuado na entrevista é o tipo de investimento realizado
para qualificar os colaboradores da empresa, como: Capacitação intensiva:
Presencial ou semipresencial ou livre; programas de integração através de
atividades lúdicas, jogos, recursos financeiros através de prêmios.
Programa de educação à distância; (Entrevistado 01)
Cursos, treinamentos, conforme a necessidade (Entrevistado
02)
Estágios remunerados até mestrado ou doutorado, caso
tenha recursos para tal (Entrevistado 03)
Investimento orçamentário dentro de um programa de
desenvolvimento estruturado pelo R H; Treinamento e
projetos específicos (Entrevistado 04)
Investimento em cursos de atualização, intercâmbio de
experiências fora do Estado de origem, treinamentos intensos
com instrutores da própria empresa e/ou de outras instituições
(entrevistado 05)
50
Segundo Josias Filho, no artigo “O Processo de Mudança
Organizacional”, a pedra angular da competitividade de uma empresa são as
pessoas: uma força de trabalho com um bom nível de instrução e competente, capaz
de desenvolver as suas potencialidades ao mesmo tempo em que contribui para o
crescimento da organização em qualquer área de conhecimento : Pedagogo,
Assistente Social, Psicólogo, Sociólogo, dentre outras funções afins formando
equipes polivalentes e atuantes.
51
Considerações Finais
Uma teoria crítica da educação precisa reconhecer que o próprio
processo pedagógico representa um aspecto importante da produção do
conhecimento. Tendo como referencial a Gestão Empresarial e o Papel do
Pedagogo neste processo, procuramos aliar o pensamento de vários estudiosos e a
coleta e análise de dados através de pesquisa, realizada com profissionais da área
em questão, no sentido de repensar a formação do educador e sua importância no
contexto organizacional, interagindo com outras áreas do conhecimento. Como já
registrado neste documento quando se fala no pedagogo associa-se a escola, no
entanto, esta visão precisa e deve ser mudada pela polivalente atuação do mesmo
em qualquer setor que atue, principalmente no tocante às organizações, segundo os
parâmetros da qualidade, produtividade, valorização, motivação, criatividade para
obtenção dos novos paradigmas que vem alicerçando os rumos modernos das
instituições.
As empresas estão se conscientizando da importância de tratar seus
colaboradores como seres humanos. É o aprendizado permanente, a capacitação e
a interação, entre outros, são fundamentais para o êxito das ações. Daí, a
necessidade de uma equipe multidisciplinar, onde se destaca o educador para
nortear os novos desafios do mundo moderno empresarial.
Acreditamos que os objetivos foram alcançados, pois, não
pretendíamos esgotar o assunto, mas, pontuar os principais indicadores do tema em
questão, considerando as transformações constantes que vivenciamos e destacar a
valorização dos profissionais ligados à educação além de priorizar a formação dos
mesmos, visando adaptá-las as transformações sociais e por último resgatar o
52
sentido coletivo e participativo do “fazer” educativo, dentro das organizações
empresariais.
O que se pode depreender deste documento é a criação de modelo
de gestão otimizando recursos humanos para investir na qualidade e
aperfeiçoamento dos RH; Reestruturação Organizacional, Tecnologia, Informação
para optar-se um altíssimo giro operacional, beneficiando a empresa e os que dela
fazem parte, contribuindo para a satisfação profissional e pessoal de todos os
envolvidos. Sabemos que as dificuldades estão nos planejamentos estratégicos, no
cenário econômico e na própria aceitação dos dirigentes em mudar, em olhar sua
equipe de modo valorativo, chamando todos à participação e comprometimento, com
metas e resultados. Investir em tecnologias, cursos, treinamentos, seminários,
capacitação ao longo do processo, para acompanhar a dinâmica da gestão dos
empreendimentos são fatores preponderantes para os resultados que esperamos
alcançar, pois como diz o ditado popular.
“O passado é um ”hoje” que já acabou e o futuro é um “hoje” que vai
chagar”.
53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Treinamento Empresarial. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Qualitymark, 1995.
CARVALHO, Celso do Prado Ferraz – A educação Cidadã na Visão Empresarial: O
Telecurso 2000. Campinas, SP: Ed, Autores Associados 1999.
DONÁDIA, Mário – Treinamento e Desenvolvimento Total: Ensinando as Empresas
a Aprender. Rio de Janeiro, RJ: Ed, Qualitymark, 1999.
GARRIDO, Pimenta Selma et alli. Pedagogo Ciência da Educação? São Paulo, SP:
Ed, Cortez, 2001 e outros.
GENTILI, Pablo A. A. et alli – Neoliberalismo, Qualidade Total e Educação.
Petrópolis, RJ: Ed, Vozes, 1994 e outros.
GOMES, Carlos Minayo – Trabalho e Conhecimento: Dilemas na Educação do
Trabalhador. São Paulo, SP: Ed, Cortez, 2002.
JÚNIOR, Osmar Oliveira – Neoliberalismo Educação e Emprego. Juiz de Fora, MG:
Ed, Feme, 1999.
KUENZER, Acácia Zeneida - Pedagogia da Fábrica. São Paulo, SP: ED, Cortez,
1995.
LIBÂNEO, José Carlos – Pedagogia e Pedagogos, Pra que? São Paulo, SP: Ed.
Cortez, 2000.
54
PAULA, de Ieda – Do Chão de Fábrica à Presidência. Rio de Janeiro, RJ: Ed.
Qualitymark, 1999.
SILVA, Ezequiel Theodoro – Os (des) Caminhos da Escola: Traumatismos
Educacionais. São Paulo: Ed. Cortez, 1990.
56
Questionário de Entrevista
O presente questionário de entrevista é composto de 10 (dez) perguntas, sendo 5 (cinco)subjetivas e 5 (cinco) objetivas.
1- Qual o seu grau de escolaridade?
( ) superior completo( ) superior incompleto( ) curso médio completo( ) outros (especificar): ________________________________________________
2- Qual a sua formação específica, que o qualificou para atuar em supervisãopedagógica empresarial?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Qual o nível de integração do seu trabalho com outros grupos interdisciplinaresda empresa?
( ) Integrado( ) Em conjunto( ) Individual( ) Cada qual com o seu grupo
4- Quais ações que você desenvolve na sua atividade profissional têm relação como planejamento de metas para o empregado?
( ) Treinamento( ) Capacitação( ) Cursos( ) Relatórios
5- Quais os problemas que você encontra no processo de seleção de RH naempresa?
( ) Perfil definido do indivíduo( ) Recomendações( ) Currículum
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6- Que sugestões você daria para futuros pedagogos que desejem atuar dentro dasempresas?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7- De que maneira o pedagogo pode ficar satisfeito com a sua prática profissional?__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8- Quais são as metodologias que você utiliza no decorrer de seus trabalhos, como:seleção, treinamento e desenvolvimento, dentre outros?
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9- Quais as dificuldades encontradas na empresa em relação ao desenvolvimentode seu trabalho?
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10- Que tipo de investimento é realizado para qualificar os colaboradores da empresa?_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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