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Sousndrade
O Guesa errante
Reviso e atualizao ortogrfica
Iba Mendes
Publicado originalmente em 1868.
Joaquim de Sousa Andrade de Caukazia Perreira
(1832 1902)
Projeto Livro Livre
Livro 44
Poeteiro Editor Digital
So Paulo - 2014www.poeteiro.com
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Projeto Livro Livre
O Projeto Livro Livre uma iniciativa que propeo compartilhamento, de forma livre e gratuita, de
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3t l, daremos nossa pequena contribui"#o para o desenvolvimento daeduca"#o e da cultura, mediante o compartilhamento livre e gratuito de obrassob domnio p!blico, como esta, do escritor brasileiro 0ous isso;
Iba Mendes
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BIOGRAFIA
Durante a 2 fase romntica, no Brasil, Joaquim de Sousa Andrade ou
Sousndrade, como preferia que fosse chamado, despontou-se como um poeta
pouco conhecido entre seus contemporneos. Segundo Haroldo de ampos,dotado de um estilo irre!erente e ousado, o citado autor acentua tal
caracter"stica por meio, dentre outras coisas, da #i$arria de seu pr%prio nome,
que consiste na aglutina&'o de seu nome de fam"lia.
(studos so#re sua #iografia retratam que Sousndrade nasceu na fa$enda )ossa
Senhora da *it%ria, pr%+ima ao rio ericum', munic"pio de uimar'es, no
estado do aranh'o, a no!e de /ulho de 012, !indo a falecer em S'o 3ui$, a 20
de a#ril de 0452, le!ando consigo uma !ida repleta de a!enturas e de di!ersas
peregrina&6es por todo o mundo.
7ilho de Jos8 Joaquim de Sousa Andrade e de aria B9r#ara ardoso,
importantes fa$endeiros pertencentes : elite no#re de Alcntara, muito
precocemente, o poeta e sua irm' Ana ficaram %rf'os de pai e m'e,
desencadeando a desestrutura familiar e a ru"na da fortuna herdada. )as
pala!ras de ampos, tais acontecimentos foram e+plorados anos depois pelo
poeta, na o#ra ;< uesa=, em que 8 e!ocada sua infncia feli$ e e+posto todo
seu inconformismo pro!ocado pela fal>ncia da fa$enda *it%ria.
A estes dados a respeito de sua !ida familiar, tais estudos #iogr9ficos re!elam a
fase errante que marcou a !ida de Sousndrade. ampos cita !iagens deste
poeta pela (uropa, Ama$onas, (stados ?nidos e por !9rios pa"ses da Am8rica
3atina, destacando que,durante sua perman>ncia no pa"s norte-americano, o
poeta maranhense tra#alhou incansa!elmente partes do longo poema ;ncia deste autor com os di!ersos estilos de!ida, caracter"sticos de diferentes po!os, contri#uiu para acender seu fer!oroso
esp"rito a#olicionista e repu#licano, o que 8 compro!ado pela sua atua&'o como
um desprendido cidad'o e patriota de seu tempo. 3utou com muita !eem>ncia
pela a#oli&'o da escra!atura, pela proclama&'o da ep#lica, pela reforma de
desen!ol!imento da educa&'o, #em como pela morali$a&'o dos costumes.
---Referncia bibliogrfica:Gisele Alves: Para um glossrio neolgico da obra O Guesa, de Sousndrade: uma proposta.(Dissertao apresentada como requisito parcial obteno do ttulo de mestre em Lingstica.
Orientador: Prof. Dr. Evandro Silva Martins). Universidade Federal de Uberlndia, 2006.
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NDICEGUESA ERRANTE
Histria...............................................................................................................
Canto Primeiro...................................................................................................
Canto Segundo...................................................................................................
POESIAS DIVERSAS
Crescente............................................................................................................
Lilium convallium................................................................................................
Ave-Maria...........................................................................................................
Carmen...............................................................................................................
Flor das runas....................................................................................................
Maria..................................................................................................................
Donde vens?.......................................................................................................
Tardes na ilha.....................................................................................................
Mademoiselle.....................................................................................................
Deserto...............................................................................................................
eila....................................................................................................................
Morta de amor...................................................................................................
Cre!usculares.....................................................................................................
im"os................................................................................................................
#ecitativo............................................................................................................
$st%ncias.............................................................................................................
&oa......................................................................................................................
Saudades no !orvir............................................................................................
Sedu'(o..............................................................................................................
Arre!endimento.................................................................................................
Casuarinas..........................................................................................................
Flores do ar.........................................................................................................
Miostis..............................................................................................................
Sultana do rou)inol.............................................................................................
$los *ue"rados...................................................................................................
&ascas do +usto...................................................................................................
Soneto................................................................................................................$s!erar................................................................................................................
Da meia noite.....................................................................................................
im,es cheirosos................................................................................................
$u vi a lor do cu...............................................................................................
Aninhas...............................................................................................................
Morreres?...........................................................................................................
Sons e aromas....................................................................................................
/sa"el de $s!anha..............................................................................................
&inte e oito de +ulho...........................................................................................
To Inez................................................................................................................
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O GUESA ERRANTE
La vitime tait un enfant enlev de force la maison paternele, dans um vilage
du pais conu aujourdhui sous le nom de SAN JUAN D L!S LAN!S" #tait leguesa, ou lerrant, cest$$dire la crature sans asile% et cependant on llevaitavec un grand soin dans l& temple du soleil jus'u ce 'uil e(t ateint l)ge de'uin*e ans" #ete priode de 'uin*e anes forme lindition dite des muiscas"
Alors le guesa tait promen processionelement par le suna, nom don laroute 'ue +ochica avait suivie lpo'ue ou il vivait parmi les homes, et arrivaitainsi la colone 'ui servait mesurer l&s omres 'uino-iales" Les .e'ues oupr&tres, mas'ues la mani/re d&s giptiens, fi guraint, le soleil, la lune, les
simoles du ien et du mal, les grands reptiles, les eau- et les montagnes"
0Arrive le-tmit du SUNA, la vitime tait lie une petite colone, et tue coups de fl /ches" Les .12US recueilaient son sang dans des vases sacrs et luiarrachaient le coeur pour lofrir au soleil3"
LUnivers, Colombie
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CANTO PRIMEIRO
IFolga, imaginao divina!
Os AndesVulcnicos elevam os cumes calvos,Circundados de gelos, mudos, alvos,
Nuvens fluuando "ue es#e$culos grandes!L$, onde o #ono do condor negre%a,Cinilando no es#ao como bril&os
'(ol&os, e cai a #rumo sobre os fil&os'o l&ama descuidado) onde lam#e%a
*ugindo a em#esade) onde, desero
O a+ul sero, formoso e deslumbrane,Arde do sol o incndio, deliraneNo seio a #al#iar do c-u abero,
Corao vivo! Nos %ardins da Am-rica.nfane adorao dobrou sua crena
Ane o belo sinal, "ue a nuvem ib-rica/m sua noie envolveu ruidosa e densa0
Cndidos .ncas! 1uando %$ cam#eiamOs &er2is vencedores do inocene
3ndio nu, "uando os em#los incendeiam,4$ sem virgens, sem ouro relu+ene,
5em as sombras dos reis fil&os de 6anco,Viu7se 8"ue in&am feio9 8/ #ouco &aviaA fa+er7se00000: num leio #uro e brancoA corru#o, "ue os braos esendia!
/ da e;isncia meiga, aforunada,O r2seo fio nesse albor ameno
Foi desru
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O flori#ondio cem flor) e "uando o veno6ugindo esorce7o, doloroso e #$lido,
>emidos se ouvem no am#lo firmameno!
/ o sol "ue res#landece na monan&aAs noivas no enconra, no se abraamNo #uro amor e os fanfarr?es d/s#an&a,
/m sangue edneo os #-s lavando, #assam0
Caiu a noie da nao formosa)>ervais rom#eram #or nevado armeno,
1uando com a ave a core deliciosaFese%ava o #ur#@reo nascimeno0
IIAssim volvia a ol&ar o >uesa /rraneAs meneiadas cimas, como alares
'o gnio #$rio, "ue a ficar disaneVoa a alma bei%ar al-m dos ares0
/, enfra"uecido o corao, #erdoaungenes males "ue l&e deram os seus,
Balve+ feridas seas abenoa
Na &ora saudosa, murmurando adeus0
IIIor-m no se inerrom#a esa #aisagem
'o sol no es#ao! miseriosa a calmaNo &ori+one, na lu+ bela miragem/rrando, son&os de doirada #alma0
Folga, imaginao divina! 5obreAs ondas do ac
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Condensa e negra, indEmia, infernal!
8Ao "ue sobe do oceano, avisa a curvaerdendo7se do -er no infinio,
Breme7l&e o corao) a mene urva5(inclina e bei%a a erra 'eus bendio!:
Ou a da noie ausral, co(a flor do #radoComunicando o asro) ou a do bronco
/ convulsivo se anelar d(um ronco'e consrior, o #$ramo abrasado0
/ o deus no es#ao, em fulgorosas vagas*e#ercuida a lu+ no c-u #rofundo,
Fugiivo dos Andes, corre as #lagas'a more o fil&o0 O enconrareis no mundoD
Ora sorrindo o riso dois amores,1ue ao #eregrino encanam os cora?es)
Ora c&orando nas saudosas dores'ebruado no @mulo das na?es0
IV
/le enrega7se grande naure+aVolunario) rodeiam7n(os selvagens)O Ama+onas rmulo, suas margens*oas, os ecos a disncia os #esa0
Ama, acesa a #lan
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A #ass$7los em si, ou so del
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Os assombrados ol&os l&e bran"ueiamComo o voar da borbolea, erranes
elos c
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Nem o bril&anes frec&as, o fugaces
6as - #reciso ver como, rendidaAo grande amor, a Grasileira es"uiva
Bem e;remos, e como enernecida/sende a #omba o colo com#assiva!
Gela como ese sol dos grandes climas'o seu #a
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/ nunca se desonra0 A noiva finda,Comea a viuve+ mediaiva0
Aviuve+ do amor deses#erado
'a "ue cedeu, "ue fe+ dos braos leio'e son&os, e "ue v sobre seu #eioAlar de um deus #or outra derribadoD
'a "ue sola correu, virgem, menina'o #$ramo e do val, como o #erfume5obre os raios do sol, na adamaninaFone mirou7se e como se resume!
A viuve+ da "ue des#era e cerra
Os ol&os de vergon&a000 na fra"ue+a/m "ue s(inflamaram os seios da bele+a/ o desencano "ue enconrou na erra0
VIBal bonina "uereis, #ura, c&eirosa9
5olenes calmas, "uando se desmaiaO areal vaso de desera #raia,
Vede7a ban&ar7se, es#lendida, donosa,
Nas ondas de ouro e lu+ oiara bela! *2sea a arde, assenada no baene,
O dia #elos mones decresceneBra+endo mil saudades don+ela!
1uem a no ama! se ela - o suaveNa indolncia dessa &ora! a lu+ "ue emana
'o ocidene a reflee, o rino da ave/ o brando olor da erra americana0
/ no silncio se l&e esvaem enfermosLenos ol&ares seus, meiga violea
.ns#ira?es da varia borboleaA anoiecer nos bos"ues fundos, ermosD
Ou ainda mais bela, se languesce*indo as nuvens "uais son&os l&e ade%ando
'o cac&imbo doirado, e se embalando
/m lascivos "uebranos adormece0
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6ais o "uadro reala, a sombra escura A#ro;imai7vos #ois, "ue nos ardores
'a sesa - doce a inclinao das flores'o aroma ao #eso e a sonolena alvura0
Num abandono volu#uoso dormeA bela naural do clima ardene,
U m a alva #erna a l&e #ender lu+ene'a varanda de #lumas muliformeD
Boneia a frone, em ra#os remonamensamenos aos c-us00000ol&ai, "ue seio
Almo e o branco inumescendo ao meio'(um cor#o a viar l
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/s#ero0
VII4eia noite5 ! 6uesa rrante"
Na selva os berros do %aguar fragueiros0Nas #l@mbeas #raias da desera *onda5olando o lano os ledos marin&eiros0'o seu ban&o nourno agora da onda
5e se#arava assobiando os venosNas encosas sonoras, l&e en;ugavamOs seus cabelos negros, "ue agiavam
Como ondulam os sombrios movimenos
'e 5olim?es #$lido, /le escuaDAuras surdas, di$fanas alfombras
No es#ao, o ressonar da #edra bruaD/ enriseceu0
CONTEMPLAO NAS SOMBRAS
INo fose ainda o Le&es000 A"ui, donde
Velo+ gavio7real #rendendo a cobra1ue esfu+ia e debae7se, desdobra
No ar serenas asas eres#onde
ICom gria ovane ao s(escor%ar violeno'o r-#il, no es#ao ora o solando/m convulso bril&ane ora sedeno
/ l
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Cinilai! Cinilai! assando as velasVermel&as #ela sombra #erme$vel,
IO #escador ficando mudo as oma
elo vulo fan$sico descendo'a me7do7rio, flu
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/ na fascinao da "ueda e as vo+es4$ sene o #al#iar d($guas aro+es
A sorrir7l&e, a bei%ar7l&e as #onas da asa
7IAi adeus! e sumiu7se0 Num ormenoVai da onda nos seios0 6ais uma &ora,La no fim da correne eis "ue a devora,52, o abure da dor0 Nese momeno
IOs meus #ra+eres so com a naure+a0/ nas #lagas in2s#ias, com a vaga
1ue so as min&as fesas, na rise+a5o as brisas da noie "uem me afagaD
Ior"ue o desino e a dor do #ensameno/nconram sem#re a"ui alguma infindaConsolao mais dolorosa ainda
Nossa alma - du#la sobre o isolameno0
Os go+os d(alma a"ui so soli$riosComo o #assado) mas eno as rosas
No desfol&am, o murc&as, o #enosas0Na face #udica) os vesais sacr$rios
INo #eneram7se) o sono sossegado,Como um son&o do mal, no se #erurba0
5iibundo de amor e embriagadoNa r2sea aa, "ue se eleva urba0
I6as, "uana dor no amor! e "ue afliivos'os ouros cora?es no se levanam
ranos em orno ao meu! "ue o desencanam'a lu+, o a#aram do bailar dos vivos0
I/ fu%o em voD c$ denro, denro escuo5oluar fundo e no desagradeoD
V7se, como o r$#ido anoieo,Como de sombra e solido me enluo0
I/nreano &oras &$, como as "ue e;#iram0Nese insane arav-s da min&a vida,
/m "ue sino correr esa "uerida
L$grima, orval&o do #assado000>iram000
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IBalve+, se senem, os c
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'a fam
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O c-u, 1ual de min&a alma re#assado0
Ior-m, "ue im#ora udo isso9 "uandoA ao divina desce e com o "ue erra
5er orgul&oso vem se unir na erra,J sem#re infeli+ o miso resulando0
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
ICorro ao @mulo) as crenas namoradasVen&o es"uecer a"ui nunca se es"uecem!
Nese inerno &ori+one surgem aladasAs formosas saudades, a#arecem
Como as aves de Ossian vole%ando5obre o escudo sonoro do guerreiro1ue seguiam ao vale0 O deses#ero,
Nossa alma imoral dilacerando0
ICria a indiferena, irm da more0Cega a esses lises de "ue amores falamCom saudosa magia, em "ue se e;alam
Os seios das #ai;?es da virgem fore
I/ a arde sideral cin+a dei;ei7os,5em s(inflamarem, nem dos venes serem,
'a saciedade l
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6urmurou, 1ual sanica risada1ue esalasse na reva0
I/no se geram
5uil remorso e a saudade amada,Bal #or diverimeno nos fi+eram000K
Ora o >uesa, alve+ su#ersicioso'o desero, das sombras, e essas vo+esFormid$veis, da noie al-m nas fo+es0/sremeceu e des#erou medroso
1ue - num l@cido sono "ue as id-ias5e #rolongam mais fundas em nossa alma0
I 1uem esa se rindo9!000 eu devo com mais calmaensar000 no so o s2s mesmo as areias000
I/ eu verguei ao #eso de meus malesDC-us, "uano sofro! en&o consumido
>oa #or goa do meu negro c$li;O fel, de "ue acabei #or ser nurido0
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Fora da solido, eerna imagemConem#lada nos c-us, alma em ao,
5e divina! / v2s, musas da aragem,Vibrai as &ar#as da mediao!
I/u falava nas cousas em "ue nunca/u devora falarD - resignado
1ue devemos senir ser7nos "uebradoO corao, como onda amara, adunca0
I/lemeno de amor, dor "ue devorasOs "ue nures, nos l$bios do maldioO verbo eu ser$ sem#re bendio000
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
/is o rison&o gru#o das auroras!
INo) foi #ara neblina "uando move
'e seu va#or as alvas fraldas belas).nda o grio das aves, seninelas
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'as &oras do desero, ao longe se ouve0
INo es#erei de viver anoD &$ muio1ue esa conado o n@mero sombrio
'os dias meusD e a beira dese rioreso s min&as ru
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6ais rescendenes, os encanos meus,
I5em#re "ue nos liberam!
0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
1uano amargaBeu fruo, im#uro, doce amor! 5e a amane
Com #ur#urino rir nos cinge adiane'os deuses) se na adolescncia a carga
I'o corao - leve 8o& como - leve!:D5e as vol
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Logo a im#lac$vel vo* o sobressala!
I6as, ao sem rumo delirar dos #assos/m "ue, mau grado seu, l$ vai descendo,
Afeioa7se em fim, ama os es#aosComo a nuvem de ouono os #ercorrendo
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
5er$ #ela leviana, "uo formosa'o amor e da disc2rdia esrela, enrando
No c-u, "ue se alvoroa a &armoniosaOrdem dos asros, "ue me esa urbando9000
I/ com $cio &orror "ue noie m$didaConem#la7se esa mora, #2los #orosA vida ransudando em lindos, louros
Vermes, em "ue se ransfigura es"u$lida
I5ublimes romeeus encadeadosNum rono de roc&edo, ao largo ol&ando,
/ o #ensameno em vEos desvairados>l2rias vs da e;isncia reclamando!
I/ eu amb-m nasci, e en"uano "ueres,6eu negro fio ece ai! desconcera
Beu mano vivo, "ue se andra%a e es#eraNese mis-rio eerno! reverteris"
ILei dolorosa Berra! erra! foraBua esa divindadeD mas e ve%o,
Grinco das mos de um sol, "ue em mudo bei%oNo eu bero de sombras e devora)
I/ a mosca, o s$bio, a virgem #lana aliva,5ervindo nas del
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I6as, es"ueo) me #erco em meus #ensares,/ eu no #osso #ararD a vo* me brada
No - a< ua #$lida #ousada! 'e oda a #are, de arav-s dos mares,
I'e arav-s dos deseros0 / "ue im#oraA As&avero acenar, negro de #oeira,1ue sus#irando #assa e no a#ora,
A rama de #ac
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Co(a niene umide+ d(ombros de leie,Onde enconra o amor brando deleie
/ da infncia do em#o a &ora foi nada!
A claridade aumena, a onda desli+a,Cinila com o mais #uro lu+imeno)'e #@r#ura, de ouro a coroa se mai+a
'o ro#ical formoso firmameno0
1ual um vaso de ina #orcelana1ue de arav-s o sol alumiasse,
1ual os relevos de #inura indianaJ o oriene do dia "uando nasce0
Uma #or uma odas se a#agaramAs esrelas, aman&as e o vivas,Como ol&os "ue languidas caivas
6al nuridas de amores abai;aram0
Aclaram7se as encosas viridanesA es#reguiar7se a #alma soberana,
*emona a 'eus a vida, origem danes,Amiga e mainal, donde dimana0
Acorda a erra) as flores da alegriaAbrem, fa+em do leio de seus ramos5ua gl2ria infanil) aleion em clamosassa canando sobre o cedro ao dia
Lindas loas boianes) o selvagemCala7se, evoca d(ouro em#o um son&o,/ curva a frone000 'eus, como - rison&o5eu vulo sem #orvir em #- na margem!
Balve+ a amane, a fil&a &a%a descido,Como esse ronco, #ara sem#re o rio0
/le abana a cabea co(o sombrio*iso do asro da noie enrisecido0
IIVagas eernas, se escondeis no seioAlguma cousa "ue, de mim, #rocure
Nese af soli$rio e obscuro,/mbalanai, adormecei %$ creio000
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'ane o naua a #arida na alvorada,*eina amarra o cabresane o#resso,
*u%am c&amas fornal&as abrasadas,
/rga7se e rema o carro do #rogresso!
/ como o corvo aciurno voaAravessando o rio sobre o veno,
O va#or formigando num momenoLene riba direia alve%a a #roa0
Camin&a ousado nas vermel&as rodas1ue es#ane%am ao longeD aos sons ruidenes,
5aem da bren&a as alerosas bordas
/ ficam ol&ando os 3ndios inocenes0
4$ encobriu7se na #rimeira volaO balco ideal, onde suas frones
'uas na?es debruamD no so mones,JBabainga "ue o .m#-rio escola0
resela na cordil&eira, &aras coselas
'escarnam as ribas, a correne a foi aC&amaloeia em ondas ledas, belas,
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Am#las de sombras largas0 5obre a moia,
Nesas noies alv
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Vendo, os fil&os de *oma, odos b$rbarosOs "ue na #$ria os ol&os no ergueram,
Nem marc&aram sombra de seus l$baros0
O esrangeiro #assaD "ue l&e im#oraA magn2lia murc&ar, se ele careceBo s2 de algumas flores9 AnoieceNum sono aflio a naure+a mora!
4ulgai do "ue dois s-culos embruecem77/ l$ eso a danar 8"ue a mais no #odem)or"ue l&es nasce o sol, #or"ue l&es sobem
uros raios nas veias me enrisecem0
1ue menirosos gnios #redesinam,'eus clemene!000 eses "uadros do Ama+onas,
Bana mis-ria ao fil&o desas +onasOnde em salmos as aves mauinam!
MMM
6as, "ue danas! no so mais as da guerra,5acras danas dos fores, rodeando
A fogueira "ue esala, e reciandoOs &inos da Vi2ria "ue inda aerraD
1uando os ol&os alivos l&e no c&oramAo #risioneiro emudecido aos grios'o vencedor, "ue insula seus avios
6anes "ue #ara al-m das 5erras foram0
A vo+ das fones celebrava amores,As aves em fagueira direo
Alevanando os vEos, rovadoresCanavam a #arir o corao!
Cre#iane cauim girava ardene/ na gl2ria os guerreiros deliravam,
5olene e vaso o circule cadeneOnde valor os c&efes asso#ravam
No sacro fumo, rebramando o es#ao
O&, como eram selvagens esses griosL$ no meio da noie dos recios,
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5ombrio a balanar #endene o brao!
5elvagens mas o belos, "ue se seneUm b$rbaro #ra+er nessa mem2ria
'os grandes em#os, recordando a &is2ria'os formosos guerreiros relu+enesD
/m cruenos fesins, na varia esaOu leda caa no rom#er da aurora,
/ vo+ #rofunda "ue a ribeira c&ora/nlanguescer, dormir saudosa sesa 7
5elvagens, sim) #or-m endo uma crena,'e erros ou boa, acrediando nelaD
o%e se riem com faal descrena/ a lu+ a#agam de u#ana7esrela0
IV'esino das na?es! um #ovo erguido
'os virgens seios desa naure+a,Anes de &aver cobero da nude+aO cino e o corao, foi desru
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Ol$! "ue a#aguem! emos belos asros1ue os camin&os alve%am sobre o rio,
J vigilane o #raico genio,
/ falam rodas #ela lu+ dos masros!
Abalroam a noie sonorosaLongas vo+es, ondeando nas soid?es)*essoa a margem aciurna, umbrosa
'e alvoradas canadas nos ser?es0
Amava o >uesa /rrane esses canaresLong
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GoniaOu o valor em #raa0
87upinam80:
ICurru#iras os cansemNos camin&os aberos,
arinins orel&udos,Brombudos,
Foi &orror dos deseros!
8#oro dos 9ndios:
I6as os em#os mudaram,
No se anda mais nuDo%e o #adre "ue folga,
1ue em#olga,Vem conosco ao au0K
'o agudo ao grave o memichiodesoaCom frei Neuno enrando venania)
/, macaca velo+, 6acu75ofia,6edindo7l&e o ca#u+, de um salo voaD
/ l$ vo! e l$ vo! ernas e braosA revirar 6acu, "ue solavancos
1ue o frade leva aos rancos e barrancos/nre a#lausos gerais, #almas, fracassos!
Ol&em o o vig$rio! a face da BecunaCom suas mos carin&osas afagandoD
O&! como a vesia sana ruge enfunaNa evoluo lasciva desfraldando!
Uma orceu o #- e esa senada4uno candeia, e cana o seu #rofea)Oura enlaa7se ao >uesa, arrebaada
/m cinilanes volas como a sea0
8:rei Netuno entrando:
0lntroio, sen&oras,
Bem#los meus, min&as flores!5o7vos ol&os "uebrados,
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'anadosNesa noie de amores!
8;adre #elso respondendo:
l2rias da carne crua
8=elho Umaua:
I5en&or #adre coroado,Faa roda com odasD
A cainga %$ fede,4$ #ede
5uuaranas (so doudas!
8:rei Netuno:
I1uero o fogo assan&ado'as 3ndias sem7vergon&as,
1ue no coram de #e%oNum bei%o
Nem nas danas medon&as!
8;adre #elso respondendo:
IAmo a baba rison&a'a formosa loucura,
6ais "ue o sangue "ue rava,1ue lava
l@mbeo #- de gordura0
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8A 'ue torce o p:
I>eme em Vene+uelaAle;andre75um-)
Vo+ dos ermos andando,/nsinando)/ra um cano de f-0
8Novo coro enternecendo:
INos roc&edos ululamNa saso dos ca%us
Ama+onas fagueiros>uerreiros
Vo #inados e nus000
86uesa:
I/u nasci no desero,5ob o sol do e"uadorD
As saudades do mundo,'o mundo
>?odando"@ 'iabos .evem a dor!K
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
'as guardas nacionais os comandanes,O nobre esclavocraa, "ue - baro,
/ os #oeas do amor, mimos de amanes,Ali rendiam #reios funo0
Abria asas o %ui+ do 5orimauaAs don+elin&as no apresentadas
Como #ois, ao sinal "ue deu Buc&aua,A amor fugirem o amedronadas!
'a fora um #romoor re#ublicanoVil caissuma aos muuns e %acamins,1ue se elevam griando num insano
'esnoreado salar, mas nobres fins0
/ a mulido a#in&a7se ao enorno
Amosrando as cabeas nos ubis,*ange abalado o fumareno forno,
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A alga+arra infernal oca os +nies!
8=elho Umaua:
I>raciosas #oiras,Fu%am 4uru#ariBo malino! suas fesas
5o esas/ #reside ao &urari0
8=atB Degas:
Iai umbold o bebeCom #iedoso sorrir)
6as, se ervada a"uara'is#ara,
Cai remendo o a#ir0
8;ol9ticos:
>:ora"@ IViva, #ovo, a re#@blica'e Colombo feli+!
>Dentro"@ Cadelin&a "uerida,
*endida,5ou monarca7%ui+!000
8Um delegado em cisma:
I*eina a #a+ em Vars2via)6as, se a guerra c&egar,
*ecruamos arraus,ica7#aus,
1uando a lu+ se a#agar000
I$ de o mundo curvar7seAne a rina ra+oD
5ol fecundo #(r(as #almas,(r(as almas
4esus7Criso e lao
84ajor JCnatas:
IOra ac$cias recendam,6eia noie dormene!
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>ria o galo da serra,L$ berra
5a#o7boi na correne!
84undrucu:
ICoiadin&a Ganlua,Novo caus de amor,
C&ora aos brados da fesa6olesa
5eu noivado de dor0
8+aniua:
IL$ na fo+ do 6adeiraOs vel&in&os so r-us,Boda a aba canando,
'anando/ alve%ando rof-us000
8#oro das caeas:
I/scanc&ada nos gal&os
A 6acu dorme agora,or"ue os son&os das flores
AmoresL&e des#erem na aurora0
8Umaca a grandes rados:
I5on&os, flores ou fruos,>amas do urucari
4$ se fe+ cai77r-,4acar-
Viva 4uru#ari!000K
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Canicular del
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Com angeres finais, na
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'e colina em colina a cac&oeira,Como ser#ene de coral ruidosa
'esce ao vale, onde a ribo %$ re#ousa
Livre em seios de me &os#ialeira0
As fil&as de 6anaus seus membros levesNa onda eso, convulsos, bron+eadosH lu+ viol$cea dos cre#@sculos breves,Ondulando com os #ei;es esmaladosD
Ledas l$ vo baendo em roda a vaga/ canando em seus %ogos inocenes0
'anaram flor da abenoada #laga)
Volaram as c&oas da monan&a ausenes0
O&! como as noies de 6anaus so risesAs cismas na soido dos infeli+es!1uando u, es#erana, no e;isesCom eu belo &ori+one de mai+es,
5audade min&a000 /so #ela ribeira'ensa os 3ndios fogueiras acendendo)
*uge ao lado, dos grmios da #almeiraA r selvagem, marac$ remendo
'as mos d(ignoo #iaga ali deidoAne os desinos de sua ribo, e;ina
Ao conao do ego
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1ue vem dei;ando os @mulos do rio,Nas endec&as da vaga soluada
>emer ao veno dos deseros frioD
Ona e;aa, erma #lana do erreiro,1ue inda acorda a baer os arredoresAo re#ouso da noie do guerreiro,
Noie donde no mais surgem albores0
Balve+ Lobo7de7Almada, o viruosoCidado, "ue esa #$ria ano amara,
A c&orar, das rel
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POESIAS DIVERSAS
CRESCENTE
6rata estaFo dos amores,Arigo dos 'ue o nFo tem"
>0 'ias
'oce brisa sus#irando,Bremem os seios do &ori+one)
ela alva noie canandoAcordam, de "uando em "uando,
As aves, de mone em mone0
Noiva de anos amores,1ue ens o l
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or "ue noies! Com "ue lu+es'e imagens u no sedu+es6eigo o #erdido a cismar!Bu nos deseros condu+es
A leda ro#a a canar0
Com eus nienes candores,Alva aucena do c-u,
/nfeiiando7se as floresuras nos son&os de olores,
Vesem eu l
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Como a#rendi a adorar7e'as $guas no isolameno!
LILIUM CONVALLIUM
7em mel no aroma, dorNa cor"! l9rio"
>A**PB
'eus! como - bela esa erra!1ue saudade nos canores!1ue de aromas nos va#ores
'enre o cre#@sculo e o luar!1ue senir o delicioso
Nese enlevo de #ure+a Nos seios da naure+aBo alvo l
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/namorado enlevo'a saudade maviosa difundida
Na solido dos mones,Na #alide+ morena enernecida
'os ermos &ori+ones!
/mudecendo a"uiea7seA menina, inerrom#e os seus brin"uedos,
1uando na ermida escuaDHave$4aria os sons #iedoso7ledos
Com "ue a cam#a nua0
/, l
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A ana dor amarga,1ue #rende, morde e larga
Nossa alma no desero0A"ui, #erdido, incero,
A vida se me e;alaComo ese mar, "ue esalaNa #roa do escalerD
6as, como as ondas correm05e os dias vo7se e morrem,
/scua e cr, mul&erD
No c&oro as lindas luas'o *io7de74aneiro
Nas sombras alvas, nuas
Nos vales e no oueiro000O&! como eram suaves
Ali nas es#essurasO doce amor das aves,A flor das ervas #uras,
/ o veno os meus cabelosVolvendo aos vEos belos!
Um dia em >uanabara
Cismando, em meu roc&edo,A noie muio cedo
/m mim se re#assara000O&! meus amores!000 1uando
As lu+es cinilandoVieram do nascene,
/m vo, #assasse a gene,1ue a sombra no ac&ara0
'ei;ei as min&as rosas/ as #raias arenosas,B- &o%e #or a"ui
/ lembram7me essas cousas,Como alvas mari#osas
Voassem denro em mi0
FLOR DAS RUNAS
/ram as rises ru
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/ um a rosa branca, brancaNessas ru
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'e,amor aman&o delira,1ue %$ #erdido se cr0
ois como a cin+a alve%ane
No seio a brasa se#ula,/ como denro das sombrasO lume eerno se ocula,
5o da imagem, "ue encerramosNa alma, a alvura da flor
/ as sombras, "ue se derramam'os ol&os c&eios de amor0
MARIA
Onde foram os encanos divinos,Onde a crena de eerna magia,Fone meiga da lu+ e dos &inos,Onde esas9 onde fose, 6aria9
Bens a frone "ue in&as na infncia,ura e branca, inda oda &armoniaD
6as, da bela inocncia a fragrncia000
Onde esas9 onde fose, 6aria9
Ber em i eu #ensava enconrado6eu sublime ideal da #oesia)
/nconrei a mul&er em seu fado Onde esas9 onde fose, 6aria9
5e &o%e c&oro, aos "ue esavam descenes4$ mosrei meu amor na alegriaD
Berno orgul&o dos dias conenes,Onde esas9 onde fose, 6aria9
Onde fose9 onde fose9 #rocuroO "ue na alma canando e ouvia,
/ %$ emo de ouvir7e e murmuraDOnde esas9 onde fose, 6aria9
Onde foram os divinos encanos,Onde o mundo em "ue eu danes vivia9
or"ue a fone do riso - dos #ranos9Onde esas9 onde fose, 6aria9
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DONDE VENS?6lEria dos olhos, dor dos e oraIes"
LU53A'A5
'onde vens, rise formosa,1ue eu ve%o sem#re a me ol&ar9
/u amei ourora000 uns ol&os1ue assim #aravam a amar000
Vola a "uem dese os incanos,1ue eu volo as ondas do mar0
C&oras9 em, o& 'eus, #iedade'esa mul&er a c&orar!
Como esas! onde #erdeseOs mimos de ano amor9/m son&os eu e omaraor uma es$ua da dor0
Bin&as mais bril&o e mais graas/ mais #erfumes "ue a florD
1uem desboou7e esas rosas91uem consumiu7e o fulgor9
/u c&orei, "uando e rias)C&oras &o%e, e no me rio000ara es"uecer7e eu voavaAos golfos do mar sombrio!
Bodos me viram #assando5oli$rio como o rio,
Como o veno "uando gemeelas roseiras do esio!
Budo em vo! Bin&a os eus ol&osA"ui nas c&agas da dor!
Bin&a7os n(alma, onde raiavamComo um sol abrasador!
6e fascinavam no abismo'e vivo negro es#lendor,
Vibravam sobre os meus dias*aios do inferno e do amor!
Longa foi7me a vida, longa,
/n"uano a more eu bus"uei0'e#ois, mudando o desino,
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U m c-u na erra enconrei,Onde rosos #eregrinos,/, sem ser escravo, amei0
5e eno c&orando me viram000
rano de amores c&orei0
TARDES NA ILHA
A terra conheceis!nde as dores estFo sempre rotando,
!nde como as suas rosas da grinaldaSFo tFo doces as virgens, onde tudo,Salvo o esp9rito do homem, divino
K a terra do Sol"GR*ON
Canam vo+es d(enorno da il&aAos rumores do mar a "uebrar7se)Vo7se as mes acercando da fil&aLinda e nua na #raia a ban&ar7se000
Nas %anelas, ao longe alve%anes
4$ s(encurvam, s(enlaam, se aleiam'e alvos cisnes os ol&os bril&anes,
O ol&ar negro, os cabelos "ue ondeiam0
/ com as sombras da arde saudosas6ais langores dos ol&os derramam,6ais inumem7se os seios de rosas,6ais as rosas dos seios s(inflamam0
Nesa il&a "uimera dos son&os1uem sua vida #assai no seniu,5e a menina dos ol&os rison&os,>omo a aurora corando, fugiu9
1uem &$ "ue na lira de A#olo,Na $urea #$ria do veno e da lu+,
L&e no ea grinaldas ao colo'a ave7amor, "ue a ser#ene sedu+9
5o da arde madei;as a brisa,1ue se enleia aos #erfumes da flor,
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Como a #resa "ue ri7se e desli+a'enre os braos do erno amador0
Cai a noie0 As esrelas doiradas
>eme o #iano com um doce gemer,Cordas d(alma mo+in&a de fadasComo sobre um desino a correr0
Abrem flores, "uais son&os, recendem5e inclinando e sorrindo no ar,
Como virgens "ue a amores se rendemor ser$fico e belo luar0
/ "uem &$ "ue da lua aos enlevos
Nesa il&a no sina de amorAlma a abrir7se, ou #esares mais sevos
A rom#erem7l&e as c&agas da dor9
Canam nauas no seio das vagas,*umore%am as brisas na flor,
>ira a vo+ de &armonias o magas O&! "uem &$ "ue o no sina de amor9
MADEMOISELLE?ien de plus eau 'ue ;aris5
*OVJ*G.O
Fu%amos, vida e lu+, riso da min&a erra,5ol do levane meu, l
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/coam denro d(alma ais de #ungido ardor0
Aos %ogos nunca fose, s $guas de Versailles9Vamos l$ &o%e!000 ali, #al$cios e convalles
'o rei Lu
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/ as flores amarelas1ue o leio nos formaramD
/ as calmas do desero,
/ a rise solido,Onde de dor abero5ene7se o corao0
/savam ali as esas/ a vo+ do meu amor)Agora as mudas sesas'e um sol desolador0
A alma o #ressenia
1uando, na lu+ bril&ane,A frone enrisecia
Ao doce ol&ar da amaneD
or"ue meiga rise+a/sa no amor #rofundo,
Na lu+ da naure+a,No florescer do mundo0
O&! no des#re+es nuncaAs ru
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A #oesia da lu+, "ue lu+ remona!
/la in&a de+ anos, e em re+e)J mais sisuda e grave em seus amores)
Adoro7a "uando brinca, e "ue me #ese,5e ela das ouras some7se enre flores000
I Leila! Leila!K as com#an&eiras griam,/ ela vola a correr) e es#anadia,
Arde7l&e a face, os seios l&e #al#iam,/ os dese%os mais bela aeia, aia!
/rra Leila os brin"uedos) se se esconde,*earda7se nas moias mais "ue odas)D
Fica o disra
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$ "uano, "uano em#oA erra e consome!/ sobre ela no ouo
Ningu-m di+er eu nome000
Ai! dorme, dorme, n(alma/u en&o a imagem ua)
'a ua flor #erfumes,Aragens desa lua!
/ "uando, vindo a aurora,Bamb-m eu descansar,
.remos ane os an%os
Os #-s de 'eus bei%ar0
CREPUSCULARES
Ao mar alo vogai, marin&eiros,Aos abismos levai7me do mar,
Onde, os c-us a#agando os lu+eiros,5E se escue a #rocela roncar!
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
1uando o sol #ara os seios se inclina'a alva arde, ese amor, "ue se sene,
'os roc&edos sombria meninaCana na &ar#a da umbrosa correne0
5eus cabelos no ar se es#al&ando,Fundo enlevo derramam nesa &ora)
Vo+es se &ouvem da #$ria falando Na alma o #rano, o semblane descora0
'os maiores as sombras nos #assam5obre os lumes da vaga sombria,
l@mbeas formas "ue son&os nos raa m'o #assado, onde E udo &armonia0
Cana o an%o dos alos roc&edos
'o cre#@sculo as sombras algenes,Cana na &ar#a a saudade, os segredos
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1ue al-m morrem no umbror das correnes0
IIIOs dias formosos do amor se #assaram,
erderam7se afeos do eu coraoDBeus ol&os, "ue ardenes meus l$bios bei%aram,Adeus, "ue os eus ol&os no mais me vero!
INas sombras fagueiras "ue a arde enamoram,Nos f@lgidos raios de um c-u #uro e meu,Nas vo+es erranes "ue noie #rimoram
5on&ava o meu son&o, "ue foi amb-m eu0
I/ncano de lu+es000 erdida essa gl2ria,
5e &ei udo #erdido no mundo #or i,/u ven&o com a arde, com a rise mem2ria
'os doces encanos, dos bens "ue #erdi0K
III>nio agora das noies dos asros,
No desero dos venos c&egueiDBrise coroa de murc&os enasros52 ra+endo, de udo "ue amei0
/rmo e longe da es#(rana e do0mundo,Na alma eu sino as ormenas do amor,
1ue os vaivens do oceano #rofundoNo venceram, e mais deram7me a dor!
Fascinado da aurora nos risos,6eus sombrios encanos logrei000
Os an-is dos cabelos mais lisosNos meus dedos brincando "uebrei0
>nio im#uro das noies dos asros,Ora esou como o abismo do mar,
Bendo a coroa de murc&os enasros,/ o amor sem#re n(alma a bradar!
LIMBOSG 4as, o es'uecimento poderia vir
por um destino melhor"""3N'A*O
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No ermo dos moros1uem for #asseando/ &ouver mediando
'e noie #arar,Ver$ "ue se escuamBra+idos nos venos
Os doces acenos'e um rise #enar0
5e a noie for bela,5e a lua for clara,
1ue a noie %uncara'e flores o c&o,
Ver$, como um son&o,Nas lu+es dos aresLevado aos luaresO infane #ago0
Nos raios da lua5e a#ega o menino,Bo #uro e fran+ino
'e e-reo mai+!
Nos brandos #erfumes,Nas camas de aragem
*eclina a imagemBrison&a e feli+0
5e embala, se embala,Bo leve, o leve,
1uem beros no eveNo colo do amor!
1uem foi nese mundo6aldio da sore,
Nos braos da more,'a vida no albor!
Com#ra+7se brincandoNos raios bril&anes
' o c-u de diamanesAs flores do val
or-m, se uma nu vem
A lua escurece,'o ar se esvaece
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Num grio faal!
5eus l$bios no viramDAs meigas del
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Nas esas da alma o corao raindo,Com fogo raam nele frases m
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Com "ue em um dia000 lembram7e essas cousas9Crs como ourora9000
1ue no na vendam! "ue no &a%a um ouro
1ue a v$ com#rar! or-m, "ue rise noie,'onde auroras no raiam, donde lu+es'enre mones de rosas e de aromas
4$ no ra+em amor!
6as, no, no &$ fugir7nos1uando o Oceano, a Naure+a, o /erno
'e udo sabem!A n2s nos amosraram, e n2s nos vimos
/m seus seios sonoros embalados0
VOAR
1ual voa o negro corvo,1uisera eu livre ser,
No seio a+ul do es#aoVoar e me #erder0
Voar, voar, nos venosAs asas esender,
Co(as nuvens embalar7me,Voar e me #erder0
Voar sem#re, fugir7me,No -er me esconder,Fugir, fugir da erra,Voar e me #erder0
'ireio ao sol dos r2#icos5olar min&(alma a arder
Co(as c&amas "ue a devoramVoar, voar, morrer0
SAUDADES NO PORVIR
/u vou com a noie$lida e fria
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Na #enedia6e debruarD
O #romon2rio'e negro dorso,
1ual nau de corso5e alonga ao mar0'ormem as &oras,
A flor somene*es#ira - sene
Na solido)A flor das roc&as,Fran+ina e leve,Ao so#ro breve
'a virao0
Canando o naua'esdobra as velasArgneas, belas
Asas do mar)Gran"ueia a #roa,arindo as vagas,
1ue n(ouras #lagas5e vo "uebrar0
/u #on&o os ol&osNo firmamenoD1ue isolameno,O&, min&a irm!A#enas o asro
1ue a lu+ duvida,romee a vidaara aman&0
Na"uela nuvemBe ve%o moraD
6eu #eio coraCruel senir!
'a lua o @muloNa onda ondula,/ o mar modulaComo um #orvir
SEDUO
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Vamos, E bela, ao em#lo dos amoresDA c(roa cinge) #?e o v-u de nu vens)Bra%a alvas sedas, relu+enes, #uras,
Como min&a alma0
Vamos! "ue im#ora "ue enre mira e o mundoA noie abisme7se, onde udo acaba9
1ue a mim d(enorno a solido se faaComo ao simum9
4ulgas acaso "ue do amor os bei%os'arde%am raios, como o sol desero
1ue a flor devora, consumindo a seiva
'o corao9
6in&a alma - bela como o luar formoso,6aga encanada, es#lendida dos c-us,
1ue o bruo e o &omem, "uano a"ui res#ira,Ama e fascina0
O bruo e o &omem, #or"ue a virem os foraA lu+ sombria dos meus ol&os negros
Cinge a coroa, ao em#lo dos amoresVamos, 2bela!
O&! nada emas "uando as vs o risesFrones alivas, "ue dominam a erraD
'obram7se aos #-s da formosura Alcides,Gei%am7l&e as mosD
5o os escravos das divinas formas,'as virgens sanas, da virude eerna)
.ncensos "ueimam, sacro fogo acendemNo alar de Vesa0
or-m e ve%o sobre o me o se#ulcroBrise e so+in&a debruada em #ranos000
O #rano meigo e o soluar "uei;osoOuam7e os c-us!
or enre os negros dolorosos cre#es,
ulsam7e os seios ar"ue%anes, brancos,Voam7e S m ondas os cabelos solos
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Na a+a dos venos0
Col&e7os, enrana7os) das es#$duas belas,Vam#
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6 a s esa dor seva, escura,5em#re a falar do #assado,
Foi o #o amaldioado'e cada dia a meu mal!
CASUARINAS
Ven&o ouvir os doces renos,Casuarinas,
Ven&o ouvir a vo+ do marD'os cabelos na+arenos
As neblinas5acudi d(enorno ao ar!
Bo a-reas, o gemenes,5ois o belas
Como o so virgens do c-u,Com suas almas rans#arenes
/ "uando elas'e lu+es desdobrara o v-u0
Vem nas ondas dos luares,
Na miragem'a &ar#a e2lia a gemer,
Gelas virgens dos cismares,>raa imagem
Vem7vos a alma adormecer000
1uando a brisa sus#irandoVos inclina
O &! a doce ins#irao! Vossas musas se embalando
Ves#erinasFalam ano ao corao!
As esrelas, "ue se acendemCinilanes,
Vossas frones mai+aram)As auroras, "ue res#lendem,
6il diamanes'os seios vos arrancaram0
/ ven&o ouvir vossos renos,
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Casuarinas,Ven&o ouvir a vo+ do mar
'os cabelos na+arenosAs neblinas
5acudi d(enorno ao ar0
FLORES DO AR
ce Deus fortior G'ane0 Via Nuova
6in&(alma se elevaNas flores do ar,
1ue as bordas s(inclinam'as ondas do mar0
/ as ondas so virgens1ue do7nos verigens,
5e nelas s(inclinamAs flores do ar0
6in&(alma fluuaNas auras de abril,
Na lu+ se embalana'o c-u #uro anil05e como a violeaA vs000 borbolea
'os c-us s(embalanaNas auras de abril0
1uem desce a colina91uem anda soido9 N a frone a rise+a,
No ol&ar a #ai;o 1ue fa+ a don+ela
Bo #ura e o belaCom ana rise+aNa r2sea soido9
/s#al&a na erra5uas flores de abril,
/ uns risos d(es#(ranas
Nos ares de anil0 /scuaD se amares
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As flores dos ares,Bu morres em es#(ranas
Como elas em abril0
II000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
/la ensinou7me a solerar seu nomeCom a genil afeio da flor "ue odora
'(-lios o #uro amor1uando a dor da e;isncia me consome,
/u bei%o a doce lera, e nova auroraVem afagar7me a dor0
Bu nunca o saber$s000 nunca a loucura'es#render$ meus l$bios, "ue uma frase
Be faa esremecer0or-m e adoro ano, "ue a venura
'e ver7e - odo o son&o, e amar7e "uase'e amor enlou"uecer0
Louco! A lu+ da bele+a "ue res#lende.nseo eu fui, "ue cega e "ue delira
'as lu+es ao redor)Abel&a d(embriague+, "ue aos l$bios #ende)
5er#ene das #ai;?es, "ue amor sus#ira/nvenenando a flor0
/ram as brancas formas, eram os ronosOnde reina o mais v$rio) onde amor dia,
Como um demEnio, amor0 or-m, ardene noie volam os sonos'e mais brando son&ar, e a lera escria
Gei%o, afagando a dor0
III00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Gem sei "ue amar7e no #osso)1ue -s lu+, eu revas, bem sei06in&a alma ardene de moo,5e adora a virgem min&a alma,
A frone aliva com calmaosso curvar e curvei000
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/u fui, 1ual sombra, escuar7eOs &inos da e-rea vo+
Como o crisal "ue se #are
'as goas fracas da fone,1ue eno no desceu do mone,'ei;ando os ecos a sEs0
Fui, da divina fra"ue+aAo encano e seduo,
5ombra #resa, #resa, #resa'a miragem #eregrina,
1ue se eleva e se iluminaAos raios do corao!
Nunca o desino e lira1ual me ferise "ue fi+9
O& nunca a amor, "ue delira'a lu+ ao meio e do riso,Ven&a o an%o do #ara
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1ue a erra deve a seu 'eusDComo do veno o murmuro,'a onda a cano saudosa,Como a &armonia formosa
1ue emana dos l$bios eus0
O&! eu e amo! e ano, ano,1ue no sei seno e amar!
Os dias corram7me em #rano,Corram7me os dias #or flores,5er$s meu cano de amores
Ou min&a musa a c&orar0
/screvese7me a senena
'e more enfim! mas, de iVen&a a #a+ e a doce crena,Ven&am os &orrores da sore,
Na vida como na more,Gei%o os #-s onde cai0
Adeus! eu levo comigoBodo o segredo do amorD
'a sombra eerna ao abrigo,
5omene l$, com meu #rano,*om#endo os l$bios o encano,
'irei eu nome ao 5en&or0
MIOSTIS
No v$s! escua7me! eu irei conigo,No deses#eres do desino me u! 'o c-u as ve+es cai um #rano amigoAos an%os rises "ue #erderam o c-u0
O&! no me es"ueas! no me es"ueas inda,1ue de saudades uas morrerei!
5e eu amo as flores, -s a flor mais linda)5e amores "ueres, odo o amor e dei0
No v$s! es#era, "ue o abismo - fundoOnde naufraga7se a e;isncia ineira!
/erno o adeus, "uando se foi do mundo'ei;ando a crena cndida e #rimeira!
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No v$s! es#era, "ue eu irei conigoAo fim da vida! 'o desino meu
No deses#eres, #or"ue foi comigo
1ue u crescese, "ue fui gnio eu)
or"ue se fores, como a flor marin&a1ue o veno leva #ara esran&o mar,1uando vieres, %$ na ausncia min&a,
Bo murc&a na alma, "uem u &$s de ac&ar9
1uem &$s de ver da sus#irada aurora,5e em eu camin&o no e;isirei9
O&! no me es"ueas, bela seduora,
or"ue no c&ores como %$ c&orei!
No v$s! escua! "uando fui maldio'os c-us err
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Abel&a esran&a adoce flor c&u#ar,5erei na ua alma e nos menidos son&os
A ave7fanasma, "ue ver$s #assarD
Como nas #lagas onde muge o vene,5e o fado ao naua do seu mar lanou,*evoa a $guia "ue no oma asseno5obre a sua #resa, "ue o c&acal omou0
SULTANA DO ROUXINOL
*osa, #ensei "ue no virias &o%eA ais &oras de amor0
As sombras se esenderam das limeiras,Os fruos odorando0
'esceu do mone a virao da arde,'as nuvens d(ouro o sol)
Voaram aves aos sonoros ramos,/rra a noie nos vales0
'oce fil&a das graas e os amores,
.neligene flor,Beu cino - como o c$lice dos l
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5o as vivas boninas "ue des#onamAo #Er do sol escua!000
0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
A"ui nos vole%avamos d(enornoAos nossos cora?es)/la a"ui se assenouD
Alegre esava o ar000 e como a erra/nriseceu de#ois!
ELOS QUEBRADOS
/u convaleso, o corao se agia'e novo na e;isncia enamorada!'ourando o rio a+ul, raia bendia
Lu+ do c-u000 "ue me foi bero e morada0
1uana lu+! "uano amor! 1uana es#eranaNa esrela d(alva e a"ui no corao!6eiga #erdida, m$gica lembrana
'o "ue &o%e c&oro e sem consolao000
No me dei;em cair! sino7me fracoara esa dor dos ecos do #assado
Vascas sangrenas d(alma e ol&ar o#aco'a loucura a surgir do inferno odiado!
O&! rasguem7me esas revas, "ue me envolvem/ iram7me da lu+!000 An%os "ueridos,
No - verdade9 os c-us #(ra mim se volvem,/ meus dias ereis, longos, floridos9000
VASCAS DO JUSTO
! odioso destino, 'ue presidiu ao m eunascimento, devorou$me5
O6/*O
6eu #ai, nesa &ora, "uando os &omens c&oram
*esignados, e abai;am a cabeaH divina #iedade)
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1uando a vil cobardia do #ecadoLeva degradao eu me alevano
/ encaro a eernidade0
6undo! mundo! se nunca me iludise,/u dei;o7e com o mesmo deses#ero/m "ue viviD
6aldi+endo a e;isncia, "ue me deramComo uma grande cousa, "ue educaram,
/ eu fui "ue a sofri0
Fere, a"ui eus meu corao, Y more!000Obrigado000 No foram os doces laos,
1ue eu c$ no fora!
'e &$ muio a vida eu vE7la enregara,ura e sem manc&a, ao vosso #ai celese)
/ o mais000 embora0
Caio, rugindo como as feras morrem,Como "uebra7se o mar000 Vos sois mais fore,
Faal #oder! 5ino o re#ouso da alma sino7a ria
Como gelam os #2los en&o sono
/000 a#odrecer0
SONETO
/u, "ue dobrei 1ual verde branda vara'os deseros ao veno, e da verdade
'o amor e desa doce liberdade5acrifi"uei descrene erra amara,
Amo7e! 5e soubesses a saudade1ue dos risos se em000O&! doce e cara,
Volve os eus verdes ol&os com #iedade,Como a Virgem dos c-us, consola e am#ara!
Vem, como o an%o, "ue se v descido5obre o @mulo alvar, nevi7lu+enes
6eigas asas abrir! Vem, "ue - #erdido
O veneno da flor! o%e inoceneserfumes sola o l
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As auras dos %ardins frescas e olenes0
ESPERAR
1uando eu subo os meus cumes floridos,1uem ser$ "ue me brada es#erar9O&! dei;ai7me ir adiane, ir adiane,
1ue eu no #osso um momeno #arar!
/s#erar se aman& no e;ise,5e esas flores no &o de e;isir)
/s#erar "uando os c-us, "uando a infncia,1uando o amor udo v7se a fugir9
1uando a mene referve e rebramaComo o incndio da selva a esalar)
1uando o mundo nos dei;a, e nos vemos'o #assado um se#ulcro a alve%ar9
/s#erar so as coroas de es#in&os)5o as rosas de >uaimo+in)
/s#erar so as #oras sem es#(rana
'ese inferno im#lac$vel, sem fim!
/s#erar so algemas candenes)5o as vo+es do amor sem canar)5o as dores sem #rano, rugidas
Como as gral&as dos venes o mar!
5o da febre o del
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/ es#erar! "uando os c-us no e;isem,1uando as flores #ressino murc&ar)
1uando a lu+ de aman&, "uando a es#(rana
No me es#eram e es#erar9 es#erar!000
DA MEIA NOITE
'$ meia noie) em c-u a+ul7ferreeFormosa es#$dua a lua
Alve%a nua,/ voa sobre os em#los da cidade0
Nos brancos muros se #ro%eam sombras)asseia a seninela
H noie bela/ o#ulena da lu+ da divindade0
O silncio res#ira) almos frescores6eus cabelos afagam)
>nios vagam'e alguma fada no ar andando caa0
Adormeceu a virgemD dos es#
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Bua lu+ sedu+! grinalda d(esmeraldaBua frone escalda000 dei;a7e adorar!
EU VI A FLOR DO C!U
/u vi a flor do c-u meiga es#erana5orrindo #ara mim, 'eus verdadeiro!/U amei como um doido a formosura,
/ eu no in&a din&eiro000
/no seni min&a alma degradada,Como bandeira "ue &aseou7Bar"uin2,
1uando o fogo da febre l&e lavrava
Nas veias do assassino0
/ do mundo aos a#lausos, min&a frone$lida enriseceu, mal resignada,
Como essas flores, cu%a alvura indicaFl2rea esao #assada0
ANINHAS
00000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Geber eu ia as fones "ue #or ali manavam,As sombras assenar7me "ue ali s(embalanavam
Na"ueles doces vales, na"ueles c-us de amor!No #rado e nos %ardins brincando andava Anin&as
Com o bando sussurrane de lindas irm+in&as,'e borboleas lindas, "ue vo de flor em flor0
O& dias! dias de ouro do *io de 4aneiro!Noies c&eias de vo+es! e os gnios feiiceiros
'a brisa e das orrenes do vale na soido!Bardes enamoradas i formoso firmameno!
Onde em cismar o fundo #erde7se o #ensameno/ esalam as cordas da alma na dor do corao!
/ no #assado %a+em odos os son&os meus!/u era o l
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/m venenosa flor, dos nores aoiada,>emendo na monan&a vo+ do vendaval!
MORRERES?
1ue o meu amor nas l$grimas se ban&a,1ue sofrem os "ue amam7me, u di+es9
1ue um core%o de m$goas me acom#an&a,1ue es#al&o es#in&os onde "uer "ue #ises9000
Bu -s formosa, como a branca esrelaNas re#idanes fones crisalinas,
Bens na alvura do roso alvas boninas
As noies #erfumando, o& como -s bela!
Como -s formosa, m$rmore alve%ane'es$ua, "ue enamora a auora mo!1uem me dera #oder, louco, anelane
Nos seios acender7e o corao!
/ di+es u, "ue sofres, "ue endoidecesNesa flagelao de ano amor9
C&oras, ol&ando aos c-us, como "uisesses'ali %usia eerna ana dor9000
Anes v a"ui denro000 - sangue vivo'os elos miseriosos com "ue #rendes
O rino e sano amor, "ue mal com#reendes,1ue em mal devora ao rovador caivo!
/ morreres em "uano a vida, isena'a manc&a, - doce aroma aos #-s de 'eus9/n"uano a lu+, "ue o #eio e adormena,/m onda a+ul derramam os ol&os eus9
Anes do belo @mulo a brancuraArdesse incendiando7se os luares'e frelos formosos, "ue s2 do loucura!
Anes da bela es$ua de alabasro
O mundo visse a ransfigurao 5urgindo o son&o, iluminar7se o asro,
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6ore de amores igmalio!
0000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
6as, #or"ue me des#eram &armoniasA ais &oras da noie em meu roc&edo9No so da vaga em orno as agonias,
Nem do vene os gemidos no arvoredo0
reludiam de amor e de saudadeAs vo+es "ue eu escuo alai o cano!
5o belos cora?es de mocidade1ue ra+em7me alve+, a mim, seu #rano000
Canai, canai o m$gico insrumeneBem segredos de amor na solido!
Vibrai, #angi o funda o isolameno,A arrebenar as cordas ao violo!
000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000000
Umbrosa noie, sombras encanadas,Fulgor nos asros, o e;alar da erra,
I6in&(alma - riseK, endec&as namoradas1u(embalam a noie e a virao deserra000
SONS E AROMAS
IAo meio dia, flor, "uando adormece'a ac$cia sombra meigo rovador)1uando ao cair da calma nos #arece5enir andando no Jden o 5en&or,
5olo o mais doce cano em "ue se es"uece/ enre imagens delira o son&ador Nos deseros dormido, ele agradece
Com o sorriso do sono ao bom canor!
or-m, u, "ue s2 abres noiin&a,1uando %$ ningu-m vs nem &$ calor)1ue s2 "ueres encanos da esrelin&a,
1ue no #lanou7e, nem e em amor Ai! flor ingraa, l
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Ao re#ouso o "ue d$s do &omem de dor91ue d$s ao "ue e adora e e acarin&a,1ue, se morreres, morre o rovador9
Oculas7e do ol&ar de um belo dia,1uando esguic&am do sol vida e calor,1uando oda ave rina de alegria
/ sem sorrir no &$ nen&uma flor!/ morres sem o amor dessa #oesia'o rise desfol&ar no ens amor9
Freira ego
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Brise asila7se sombra da alva imagem,Gei%a a flor sua e sino7o soluando,
resa inocene de faal miragem'o sol, das nuvens, da soido, do mar0
Aos aromas, esremeo mansa aragem)O bei%a7flor nourno delirandoAos aromas de mel000 vives canando,
Gela ave dou moivos a canar)Borno a es#(rana formosa, aos c-us volando
'o amor o son&o, as liras a afinar0
ISABEL DE ESPANHA
7anto agitaram o tur9ulo, 'ueesorracharam as ventas do 9dolo G
O0 L.*0
Fil&a de reis divinos! divina sobre a erra!Onde .sabel #rincesa, rain&a e;celsa onde erra9
5ombra do abismo imagem do an%o deca
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6andam7no emudecer os resloucados reis,Jbrios d(incensos vos) a cara de suas leis
*asgam7l&e face #ura 7 "ue eno muda de cor!
A ve+ #rimeira encaram7se, o #ovo, "ue - sen&or,Co(os reis, "ue ele elevara s
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5abeis "ue ransformam7se em asros de lu+!
'obrai os %oel&os! bei%ai esa erra'e nobres #assados! sabei er7l&e amor!
5abei defend7la nos cam#os da guerra 5ois livres! sois fil&os do sol do e"uador!
TO INEZ
8GR*ON ;ar8frase":
O&! no sorrias #ara a frone #$lida1ue no #ode sorir0
Nunca dem7e os c-us veres eu #rano/m vo, em vo cair0
/ #ergunas, "ue dor #unge7me oculaCorroendo a alegria e a mocidade9
/nvenenada dor e "ue e im#ora,5e a miigar no #ode essa #iedade9
No - amor, nem 2dio,
Nem de ambi?es a &onra v #erdida,1ue os dias meus aborrecer me fa+em
/ os amores fugir "ue amei na vidaD
6as, - a m$goa, "ue me vem de udo1uano eu escuo e ve%o0
No me alegramos encanos da bele+a,Nem esses ol&os, "ue res#landem e bei%o0
6as, - a do #rofunda, - a rise+a'o legend$rio vagabundo ebreu,
1ue s2 em ol&os fios sobre o @muloOnde v$ descansar mar
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ossam eles, dos son&ados arroubos,Nunca acordar, assim como acordei!
/u vou #or oda #are,
*-#robo, do #assado #erseguido 6as consola7me o ver "ue, "uano eu sofra,Nunca mais &$ de ser "uano &ei sofrido0
1uano &ei sofrido9 ai! no m(o #ergunes,or #iedade, an%o eerno!
*i7e desmascarar no "ueiras do &omemUm corao "ue e amosrara o inferno!
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