Mala
Direta
Postal
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-RJ
PE
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OS
CORREIOS
CORREIOS
Devolução
GarantidaRevista ano VI • nº 70 • novembro 2009
www.petros.com.br
O FUTURO AGORA Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção Congresso dos Fundos de Pensão mostra a inserção do sistema e sua contribuição no redesenho do “país do sistema e sua contribuição no redesenho do “país
do futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximodo futuro”, prognóstico que nunca esteve tão próximo
Planos Petros BD: 0800-56 00 55 • Plano Petros–2: 0800-28 60 600 • Ouvidoria: 21 2506-0855
Atendimento | 05Fundação vai inaugurar“Central de Relacionamento”, que unifi ca o sistema telefônico e integra os canais de atendimento
Instituídos | 19Adesão de estatísticos, com criação do Prev-Estat, aumenta potencial de captação da previdência associativa, segmento liderado pela Fundação
Concurso | 16Selecionados os 23 contos dentre os quais sairão os 10 fi nalistas que comporão a antologia a ser lançada no dia 4 de dezembro
editorial
expediente
Por três dias, Curitiba concentrou o equivalente
a 17% do PIB, resultado da presença dos fundos de
pensão que desembarcaram na capital paranaense
com a tarefa de discutir alternativas para a conjuntura
econômica mundial. Autoridades de governo (federal,
estadual e municipal) e os principais atores do setor
discutiram as oportunidades de investimentos que
se desenham com o novo cenário macroeconômico
nacional de juros em queda.
A simples presença de três ministros de Estado no
congresso anual tradicionalmente organizado pela
Abrapp dá mostras da dimensão estratégica assumida
pela previdência complementar no atual governo.
Em linhas gerais, as autoridades mencionaram
oportunidades de negócio, com destaque para as
áreas de infraestrutura, energia, logística e transporte,
bem como na indústria petrolífera, reabastecida com
as descobertas na camada de pré-sal.
Nosso país outrora nunca havia gozado de
tamanho prestígio no cenário internacional. E a
chancela das esferas competentes dando sinal
verde para a realização de uma Copa do Mundo
e das Olimpíadas logo na sequência são provas
incontestes nesse sentido.
O Brasil entrou defi nitivamente na agenda global.
Para nós, o futuro é agora e os fundos de pensão já
celebram a sua chegada. O desenlace da crise fi nanceira
internacional por aqui pôs por terra quaisquer suspeitas
que porventura ainda teimavam em pairar em torno
das decisões do governo na condução da economia.
Para nós, gestores da Petros, um dos grandes
diferenciais do atual momento brasileiro é a busca
pelo crescimento sustentável, tendência que se refl ete
no segmento da previdência complementar fechada.
Nessa linha, a seleção dos investimentos tem requerido
um quesito adicional, qual seja o alinhamento dos
ofertantes aos princípios de responsabilidade social.
Não é só retórica. A presente edição reporta ao leitor
a participação acionária da Fundação na recém-criada
empresa Florestal, concebida com a capacidade de
plantar 6 mil mudas de eucaliptos ao mês e propiciar
2 mil empregos diretos. Outra bandeira empunhada
pelos atuais gestores é do multipatrocínio.
A chegada dos estatísticos em outubro abre a
possibilidade de receber 9 mil novos participantes.
Em se tratando de uma categoria profi ssional tão
relevante para o mercado da previdência, a assinatura
do termo de adesão veio carregado de simbolismo.
Por fi m, o conjunto de matérias reunida na
Revista PETROS tenta mostrar que os
fundos estão exercendo um papel importante para
a construção de “futuro” cada vez mais presente
e palpável. Diretoria Executiva
Novembro/2009
Revista
Produzida pelo Setor de Imprensa e Conteúdo (Gerência de Comunicação e Relações Institucionais)Gerente | Washington AraújoEditor e Jornalista Responsável | Hélio Pereira (MTb 20.160/SP)Reportagem e Redação | Charles Nascimento (editor), Antonia Moraes, Gleice Sabbad e Vanessa Marinho (estagiária)Projeto Gráfi co | Núcleo da Idéia PublicidadeDiagramação | Leonardo GomesCapa | Leonardo GomesFotos | Américo Vermelho e Jupiter ImagesImpressão | BangrafTiragem | 130.300 exemplaresRedação | Rua do Ouvidor, 98, Rio de Janeiro, RJ CEP 20040-030 – Tel | (21) 2506-0335 E-mail | [email protected]
CONSELHO DELIBERATIVO Titulares | Wilson Santarosa (presidente), Jor-ge José Nahas Neto, Paulo Teixeira Brandão, Regina Lucia da Rocha Valle, Ronaldo Tedesco Vilardo e Yvan Barretto de Carvalho
Suplentes | Agnelson Camilo da Silva, Alexandre Aparecido Barros, Claudia Padilha da Araújo Gomes, Armando Ramos Tripodi, Epaminondas de Souza Mendes e Roberto de Castro Ribeiro
CONSELHO FISCAL Titulares | Fernando Leite Siqueira (presidente), Bruno Passos da Silva Melo, Eurico Dias Rodri-gues e Silvio Sinedino Pinheiro
Suplentes | André Luiz da Fonseca Fadel, Denise Frazão Ginzo, Oscar Ângelo Scotta e Sérgio Salgado
E-Mail | conselhofi [email protected]
Filiada àDIRETORIA EXECUTIVAPresidente | Wagner Pinheiro de OliveiraDiretores | Luís Carlos Fernandes Afonso, Maurício França Rubem e Newton Carneiro da Cunha Secretário-Geral | Wagner Luiz Constantino de Lima
4 • Revista Petros • Novembro 2009
fórum
Está havendo um pequeno problema quanto
ao endereçamento da Revista PETROS. A etique-
ta está colando na revista e fi ca impossível abrir o
envelope plástico sem rasgar a capa da revista.
Resposta: A franquia dos Correios responsá-
vel pela remessa informa que tomará as providên-
cias necessárias. A empresa já havia reclamado
com o fornecedor em relação ao envelope, que re-
almente são muito justos e difi cultam o manuseio.
A franquia acrescenta que está em processo de
mudança de fornecedor e uma das exigências foi
justamente quanto ao tamanho da embalagem.
Etiqueta da revistaHugo Feijó Filho, Santos /SP
Composição da carteira (julho)João Alberto Vieira Santos, Rio de Janeiro /RJ
O apoio da Petros ao Instituto Brasileiro dos
Direitos da Pessoa com Defi ciência para a edição
da “Cartilha IBDD” é um gesto de grandeza
social. Além de servir como “instrumento básico
para efetivação dos direitos fundamentais das
pessoas com defi ciência”, a cartilha é uma
ferramenta de conscientização da sociedade
contra a discriminação e o preconceito – que
infelizmente ainda existem. O Brasil vive
um momento ímpar em sua história. Daí a
importância em acelerar estas conquistas e
buscar a inclusão de milhões de brasileiros
neste processo. Parabéns a Petros e ao IBDD.
Responsabilidade Social IIRené Ruschel, Curitiba /PR
Recentemente IBDD editou uma cartilha com os
direitos das pessoas defi cientes. A Petros, engaja-
da na luta pela cidadania, apoiou a ideia porque
também considera fundamental a inclusão dessas
pessoas no mercado de trabalho, além da luta ob-
jetiva por uma legislação por melhor acesso nos
transportes coletivos, por vagas nas universida-
des, pela capacitação profi ssional, reabilitação fí-
sica e psicológica. A sociedade deve se habituar a
refl exões mais profundas. Como cidadãos, temos
direitos e deveres, mas há algo que vai além das
obrigações legais que regulam a vida em socieda-
de: o respeito, a consciência de que somos respon-
sáveis uns pelos outros. Uma sociedade de amor
e paz acolhe, protege, educa, propicia o desenvol-
vimento. Na prática e não apenas no papel. Vamos
fazer a nossa parte. Não foi isso o que ensinaram
todos os Mestres que passaram pela Terra?
Responsabilidade Social IRosana Rossi C. F. Romero /RJ
EM NOVEMBRO, O PAGAMENTO DOS BENEFÍCIOS SERÁ NO DIA 25
Participe desse FÓRUM. Escreva para [email protected]
A página 20 da revista do mês de out/09
informa que as quatro partes da composição
da carteira somam 103% do nosso patrimô-
nio.Será feita a correção?
Resposta: houve um grave erro na transpo-
sição dos dados da planilha, não percebido pela
revisão. segue a planilha correta
66,99%
2,3%
28,07%
2,64%
Renda Fixa
Participações Imobiliárias
Operações com Participantes
Renda Variável
Novembro 2009 • Revista Petros • 5
serviço
Até o fi nal deste ano, a Petros deverá concluir
o projeto de implantação da sua nova Central de
Relacionamento (também conhecida no mercado
como Contact Center). Segundo o diretor
Administrativo, Newton Carneiro, a ferramenta
foi escolhida por meio de um rigoroso processo
de tomada de preços e permitirá o gerenciamento
integrado dos canais de atendimento. “Além
disso, possibilitará o aumento da produtividade
dos teleatendentes, que poderão utilizar os
canais de voz, e-mail e chat”, diz o dirigente.
“A consequência natural será a prestação de
um serviço personalizado, com a redução das
fi las de espera e direcionamento das chamadas
para os teleatendentes especializados em seu
respectivo plano.”
O novo sistema permitirá a unifi cação
dos números 0800 atualmente existentes e
a reformulação dos menus do atendimento
automático (URA – Unidade de Resposta Audível),
que terá navegação mais simples e adequada a cada
plano e situação do participante. A URA também
oferecerá diversas consultas automáticas, sem a
necessidade de o usuário falar com os atendentes –
endereços da Petros, valor do saldo da conta, valor
líquido do benefício depositado, saldo devedor do
empréstimo, solicitação de 2ª via do contracheque
e de Informe Anual de Rendimentos para o IR.
O público do PP–2 e dos demais planos já está
sendo atendido pela nova central, com todas
NOVA CENTRAL
as consultas automáticas disponíveis. Com
isso, a Fundação passou a ter dois números de
Discagem Direta Gratuita: 0800-560066 (Planos
Petros BD) e 0800-0253545 (PP–2 e demais
planos). A Central de Relacionamento funciona
de segunda a sexta-feira, das 8h às 19h. Para
agilizar o contato, é aconselhável ter em
mãos o número da matrícula ou do CPF. Caso
queira obter informações personalizadas, será
necessário digitar a senha pessoal.
Segundo Carneiro, uma das novidades mais
interessantes do sistema é a chamada de retorno
(callback) para o participante que tentou acessar
o 0800 em horário de grande movimento (com
fi la de espera) e desistiu da chamada. No período
de menor fl uxo, o próprio sistema irá gerar uma
ligação automática para o telefone de origem
do participante. A central contará também
com sistema de gravação das chamadas, além
de permitir a realização de campanhas de
telemarketing ativo.
Mas as novidades não se atêm à atualização
tecnológica. A área está buscando cada vez
mais prestar um atendimento humanizado,
personalizado e efi caz, com atendentes mais
capacitados a responder a todos os tipos de
demanda. “Assim que os testes de implantação
do sistema estiverem concluídos, o novo número
unifi cado da central de atendimento 0800 da Petros
será amplamente divulgado”, fi naliza o diretor.
Fundação investiu na modernização dos sistemas tecnológicos na área de atendimento ao participante
DE RELACIONAMENTO ENTRA EM OPERAÇÃO
PLANOS PETROS BD - 0800-560066 PP-2 E DEMAIS PLANOS - 0800-0253545
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 19H.
6 • Revista Petros • Novembro 2009
Durante três dias, mais de 2.600 profi ssionais atuantes nos
diversos segmentos da previdência complementar participaram, em
Curitiba, do 30º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão. A capital
paranaense acolheu ainda diversas autoridades governamentais e
representantes de órgãos públicos que, norteados pelo eixo temático
“Cenário Econômico Mundial – Momentos Difíceis, Competências
Maiores”, também contribuíram para o êxito da edição.
A abertura ofi cial, na noite de 30 de setembro, registrou a presença de
três ministros, o governador do Estado, deputados federais e principais
autoridades do mundo previdenciário nacional. Em seu discurso, a
ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, convidou os fundos de
pensão brasileiros a investirem no setor de infraestrutura. Mencionou o
projeto do trem-bala e as reservas de petróleo do pré-sal e garantiu que
“investimentos em projetos nas áreas de energia, logística e transporte
não vão faltar”. Antes, a ministra recebeu – das mãos do presidente da
Petros, Wagner Pinheiro – os troféu e diploma na categoria Seguridade
Social da 14ª edição do Prêmio Nacional de Seguridade Social.
Dilma lembrou que o governo terá o papel de garantir normas
e diretrizes para o funcionamento dos fundos privados. “A criação
da Previc está sofrendo atrasos indesejados, mas o Senado deve
acelerar a sua votação”, afi rmou. A ministra destacou ainda a
saúde fi nanceira do sistema, “que conseguiu recuperar uma parte
expressiva das perdas registradas durante a crise”.
Também homenageado com o prêmio – que foi conferido a 14
destaques em diversas categorias pelo Instituto Nacional de Seguridade
Social (ICSS) –, o ministro da Previdência Social, José Pimentel, fez
um breve discurso traçando o histórico da previdência complementar
desde sua criação e pontuando o trabalho realizado pelo atual governo
para fortalecer a previdência complementar no país. Já o ministro do
Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo, falou de sua fé no
futuro do país “que vai crescer com inclusão social” e lembrou “das 25
milhões de pessoas incluídas na economia pelo governo do presidente
Lula e que foram decisivas para o país vencer a crise econômica”.
Já, o governador do Paraná,
Roberto Requião, alertou aos
dirigentes dos fundos a fi carem
atentos ao novo cenário e convo-
cou-os a investirem em opções
que congreguem retornos segu-
ros com o desenvolvimento do
país, como obras de infraestru-
tura e empresas rentáveis e ge-
radoras de emprego. O tom de
saudação à retomada do cresci-
mento com a efetiva participação
dos fundos de pensão também
pautaram as colocações dos mi-
nistros – sobretudo da ministra
CONGRESSO DOS FUNDOS DE PENSÃO
Em sua 30ª edição – realizada entre os dias 30 de setembro e 2 de outubro, em Curitiba –, o evento anual da Abrapp registra recorde de público e grande variedade de temas
CELEBRA A “CHEGADA DO FUTURO”
por dentro do sistema
Novembro 2009 2009 • Revista Petros • 7
Dilma, condutora dos principais
programas governamentais de
“aceleração do crescimento” – e
do diretor-presidente da Abrapp,
José de Souza Mendonça.
Também participaram da so-
lenidade de abertura o vice-go-
por dentro do sistema
vernador paranaense Orlando
Pessuti; o secretário-executivo
do Ministério da Previdência,
Carlos Eduardo Gabas; o secre-
tário de Previ-
dência Comple-
mentar, Ricardo
Pena Pinheiro;
e os deputados
federais André
Zacarow e Fran-
cisco D’Angelo,
integrantes da
Comissão de Se-
guridade na Câmara.
PRÊMIO ICSS
O diretor Financeiro e de Investimentos da Petros, Luís
Carlos Afonso, foi o coordenador do painel “Alocação em
Investimentos de Longo Prazo e falou sobre a experiência
da Fundação em private equity. “É como se eles (os
private equity) nos dessem novos braços e pernas para
nos movimentar.”
Segundo Afonso, os Fundos de Investimento em
Participações (FIPs) são vistos pela Petros como
oportunidades de diversifi cação da carteira e ampliação
do portfólio. Os 26 fundos nos quais a Fundação participa
ou em fase de captação perfazem um capital de R$ 9,3
bilhões. “Nossa participação é de 24% desse montante,
correspondente a cerca de R$ 2,2 bilhões.”
EXPERIÊNCIAS EM PRIVATE EQUITY
Ação Parlamentar
Ação Social
Administração Pública
Comunicação
Dirigente Regional
Educação, Cultura e Esporte
Liderança Empresarial
Responsabilidade Social
Seguridade Social
Chico D’Angelo (PT/RJ)
Cláudia Bonfi glioli
José Pimentel
Nelson Sirotsky
Reginaldo José Camilo
Forluz
Jorge Gerdau Johnnpeter
Jorge Queiroz de Moraes Junior
Dilma Rousseff
CATEGORIA PREMIADO
A ministra-chefe da Casa
Civil, Dilma Rousseff, teve
sua atuação em prol da se-
guridade reconhecida pelo
ICSS e recebeu o diploma e
troféu das mãos de Wagner
Pinheiro, presidente da Petros
e ex-presidente instituto.
8 • Revista Petros • Novembro 2009
O presidente Wagner Pinheiro mostrou a visão
dos gestores das fundações durante o painel “O
Poder Judiciário e o Equilíbrio Atuarial e Financeiro
dos Fundos de Pensão”. Para um auditório repleto,
fez questão de frisar inicialmente que os fundos
conhecem e colocam em prática os principais fun-
damentos dentro do ordenamento jurídico. “Co-
nhecemos a natureza contratualista da relação en-
tre os participantes e as entidades, a necessidade
de constituição de reserva para a percepção dos
benefícios, a necessidade de segregação entre
planos”, disse o dirigente. “Nós sabemos de tudo
isso, mas a sociedade brasileira não sabe.”
Pinheiro ressalvou a fi rme atuação do atual
governo federal criando um ordenamento jurídi-
co “para que tenhamos segurança para trabalhar”.
Mas, na sua opinião, os fundos tem de aumentar
sua atuação junto aos sindicatos, patrocinadoras,
por dentro do sistema
Ao coordenador da Comissão Técnica Nacio-
nal de Comunicação e Fomento da Abrapp, Wa-
shington Araújo, coube a tarefa de fechar o pai-
nel “A Gestão de Imagem dos Fundos de Pensão”,
missão cumprida, mesmo com a responsabilida-
de deixada pelas excelentes e acaloradamente
aplaudidas palestras que o precederam.
Em exposição bem-humorada, Clóvis Barros Fi-
lho, professor livre-docente da Escola de Comunica-
ção e Artes da USP, instigou o público a acompanhá-
lo numa viagem pelo “pensamento fi losófi co” – da
Antiga Grécia aos botequins de hoje. Numa profusão
de “imagens”, falou das difi culdades para construção
de uma identidade, um dos principais valores para as
instituidores, associações de aposentados, entida-
des como a Anapar e desenvolver um trabalho in-
cessante de esclarecimento junto ao Judiciário.
Nesse momento, fazia referência ao juiz fede-
ral e doutor em direito econômico pela USP, José
Marcos Lunardelli, que acabara de dar suas “im-
pressões pessoais” – fez questão de frisar – sobre
a visão do Judiciário. Segundo o juiz, o Tribunal
hoje se debate entre dois confl itos clássicos: a na-
tureza individual versus plurilateral (distributiva)
das ações. “E a grande difi culdade é justamente
resolver essa questão.”
Também participaram os advogados Adacir Reis,
que falou sobre a visão das entidades fechadas de
previdência complementar; Flávio Marcílio Morei-
ra, que discorreu sob a ótica dos entes públicos; e,
Ivan Jorge Bechara Filho, diretor de Legislação e
Normas da SPC, em nome de quem advogou.
organizações. Já o presidente da Previ (formado em
Jornalismo), Sérgio Rosa, recomendou que os esfor-
ços em Comunicação sejam “permanentes e coe-
rentes”. Na sua opinião, “a boa comunicação externa
começa pela feita internamente”.
Gerente executivo de Comunicação e Relações Ins-
titucionais da Petros, Araújo usou os efeitos da anima-
ção gráfi ca para mostrar a evolução do personagem
Prevenildo (representando todos os profi ssionais que
atuam em seguridade), que aos poucos vai perceben-
do sua importância individual para a construção da
imagem que é “enxergada” pelos participantes. Tam-
bém começa a valorizar e construir canais de comuni-
cação efetivos para todos os públicos.
A GESTÃO DA IMAGEMDAS FUNDAÇÕES
AS FUNDAÇÕES E AS DEMANDAS JUDICIAIS
Novembro 2009 • Revista Petros • 9
por dentro do sistema
Em posição destacada pela
magnitude dos recursos que movi-
menta, os expressivos investimen-
tos em fundos estruturantes (FIPs)
e sua liderança no segmento de
fundos multipatrocinados, a Fun-
dação foi uma das protagonistas
do evento e reforçou sua já sólida
imagem junto aos congressistas.
Pelo seu estande passaram mais
de 500 visitantes, que demons-
traram elevado interesse pelos
planos, sobretudo o Anaparprev,
que é acessível a participantes de
qualquer fundo fechado e abre a
possibilidade de inclusão de pa-
rentes até o terceiro grau. “Nosso
estande representou bem as trans-
formações ocorridas no
sistema no governo Lula,
pois abriu espaço para que
a previdência complemen-
tar possa ser estendida
para mais trabalhadores”,
diz o diretor de Seguridade,
Maurício Rubem.
Em sua primeira partici-
pação no Congresso, Silvio
Sinedino, do Conselho Fiscal, se
disse “bastante impressionado”
com a qualidade dos debates e o
nível de discussão. Ele lamentou
apenas o fato de que nem todos
os conselheiros tenham podido
participar do evento.
Na avaliação do diretor Ad-
ministrativo, Newton Carneiro, o
evento demonstrou a consolida-
ção do sistema e sua reconheci-
da importância para o desenvol-
vimento do país. “A presença de
ministros, governador do Estado
e parlamentares diretamente liga-
dos com a previdência atestam a
PETROS TEM PRESENÇA MARCANTE
bertas que marcam um novo para-
digma para o país e trará inúmeras
oportunidades de investimentos
para os fundos de pensão.”
O gerente de Relação com
os Instituidores da Petrobras,
Alexandre Quintão Fernandes,
prestou informações pormenori-
zadas a respeito do modelo regu-
latório de exploração e produção
no pré-sal e áreas estratégicas e
trouxe detalhes
sobre o novo mo-
delo de partilha.
Caberá à compa-
nhia o papel de
operadora exclu-
siva de todas as
áreas sujeitas ao
regime. “Ela será
a responsável pela coordenação
das atividades de exploração e
produção, providenciando os
recursos críticos em tecnologia,
pessoal e recursos materiais”, ex-
plicou o executivo.
representa-
tividade das
fundações.”
O dirigen-
te coordenou
a mesa de debates durante a apre-
sentação da Petrobras [“Pré-Sal –
Expectativas e Desafios”] e desta-
cou a importância do tema para as
fundações. “As pessoas ainda não
tm a exata dimensão dessas desco-
O diretor Luís Carlos Afonso falou O diretor Luís Carlos Afonso falou sobre a experiência da Petros em sobre a experiência da Petros em private equity.private equity.....
..e o diretor Newton Carneiro ..e o diretor Newton Carneiro coordenou palestra sobre o coordenou palestra sobre o pre-salpre-sal
Mais de 500 visitantes compareceram ao estande da Fundação e Mais de 500 visitantes compareceram ao estande da Fundação e receberam orientações sobre o Anaparprevreceberam orientações sobre o Anaparprev
10 • Revista Petros • Novembro 2009
responsabilidade social
EM DEFESA DAS
Cartilha busca efetivar direitos fundamentais e reduzir os preconceitos que impedem o pleno exercício da cidadania
Uma parceria entre a Petros e o Instituto
Brasileiro dos Direitos da Pessoa com
Defi ciência possibilitou a reedição da Cartilha
IBDD, uma espécie de instrumento de luta
para fazer valer os direitos dessa signifi cativa
parcela da população. Segundo a assessora da
superintendência do IBDD, Fernanda Japiassu, a
ideia de fazer uma publicação nesses moldes foi
detectada a partir do grande número de pessoas
que procuravam a instituição para se informar
sobre seus direitos. “Percebemos que não existia
no mercado um material impresso que reunisse
tais informações de maneira sucinta e acessível
e buscamos parceiros.”
Ela conta que a primeira edição foi lançada
no ano passado em parceria com Furnas, com
tiragem de 5 mil exemplares. Mas, na sua
concepção, o assunto não se esgotou. “Vencer a
negação de direitos e a invisibilidade da pessoa
com defi ciência é um desafi o permanente.”
Criado em 1998, o IBDD é uma organização
não governamental, sem fi ns lucrativos, com uma
proposta contrária às políticas assistencialistas. A
entidade trabalha pela construção da cidadania
das pessoas com defi ciência, para que elas se
tornem sujeitos ativos de seus direitos e lutem
contra o preconceito.
Apesar dos recentes avanços conquistados,
ainda permanecem problemas estruturais como
a difi culdade de acessibilidade aos transportes
coletivos, o desemprego e a discriminação.
Segundo Japiassu, nesse particular, o IBDD tem
como linha de ação o desenvolvimento de projetos
exemplares de inclusão social. Entre outras ações,
oferece atendimento personalizado, escritório
de defesa de direitos, capacitação profi ssional,
inclusão no mercado de trabalho formal e
promoção de atividades esportivas.
Para as empresas e demais instituições,
provê recursos de consultoria, otimização do
emprego dos trabalhadores com defi ciência e
orientação atualizada. “Além disso, atuamos
para que a questão da pessoa com defi ciência
seja entendida com real importância, em função
do seu papel fundamental para a resolução das
desigualdades sociais.”
A publicação está acessível no portal da
Petros para quem quiser baixar o arquivo em pdf.
Os exemplares impressos também podem ser
solicitados gratuitamentejunto ao IBDD (telefone
21-3235 9290 ou via e-mail [email protected])
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Novembro 2009 • Revista Petros • 11
responsabilidade social
FUNDAÇÃOINVESTE NO REFLORESTAMENTO
Entidade tem 25% de participação na Florestal, que nasce com capacidade de plantio de 6 milhões de mudas de eucalipto/mês e de gerar 2 mil empregos diretos
Os sócios da empresa Flo-
restal Brasil S.A., de refl ores-
tamento de eucalipto para fi ns
comerciais, escolheram uma
data repleta de simbolismo
para promover o lançamento
do negócio, em São Paulo –
29 de setembro, Dia da Árvore.
Com o aporte de R$ 1,1 bilhão,
a companhia conta com a par-
ticipação acionária da Petros e
Funcef, da holding J&F (con-
troladora do grupo JBS-Friboi)
e da MCL Empreendimentos.
A Fundação e cada um dos de-
mais sócios terá uma participa-
ção de 25% na empresa.
A Florestal começa com
um viveiro de eucaliptos em
Andradina, no interior de São
Paulo, com capacidade para
produzir 6 milhões de mu-
das por mês. A primeira co-
lheita está prevista para 2014
e, a partir daí, o faturamen-
to anual previsto é de R$ 2
bilhões, chegando à casa dos
R$ 3 bilhões em 2021.
Maior conglomerado do setor de proteínas
do mundo e com participação acionária da
Petros, a JBS participou, em 5 de outubro,
da cerimônia de assinatura de um convênio
com o Greenpeace, que visa ao estabeleci-
mento de critérios mínimos para operações
com gado e produtos bovinos em escala
industrial no bioma amazônico. Conforme
noticiado pelos jornais “O Globo” e “Valor
Econômico”, o termo foi assinado também
pela Marfrig e o Minerva, o segundo e ter-
ceiro maiores frigoríficos nacionais.
Pelo compromisso, os frigoríficos terão
de comprovar que nenhum de seus fornece-
dores diretos tenham ferido o bioma amazô-
nico para garantir a entrega de bois para o
PARCERIA SOCIALMENTE RESPONSÁVELabate. Em dois anos, a exigência valerá para
“fornecedores indiretos”, incluindo fazendas
de cria e recria de gado.
Para José Batista Júnior, sócio-dire-
tor da JBS, os frigoríficos estão preocu-
pados com a imagem do segmento no
exterior. “Desenvolvemos projetos que re-
presentam o Brasil”, diz o executivo. “Es-
tamos quebrando barreiras e paradigmas
mundo afora. Mas não basta querer vender,
temos que preservar”. A JBS vem de partici-
par de uma das maiores operações do mun-
do dos negócios, ao incorporar a Bertin e
a aquisição da americana Pilgrim’s Pride,
tornando-se um conglomerado com fatura-
mento anual da ordem de R$ 60 bilhões.
Em torno de 20% da produ-
ção deverá ser utilizada para
abastecer as caldeiras das
unidades de abate e processa-
mento de carne da JBS-Friboi.
O excedente de madeira será
dirigido a empresas que utili-
zam lenha como biomassa ou
para produção de celulose. O
projeto prevê a criação de 2
mil empregos diretos e terá
responsabilidade sobre 335
mil hectares em Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul.
12 • Revista Petros • Novembro 2009
sistema petrobras
O CEP da caixa postal exclusiva mantida pela Petros
na agência dos Correios da Petrobras mudou. Agora,
o participante interessado em utilizar o serviço devem
endereçar suas correspondências para:
AC Petrobras Caixa Postal – 15.559 CEP – 20031-975
Diariamente, o setor interno responsável pelo serviço
de malote recolhe todos os envelopes, faz a triagem
conforme o assunto e encaminha à área responsável.
O serviço de caixa postal concilia segurança – todo
material recebido fi ca cuidadosamente guardado no
interior da agência dos Correios – e privacidade –
somente o profi ssional autorizado pela Fundação tem
acesso às correspondências.
PETROBRAS, 56 ANOS Cerimônia no Rio de Janeiro foi celebrada conjuntamente com o Dia do Petroleiro, instituído pelo governo do Estado
Embalada pelas recentes descobertas na
camada de pré-sal e com a perspectiva de
dobrar o seu tamanho em um futuro próximo,
a Petrobras completou 56 anos de existência
no dia 3 de outubro. E a partir deste ano os
petroleiros fl uminenses em particular têm
um motivo a mais para celebrar a data. Uma
lei estadual sancionada recentemente pelo
governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral,
estabeleceu a data como o Dia do Petroleiro.
O autor da lei é o deputado estadual Paulo
Ramos (PDT), que teve o intuito de homenagear
a categoria. Como justificativa, lembra que
ao longo de sua trajetória, os trabalhadores
da companhia venceram dificuldades,
desenvolvendo técnicas de exploração do
petróleo, especializando-se na pesquisa e
extração em águas profundas.
Aliás, motivos para que todos os brasileiros
se orgulhem da companhia não faltam. Maior
produtora mundial de petróleo em águas pro-
fundas, com 23% das operações globais, a Pe-
trobras conquistou a autossuficiência a partir
de 2006 – passou a produzir um volume su-
perior à demanda nacional. “A maior empre-
sa brasileira, e uma das maiores do mundo,
já contribui com grande ênfase para que to-
CAIXA POSTAL TEM NOVO CEP
Novembro 2009 • Revista Petros • 13
Em setembro, os benefícios de
suplementação de aposentadoria,
pensão por morte e auxílio-doen-
ça dos aposentados e pensionis-
tas que aderiram à proposta de
repactuação foi reajustado em
4,36% (equivalente à variação do
IPCA de setembro de 2008 a agos-
to de 2009). Para aqueles cuja
data de início do benefício (DIB) é
REAJUSTE DOS ASSISTIDOSEm setembro, benefícios suplementares dos repactuados subiu 4,36%
dos desfrutem do desenvolvi-
mento social e econômico do
país”, declarou o presidente
da Petros, Wagner Pinheiro.
Para o executivo, “a con-
cretização desta realidade só
foi possível graças ao empe-
nho dos milhares de empre-
gados que trabalham com
entusiasmo na construção de
uma empresa que pertence
a todos os brasileiros e, por-
tanto, a eles também”. Pinhei-
ro também externou o seu
orgulho pelo fato de estar à
frente de uma instituição que
tem a Petrobras como a sua
principal patrocinadora.
Atualmente, a companhia
produz mais de 2,5 milhões de
barris de petróleo e gás natu-
ral equivalente por dia. Com
a proposta do novo modelo
regulatório apresentada pelo
governo federal, a Petrobras
deverá ser a única operado-
ra – com percentual mínimo
de 30% de participação – de
todos os blocos explorados
sob o regime de partilha. Caso
a proposta seja aprovada
pelo Congresso Nacional, o
sistema de partilha substituirá
o regime de concessão para
as áreas do pré-sal e estraté-
gicas ainda não licitadas. Para
os 70% restantes, a União
poderá contratar exclusiva-
mente a Petrobras ou realizar
licitações com livre participa-
ção de empresas.
sistema petrobras
A proposta também prevê o
direito de a companhia exercer
atividades de exploração e pro-
dução em determinadas áreas
do pré-sal, no limite de até 5 bi-
lhões de barris de petróleo e gás
natural. Para ampliar a capacida-
de de investimento, levando em
consideração inclusive os inves-
timentos necessários para o de-
senvolvimento das atividades na
região do pré-sal, o projeto de lei
também autoriza o aumento de
posterior a 30 de setembro de
2008, o reajuste foi aplicado
proporcionalmente, conforme
tabela. Os aposentados e pen-
sionistas que não aderiram à
repactuação devem aguardar
o fechamento do acordo co-
letivo da patrocinadora para
terem seus benefícios Petros
reajustados.
capital da Petrobras.
A aprovação do mode-
lo regulatório institui ainda
o Fundo Social, que terá in-
vestimentos no Brasil e no
exterior e poderá aplicar os
recursos arrecadados no
pré-sal em projetos na área so-
cial (saúde, educação, ciência
e tecnologia, meio ambiente
e cultura) e de infraestrutura,
contribuindo para a erradica-
ção da pobreza no país.
Até 30/09/2008Até 31/10/2008Até 30/11/2008Até 31/12/2008Até 31/01/2009Até 28/02/2009Até 31/03/2009Até 30/04/2009Até 31/05/2009Até 30/06/2009Até 31/07/2009Até 31/08/2009
4,364004,093363,627043,255322,967012,475131,914601,711181,225300,751770,390360,15000
VARIAÇÃO IPCA %DIB
14 • Revista Petros • Novembro 2009
projeto memória
A HISTÓRIA
CONTADA POR
SEUS HERÓIS ANÔNIMOS
Ana garante não ter predileção por nenhuma das
sedes, e lamenta não ter tido a oportunidade de
trabalhar na atual (rua do Ouvidor).
Ao longo de sua trajetória laborativa, viveu fa-
ses conjunturais bastante distintas e viu a Petros
ser presidida por sete executivos diferentes -– Pe-
trônio Barcellos, Joaquim Caetano Gentil, Orfi la
Lima dos Santos, Gilberto Amaro Rodrigues, Al-
cides Nunes da Costa Filho, João Reynaldo Pe-
reira da Costa e Nelson Lacerda da Silveira. No
contexto político e econômico nacional, foram
cinco presidentes da República, sendo que um
deles faleceu antes de tomar posse. Cinco moe-
das diferentes vigoraram na economia (Cruzeiro,
Cruzado, Cruzado Novo, novamente Cruzeiro e
Real), a infl ação chegou a alcançar inacreditáveis
2.900% ao ano, houve confi sco da poupança.
Apesar do clima de instabilidade, independen-
temente do momento histórico, a Petros jamais
deixou de honrar os compromissos assumidos
com os seus participantes. Pode-se até contestar
alguns aspectos relativos à administração dos
A revista optou nesse mês por narrar a his-
tória da Petros a partir do ponto de vista de
uma personagem anônima que colaborou para
transformá-la na segunda maior entidade de
previdência complementar do País. Sua voz
representa os milhares de trabalhadores sem
nome e sem rosto que levaram adiante o so-
nho de um grupo de abnegados que, em me-
ados da década dos 60 idealizou uma maneira
para salvaguardar o padrão econômico dos pe-
troleiros após a aposentadoria.
Uma dessas protagonistas é Ana Dias, que
por duas décadas trabalhou na Petros como te-
lefonista (1971 a meados de 1991). Se, por algum
motivo, você ligou para a Fundação nessa época,
pode até não estar associando o nome à pessoa,
mas muito provavelmente foi atendido por ela.
A simpática dona da matrícula de emprega-
da número 56, trabalhou nos primeiros imóveis
que serviram de sede à Fundação – na rua Teó-
fi lo Otoni e por último no histórico Edifício Ser-
rador, negociado pela gestão passada, em 2002.
Telefonista por 20 anos na empresa, Ana Dias bem representa os milhares de personagens desconhecidos que deram sua parcela de colaboração para construir os 40 anos da Fundação
Novembro 2009 • Revista Petros • 15
projeto memória
investimentos, mas o conjunto da obra ostenta
resultados altamente positivos.
Ana Dias lembra que naquela época ela e mais
duas colegas davam conta de todas as ligações
destinadas à Petros e transferiam para o ramal
desejado. Além disso, eram responsável por rea-
lizar as ligações interurbanas solicitadas por em-
pregados. “Geralmente, eram
telefonemas para unidades da
Petrobras em outros estados.”
Para organizar a agenda de
tarefas diárias, Ana organizava
o pedido de ligações em fi chas
escritas à mão. Tão logo a mis-
são fosse cumprida, as anota-
ções eram arquivadas, com um
adendo: as chamadas de cará-
ter pessoal ainda recebiam uma
observação para que pudessem
ser cobradas dos empregados
no fi m do mês. Somente para
efeito comparativo, a central
de atendimento da Fundação atualmente tem 50
teleatendentes divididos em dois turnos e rece-
be, em média, 24 mil chamadas mensais.
Muito festeira e dona de hábitos simples, a
aposentada hoje reside em bairro no subúrbio do
Rio de Janeiro e orgulha-se de ter feito parte des-
sa história. “Foram os melhores tempos da mi-
nha vida”, revela a ex-telefonista, sem esconder
uma pontinha de saudades daqueles tempos.
Ela avalia que a Fundação e sua principal pa-
trocinadora cresceram de maneira exemplar,
pois souberam se adaptar às várias mudanças ao
longo dessas quatro décadas. Do ponto de vista
técnico, sua avaliação está absolutamente corre-
ta. Na Petros, por exemplo, o número de partici-
pantes já ultrapassa a casa dos 130 mil e o total
dos ativos de investimentos chegou em julho a
R$ 42,8 bilhões, garantindo o pagamento de 50
mil benefi ciários (aposentados e pensionistas) e
seus dependentes – nada mal para uma empresa
que nasceu sob a égide da desconfi ança.
Hoje Ana utiliza o telefone somente quando
necessário e mantém certa distância dos avanços
tecnológicos. “Não utilizo computador de jeito
nenhum.” Já o celular, geralmente fi ca esquecido
na bolsa e ela mal sabe o número. “O pior é que
quando toca, eu não ouço.”
ONTEM E HOJE...em visita à sede da Petros, Ana Dias tem contato com ONTEM E HOJE...em visita à sede da Petros, Ana Dias tem contato com os novos equipamentos e processos os novos equipamentos e processos
16 • Revista Petros • Novembro 200916 • Revista Petros • Novembro 2009
concurso de contos
A Emboscada
A Senda de Ratnavali Vaisrali
A Viagem do Ônibus 592
A Vida na Mansão, Eu, Teco e a Cozinheira
Arlequim Esfarrapado
Astrologia Acidental
Cartola Vermelha
Homo Sapiens
O Casamento
O Manequim
O Pavilhão Marrom
O Último Paraíso
DEFINIDOS OS SEMIFINALISTAS
Comissão seleciona as 23 obras que continuam concorrendo ao prêmio
A comissão julgadora já escolheu os
semifi nalistas do IX Concurso de Contos da
Petros. A exemplo dos anos anteriores, a seleção
está sendo feita em duas etapas. Na primeira,
os 219 textos foram entregues aos vencedores
das três últimas edições do certame – Cleo de
Oliveira, Edison Bohrer e Roberto Marcio Pimenta
–, que selecionaram dez contos cada um. Como
alguns foram escolhidos por mais de um jurado,
a relação totalizou 23 textos.
Na segunda fase, os contos serão submetidos
à apreciação do jornalista José Carlos Conte, que
atribuirá novas notas. O “jurado” trabalhou em
diversos jornais e emissoras de TV e tem vasta
bagagem na área cultural. Na mídia televisiva,
seu currículo registra experiências na Rede
Globo, Bandeirantes e SBT, além da extinta
Manchete. No jornalismo impresso, foi de “O
Estado de S. Paulo“ (Caderno 2, editoria de
artes) e correspondente na Itália. Atualmente,
escreve sobre literatura e comportamento para
publicações do Brasil, Argentina e Itália.
O evento representa uma iniciativa da Fundação
de incentivo à literatura entre os participantes. A
cerimônia de premiação está marcada para o dia
4 de dezembro, na Academia Brasileira de Letras,
com a presença da homenageada deste ano – a
escritora e acadêmica Nélida Piñon.
LISTAGEM POR ORDEM ALFABÉTICA
Oníria
Os Biscoitos Dinamarqueses
Os Parques Abandonados
Planos de Voo
Relicário
Sentinela
Supérfl uo, Corta
Tempos Mágicos
Travessia
Urdidura
Vós Sois Máquinas
Novembro 2009 • Revista Petros • 17
A antologia do “Concurso de Contos da
Petros” vai trazer entrevista exclusiva da
escritora Nélida Piñon, uma das maiores
intelectuais brasileiras e ocupante da cadeira
número 30 na Academia Brasileira de Letras.
Filha de imigrantes da Galícia (uma das regiões
autônomas da Espanha), a escritora penetra em
suas lembranças da infância para reconstituir
parte da história recente do país. Veja alguns
trechos da entrevista e leia a íntegra no livro.
Em seu livro mais recente [Coração Andarilho],
a senhora diz que desde criança já tinha escolhido
ser escritora.
Desde pequena, a literatura era a minha
paixão. A imagem que eu guardo é de sentir tal
prazer em ler um livro que chegava a acreditar
que qualquer história lida provinha de uma
experiência real vivida pelo autor. Eu desconhecia
então o conceito de fi cção. Ficção era a realidade,
daí se criar. Era como uma espécie de memória do
autor. Assim, acreditava que Dumas e Monteiro
Lobato tinham vivido as aventuras que relataram
em seus livros. Claro que Lobato frequentara o
Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Quando a senhora percebeu que tinha
qualidades sufi cientes para ser escritora?
Não pensei se teria ou não as virtudes
necessárias para ser um escritor já acabado.
Assumi o risco como assumi os mistérios da
vida. Sabia que era árduo, mas prossegui, a
despeito dos erros, das hesitações, do medo. E
da pergunta: acaso o meu sonho tem razão de
ser? Cada dia eu obtinha uma resposta diferente.
Cada frase escrita te dá uma resposta. Aliás, o
próprio livro que se está fazendo te orienta. Ora
desperta agonia, euforia, um prazer secreto, uma
paixão indescritível. Você constata que existe
algo fora de você só porque o seu texto passou a
existir independente da sua pessoa física.
A opinião da crítica interfere no seu trabalho?
É prazerosa quando nos é favorável e pode
decepcionar quando parece que é excessivamente
severa ou expressa uma avaliação ideológica,
de caráter pessoal. O que, aliás, pode ocorrer.
Evidentemente, fi co satisfeita com a aprovação.
Em compensação, nenhuma reprovação me
fez desistir. Eu crio independente da crítica,
embora julgue que a crítica é indispensável
para a orientação do leitor, do escritor, e para
consolidar o prestígio do escritor no panorama
do seu país. Mas confesso que respeito a crítica,
mas não lhe tenho medo.
E com os leitores, a senhora mantém algum
tipo de aproximação? Tem, por exemplo, o hábito
de utilizar blogs, e-mails?
Não recorro a estes recursos, mas recebo
concurso de contos“APOSTO NA LITERATURA BRASILEIRA. É UMA MATRIZ SÓLIDA.”
18 • Revista Petros • Novembro 2009
concurso de contos
cartas que leio com o maior prazer. Não sou
como quem vive em uma torre de marfi m. Quero
ser íntima do mundo. Assim, faço palestras
e, quando me aplaudem, me abraçam, fi co
emocionada. Assim, como quando me abordam
na rua. Julgo-me acessível.
Como funciona o seu processo criativo?
A senhora é disciplinada, escreve todos os dias?
Já tive mais disciplina. Hoje, mesmo que
não escreva diariamente, escrevo com o
pensamento, com a leitura, as refl exões sobre
o modesto cotidiano dos seres. Preparo-me
sempre, engendro frases a cada hora, razão pela
qual tenho pastas com textos ainda inéditos,
prontos para que eu me ocupe deles. Acredito,
porém, que uma pausa temporária revigora a
sua escrita, mas quando estou num processo
ativo, posso escrever quase 10 horas diárias.
Não me canso, o meu intelecto na hora do ardor
da escrita é de um atleta.
Se a senhora tivesse optado por escrever em
espanhol talvez tivesse as portas do mercado in-
ternacional abertas com mais facilidade.
Embora tenha pressentido as difi culdades
inerentes ao mercado de língua portuguesa,
dos sacrifícios que são cobrados do escritor
brasileiro, senti desde cedo que nasci com a
língua lusa no meu coração. Tive a noção que
a despeito das difi culdades que se imprimia
ao escritor brasileiro, soube cedo que a língua
portuguesa era uma paixão. Eu não poderia, de
modo algum, separar-me desta língua a pretexto
de uma eventual glória, reconhecimento.
Tal renúncia à língua golpearia a minha
visão moral do mundo. Na minha intimidade
mais profunda, sou a própria língua portuguesa
enquanto escrevo, enquanto falo dela e com
ela. Sempre que falho, e com muita frequência,
a culpa é minha, jamais de seus recursos
poéticos. Eu estou aquém da língua, que me
supera. E penso sempre que graças à travessia
atlântica do meu avô galego enveredei para o
enigma da criação.
A senhora é reconhecida como uma
pessoa extremamente sofi sticada. De onde vem
essa sofi sticação?
Se assim é, devo à família e a todos os mes-
tres da vida. Recordo a fi nura da avó amada,
cuja família ostentava na porta da casa um bra-
são. Julgo, porém, que a delicadeza e demais
atributos, tendo dimensão transcendente, não
são privilégios do dinheiro ou das dinastias.
Devo destacar que minha mãe, Carmem, era de
rara elegância de gestos, de gosto e de espírito.
Ensinou-me muito.
O que representou para uma feminista
ser a primeira mulher a presidir uma casa
tradicionalmente de homens?
Desde o início, agi com naturalidade e
responsabilidade. Seria uma presidência única
por coincidir com o primeiro centenário da
Academia Brasileira de Letras, o que exigiu
um esforço rigoroso para que a casa pudesse
corresponder a sua elevada importância
histórica no cenário brasileiro. Foi um labor
exaustivo, mas compensador. A casa viveu um
momento de honra e glória.
Como a senhora avalia o atual momento da
literatura brasileira?
Temos uma produção relevante, tanto
da parte de escritores já estabelecidos
quanto dos jovens que tenho lido. Aposto na
literatura brasileira. Ela é uma matriz sólida.
Temos,pois, presente e temos futuro. Só
aspiro que nenhum autor renuncie aos seus
postulados estéticos por conta dos obstáculos
da carreira. Há que prosseguir.
Novembro 2009 • Revista Petros • 19
multipatrocínio
ESTATÍSTICOS DARÃO NOVOS NÚMEROS À FUNDAÇÃO
Quase 9 mil profi ssionais fi liados aos conselhos regionais da categoria já podem aderir
No dia 8 de outubro, a Petros lançou ofi cial-
mente o plano de previdência destinado aos es-
tatísticos, abrindo a possibilidade concreta de 9
mil novos participantes ingressarem na Funda-
ção. Nesse primeiro momento, quatro conselhos
regionais da categoria (totalizando 13 estados) e
a Sociedade Brasileira de Estatística farão parte
do Prev-Estat. A expectativa do diretor de Segu-
ridade da Petros, Maurício Rubem, porém, é que
outros conselhos venham a fazer parte do plano.
Durante a reunião que selou a parceria, o
executivo disse que, pela afi nidade dos estatís-
ticos com o segmento da previdência comple-
mentar, a adesão “é mais um importante selo
de qualidade conferido à Petros”. Para mostrar
que o multipatrocínio vem sendo uma estraté-
gia bem-sucedida, Rubem lembrou ainda que a
Fundação já administra planos pertencentes a
profi ssionais formadores de opinião tais como
os atuários, os servidores do Tribunal de Con-
tas do Rio de Janeiro e os jornalistas.
Segundo o dirigente, a
Petros administra 40 planos
já aprovados pela Secretaria
de Previdência Complemen-
tar (SPC) e está em fase avan-
çada de negociação com ou-
tras categorias. O ingresso no
segmento de planos criados a
partir do vínculo associativo,
esclareceu, “foi uma decisão
estratégica que está possibi-
litando ampliar a previdência
fechada ao maior número de
trabalhadores possíveis”.
Também compareceram à cerimônia de
adesão do Prev-Estat os presidentes da So-
ciedade Brasileira de Estatística, José Ronald
Noronha Lemos, do Conselho Regional de
Estatística da 2ª Região, Hélio Otsuka, e do
Conselho Federal de Estatística, Luiz Carlos
da Rocha.
O diretor executivo da Mongeral, Luiz Cel-
so Ferreira Lemos, saudou a iniciativa. Durante
sua apresentação, ele lembrou os três anos de
atividades conjunta com a Fundação, iniciadas
a partir do lançamento do CulturaPrev. Em sua
avaliação, a previdência fechada passa por um
momento altamente favorável, principalmen-
te por causa dos avanços regulatórios e deve
mais do que dobrar de tamanho nos próximos
10 anos, alcançando 40% do PIB. Ele destacou a
iminente aprovação da Previc, autarquia dotada
de estrutura própria e que irá regulamentar os
fundos de pensão.
O diretor Maurício Rubem recebe dirigentes de entidades ligadas aos O diretor Maurício Rubem recebe dirigentes de entidades ligadas aos estatísticos e da Mongeral durante lançamento do Prev-Estatestatísticos e da Mongeral durante lançamento do Prev-Estat
20 • Revista Petros • Novembro 2009
Entidades poderão investir no exterior, mas a Fundação irá priorizar investimentos no País
O Conselho Monetário Nacio-
nal (CMN) aprovou, em 24 de se-
tembro, novas diretrizes de investi-
mentos para os fundos de pensão.
Dentre as novidades introduzidas
pela Resolução 3.792, as entidades
poderão aumentar suas aplicações
em renda variável e no exterior.
Além disso, o órgão permitiu mais
investimentos em setores que esti-
mulam o crescimento econômico,
como infraestrutura e construção
civil. O limite de aplicação em ren-
da variável subiu de 50% para 70%
do patrimônio.
O presidente da Petros, Wag-
ner Pinheiro, vê com bons olhos
a decisão do CMN. Mas, embo-
ra seja favorável a que os fun-
dos tenham liberdade de aplicar
seus recursos onde desejarem,
diz que a diretoria da Petros não
tem interesse, no momento, em
alocar recursos no exterior.
Segundo Pinheiro declarou
à imprensa, “o Brasil tem uma
carência muito grande de inves-
timentos, principalmente em
infraestrutura, e está repleto de
oportunidades”. Na avaliação do
dirigente, a Copa do Mundo e
as Olimpíadas, as Participações
Público-Privadas e as conces-
sões devem trazer boa rentabi-
lidade para quem quer investir.
A nova resolução do CMN,
segundo a diretora de Monitora-
mento e Controle, Patrícia Mon-
teiro, “buscou adequar os limi-
tes de aplicação ao atual cenário
macroeconômico de infl ação
controlada, taxa de juros em tra-
jetória declinante e crescimento
econômico.” Também se ateve
às oportunidades de investi-
mento, aproveitando a inclusão
de novos produtos fi nanceiros,
a convergência com normas
editadas por outros órgãos
reguladores e ao atual estágio
da fi scalização da SPC.
investimentos
“MELHORES EMPRESAS” FAZEM PARTE DA CARTEIRA
Entre as organizações que fi guram na lista das melhores
empresas do País em gestão de talentos e práticas de
Recursos Humanos estão três nas quais a Petros tem
participação acionária. Destaque para a CPFL Energia,
holding que atua no segmento de distribuição, geração e
comercialização de energia, que ocupa a oitava colocação.
As outras organizações com participação da Fundação
são All, que opera a malha ferroviária mais extensa da
América Latina e a Coelce, Companhia Energética do
Ceará. O ranking do “Guia Você S/A - Exame”, trazendo as
150 melhores empresas para se trabalhar, foi divulgado
dia 9 de setembro. Há ainda outras empresas que fi guram
na carteira de seleção da Petros (investimentos de curto
prazo) e que são negociadas com alguma frequência.
Estudos comprovam que as políticas de gestão de
Recursos Humanos impactam nos resultados das empresas
e consequentemente no retorno do capital investido pelos
acionistas. Neste ano, 491 empresas se inscreveram para
participar da pesquisa. Do total, 223 companhias, situadas
em 103 cidades do país, passaram pelo processo de visita
e entrevistas realizadas pela equipe de Você S/A. A listagem
das 150 empresas pode ser conferida em ordem alfabética
no site www.vocesa.com.br.
NOVAS REGRAS DE INVESTIMENTOSPARA OS FUNDOS DE PENSÃO
Novembro 2009 • Revista Petros • 21
POR DENTRO DA PORTABILIDADE
Resolução de 2003 regulamenta transferência de recursos do participante para outra entidade de previdência complementar
A portabilidade no sistema de previdência
complementar foi regulamentada a partir de
uma resolução do Ministério da Previdência
Social e do Conselho de Gestão da Previdência
Complementar, em outubro de 2003. Por se tratar
de um termo técnico, para algumas pessoas esse
conceito ainda não fi cou sufi cientemente claro.
Em bom português, portabilidade é o
instrumento que permite ao participante
transferir recursos acumulados do seu plano de
benefícios para um outro que ele eventualmente
pretenda aderir. A transferência de reserva para
outro plano pode ser total ou parcial, desde que
respeitadas algumas regras como o fi m do vínculo
empregatício com o patrocinador (quando for o
caso) e que obrigatoriamente os recursos sejam
transferidos para outro plano sem passar pelas
mãos do participante.
Além disso, é necessário cumprir uma carência
de até três anos de vinculação ao plano. No caso de
transferência de recursos para entidades abertas de
previdência, os valores portados devem ser todos
utilizados para a contratação de renda mensal vitalícia
ou por prazo determinado. Esse prazo, no entanto,
não poderá ser inferior ao período em que a reserva
foi constituída, limitado ao mínimo de quinze anos.
A legislação vigente não permite a
portabilidade entre um plano com tributação em
regime regressivo para o progressivo. A mão
inversa, no entanto, é perfeitamente viável – da
tabela de tributação progressiva para a regressiva.
Mas, nessa hipótese, o tempo de acumulação
desta portabilidade terá início a partir da data da
efetivação do aporte no novo plano. Mas atenção:
não há pagamento de Imposto de Renda nem
qualquer cobrança de carregamento de entrada
ou saída sobre os recursos provenientes de outra
entidade, seja aberta ou fechada.
E por se tratar de um direito inalienável do
participante, não é permitido portar os recursos de
uma pessoa para outra. Da mesma forma, é vedado
o resgate de valores portados de outra entidade.
atendimento
Além de dispor sobre a portabilidade, a Reso-
lução nº 6 (Ministério da Previdência Social e
do Conselho de Gestão da Previdência Com-
plementar), disciplina também os institutos
do benefício proporcional diferido, resgate e
autopatrocínio em fundos de pensão.
• Entende-se por benefício proporcional
diferido a possibilidade do participante que in-
terromper o vínculo empregatício com o patro-
cinador (ou associativo com o instituidor), antes
do direito ao benefício pleno, optar por receber o
benefício decorrente dessa opção futuramente.
• Já o resgate é o instituto que faculta ao
participante o recebimento do valor decorrente
do seu desligamento do plano de benefícios.
• Com o autopatrocínio, no caso de per-
da parcial ou total da remuneração, o partici-
pante pode manter a sua contribuição e a do
patrocinador para assegurar os benefícios nos
níveis correspondentes àquela remuneração.
OUTROS INSTITUTOS PREVIDENCIÁRIOS
22 • Revista Petros • Novembro 2009
petros.com.br
COMISSÃO DO SENADO APROVA PROJETO DA PREVIC A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou projeto que cria agência reguladora dos fundos de pensão fechados
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)
do Senado aprovou no dia 13 de outubro projeto
de lei que cria a Superintendência Nacional de
Previdência Complementar (Previc). Caberá ao
órgão supervisionar todo o regime operado por
entidades fechadas de previdência complementar.
O relator da matéria, Romero Jucá (PMDB-
RR), destacou a necessidade de o País reforçar o
aparato de regulação e fi scalização desse setor,
que cresceu muito nos últimos anos. Segundo
o senador, o Brasil possui hoje o oitavo maior
sistema de previdência complementar do mundo
em termos absolutos com a atuação de 372
entidades fechadas.
Essas instituições administram recursos
da ordem de R$ 442 bilhões de ativos totais.
O dinheiro administrado pelo sistema de
previdência complementar corresponde a 17%
do Produto Interno Bruto (PIB), com 66% dos
investimentos distribuídos em títulos de renda
fi xa -– títulos públicos ou papéis privados – e 28%
em títulos de renda variável.
O projeto de lei prevê que os ex-diretores da
Previc fi carão impedidos, por quatro meses, de
prestar serviço ou de exercer qualquer atividade
A Previc foi criada em 2004 e chegou
a funcionar por cinco meses mas foi
extinta porque o Senado não votou a
medida provisória que criava a autar-
quia. Uma das diferenças da Previc
em relação à secretaria é que a autar-
quia terá os custos pagos pelos fun-
dos de pensão, que farão contribui-
ções trimestrais. Os valores da Taxa
no setor. Aprovado na CAE, o projeto de lei
terá que ser analisado ainda pelas Comissões
de Assuntos Sociais (CAS) e de Constituição e
Justiça (CCJ) antes de ser votado pelo plenário
do Senado. Se for preservado o texto já aprovado
na Câmara dos Deputados, a matéria vai à sanção
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com o ministro da Previdência
Social, José Pimentel, a criação da Previc irá
garantir a boa governança, a normatização e
maior estabilidade ao setor. Ele ressaltou que a
criação do órgão integra um conjunto de normas
que tem por fi nalidade aperfeiçoar o sistema
de previdência complementar brasileiro. “Com
estas mudanças, os fundos de pensão ganharam
estabilidade jurídica e tributária”, frisou Pimentel.
O secretário de Previdência Complementar,
Ricardo Pena, também destacou a importância
da autarquia para o fortalecimento das políticas
que garantem a solvência e a governança do
sistema no país. Ele ressaltou que o sistema
ocupa a sétima posição em termos de ativos,
com patrimônio acumulado de R$ 460 bilhões. “É
um sistema moderno e atualizado que precisa de
um órgão fi scalizador para ser consolidado.”
HISTÓRICOde Fiscalização e Controle da Previ-
dência Complementar (Tafi c) admi-
nistrados por cada fundo de pensão.
O quadro de funcionários da
Previc será formado por 100 espe-
cialistas em Previdência Comple-
mentar, 50 analistas administrati-
vos e 50 técnicos administrativos
– cargos que serão ocupados via
concurso público. A autarquia tam-
bém poderá ser reforçada com
até 385 auditores fi scais oriun-
dos da Receita Federal. De acordo
com relatório produzido pelo se-
nador Romero Jucá (PMDB-RR),
estima-se que o impacto orçamen-
tário anual com o provimento dos
cargos será de R$ 28,882 milhões.
Novembro 2009 • Revista Petros • 23
perfi l
Tese de mestrado da assistente social Rose Mery dos Santos Costa Leite aborda os sucessos e os dissabores da rotina além-mar
Muito antes das questões de
gênero permearem a pauta de
prioridades nas empresas bra-
sileiras, a assistente social Rose
Mery dos Santos Costa Leite fi -
gurava no seleto time de petro-
leiras que conhecia as entranhas
de uma plataforma. Entre 1987 e
1991, viu de perto as principais
angústias dos trabalhadores
offshore da Bacia de Campos,
região responsável por cerca de
80% da produção nacional.
A partir de sua experiência,
decidiu elaborar uma tese acadê-
mica para entender melhor o pro-
cesso de construção da identidade
dos profi ssionais embarcados.
Esse trabalho de pesquisa deu ori-
gem ao livro Bandeirantes do mar:
a identidade do trabalhador das pla-
taformas de petróleo, lançado em
outubro pela Editora Intertexto.
Rose Mery diz ter deparado
com um universo cheio de con-
tradições, onde o petroleiro expõe
sua veia nacionalista e o orgulho
de ser responsável por conquis-
tas relevantes para o País como
a autossufi ciência, por exemplo.
“Uma vez petroleiro, petroleiro
para sempre”, ela profetiza. De
acordo com a tese da pesquisa-
dora, “a categoria assume para
si a grandiosidade da companhia,
que simboliza desenvolvimento,
inovação tecnológica e uma série
de simbolismo, que na platafor-
ma é ainda mais forte”.
Esse mesmo profi ssional,
segundo Rose Mery, queixa-
se da vida “pendular” cheia de
idas e vindas e das tensões oca-
sionadas no ambiente familiar.
Até por isso, ele “não se sente
devidamente recompensado”.
A pesquisadora imprimiu ao
texto uma linguagem leve, pro-
curando responder aos seus inú-
meros questionamentos para en-
tender a “dicotomia de uma vida
fragmentada imposta pela rotina
de 21 dias em terra e 14 dias em
alto-mar”. Atualmente na função
de gerente de Planejamento, De-
sempenho e Gestão de Compe-
tências da BR Distribuidora, Rose
Mery enxerga a indústria petro-
lífera como um processo contí-
nuo, que invariavelmente força
os petroleiros offshore a deixarem
parte da vida social relegada ao
segundo plano.
Para se adaptarem a essa re-
alidade, “existe um processo na-
tural de embrutecimento e a cada
ano que passa fi ca mais difícil
romper o vínculo”. Diferentemen-
te do que ocorria no passado, no
entanto, Rose Mery detectou nos
novatos (conhecidos nas platafor-
mas como borrachas) a busca por
alternativas ao trabalho embarca-
do. “Eles estão sempre estudan-
do, atrás de outra qualifi cação.”
Muito sorridente, a assistente
social conta que entrou na Petro-
bras para trabalhar seis meses e
já está há 24 anos. “A experiência
na Bacia de Campos foi singu-
lar, um constante aprendizado.”
Casada, mãe de uma jovem que
acaba de completar a maiorida-
de, ela brinca que felizmente o
casamento sobreviveu às agruras
do mercado de trabalho.
Filha de pescador, Rose
Mery especula que o interesse
pelo tema offshore está, mes-
mo que inconscientemente,
ligado ao seu DNA. Para ela,
o que torna viável a convivên-
cia numa plataforma é a rela-
ção de companheirismo. “Se
a pessoa não sentir isso, não
consegue sobreviver.”
LANÇADO LIVRO SOBRE TRABALHO NAS PLATAFORMAS
24 • Revista Petros • Novembro 2009
prestando contas
RESULTADOS DE AGOSTO/2009O Total de Ativos de Investimentos da Fundação chegou a R$ 43,1 bilhões, rentabilidade acumulada nos últimos doze meses foi de 8,60%, para meta atuarial de 10,76% e referencial ponderado de 9,69%.
COMPOSIÇÃO DA CARTEIRA66,02%
2,38%
28,92%
2,68%
Renda Fixa
Participações Imobiliárias
Operações com Participantes
Renda Variável
Renda VariávelTotal investido % em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)
R$ 12.471.318 mil28,92 %2,07 %
- 0,70 %
Participações ImobiliáriasTotal investido % em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)
R$ 1.026.842 mil2,38 %5,37 %38,90 %
Operações com ParticipantesTotal investido% em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)
R$ 1.157.790 mil2,68 %0,99 %14,10 %
Renda FixaR$ 28.467.866 mil
66,02 %0,68 %11,07 %
Total investido% em relação à Carteira GlobalRentabilidade – No mês – Acumulada (12 meses)
Nota da Redação: O Relatório de Atividades completo pode ser acessado no portal (www.petros.com.br)
(*) consolidado dos bens e direitos de todos os planos administrados pela Petros, estes recursos estão “aplicados” em renda fi xa, renda variável, imóveis e operações com parti-cipantes, nos montantes e proporções indicados no gráfi co e nas tabelas abaixo
ATIVOS DE INVESTIMENTOS (*)
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA (*)
(*) incluindo receitas e despesas extraordinárias
Acumulado no ano 1.048.815.475 69.074.754
Últimos 12 meses 1.529.606.838 103.588.182
ReceitasPrevidenciais
DespesasAdminstrativas
Fonte: Relatório de Atividades / Elaboração: Gerência de ControleFonte: Relatório de Atividades / Elaboração: Gerência de Controle
Novembro 2009 • Revista Petros • 25
1 - Ativo Líquido: montante destinado à cobertura dos compromissos com pagamento de benefícios. Corresponde à diferença entre: i) o Ativo de Investimento do Plano, defi nido como o somatório de todos seus bens e direitos (“aplicados” em renda fi xa, renda variável, imóveis e operações com participantes) e outros ativos a receber; e ii) o exigível operacional (eventuais despesas/retenções a pagar), exigível contingencial (eventuais ações judiciais a pagar) e Fundos com destinação específi ca; 2 - Provisões Matemáticas: total das obrigações do Plano, com benefícios concedidos e benefícios a conceder ao conjunto de seus participantes;3 - Fundos: reservas de recursos para cobrir benefícios de riscos (Fundo Previdencial) e para cobrir perdas nas Operações com participantes (Programa Investimentos);4 - Operações Administrativas: recursos vinculados à Fundação (Petros Administradora) e destinados à cobertura das despesas administrativas, presentes e futuras, de todos os planos, visando garantir a perenidade da estrutura administrativa;5 - Equilíbrio Técnico: diferença entre o Ativo Líquido e as Provisões Matemáticas do Plano. Se positiva, diz-se que a situação do Plano é superavitária, se negativa, diz-se que a situação do Plano, é defi citária.
prestando contas
Ativo Líquido, Provisões Matemáticas, Fundos e Equilíbrio Técnico de cada plano de benefícios administrado pela Fundação
POR DENTRO DE CADA PLANO AGOSTO/2009
(em R$ mil)
26 • Revista Petros • Novembro 2009
consultoria
CONSTITUIÇÃO FEDERALE O ESTATUTO DO IDOSO
Mês de outubro marcou o aniversário destas normas e a comemoração dos dias nacional e internacional do idoso
A Constituição Federal, promulgada pela
Assembleia Nacional Constituinte em 5 de outubro
de 1988, comemorou 21 anos no mês passado. Sua
criação representou verdadeiro marco histórico
para a sociedade, na medida em que a nova Carta
Magna propiciou a transição para a democracia e
a garantia de direitos fundamentais, consolidados
nas últimas duas décadas, simbolizando uma
grande conquista da cidadania brasileira.
Entre os diversos direitos e garantias
assegurados pela Constituição, pode-se destacar
a proteção da pessoa idosa, explicitada no dever
da família, sociedade e Estado de amparar
o idoso, assegurando-lhe a participação na
comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar e garantindo-lhe o direito à vida.
Também no mês de outubro passado, a Lei
n.º 10.741/2003, que instituiu o Estatuto do Idoso,
comemorou o sexto aniversário de sua publicação,
ocorrida em 3 de outubro de 2003. O Estatuto do
Idoso, que entrou em vigor em 1º de janeiro de
2004, é destinado a regular os direitos assegurados
às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
O Estatuto prevê a obrigação da família, da
comunidade, da sociedade e do Poder Público de
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação,
à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao
trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao
respeito e à convivência familiar e comunitária.
Da relação de garantias e prioridades previstas
na Lei, destacamos, no âmbito da saúde, o direito do
idoso ao atendimento preferencial perante o Sistema
Único de Saúde (SUS) e à distribuição gratuita de
remédios, principalmente os de uso continuado,
assim como de próteses e outros recursos relativos
ao tratamento, habilitação ou reabilitação.
Aos maiores de 65 anos é garantida a
gratuidade dos transportes coletivos públicos
urbanos e semi-urbanos, sendo-lhes reservados
assentos especiais. A participação dos idosos
em atividades culturais, esportivas e de lazer
será proporcionada mediante descontos de pelo
menos 50% no valor dos ingressos, bem como
deve ser assegurado o acesso preferencial aos
locais onde as atividades estão sendo realizadas.
Nas relações de trabalho, é proibida a
discriminação por idade e a fi xação de limite
máximo de idade para a contratação de
empregados. Em concursos públicos, o primeiro
critério de desempate é o da idade, com preferência
para os concorrentes com idade mais avançada.
Na seara do direito da habitação, em programas
habitacionais públicos ou subsidiados por
recursos públicos, é obrigatória a reserva de 3%
das unidades residenciais para os idosos. Ainda,
é garantida ao idoso a prioridade de tramitação
de processos judiciais e administrativos.
Por fi m, também em outubro, foi comemorado
o Dia Nacional do Idoso, celebrado em 1º de
outubro, conforme defi nição da Lei n.º 11.433,
de 28 de dezembro de 2006. Neste mesmo dia,
festeja-se o Dia Internacional do Idoso, instituído
pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Texto elaborado pelo advogado Texto elaborado pelo advogado Cristiano BorgesCristiano Borges
CastilhosCastilhos, do Setor de Consultaria da Gerência Jurídíca., do Setor de Consultaria da Gerência Jurídíca.
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