MAGNUS ROBERTO DE MELLO PEREIRA
MEMORIAL DESCRITIVO
Memorial Descritivo das atividades de ensino, pesquisa e extensão, apresentado à Comissão Permanente de Pessoal Docente, da Universidade Federal do Paraná, para fins de progressão vertical na Carreira do Magistério Superior – Classe E – Professor Titular – Resolução N° 10/14 CEPE.
CURITIBA
2016
Neste momento sombrio que meu país atravessa quero deixar registrada a minha mais profunda oposição ao golpe de estado ora perpetrado por aquelas forças que compõem o lado antidemocrático da sociedade brasileira. Acima de tudo, aproveito para lamentar a transformação do Supremo Tribunal Federal em um antro de golpistas e criminosos que praticam abertamente advocacia administrativa, julgando seletivamente em benefício de suas conveniências político-partidárias. Ao Estado de Direito no Brasil
In memoriam
ii
SUMÁRIO
1. Prolegômenos ................................................................................................................ 1
1.1 Guiné-Bissau ............................................................................................................... 2
1.2 Na Secretaria da Cultura do Estado do Paraná ............................................................. 3
1.3 No Ministro da Cultura ................................................................................................. 5
1.4 No Ipardes .................................................................................................................... 6
1.5 Semeando Iras Rumo ao Progresso .............................................................................. 6
2. Na UFPR ........................................................................................................................ 9
2.1 A forma e o podre ......................................................................................................... 11
2.2 O Cedope ...................................................................................................................... 15
2.3 Aos Quatro Ventos ....................................................................................................... 19
2.4 Os luso-brasileiros no quadro do iluminismo português .............................................. 20
2.5 Ciência & Império ........................................................................................................ 22
2.6 Expansão temática ........................................................................................................ 24
2.7 História: Memória e Imagem ........................................................................................ 27
2.8 O Prêmio Odebrecht ..................................................................................................... 28
2.9 De volta às exposições .................................................................................................. 28
2.9.1 De Rerum Natura .......................................................................................... 29
2.9.2 Mundos Novos Ilustrados .............................................................................. 31
2.9.3 Por Terra ........................................................................................................ 32
2.9.4 Anos 50: Identidades ..................................................................................... 35
2.9.5 Libertem Maria Águeda! ............................................................................... 42
3. Formação acadêmica .................................................................................................... 53
3.1 Estágios de Pós-doutorado ........................................................................................... 53
3.2 Doutorado em História Urbana .................................................................................... 54
iii
3.3 Mestrado em História Social ........................................................................................ 54
3.4 Licenciatura em História .............................................................................................. 54
3.5 Curso Técnico de Segundo Grau - Eletrotécnica ......................................................... 54
4. Atuação Profissional ..................................................................................................... 54
4.1 Universidade Federal do Paraná, UFPR ....................................................................... 54
4.2 Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG ........................................................... 55
4.3 Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, IPARDES ................ 55
4.4 Ministério da Cultura, MinC ........................................................................................ 56
4.6 Liceu Nacional Kwame N'Krumah e Liceu José Marti, Guiné Bissau ........................ 56
4.7 Escola Técnica Federal do Paraná (Atual UTFPR) ...................................................... 56
5. Publicações .................................................................................................................... 57
5.1 Artigos em Revistas Especializadas ............................................................................. 57
5.2 Livros publicados/organizados ..................................................................................... 59
5.3 Capítulos de livros publicados ...................................................................................... 60
5.4 Trabalhos completos publicados em anais de eventos ................................................. 61
5.5 Resumos publicados em anais de eventos .................................................................... 62
6. Exposições ..................................................................................................................... 63
7. Orientações .................................................................................................................... 64
7.1 Supervisão de pós-doutorado ........................................................................................ 64
7.2 Orientação de Teses de doutorado ................................................................................ 64
7.3 Orientação de Dissertações de mestrado ...................................................................... 65
7.4 Orientação de trabalhos de conclusão de curso de graduação ...................................... 65
7.5 Orientação de Iniciação Científica ............................................................................... 67
8. Prêmios .......................................................................................................................... 69
1
MEMORIAL DESCRITIVO
1. PROLEGÔMENOS
Minha vida profissional iniciou em 1982, aos 19 anos, quando fui
contratado como professor de Eletrotécnica pela então Escola Técnica Federal do
Paraná, hoje UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. São, portanto,
44 anos de participação quotidiana e ininterrupta no mundo do trabalho.
Não cheguei a permanecer um ano na Escola Técnica, pois saí para abrir
um escritório de projetos de instalações elétricas, junto com ex-colegas.
Simultaneamente, comecei a estudar Arquitetura e Urbanismo, na Universidade
Federal do Paraná. Cursei cerca de metade das disciplinas, mas sempre frustrado. O
meu maior ganho foi descobrir que tinha gosto pelas disciplinas de história e teoria da
Arquitetura e da Arte, o que não era de se esperar, pois minha formação sempre
privilegiara a área de exatas. Esta predileção não encontrava nenhum apoio entre os
professores de Arquitetura, que se demonstravam alheios ao exercício de pensar a
própria profissão. Entendiam que seu único objetivo era formar arquitetos
profissionais liberais. Decepcionado, abandonei o curso e prestei novo exame
vestibular, desta vez para Design. Fui aprovado e integrei a primeira turma de Design
da UFPR. Nesta altura, já tinha constituído família e o acúmulo de atividades me
levou a abandonar, também, esse curso.
2
1.1 Guiné-Bissau
Paralelamente ao trabalho e aos estudos, sempre militei politicamente. O
desencanto com a situação em que vivia o país e o temor à repressão me levaram a
buscar nova vida no exterior. Naquele período, tivera início o processo de
descolonização das possessões portuguesas na África, a começar pela independência
da Guiné-Bissau. Parti para a África em finais de 1975, na expectativa de ser útil no
novo país. Em Bissau, comecei por trabalhar no Ministério de Obras públicas, na área
das instalações elétricas, que era a minha especialidade profissional. Todavia, o país
tinha falta de professores e acabei me transferindo para o ensino. Iniciei lecionando
física e matemática, disciplinas para as quais tinha ampla formação. No entanto a
carência de professores de geografia humana fez com que eu me improvisasse na
docência dessa disciplina. Começou assim a minha aproximação mais concreta com a
área de ciências humanas. Além disto, o convívio com diversos jovens professores
portugueses de história que atuavam na Guiné me apresentou a todo um campo
bibliográfico que, para mim, era desconhecido. Pode-se dizer que tive uma iniciação
privilegiada. Foi nessa altura que tomei contato com a trilogia Novos abordagens,
Novos objetos e Novos problemas, coordenada por Le Goff e Nora, entre muitas
outras obras teóricas da Escola dos Analles.
Esta nova bibliografia veio somar-se às de minha formação teórica prévia
que tinha duas origens: marxismo e estruturalismo. Falando assim, pode parecer um
tanto eclético, mas creio que foram essas as duas grandes linhas que configuraram o
pensamento ocidental no século XX, nos seus acertos e nos seus erros. De marxistas e
estruturalistas, todos temos um pouco. No entanto, o aforismo esconde que, em ambos
os casos, a aparente unidade era composta de uma miríade de tendências.
O meu marxismo, por exemplo, vinha de Gransci, Lúkacs e Henry
Lefebrve. Ou seja, não era nem Leninista/Stalinista, nem Maoista, nem Trotskista. Era
3
próximo ao que se convencionava chamar de marxismo ocidental, que se consolidou
após a ruptura da maioria dos partidos comunistas europeus, em especial o italiano,
com a Rússia Soviética. Já o estruturalismo vinha, entre outros, de Umberto Eco e,
fundamentalmente, de Roland Barthes. Foucault sempre me provocou um certo
embaraço.
Retornei ao Brasil em 1978, quando teve início o processo de distensão da
ditadura militar. Voltei a me dedicar profissionalmente aos projetos de instalação
elétrica. Todavia resolvi regressar aos estudos. Em vez de concluir algum dos cursos
que havia abandonado, prestei vestibular para História. Fui aprovado, mas em pouco
tempo tive que trancar a matrícula, pois não estava conseguindo conciliar estudos com
a vida pessoal. Voltei à universidade em 1982 e, no ano seguinte, concluí a graduação
em História. Imediatamente iniciei o mestrado na área.
1.2 Na Secretaria da Cultura do Estado do Paraná
Aos poucos fui tentando abandonar o ramo da eletricidade e me inserir no
mercado profissional da História. Minha primeira atividade remunerada na área foi a
participação em uma equipe contratada pela Secretaria da Cultura do Estado do
Paraná para fazer o levantamento do patrimônio arquitetônico das cidades de
Antonina e Morretes, no final de 1983. Isto fazia todo o sentido, uma vez que eu
transitava simultaneamente nas áreas de arquitetura e de história. Na sequência,
comecei a trabalhar na Coordenação do Patrimônio Cultural, onde me envolvi no
projeto Caminho das Tropas, que congregava equipes de arquitetos e historiadores dos
órgãos de defesa do patrimônio cultural, estaduais e federais, dos quatro estados do
sul do país. Por fim, fui convidado para participar da equipe que deveria reestabelecer
o Museu da Imagem e do Som, fechado alguns anos antes.
Neste período, me dediquei especialmente a duas propostas. Participei da
implantação do projeto Museu de Rua, em âmbito estadual, com a assessoria do
4
arquiteto Júlio Abe, o criador da proposta. A ideia básica era montar exposições
histórico/fotográficas fora dos espaços expositivos e museológicos tradicionais. Mais
que a exposição em si, a parte inovadora da proposta era o envolvimento de
comunidades na pesquisa e constituição dos próprios acervos fotográficos. Participei
diretamente da execução de um Museu de Rua sobre o Carnaval de Antonina e outra
sobre o Caminho das Tropas. De forma indireta, dando assessoria, viabilizei mais de
uma dezena de exposições no interior do Paraná, em parceria com as Universidades
Estaduais e diversas secretaria municipais de cultura.
A outra proposta desenvolvida durante minha permanência no MIS foi a
criação do projeto História da Indústria no Paraná, que se propunha simultaneamente
a realizar pesquisas históricas propriamente ditas e à constituição de um acervo
temático específico multimídia. Para cada indústria estudada seria constituído um
acervo de depoimento em áudio e em vídeo de história de vida de ex-operários,
quadros administrativos e proprietários. Simultaneamente seria feita a recolha de
material fotográfico, filmográfico, etc. tanto do acervo da própria empresa quanto dos
acervos privados dos entrevistados. O projeto não teve maiores continuidades após
minha saída do MIS, mas legou um acervo interessante que ainda hoje atende a alguns
pesquisadores.
Além de desenvolver estes projetos, fui um dos curadores de uma
exposição interessantíssima sobre os grafittis feitos pelos condenados nas paredes de
algumas penitenciárias da região de Curitiba. Essas prisões iam ser pintadas e, antes
que isso acontecesse, as paredes das celas foram intensivamente fotografadas para
registrar os grafismos feitos pelos prisioneiros. Promovemos conjuntamente um ciclo
que discutia a condição carcerária. A exposição resultante viajou pelo Brasil afora.
Durante este período prestei concurso para professor em algumas
universidades estaduais, mas sem sucesso. Eram outros os tempos e os concursos
eram verdadeiras batalhas ideológicas. Lembro de um concurso em Maringá em que
5
um dos integrantes da banca, de nome Pedro e sobrenome muito aristocrático, não
teve pejo em pedir a palavra durante a aula do concursando que ele apoiava para
explicar melhor as posições do partido de ambos em relação à História. A vitória da
Revolução dependia da escolha deste ou daquele professor em uma universidade no
interior do Brasil.
1.3 No Ministro da Cultura
Em 1987, o Ministro da Cultura, Celso Furtado, convidou o secretário da
cultura do Paraná, Fernando Ghignone, para ocupar o cargo de Secretário de
Atividades Sócio-Culturais do Minc. Este, por sua vez, convocou-me para chefiar sua
equipe em Brasília. A SEAC tinha por propósito ampliar a atuação do MinC para
além de suas tradicionais áreas de competência, que eram a defesa do patrimônio
cultural e do incentivo das manifestações artísticas eruditas e populares. O mote da
SEAC era a promoção da cultura do quotidiano. Foram criados programas de apoio a
movimentos associativos que se propunham a usar múltiplas formas de manifestação
cultural como meio para transformar a vida das pessoas. Esses programas financiaram
grupos como o Olodum e outros voltados ao fortalecimento de movimentos sociais
como os dos seringueiros da Amazônia. Chico Mendes foi um dos nossos parceiros.
Com a saída de Fernando Ghignone, acabei assumindo a Secretária de
Atividades Sócio-Culturais, a convite de Celso Furtado. Ao mesmo tempo, passei a
acumular a Coordenação Geral de Políticas Culturais do MinC. Vivíamos um
momento crucial da redemocratização brasileira, que era o da elaboração da nova
Constituição. De todo esse processo, tendemos a lembrar apenas da atuação do
Congresso Nacional. Todavia, parte expressiva da Constituição de 1988, hoje rasgada
por um golpe de estado no qual aventureiramente se envolveram os poderes
legislativo e judiciário, foi resultado da atuação da sociedade civil. A SEAC passou a
abrigar os lobbies do movimento negro, dos povos indígenas e da floresta, dos idosos,
6
dos portadores de deficiências e das mulheres. A ação desses lobbies resultou na
incorporação, em nossa Carta Magna, de um conjunto de artigos destinados à proteção
e inclusão dos grupos dito “minoritários”.
1.4 No Ipardes
Na medida em que fui conhecendo Brasília e seus meandros, fui tomando
ojeriza pelo ambiente político que ali grassava. Resolvi voltar ao Paraná. Nesta altura,
consegui transferência da Secretaria da Cultura, à qual permanecia formalmente
vinculado, para o Ipardes – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social. Nessa instituição, recebi a incumbência de coordenar o projeto História da
Indústria no Paraná, do qual tinha sido um dos propositores. Permaneci nessa função
por quatro anos, enfrentado grandes dificuldades. Tínhamos obtido vultoso
financiamento da Finep, mas pouco conseguíamos fazer. A instituição se apossava de
todos os recursos obtidos, mantendo o projeto à míngua. A situação piorou quando
Jaime Lerner assumiu o governo do Paraná e iniciou o desmonte do Ipardes. O sr.
Planejamento agora odiava instituições de planificação, preferia decidir fazendo
conchavos e acordos de gabinete. Aliás, este foi um processo nacional. A destruição
das instituições de planejamento e a hipertrofia decisória dos gabinetes de prefeitos,
governadores e presidentes são um indicativo de que nossa recém destruída república
nasceu mal. Foi seu pecado natal.
1.5 Semeando Iras Rumo ao Progresso
Durante esses anos, havia permanecido afastado da Universidade. Por sorte,
a Coordenação do Programa de Pós-graduação em História da UFPR me enviou
correspondência estabelecendo o prazo máximo que eu dispunha para a conclusão do
Mestrado. Apresentei esse ofício à direção do Ipardes que, em resposta, me concedeu
4 meses de licença, o tempo limite que eu dispunha para a defesa. Como já tinha feito
7
todo o levantamento das fontes e boa parte das leituras teóricas, o prazo era viável.
Botei mãos à obra e o resultado foi a dissertação que recebeu o título Fazendeiros,
Industriais e Não-morigerados; ordenamento jurídico e econômico da sociedade
paranaense (1829-1889), defendida em 1990, sob orientação da professora Ana Maria
Burmester.
Simplificando, trata-se de um estudo sobre o desenvolvimento da indústria
da erva-mate no Paraná e seu impacto social. As principais fontes utilizada foram as
posturas municipais editadas pelas câmaras das diversas vilas e cidades da Quinta
Comarca de São Paulo e, depois, da Província do Paraná durante o século XIX.
Complementarmente foram utilizados os regulamentos sobre o assunto promulgados
pelo governo provincial, jornais de época, relatos de viajantes e outras fontes
esparsas. Todavia, não me propunha a fazer um estudo sobre legislação, mas sobre as
transformações sociais pelas quais passou o Paraná durante o Império, pensadas a
partir da substituição da pecuária pela erva-mate, como produto dominante na
economia. O recorte era nitidamente marxista, todavia a proposta não era um estudo
marxista clássico de história econômica, mas uma tentativa de acompanhar os
múltiplos personagens que compunham o panorama humano da Província do Paraná
em seu processo de fazer-se. A inspiração maior deste trabalho veio da Nova
Esquerda Inglesa, em especial de E. P. Thompson.
A dissertação foi publicada posteriormente pela Editora da UFPR, mas com
um novo título: Semeando Iras Rumo ao Progresso. Tratava-se de um livrinho
despretensioso que, no entanto, conheceu súbito sucesso. É um dos títulos mais
reiterativamente abordados e citados na historiografia paranaense no último quarto de
século. Sua tiragem inicial de 1.200 exemplares já esgotou e uma nova edição está
sendo preparada. É muito provável que esse fenômeno se deva antes a um vazio
historiográfico, que Semeando Iras veio a atenuar, do que propriamente aos méritos
8
da obra.
Aproveito para dizer que sinto uma grande frustração com a forma como a
obra foi apropriada. Nenhum dos trabalhos acadêmicos que dela se utilizaram se
propôs a estabelecer uma discussão teórica, de fato. Poucos se deram conta de que ela
propõe um modelo explicativo para a história regional no século XIX. Segundo tal
modelo, esteve em curso um processo de morigeração (controle de determinadas
práticas sociais) da população paranaense, todavia seria descabido pensá-lo como um
“projeto social” ou que os envolvidos dominassem a totalidade dos desdobramentos
daquilo que procuravam por em curso. As soluções que encontrei para
entender/explicar tal processo de mudança social foram muito semelhantes às que
Norbert Elias teorizou como processo civilizador. Na altura, eu ainda não conhecia a
obra de Elias sobre o assunto. Hoje, percebo as muitas concordâncias, mas também
discordâncias de fundo. À moda de Benjamin, sobre as concepções de ambos (minhas
e de Elias) diria que nelas está camuflado um anão corcunda que as mantém
confinadas dentro de um círculo de ferro. Este anão chama-se concepção hegeliana de
história, que prima pela teleologia, da qual nem ele, nem eu, conseguimos escapar.
Do ponto de vista de sua recepção, Semeando Iras foi utilizada, antes,
como manancial de “informações” e serviu para de tudo um pouco. Lembro inclusive
de um mestrando da UFPR que, diante do imperativo de citá-la, suprimiu a palavra
“não” de uma frase de minha autoria, para poder adaptá-la a seus desígnios. A
negativa foi transformada em asserção. Simples assim. Colocar um livro ou um artigo
no mundo é coisa para fortes.
Como já disse, o Ipardes, onde trabalhava, estava sendo desmontado pelo
governo do Paraná e encontrar uma saída profissional tornou-se imperativo. A
Academia era quase que o caminho natural para a minha trajetória. Fiz concurso para
a Universidades Federal do Paraná e para a Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Na UFPR fiquei em segundo lugar e na UEPG, em primeiro. Assumi a vaga de Ponta
9
Grossa, mas sem deixar o Ipardes, por precaução. Rapidamente descobri que não
tinha vocação para professor viajante e mudar para lá não era opção, pois tinha a
minha vida e a da família toda estruturada em Curitiba. Assim desisti, após um
semestre em Ponta Grossa.
2. NA UFPR
Para minha sorte, alguns meses depois abriu mais uma vaga na UFPR.
Resolveram aproveitar o concurso anteriormente realizado e eu fui chamado. Tomei
posse em meados de 1991 e imediatamente entrei em atividade assumindo algumas
disciplinas além de múltiplas tarefas administrativas. A minha suposta sorte não era
exatamente um acaso do destino. Estávamos no governo Fernando Collor de Mello e
houve um pânico generalizado por parte dos professores em relação às suas
aposentadorias. Assim, todos os que tinham condições de se aposentarem o fizeram.
Muitos chegaram a pedir aposentadoria proporcional ao tempo de serviço. De
negativo, para quem entrou na universidade naquela conjuntura, foi o fato de que as
vagas dos aposentados não eram todas repostas, o que implicava em carga de trabalho
redobrada para os que estavam na ativa. Todavia, a situação era interessante, pois os
novos contratados encontraram um Departamento esvaziado do carma que pesava
sobre ele e pronto para ser renovado. Assim, uma das minhas primeiras tarefas na
UFPR foi integrar a comissão responsável por fazer uma reforma geral nos currículos
dos cursos de graduação e pós-graduação ofertados pelo DEHIS.
Como devem lembrar aqueles que têm idade suficiente, aquele foi um
período terrível para a Universidade brasileira. Não havia professores nem recursos
para o que quer que fosse. Tentávamos apenas sobreviver à espera de que o pesadelo
acabasse. O impeachment de Collor foi visto como uma luz no final do túmulo, o que
10
foi um grande engano. O governo tapa-buraco Itamar Franco em nada alterou a
situação. A seguir veio o período Fernando Henrique Cardoso, no qual a universidade
pública brasileira enfrentou o maior processo de desmonte de sua história, cujo
principal artífice foi o ministro Paulo Renato de Souza. A trinca destrutiva era
completada pela antropóloga Eunice Durham, Secretária Nacional do Ensino
Superior. Ainda está para ser estudado e compreendido quais eram as noções de
ensino superior que embasaram a atuação desses três “intelectuais” de peso, a
começar pelo ódio aberto à classe dos professores universitários. O fato de serem
“privatistas”, como no caso de Paulo Renato, não dá conta de toda a questão. Mais
estranho ainda, o caso do pavor de Eunice Durham aos bacharelados. Por que
exatamente ela, que tinha uma larga tradição de pesquisa em ciências humanas, quis, a
todo custo, acabar com a pesquisa nas universidades brasileiras? Qual o sentido em
defender que a maior parte das instituições de ensino superior deveriam ser
transformadas em colegiões, destinados apenas a formar professores?
A reforma dos currículos dos cursos de História da UFPR se inscreve na
reação possível a este quadro. Conseguimos impor o primado da indissociabilidade
entre licenciatura e bacharelado. Por princípio, ninguém poderia ser professor de
história sem dominar o saber fazer historiográfico, sob a pena de se transformar em
um repetidor de livros didáticos. Lamentavelmente o império pedagógico acabou se
impondo também nos governos do PT e agora, em 2016/2017 teremos que ceder, sob
pena de vara imposta pelo MEC, e introduzir a separação entre a formação do
professor de história e o historiador. Fomos o último curso de História no Brasil a
aceitar esta separação e gostaria de deixar registrado o meu papel na resistência a tal
imposição. Enquanto fui coordenador do Curso de Graduação em História da UFPR, e
foram muitos anos, consegui garantir a unicidade da formação. Mais recentemente, a
nova geração de professores achou por bem ceder às pressões do MEC e eu, velho
professor ultrapassado, já não tenho mais voz ativa nesses assuntos.
11
Retornando ao período inicial de minha carreira na UFPR, o meu primeiro
projeto de pesquisa intitulava-se A exegese do urbano. Tratava-se de um estudo sobre
como o fenômeno urbano aparece na literatura paranaense, a partir do final do século
XIX. Iniciava observando o silêncio dos simbolistas, que construíam etéreos mundos
místicos rurais ou voltavam à tópica clássica do arcadismo pastoril, para, a seguir,
explorar a celebração da cidade e suas multidões pelos autores modernistas da década
de 20. Na verdade, até hoje este é um de meus temas do coração, mas a respeito do
qual nunca consegui desenvolver uma produção acadêmica consistente. Acabei sendo
mobilizado para outras tarefas e assuntos. Sobre A exegese do urbano elaborei um ou
outro texto e dei algumas palestras, nada além. No entanto, consegui mobilizar alunos
da graduação e pós-graduação para o tema, às vezes com excelentes resultados.
2.1 A forma e o podre
Um dos motivos de não ter enfrentado o tema foi o de ter escolhido outra
abordagem do fenômeno urbano para o Doutorado, que iniciei assim que comecei
minha carreira docente na Federal do Paraná. Tempos diferentes eram aqueles. Era
possível assumir o magistério superior apenas com o Mestrado, ou até mesmo com a
Graduação. Optei pela própria UFPR, uma vez que, na condição de iniciante, não
existia outra possibilidade. O tema escolhido foi, mais uma vez, as posturas
municipais. Partindo de minha dissertação, que era um estudo de caso das posturas
adotadas pelos municípios do Paraná, no século XIX, retroagi para a tradição de
legislação municipal portuguesa no Antigo Regime como um todo, espacial e
cronológico: Portugal e suas colônias da América, da África, da Ásia e da Oceania,
entre os séculos XIII e XVIII. Pretensão não era coisa que me faltasse. No entanto,
naquela época as teses eram uma espécie de missão de vida, que demoravam, por
vezes, mais de uma década para serem concluídas. Pelo menos era essa a minha
expectativa, mas, no entanto, premido pelas mudanças dos tempos que passaram a
12
exigir celeridade e produtividade a todo custo, em 6 anos obtive o título de Doutor.
A tese resultante, orientada pela professora Ana Maria Burmester e
defendida em 1988, chamou-se A forma e o podre: duas agendas da cidade de origem
portuguesa nas idades medieval e moderna. Era para chamar-se A forma, o podre e o
mercado, todavia o mercado foi sacrificado devido à imposição pela CAPES do prazo
máximo de 6 anos para defesa do Doutorado. Quem sabe algum dia eu ainda venha a
concluir esse trabalho.
O objetivo maior da pesquisa foi tentar entender como a lógica viver nas
cidades de tradição portuguesa se expressa na legislação municipal. Nessa tradição,
mais tarde transferida para as colônias, a cidade era pólis, uma vez que se apresentava
como corpo político, mas ela era também urbes, uma vez que detinha o direito auto-
administrar-se. Na sua condição de pólis, os poderes da cidade eram de mesma
natureza dos detidos pelo rei, que na tradição tomista é um equilibrador dos múltiplos
corpos de que a sociedade é composta. A cidade, também exercia esse poder
equilibrador, no entanto também geria uma “oiconomia”. Nesse sentido ela promovia
políticas ativas referentes ao viver em cidade. Era preciso tratar do processo
construtivo, garantir a salubridade do sítio urbano e garantir o correto funcionamento
do mercado, questões a que chamei agendas urbanas ou agendas do viver em cidade.
Tudo isso implicava no controle de pulsões e de poderes. Nesse sentido, as posturas
municipais conformam uma espécie de grande manual de civilidade. A rua, por
exemplo, antes de existir como materialidade é um dado conjunto de relações sociais
que a conforma.
Daí minha aproximação (e minha discordâncias) com Norbert Elias. Para
ele o processo civilizador tem como fundamento o viver na corte, o que o leva a
escolher os manuais de civilidade como documentos cruciais no entendimento do
processo. Para mim, processo civilizador tem como fundamento o viver em cidade e,
em decorrência, o papel atribuído às posturas. Cidade ou câmara? Isso parece uma
13
questão menor. Todavia considero essencial essa distinção. Para mim, o processo
civilizador (morigerador, já o chamei em outros momentos) é citadino e burguês. Sai
das ruas para o palácio, quando a corte se instala na cidade. Para Elias, ele é
essencialmente monárquico e passa do palácio para a cidade.
Uma vez que o oficial da câmara inicialmente responsável por garantir
esses aspectos das ocupações urbanas era o Almotacé, cunhei a expressão Direito de
Almotaçaria para me referir aos direitos administrativos da cidade. Mais tarde, o
almotacé perderia força, mas esses direitos continuaram exercidos pelas câmaras
como um todo. Essa disposição, que conformou partes expressivas de nossa maneira
de estar no mundo, atravessou séculos. As competências das nossas prefeituras e suas
legislações urbanas, agora muito tecnificadas, ainda são calcadas no direito de
almotaçaria.
Fenômeno estructurale? inscrito numa longue durée? Enveredando por
uma especulação braudeliana, diríamos que esta reunião de funções, aparentemente
desconexas, na figura do almotacé, revela um núcleo profundo e permanente daquilo
que foi entendido como o urbano. A almotaçaria expressa uma consciência específica
de cidade (o urbano): trama onde estão inextrincavelmente reunidos o sanitário, o
construtivo e as relações de mercado. Por sua vez, esta consciência desemboca nas
três principais agendas do viver urbano, a do podre, a da forma e a do mercado. São
elas versão urbanizada de uma leitura triádica dos perigos do mundo, aos quais a
cidade deve dar respostas, que corresponde aproximadamente aos mais temidos
flagelos medievais: a peste, a guerra e a fome.
Não parece interessante? Mas, para ser franco, minha tese caiu no vazio e
foi solenemente ignorada pela academia. Em primeiro lugar, pesou contra ela o
arraigado preconceito contra a história administrativa. Almotacés? É como se ela
tivesse saído das profundezas dos baús bolorentos do Instituto Histórico, ou da pena
de um novo Max Fleiuss. As pessoas não leram e não gostaram. Cheguei a escrever
14
alguns artigos, na tentativa de aproximar do público acadêmico algumas das ideias
desenvolvidas em meu estudo. Em vão. Caíram no mesmo vazio. O recorte, tanto
cronológico, quanto espacial também não agradou. Simplesmente não era História do
Brasil. Por mais de uma década. Nas poucas vezes em que A forma e o Podre foi
referenciada, o interesse resumiu-se a dados e informações. Todo o esforço conceitual
que acabou resultando na tese acabava sendo desperdiçado, se é que notado.
Só muito recentemente A forma e o Podre começou a receber algum
retorno acadêmico, tanto no Brasil, quanto em Portugal. Oriento um projeto de pós-
doutoramento na Universidade de Lisboa, na qual a principal obra de referência
teórica é o meu trabalho. Mais recentemente, estudos sobre a almotaçaria de Lisboa
vão na mesma direção.1 Na Universidade de Coimbra, a tese é leitura obrigatória de
quantos estudam história da arquitetura e da urbanização. Por fim, quero registrar que,
nos últimos dois anos, a tese tem sido objeto de um número impressionante de
consultas nos sítios especializados como o Research.Gate. No Academia.edu as
consultas feitas no último ano superam a média de uma por dia. Isto pode ser um
indicador de que no futuro esse trabalho possa vir a ser “descoberto”.
2.2 O Cedope
Assim que defendi minha tese de doutorado, me lancei em duas
empreitadas, ambas referentes à história do Paraná. Eu e outros colegas percebíamos
que o estudo da história regional padecia de uma grande lacuna referente ao período
colonial. O mito do imigrantismo, que domina o ideário paranaense, é tão forte que,
quando se observa a historiografia regional produzida na academia, parece que não
aconteceu o processo de colonização portuguesa. É como se os imigrantes europeus
que aqui chegaram no século XIX tivessem encontrado a terra completamente
1 FERREIRA, P. C. Do ofício de almotacé na cidade de Lisboa. (século XVIII) Cadernos do Arquivo Municipal,. 2ª Série, n. 1 (janeiro - junho 2014), p. 55- 82
15
despovoada, inclusive de índios. Se nosso Departamento não foi o inventor desse
mito, foi o principal responsável por dar-lhe ares de seriedade acadêmica e por
potencializar sua difusão.
Para fazer frente a essa lacuna historiográfica, eu e professora Maria Luiza
Andreazza tomamos a iniciativa de criar o CEDOPE, inicialmente Centro de
Documentação e Pesquisa de História, Paraná século XVIII, logo a seguir Centro de
Documentação e Pesquisa de História dos Domínios Portugueses. Desde seu início,
este Centro agregou diversos outros professores do DEHIS que estudavam o período
ou que estavam dispostas a fazer inflexões em suas carreiras para enfrentá-lo. A
mudança de nome do CEDOPE foi uma maneira de melhor abrigar aos meus
interesses e de outros professores cujos interesses escapavam ao recorte regional.
O efeito mais imediato do CEDOPE foi obtenção de recursos e bolsas das
agências de fomento, com os quais conseguimos instalar fisicamente este centro.
Concomitantemente conseguimos conquistar diversos alunos de graduação para temas
ambientados no Paraná do Século XVIII. Muitos deles chegariam ao mestrado e ao
doutorado mantendo-se fieis às linhas de pesquisas estabelecidas pelo CEDOPE.
Um dos primeiros efeitos desta inflexão foi a abertura de canais de diálogos
com diversos autores que estavam conseguindo renovar a historiografia brasileira
sobre o período colonial, tais como João Fragoso e Manolo Florentino. Houve
também uma grande aproximação com pesquisadores de São Paulo e de Minas
Gerais. A principal responsável por este diálogo foi a professora Maria Luiza
Andreazza. Nessa área, nossa iniciativa de maior peso foi a criação das Jornadas
Setecentistas. Elas nasceram como forma de trazer a Curitiba pesquisadores que
pudessem dialogar com os nossos alunos e conhecer a nossa produção. Mais tarde,
elas se transformaram em um grande evento acadêmico especializado.
Outra grande iniciativa do CEDOPE foi a organização do centro de
documentação. Para nós era claro que não devíamos assumir a condição de ser um
16
arquivo de guarda de documentos originais, mas um centro de recolha de cópia e
reunião desta documentação, utilizando os meios analógicos e digitais disponíveis. O
espaço territorial que hoje integra o Paraná era parte da capitania de São Paulo. Em
consequência, uma parte expressiva de nossa da documentação oficial encontra-se
depositada em arquivos paulistas. Nossa primeira iniciativa nesta direção foi a
digitalização dessas fontes no Arquivo Público de São Paulo e no Arquivo da Cúria de
São Paulo. A digitalização dessas fontes abriu espaço para a elaboração de diversos
projetos nela apoiados. Até hoje esse material está disponível para a pesquisa,
desobrigando os estudiosos locais de se deslocarem ao estado vizinho. Também
fizemos esforços em trazer para o nosso centro cópia de documentação dispersa em
arquivos de diversas cidades do Paraná, tais como Castro, Lapa, Antonina e
Paranaguá. Em Curitiba, conseguimos digitalizar os livros de registro da Cúria
Municipal e do Primeiro Tabelionato.
Uma das facetas mais interessantes desta iniciativa foi o profundo
envolvimento de um grupo de alunos, que enfrentou com a gente a tarefa de
reproduzir os arquivos paulistas ou garimpar a documentação em prefeituras e fóruns
pelo interior do estado.
Apesar de seu sucesso inicial, o CEDOPE ficou longe das expectativas que
nele depositamos. É difícil explicar os porquês do sucesso e do insucesso de
determinadas iniciativas. Pessoas inicialmente próximas se afastam, por motivos que
fogem ao nosso controle. O produtivismo imposto pela CAPES passou a deixar pouco
tempo para essas tarefas coletivas e de base. Os professores em geral acabaram tão
envolvidos com encargos imediatos, como os de escrever artigos, que sobrou pouco
tempo para se dedicar aos alunos no nível que o CEDOPE exigia. Estranhamente
estabeleceu-se no CNPQ um profundo preconceito referente à documentação
histórica. Projetos como o do CEDOPE em si dificilmente recebem apoios. Não
17
conseguem competir com projetos temáticos de pesquisa. Um pareceirista do CNPQ,
a respeito de um pedido de uma máquina de digitalização de negativos, foi taxativo. O
que ali fazíamos era muito interessante par a “cultura” do Brasil, mas não era
“ciência”.
A “crise” do CEDOPE também é causada pela perda de público, que
acredito deva ser atribuída a modismos acadêmicos ou, quem sabe, à nossa própria
incompetência. Raríssimos são os alunos de nossos cursos que demonstram interesse
pelo período colonial. Hoje em dia, quase toda a produção de nossos alunos, em todos
os níveis de formação, está concentrada no século XX.
2.3 Aos Quatro Ventos
Simultaneamente à criação do CEDOPE, me envolvi, junto com outros
historiadores, na criação de uma pequena editora. Desde o início, não depositávamos
nela maiores pretensões comerciais. A editora Aos Quatro Ventos tinha por pretensão
tirar das gavetas as muitas teses e dissertações produzidas pelas universidades
paranaenses e que não encontravam espaço nas editoras comerciais. Conseguimos
editar algumas dezenas de trabalhos provenientes do Pós-graduação da UFPR e das
universidades estaduais do Paraná. Outra área de interesse foi a publicação sistemática
de fontes. A editora passou a editar a série Monumenta2, que trazia volumes temáticos
de documentação paranaense dos séculos XVIII, XIX e XX. Com o apoio as
Secretaria da Cultura conseguimos que a série mudasse seu patamar de tiragem e
difundisse as transcrições de fontes dos séculos XVIII e XIX feitas pelos integrantes
do CEDOPE. Em parceria com o mesmo centro de documentação, editamos os
volumes referentes às Jornadas Setecentistas. Por fim, a editora Aos Quatro Ventos
passou a ocupar mais tempo de que dispúnhamos e resolvemos fechá-la.
2 Eu dera início a essa coleção anos atrás, quando consegui editar um primeiro volume com o auxílio do Ministério da Cultura.
18
2.4 Os luso-brasileiros no quadro do iluminismo português
Os novos tempos exigiam cada vez mais foco temático e produtividade. De
minha parte sentia que havia caído numa espécie de buraco negro temático. Dada a
total falta de interlocutores, mais uma vez era preciso fazer mudanças. Cerca de 20
anos atrás, quando estive em Portugal, com bolsa sanduíche para o doutorado, me
deparei com uma série de relatos de viajantes luso-brasileiros espalhados pelo império
colonial português, tais como Lacerda e Almeida e Galvão da Silva em Moçambique,
João da Silva Feijó em Cabo Verde, Baltazar da Silva Lisboa em Portugal, Rodrigues
Ferreira na Amazônia, etc. A minha primeira impressão era a de que se tratavam de
coisas dispersas. Somente aos poucos fui percebendo que estava diante de um
processo coerente. Foi neste período que comecei a estabelecer controvérsias com
colegas que se dedicavam ao estudo das viagens científicas de estrangeiros ao Brasil,
que iniciaram com a vinda da corte para o Rio de Janeiro. Cada vez mais me pareciam
fora de propósito as noções de que o conhecimento científico do Brasil tivera início
apenas com esses estrangeiros e, pior, de que eles haviam “inventado” o Brasil.
Progressivamente ficou claro para mim que havia uma espécie de lapso ou ausência
historiográfica e que isto era uma deliberada construção historiográfica de
ocultamento. Foi nesta época que Ana Cruz, minha mulher, se interessou também
pelo tema. Passamos então a trabalhar juntos. Em 2000 fomos para Portugal para
pesquisar especificamente essas questões, ela com bolsa de sanduíche de
doutoramento. Eu viajei com bolsa de pós-doutorado, ainda com a proposta de dar
continuidade ao tema das cidades, mas, na prática, abandonei-o e passei
definitivamente ao tema do conhecimento científico do império português.
Eu e a Ana compartilhávamos da convicção de que princípios nacionalistas
adotados pela historiografia brasileira eram responsáveis pelo mencionado
ocultamento. Além do que, percebíamos que esse lapso poderia também ser
19
justificado devido ao fato de que a maior parte das fontes disponíveis tinham baixo
poder de sedução, quando comparadas aos relatos de viagens estrangeiros do século
XVIII, vazados como obras literárias voltadas a um mercado editorial em expansão e
sedento por exotismos. As centenas de teses e dissertações que tinham por
documentos primários os famosos relatos de viagem de estrangeiros pelo Brasil nos
indicou uma pista importante: a facilidade de encontrar essas fontes, repetidamente
editadas, atuou como poderoso indutor temático.3 Assim, concebemos a ideia de que,
para enfrentarmos o paradigma historiográfico dominante, era necessário criar uma
processo de edição sistemática que tornasse acessível as fontes luso-brasileiras. É
preciso lembrar que, na altura, a maior parte dos envolvidos com história da ciência
no Brasil não tinham formação de historiador. Não sabiam e não se interessavam por
trabalhar com manuscritos. Com raras exceções, tendiam a achar que história era
compilação bibliográfica, o que, como resultado, produzia a reiteração de certos
pontos de vista dominantes.
A escolha pela difusão de fontes levou a uma sucessão de obstáculo. O
primeiro deles é que os pesquisadores não demonstraram nenhum interesse em ir a
Curitiba pesquisar o tema. Preferiam ir a Lisboa ou ao Rio de Janeiro refazer
pesquisas já feitas. Por outro lado, nunca conseguimos patrocínio, público ou privado,
para avançarmos em uma proposta nos moldes do Projeto Resgate. Sem saber,
entrávamos em campo minado. Projetos que tratam de documentação histórica
tradicionalmente têm sido malvistos no âmbito do CNPQ, refletindo a má vontade dos
pareceristas que representam nossa da comunidade científica. Basta lembrar que a
mais importante iniciativa brasileira na área, o mencionado Projeto Resgate, foi
desenvolvido no âmbito do Ministério da Cultura e não no da Ciência e Tecnologia.
Eu próprio já vivi situações que poderiam ser consideradas anedóticas, se elas não
3 Um dia pretendo desenvolver artigo sobre o tema da Invenção do Brasil dos Viajantes.
20
revelassem certos vieses de pensar ainda correntes em nosso meio acadêmico. Foi o
caso de um pedido de isenção de impostos de importação de uma digitalizadora de
microfilmes, o qual foi negado com a alegação do parecerista de que o uso do
equipamento se destinava a uma “atividade cultural”, que não caracterizava “atividade
científica”. Outras vezes alguns colegas nos chamaram de “positivistas”, devido à
insistência na questão das fontes.
2.5 Ciência & Império
Após diversas tentativas infrutíferas no Brasil, a proposta de levantamento
da documentação referente à ciência no império colonial português, em especial a que
se refere à participação luso-brasileira, finalmente pode ser iniciada devido a apoio
internacional. Foi graças à Fundación Carolina que o projeto pode deslanchar. Essa
instituição espanhola não considerou que a proposta era menor ou “cultural” e
assegurou as viagens de pesquisa a Portugal que deram fôlego inicial à pesquisa.
Desde então, muita coisa mudou e hoje o CNPQ é o nosso principal parceiro e
financiador. Todavia, se as pesquisas passaram a ser financiadas pela instituição a
edição dos manuscritos não. Pensávamos em fazer a edição digital dos manuscritos,
nos moldes do Projeto Resgate. No entanto, os custos envolvidos e a percepção de que
uma parcela significativa dos integrantes nosso público alvo não seria capaz de ler
originais levaram a uma modificação da proposta. Resolvemos enfrentar a transcrição
e publicação das fontes em moldes mais tradicionais. No entanto, isto é um processo
muito lento e a publicação em papel é igualmente cara, já que os livros resultantes são
bastante volumosos. O resultado foi mais uma onda de rejeição à proposta.
Finalmente, a solução apareceu em casa. A Editora da UFPR assumiu a publicação de
uma coleção, sob minha coordenação, a que demos o nome Ciência & Império.
21
Já foram lançados três tomos e dois outros estão em preparação. O primeiro
tomo, dedicado à obra de João da Silva Feijó, tem mais de mil páginas. Seguiram-se
os que tematizam Francisco José de Lacerda e Almeida e Elias Alexandre da Silva
Correia. Atualmente, estão em preparação um volume dedicado a Luís Antônio de
Oliveira Mendes e outro que reúne a obra de diversos mineiros, como Vieira Couto,
Joaquim Veloso de Miranda e Manuel Jacinto Nogueira da Gama. Mais atrasados
estão os livros dedicados aos brasileiros na África, como Manuel Galvão da Silva,
Joaquim José da Silva, e um tomo referente à correspondência de Alexandre
Rodrigues Ferreira. Eu e a Editora da UFPR tomamos a decisão de iniciar a coleção
lançando cada tomo em versão papel, de baixa tiragem. Atualmente estão em
preparação versões e-book dos três primeiros tomos.
2.6 Expansão temática
Ao mesmo tempo em que desenvolvíamos esse projeto referente à difusão
de fontes, fomos aprofundando determinados temas, o que resultou em livros,
capítulos. De minha parte, dediquei-me inicialmente ao estudo dos manuais
portugueses de instruções de viagens científicas, assunto que levei a alguns eventos
científicos e sobre o qual publiquei alguns estudos. As minhas inquietações me
levaram a ampliar o escopo de minhas pesquisas para fora do mundo português. Fiz
um amplo levantamento de manuais franceses, ingleses, espanhóis, italianos, etc. e,
aos poucos, estou a estudá-los. Consegui trazer um de meus bolsistas para o tema, que
o explorou em sua monografia de graduação e no mestrado.
O mesmo impulso de ampliação e diversificação me levou à região platina
do mundo ibero-americano. Consegui duplicar minha carga didática em um semestre
para ser liberado de aulas no semestre seguinte. Assim, graças ao apoio de meus
colegas, consegui ficar um semestre na Argentina enfurnado nos arquivos.
Interessante anotar que tal temática é praticamente ignorada por nossos vizinhos.
22
Aliás, diga-se de passagem, quase toda a história do período colonial é pouco
estudada na Argentina. É coisa para “ociosos”, como me disseram. A História da
Argentina começa pela história da formação da Nação, pós independência. Assim,
fiquei muitíssimo à vontade para ser ocioso e explorar os arquivos deles. Já publiquei
um extenso artigo, de mais de 50 páginas, sob o tema das remessas botânicas e
zoológicas do Vice-reino do Prata para a Espanha. Na sequencia pretendo avançar
num sub-projeto que nasceu lá, mas que precisa de complementação em arquivos de
Madrid e Paris: As Lhamas de Josephine. A Josefina em questão é a Imperatriz dos
Franceses, cujo principal interesse era a aclimatação de animais exóticos na Europa,
com vistas a explorar seu provável potencial econômico. A obtenção de exemplares
de camelídeos sul-americanos perpassa todo o período das guerras napoleônicas.
Como resultado, os franceses criaram uma série de mitos científicos, até hoje
reproduzidos na história das ciências. A proposta é restabelecer a sequência fática do
processo e, ao mesmo tempo, explorar esses mitos.
Além disto, venho estudando a iconografia dos livros de viagens científicas
do século XVIII, para cujo fim venho fazendo, na internet, um exaustivo
levantamento de exemplares digitalizados desta modalidade literária. A minha
“coleção” digital hoje avulta em centenas de exemplares. Neste campo, tenho
desenvolvido pesquisas com vistas e localizar o vocabulário utilizado na construção
das diversas variedades de imagens que ilustram esse tipo de livros. Investigo as
releituras e cópias inter-livros, a apropriação de vocabulários empregados na pintura,
as reiterações e inovações, etc. Venho estudando, entre outros subtemas, o processo
de construção das representações dos naturalistas em trabalho de campo. Também
tenho explorado a circularidade dessas imagens e sua participação na constituição da
ciência etnográfica europeia.
23
2.7 História: Memória e Imagem
Depois de anos de relutância, o DEHIS resolveu ofertar um curso noturno.
Foi crida uma comissão, sob minha presidência, para fazer uma proposta. Após alguns
estudos, percebemos a proliferação de licenciatura em história no Paraná e em Santa
Catarina. Apenas em Curitiba funcionavam 4 desses cursos. Resolvemos então pensar
em um curso de bacharelado, mas com um perfil diferente dos bacharelados ofertados
em outras universidades brasileiras. Com base na proposta desta comissão foi criado,
2009, o bacharelado em História – Memória e Imagem. A proposta tentava atender às
críticas que já vinham expressas em nossas Diretrizes Curriculares, que indicavam a
necessidade urgente de superar a velha dicotomia entre bacharelados e licenciaturas e
realizar um “aggiornamento na formação de Graduação em História”.
As mesmas Diretrizes apontavam que “a forma discursiva continua sendo o
meio mais usual de expressão entre historiadores” e sugere que isso seja ultrapassado
através do “domínio de técnicas de análise semântica ou semiótica aplicadas a
diferentes linguagens (textual, iconográfica, audiovisual etc.), a possibilidade de
elaborar vídeos e CD-ROMs ao lado dos textos tradicionais”. As Diretrizes também
incluíram entre as competências e habilidades que deveriam ser desenvolvidas no
processo de aprendizado dos futuros historiadores: “D - Transitar pelas fronteiras
entre a História e outras áreas do conhecimento; E - Desenvolver a pesquisa, a
produção do conhecimento e sua difusão não só no âmbito acadêmico, mas também
em instituições de ensino, museus, em órgãos de preservação de documentos e no
desenvolvimento de políticas e projetos de gestão do patrimônio cultural”.
Em decorrência, o novo curso foi desenhado para dar ênfase às áreas que
podem ser abertas para a atuação do historiador, a da Memória e a da Imagem. A ideia
básica do curso era a de que os alunos não fossem apenas “estudiosos” das novas
linguagens, mas que as utilizassem para produzir e narrar o conhecimento
24
historiográfico. Assim, os nossos alunos passam por treinamento na área de vídeo e de
realização de exposições, por exemplo. Todavia, é exatamente aí que residem as
maiores dificuldades encontradas no processo de implementação do curso.
Dificuldades que vão da falta de profissionais no mercado que possam fazer a ponte
entre a história e essas linguagens, ao receio de outras áreas que se imaginam
proprietárias de certas habilidades e, inclusive, o simples preconceito de historiadores
que consideram que as novas mídias são inferiores, face às tradicionais formas
discursivas. Esse último inimigo, o interno à corporação dos historiadores, é o mais
insidioso. Em princípio, todos apoiam as propostas de modernização, mas quando elas
começam a acontecer, assustam-se e buscam refúgio em tudo o que é mais arcaico.
Assim, o bacharelado em História – Memória e Imagem granjeou dentro do próprio
DEHIS/UFPR uma série de inimigos que gostariam de vê-lo extinto, ou mais
frequentemente, tentam imprimir ao curso um viés para o qual não foi criado.
Gostariam que ele fosse um bacharelado especializado no qual os alunos se dedicam
ao estudo “sério” de fontes imagéticas, fugindo da proposta original que era a da
utilização de outras linguagens para narrar o conhecimento historiográfico.
Pessoalmente tenho muitas dúvidas quanto ao futuro deste curso. A tendência é que
ele acabe se estabelecendo, mas num formato distante daquele que embasou sua
proposta de criação. Adoraria saber que essa minha previsão não se realizou.
2.8 O Prêmio Odebrecht
O conjunto de meus interesses e produção somou-se ao da Ana Cruz e
fomos contemplados, em 2014, com o prêmio de História conferido pela Fundação
Oderecht. Trata-se, no entanto, de um prêmio em que os contemplados se dispuseram
a trabalhar, e muito. Comprometemo-nos a escrever obra ilustrada sobre o
desenvolvimento do processo de conhecimento científico de diversas regiões
paisagísticas do império português, a partir da segunda metade do século XVIII até o
25
fim do Antigo Regime. A obra terá a forma de uma coletânea e para nos ajudar
convidamos alguns autores portugueses e brasileiros. O livro enfocará Portugal
europeu, Serra do Mar, Nordeste do Brasil, Pantanal, São Paulo, Minas Gerais,
Amazônia, além de Angola, Moçambique e o Oriente português. A ideia básica foi a
de acompanhar os processos de recolha de espécimes e de representação iconográfico-
científica, levados a cabo nas diversas regiões do império. O produto proposto é um
desses livrões fartamente ilustrados (coffee table book), mas que não renegue as suas
origens acadêmicas.4
2.9 De volta às exposições
Até por conta deste novo curso, tive a necessidade de fazer um certo volta
atrás em minha carreira, retornado a certas áreas que estavam esquecidas, como à dos
estudos iconográficos e a do design e curadoria de exposições de conteúdo
historiográfico. Como explanei anteriormente, logo que iniciei minhas atividades
como historiador fui trabalhar no MIS, onde fui responsável por mais de uma
exposição. Os saberes acumulados naquela época me permitiram ofertar as oficinas de
expografia, por onde passam obrigatoriamente os alunos que optam pela área de
Memória em nosso novo curso. Desde então tenho desenvolvido com os alunos uma
exposição anual, praticamente todas envolvendo multimídia. Algumas delas, de
menor porte, utilizaram o próprio repertório iconográfico de meus projetos de história
das ciências.
2.9.1 De Rerum Natura
Foi assim a primeira, que se chamava De Rerum Natura; Homens de
Ciência no Brasil Colônia. Essa primeira exposição voltou-se principalmente ao
4 A obra está pronta e em processo de impressão. O lançamento será em Salvador, no dia 29 de novembro. Se o planejamento for cumprido, poderei apresentá-la aos integrantes da banca.
26
público interno da UFPR. Foi montada no saguão do Departamento de História, para
mostrar nossas capacidades ao nosso público de alunos e professores. Como foi
pensada para ser portátil, esta exposição voltou a ser montada em diversas outras
ocasiões.
2.9.2 Mundos Novos Ilustrados
Outra exposição que utilizou o meu repertório iconográfico de pesquisa em
história da ciência intitulava-se Mundos Novos Ilustrados; Ilustrações dos livros de
viagens científicas do século XIII, que foi instalada no saguão da Biblioteca Pública
do Paraná. Tratava-se de uma exposição multimídia na qual cada equipe de alunos se
incumbiu de preparar um pequeno vídeo e um painel sobre seu tema. Esses temas
tratavam dos nativos, fauna, flora, cartografia, embarcações, etc.
2.9.3 Por Terra
A exposição Por Terra: A construção do Paraná foi elaborada a partir dos
acervos do MIS - Museu da Imagem e do Som e do DER - Departamento de Estradas
e Rodagem do Paraná. Ela sofreu uma série de percalços durante o processo de
produção, como o corte de verbas por parte do governador Beto Richa. Por fim, ela
foi montada durante a Copa do Mundo de Futebol, na reabertura do Palácio Iguaçu,
que acabara de ser restaurado, mas não tinha nenhuma atração para marcar o evento.
Naquele momento, lembraram da mostra para a qual, anteriormente, não havia 1
centavo a destinar, como nos foi informado. A exposição posteriormente circulou por
alguns edifícios da Secretaria da Cultura. Sua proposta era mostrar a ocupação das
diversas regiões do território paranaense sem glorificar os bandeirantes, imigrantes e
pioneiros, como se tornou padrão. Pretendia transmitir um clima de “feios, sujos e
malvados”. Até Curitiba deveria mostrar-se assim. Terra de “nativos” e imigrantes
pobres que vendiam o trabalho de seus filhos menores para indústrias insalubres. A
27
ocupação do Paraná mostrada como aconteceu: muita precariedade, muita poeira,
muita violência e muita lama, a qual, ainda assim, tinha o seu lado épico. O título da
exposição procurava explorar a polissemia da expressão “por terra”, que
simultaneamente significa pôr abaixo e a motivação maior de todos aqueles que
participaram da construção do Paraná. Na nova versão, a exposição foi simplificada e
sua montagem empobrecida. Era previsto que seu ambiente cenográfico fosse
composto de sacos de café e trigo, pneus e lonas de caminhão, etc., o que não
aconteceu.
2.9.4 Anos 50: Identidades
Também tenho me dedicado à elaboração de exposições de maior porte,
feitas com recursos obtidos em editais da Fundação Cultural de Curitiba. A equipe
composta por mim, pela historiadora Ana Lúcia Cruz e pela designer Lai Pereira
elaborou as propostas vencedoras de dois dos editais de utilização do espaço da Casa
Romário Martins com recursos provenientes do Fundo Municipal de Cultura.
A primeira delas intitulava-se Anos 50: Identidades. O período dos anos 50
foi crucial na conformação do Paraná contemporâneo, dada a consolidação da
economia cafeeira ao norte do estado e à frente de ocupação agrícola a oeste. Nova
economia, novas gentes, provocaram uma sensação de instabilidade identitária nos
moradores da região do Paraná dito tradicional, capitaneado por Curitiba. A exposição
era composta de quatro ambiente expográficos, cada qual tratando de um subtema.
O primeiro, intitulado Um Brasil Diferente, era composto de 3 paredes
recobertas de fotografias de moradores de Curitiba tiradas nos anos 50, mostrando
pessoas de diferentes origens e fenótipos raciais, que entremeadas com algumas frases
produzidas pela intelectualidade da época, todas elas pérolas racistas que negavam
que aqui ocorrera os processos de miscigenação típicos do restante do Brasil. Um
Brasil Diferente é o título de nosso Casa Grande e Senzala, saído da pena de Wilson
28
Martins. Éramos diferentes (diga-se melhores) porque éramos brancos e europeus.
Não é, pois, somente a alvura da pele o que impressiona o observador do homem paranaense: é todo o conjunto de traços físicos europeus, que se substituíram aos da definição clássica do “brasileiro”. (Wilson Martins) É verdade, porém, que o Paraná possuía tão poucos escravos, que, praticamente, na massa da população, seus descendentes não são notados. Não constitui isso sinal de deficiência, senão de grande superioridade como o futuro (que eu não verei) há de atestar. (David Carneiro)
O segundo ambiente era dedicado à canção francesa Monsieur le consul à
Curityba. Em 1950, o ator e cantor francês Francis Linel ganhou, com essa canção, o
Primeiro Grand Prix da canção francesa, no Festival de Deauville.
Il est au Brésil une ville Há no Brasil uma cidade Un charmant petit coin tranquille Um charmoso cantinho tranquilo Où la vie est douce et facile Onde a vida é doce e fácil Et qu'on nomme Curitiba E que se chama Curitiba D'un consul j'y fis connaissance Com um cônsul fiz amizade Ce n'était pas le Consul de France Ele não era cônsul da França Mais pour un consul quelle chance Mas para um cônsul, que grande chance D'habiter ce pays là Morar naquele lugar Parmi les thuyas et les magnolias Entre tuias e magnólias Il a une maison avec véranda Ele tem uma casa com varanda Il a des jardins pleins de réséda Ele tem um jardim cheio de resedás Monsieur le consul à Curitiba O senhor Cônsul em Curitiba
Le Consul foi “le tube” da década de 50, como diriam os franceses. A
canção foi gravada e regravada sucessivamente por diversos intérpretes, como Linel,
Tohama, Giles Sala, Henri Leca, Maurice Alexander, Jacqueline Valois, Félix Marten,
Henri Rossotti, Evelyne Dorat, e, inclusive, por Maurice Chevalier, o mais famoso
dos cançonetistas franceses de expressão internacional. No período, havia na França
uma moda de “duettistes” e Le consul à Curityba foi interpretado também por Jil et
Jan (Gilbert Guenet e Jean Setti) e por Patrice et Mario (Patrizzio Paganessi e Mario
Moro), os principais responsáveis por transformar a canção em grande sucesso
popular. O êxito de Le consul faz parte do processo de difusão, na França do pós-
29
guerra, do gosto por ritmos caribenhos e também pela música brasileira. O caráter
latino atribuído à música fica evidente em gravações como a da orquestra Eddie
Warner et sa Musique Tropicale e do grupo cubano Rico's Creole Band, que fazia
grande sucesso em Paris. Nos anos 60, Francis Linel voltou à canção no Teatro
Olympia e em programas da TV francesa, no qual ganhava força a ambientação
caribenha ou baiana de Curityba.
Aqui, no entanto, a música não parece ter feito sucesso. O seu imaginário,
vindo de fora, contrastava fortemente com o processo de construção de auto-imagem
que, na década, marcava a cidade. Segundo os discursos locais, Curitiba deixara de
ser um petit coin tranquille para se tornar uma metrópole moderna e febricitante. Os
anos 50 foram a década das comemorações do Centenário da Emancipação do Paraná.
Por obra do governador Bento Munhoz, a cidade sofreu diversas modificações
urbanísticas e foram erguidos grandes e modernos edifícios, como o palácio Iguaçu e
a Biblioteca Pública. A iniciativa privada não ficou atrás e foram construídos muitos
arranha-céus que transformaram a paisagem da cidade: Edifícios Tijuca, Asa, etc. A
UFPR ergueu os edifícios da Reitoria e começou a construir o Hospital das Clínicas.
Curitiba Metrópole era o terceiro dos ambientes que compunham a exposição.
Outra afronta que a música cometia era veicular a imagem de uma Curitiba
mulata e inserir a cidade nos estereótipos do Brasil carnavalesco, que à época estavam
sendo construídos como chamariz turístico para o resto do mundo. Era tudo que os
locais não desejavam, pois, justamente naquele momento, afirmava-se um ideário de
negação, de não-pertencimento a tais estereótipos, como pregava Wilson Martins e
outros intelectuais curitibanos.
Localmente, a década de 50 fechou com um episódio referente à sua ainda
mal digerida melange étnica da cidade, a Guerra do Pente, que compunha o 4
ambiente da exposição. Em 8 de dezembro de 1959, a cidade entrou em convulsão
social e teve que ser contida pelas forças armadas. Tudo por causa de um pente. O
30
governo do estado promovia uma campanha para aumento da arrecadação,
estimulando que as pessoas exigissem nota fiscal. As notas ou talões fiscais, como se
dizia, eram trocados por bilhetes que davam direito a concorrer a prêmios em
dinheiro. “Seu Talão Vale um Milhão!” apregoava a campanha. Na época, a região da
Praça Generoso Marques concentrava o comércio popular de Curitiba.
As lojas eram, em sua maioria, de propriedade de comerciantes árabes e
judeus, tratados genericamente como “turcos”. O incidente começou quando um
subtenente da polícia militar comprou um pente em uma loja de propriedade de um
comerciante árabe, que não quis fornecer a nota fiscal. Os dois atracaram-se e, na
briga, o policial teve a perna quebrada, o que desencadeou a ira popular. O resultado
foi a chamada Guerra do Pente. A multidão enfurecida invadiu e destruiu o
estabelecimento comercial, a seguir começou a depredar todas as lojas da região. O
quebra-quebra foi contido com dificuldades pela polícia. No dia seguinte, o levante
popular contra os turcos reiniciou no centro de Curitiba e alastrou-se para o resto da
cidade. Diversas mercearias e as próprias residências de comerciantes de origem árabe
foram apedrejadas. Todas essas ações tiveram como catalisador a carestia. A
construção de Brasília e de outras obras por Juscelino Kubitschek provocou um forte
processo inflacionário e, com ele, a insatisfação popular. Tanto políticos populistas,
quanto alguns meios de comunicação contribuíram para transformar os comerciantes
árabes em bodes expiatórios. A ocupação militar da cidade deu-se por medo de que
“comunistas” se aproveitassem do conflito. O final da década de 50 já não era mais
tão cor-de-rosa. Militares conspiravam contra JK e a Guerra fria já fazia sentir os seus
efeitos.
Tudo isso serve para que se perceba como a questão da identidade foi
importante nos anos 50. Curitiba, por fim, no imaginário da elite local, tornar-se-ia a
moderna metrópole cosmopolita, “terra de todas as gentes”, capital de todo o Paraná,
branca, européia, etc. No mundo real, nada disso era bem assim. Abrigava uma série
31
de “outros”, que eram responsabilizados pelos males sociais. Era uma metrópole pela
metade, cheia de bolsões de pobreza. Era a capital de um Estado ainda mal integrado
étnica e regionalmente.
A exposição acabava com a foto da equipe responsável por sua concepção e
execução.
2.9.5 Libertem Maria Águeda!
A última exposição que realizei intitulava-se Libertem Maria Águeda,
montada também na Casa Romário Martins, da Fundação Cultural de Curitiba. Toda a
mostra se referia a um episódio banal acontecido em Curitiba, na quarta-feira, 15 de
agosto de 1804: dia santo de Assunção de Maria. Em frente à Igreja Matriz da Vila de
Curitiba, ‘dona’ Francisca de Paula Carneiro e ‘dona’ Maria Joaquina Marcondes
esperavam o início da missa conventual. A primeira era casada com o capitão-mor da
vila, Antônio Ribeiro de Andrade; a outra, esposa do tenente-coronel Francisco de
Paula Ribas, irmão do capitão-mor. As duas integravam o grupo familiar mais bem
estabelecido na região.
O dia da missa era uma fria quarta-feira do inverno curitibano. No período,
para amenizar o efeito das baixas temperaturas, eram utilizados pequenos aquecedores
a carvão. O prestígio social da dupla de concunhadas fica evidente através um fato
muito simples ocorrido frente à igreja. Uma outra moradora de Curitiba, que não foi
possível identificar, presenteou-as com um desses fogareiros. Desejando demonstrar o
funcionamento do presente, dirigiu-se a Maria Águeda, uma humilde moradora do
bairro do Tinguiquera que se achava próxima, ordenando-lhe que fosse buscar brasas.
Esta respondeu que não ia, e que “mandasse as suas escravas”, o que deu início a um
bate-boca entre as duas. “Disse a mulher do tenente-coronel a Maria Águeda, que se
contivesse; ela concluiu dizendo que sem embargo de ser mulher de baixo nascimento
não podia sofrer semelhantes desatinos”.
32
O conflito ganharia dimensão logo que acabou a missa, devido à atuação do
tenente coronel Francisco de Paula Ribas, marido de uma das ‘ofendidas’, que
resolveu prender Maria Águeda. Quando ela foi questionada se “conhecia a quem
tinha desatendido” respondeu que conhecia muito bem, embora negasse ter proferido
qualquer ofensa.
Maria Águeda, naquela altura, amamentava um filho ainda bebê. Nem
mesmo a sua condição maternal demoveu o tenente-coronel. Ela foi conduzida à
cadeia pelo soldado Pedro Fernandes, que, no entanto, achou inadequado colocar uma
mulher no tronco onde estavam apenas homens. Considerando que “se achavam
vários presos aonde existe o tronco, a fez recolher a cadeia” destinada às mulheres,
enfurecendo o seu superior.
O que se depreende de todo esse conflito é que ele pôs em jogo as imagens
sociais dos personagens que se envolveram na questão, não só das mulheres
diretamente implicadas, mas de outros que foram chamados a participar. Eram suas
auto-imagens e a caracterização de suas posições sociais que estavam sendo postas a
prova no cenário da disputa. Na ação cotidiana dos envolvidos, foram mobilizadas
idéias de honra, precedência e virtude, fazendo com que as tensões sociais se
acirrassem. Estas noções permitem que caracterizemos o litígio que envolveu quatro
mulheres à porta da igreja matriz de Curitiba como uma ‘questão de honra’. Tanto o
atrito quanto as ações que ele desencadeou posteriormente pretendiam garantir e
reafirmar a posição social que aquelas pessoas atribuíam a si próprias.
As modernas concepções historiográficas e, em conseqüência, as
museográficas, ultrapassaram certas noções do século XIX, que conferiam à História
(com H maiúsculo) o papel de formar o Cidadão. Ser cidadão de um dado país, entre
outras coisas, era compartilhar de uma Identidade Nacional, através do culto à
Memória e ao Patrimônio Nacional. Os Arquivos e Museus eram os principais
depositários desse Patrimônio e as exposições, seus instrumentos pedagógicos de
33
atuação. A base dos discursos historiográficos e museográficos era uma História
Oficial que selecionava (ou inventava) fatos e personagens considerados importantes
à constituição das nações. Apesar das tensões entre Nacional e Regional, o modus
operandi dos Museus e Arquivos regionais era idêntico. Assim, em uma escala
reduzida, as mesmas questões podem ser colocadas em relação à construção e
afirmação de Memórias Regionais.
O papel tradicional da História passou a ser intensamente questionado
desde os anos 60. No entanto, os principais efeitos práticos fizeram-se sentir
principalmente a partir dos anos 80, quando novas concepções historiográficas
tornaram-se correntes. Ao historiador deixou de competir a tarefa de pesquisar e
elaborar textos com vistas, exclusivamente, à construção de Histórias Nacionais ou
Regionais.
Desde então, os produtos da historiografia, nas suas versões textuais e
imagéticas, passaram a ser entendidos como representações. Assim, as escritas
historiográficas e as linguagens museográficas mais conseqüentes buscaram
compartilhar com o “leitor” as dificuldades, limites e descompassos que existem entre
os objetos e suas representações. Outra questão a considerar é que, devido a autores
como Foucault, houve uma desierarquização de temas. As histórias da sexualidade,
das lágrimas ou da morte, por exemplo, passaram a ser tão importantes quanto os
cultos históricos à nação, ou as abordagens estruturais de “coisas sérias”, como a
história econômica ou política. Em suma, os novos procedimentos historiográficos,
que desembocam em novas linguagens expositivas museográficas, passaram a ter por
lema e bandeira: Isto não é a História de ... Com muito atraso, as ciências humanas
imitavam a arte. É de 1929 a famosa pintura de René Magritte, representando um
cachimbo, na qual aparece escrito “Ceci n'est pas une pipe”. Margrite fazia
provocações sobre o descompasso entre as coisas e sua representações: não se tratava
de um cachimbo, mas da pintura de um cachimbo.
34
O que a presente exposição propõe e tornar explícito aos visitantes que
qualquer história é um processo múltiplo de representações e que os “personagens
históricos” são construídos. No caso, o que se pretende é justamente tornar público e
visível o processo de construção e a integração de um “herói popular”, como Maria
Águeda, no panteão histórico oficial, transformando-a em nome de rua. Adiante,
voltaremos à questão.
Do ponto de vista visual a exposição procurou utilizar uma linguagem
naïve. Em vez das plotagens, que hoje são uma constante nas exposições, as imagens
históricas utilizadas eram reproduções feitas por pintores de cartazes e grafiteiros.
Para efeitos da exposição, foram solicitadas leituras desse episódio aos
mais diversos interlocutores. Foi tirado o tarô e feito o mapa astral de Maria Águeda.
Mestres cozinheiros conceberam pratos em sua homenagem. Diversos artistas
plásticos pintaram-na e desenharam-na. Músicos compuseram uma trilha para a
exposição. Essas participações musicais foram transformadas em vídeos expostos no
evento.
Não ficaram de fora historiadores, antropólogos, psicólogos, advogados
que comentaram por escrito o episódio. Essas participações foram transformadas em
simulacros de livros, em grande escala, e expostas ao lado de outras participações
artísticas e gráficas. Elas também foram reunidas em uma brochura que foi distribuída
aos visitantes. O público infantil recebia a historinha de Maria Águeda contada
através de uma dobradura em papel ilustrada.
Uma das partes da exposição procurava reconstituir os figurinos da época,
com base na iconografia do período, que procuravam mostrar a aparência que teriam
os diversos personagem envolvidos.
35
Outro ambiente expográfico simulava uma cadeia onde alguns escravos
prisioneiros estavam acorrentados e presos por um tronco de pé.
Para complementar, um segundo televisor exibia entrevistas de acadêmicos
e de representantes da sociedade civil organizada. Uma das questões levantadas pela
exposição era a proposta de que um logradouro público importante da cidade passasse
a se chamar Maria Águeda. Assim, a exposição terminava com um livro de abaixo
assinado dirigido à Câmara Municipal de Curitiba com esse objetivo. Este livro se
encontra hoje nas mãos de um representante do movimento negro de Curitiba que
encampou a bandeira.
36
3. FORMAÇÃO ACADÊMICA
3.1 Estágios de Pós-doutorado
2015 Universidade de Lisboa, UL, Portugal. Supervisor: José Damião Rodrigues 2009 Universidad Nacional de La Plata, UNLP, Argentina. Supervisor: Silvia C. Mallo 2007 Instituto de Investigação Cientifica Tropical, IICT, Portugal. Supervisor: Ângela Domingues 2002 Universidade de Coimbra, UC, Portugal. Supervisor: Antônio de Oliveira
3.2 Doutorado em História Urbana
1992 - 1998 Universidade Federal do Paraná, UFPR, Brasil. Título: A forma e o podre; duas agendas da cidade de origem portuguesa, entre a idade média e a idade moderna. Ano de obtenção: 1998. Orientador: Ana Maria de Oliveira Burmester. Co-orientador: António de Oliveira.(Universidade de Coimbra)
3.3 Mestrado em História Social
1984 - 1990 Universidade Federal do Paraná, UFPR, Brasil. Título: Fazendeiros, Industriais e Não-morigerados. Ano de Obtenção: 1990. Orientador: Ana Maria de Oliveira Burmester.
37
3.4 Licenciatura em História
1979 - 1983 Universidade Federal do Paraná, UFPR, Brasil.
3.5 Curso Técnico de Segundo Grau - Eletrotécnica
1968 – 1970 Escola Técnica Federal do Paraná, ETFPR (Atual UTFPR)
4. ATUAÇÃO PROFISSIONAL
4.1 Universidade Federal do Paraná, UFPR
1991 - Atual Vínculo: Servidor Público. Enquadramento Funcional: Professor Associado 4. Regime: Dedicação exclusiva. Atuação no Ensino de Graduação: Professor de História da América, História do Paraná, História da Industrialização, Teoria da História e Historiografia, História Moderna, Oficina de História e Memória Orientador de Monografias, TCCs e Iniciação Científica Atuação no Ensino de Pós-Graduação: Orientador de Mestrado, Doutorado e Pós-doutorado Professor de Seminário I e II, História Urbana Participação em dezenas Bancas de Qualificação e Defesa em diversas instituições Atuação em Pesquisa Pesquisador nas áreas de História do Paraná, História Urbana e História das Ciências Bolsista de Produtividade em Pesquisa – CNPQ – Nível 2 Líder da Linha de Pesquisa Espaço e Sociabilidades - UFPR Líder da Linha de Pesquisa Cedope - UFPR Líder da Linha de Pesquisa Arte, Memória e Narrativa - UFPR Líder da Linha de Pesquisa Ciências, impérios e viagens – Fundação FIOCRUZ Agraciado com apoia à pesquisa pela Fundación Carolina, Fundação Araucária, CAPES, CNPQ e FINEP Participação em dezenas de congressos e seminários, nacionais e no exterior, apresentando resultados de pesquisas
38
Atuação em Extensão Tenho utilizado as exposições multimídia como vínculo entre a Universidade e a Comunidade onde ela está inserida Atuação Administrativa: Dois mandatos como Coordenador do Curso de História Um mandato como Coordenador do Curso de História – Memória e Imagem Integrante dos colegiados dos cursos de História e Design – 25 anos Presidente do Comitê Setorial de Espaços Físicos – 4 anos Participação em Bancas de Concurso público para a carreira de magistério superior bancas de concurso público para a carreira de magistério superior Presidente da Comissão responsável pela criação do Curso História – Memória e Imagem Presidente do CEDOPE - 10 anos Consultorias 'Ad Hoc' CNPQ CAPES IPHAN UFPR Fundação Cultural de Curitiba Revista Brasileira de História Revista Topoi Revista de História – Unisinos Revista História: Questões & Debates Revista História e Saúde – Manguinhos Revista de História Regional
4.2 Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG
1991 Vínculo: Servidor público Enquadramento Funcional: Professor Assistente Regime: 20 horas Atuação no Ensino de Graduação: Professor de História do Paraná e História Social
4.3 Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, IPARDES
1987 - 1991 Vínculo: Servidor público Enquadramento Funcional: Pesquisador Coordenador de Projeto História da Indústria no Paraná
39
4.4 Ministério da Cultura, MinC
1986 - 1988 Vínculo: Cargo em comissão Enquadramento Funcional: Assessor Secretário de Atividades Sócio-culturais Coordenador Geral de Políticas Culturais
4.5 Secretaria da Cultura e do Esporte do Paraná, SECE
1983 - 1986 Vínculo: Servidor público Enquadramento Funcional: Técnico em Assuntos Culturais Setores onde Atuou: Curadoria do Patrimônio Museu da Imagem e do Som
4.6 Liceu Nacional Kwame N'Krumah e Liceu José Marti, Guiné Bissau
1975 - 1978 Vínculo: Professor Cooperante Estrangeiro Enquadramento Funcional: Professor Disciplinas: Física, Matemática e Geografia Humana Fundação Banco do Brasil, FBB, Brasil. Vínculo institucional
4.7 Escola Técnica Federal do Paraná (Atual UTFPR)
1972 Vínculo: Servidor público Enquadramento Funcional: Professor de Curso Técnico de Segundo Grau Disciplinas: Eletrotécnica; Desenho Técnico
40
5. PUBLICAÇÕES
5.1 Artigos em Revistas Especializadas
PEREIRA, Magnus R. M.; DENIPOTI, Cláudio. Os diários de viagem do doutor Lacerda; a trama de referências no texto de um astrônomo paulista do final do século XVIII. Revista Antíteses. (No prelo)
PEREIRA, Magnus R. M.; DENIPOTI, Cláudio. The production of 18th century scientific knowledge about the Brazilian Caatinga. HALAC; História Ambiental Latinoamericana y Caribeña. v. 6, p. 170-83, 2016.
PEREIRA, Magnus R. M.;CRUZ, Ana Lúcia R. B. . “Naturalia, Mirabilia et Monstrosa”. El envío de manuales y de circulares al virreinato del Río de la Plata para instruir a la recolección de productos naturales, en el siglo XVIII. HIb: Revista de Historia Iberoamericana, Santiago de Chile, v. 7, p. 74-88, 2014.
PEREIRA, Magnus R. M. D. Rodrigo e Frei Mariano: A política portuguesa de produção de salitre na virada entre os séculos XVIII e XIX. Topoi, Rio de Janeiro, v. 15, p. 498-526, 2014.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. Os colonos cientistas da América Portuguesa: Questões historiográficas. Revista de História Regional, Ponta Grossa, v. 19, p. 7-34, 2014.
PEREIRA, Magnus R. M.; DENIPOTI, Cláudio. Feitiçaria e iluminismo: traduções e estratégias editoriais em Portugal no Século XVIII. Maracanan, Rio de Janeiro, v. 10, p. 48-63, 2014.
PEREIRA, Magnus R. M. “Las cosas singulares de piedras, animales, plantas”: la formación y el funcionamiento de la red imperial española de remesas centíficas en el Virreinato del Río de la Plata. Anais do Museu Paulista, São Paulo, v. 21, p. 91-138, 2013.
PEREIRA, Magnus R. M., DENIPOTI, Cláudio. Sobre livros e dedicatórias: D. João e a Casa Literária do Arco do Cego (1799-1801). História Unisinos, São Leopoldo, v. 17, p. 257-271, 2013.
PEREIRA, Magnus R. M.; BORGES, Joacir N. Tudo consiste em dívidas, em créditos e em contas: relações de crédito no Brasil colônia; Curitiba na primeira metade do século XVIII. Revista de Historia (USP), São Paulo, v. 0, p. 105, 2010.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. Ciência e memória: aspectos da reforma da Universidade de Coimbra de 1772. Revista de História Regional, Ponta Grossa, v. 14, p. 7-48, 2009.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. Ciência, identidade e quotidiano: alguns aspectos da presença de estudantes brasileiros na Universidade de Coimbra, na conjuntura final do período colonial. Revista de História da Sociedade e da Cultura, Coimbra, v. 9, p. 205-23, 2009.
PEREIRA, Magnus R. M. Rede de Mercês e carreira: o “Desterro d'Angola” de um militar luso-brasileiro (1782-1789). História: Questões e Debates, Curitiba, v. 45, p. 97-127, 2007.
41
PEREIRA, Magnus R. M. Alguns aspectos da questão sanitária das cidades de Portugal e suas colônias: dos saberes olfativos medievais à emergência de uma ciência da salubridade iluminista. Topoi, Rio de Janeiro, v. 6, n.10, p. 99-142, 2005.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. Mancebias e judiarias: espaços de segregação na cidade portuguesa (séculos XIV a XVII). Territórios e Fronteiras, Cuiabá, v. 5, n.1, p. 133-154, 2004.
PEREIRA, Magnus R. M. Um jovem naturalista num ninho de cobras: a trajetória de João da Silva Feijó em Cabo Verde, em finais do século XVIII. História: Questões e Debates, Curitiba, v. 19, n.36, p. 29-60, 2003.
PEREIRA, Magnus R. M.. Formas de controle do quotidiano da população urbana setecentista: o direito de almotaçaria. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 27, n.1, p. 75-102, 2001.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio Cesar de A. Para o bom regime da república; ouvidores e câmaras municipais no Brasil colonial. Monumenta, Curitiba, v. 3, n.10, p. 1-19, 2001.
PEREIRA, Magnus R. M. Almuthasib: considerações sobre o direito de almotaçaria nas cidades de Portugal e suas colônias. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 21, n.42, p. 365-395, 2001.
PEREIRA, Magnus R. M. Brasileiros a serviço do Império; A África vista por naturais do Brasil, no Século XVIII. Revista Portuguesa de História, Coimbra, v. 1, n.33, p. 153-190, 2000.
PEREIRA, Magnus R. M.. Cortesia, Civilidade, Urbanidade: conversando com Norbert Elias sobre a conformação do espaço e das sociabilidades na cidade medieval portuguesa. História: Questões e Debates, Curitiba, v. 16, n.30, p. 111-146, 2000.
PEREIRA, Magnus R. M.. As posturas municipais e o controle do processo edificatório. Monumenta, Curitiba, v. 2, n.7, p. 3-28, 1999.
PEREIRA, Magnus R. M.. O centauro desfeito: a desconstrução da cultura gaúcha no Paraná do século XIX. Jahrbuch fur Geschichte Lateinamerikas, Koln, v. 36, p. 197-218, 1999.
PEREIRA, Magnus R. M. Tess não veio a Curitiba; ou da dificuldade de adaptação dos imigrantes ingleses às colônias agrícolas do Paraná no século XIX. Monumenta, Curitiba, v. 1, n.1, p. 1-22, 1998.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio C. A. Códigos de posturas municipais. Monumenta, Curitiba, v. 1, n.4, p. 1-22, 1998.
PEREIRA, Magnus R. M. Dos usos e abusos do mate: sociedade indústra no Paraná do século XIX. Cativeiro & Liberdade, Rio de Janeiro, v. 2, n.5, p. 65-96, 1997.
PEREIRA, Magnus R. M. A gosto e capricho dos primeiros proprietários; a trajetória de uma cidade brasileira entre os séculos XVII e XIX. Jahrbuch fur Geschichte Lateinamerikas, Koln, v. 32, p. 333-371, 1995.
PEREIRA, Magnus R. M. Da civilidade urbana; a morigeração dos costumes no Paraná do século XIX. Revista de Ciências Humanas, Curitiba, v. 4, n.4, p. 165-191, 1995.
42
PEREIRA, Magnus R. M. Considerações sobre a ação urbanística do período pombalino. Ágora (UNISC), Santa Cruz do Sul, v. 1, n.1, p. 61-82, 1995.
PEREIRA, Magnus R. M. Rigores e métodos da cidade brasileira entre os séculos XVII e XIX. Revista de Ciências Humanas, Curitiba, v. 2, n.2, p. 191-218, 1993.
PEREIRA, Magnus R. M. O Ensino da história é perigoso? ou desnecessário?. História. Questões e Debates, Curitiba, v. 4, n.7, p. 303-325, 1985.
5.2 Livros publicados/organizados
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. (Orgs.) Os Naturalistas do Império; O conhecimento científico de Portugal e suas colônias (1772 - 1822). Rio de Janeiro: Versal/ Fundação Odebrecht, 2016.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. (Orgs.) Elias Alexandre da Silva Correia; Um militar brasileiro em Angola. Curitiba: Editora da UFPR, 2014. 747p .
PEREIRA, Magnus R. M.; RIBAS, André A. (Orgs.) Francisco José de Lacerda e Almeida; Um astrônomo paulista no sertão africano. Curitiba: Editora da UFPR, 2013. 803 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B. (Orgs.) Curitiba e seus Homens Bons. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2012. 127 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Rosângela M. F. (Orgs.) João da Silva Feijó; Um homem de ciência no Antigo Regime português. Curitiba: Editora da Ufpr, 2012. 1062 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio C. A. (Orgs.) VI Jornada Setecentista: Conferências e Comunicações. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2006.
PEREIRA, Magnus R. M. Posturas Municipais; Paraná, 1829 a 1895. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003. 199 p.
PEREIRA, Magnus R. M. . Plano para sustentar a posse da parte meridional da América portuguesa (1772). Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003. 135 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; NICOLAZZI JR, N. F. (Orgs.) Audiências e correições dos almotacés; Curitiba, 1737 a 1828. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2003. 294 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio C. A. (Orgs.) Anais da V Jornada Setecentista. Curitiba: Editora da UFPr, 2003. 732 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio C. A. O poder local e a cidade; a Câmara Municipal de Curitiba, Séculos XVII a XX. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2000. 124 p.
PEREIRA, Magnus R. M. Semendo iras rumo ao progresso; ordenamento jurídico e econômico da sociedade paranaense, 1829-1889. Curitiba: Editora da UFPR, 1996. 184 p.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio C. A. Câmara Municipal de Curitiba: 300 anos. Curitiba: Câmara Municipal de Curitiba, 1993. 89 p.
43
PEREIRA, Magnus R. M.; CARDOSO, Nelson A.; IORIO, Regina E. S.; ZISMAN, Sandra F. Séries retrospectivas do Paraná; Atlas Histórico da Indústria. 1940-1980. Curitiba: IPARDES, 1993. v. 1. 620p .
PEREIRA, Magnus R. M.; CARDOSO, Nelson A.; IORIO, Regina E. S.; ZISMAN, Sandra F. Séries retrospectivas do Paraná; Atlas Histórico da Indústria. 1940-1980. Curitiba: IPARDES, 1993. v. 2. 620 p.
5.3 Capítulos de livros publicados
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. Ilustração, cultura escrita e práticas culturais e educativas. Contra o notório sistema de ignorância artificial: a reforma pombalina da Universidade de Coimbra. In: SANTOS, Antonio C. A. (Org.) Curitiba: Estudiotexto, 2016. (No prelo)
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. A história de uma ausência: os colonos cientistas na historiografia brasileira. In: FRAGOSO, João; FLORENTINO, Manolo, et. alii. (Org.). Nas rotas do Império; Eixos mercantis, tráfico e relações sociais no mundo português. 2ªed.Vitória: Edufes, 2016, p. 331-360.
PEREIRA, Magnus R. M. "Quem necessita pede": As mercês régias e a carreira imperial de um militar letrado luso-brasileiro do século XVIII. In: PEREIRA, Magnus Roberto de Mello; CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da. (Org.). Elias Alexandre da Silva Correia; Um militar brasileiro em Angola. 1ed.Curitiba: Editora da UFPR, 2014, p. 21-85.
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. Francisco José de Lacerda e Almeida: Paulista, coimbrão e fiel súdito da coroa. In: PEREIRA, Magnus R. M.; RIBAS, André Akamine. (Org.). Francisco José de Lacerda e Almeida: um astrônomo paulista no sertão africano. 1ed.Curitiba: Editora da UFPR, 2013, v. 1, p. 19-83.
PEREIRA, Magnus R. M.; BARLETA, Leonardo B. Mulheres à beira de um ataque ...; Honra e família na vila de Curitiba. In: PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. (Org.). Curitiba e seus homens-bons. :, 2012, p. 60-73.
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. Instructio Perigrinatoris: Algumas questões referentes aos manuais portugueses sobre métodos de observação filosófica e preparação de produtos naturais da segunda metade do século XVIII. In: KURY, Lorelai; GESTEIRA, Heloisa. (Org.). Ensaios de História das Ciências no Brasil; das Luzes à nação independente. 1ed.Rio de Janeiro: Eduerj, 2012, p. 115-133.
PEREIRA, Magnus R. M. João da Silva [Feijó ?]: A trajetória de um homem de ciências luso-brasileiro. In: PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Rosângela M. F. dos. (Org.). João da Silva Feijó; Um homem de ciência no Antigo Regime português. Curitiba: Editora da UFPR, 2012. p. 19-119.
PEREIRA, Magnus R. M. O conhecimento científico da caatinga no século XVIII. In: Lorelai Kury. (Org.). Sertão adentro; Viagens nas caatingas. Séculos XVI a XIX. 1ed.Rio de Janeiro: Estudio Andrea Jakobsson, 2012, p. 114-158.
PEREIRA, Magnus R. M. João da Silva Feijó (1760-1824); A brazilian scientist in the Portuguese Overseas Empire. In: RACINE, Karen Racine; MAMIGONIAN, Beatriz. (Org.). The human tradition in the Atlantic world, 1500-1850. Lanham: Rowman & Littlefield, 2011, p. 151-167.
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. Viajantes Brasileiros do Império Português. In: PINHEIRO, Liliana. (Org.). O olhar dos viajantes: O Brasil ao Natural. São Paulo: Duetto, 2010, v. 1, p. 32-37.
44
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. O viajante instruído: os manuais portugueses do Iluminismo sobre métodos de recolher, preparar, remeter, e conservar produtos naturais. In: SANTOS, A. C. A.; DORÉ, Andrea. (Org.). Temas Setecentistas. Curitiba: UFPR/SCHLA, 2009, p. 241-252.
PEREIRA, Magnus R. M. Diário da viagem que fez José Antônio Lopes ao Continente de Coritiba. In: Fundação Cultural de Curitiba. (Org.). Histórias de Curitiba. Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2008, p. 25-37.
PEREIRA, Magnus R. M. A. desinvenção da tradição; ou de como as elites locais reprimiram o fandango e outras manifestações de gauchismo no Paraná do século XIX. In: SOUZA NETO, Manoel J. de. (Org.). A [des]construção da música na cultura paranaense. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2004, p. 55-72.
PEREIRA, Magnus R. M. De árvores e cidades; ou a difícil aceitação do verde nas cidades de tradição portuguesa. In: SOLLER, Maria Angélica; MATOS, Maria Izilda S. (Org.). A cidade em debate. São Paulo: Olho d'Água, 1999, p. 11-47.
PEREIRA, Magnus R. M. Gustav Klimt: Décadence avec élégance. In: PAZ, Francisco Moraes. (Org.). Utopias e modenidade. Curitiba: Editora da UFPR, 1994, p. 129-137.
5.4 Trabalhos completos publicados em anais de eventos
PEREIRA, Magnus R. M.; DENIPOTI, C. D. João e as dedicatórias da coleção do Arco do Cego. 1799/1801. In: 4º Colóquio do PPRLB, 2010, Rio de Janeiro. Atas do 4º Colóquio do PPRLB. Relações Luso-Brasileiras: D. João VI e o Oitocentismo. Rio de Janeiro: Real Gabinete Português de Leitura, 2008.
PEREIRA, Magnus R. M.; NADALIN, Sergio Odilon; HESSMANN, Dayane R. L.; OBRZUT, Luciane C.; OLIVEIRA, Micheli F. R. de . Formalçao da Sociedade Paranaense, 1648-1853; Fontes e Tecnologias da História. In: I Elicem - Encontro Licenciar, 2008, Curitiba. I Elicem. Curitiba: UFPR - Pró-reitoria de Graduação, 2008. p. 78-82.
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia Rocha Barbalho da. O viajante instruído; os manuais portugueses do iluminismo sobre métodos de recolher, preparar, remeter e conservar produtos naturais. In: VII Jornada Setecentista, 2007, Curitiba. Anais da VI Jornada Setecentista. Curitiba: CEDOPE, 2007. p. 284-292.
PEREIRA, Magnus R. M. CRUZ, Ana Lúcia R. B. A história de uma ausência: os colonos cientistas na historiografia brasileira. In: João Fragoso; Manolo Florentino; et alii. (Org.). Nas rotas do Império: Eixos mercantis, tráfico e relações sociais. Vitória/Lisboa: EDUFES/Instituto de Investigações Científicas e Tropicais, 2006, p. 357-390.
PEREIRA, Magnus R. M. O mercado regulamentado face à emergência das modernas ciências econômicas; A Câmara Municipal de Curitiba e o controle dos preços de gêneros alimentícios nos séculos XVIII e XIX. In: VI Jornada Setecentista, 2006, Curitiba. VI Jornada Setecentista: Conferências e Comunicações, 2005. p. 356-368.
PEREIRA, Magnus R. M. Um Brasil imperfeito; ou de como a África foi vista por brasileiros em finais do século XVIII. In: V Jornada Setecentista, 2003, Curitiba. Anais da V Jornada Setecentista.
45
PEREIRA, Magnus R. M. O direito de almotaçaria; considerações sobre o direito urbano no mundo lusitano. In: II Seminário Internacional - História do Município no Mundo Português, 2001, Funchal - Portugal. História dos Municípios: Administração, Eleições, Finanças. Funchal: Centro de Estudos de História do Atlântico, 2001. p. 145-166.
PEREIRA, Magnus R. M.; SANTOS, Antonio Cesar de Almeida; HARA, Tony; AZEVEDO, Vidal A. Cortazar, Paz, Sá Barreto: cidade, experiência urbana e estrutura. In: IV Encontro Regional de História - ANPUH-PR, 1996, Londrina. Cultura e Cidadania. Londrina: ANPUH-PR, 1995. v. 1. p. 55-83.
5.5 Resumos publicados em anais de eventos
PEREIRA, Magnus R. M. Águeda disse não: a história de um martírio. In: Libertem Maria Águeda! Curitiba: Fundação Cultural de Curitiba, 2014. p. 13-13.
PEREIRA, Magnus R. M. “Hum arrisca a esperança; o outro a vida”; As mulheres dos governadores das colônias portuguesas da África, no final do século XVIII e início do XIX. In: I Congresso Internacional de História UNICENTRO - UEPG, 2013, Irati. Anais do I Congresso Internacional de História UNICENTRO - UEPG. Irati: UNICENTRO, 2013. v. 1.
PEREIRA, Magnus R. M. Na Arcádia estarei: viagens científicas imaginárias nas colônias portuguesas. In: 13 Seminário Nacional de História da Ciência e Tecnologia, 2012, São Paulo. Caderno de Resumos do 13 Seminário Nacional de História da Ciência e Tecnologia. São Paulo: SBHC/USP, 2012. p. 96-96.
PEREIRA, Magnus R. M. Elias Alexandre da Silva Correia e sua História de Angola: entre a história regional militante e a trajetória do indivíduo. In: VIII Encontro Regional de História, 2002, Curitiba. Programas e Resumos. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 2002. p. 51.
PEREIRA, Magnus R. M. Formas de controle do qüotidiano da população urbana setecentista. In: Primeiro Congresso de Humanidades - III Jornada Setecentista, 2000, Curitiba. Diálogos entre saberes. Curitiba: SCHLA-UFPR, 2000. p. 315.
PEREIRA, Magnus R. M. A urbanização ilustrada portuguesa. In: XX Simpósio Nacional de História, 1999, Florianópolis. História: Fronteiras, 1999. v. 1. p. 626-627.
PEREIRA, Magnus R. M. . Gustav Klimt: Dácadence avec Élégance. In: II Seminário de Estudos Multidisciplinares, 1993, Curitiba. Utopia & Modernidade, 1993. p. 20-22.
46
6. EXPOSIÇÕES
PEREIRA, Magnus R. M., PEREIRA, Lai B. Curitiba Literária. 2016. (Curadoria de
Exposição Multimidia em processo de montagem) PEREIRA, Magnus R. M. ; TAVARES, Rodrigo R. Mundos Novos Ilustrados, as
ilustrações dos livros de viagem científica do século XVIII. 2015 (Curadoria de Exposição Multimidia)
PEREIRA, Magnus R. M., CRUZ, Ana Lúcia R. B.; PEREIRA, Lai B. Libertem Maria Águeda. 2014. (Curadoria de Exposição Multimidia)
PEREIRA, Magnus R. M., CRUZ, Ana Lúcia R. B.; PEREIRA, Lai B. Por terra: A construção do Paraná. 2014. (Curadoria de Exposição)
PEREIRA, Magnus R. M., CRUZ, Ana Lúcia R. B.; PEREIRA, Lai B. Anos 50: Identidades. 2013 (Curadoria de Exposição Multimidia)
PEREIRA, Magnus R. M. De Rerum Natura; Homens de Ciência no Brasil Colônia. 2012. (Curadoria de Exposição)
PEREIRA, Magnus R. M. Iconografia das Celas das Penitenciarias de Curitiba. 2013. (Curadoria de Exposição)
PEREIRA, Magnus R. M.; SIMÃO NETO, Antônio. A barragem e os colonos. 1986. (Curadoria de Exposição Fotográfica)
SANTOS, Antonio Cesar de A.; PEREIRA, Magnus R. M. Museu de Rua: A imigração em Palmeira. 1986. (Assessoria de Exposição Fotográfica Itinerante)
PEREIRA, Magnus R. M.; MUNHOZ, S. Museu de Rua: A vegetação urbana de Maringá. 1986 (Assessoria de Exposição Fotográfica Itinerante)
PEREIRA, Magnus R. M.; SIMÃO NETO, Antônio; ZUCHERELLI, Moara. Museu de Rua: História do Carnaval de Antonina. 1985 (Curadoria de Exposição Fotográfica Itinerante)
PEREIRA, Magnus R. M.; SIMÃO NETO, Antônio . Iconografia das Celas das Penitenciarias de Curitiba. 1985 (Curadoria de Exposição Fotográfica)
PEREIRA, Magnus R. M.; CRUZ, Ana Lúcia R. B.; ZUCHERELLI, Moara . Museu de Rua: O caminho das Tropas. 1985. (Curadoria de Exposição Fotográfica Itinerante)
47
7. ORIENTAÇÕES
7.1 Supervisão de pós-doutorado
Sandra Mara Gameiro Pinto. Regular, verificar e atuar; Tradição e mutação nas operações urbanísticas em Portugal e Brasil (1822-1917). Início: 2012. Universidade de Lisboa, Fundação de Ciência e Tecnologia. (Em andamento)
7.2 Orientação de Teses de doutorado
Daniela Casoni Moscato. Leituras e viagens no Brasil: a presença dos naturalistas luso-brasileiros setecentistas nas obras dos viajantes europeus oitocentistas. Orientador. (Em andamento)
Hugo Moura Tavares. Sobre o Céu, a terra, a água e o ar: Representações de viajantes ilustrados sobre a Amazônia, entre E 1735 e 1815. 2014. Orientador.
Ana Paula Peters. "Nasce toda creatura com sua ventura": O casamento como mote de entremezes para representar a sociedade portuguesa do século XVIII. 2013. Orientador.
Loiva Canova. Antônio Rolim de Moura: e as representações da paisagem no interior da colônia portuguesa na América (1751-1764). 2011. Orientador.
Elizabeth Amorim de Castro. Arquitetura das Escolas Públicas do Paraná (1853 - 1955). 2010. Orientador.
Joacir Navarro Borges. Das justiças e dos litígios: A ação judiciária da Câmara de Curitiba no século XVIII (1731-1753). 2009. Orientador.
Ana Paula Wagner. População no Império Português: Recenseamentos na África Oriental Portuguesa na segunda metade do século XVIII. 2009. Co-orientador:
Janaina Zito Losada. A paixão, a natureza e os ritmos da história: O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro no século XIX. 2007. Coorientador
José Roberto Braga Portella. Descripções, memmorias, noticias e relações: Administração e Ciência na construção de um padrão textual iluminista sobre Moçambique, na segunda metade do Século XVIII. 2006. Orientador.
Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz. Verdades por mim vistas e observadas, oxalá fossem fábulas sonhadas; cientistas brasileiros do setecentos, uma leitura auto-etnográfica. 2004. Co-orientador.
Regina Elena Saboia Iorio. Intrigas e Novelas: literatos e literatura em Curitiba nos anos 20. 2004. Orientador.
Marcelo Saldanha Sutil. Beirais e platibandas; a arquitetura de Curitiba na primeira metade do século 20. 2003. Orientador.
48
Angelo José da Silva. A formação do militante anarquista; primeiros movimentos para uma leitura distinta. 2003. Orientador.
Antonio Cesar de Almeida Santos. Para viverem juntos em povoações bem estabelecidas; um estudo sobre a política urbanística pombalina. 1999. Orientador.
7.3 Orientação de Dissertações de mestrado
Marcos Felipe Godoy. Dos homens, das leis e da cidade: A produção do espaço urbano. 2016. (Orientador).
Pamella Sue Zaroski. Tecendo conexões ultramarinas; a participação de Hipólito da Costa nos planos econômicos de dom Rodrigo de Souza Coutinho (1798 - 1800). 2015. Orientador.
Elizabeth Pereira Alves da Fonseca. Versões do “peralta” no entremez lusitano: o teatro cômico e as representações críticas dos costumes na segunda metade do século XVIII. 2015. Orientador.
Frederico Tavares de Mello Abdalla. O Peregrino Instruído: Um estudo sobre o viajar e o viajante na literatura científica do iluminismo. 2012. Orientador.
Allan Thomas Tadashi Kato. Retrato Urbano; Estudo da distribuição socioespacial dos moradores de Paranaguá, Antonina e Curitiba no início do século XIX. 2011. Orientador.
Tiago Bonato. O olhar, a descrição: a construção do sertão do nordeste brasileiro nos relatos de viagem do período colonial (1783-1822). 2010. Orientador.
Mara Fabiana Barbosa. Terra de negócio; o comércio e o artesanato em Curitiba, na segunda metade do século XVIII. 2003. Orientador.
Fernando Cunha. Elites políticas municipais no Brasil-Colônia; homens bons na Curitiba setecentista. 2003. 118 f. Co-orientador.
Everson Antonio Caleff Ramos. Transporte coletivo e expansão urbana: do bonde a mula à tração elétrica; Curitiba, 1887 a 1913. 2002. Orientador.
Norton Frehese Nicolazzi Jr. Os almotacés; administração e ordem urbana na Curitiba setecentista. 2002. Orientador.
Walfrido Soares de Oliveira Jr,. Fitas Venske: discussões acerca do mundo fabril em Curitiba. 2001. Orientador.
Aparecida Vaz da Silva Bahals. O verde na metrópole; a evolução das praças e jardins em Curitiba. 1885-1916. 1998. Co-orientador.
Marcelo Saldanha Sutil. O espelho e a miragem; ecletismo e modernidade na Curitiba do início do século. 1996. 0 f. Co-orientador.
Antonio Cesar de Almeida Santos. Memórias e cidade; depoimentos e transformação urbana de Curitiba. 1930-1990. 1995. Co-orientador.
7.4 Orientação de trabalhos de conclusão de curso de graduação
Gilmar dos Santos Rosa. Gonneville: A invenção das tradições em São Francisco do Sul. 2014. Orientador.
49
Kelton Bruno Sabatke. Robin sob o capuz; Análise diacrônica da trajetória do ladrão de Sherwood no cinema e a complexidade hermenêutica da arte cinematográfica. 2013. Orientador.
Elizabeth Pereira Alves da Fonseca. O casamento segundo o teatro de cordel em Portugal (1783-179). 2011. Orientador.
Pedro Henrique Carrilho Ferreira. A sociedade portuguesa da segunda metade do século XVIII: Dádiva e hierarquia nos textos teatrais da época. 2010. Orientador.
Fabrício Meira de Oliveira. As apropriações da obra de Gabriel Soares de Souza no discurso de Gilberto Freyre. 2010. Orientador.
Ampélope Eleusis de Almeida. A inserção do fenômeno da modernidade na sociedade curitibana da década de 1920. 2009. Orientador.
Frederico Tavares de Mello Abdala. Portugal e a ciência no iluminismo: a viagem-filosófica e os viajantes-naturalistas luso-brasileiros da segunda metade do século XVIII. 2009. Orientador.
Mariana Nogueira Rocha. O drama da modernidade: Um ensaio estrutural da literatura sobre Curitiba, no século XX. 2008. Orientador.
Raquel Maria de Oliveira. Joaquim de Amorim e Castro: um bacharel cientista no reconcavo baiano oitocentista. 2008. Orientador.
Liziana Bariviera. Lacerda e Almeida: O administrador, o paulista e o cientista; Algumas questões sobre narração e identidade no império colonial português setecentista. 2007. Orientador.
Tiago Bonato. "Da investigação mandada fazer por V. Exa. sobre os diferentes produtos da natureza": Dois viajantes iluministas pelo sertão da América portuguesa. 2007. (Graduação em História) - Universidade Federal do Paraná, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador.
Julia Augusta Boni Peruchi. Alceu Chichorro e a construção da mulher moderna, em 1923. 2006. Orientador.
Lúcia de Amorim Moutinho. A produção iconográfica de Angelo Donati no interior do projeto ilustrado de Portugal, século XVIIIII. 2006. Orientador.
Catia Celeste Calixto. Uma visão da África ocidental em Viagem de África em o Reino de Dahome, do padre Vicente Ferreira Pires. 2005. Orientador.
Patrícia Bertulini Gonçalves. Angola e angolanos vistos por brasileiros no século XVIII. 2005. Orientador.
Rodrigo Rojas Duarte. O comércio varejista na vila de Curitiba: os preços na segunda metade do século XVIII. 2004. Orientador.
Bruno de Macedo Zorek. Oliveira Mendes: pensamento e trajetória de um intelectual luso-brasileiro no ambiente ilustrado português. 2004. Orientador.
Allan Thomas Tadashi Kato. Outra Paranaguá urbana: implicações sócio-econômicas na configuração espacial de uma vila colonial do inócio do século XIX. 2004. Orientador.
Ana Emilia Staben. Mucatas e Mussambazes: um estudo sobre a escravidão em Moçambique, no final do século XVIII. 2004. Orientador.
Jonas Wilson Pegoraro. Posturas Municipais nas Ilhas Atlânticas do Império Português; Açores - séculos XVII e XVIII. 2004. Orientador.
50
Lúcia de Amorim Moutinho. Angelo Donatti; naturalista e desenhista das expedições filosóficas portuguesas do século XVIII. 2004. Orientador.
Sandro Vieira Gomes. Organização espacial numa vila colonial luso-brasileira: Antonina, 1809. 2003. Orientador.
Rodrigo Rojas Duarte. O comércio varejista e as profissões artesanais na vila de Curitiba: um estudo de preços na segunda metade do século XVIII. 2002. Orientador.
André Essenfelder Borges. Habitações subterrâneas no rio Iraí, município de Quatro Barras, Paraná. 2000. Orientador.
Luís Henrique Novacki. Manumissão de escravos na freguesia da Palmeira (1831-1848). 2000. Orientador.
Mara Fabiana Barbosa. Das coisas compradas que forem para vender; o comércio e os ofícios mecânicos na vila de Curitiba. (1765-1785). 2000. Orientador.
Karyn Hornhardt. O Neoparanismo na arquitetura paranaense. 1999. Orientador. Vanderléia Canha. A organização da Câmara Municipal da Curitiba setecentista.
1999. Orientador. Norton Frehese Nicolazzi Jr. O almotacé na Curitiba setecentista. 1999. Orientador. Everson Antonio Caleff Ramos. Transporte público em Curitiba; os bondes puxados
à mula. 1998. Orientador. Joacir Navarro Borges. O ordenamento da justiça ordinária em Curitiba. 1750-1751.
1998. Orientador. Maria Cecília Barreto Amorim. Os livros de conselhos às moças e a conformação de
sociabilidades femininas. 1993. Orientador. Maurício Fabiano Mazur. Polacos X poloneses; a percepção dos imigrantes da
Polônia na imprensa curitibana da virada do século. 1993. Orientador.
7.5 Orientação de Iniciação Científica
Milena Gimenez Cabral. A correspondência de Alexandre Rodrigues Ferreira. 2014. Orientador.
Lucas Salmoria de Souza Rosa. A correspondência de Alexandre Rodrigues Ferreira. 2013. Orientador.
Helena Macedo Ribas. Elias Alexandre da Silva Correa: Um brasileiro em Angola, no século XVIII. 2012. Orientador.
João Alcantara Nunes. Fontes manuscritas para a história das ciências no Império Colonial Português: Francisco José de Lacerda e Almeida. 2011. Orientador.
Bárbara Caramurú. Transcrição e Catalogação da correspondência e das memórias botânicas, zoológicas e antropológicas de Alexandre Rodrigues Ferreira. 2011. Orientador.
Natally Nobre Guimarães. Ciência e Dominação: A Imagem do Indígena Amazônico pelo olhar luso-brasileiro, à luz das Ciências Ilustradas, na viagem de Alexandre Rodrigues Ferreira. 2010. Orientador.
51
Annelise Pereira de Lima. Fontes manuscritas para a história das ciências no Império Colonial Português: Alexandre Rodrigues Ferreira. 2010. Orientador.
Natally Nobre Guimarães. Fontes para o estudo das viagens de Alexandre Rodrigues Ferreira: sistematização e catalogação. 2009. Orientador.
Ivan Koltun Rebutini. Duas visões íluministas iberoamericanas dos índios americanos: Alexandre Rodrigues Ferreira e José Mariano Mociño. 2008. Orientador.
Edson Luiz Lau Filho. Dom e Ciência na Viagem Filosófica de Alexandre Rodrigues Ferreira. 2007. Orientador.
Liziana Bariviera. Um paulista no Império: A viagem a contracosta de Francisco José de Lacerda e Almeida. 2007. Orientador.
Tiago Bonato. O Sertão sob o olhar Iluminista: uma Viagem Filosófica pela América Portuguesa. 2007. Orientador.
Eduardo de Barros Baggio. Alexandre Rodrigues Ferreira: reconstituição do texto da Viagens Philosóficas. 2005. Orientador.
Patrícia Bertulini Gonçalves. A memória de Rafael José de Souza Correa Melo sobre o tráfico de armas de fogo em Angola, no final do século XVIII. 2005. Orientador.
Bruno de Macedo Zorek. Oliveira Mendes: Inventor e Cientista; Ilustre e Desconhecido. 2004. Orientador.
Ana Emilia Staben. Do outro lado do Atlântico: Francisco José de Lacerda e Almeida, um cientista luso-brasileiro em Moçambique, em finais do século XVIII. 2004. Orientador.
Rodrigo Rojas Duarte. História dos preços na Curitiba Setecentista. 2003. Orientador.
Marcelo José de Souza. A África setecentista vista por viajantes naturais do Brasil. 2002. Orientador.
Rosângela Maria Ferreira dos Santos. O comércio varejista e as profissões artesanais na vila de Curitiba na segunda metade do século XVIII. 2001. Orientador.
Mara Fabiana Barbosa. Relações de homogamia e compadrio na Curitiba setecentista. 1999. Orientador.
Norton Frehese Nicolazzi Jr. A atuação dos almotacés na vila de Curitiba no século XVIII. 1998. Orientador.
52
8. PRÊMIOS
2013 PEREIRA, Magnus R. M. & CRUZ, Ana Lúcia R. B. Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica, Fundação Odebrecht. 2013 PEREIRA, Magnus R. M. Finalista Regional do Prêmio Rodrigo de Mello Franco - Indicação Iphan/Pr, Iphan.
Top Related