8/12/2019 Jane Austen - razo e sensibilidade
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Jane Austen
Razo e SensibilidadeSense and Sensibility
Depois da morte do pai, as irms Marianne e Elinor
Dashwood perdem toda a herana para um meio-irmo.
Sem dote, tm pou!as !han!es de "azer um bom
!asamento. Marianne #a sensibilidade$ apai%ona-se &
primeira 'ista por um homem (ue no ) to leal (uanto
ima*ina. Elinor #a razo$ *osta de al*u)m !om (uem no
pode se !asar.
Disponibilizao+ o!a da orua
/ormatao+ 0isa
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A "am7lia dos Dashwood 'i'ia ha'ia muito tempo em Susse%. A propriedade deles
era *rande e a residn!ia situa'a-se em 8orland 1ar9, no !entro de suas terras, onde por
muitas *era:es ha'iam 'i'ido de maneira to respeit;'el (ue tinham !on(uistado um
bom !on!eito entre todos os 'izinhos das redondezas. 5 propriet;rio anterior era um
senhor solteiro (ue al!anou idade bem a'anada e te'e em sua irm uma dedi!ada
!ompanheira e *o'ernanta durante muitos lon*os anos de sua 'ida. Mas a morte dela,
(ue a!onte!eu dez anos antes da dele, a!arretou uma *rande alterao na !asa< para
preen!her o 'azio dei%ado pela irm, o 'elho !a'alheiro !on'idou para morar !om ele a
"am7lia de seu sobrinho, o sr. =enry Dashwood, herdeiro le*al da propriedade de 8orland
e para (uem ele pretendia dei%ar seus bens, de (ual(uer maneira. Em !ompanhia do
sobrinho, da sobrinha e suas "ilhas, os dias do 'elho !a'alheiro "oram passando
!on"orta'elmente e o ape*o (ue se estabele!eu entre eles "oi !res!endo. A !onstante
ateno aos seus deseos por parte do sr. e da sra. Dashwood, (ue a*iam no por mero
interesse, mas sim por serem donos de !ora:es bondosos, o"ere!eu ao idoso senhor o
mais s>lido !on"orto (ue al*u)m !om sua idade poderia re!eber e a ale*ria das o'ens
a!res!entou en!anto & e%istn!ia dele.
5 sr. =enry Dashwood tinha um "ilho de seu primeiro !asamento e trs "ilhas da
atual esposa. 5 "ilho, um in"le%7'el e respeit;'el o'em senhor, !onta'a !om s>lido
amparo na herana dei%ada por sua me, uma enorme "ortuna da (ual re!ebera a metade
(uando al!anara a maioridade. Essa "ortuna aumentara muito pelo !asamento, (ue
o!orrera pou!o depois. 1ortanto, re!eber 8orland !omo herana no era to importante
para ele (uanto seria para suas irms, uma 'ez (ue as posses delas eram pe(uenas, sem!ontar !om o (ue poderiam ter, !aso seu pai herdasse a propriedade. A me delas nada
possu7a e o pai tinha apenas sete!entas libras & disposio. A "ortuna da primeira esposa
"ora destinada a passar diretamente para o "ilho, tendo o marido apenas direito ao
usu"ruto.
5 'elho !a'alheiro morreu< ao ser lido, seu testamento !ausou de!ep:es e ale*rias,
!omo todos os testamentos. 5 'elho !a'alheiro no "oi inusto, nem mal-a*rade!ido
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(ue para seu "ilho e o "ilho dele, seu neto de (uatro anos, de um modo (ue no lhe
o"ere!ia nenhuma possibilidade de 'ir a dei%;-la !omo herana para as (uatro mulheres
(ue lhe eram !aras e nem lhe da'a o direito de 'ender parte da e%!elente madeira (ue
suas terras produziam para entre*ar o dinheiro a elas. A propriedade inteira e sua
produo, (ual(uer (ue "osse, en!ontra'a-se 'in!ulada em bene"7!io do neto do sr.
Dashwood, (ue, durante o!asionais 'isitas "eitas a 8orland em !ompanhia do pai e da
me, *anhara a a"eio do idoso tio. 6sso no ) di"7!il para uma !riana en!antadora, de
dois ou trs anos< o modo de "alar en*raado, a aud;!ia e o en!antamento de ter o
mundo inteiro a des!obrir, as tra'essuras marotas, deli!iosas, e a enorme tendn!ia a
"azer barulho sobrepuseram-se ao 'alor de todas as aten:es (ue o 'elho propriet;rio
ha'ia re!ebido durante anos da sobrinha e das "ilhas dela. 8o entanto, ele pro!urou no
ser inusto e dei%ou mil libras para !ada uma.
Em prin!7pio, a de!epo do sr. Dashwood "oi enorme< mas seu temperamento era
ale*re e !oraoso, tinha a razo;'el esperana de 'i'er ainda por muitos anos e,
e!on?mi!o !omo era, de ter tempo para trabalhar e *anhar al*um dinheiro a "im de
aumentar o dote das "ilhas. Mas a sorte, (ue tardara tanto a !he*ar para ele, durou
apenas um ano, tempo esse (ue sobre'i'eu ao tio. udo (ue restou & 'i@'a e &s "ilhas
per"azia dez mil libras, in!luindo o (ue elas ha'iam re!ebido por herana.
5 "ilho do sr. Dashwood "oi !hamado !om ur*n!ia assim (ue "i!ou e'idente a
iminn!ia do apa*ar-se de sua 'ida e ele re!omendou-lhe, !om todo o 7mpeto e !alor
(ue o estado terminal lhe permitia, (ue !uidasse da madrasta e das meio-irms. 5 sr.
John Dashwood no alimenta'a "ortes sentimentos por essa parte da "am7lia, mas se
sentiu to!ado pelo pedido de tal natureza em um momento to solene e prometeu "azer
tudo (ue esti'esse ao seu al!an!e para ampar;-las. Diante da promessa, o pai entre*ou-
se ao ine'it;'el sem resistn!ia e o sr. John Dashwood te'e tempo de 'eri"i!ar
prudentemente o (ue esta'a ao seu al!an!e para audar as (uatro mulheres.
Ele no era uma pessoa ruim, a no ser (ue se !onsidere ruim um homem de!orao um tanto duro, de natureza um tanto e*o7sta. Mas de modo *eral, era bem
!onsiderado, uma 'ez (ue !umpria !om seus de'eres normais de maneira irrepreens7'el.
aso se hou'esse !asado !om uma mulher a*rad;'el, !om !erteza teria se tornado ainda
mais respeit;'el do (ue era - poderia at) mesmo ter se trans"ormado tamb)m em um
homem a*rad;'el, uma 'ez (ue se !asara muito o'em e muito apai%onado pela esposa.
8o entanto, a sra. John Dashwood era uma a!entuada !ari!atura de si mesma, !om
mentalidade muito mes(uinha e e*o7sta.Ao "azer a promessa para o pai, ele se determinara a aumentar a herana das irms,
(ue no momento era de mil libras para !ada uma. De "ato, pretendia ser impar!ial nesse
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ponto. A perspe!ti'a de um a!r)s!imo de (uatro mil libras por ano na sua renda, al)m
do (ue re!ebia da metade da "ortuna dei%ada pela me, a(ue!ia-lhe o !orao e o "azia
sentir-se !apaz de ser *eneroso. Sim, daria as trs mil libras para elas+ seria um *esto
liberal e lindo De'ia ser o su"i!iente para (ue "i!assem bem. rs mil libras... 1oderia
re!uperar essa soma !onsider;'el !om pou!os in!on'enientes, apenas e!onomizando. Ele
pensou nisso na(uele dia, depois nos dias (ue se se*uiram e no se arrependeu.
8em bem en!errou-se o "uneral de seu pai, a sra. John Dashwood !he*ou !om o
"ilho e empre*ados, sem dar o menor a'iso & so*ra. 8in*u)m !ontesta'a o direito dela de
ir para 8orland, pois a !asa passara a ser de seu marido no momento em (ue o pai dele
"ale!era, mas a *rosseria dessa atitude era enorme e para uma mulher na situao da sra.
Dashwood, pessoa de sentimentos deli!ados, de'e ter sido altamente desa*rad;'el. Esta
senhora tinha to per"eito senso de honra e era de uma *enerosidade to romBnti!a (ue
uma o"ensa dessa esp)!ie "eita ou re!ebida por (ual(uer pessoa !ausa'a-lhe um
in!ontrol;'el des*osto. A sra. John Dashwood amais "ora ben(uista por al*u)m da
"am7lia do marido, !ontudo, at) a(uele momento, ela ainda no ti'era oportunidade para
demonstrar-lhes o pou!o !aso (ue era !apaz de "azer do bem-estar e !on"orto das
demais pessoas (uando dependessem dela.
A sra. Dashwood "oi atin*ida de modo to pro"undo por essa atitude rude e sentiu
tal desprezo pela nora, de'ido ao seu modo mal-edu!ado de a*ir, (ue teria sa7do da !asa
no momento em (ue ela entrara, se sua "ilha mais 'elha no a !on'en!esse a pensar !om
!uidado antes de ir embora. 1elo bem das "ilhas, as (uais ama'a !om ternura, a senhora
de!idiu "i!ar e e'itar uma ruptura !om o irmo delas.
Elinor, a "ilha mais 'elha !uo !onselho "ora to a!ertado, tinha um poder de
!ompreenso e uma "irmeza de ul*amento (ue a ha'iam tornado, apesar de ter apenas
dezeno'e anos, !onselheira da me e a (uali"i!a'am para !ontrabalanar, em pro'eito
das (uatro, a li*eireza de ra!io!7nio da sra. Dashwood, (ue !omumente a le'a'a a
!ometer imprudn!ias. A srta. Dashwood tinha e%!elente !orao - era a"etuosa e desentimentos "ortes, mas sabia !omo !ontrol;-los. Esta era uma sabedoria (ue a me dela
ainda esta'a por ad(uirir e (ue nenhuma de suas duas irms se mostra'a interessada em
aprender.
As habilidades de Marianne eram, em al*uns aspe!tos, (uase i*uais &s de Elinor. Era
sens7'el e inteli*ente, mas des!ontrolada+ suas tristezas e suas ale*rias eram intensas e
sem a menor moderao< *enerosa, am;'el e aten!iosa, ela era tudo, menos prudente. A
semelhana "7si!a entre Marianne e a irm impressiona'a.Elinor 'ia !om *rande !onsternao o e%!esso de sensibilidade da irm, por)m a sra.
Dashwood 'aloriza'a e estimula'a esse trao de !ar;ter. Ambas se en!oraa'am (uer na
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'ioln!ia, (uer na a"lio. A a*onia de um des*osto, (ue as subu*a'a em prin!7pio, era
em se*uida reno'ada por 'ontade pr>pria, alimentada, re!riada uma 'ez, outra e mais
outra.
Assim, entre*aram-se inteiramente & tristeza, pro!urando aumentar a in"eli!idade
!om (ual(uer elemento (ue ser'isse para isso e determinaram-se a no admitir
nenhuma esp)!ie de !onsolo no "uturo. Elinor tamb)m se a"li*iu !om a situao, por)m
se mantinha disposta a lutar e a dar Bnimo a si mesma. onse*uiu !omuni!ar-se !om o
irmo, "oi !apaz de re!eber a !unhada (uando ela !he*ou & propriedade e de trat;-la
!om a de'ida ateno< soube "azer !om (ue a me a*isse da mesma "orma e en!oraou a
irm a !omportar-se de maneira bem-edu!ada.
Mar*aret, a irm mais no'a, era uma menina saud;'el e bem-humorada< mas !omo
; absor'era uma boa (uantidade do romantismo de Marianne, sem ter absor'ido
tamb)m sua ra zo, aos treze anos no prometia i*ualar-se &s irms em um per7odo
mais adiantado de sua 'ida.
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A sra. John Dashwood atribuiu-se o t7tulo de senhora de 8orland rele*ando a so*ra
e as !unhadas & !ondio de h>spedes. Assim sendo, as (uatro eram tratadas pela
an"itri !om tran(Cila !i'ilidade e pelo marido dela !om toda a bondade (ue ele era
!apaz de sentir por (ual(uer pessoa (ue no "osse ele pr>prio, sua esposa e o "ilho. At)
mesmo as in!enti'a'a, !om al*uma sin!eridade, a !onsiderar 8orland sua !asa. omo
no ha'ia nenhuma outra es!olha al)m de permane!er ali at) ter possibilidade de
mudar-se !om as "ilhas para uma !asa nos arredores, a sra. Dashwood a!eitou o !on'ite.
1ermane!er em um lu*ar onde tudo lhe re!orda'a os bons momentos do passado
!ombina'a per"eitamente !om seu modo de ser. Em momentos de ale*ria, nin*u)m
poderia "i!ar mais ale*re do (ue ela ou ter, em *rande es!ala, a(uela otimistapredisposio para a e%pe!tati'a da "eli!idade, (ue ) a pr>pria "eli!idade. Mas na
tristeza, ela tamb)m se dei%a'a le'ar pela ima*inao para muito al)m do !onsolo, do
mesmo modo (ue na ale*ria dei%a'a-se le'ar para al)m da dis!rio.
A sra. John Dashwood no apro'ou, de modo al*um, o (ue o marido pretendia "azer
pelas irms. irar trs mil libras da herana do seu pe(ueno e (uerido "ilho seria
empobre!-lo da maneira mais !ruel e terr7'el. 6mplorou (ue ele pensasse bem no (ue
iria "azer. omo poderia permitir a si mesmo roubar to alta soma de seu "ilho, seu @ni!o"ilho E uma 'ez (ue as srtas. Dashwood eram parentes apenas por meia
!onsan*Cinidade - o (ue a sra. John Dashwood no !onsidera'a parentes!o al*um-,
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!omo se atre'iam a e%i*ir tanto dinheiro da *enerosidade dele Era sabido por todos (ue
no podia ha'er a"eio entre os "ilhos de um homem nas!idos em di"erentes
!asamentos< ento, por (ue ele teria de se arruinar e arruinar o pobrezinho do =arry
o*ando "ora todo a(uele dinheiro por !ausa de trs meio-irms
- 1or(ue o @ltimo pedido de meu pai - respondeu o marido - "oi (ue eu amparasse
sua 'i@'a e "ilhas.
- Ele no sabia o (ue esta'a dizendo 1osso apostar dez !ontra um (ue ele esta'a
"ora de u7zo na(uele momento. Se esti'esse sob o dom7nio da razo, no pensaria nem
se(uer em pedir a 'o! para dar aos outros metade da "ortuna do seu pr>prio "ilho.
- Ele no estipulou soma al*uma, minha (uerida /anny. Apenas me pediu, em
termos *erais, (ue as amparasse e tornasse a situao delas mais !on"ort;'el do (ue ele
poderia tornar. al'ez teria sido melhor se dei%asse tudo por minha !onta< a"inal,
di"i!ilmente ele poderia pensar (ue eu as ne*li*en!iaria. De (ual(uer modo, "iz a
promessa e ela tem de ser !umprida. Al*o de'e ser "eito por elas, mesmo (ue dei%em
8orland para ir morar em outra !asa.
- em, ento 'amos "azer al*uma !oisa por elas< mas essa al*uma !oisa no pre!isa
ser trs mil libras. 1ense - a!res!entou ela - (ue (uando o dinheiro 'ai embora, no pode
mais 'oltar. Suas irms iro se !asar e o dinheiro ir; embora para sempre. Se ele pudesse
ser de'ol'ido ao nosso pobre menininho...
- om !erteza - !on!ordou o marido, muito s)rio, - isso "aria uma *rande
di"erena. 1ode !he*ar o momento em (ue =arry lamente (ue to *rande soma tenha
sido tirada dele. Se ele 'ier a ter uma "am7lia numerosa, por e%emplo, esse dinheiro ser;
muito !on'eniente.
- om !erteza ser;.
- Ento, (uem sabe ) melhor para todos (ue essa soma sea reduzida & metade.
Fuinhentas libras si*ni"i!aria um aumento prodi*ioso da "ortuna delas
- 5h, ) mais do (ue muito bom Fue irmo neste mundo daria metade disso &sirms, mesmo (ue "ossem irms 'erdadeiras E, neste !aso, h; apenas meia
!onsan*Cinidade, mas 'o! tem um esp7rito to *eneroso
- 8o (uero "azer nada mes(uinho - repli!ou ele. - 8essas o!asi:es, de'e-se "azer
o muito, amais o pou!o. 8in*u)m, a"inal, poder; pensar (ue no "iz muito por minhas
irms e di"i!ilmente elas poderiam esperar (ue eu "izesse mais. - 8o ) o !aso de saber o
(ue elas esperam - ponderou a senhora -, no temos (ue pensar nas e%pe!tati'as delas.
A (uesto ) o (ue 'o! pode lhes dar.- De "ato... E eu !reio (ue posso dar (uinhentas libras para !ada uma. De (ual(uer
maneira, mesmo (ue eu nada d a elas, (uando a me morrer, !ada uma ir; re!eber mais
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de trs mil libras... G uma "ortuna !onsider;'el para (ual(uer moa.
- laro (ue ) Ali;s, pare!e-me (ue elas no podem (uerer mais do (ue isso. Ho
ter dez mil libras di'ididas entre as trs. aso 'enham a !asar-se, muito bem< se no,
podero le'ar uma 'ida bastante !on"ort;'el !om os uros dessas dez mil libras.
- G 'erdade. Em !onse(Cn!ia, no sei se de'eria, diante desse !onunto de !oisas,
"azer al*o pela me delas en(uanto ela "or 'i'a... Dar-lhe uma esp)!ie de anuidade,
(uero dizer. 6sso seria to bom para minhas irms (uanto para a me. em libras por
ano as "aria sentir-se bastante !on"ort;'eis.
8o entanto, a esposa dele hesitou em apro'ar esse plano. - Sem nenhuma d@'ida -
ponderou ela -, ) melhor do (ue dar !ento e !in(Centa libras de uma 'ez. Mas se a sra.
Dashwood 'i'er mais (uinze anos, n>s "i!aremos muito preudi!ados.
- Fuinze anos Minha (uerida /anny, a 'ida dela no 'ai se estender nem pela
metade desse tempo
- G !laro (ue no. Mas se 'o! obser'ar, bem 'er; (ue as pessoas 'i'em para
sempre (uando re!ebem uma anuidade. Ela ) muito ria, saud;'el e mal !he*ou aos
(uarenta. 3ma anuidade ) al*o muito s)rio+ repete-se a !ada ano e no h; modo de
li'rar-se dela. Ho! no pensou direito no (ue 'ai "azer. enho uma lon*a e%perin!ia
!om problemas de anuidades, pois minha me "i!ou amarrada ao pa*amento de trs
anuidades a anti*os empre*ados aposentados por 'elhi!e, e%i*idas pelo testamento de
meu pai, e ) impressionante (uanto isso a preudi!ou. Era pre!iso pa*ar essas anuidades
em duas 'ezes, todos os anos< ha'ia tamb)m a *rande di"i!uldade de le'ar as anuidades
para eles. De 'ez em (uando !orria a not7!ia de (ue um deles ha'ia morrido, depois no
era 'erdade... Minha me "i!ou doente !om essa in!erteza. Seus rendimentos no eram
dela, dizia, !om essas perp)tuas despesas. E isso a!onte!eu por "alta de pre'iso de meu
pai por(ue, se assim no "osse, o dinheiro estaria todo & disposio de minha me, sem
nenhum tipo de restrio. 6sto me !ausou uma a'erso pro"unda a anuidades e no
pretendo ser obri*ada a "azer pa*amentos anuais a pessoa al*uma no mundo.- De "ato, ) uma !ir!unstBn!ia muito desa*rad;'el - !on!ordou o sr. Dashwood -
ter esse tipo de diminuio anual nos rendimentos. A ri(ueza de uma pessoa, !omo sua
me diz !om muita usteza, no ) apenas dela. Estar obri*ado ao pa*amento re*ular de
uma determinada soma, sobre a renda de !ada dia, no ) !oisa (ue se possa (uerer+ tira
toda a independn!ia de uma pessoa.
- De "ato, ) isso mesmo. E no "im no se re!ebe a*rade!imento al*um. Eles sentem-
se se*uros a!hando (ue 'o! no "az mais do (ue a sua obri*ao, o (ue no os "azsentir a menor *ratido. Se eu "osse 'o!, pensaria !om a maior prudn!ia no (ue (uer
(ue resol'a "azer e no me !omprometeria a dar-lhes !oisa al*uma anualmente. Se assim
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"izer, poder; ter pela "rente um n@mero in!on'eniente de anos !om a obri*ao de ar!ar
!om o preu7zo de !em ou mesmo de !in(Centa libras.
- reio (ue 'o! tem razo, meu amor. 8o !aso, ) melhor (ue no haa nenhuma
anuidade. Fual(uer (uantia (ue eu d a elas de 'ez em (uando ser; uma auda melhor
do (ue um subs7dio anual, por(ue podero 'ir a e%a*erar seu estilo de 'ida, !aso se
sintam se*uras !om um alto re!ebimento e no "i!ariam nem mesmo meio %elim mais
ri!as a !ada ano. Realmente, esta de'e ser a melhor soluo+ !in(Centa libras de 'ez em
(uando e'itaro (ue se a"liam por dinheiro e iro, eu a!ho, !umprir de "orma ampla a
promessa (ue "iz a meu pai.
- 1ode "i!ar !erto (ue sim. Ali;s, para dizer a 'erdade, tenho a !on'i!o de (ue seu
pai no pretendia, de maneira al*uma, (ue 'o! lhes desse dinheiro. 5 amparo a (ue ele
se re"eriu, atre'o-me a dizer, de'e si*ni"i!ar apenas atitudes razo;'eis (ue possam ser
esperadas de 'o!. 1or e%emplo, pro!urar uma pe(uena e !on"ort;'el !asa para elas,
aud;-las na mudana para l; e en'iar-lhes presentes de !aa, pes!a e produtos da
estao de 'ez em (uando. Aposto a minha 'ida (ue ele no se re"eria a nada mais do
(ue isso. 8a 'erdade, seria muito estranho se o "izesse. onsidere, meu !aro sr.
Dashwood, o e%a*erado !on"orto em (ue sua madrasta e meio-irms iriam 'i'er !om os
uros de sete mil libras, al)m das mil (ue perten!em a !ada uma das moas, (ue rendem
!in(Centa libras por ano a !ada uma G !laro, iro pa*ar uma penso para a me por
!uidar delas. 8o total, tero (uinhentas libras por ano, e o (ue (uatro mulheres podem
(uerer mais do (ue isso Elas le'am um tipo de 'ida to "ru*al Seus *astos dom)sti!os
sero muito bai%os, pois no tm !arrua*ens, !a'alos e ) di"7!il (ue 'enham a ter
!riada*em< no re!ebero 'isitas e, portanto, no ar!aro !om nenhum tipo de despesa
1ense apenas na 'ida !on"ort;'el (ue 'o le'ar Fuinhentas libras por ano enho !erteza
de (ue serei in!apaz de ima*inar !omo iro *astar metade desse dinheiro< portanto, ) um
absurdo 'o! pensar em dar-lhes mais. Ao !ontr;rio, o l>*i!o seria (ue elas dessem
dinheiro a 'o!- 1ala'ra - disse o sr. Dashwood -, !reio (ue 'o! tem absoluta razo. ertamente,
(uando pediu (ue eu !uidasse delas, meu pai se re"eria ao (ue 'o! a!aba de me dizer.
A*ora !ompreendo isso !om !lareza e 'ou !umprir minha obri*ao atra')s dos atos de
assistn!ia e bondade (ue 'o! des!re'eu. Fuando minha madrasta mudar para outra
!asa, 'ou empenhar es"oros para aud;-la a a!omodar-se o melhor poss7'el. Ento,
poderei pensar em dar-lhe al*um pe(ueno presente, m>'eis...
- E'idente (ue sim - retornou a sra. Dashwood. - Entretanto, ) pre!iso !onsideraruma !oisa. Fuando seu pai e sua me mudaram-se para 8orland, lembre-se, os m>'eis
de Stanhill "oram 'endidos, toda a por!elana, prataria, roupas de !ama e mesa 'ieram
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para !; e "i!aram !om a sua madrasta. A !asa ; esta'a pro'ida de todos os m>'eis
(uando ela entrou a(ui.
- Eis a7 uma obser'ao muito a!ertada, sem d@'ida. 3ma herana 'aliosa, )
indis!ut7'el. 3m pou!o dessa prataria seria um bem-'indo a!r)s!imo & (ue temos.
- Sim. E o aparelho de !a") de por!elana !hinesa "i!a duas 'ezes mais bonito se
usado nesta !asa. Ele ) lindo demais, na minha opinio, para (ual(uer !asa em (ue elas
possam ir morar. 8o entanto, pa!in!ia. Seu pai pensou apenas nelas. Deste modo, 'eo-
me obri*ada a dizer isto+ 'o! no de'e nenhuma *ratido espe!ial nem ateno al*uma
aos deseos dele, pois sabemos per"eitamente (ue, se ele pudesse, teria dei%ado tudo no
mundo para elas.
Esse ar*umento era irresist7'el e alterou as inten:es de John Dashwood, "osse (ual
"osse a de!iso (ue ha'ia tomado antes. A"inal, ele resol'eu (ue seria desne!ess;rio do
modo mais absoluto, se no altamente inde!oroso, tomar em relao & 'i@'a e &s "ilhas
de seu pai mais do (ue as atitudes (ue um bom 'izinho tomaria, !omo sua esposa o
"izera notar.
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A sra. Dashwood permane!eu em 8orland por ';rios meses, sem nenhuma
in!linao para mudar-se dali, at) (ue um simples olhar para lu*ares bem !onhe!idos "oi
aumentando a pro"unda emoo (ue 'inha sentindo at) ento. Fuando sua alma
!omeou a re'i'er e sua mente tornou-se !apaz de outras ati'idades al)m de "ortale!er a
a"lio (ue sentia !om re!orda:es melan!>li!as, ela tornou-se impa!iente por ir embora
e demonstrou-se in"ati*;'el na bus!a de uma a!omodao ade(uada nas pro%imidades
de 8orland, uma 'ez (ue lhe era imposs7'el ir para lon*e dessas amadas para*ens. omo
no !onse*uia a!eitar situa:es (ue no !orrespondessem as suas no:es de !on"orto e
bem-estar, a!eita'a a prudn!ia da "ilha mais 'elha, !uo ul*amento se'ero re!usou';rias !asas muito a!ima das posses delas (ue a me, no entanto, teria apro'ado.
Antes de morrer, o marido in"ormara a sra. Dashwood da solene promessa (ue o
"ilho "izera em relao a elas e (ue o !on"ortara nas suas @ltimas re"le%:es terrenas. Ela
no du'idou da sin!eridade dessa promessa, do mesmo modo (ue seu marido no
du'idara, e !onsiderou-a !om satis"ao, se bem (ue pessoalmente esti'esse !on'en!ida
de (ue uma pro'iso muito menor do (ue I. libras seria mais do (ue su"i!iente para
sustent;-las. 1ara o bem do irmo de suas "ilhas e de seu pr>prio !orao, re*oziou-see !ensurou-se por ter sido inusta em relao a ele ao ul*;-lo in!apaz de ser *eneroso.
5 !omportamento aten!ioso do sr. John em relao a ela e &s irms !on'en!eram-na de
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(ue ele se preo!upa'a !om o bem-estar delas e durante muito tempo a sra. Dashwood
!on"iou !om "irmeza na liberalidade das suas inten:es.
5 desd)m (ue ha'ia sentido pela nora a partir do instante em (ue a !onhe!era "ora
aumentando muito !om o apro"undar do !onhe!imento do !ar;ter dela, o (ue lhe "oi
propor!ionado por meio ano de !on'i'n!ia sob o mesmo teto. al'ez, apesar de toda
!onsiderao, da polidez ou a"eio maternal (ue se es"ora'a por demonstrar em
relao a ela, as duas senhoras pro'a'elmente a!ha'am di"7!il a!reditar (ue ; 'inham
morando untas ha'ia tanto tempo e essa situao iria prolon*ar-se se no hou'esse
o!orrido um in!idente espe!ial (ue diminuiu a possibilidade, se*undo a sra. Dashwood,
da permann!ia de suas "ilhas em 8orland.
Esta !ir!unstBn!ia "oi o!asionada pelo !res!ente ape*o entre sua "ilha mais 'elha e o
irmo da sra. John Dashwood, um o'em !a'alheiro a*rad;'el (ue ha'iam !onhe!ido
lo*o depois (ue a irm se estabele!era em 8orland e (ue desde ento passa'a boa parte
do tempo l;.
Al*umas mes teriam en!oraado essa intimidade por moti'os de interesse, pois
Edward /errars era o "ilho mais 'elho de um homem (ue morrera muito ri!o< outras a
teriam res trin*ido por moti'os de prudn!ia, pois, a no ser por uma soma
insi*ni"i!ante, o total da "ortuna dele dependia do testamento da me. Mas a sra.
Dashwood no se dei%a'a in"luen!iar, na 'erdade, por nenhuma das duas !onsidera:es.
Era su"i!iente para ela (ue ele "osse um !a'alheiro *entil, (ue amasse sua "ilha e (ue
Elinor retribu7sse esse a"eto. Era !ontr;rio ao seu modo de pensar !rer (ue uma di"erena
de bens tinha poder bastante para separar (ual(uer !asal (ue se sentisse atra7do pela
semelhana de sentimentos e era imposs7'el para ela !on!eber (ue os m)ritos de Elinor
no "ossem re!onhe!idos por (ual(uer pessoa (ue a !onhe!esse.
Edward /errars no tinha a re!omendao da boa opinio e nem de elo*ios de
pessoas importantes. 8o era bonito e s> !om um rela!ionamento mais pro"undo podia-
se apre!i;-lo e *ostar dele por suas boas maneiras. Ele pr>prio no era !apaz de "azerustia a si mesmo< mas depois (ue !onse*uia dominar a timidez, seu modo de a*ir
demonstra'a (ue tinha um !orao aberto e a"etuoso, (ue era inteli*ente e possu7a uma
edu!ao (ue lhe *arantira um s>lido desen'ol'imento. Mas no apresenta'a a menor
habilidade nem disposio para !orresponder aos deseos tanto de sua me (uanto de
sua irm, (ue sonha'am '-lo tornar-se not;'el e importante por... 8em mesmo elas
sabiam por (u. Fueriam (ue ele ti'esse desta(ue no mundo, de um eito ou de outro. A
me *ostaria (ue ele se interessasse por pol7ti!a, (ue in*ressasse no 1arlamento ou, pelomenos, (ue se li*asse a al*um dos *randes homens do momento. A sra. John Dashwood
(ueria a mesma !oisa, por)m, no meio tempo, se al*umas dessas bnos superiores no
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pudessem ser re!ebidas, sua ambio se apla!aria um pou!o se 'isse o irmo diri*indo
uma !ale!he. Mas Edward no da'a importBn!ia para *randes homens ou !ale!hes. oda
sua aspirao !entra'a-se em !on"orto dom)sti!o e em uma 'ida parti!ular tran(Cila.
/elizmente, ele tinha um irmo mais no'o (ue era bastante prometedor. Edward ;
passara ';rias semanas em 8orland antes de !hamar a ateno da sra. Dashwood por(ue
nessa )po!a ela se a!ha'a imersa em uma a"lio to *rande (ue a impedia de per!eber o
(ue a rodea'a. Reparara apenas (ue era um !a'alheiro !almo, dis!reto e *ostara dele por
isso. o sr. /errars no perturba'a a in"eli!idade (ue preen!hia a mente e alma dela
insistindo !om !on'ersas "@teis. /oi le'ada a obser';-lo melhor e a'ali;-lo por uma
!onsiderao (ue Elinor "ez um dia sobre a di"erena (ue ha'ia entre ele e a irm. Esse
!ontraste tornou-se a melhor re!omendao dele aos olhos da me de Elinor.
- asta dizer (ue o sr. /errars ) di"erente de /anny - disse ela -, o (ue impli!a
(ualidades a*rad;'eis (ue ; me "azem am;-lo.
- reio (ue a senhora 'ai *ostar dele - a"irmou Elinor - (uando o !onhe!er melhor.
- 0ostar dele - repli!ou a me, !om um sorriso. - 8o !onsi*o ter sentimentos de
apro'ao in"eriores ao amor.
- 1ode estim;-lo.
- At) a*ora no des!obri (ual ) a di"erena entre estima e amor.
Da7 por diante a sra. Dashwood passou a se es"orar para !onhe!-lo melhor. As
atitudes dela tornaram-se ami*;'eis e lo*o baniram a reser'a a respeito de Edward
/errars. Rapidamente !ompreendeu todos os m)ritos do rapaz< tal'ez a admirao de
Elinor em relao a ele audaram-na a !ompreendlos. Mas, na 'erdade, sentiu-se de "ato
se*ura do 'alor dele (uando soube (ue o !orao de Edward era !;lido e seu !ar;ter,
mei*o< ento, no o desmere!eu nem mesmo a(uela tran(Cilidade de maneiras (ue ia ao
en!ontro a todas as suas id)ias estabele!idas de !omo um o'em !a'alheiro de'e ser.
Assim (ue per!ebeu o m7nimo sintoma de amor na atitude dele em relao a Elinor,
!onsiderou o rela!ionamento deles !omo !erto< assim (ue isso se deu, olhou muitoadiante e 'iu o !asamento !omo o mais imediato a!onte!imento a se*uir.
- Em pou!os meses, minha (uerida Marianne - disse ela -, ) pro';'el (ue Elinor
estea amparada para a 'ida toda. Hamos sentir sua "alta, mas ela ser; /eliz.
- 5h, mam omo "aremos sem ela
- Meu amor, no ser; e%atamente uma separao. Hamos morar a pou!os
(uil?metros dela e nos 'eremos em todos os dias das nossas 'idas. Ho!s *anharo um
irmo, um 'erdadeiro e a"eioado irmo. enho a mais ele'ada opinio do mundo sobreo !orao de Edward. Mas 'o! "i!ou triste, Marianne< repro'a a es!olha da sua irm
- al'ez - !on"essou Marianne - eu tenha re!ebido essa not7!ia !om al*uma
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surpresa. Edward ) muito (uerido e eu o amo om ternura. 8o entanto... ele no ) o tipo
do o'em... =; al*uma !oisa (ue lhe "alta... Sua aparn!ia no ) impressionante< ele no
tem a(uele en!anto (ue eu espera'a no homem destinado a li*ar-se seriamente a minha
irm. /alta em seus olhos todo a(uele esp7rito, a(uele "o*o (ue ao mesmo tempo re'ela
'irtude e inteli*n!ia. E, al)m de tudo isto, tenho medo, mam, (ue ele no tenha bom
*osto. A m@si!a pare!e e%er!er pou!a atrao sobre Edward e, se bem (ue ele admire
muito os desenhos de Elinor, no se trata da admirao de uma pessoa (ue pode
entender seu 'alor. G e'idente (ue, na 'erdade, ele no entende nada do assunto, apesar
da !onstante ateno (ue lhe d; en(uanto ela desenha. Edward a admira !omo (uem
ama, no !omo um !onnoisseur. 1ara me satis"azer, estas (ualidades pre!isam estar
untas. Eu no poderia ser "eliz !om um homem !uo *osto no !oin!idisse !om o meu
em todos os pontos< ele pre!isar; parti!ipar dos meus sentimentos< os mesmos li'ros e
as mesmas m@si!as de'ero en!antar a n>s dois. 5h, mam, !omo "oi sem 'ida a leitura
(ue Edward "ez para n>s na noite anterior Sinto muito por minha irm. Mesmo (ue ela
tenha se aborre!ido !om tanta austeridade, no deu demonstra:es de not;-la. Mas eu
mal podia "i!ar (uieta em minha !adeira. 5u'ir a(uelas lindas "rases (ue sempre me
dei%am transtornada de emoo ditas !om to impenetr;'el !alma, !om to assustadora
indi"erena...
- om !erteza ele apre!ia mais uma prosa simples e ele*ante. 1ensei nisso, tamb)m,
na(uele momento. Ho!s de'eriam dar-lhe owper.
- 8o, mam E se ele no se animar nem mesmo !om owper Mas de'emos
re!onhe!er (ue h; *ostos di"erentes. Elinor no rea*e da mesma maneira (ue eu e,
portanto, na !erta ela ir; passar por !ima disso e ser "eliz !om ele. Mas o meu !orao se
partiria se eu o amasse e o ou'isse ler !om to pou!a sensibilidade. Mam, (uanto mais
!onheo o mundo, mais me !on'eno de (ue nun!a en!ontrarei um homem a (uem
possa de "ato amar. Eu e%io tanto Ele de'eria ter todas as 'irtudes de Edward, por)m a
personalidade e as atitudes teriam de ornamentar sua bondade !om todos os demais eposs7'eis en!antos.
- 4embre-se, meu amor, (ue 'o! tem apenas dezessete anos. Ainda ) !edo para
desistir de en!ontrar a "eli!idade. 1or (ue 'o! teria de ter menos sorte do (ue sua me
Em apenas uma !ir!unstBn!ia, minha Marianne, o seu destino de'eria ser di"erente do
dela
A12345 6H
- G uma pena, Elinor - disse Marianne -, (ue Edward no tenha *osto por desenho.
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- Edward no tem *osto por desenho - surpreendeu-se Elinor. - 1or (ue 'o!
pensa assim Ele no desenha, ) 'erdade, mas sente *rande prazer em admirar o
trabalho dos outros
e *aranto (ue no lhe "alta bom *osto natural, apesar de no ter muitas
oportunidades para demonstr;-lo. Se ti'esse tido possibilidade de aprender, penso (ue
desenharia muito bem. A!onte!e (ue ele no !on"ia no pr>prio ul*amento a respeito
dessa arte a tal ponto (ue sempre se re!usa a dar opinio sobre (ual(uer (uadro, mas
possui um bom *osto pro"undo e natural (ue diri*e per"eitamente sua a'aliao.
Marianne "i!ou !om medo de o"end-la e no "alou mais no assunto< no entanto, o
tipo de !apa!idade para a'aliar os desenhos de outras pessoas (ue Elinor *arantia !om
tanta animao (ue e%istia em Edward "i!a'a muito distante da(uele arrebatador
entusiasmo (ue, na opinio de Marianne, s> podia ser denominado bom *osto. oda'ia,
se bem (ue rindo por dentro, admira'a a irm pela !e*a par!ialidade em relao a
Edward (ue a induzia a esse en*ano.
- Espero, Marianne - !ontinuou Elinor -, (ue 'o! no o !onsidere um de"i!iente em
bom *osto. At) mesmo a!redito (ue posso ter !erteza de (ue no o "az, uma 'ez (ue seu
!omportamento !om Edward ) per"eitamente !ordial e, se "osse essa a sua opinio, sei
(ue 'o! no !onse*uiria ser *entil !om ele. Marianne "i!ou sem saber o (ue dizer. 8o
(ueria ma*oar os sentimentos da irm de maneira al*uma, !ontudo a!ha'a imposs7'el
a"irmar al*o (ue no pensa'a de "ato. Deste modo, repli!ou+
- 8o se o"enda, Elinor, se minha apre!iao a respeito dos m)ritos de Edward no )
i*ual & (ue 'o! "az. Eu no ti'e muitas oportunidades para a'aliar as m7nimas
propens:es da mente dele, suas in!lina:es e *ostos, !omo 'o! te'e. 1or)m, tenho a
mais alta opinio do mundo sobre a bondade e a inteli*n!ia dele e o !onsidero di*no e
am;'el em todos os pontos de 'ista.
- 8o tenho a menor d@'ida - obser'ou Elinor, !om um sorriso - de (ue os mais
(ueridos ami*os de Edward s> poderiam "i!ar satis"eitos !om um lou'or !omo esse. 8o'eo !omo 'o! poderia ter se e%pressado !om mais !alor do (ue o "ez.
Marianne re*oziou-se por ter a*radado & irm !om tanta "a!ilidade.
- A inteli*n!ia e a bondade dele - prosse*uiu Elinor -, penso eu, no podem ser
!olo!adas em d@'ida por (uem 'ea Edward as 'ezes su"i!ientes para ter !om ele uma
!on'ersa sem reser'as. A alta (ualidade de sua inteli*n!ia e de seus prin!7pios s> pode
ser es!ondida pela timidez (ue muitas 'ezes o induz ao siln!io. Ho! o !onhe!e o
bastante para "azer ustia ao seu ele'ado 'alor. Mas, de'ido &s !ir!unstBn!ias, ) bemposs7'el (ue !onhea menos do (ue eu as suas m7nimas propens:es, !omo 'o! as
!hamou. emos passado bastante tempo untos, en(uanto 'o! tem se dedi!ado a
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mame !om *rande a"eto e de um modo (uase e%!lusi'o. Assim, ti'e a possibilidade de
!onhe!lo bem, de estudar seus sentimentos, ou'ir suas opini:es sobre literatura e
a'aliar seu *osto. E a'enturo-me a a"irmar (ue, no !onunto, Edward tem um intele!to
muito bem "ormado, apre!ia li'ros enormemente, tem uma ima*inao muito 'i'a, um
senso de obser'ao usto e !orreto, um *osto re"inado e puro. As muitas aptid:es (ue
ele possui enri(ue!em seus !onhe!imentos, seu !ar;ter e sua personalidade em todos os
aspe!tos. A primeira 'ista ele no impressiona e ) muito di"7!il a"irmar (ue ) bonito,
apesar de ser poss7'el per!eber a e%presso de e%traordin;ria bondade em seus olhos e a
sua'idade no seu modo de a*ir. A*ora eu ; o !onheo to bem (ue o !onsidero de "ato
bonito ou (uase. 5 (ue 'o! me diz, Marianne
- Fue lo*o irei a!h;-lo bonito, Elinor, se ) (ue ; no a!ho. Se 'o! me diz (ue de'o
am;-lo !omo um irmo, no posso 'er nenhuma imper"eio no rosto e nem no !orao
dele.
Elinor sobressaltou-se diante desta de!larao e "i!ou embaraada !om o
entusiasmo (ue dei%ara transpare!er ao "alar de Edward, s> ento per!ebendo (ue
possu7a uma opinio muito ele'ada sobre ele. Espera'a (ue esse sentimento "osse
re!7pro!o, por)m pre!isa'a ter mais !erteza disso para poder dizer a Marianne (ue
!onsidera'a a li*ao deles a*rad;'el. Sabia (ue para Marianne e sua me, o (ue
ima*ina'am em um momento torna'a-se !erteza no momento se*uinte, (ue para elas
(uerer era ter esperana, e ter esperana era !onse*uir. entou e%pli!ar a 'erdadeira
situao para a irm+
- 8o 'ou (uerer ne*ar (ue o tenho em alto !on!eito... em alta estima, (ue *osto
dele.
A essa altura Marianne e%plodiu, indi*nada+
- Ho! o estima 0osta dele 6nsens7'el Elinor 5h, pior do (ue insens7'el
En'er*onhada por ser di"erente. 3se essas pala'ras outra 'ez e sairei desta sala no
mesmo instante.Elinor no p?de dei%ar de rir.
- Des!ulpe-me - disse ela - e a!redite (ue no pretendia o"end-la "alando !om
tanta tran(Cilidade dos meus sentimentos 7ntimos. A!redite (ue eles so mais "ortes do
(ue eu de!larei e a!redite (ue, em suma, esto & altura dos m)ritos de Edward e da
suspeita... ou sea, da esperana de (ue a a"eio dele por mim poder; ser *arantida sem
imprud)n!ia ou lou!ura. Mas 'o! no de'e a!reditar em mais do (ue isto. 8em eu
mesma estou se*ura (uanto & !onsiderao dele por mim. =; momentos em (ue sua'alidade pare!e-me du'idosa< mesmo (ue os sentimentos dele seam totalmente
!onhe!7dos, 'o! no pode ima*inar minha determinao em e'itar (ual(uer
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en!oraamento da minha pr>pria par!ialidade ao a!reditar ou esperar (ue seam mais
pro"undos do (ue de "ato so. em dentro do meu !orao sinto uma pe(uena... uma
d@'ida (uase ine%istente da pre"ern!ia de Edward. ontudo, h; outros pontos a serem
!onsiderados, al)m de sua in!linao. Ele est; muito lon*e de ser independente. 8o
podemos saber !omo a me dele de "ato )< mas, se nos basearmos nas o!asionais
men:es de /anny sobre as atitudes e opini:es dela, no poderemos nem se(uer esperar
(ue sea ami*;'el. Muito me en*ano se Edward no esti'er sabendo (ue en!ontrar;
enorme di"i!uldade em seu !aminho, !aso (ueira se !asar !om uma mulher (ue no
tenha *randes posses ou ele'ado n7'el so!ial.
Marianne esta'a at?nita por des!obrir (uanto a ima*inao dela e da me ha'ia
ultrapassado a 'erdade.
- Ento, 'o! ainda no est; de "ato !omprometida !om ele - !onstatou. - A!redito
(ue, !om !erteza, isso 'ai a!abar a!onte!endo. Entretanto, e%istem duas 'anta*ens nessa
demora+ eu no o perderei to !edo e Edward ter; mais tempo e oportunidade para
desen'ol'er o *osto pelas suas pre"ern!ias "a'oritas, pois isto ) absolutamente
ne!ess;rio para a "utura "eli!idade de 'o!s. 5h Se a sua *enialidade em desenhar,
Elinor, o estimulasse a tamb)m "az-lo, seria mara'ilhoso
Elinor ha'ia dito & irm o (ue na 'erdade pensa'a. 1are!ia no !onsiderar a pr>pria
par!ialidade ao ul*ar Edward to monstruosa (uanto Marianne !onsidera'a. Ks 'ezes ele
mer*ulha'a em tal desBnimo (ue, se no "osse demonstrao de indi"erena, de'ia ser
ind7!io de al*o pou!o auspi!ioso. A in(uietao de Elinor no seria maior, !aso ele
ti'esse al*uma d@'ida em relao a ela< pelo menos, ul*a'a (ue isso no !ausaria uma
tristeza to intensa !omo a (ue o domina'a durante a maior parte do tempo. 3m moti'o
mais razo;'el para essa tristeza poderia residir na situao dependente em (ue Edward
se en!ontra'a e (ue o proibia de ser indul*ente para !om as pr>prias a"ei:es. Ela sabia
(ue a me dele na(uele momento no a*iria de maneira a tornar o ambiente a*rad;'el
para o "ilho, nem a dar-lhe se*urana ne!ess;ria para "ormar seu pr>prio lar, a no ser(ue Edward atendesse a todas as altas aspira:es dela. Estando a par disto, era
imposs7'el para Elinor sentir-se & 'ontade ao "alar nesse assunto. En!ontra'a-se lon*e
de en!ai%ar-se nas aspira:es e e%i*n!ias da me de Edward, por mais (ue sua me e
sua irm ti'essem !erteza de (ue as preen!hia todas. 8o. Fuanto mais eles "i!a'am
untos, maiores d@'idas sur*iam sobre a natureza dos sentimentos dele a seu respeitoprio !a'alheiro e
"ora es!rita !om 'erdadeiro esp7rito de ami*;'el entendimento. Ele "i!ara sabendo (ue
ela pre!isa'a mudar-se e, se bem (ue a !asa (ue lhe o"ere!ia "osse apenas uma !asa de
!ampo, asse*ura'a (ue poderia "azer todas as modi"i!a:es (ue !onsiderasse
ne!ess;rias, !aso a proposta lhe a*radasse. Depois de dar in"orma:es pormenorizadas
sobre a !asa e o ardim, (uase a intimou (ue "osse !om as "ilhas a arton 1ar9, onde ele
residia, para (ue pudessem ul*ar de perto o hal) arton, pois as duas residn!ias
lo!aliza'am-se na mesma par>(uia e, !om al*uma alterao, a (ue o"ere!ia poderia
tornar-se !on"ort;'el para elas. De "ato, ele pare!ia ansioso por a!omod;las e a !arta
esta'a es!rita em estilo to ami*;'el (ue seria imposs7'el dei%ar de a!eitar o
o"ere!imento do primo, prin!ipalmente no momento em (ue a sra. Dashwood so"ria !om
a atitude "ria e indi"erente de seus parentes mais pr>%imos. A situao de arton em um
!ondado to distante de Susse%, !omo De'onshire, at) pou!as horas antes teria sido
moti'o su"i!iente para anular (ual(uer 'anta*em (ue apresentasse sobre o lu*ar onde
mora'a. Mas, a*ora, sua lo!alizao era o detalhe (ue mais o re!omenda'a. 6r embora das
pro%imidades de 8orland no mais era um mal< ao !ontr;rio, era uma !ondio dese;'el,era uma bno diante da possibilidade de !ontinuar !omo h>spede de sua nora< mudar-
se para bem lon*e da(uele amado lu*ar seria menos doloroso do (ue morar nele ou
'isit;-lo en(uanto a(uela mulher "osse a dona.
8o mesmo instante es!re'eu para sir John Middleton e%pressando seu
a*rade!imento por tanta bondade e a!eitando a proposta dele< em se*uida, apressou-se
a mostrar ambas as !artas para suas "ilhas, a "im de asse*urar-se da apro'ao delas
antes de en'iar a resposta.Elinor sempre a!hara mais prudente (ue "ossem morar a al*uma distBn!ia de
8orland do (ue "i!ar por perto dos !onhe!idos. A este respeito, portanto, nada tinha a
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opor & inteno da me de mudar para De'onshire. Al)m disso, a !asa, !omo sir John a
des!re'ia, era de n7'el simples e o alu*uel to in!ri'elmente moderado (ue se torna'a
imposs7'el basear (ual(uer obeo neste ponto< por outro lado, uma 'ez (ue no ha'ia
nenhum ind7!io da realizao dos seus sonhos, se bem (ue morar lon*e de 8orland no
"osse atraente para ela, nada "ez para dissuadir a me de mandar a !arta de a!eitao.
A12345 H
Assim (ue despa!hou a resposta, a sra. Dashwood deu a si mesma a satis"ao de
anun!iar ao enteado e a sua esposa (ue ; ha'ia en!ontrado uma !asa e (ue, assim (ue
ela esti'esse em !ondi:es, iria poup;-los do in!?modo de t-la !omo h>spede. Eles a
es!utaram surpresos. A sra. John Dashwood nada disse, mas seu marido deseou,
!i'ilizadamente, (ue essa !asa no "i!asse lon*e de 8orland, e ela te'e a ale*ria de
responder (ue iria mudar-se para De'onshire. Ao ou'ir isso, Edward 'oltou-se para a
sra. Dashwood e, !om 'oz !heia de espanto e tristeza (ue no pre!isa'am de e%pli!ao,
repetiu+
- De'onshire A senhora 'ai, de "ato, mudar-se para l; /i!a to lon*e da(ui Em
(ue parte do !ondado
A sra. Dashwood e%pli!ou onde "i!a'a a !asa+ !er!a de seis (uil?metros e meio ao
norte de E%eter.
- G apenas um !hal) - !ontinuou ela -, mas espero re!eber muitos dos meus ami*os
l;. 1ode-se a!res!entar "a!ilmente um ou dois (uartos e se meus ami*os no ti'erem
di"i!uldade de 'iaar para to lon*e a "im de me 'er, tenho !erteza de (ue tamb)m no
terei nenhuma em a!omod;-los.
on!luiu !om um am;'el !on'ite para (ue o Sr. e a sra. John Dashwood a 'isitassem
em arton e o !on'ite para Edward "oi "eito !om um a"eto ainda maior. Se bem (ue a @lti
ma !on'ersa !om a nora a ti'esse "eito resol'er (ue permane!eria em 8orland apenas otempo (ue "osse absolutamente ne!ess;rio, no ha'ia na atitude dela a menor inteno
de ir ao en!ontro dos deseos da dona de 8orland. 8o pretendia separar Edward e Elinor
de maneira al*uma e !om a(uele !aloroso !on'ite ao irmo da sra. John Dashwood (uis
demonstrar a ela (ue no da'a a menor importBn!ia a sua desapro'ao ao !asamento
deles.
5 sr. John Dashwood disse & madrasta uma poro de 'ezes (uanto sentia por ela
ter arranado uma !asa to distante de 8orland, assim !omo por re!usar sua auda namudana. De "ato, ele sentia uma pro"unda !ontrariedade por(ue essa resoluo tornara
imprati!;'el (ual(uer es"oro de sua parte para !umprir a promessa "eita ao pai. 5s
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perten!es delas "oram en'iados por 'ia "lu'ial e !onsistiam em roupas de !ama, mesa e
banho, prataria, por!elanas, li'ros e um bonito piano (ue perten!ia a Marianne. A sra.
John Dashwood 'iu a mudana ir embora !om um suspiro e no p?de dei%ar de pensar
!om despeito em !omo era poss7'el a sra. Dashwood ter !oisas to lindas (uando o
rendimento dela era to insi*ni"i!ante em !omparao !om o seu.
A sra. Dashwood alu*ou a !asa por um ano< a!ha'a-se !ompletamente mobiliada e
pronta para ser o!upada. 8o sur*iu di"i!uldade al*uma de ambos os lados para "azer o
a!ordo. Antes de partir rumo ao oeste, ela teria de esperar apenas o tempo ne!ess;rio
para dispor do m7nimo (ue ainda possu7a em 8orland e para determinar o (ue era
pre!iso para o uso imediato da !asa, o (ue "oi resol'ido de "orma muito r;pida, uma 'ez
(ue ela era e%tremamente ;*il ao lidar !om os pr>prios interesses.
5s !a'alos dei%ados por seu marido ; ha'iam sido 'endidos lo*o depois da morte
dele e na(uelas !ir!unstBn!ias o"ere!era-se a o!asio de dispor tamb)m da !arrua*em,
(ue ela !on!ordara em 'ender *raas aos !onselhos s;bios da "ilha mais 'elha. Assim
a*ira, ento, para satis"azer a 'ontade das "ilhas, pois se "osse se*uir apenas seu deseo,
teria "i!ado !om a !arrua*em. 8o entanto, a dis!rio de Elinor pre'ale!era.
5 reinado da sra. Dashwood seria to restrito (ue ela podia limitar a !riada*em a
trs pessoas+ duas !riadas e um homem, (ue es!olheram rapidamente entre os (ue
ha'iam trabalhado para elas em 8orland.
Esse homem e uma das !riadas "oram en'iados de imediato para De'onshire, a "im
de preparar a !asa para a !he*ada da senhora, pois, uma 'ez (ue no !onhe!ia lady
Middleton, a sra. Dashwood pre"eria ir diretamente para o !hal), em 'ez de se hospedar
em arton 1ar9< !on"ia'a tanto na des!rio (ue sir John ha'ia "eito da !asa (ue no
!onsidera'a ne!ess;rio 'la antes de instalar-se nela em de"initi'o.
A pressa de ir embora de 8orland no !orreu nem se(uer peri*o de diminuir *raas
& e'idente satis"ao de sua nora diante da !erteza da mudana< uma satis"ao (ue se
sobrep?s & "r;*il tentati'a de ser dis"arada por uma "ria su*esto de (ue adiasse apartida. Era o momento apropriado para (ue seu enteado tomasse al*uma atitude para
!umprir a promessa "e7ta ao pai. 3ma 'ez (ue as ne*li*en!iara desde (ue se estabele!era
na propriedade, a retirada delas da !asa (ue "ora seu lar era a oportunidade, tal'ez
derradeira, para !umpri-la. ontudo, a sra. Dashwood ; !omeara a perder o resto de
esperana de (ue John Dashwood o "izesse e a se !on'en!er, *raas aos dis!ursos (ue
ele "azia todos os dias, de (ue o seu amparo iria se restrin*ir &(ueles seis meses (ue elas
ha'iam permane!7do em 8orland. E, !oisa (ue nenhum homem de importBn!ia destemundo e%poria aos outros, ele 'i'ia dizendo (ue as despesas !om a manuteno da !asa
!res!iam !ada dia mais e, !omentando as perp)tuas perdas !ausadas a sua bolsa, de tal
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maneira (ue se tinha a impresso de (ue era o sr. Dashwood (uem pre!isa'a (ue lhe
dessem dinheiro e no (ue se en!ontra'a em !ondi:es de d;-lo a (uem (uer (ue "osse.
1ou!as semanas depois do dia em (ue a primeira !arta de sir John Middleton ha'ia
!he*ado a 8orland, tudo se a!ha'a resol'ido sobre o "uturo delas, de maneira (ue a sra.
Dashwood e as "ilhas podiam ini!iar a 'ia*em.
Muitas "oram as l;*rimas derramadas por elas no @ltimo adeus ao lu*ar (ue tanto
ama'am.
- Fuerida, (uerida 8orland - lamenta'a-se Marianne, en(uanto 'a*uea'a sozinha
pela !asa, na @ltima noite (ue iriam passar ali -, (uando dei%arei de ter saudade de 'o!
Fuando 'ou aprender a me sentir na minha !asa em outro lu*ar 5h, !asa "eliz, se 'o!
pudesse saber o (ue so"ro olhando-a de uma perspe!ti'a (ue indi!a (ue tal'ez nun!a
mais 'oltarei a '-la E 'o!s, minhas ami*as ;r'ores Mesmo assim, 'o!s !ontinuaro
as mesmas. 8enhuma de suas "olhas ir; !air por(ue 'amos embora, nenhum *alho
dei%ar; de mo'imentar-se s> por(ue no poderemos mais '-lo 8o. Ho!s !ontinuaro
as mesmas, in!ons!ientes da "eli!idade ou da tristeza (ue nos !ausam, insens7'eis &
mudana das pessoas (ue des!ansaro sob sua sombra Mas (uem ser; !apaz de *ostar
de 'o!s !omo n>s *ostamos
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A primeira parte da 'ia*em "oi "eita em um !lima de pro"unda melan!olia, o (ue a
impediu de ser menos do (ue tediosa e desa*rad;'el. Mas & medida (ue se apro%ima'am
do destino, um !res!ente interesse pelo aspe!to do !ondado onde iriam morar
sobrepuou o abatimento delas e, (uando !he*aram ao Hale arton, a paisa*em ale*rou-
as. Era um lu*ar bonito, ")rtil, ri!o em ;r'ores e pasta*ens. Depois de per!orrer mais de
dois (uil?metros pelo !ampo, !he*aram ; !asa (ue seria seu lar da7 por diante. 3m
pe(ueno ardim 'erde a rodea'a e entra'a-se nesse ardinzinho por um 'elho e pe(uenoporto.
5 hal) arton era !on"ort;'el e !ompa!to !omo moradia, se bem (ue pe(uenopria de sir John< a se*unda, para a de sua lady. Era di"7!il (ue no
hou'esse ami*os hospedados na !asa, e eles re!ebiam mais do (ue (ual(uer outra
"am7lia dos arredores. 5 (ue, ali;s, era ne!ess;rio para a "eli!idade de ambos< por mais
(ue "ossem di"erentes por temperamento e personalidade, eles se pare!iam muito na
ne!essidade de ter !ontato !om *ente de talento e bom *osto (ue partilhasse suas
pre"ern!ias, desli*ados !omo eram dos ditames da so!iedade & (ual a!ompanha'am
!om passo muito lento. Sir John era esportista, lady Middleton era me. Ele+ !aa'a e
atira'a, ela dedi!a'a-se aos "ilhos e estes eram seus maiores interesses na 'ida. A ladytinha a 'anta*em de poder mimar os "ilhos durante o ano inteiro, ao passo (ue as
o!upa:es independentes de sir John s> eram poss7'eis durante metade desse tempo. 8o
entanto, !ompromissos !ont7nuos em !asa e !om os 'izinhos supriam as di"erenas da
natureza e da edu!ao, mantinham o bom humor do !a'alheiro e da'am oportunidade &
esposa dele para demonstrar sua "ina edu!ao.
4ady Middleton !uida'a pessoalmente da ele*Bn!ia da mesa, da administrao
dom)sti!a, e este tipo de 'aidade era seu maior prazer em todas as "estas (ueor*aniza'a. 8o entanto, a satis"ao de sir John no !ontato so!ial era muito mais ampla e
'erdadeira+ ele adora'a reunir o maior n@mero de o'ens (ue sua !asa podia abri*ar e o
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barulho (ue eles "aziam era o (ue mais o a*rada'a. Era (uerido pelos o'ens da
'izinhana< todos os 'er:es or*aniza'a "estas em (ue se !omia presunto e "ran*o ao ar
li're< no de!orrer dos in'ernos seus bailes "e!hados eram numerosos o bastante para
satis"azer a ansiedade de todos os rapazes e moas (ue so"ressem da animao
insa!i;'el dos (uinze anos.
A !he*ada de uma no'a "am7lia no !ondado era sempre moti'o de ale*ria para elepria, a'enturou-se a de"ender a sra. Jennin*s de ser !lassi"i!ada de rid7!ula por
ter tido essa id)ia, !onsiderando-se as idades d7spares. - A"inal de !ontas, mam, a
senhora no pode ne*ar o absurdo da inteno dela, apesar de re!onhe!ermos (ue no )
mal-inten!ionada. om !erteza, o !oronel randon ) mais moo do (ue a senhora
Jennin*s, mas ) 'elho o bastante para ser meu pai, e se ainda "osse animado a ponto de
se apai%onar, di"i!ilmente sobre'i'eria a uma emoo dessa esp)!ie. G tamb)m uma id)ia
rid7!ula Fuando um homem estar; a sal'o dessa ameaa, a no ser no momento em (ue
a idade e a doena o proteam dela
- Doena - inter"eriu Elinor. - hama o !oronel randon de doente 8o me )
di"7!il !ompreender (ue para 'o! a idade dele parea muito mais a'anada do (ue para
minha me, por)m ) obri*ada a admitir (ue ele "az pleno uso de suas pernas e braos
- 8o o es!utou se (uei%ando de reumatismo 8o ) esta a doena mais !omum do
"im da 'ida
- Minha "ilha (uerida - disse a me delas, rindo -, neste !aso 'o! de'e 'i'er em
terror !ont7nuo !om a minha de!adn!ia e !om !erteza a!ha um mila*re a minha 'ida ter
se prolon*ado at) a idade de (uarenta anos.
- Mam, no est; sendo usta !omi*o. Sei muit7ssimo bem (ue o !oronel randon
no ) 'elho o bastante para (ue seus ami*os 'i'am apreensi'os !om a possibilidade de
perd-lo de'ido ao !urso natural da 'ida. Ele pode 'i'er 'inte anos mais. 1or)m, trinta e
!in!o no ) idade para se !asar.
- al'ez - !onsiderou Elinor - trinta e !in!o e dezessete anos no tenham a 'er !om
!asamento entre si. Mas se hou'esse al*uma !han!e de uma mulher estar solteira aos
'inte e sete anos, no a!redito (ue o !oronel, !om seus trinta e !in!o, "izesse (ual(uer
obeo a !asar-se !om ela.
- 3ma mulher !om 'inte e sete anos - a"irmou Marianne, depois de pensar por um
momento - amais pode ter esperana de inspirar a"eto. Se sua !asa "or des!on"ort;'el e
sua "ortu na pe(uena, suponho (ue de'a se submeter a desempenhar as "un:es deen"ermeira do marido a "im de *arantir a manuteno e se*urana de sua 'ida !omo
esposa. asar-se !om uma mulher nestas !ondi:es nada teria de impr>prio, mas seria
um pa!to de !on'enin!ia e o mundo "i!aria satis"eito. Aos meus olhos, no entanto, este
no seria um !asamento, de maneira al*uma. 1ara mim, si*ni"i!aria apenas um !ontrato
!omer!ial em (ue !ada (ual se bene"i!iaria & !usta do outro.
- Seria imposs7'el, eu sei - repli!ou Elinor -, !on'en!er 'o! de (ue uma mulher de
'inte e sete anos pode sentir por um homem de trinta e !in!o al*o muito pare!ido !omamor e (ue isso o torna um !ompanheiro dese;'el para ela. Mas de'o me opor a (ue
'o! rele*ue o !oronel randon e sua esposa ao !on"inamento !onstante em um (uarto
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de doente, apenas por(ue ele se (uei%ou ontem, um dia realmente muito "rio e @mido, de
uma pontada reum;ti!a em um dos ombros.
- Ele tamb)m "alou em !olete de "lanela - retru!ou Marianne - e, para mim, !oletes
de "lanela esto li*ados de maneira indissol@'el a dores, !ibras, reumatismos e toda
esp)!ie de doenas (ue podem a"li*ir os 'elhos e "ra!os.
- Se ele esti'esse !om uma "ebre 'iolenta, 'o! no o desprezaria a metade do (ue
despreza. on"esse, Marianne Ser; (ue se interessa pelos rostos 'ermelhos e (uentes,
olhos brilhantes e pulsao r;pida de uma pessoa "ebrilN
Assim (ue a!abou de "alar, Elinor saiu da sala.
- Mam - disse ento Marianne -, ando !om uma preo!upao a respeito de doena
(ue no posso partilhar !om nin*u)m a no ser !om a senhora. enho !erteza de (ue
Edward /errars no est; bem. he*amos a(ui h; (uinze dias e ele no apare!eu. 8ada, a
no ser uma s)ria indisposio poderia e%pli!ar essa ausn!ia. 5 (ue mais o reteria em
8orland
- Ho! a!ha'a (ue ele 'iria lo*o - inda*ou a sra. Dashwood. - Eu no. Ao !ontr;rio,
se !he*uei a sentir al*uma ansiedade a esse respeito, "oi (uando me lembrei de (ue ele
demonstrou "alta de entusiasmo e de boa 'ontade ao a!eitar meu !on'ite para 'ir a
arton. Ser; (ue Elinor ainda espera (ue ele 'enha
- 8o "alei !om ela a esse respeito, mas !reio ser e'idente (ue espera.
- 1ois eu a!ho (ue 'o! est; en*anada, por(ue ontem, (uando !on'ersa'a !om
Elinor sobre !olo!ar um *uarda-"o*o no'o no (uarto de h>spedes, ela respondeu (ue
no ha'ia pressa em "az-lo por(ue esse (uarto no ser; usado to !edo.
- Es(uisito 5 (ue ser; (ue isso si*ni"i!a 5 !omportamento deles um !om o outro
era mais do (ue !laro Mas !omo "oi "rio e distante o @ltimo adeus deles omo era
lBn*uida a !on'ersa entre os dois na @ltima noite em (ue esti'eram untos 8a atitude de
Edward no ha'ia a menor di"erena (uando se diri*ia a mim ou a Elinor+ e%pressou os
bons 'otos de um a"etuoso irmo para n>s duas. entei dei%;-los sozinhos duas 'ezes,de prop>sito, no de!orrer da @ltima manh (ue passamos l;, e em ambas ele apressou-
se a sair da sala !omi*o. E Elinor no !horou !omo eu ao dei%ar 8orland e Edward.
Mesmo a*ora, o auto!ontrole dela ) in'ari;'el. Em (ue momento demonstrou-se triste
ou melan!>li!a Al*uma 'ez tentou "i!ar sozinha, demonstrou estar !ansada ou
des!ontente !om os (ue a rodeiam
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As damas Dashwood ; se a!ha'am instaladas em arton !om toler;'el !on"orto.
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inham-se "amiliarizado !om a !asa e o ardim, da mesma maneira (ue !om todos os
obetos (ue as rodea'am, e as o!upa:es normais (ue ha'iam !on"erido a 8orland a
metade do en!anto (ue lhe atribu7am 'oltaram a "azer parte de seus dias, o"ere!endo-
lhes maior satis"ao do (ue lhes o"ere!ia l; depois da perda do pai. Sir John Middleton,
(ue as 'isitara todos os dias durante a primeira (uinzena e (ue nun!a tinha per!ebido
at) ento (ue uma !asa e%i*ia tantos !uidados, no pudera es!onder seu espanto por
en!ontr;-las sempre o!upadas.
8o re!ebiam muitas 'isitas, a no ser as (ue pro'inham de arton 1ar9, pois,
apesar das prele:es de sir John sobre (ue de'eriam ter maior rela!ionamento !om os
'izinhos e de repetir ';rias 'ezes (ue sua !arrua*em en!ontra'a-se & disposio delas, o
esp7rito independente da sra. Dashwood sobrepua'a o deseo de inte*rar as "ilhas na
so!iedade, ento re!usa'a-se resolutamente a 'isitar (ual(uer "am7lia (ue morasse a
uma distBn!ia maior do (ue um passeio a p). =a'ia pou!as nessas !ondi:es e a maioria
das !asas da re*io en!ontra'a-se "ora de seu al!an!e. A !er!a de dois (uil?metros do
!hal), ao lon*o do estreito e sinuoso 'ale de Allenham, (ue se se*uia ao de arton, !omo
; "oi dito, em um dos primeiros passeios as moas ha'iam des!oberto uma anti*a e
respeit;'el manso (ue despertara a ima*inao delas e as "izera (uerer !onhe!-la
melhor por(ue lembra'a um pou!o a !asa de 8orland. Ao se in"ormar, "i!aram sabendo
(ue a propriet;ria, uma idosa senhora de >timo !ar;ter, en!ontra'a-se in"elizmente
muito en"erma para dar ateno ao mundo e nun!a sa7a de !asa.
5 !ondado inteiro o"ere!ia-lhes passeios lindos. As altas !olinas (ue as !on'ida'am,
de (uase todas as anelas do !hal), a respirar o deli!ioso ar de seus topos eram uma
a*rad;'el alternati'a (uando a sueira dos 'ales mais abai%o as impeliam a pro!urar as
belezas superiores.
/oi para uma dessas !olinas (ue Marianne e Mar*aret, em uma memor;'el manh,
diri*iram seus passos atra7das pelo sol par!ial em um !)u !hu'oso< no suporta'am mais
o !on"inamento a (ue as ha'ia obri*ado dois dias inteiros de !hu'a. 5 tempo no semostra'a tentador o bastante para "azer !om (ue as outras duas lar*assem uma seu
pin!el, a outra seu li'ro, apesar da a"irmati'a de Marianne de (ue o dia iria "i!ar bonito,
(ue todas as nu'ens ameaadoras seriam le'adas para lon*e de suas !olinas. Ento, as
duas moas ha'iam sa7do sozinhas.
Subiam a en!osta ale*remente, re*oziando-se a !ada nes*a azul (ue sur*ia no !)u.
En(uanto sentiam no rosto as reanimadoras raadas de um 'ento de sudoeste,
lamentaram o medo (ue impedira a me e Elinor de partilhar !om elas to deli!iosassensa:es.
- E%iste no mundo "eli!idade maior do (ue esta - per*untou Marianne. - Mar*aret,
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'amos passear por a(ui pelo menos por duas horas.
Mar*aret !on!ordou e as duas !ontinuaram a !aminhar !ontra o 'ento, resistindo &
"ora dele, rindo deli!iadas por !er!a de 'inte minutos (uando, de repente, as nu'ens
reuniram-se sobre suas !abeas e despearam a !hu'a bem em seus rostos.
Surpreendidas e ma*oadas, 'iram-se obri*adas, muito !ontra a 'ontade, a 'oltar, pois
no ha'ia re"@*io al*um mais pr>%imo do (ue a !asa delas. 8o entanto, restou-lhes um
!onsolo ao (ual a e%i*n!ia do momento !on"eriu ainda maior intensidade+ bastaria
des!er a en!osta da !olina !orrendo !om a maior 'elo!idade poss7'el para !he*ar
imediatamente ao porto do ardim de sua !asa.
Assim "izeram. Marianne esta'a bastante & "rente (uando um passo em "also a "ez
!air e Mar*aret, in!apaz de se deter na des!ida para aud;-la, !ontinuou !orrendo sem
(uerer e !he*ou l; embai%o s e sal'a.
3m !a'alheiro (ue !arre*a'a uma espin*arda, !om dois pointeres saltando ao seu
redor, passa'a pela !olina a pou!os metros de Marianne (uando o in!idente o!orreu. Ele
lar*ou a arma no !ho e !orreu para so!orr-la. Ela ; se er*uera, mas tor!era um
tornozelo na (ueda e mal !onse*uia "i!ar de p). 5 !a'alheiro o"ere!eu-lhe seus
pr)stimos e, per!ebendo (ue a mod)stia dela a "aria re!usar o (ue a situao e%i*ia, nada
per*untou e a er*ueu nos braos sem demora, !arre*ando-a !olina abai%o. Entrou no
ardim do !hal) pelo porto (ue Mar*aret dei%ara aberto e le'ou-a diretamente para
dentro de !asa, onde a irm mais no'a a!abara de !he*ar, e s> a lar*ou depois de tla
a!omodado em uma !adeira na sala de 'isitas.
Elinor e a me puseram-se de p), sobressaltadas, (uando o !a'alheiro entrou.
En(uanto seus olhos mantinham-se "i%os nele, !om e'idente !ontentamento e uma
se!reta admirao despertada por sua aparn!ia, ele des!ulpou-se pela intruso e
e%pli!ou o moti'o de maneira to "ran!a e simp;ti!a (ue sua pessoa, (ue era de uma
beleza "ora do !omum, re!ebeu en!antos adi!ionais pro'enientes da 'oz e da e%presso.
Se ele "osse 'elho, "eio e 'ul*ar, a *ratido e bondade da sra. Dashwood teriam sido asmesmas, *arantidas por (ual(uer ato de proteo a sua "ilha< mas a in"lun!ia da
u'entude, da beleza e da ele*Bn!ia adi!ionou interesse & ao (ue to!a'a seus
sentimentos.
Ela a*rade!eu-lhe muitas e muitas 'ezes< depois, !om a doura (ue "azia parte de
seu !ar;ter, !on'idou-o a sentar-se. Mas o !a'alheiro re!usou+ esta'a suo e molhado.
Diante disso, a sra. Dashwood pediu-lhe (ue dissesse a (uem de'ia tanto
re!onhe!imento. Seu nome, respondeu ele, era Pillou*hby e mora'a em Allenham,portanto espera'a (ue ela lhe !on!edesse a honra de 'oltar ali no dia se*uinte, a "im de
saber !omo esta'a a srta. Dashwood. A honra "oi-lhe !on!edida sem a menor hesitao e
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ele partiu, desapare!endo na !ortina !inzenta de uma "orte !hu'a, o (ue "ez !om (ue se
tornasse ainda mais interessante.
Sua beleza 'aronil e as raras maneiras re"inadas tornaram-se instantaneamente al'o
da admirao *eral< as brin!adeiras !om Marianne, (ue a *alanteria dele despertara, eram
sua'izadas pela impresso parti!ular !ausada pela sua beleza e%terior. Marianne "ora a
(ue menos 'ira do !a'alheiro, pois a !on"uso (ue "izera seu rosto !orar (uando ele a
er*uera nos braos roubara-lhe a !ora*em de "it;-lo (uando ; se en!ontra'am dentro
de !asa. Mas ha'ia 'isto o bastante dele para parti!ipar da admirao das outras !om a
ener*ia (ue sempre "azia parte de seu entusiasmo. A aparn!ia e o eito do !a'alheiro
eram sem tirar nem p?r os mesmos do her>i da hist>ria "a'orita !riada por sua "antasia,
e, ao !arre*;-la no !olo at) dentro de !asa, sem a menor "ormalidade pr)'ia,
demonstrara uma rapidez de pensamento e de ao (ue o re!omenda'a de modo muito
parti!ular. udo (ue se re"eria ao sr. Pillou*hby era interessante. Seu nome soa'a bem e
ele mora'a na manso pre"erida de Mar*aret, (ue no tardou a !he*ar & !on!luso de
(ue um palet> de !aa era a mais ele*ante entre todas as roupas mas!ulinas. A
ima*inao dela "ez-se mais ati'a, as di'a*a:es mais a*rad;'eis e a dor do tornozelo
tor!ido "oi es(ue!ida.
Sir John "oi 'isit;-las na(uele mesmo dia, assim (ue o tempo melhorou um pou!o,
permitindo-lhe (ue sa7sse de !asa. Depois (ue ele ou'iu o relato sobre o a!idente de
Marianne, "oi lhe per*untado ansiosamente se !onhe!ia al*um !a'alheiro !hamado
Pillou*hby, de Allenham.
- Pillou*hby - tro'eou sir John. - 5 (u Ele est; no !ondado Essa ) uma boa
not7!ia. Hou !a'al*ar at) l; amanh e !on'id;-lo para antar na (uinta-"eira.
- Ento, o senhor o !onhe!e - per*untou a sra. Dashwood.
- Se o !onheo laro (ue sim. Ele 'em a(ui todos os
anos.
- E (ue tipo de o'em ele )- G o melhor !ompanheiro (ue !onhe!i em minha 'ida, asse*uro-lhe. 3m atirador
muito de!ente e no h; !a'aleiro mais auda!ioso do (ue ele na 6n*laterra.
- 6sto ) tudo (ue tem a dizer sobre ele - re!lamou Marianne, indi*nada. - Fuais so
suas maneiras em um ambiente mais 7ntimo Fuais seus des7*nios, seus talentos e seu
!ar;ter
Sir John "i!ou aturdido e disse+
- 1or minha alma, no sei muito dele a respeito disso. Mas ) um bom !ompanheiro,) bem-humorado e tem a mais linda !adela ne*ra pointer (ue ; 'i. Ela o a!ompanha'a
hoe de manh
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Marianne a!ha'a-se to impossibilitada de satis"azer a !uriosidade de sir Middleton
sobre a !or da pointer do sr. Pillou*hby, (uanto ele de des!re'er para ela os detalhes do
!ar;ter do o'em !a'alheiro.
- Fuem ) esse senhor - inda*ou Elinor. - De onde 'eio A !asa de Allenham ) dele
Sobre esses temas sir John p?de demonstrar al*um !onhe!imento e !ontou-lhes
(ue o sr. Pillou*hby no tinha propriedades no !ondado, (ue !ostuma'a 'ir ali apenas
para 'isitar a 'elha lady de Allenham ourt, de (uem era parente e de (uem herdaria as
posses. A!res!entou+
- Sim, sim, 'ale a pena atra7-lo, eu *aranto, srta. Dashwood. Ele possui uma pe(uena
e linda propriedade em Somersetshire, ali;s. Se eu "osse a senhorita, no o dei%aria para
a minha o'em irm, apesar dos tombos dela !olina abai%o. A srta. Marianne no pode
(uerer todos os homens para si. randon "i!ar; !om !i@me, se ela no tomar !uidado.
- 8o a!redito - ponderou a sra. Dashwood, !om um bem-humorado sorriso - (ue
o sr. Pillou*hby 'enha a ser in!omodado pelas tentati'as de al*uma de minhas "ilhas
!om o (ue o senhor !hama de atra7-lo. 8o "oi !om essa "inalidade (ue eu as !riei e
edu(uei. 5s homens esto em se*urana !onos!o, por mais ri!os (ue seam. oda'ia,
"i!o !ontente em saber, pelo (ue o senhor disse, (ue ) um o'em !a'alheiro respeit;'el e
(ue no e%iste moti'o para re!usar a sua !ompanhia.
- 1ara mim, ele ) o melhor !ompanheiro (ue ; e%istiu - repetiu sir John. - 4embro-
me de (ue no 8atal passado, em o!asio de um pe(ueno baile no par(ue, ele danou das
oito horas da noite at) as (uatro da manh, sem sentar-se nem uma 'ez se(uer.
- Ele "ez isso mesmo - inda*ou Marianne !om os olhos !intilantes. - E !om
ele*Bn!ia, !om esp7rito
- Sim. E esta'a de p) &s oito da manh, pronto para !a'al*ar at) o !ampo de !aa.
- G assim (ue eu *osto, ) assim (ue um o'em !a'alheiro de'e ser. Seam (uais
"orem seus obeti'os, ele no pode ir atr;s deles !om moderao, de'e !on(uist;-los
sem (ue o !ansao o atrapalhe nem por um momento se(uer.- Sim, sim, sim... Estou 'endo o (ue 'ai a!onte!er - obser'ou sir John. - Estou
'endo o (ue 'ai a!onte!er... A senhorita est; de olho nele, a*ora, sem dedi!ar o menor
pensamento para o pobre randon.
- Essa ) uma e%presso (ue no apre!io nem um pou!o, sir John - repli!ou
Marianne, !om !alor. - Detesto toda "rase "eita (ue insinua ast@!ia e estar de olho em
um homem, "a zer uma !on(uista so as mais odiosas de todas. A tendn!ia delas )
*rosseira e mes(uinha. Mesmo (ue tenham pare!ido espirituosas no momento em (ue"oram !riadas, o passar do tempo destruiu h; muito sua in*enuidade.
Sir John no !ompreendeu bem essa repreenso, mas riu !om a espontaneidade !om
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(ue sempre ria e respondeu+
- Sim. Atre'o-me a dizer (ue a senhorita 'ai "azer muitas !on(uistas, de um eito
ou de outro. 1obre randon De (ual(uer maneira, ele ; est; apai%onado e ) mais
indi!ado para a senhorita "i!ar de olho nele, apesar dessas (uedas !olina abai%o e dos
tornozelos tor!idos.
A12345 O
De a!ordo !om a e%pe!tati'a de Marianne e de Mar*aret, mais !om ele*Bn!ia do (ue
e%atido, Pillou*hby apresentou-se no !hal) bem !edo na manh se*uinte, a "im de
"azer suas 'eri"i!a:es. /oi re!ebido pela sra. Dashwood !om al*o mais do (ue polidez uma en!antadora personalidade, !omo tamb)m uma alma sens7'el
(ue "ora despertada e in!enti'ada pela alma da pr>pria Marianne e (ue o re!omenda'a
para a a"eio dela a!ima de (ual(uer outra pessoa.
o !on'7'io deles "oi-se tornando aos pou!os o prazer mais importante para ela.
4iam, !on'ersa'am, !anta'am untos< o talento musi!al de Pillou*hby era !onsider;'el e
ele lia !om a sensibilidade e emoo (ue, in"elizmente, "alta'a a Edward.
8a opinio da sra. Dashwood, !omo na de Marianne, o o'em !a'alheiro no
apresenta'a de"eitos. Elinor nada 'ia nele a !ensurar, a no ser a propenso de dizer
tudo (ue pensa'a, em (ual(uer o!asio e sem dar importBn!ia &s pessoas ou
!ir!unstBn!ias, no (ue se pare!ia demais !om sua irm e a deli!ia'a !om isso. /ormando
e emitindo rapidamente opini:es sobre os outros, sa!ri"i!ando a polidez *eral pelo
prazer de demonstrar (ue suas aten:es "i%a'am-se nos mesmos detalhes e deslizando
!om demasiada "a!ilidade para as "ormas de de!oro mundano, Pillou*hby apresenta'a
uma "alta de !uidado (ue Elinor no podia apro'ar, apesar de tudo (ue ele e sua irm
poderiam dizer para usti"i!;-lo.
Marianne !omea'a a per!eber (ue ha'ia sido tolo e desne!ess;rio o desespero (ue
a dominara aos dezesseis anos e meio por medo de amais en!ontrar o homem !apaz de
satis"azer seus ideais de per"eio. En(uanto sua ima*inao !ria'a a(uela ima*em ideal
em momentos in"elizes e em per7odos um pou!o menos sombrios, Pillou*hby ali esta'a
& espera de unir-se a ela. E as atitudes dele demonstra'am (ue seus deseos a esse
respeito eram to determinados (uanto seus talentos eram "ortes.
8a mente da sra. Dashwood no sur*ira nenhuma id)ia espe!ulati'a a respeito de
unio entre o o'em !a'alheiro e Marianne, e menos ainda sob uma perspe!ti'a de
ri(ueza, no entanto, antes (ue se passasse uma semana !omeara a ter esperana e adesear esse !asamento. Se!retamente, !on*ratula'a-se por ter sido a*ra!iada !om dois
*enros !omo Edward e Pillou*hby.
A in!linao do !oronel randon por Marianne, (ue to !edo "ora per!ebida pelos
ami*os dele, !omeara a ser notada por Elinor no momento em (ue a ateno desses
ami*os "oi des 'iada dele para "o!alizar-se em seu ri'al mais a"ortunado. A zombaria de
(ue "ora al'o antes (ue sur*isse (ual(uer inteno de apoio para ele desapare!eu
(uando seus sentimentos !omearam a demonstrar o rid7!ulo da situao despertadopela sensibilidade. Elinor "oi obri*ada, se bem (ue !ontra a 'ontade, a re!onhe!er (ue as
in!lina:es (ue a sra. Jennin*s atribu7ra ao !oronel, para sua pr>pria satis"ao, e%istiam
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mesmo, eram pro'o!adas por sua irm e (ue se uma semelhana *eral entre ela e
Pillou*hby poderia "a'ore!er a a"eio pelo o'em !a'alheiro, uma i*ualmente "orte
oposio de !ara!teres no seria obst;!ulo em relao ao !oronel randon. Mas ele a
preo!upa'a+ o (ue se poderia esperar de um homem silen!ioso, de trinta e !in!o anos,
(ue tinha !omo ri'al um homem !heio de 'ida, de 'inte e !in!o Se bem (ue no
!onse*uisse '-lo triun"ante, Elinor desea'a de !orao '-lo indi"erente. 0osta'a do
!oronel e, apesar de sua seriedade e reser'a, !onsidera'a-o interessante. Suas maneiras,
se bem (ue *ra'es, eram ternas e sua reser'a pare!ia ser mais o resultado de opresso
da alma do (ue pro'eniente de um temperamento naturalmente sombrio. Sir John
men!ionara so"rimentos no passado, de!ep:es, (ue usti"i!ariam a !erteza de (ue
randon tinha de ser um homem sem sorte e ela o !onsidera'a !om respeito e
!ompai%o.
al'ez sentisse pena do !oronel e o estimasse mais por(ue era menosprezado por
Pillou*hby e por Marianne (ue, !heia de pre!on!eitos !ontra ele por no ser ale*re e
o'em, pare!ia de!idida a subestimar seus m)ritos.
- randon ) o tipo de homem - disse Pillou*hby um dia, (uando !omenta'am a
respeito dele - de (uem todos "alam bem, mas !om (ue nin*u)m se importa< (ue todos
se en!antam de en!ontrar, mas (ue nin*u)m se lembra de !hamar.
- G e%atamente o (ue penso dele - !on!ordou Marianne. - Mas no se di'irtam !om
isso - inter"eriu Elinor -, pois seriam inustos. Ele ) muito estimado por todas as "am7lias
de arton 1ar9. Eu mesma amais o 'eo sem "azer o poss7'el para !on'ersar !om ele.
- om !erteza - !omentou Pillou*hby -, ) um pri'il)*io dele ser !onsiderado pela
senhorita, mas (uanto & estima (ue re!eberia dos outros, ) um "ra!asso 'er*onhoso.
Fuem se submeteria & indi*nidade de ser apro'ado por mulheres !omo lady Middleton e
a sra. Jennin*s, apro'ao esta (ue pode pro'o!ar a indi"erena de todos os demais
- Entretanto, tal'ez os insultos 'indos de pessoas !omo o senhor e Marianne
possam !ontrabalanar as atitudes de lady Middleton e da me dela. Se o apreo delassi*ni"i!a !ensura, a !ensura de 'o!s pode ser apreo, pois essas senhoras no so mais
sem dis!ernimento (uanto 'o!s so pre!on!eituosos e inustos. - A senhorita pode ser
muito insolente em de"esa do seu prote*ido...
- 5 meu prote*ido, !omo o senhor o !hama, ) um homem sens7'el, e sensibilidade
sempre "oi uma atrao para mim. Sim, Marianne, isso e%iste mesmo em um homem
entre os trinta e os (uarenta anos. 5 !oronel randon ; 'iu uma boa parte do mundo,
'iaou, leu e pensou muito. Des!obri (ue ) !apaz de me dar in"orma:es a respeito dein!ont;'eis assuntos e sempre respondeu &s minhas per*untas !om o desembarao e
presteza da sabedoria e da boa 'ontade.
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- 6sso si*ni"i!a - repli!ou Marianne, a!aloradamente - (ue ele lhe !ontou (ue no
leste da 7ndia o !lima ) (uente e os mos(uitos so importunos.
- Ele poderia ter me !ontado isso, no du'ido, se eu lhe per*untasse, mas a!onte!e
(ue h; detalhes !omo esse (ue ; !onheo, *raas a in"orma:es anteriores.
- al'ez - ironizou Pillou*hby - as obser'a:es dele tenham se estendido at) a
e%istn!ia de nababos, moedas de ouro e palan(uins.
- De'o a'enturar-me a dizer (ue as obser'a:es dele al!anaram muito mais
adiante do ponto em (ue !he*a a sua !andura. 1or (ue no *osta dele
- 8o ) (ue eu no *oste dele. Ao !ontr;rio, eu o !onsidero um !a'alheiro muito
respeit;'el, de (uem todo mundo "ala bem, mas (ue nin*u)m nota< (ue tem mais
dinheiro do (ue pode *astar, tempo demais (ue no sabe !omo usar e duas no'as
!asa!as por ano.
- A!res!ente tamb)m - apoiou Marianne - (ue ele no tem sa*a!idade, bom *osto,
nem esp7rito. Fue sua inteli*n!ia no ) brilhante, seus sentimentos no tm ardor e sua
'oz ) sem e%presso.
- Ho! baseia as imper"ei:es dele na (uantidade - retru!ou Elinor - e, a maior
parte, na "ora da sua pr>pria ima*inao (uando o !onsidera "rio e ins7pido< mas nada
posso re"utar nesse ponto. oda'ia, eu posso a"irmar (ue ele ) um homem sens7'el,
bem-edu!ado, bem in"ormado, *entil e tenho !erteza de (ue possui um bom !orao.
- Srta. Dashwood - re!lamou Pillou*hby -, a*ora est; me usando maldosamente.
Est; tentando me desarmar pela intuio e me !on'en!er !ontra a minha 'ontade. Mas
no 'ou permitir. 1oder; des!obrir (ue sou to teimoso (uanto a senhorita ) ardilosa.
enho trs indis!ut7'eis moti'os para no *ostar do !oronel randon+ ele me ameaou
!om !hu'a, (uando eu (ueria bom tempo< ele me repreendeu pelo modo (ue dirio meu
!o!he e no !onsi*o persuadi-lo a !omprar minha )*ua !astanha. Mas se posso lhe dar
al*uma satis"ao, de'o !on"essar (ue a!redito (ue o !ar;ter dele ) irrepreens7'el em
outros aspe!tos. Em tro!a dessa !on"isso, (ue me pro'o!a al*um so"rimento, asenhorita no pode me ne*ar o pri'il)*io de no *ostar dele, a*ora mais do (ue nun!a.
A12345 O6
Ao !he*arem a De'onshire, di"i!ilmente a sra. Dashwood e suas "ilhas poderiam
ima*inar (ue iriam sur*ir tantos !ompromissos a ponto de o!upar (uase todo seu
tempo, nem (ue iriam re!eber tantos !on'ites e tantas 'isitas (ue lhes sobrariam pou!asoportunidades para o!upa:es mais s)rias. 8o entanto, assim "oi. Fuando Marianne se
re!uperou, "oram postos em e%e!uo es(uemas de di'ertimentos or*anizados por sir
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John, na !asa dele e nos arredores. omearam, ento, os bailes em arton 1ar9 e "estas
ao ar li're a!onte!eram sempre (ue o !hu'oso outubro permitia. Pillou*hby era in!lu7do
em todos os a!onte!imentos e a tran(Cila "amiliaridade (ue reina'a naturalmente nessas
"estas era !al!ulada para apro"undar e tornar mais 7ntimo o rela!ionamento dele !om as
Dashwood, para dar-lhe !han!e de testemunhar as (ualidades de Marianne, de e%pressar
sua animada admirao por ela e de ter no !omportamento dela para !om ele a mais
inten!ional de!larao da a"eio da o'em.
Elinor no tinha por (ue surpreender-se !om o ape*o entre eles. Apenas *ostaria
(ue no "osse demonstrado to abertamente e uma ou duas 'ezes a'enturou-se a
su*erir (ue Marianne de'eria !ontrolar-se um pou!o. 1or)m, Marianne detesta'a toda
simulao e apenas uma 'erdadeira des*raa poderia usti"i!ar para ela a "alta de
"ran(ueza. onsidera'a (ue pro!urar reprimir sentimentos (ue nada tinham de
repro';'eis representa'a no s> um es"oro desne!ess;rio, !omo tamb)m uma
'er*onhosa submisso & tirania do lu*ar-!omum e &s no:es erradas. Pillou*hby
pensa'a do mesmo modo. 5 !omportamento de ambos era, o tempo todo, uma e%posio
de suas opini:es.
Fuando Pillou*hby en!ontra'a-se presente, Marianne no tinha olhos para mais
nin*u)m. udo (ue ele "azia esta'a !erto. udo (ue ele dizia era inteli*ente. Se as
reuni:es em arton 1ar9 !on!lu7ssem !om um o*o de baralho, ele trapa!ea'a em
preu7zo de si mesmo e dos demais para (ue ela re!ebesse uma boa mo. Se danar
"izesse parte dos di'ertimentos da noite, eles "orma'am par o tempo todo e, (uando
eram obri*ados a separar-se durante al*umas danas, pro!ura'am 'oltar a "i!ar untos o
mais depressa poss7'el e mal "ala'am !om os outros. Essa !onduta muitas 'ezes os
torna'a moti'o de riso, mas o rid7!ulo no os en'er*onha'a e pare!ia no pro'o!ar a
zan*a deles de modo al*um.
A sra. Dashwood a!olhia os sentimentos de ambos !om um !arinho to *rande (ue
no lhe permitia per!eber o !omportamento e%a*erado deles. 1ara ela, trata'a-se da!onse(Cn!ia natural de uma "orte a"eio entre almas o'ens e ardentes.
A(uela esta'a sendo a estao da "eli!idade para Marianne. Seu !orao de'ota'a-se
a Pillou*hby e a pro"unda a"eio a 8orland, (ue trou%era !onsi*o do Susse%, ha'ia-se
sua'izado a ponto (ue ela no a!reditara poss7'el, *raas ao seu en'ol'imento !om o
en!anto dos a!onte!imentos so!iais em seu no'o lar.
A "eli!idade de Elinor no era to *rande. Seu !orao no se a!ha'a !ontente e nem
era !ompleta sua ale*ria na(uelas "estas. Elas no lhes o"ere!iam uma !ompanhia (uepudesse substituir a (ue dei%ara para tr;s, nem podiam ensin;-la a pensar em 8orland
!om menos saudade. 8em mesmo lady Middleton ou a sra. Jennin*s podiam
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re!ompens;-la das !on'ersas (ue lhe "aziam "alta, apesar de (ue esta @ltima era uma
perp)tua !on'ersadora e desde o primeiro momento *ostara de Elinor< deste modo
*arantia a ela, sempre, a parti!ipao em seus lon*os di;lo*os. J; ha'ia lhe !ontado trs
ou (uatro 'ezes a hist>ria de sua 'ida< se as tendn!ias de Elinor a espe!ular "ossem
i*uais &s tendn!ias da sra. Jennin*s em "alar, teria sabido lo*o de in7!io os pormenores
da @ltima doena do sr. Jennin*s e o (ue ele dissera & esposa pou!os minutos antes de
morrer.
4ady Middleton era mais a*rad;'el do (ue a me apenas por ser silen!iosa. 8o "oi
pre!iso muita obser'ao para Elinor per!eber (ue a reser'a da lady era simples
tran(Cilidade de maneiras !om a (ual a razo nada tinha a 'er. A lady !omporta'a-se
!om o marido e !om a me do mesmo modo (ue se !omporta'a !om as demais pessoaspria pessoa. Sim, o o'em !a'alheiro era um enamorado, suas aten:es eram todas
para Marianne< !ontudo, at) mesmo um homem muito menos edu!ado do (ue elepro!uraria ser *entil !om os demais. 5 !oronel randon, in"elizmente para si pr>prio,
no re!ebia nenhum tipo de en!oraamento para pensar apenas em Marianne e,
!on'ersando !om Elinor, en!ontrou *rande !onsolo para a total indi"erena da irm dela.
A !ompai%o (ue Elinor sentia por ele aumentou e ela te'e moti'os para pensar (ue
o !oronel ; so"rera desilus:es de amor. Esta suspeita "oi despertada por al*umas
pala'ras ditas in'oluntariamente por ele em uma noite, em arton 1ar9, en(uanto se
en!ontra'am sentados lado a lado e os demais dana'am. om os olhos "i%os emMarianne e depois de um siln!io de al*uns minutos, ele disse !om um sorriso sem
ale*ria+
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- 6ma*ino (ue sua irm no apro'e um se*undo amor. - 8o - respondeu Elinor -,
as opini:es dela so todas romBnti!as.
- 5u melhor, a!redito (ue ela a!ha imposs7'el (ue isso e%ista.
- reio (ue sim. Mas des!onheo !omo ela !on!ilia essa id)ia ao ul*ar o !ar;ter do
nosso pai, (ue te'e duas esposas. 8o entanto, al*uns anos de 'ida iro !olo!ar as
opini:es dela sobre bases mais razo;'eis, *raas ao bom senso e & obser'ao,
tornando-as mais ";!eis de de"inir e usti"i!ar do (ue so no momento. - 1ro'a'elmente,
assim ser; - !on!ordou ele. - 1or)m, h; al*o to en!antador nos pre!on!eitos de uma
mente o'em (ue ) triste '-los !eder lu*ar a opini:es mais *eralmente a!eitas.
- 8o posso !on!ordar !om o senhor neste ponto - !ontrap?s Elinor. - 8os
sentimentos, !omo os de Marianne, h; in!on'enin!ias (ue no podem ser atenuadas
nem mesmo por todo o en!anto do entusiasmo e pela i*norBn!ia do (ue ) o mundo. 5
modo de pensar de minha irm apresenta a tendn!ia de reduzir as boas maneiras a
nada e !reio (ue !onhe!er melhor o mundo ir; propor!ionar as maiores 'anta*ens
poss7'eis a ela.
Depois de !urto siln!io, o !oronel reatou a !on'ersa dizendo+
- Sua irm "az di"erenas em suas obe:es sobre um se*undo amor ou os !onsidera
todos !riminosos em um mesmo n7'el Ser; (ue os (ue se de!ep!ionaram !om a
primeira es!olha, !om a in!onstBn!ia da pessoa (ue ama'am ou !om as altera:es das
!ir!unstBn!ias de'em ser i*norados durante o resto de suas 'idas
- De'o dizer (ue no !onheo os prin!7pios dela minu!iosamente. Sei apenas (ue
amais a ou'i admitir (ue um se*undo amor era perdo;'el.
- 6sso no pode permane!er - ponderou ele -, mas uma mudana total de
sentimentos... 8o. 8o se pode desear (ue tal !oisa a!ontea, pois (uando o
re"inamento romBnti!o de uma alma o'em ) obri*ado a se apa*ar, muitas 'ezes )
substitu7do por opini:es (ue no apenas so !omuns, !omo tamb)m so peri*osas. /alo
por e%perin!ia pr>pria. onhe!i uma lady (ue se pare!ia muito !om sua irm, naaparn!ia e no !ar;ter, (ue pensa'a e ul*a'a !omo ela, mas (ue "oi "orada a mudar por
uma s)rie de !ir!unstBn!ias in"elizes...
A essa altura randon se !alou de repente, deu a impresso de !onsiderar (ue ha'ia
"alado demais e (ue sua atitude poderia o!asionar !oneturas (ue de outra maneira
amais passariam pela !abea de Elinor. A lady a (ue o !oronel randon se re"eria !om
!erteza seria es(ue!ida sem suspeitas se ele no hou'esse dito & srta. Dashwood (ue
espera'a (ue nada do (ue dissera es!aparia de seus l;bios. Diante de tal pedido, "oipre!iso apenas um le'e ra!io!7nio para li*ar a emoo dele a uma terna lembrana de um
amor do passado. Elinor !ontentou-se apenas !om isso. Mas se Marianne esti'esse no
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lu*ar dela, no se !ontentaria !om to pou!o. Sua ima*inao ")rtil montaria a hist>ria
toda e esta assumiria o mais melan!>li!o aspe!to de um amor in"eliz.
A17345 O66
8a manh se*uinte, en(uanto passea'am, Marianne !ontou a Elinor uma no'idade
(ue a surpreendeu pela demonstrao e%tra'a*ante de imprudn!ia e "alta de u7zo,
apesar de ; !onhe!er muito bem esses traos do !ar;ter da irm. Marianne lhe disse,
!om a maior ale*ria, (ue Pillou*hby lhe dera um !a'alo (ue ele mesmo !riara na sua
propriedade de Somersetshire e (ue era per"eitamente ade(uado para ser montado por
uma mulher. Sem !onsiderar (ue no esta'a nos planos da me ter um !a'alo, (ue isso
poderia 'ir a alterar sua determinao de "i!ar !om ele, (ue teriam de !ontratar mais um
!riado para !uidar do animal, (ue !omprar um !a'alo para esse !riado e, prin!ipalmente,
pre!isariam !onstruir uma !o!heira para abri*;-los, toda entusiasmada, Marianne disse &
irm (ue a!eitara o presente sem hesitar.
- Pillou*hby pretende mandar seu !a'alario imediatamente a Somersetshire para
bus!;-lo - a!res!entou. - E (uando ele !he*ar, 'amos !a'al*ar todos os dias. Ho!
tamb)m pode andar no meu !a'alo. 6ma*ine, Elinor (uerida, (ue del7!ia de'e ser *alopar
por essas !olinas.
Sem (uerer a!ordar a irm desse sonho "eliz para !ompreender todas as in"elizes
'erdades (ue o impediriam de tornar-se realidade, Elinor re!usou-se a "az-lo de
imediato. omo
o aumento de despesa seria uma ninharia para terem mais um !riado, !om !erteza
mam no se oporia< e (ual(uer !a'alo ser'iria para ele, poderiam at) !onse*uir um em
arton 1ar9< (uanto & !o!heira, um simples telheiro seria su"i!iente. Ento, ela
a'enturou-se a !omentar (ue no era apropriado a!eitar um presente !omo esse de um
homem (ue se !onhe!ia to pou!o ou, pelo menos, to re!entemente. 6sso seria demais.- Est; en*anada, Elinor - repli!ou Marianne !om arrebatamento -, em pensar (ue
!onheo pou!o a Pillou*hby. 8o o !onheo h; muito tempo, ) 'erdade, mas me entendo
muito melhor !om ele do (ue !om (ual(uer outra !riatura no mundo, !om e%!eo de
'o! e mame. 8o ) o tempo nem a o!asio (ue determina a intimidade, mas sim e
apenas a disposio. Sete anos podem ser insu"i!ientes para "azer al*umas pessoas se
entenderem, no entanto sete dias podem ser o bastante para outras. Eu poderia sentir
mais !ulpa por !ometer um ato impr>prio se a!eitasse um !a'alo do meu irmo do (uede Pillou*hby. onheo pou(u7ssimo John, apesar de termos 'i'ido untos durante anos,
mas ; tenho um u7zo "ormado a respeito de Pillou*hby.
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