Geografia Urbana
Atualmente, o número de domicílios urbanos já supera o quantitativo de
domicílios rurais.
NO MUNDO:
- Em 2014, 54% da população mundial vivia em cidades (ONU);
- Até 2030 – 60%
- Até 2050 - 70%
NO BRASIL:
Em 2000, 81,23 % da pop. brasileira era urbana;
Em 2010, 84,36 % (IBGE) – 5.570 MUNICÍPIOS E UM DISTRITO FEDERAL.
Cidades mais populosas do Brasil (IBGE) - 2017
1 - São Paulo .................................................... 12.106.920
2 - Rio de Janeiro ............................................... 6.520.266
3 - Brasília .......................................................... 3.039.444
4 - Salvador ........................................................ 2.953.989
5 - Fortaleza ........................................................ 2.627482
6 - Belo Horizonte ............................................... 2.523.794
7 - Manaus ........................................................... 2.130.264
8 - Curitiba ........................................................... 1.908.359
9 - Recife .............................................................. 1.633.697
10 - Porto Alegre ................................................. 1.484.941
11 - Goiânia .......................................................... 1.466.105
12 - Belém ………………………………………… 1.452.275
13 - Guarulhos .................................................... 1.349.113
14 - Campinas ..................................................... 1.182.429
15 - São Luís ........................................................ 1.091.868
16 - São Gonçalo ................................................. 1.049.826
17 - Maceió ........................................................... 1.029.129
Conceito de urbanização – é o processo de
crescimento da população urbana em ritmo mais
acelerado que o crescimento da população rural.
Transição de um padrão de vida econômica apoiado na
produção agrícola auto-suficiente para o padrão de vida
baseado na indústria, no comércio e nos serviços.
As cidades são de fundamental importância, seja na
distribuição da população nos países, na organização
da produção econômica, na reprodução e
transformação sociocultural, na distribuição de
mercadorias e informações e na tomada de decisões.
Entretanto, para que as cidades existissem e
crescessem, foram necessárias algumas pre-condições.
A primeira é a sedentarização da sociedade.
O processo de urbanização – é um fenômeno
mundial, condicionado pela disseminação da economia
de mercado e pela divisão social do trabalho cada vez
mais intensa que acompanha esse processo.
A economia urbana subordina e transforma a economia
rural, integrando a agricultura às necessidades do
mercado urbano. O desenvolvimento do comércio e da
indústria – o intercâmbio de bens e serviços rompe o
isolamento das populações rurais e forma mercados
consumidores cada vez mais amplos.
O setor industrial e financeiro assume o comando do
movimento de produção de riqueza, gerando
empregos no meio urbano e suprimindo empregos no
meio rural.
A agropecuária modernizada substitui o trabalho
humano pela tecnologia e liberando mão-de-obra para
as cidades.
As cidades demandam uma maior organização
social, com algum nível de organização e de
divisão do trabalho para que se construa e
administre os sistemas técnicos
(armazenamento, distribuição, habitação) e
políticos necessários à sociedade.
Nada disso seria viável sem existência de
excedentes agrícolas que liberassem algum
contingente demográfico para exercer as
funções urbanas.
Tal processo só foi possível com o
desenvolvimento da agricultura.
A agricultura permitiu que as cidades
se desenvolvessem e estas
fortaleceram o desenvolvimento da
agricultura, pois demandavam mais
excedentes agrícolas e propiciavam
um sistema de controle e cooperação
centralizado necessário para a
administração de sistemas agrícolas
de grande porte.
Desenho baseado em uma tela de Frans Post – Coleção de J. de Souza Leão
Colheita de café – Arquivo Edgard Leuenroth - Unicamp
Foi somente a partir da Revolução Industrial
que a urbanização se acelerou.
As cidades foram essenciais para o processo de
acumulação do capitalismo industrial que
dominou a segunda metade do século XVIII e o
século XIX.
Para viabilizar a produção e o consumo, eram
necessárias economias de aglomeração que
dependiam da concentração de pessoas.
A urbanização acelerada do mundo no século 20
produziu um grande número de grandes
cidades. Em 2011, a ONU lista 23 aglomerações
urbanas com mais de dez milhões de
habitantes, que concentravam 9,9% da
população urbana do mundo.
Estas megacidades se localizam cada vez mais
nos países periféricos ou semiperiféricos.
Da gigantesca escala destas cidades emergem
igualmente gigantescos desafios urbanos
relativos a saneamento e abastecimento de
água, poluição hídrica e atmosférica,
transportes, habitação, entre outros.
População das maiores aglomerações urbanas do mundo – 2011
Cidade País População (milhões de habitantes)
Tóquio Japão ........................................... 37,2
Delli Índia ............................................... 22,7
Cidade do México México ........................... 20,4
Nova Iorque Estados Unidos ..................... 20,4
Xangai China ............................................. 20,2
São Paulo Brasil ..................................... 19,9
Mumbai Índia ............................................. 19,7
Pequim China .............................................. 15,6
Daca Bangladesh ..................................... 15,4
Calcutá Índia ................................................ 14,4
Carachi Paquistão ........................................ 13,9
Buenos Aires Argentina ........................ 13,5
Los Angeles Estados Unidos ……………. 13,4
Rio de Janeiro Brasil ................................ 12,0
Manila Filipinas ............................................. 11,9
Moscou Rússia ............................................... 11,6
Osaka-Kobe Japão ....................................... 11,5
Istambul Turquia ............................................. 11,3
Cairo Egito .................................................. 11,2
Lagos Nigéria ............................................... 11,2
Guangzhou China ......................................... 10,8
Paris França ................................................ 10,6
Shenzhen China .......................................... 10,6 Fonte: UNITED NATIONS (UN)/POPULATION DIVISION - World Urbanization Prospects - The 2011 Revision. New York: UN, 2012.
A busca por melhores condições de vida leva ao
êxodo rural, mas a dinâmica econômica das
cidades é insuficiente para incorporar toda a
população que chega.
O resultado deste processo gerou grandes
cidades com elevados níveis de exclusão social,
que pode ser percebido, por exemplo, na existência
de favelas no Brasil e muitos outros países
(principalmente países em desenvolvimento).
Isto não significa que a urbanização dos países
centrais foi isenta de mazelas. As cidades
europeias do séc. XIX sofriam de graves problemas
urbanos e sanitários.
Cingapura
O que é cidade?
É uma aglomeração que desempenha funções de
centro de distribuição de bens e serviços para
uma esfera de influência ao seu redor.
O IBGE considera nas estatísticas de população
urbana no Brasil uma definição burocrática
segundo toda sede de município é uma cidade e
toda sede de distrito é uma vila.
Assim, para o IBGE, toda população residente
nas cidades e vilas é urbana.
A integração econômica do território brasileiro, a
partir da década de 1930, acelerou o processo de
urbanização. Principalmente no pós-guerra, a
dinâmica da urbanização começou a avançar por
todo o território.
Mesmo áreas com menor densidade de
ocupação, como a Amazônia, apresentam índices
de urbanização que atinge 72,4%.
O desenvolvimento das cidades brasileiras
formou uma rede urbana complexa e articulada.
REVOLUÇÃO DE 1930: GETÚLIO VARGAS VIAJA DE TREM
PARA O RIO DE JANEIRO PARA TOMAR POSSE
Entre 1940 e 1970, a população urbana cresceu
rapidamente, enquanto a população rural
expandia-se muito lentamente.
A partir de 1970, o ritmo de incremento da
população urbana diminuiu, refletindo a redução
geral do crescimento demográfico, mas a
população rural passou a retroceder em termos
absolutos.
O êxodo rural expressa a ação de fatores de
repulsão do campo, como o predomínio da
grande propriedade rural, a subdivisão das
propriedades familiares e a mecanização das
atividades agropecuárias.
Podemos dividir o processo de urbanização e
estruturação da rede urbana brasileira em quatro
etapas:
- Até a década de 1930 as migrações e o processo de
urbanização se organizavam predominantemente em
escala regional, com as respectivas metrópoles
funcionando como polos de atividades secundárias e
terciárias.
- A partir da década de 1930, à medida que a
infraestrutura de transportes e telecomunicações se
expandia pelo país, o mercado se unificava, mas a
tendência à concentração das atividades urbano-
industriais na região Sudeste fez com que a atração
populacional ultrapassasse a escala regional,
alcançando o país como um todo.
- Entre as décadas de 1950 e 1980, ocorreu intenso
êxodo rural e migração inter-regional, com forte
aumento da população metropolitana no Sudeste,
Nordeste e Sul.
- Da década de 1980 aos dias atuais, observa-se que o
maior crescimento tende a ocorrer nas metrópoles
regionais e cidades médias, com predomínio da
migração urbana-urbana – deslocamento de
população das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
para as cidades médias, tanto dentro da região
metropolitana quanto para outras mais distantes, até
de outros estados.
As evoluções regionais:
No Sudeste, a população urbana ultrapassou a
população rural na década de 1950;
No Sul e no Centro-Oeste, a inversão ocorreu na
década de 1970 (Goiânia – fundada em 1933;
Brasília em 1960 – cidades planejadas).
No Nordeste a inversão ocorreu a partir da
década de 1980.
No Norte, somente a partir do final da década de
1980.
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