Dia Escolar da
Não Violência
e da Paz
30 de Janeiro
BE/CRE - 2011
Prémio Nobel da Paz
2010
Liu Xiaobo
«Eu não tenho inimigos,
nem odeio ninguém. Nem
os polícias que me vigiaram, prenderam e me
interrogaram, nem os advogados que me pro-
cessaram, nem os juízes que me condenaram,
são meus inimigos. Embora eu não possa acei-
tar a vigilância, prisão, processos ou condena-
ção, respeito as suas profissões e as suas perso-
nalidades. O ódio corrói a consciência e sabedo-
ria das pessoas; a mentalidade de hostilidade
pode envenenar o espírito de uma nação, incitar
a uma vida violenta e a conflitos de morte, des-
trói a tolerância e humanidade de uma socieda-
de, e bloqueia o progresso de uma nação na sen-
da da liberdade e democracia.
Contudo, eu tenho esperança de conseguir
transcender as minhas vicissitudes […] de
denunciar a hostilidade do regime com a melhor
das intenções, e de acabar com o ódio através
do amor.
Eu não me sinto culpado por seguir os meus
direitos constitucionais e o direito de liberdade
de expressão, e por exercer em pleno a minha
responsabilidade social como cidadão chinês.
Mesmo que esteja acusado por causa disso, não
tenho queixas.
A reforma política da China deve ser gradual,
pacífica, ordenada e controlável, e deve ser inte-
ractiva, desde cima a baixo e de baixo a cima.
[…]
Por isso oponho-me a sistemas de governo que
sejam ditaduras ou monopólios. Isto não é inci-
tar à subversão do poder do Estado. Oposição
não é equivalente a subversão.»
Tel: 234793774
Fax: 234792643 http://www.esvagos.edu.pt/
Avenida Padre Alírio de Mello
3840-404 VAGOS
As interrogações
de Liu Xiaobo
Escola Secundária de Vagos
Liu Xiaobo nasceu em Changchun, na província de Jilin, em 1955, numa famí-lia de intelectuais, a 28 de dezembro de 1955. É um crítico literário, escri-tor, professor, intelectual e activista pelos direitos humanos e por reformas na República Popular da China.
Anos 80 – Liu Xiaobo tornou-se conhe-cido no meio académico após escrever uma série de teses criticando a filoso-fia de Li Zehou. Finais de 80 – professor convidado em várias universidades fora da China, como as Universidades de Colômbia, Oslo e Havai. Em 1989 – quando os Protestos da
Praça Tian An Men ocorreram, Liu estava fora do país, mas voltou à China para se juntar ao movimento. 10 de Dezembro de 2010 – Entre crí-ticas ao regime chinês e ovações a Liu Xiaobo, repetiram-se na cerimónia de atribuição do Nobel da Paz os apelos à libertação do dissidente e à democrati-zação na China.
Liu tem sido, acima de tudo, crítico do Par-tido Comunista da China e alcançou fama com o Manifesto que o levou de imediato para trás das grades: a Carta de 2008, um documento de apoio aos direitos humanos e às reformas democráticas na China, con-tra a repressão do regime, que recebeu milhares de assinaturas pelo mundo fora.
Liu Xiaobo foi nomeado Prémio Nobel da
Paz de 2010, distinguido pela sua luta pela
liberdade, uma notícia muito censurada na
China. Por se encontrar preso em Pequim e
impedido de se fazer representar na ceri-
mónia de entrega do prémio Nobel da Paz,
deixou a sua cadeira vazia em Oslo a 10 de
Outubro de 2010, onde o comité norueguês
colocou a medalha e o diploma que o aca-
démico chinês receberia se estivesse pre-
sente.
Retalhos da Vida de um Nobel da Paz
Biografia Activista Político Poeta «A poesia é por vezes excessivamente direc-ta, sendo mera reprodução de um lamento, de uma atitude. A poesia, segundo os princí-pios pelos quais a concebo, deve ser mais do que isso. Deve ser a busca por aquilo que esta ínsito, aquilo que os olhos não vêem mas o coração sente, a invenção de uma lingua-gem que adivinha todas as compreensões do mundo. »
Liu Xiaobo
UM PEQUENO RATO NA PRISÃO para a pequena Xia um pequeno rato passa através das barras de ferro, anda para trás e para a frente no parapeito da janela, os muros sem casca vigiam-no, os mosquitos cheios de sangue vigiam-no, ele até desenha a lua do seu céu, a sombra de prata que desencoraja a beleza como se esta voasse um homem muito nobre o rato esta noite, não come nem bebe nem range os dentes quando olha fixamente com olhos cintilantes e dissimulados passeando ao luar.
Liu Xiaobo