João MarcosDupla vitória na unB
•CiclodeEstudos2011
•Deixemqueacriançavivaasuainfância
•HabilidadesecompetênciasnaEducaçãoBásica
•EnsinodeFilosofia:novaspráticas,novossaberes
•“AHeroínadaEscola”
•Esporte,metáforadavida
•Vivaavida!Droga,comigonãorola
ANO XIII – NúmerO 39 – 2011
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2011o
mundo atual exige mu danças, adaptações, aperfeiçoamentos constantes e diá rios. a formação
teórica e prática do professor é um fator que contribui para melhorar a qualidade do ensino. por esse motivo, o centro Educacional leonardo da vinci tem o projeto de Formação continuada, para promover momentos de reflexão em que são convidados palestrantes e promovidos cursos para a atualização dos professores e colaboradores.
o primeiro evento do ano é o ciclo de Estudos. Em 2011 foram convidados o Doutor em Filosofia e História da Educação, prof. Dr. césar nunes, e a Doutora em ciência da Educação, prof.ª Dra. Elvira souza lima. “Foi um momento riquíssimo de trocas de informações, conhecimentos e experiências”, conta a Diretora pedagógica da unidade taguatinga, prof.ª solange Foizer.
o prof. Dr. césar nunes subiu ao palco para ressaltar a importância da humanização na educação. não fez uso de qualquer recurso tecnológico (a não ser o micro
fone) e, em sua palestra, emocionou a plateia pela simplicidade com que contou fatos, acertos e erros em sua vida como aluno e professor. Foi aplaudido por todos de pé, por mais de cinco minutos. “Foi com certeza um dos momentos mais emocionantes da minha carreira”, conta emocionado.
neurociência e educação foi o outro tema levantado no ciclo de Estudos 2011. a prof.ª Dra. Elvira souza lima fez uma palestra explicando como se dá o processo de aprendizagem no cérebro. “os palestrantes trouxeram um acréscimo fantástico para nossa experiência. no que se trata da questão da afetividade, humanização da educação, neurociência, em como se dá o processo de aprendizagem, entender o funcionamento cerebral, entender quais são os ganhos e prejuízos. E hoje vejo que, de fato, estamos no caminho certo”, conta a orientadora Educacional do Ensino Médio, unidade norte, prof.ª Gerlany carvalhães. n
PatríciaCarbriassessora de comunicação
ciclo DE EstuDosneurociênciaehumanizaçãoda
educaçãoforamostemastrabalhados.
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Repórter Quais as principais diferenças do cérebro das crianças de 4, 5 e 6 anos de idade? como funciona a memória da criança e quais seus níveis? como desenvolvêla e estimulála, em seus diferentes graus, nas crianças dessas idades?
ElviraSouzaLima - É importante entender que o desenvolvimento do ser humano acontece por períodos de tempo que não são divididos segundo anos cronológicos. os períodos na infância acontecem em tempos maiores, como cerca de 3 anos. assim as crianças de 4, 5 e 6 anos pertencem a um período de desenvolvimento, no qual acontecem processos, como por exemplo, o desenvolvimento da função simbólica e a formação das figuras geométricas. a maturação do cérebro é progressiva e possibilita a ampliação de processos mentais, perícia do movimento, evolução da fala, por exemplo.ao longo desse processo, a criança desenvolve a memória, criando acervos de experiências, imagens e sons, de acordo com sua experimentação e ação, nos contextos em que vive. com o desenvolvimento da memória, a criança também cria acervos para imaginar. a imaginação precisa ser desenvolvida na infância. Brincar, desenhar, cantar, dançar, ouvir histórias, representar no faz de conta são atividades essenciais para o desenvolvimento da criança nesse período.
Repórter você diz que o desenvolvimento é função da cultura. poderia explicar?
Elvira Souza Lima na verdade esta não é uma ideia recente, mas que tem sido comprovada recentemente com o avanço dos estudos e pesquisas sobre o cérebro humano. o conhecimento sobre o desenvolvimento na infância nos traz a necessidade de ver a criança como ser de cultura, pertencente à espécie humana: daí a importância de integrar os conhecimentos da neurociência, da
antropologia e das artes para que, dessa integração, se retire um modelo de pensamento mais ade
quado para se abordar a infância.a neurociência, principalmente, vem revelando a infância como um período de relevância para a formação humana, configurando, assim, uma nova dimensão da educação infantil. a escola para educação infantil é um espaço de formação humana
das novas gerações, garantindo a continuidade da espécie e a integração das experiên
cias culturais com as possibilidades tecnológicas da sociedade contemporânea.
Repórter Há diferenças nas formas de estímulos para cada idade? se sim, quais?
preendêla. o ato de desenhar não é, simplesmente, uma atividade lúdica, ele é, também, ação de conhecimento. o desenho é, pois, parte constitutiva do processo de desenvolvimento da criança.
a música promove a comunicação entre as pessoas, provoca envolvimento emocional entre elas. cantar, tocar um instrumento, ouvir música são atividades que fazem bem ao ser humano em qualquer idade. na infância, a música é mais importante ainda, pois contribui para o desenvolvimento da criança. as cantigas infantis possibilitam o desenvolvimento da memória auditiva, do ritmo e da melodia, com realizações que estarão envolvidas na apropriação da leitura e da escrita.
nascida em uma cultura que valoriza tanto a música quanto a dança, a criança brasileira é exposta, desde bebê, a uma vivência musical variada. Do mesmo modo, a criança brasileira também tem experiências com a dança nas festas populares, na mídia, nos rituais das tribos, nas celebrações religiosas, nas festas e em outros eventos.
É muito importante que se valorize a vivência musical criando
Elvira Souza Lima sim, o que propiciamos à criança pequena deve ser adequado ao seu período de desenvolvimento. por exemplo, desenhar é uma atividade fundamental dos 3 aos 6 anos. ouvir músicas, cantarolar, dançar e cantar, experimentar sons, ouvir com atenção sons da natureza, por exemplo, são atividades importantes nos primeiros anos da infância. propiciar essas experiências à criança significa, muitas vezes, criar condições para que ela faça isto, dar tempo a ela para realizar estas atividades e prosseguir nelas conforme desejar. Muitas vezes o adulto se preocupa muito em estimular a criança e não dá a ela o tempo necessário para que ela realize atividades em seu próprio tempo. o tempo de exploração dos objetos, de observação, de envolvimento com uma atividade depende do período de desenvolvimento. aprendemos muito observando a própria criança: ela nos ensina, também, como e durante quanto tempo ela se dedica a uma atividade.
Repórter-Qual o papel das brincadeiras nesse processo? Quais brincadeiras você indicaria pela riqueza de recursos que oferece ao cérebro?
ElviraSouzaLima cada brincadeira mobiliza o cérebro da criança segundo os componentes de movimento, orali
dade, ritmo, rima, sequência. cada brincadeira promove o desenvolvi
mento de determinados movimentos do corpo, de sonorizações e linhas
melódicas. cada brincadeira apresenta, portanto, especificidades. a criança precisa
realizar brincadeiras de movimento: andar, correr, saltar. Brincadeiras circulares como as brincadeiras de roda, cantadas ou declamadas. Brincadeiras que desenvolvem a percepção sonora e/ou visual. Brincadeiras que envolvem parlendas e quadrinhas. todas as brincadeiras do folclore e as brincadeiras universais oferecem riqueza de experiências e oportunidades para a criança e atuam, também, no desenvolvimento da imaginação.
Repórter-os contos infantis assumem essa mesma função? se não, qual o papel também dos contos infantis?
ElviraSouzaLima-os contos infantis tradicionais passaram de história oral para a escrita. ou seja, uma tradição oral de séculos, por vezes, foram registradas em algumas culturas e a partir daí permaneceram como acervos para muitas gerações. Muitas histórias foram perpetuadas também pelas dramatizações, tanto com personagens como com bonecos (marionetes de muitos tipos diferentes). Mais recentemente, essas histórias passaram a ser reelaboradas em várias formas de mídia: filmes, animações,
ToDACRiAnçATEmoDiREiToDEConViVERComASDiFEREnçAS.A
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DEixEM QuE a criança viva a sua inFância
podemos iniciar nossa conversa dizendo que toda criança tem direito a viver sua infância. nesse pe ríodo, a criança realiza
inúmeras aprendizagens que servirão para toda a vida. Muitas delas se efetivam por meio de práticas culturais, que, por sua vez, desempenham papel central, e cabe não apenas à família, mas a vários setores da sociedade, garantir sua presença na vida das crianças.
Em seus primeiros anos de vida, a criança obtém duas conquistas importantes: andar e falar. o período que se segue a isso será marcado pelo desenvolvimento da função simbólica (falar, desenhar, imaginar...). as atividades que predominam nesse período são as que envolvem movimento e criação de significados, fazendo com que a criança se desen
volva como um ser de cultura.E que atividades são essas? Dese
nhar, brincar de faz de conta, realizar brincadeiras infantis que envolvam personagens e ações imitativas, cantar, dançar, ouvir histórias, poesias e narrativas da cultura local. É muito importante para a criança a vivência das práticas culturais de sua comunidade e região, pois a elas estão ligadas a percepção de si mesma como parte de um grupo e a formação de sua identidade. a experiência com imagens e com sons é uma parte importante na educação da criança pequena, por isso toda criança precisa desenhar, cantar, ouvir música e brincar.
Em seu processo de desenvolvimento, a criança pequena desenha muito. toda criança vai desenhar indo ou não à escola, ou seja, desenhar faz parte de ser criança. É muito
importante que os adultos respeitem essa atividade, porque enquanto a criança está desenhando, ela está aprendendo muitas coisas. para nós, adultos, pode parecer que desenho não é uma coisa séria como aprender a escrever, mas é. o domínio da forma desenhada também é uma das bases do desenvolvimento da escrita.
todo desenho tem uma ação: para a criança, há sempre uma história no desenho que ela faz. o desenho é uma narrativa: mesmo que para o adulto ele pareça uma representação estática, para a criança ele é ativo, dinâmico, tridimensional. Mesmo que a criança não fale nada enquanto estiver desenhando, ela está “pensando” no que desenha. Então, ao desenhar, a criança trabalha com sua imaginação, cria novas imagens, desenvolve sua memória, organiza sua experiência para com
situações em que a criança possa, diariamente, ter alguma atividade que envolva a música. Muitas das brincadeiras infantis já trazem essa experiência, o folclore brasileiro tem uma variedade muito grande de atividades que envolvem música.
sabemos hoje que a música é importante no desenvolvimento do cérebro e traz muitos benefícios para as aprendizagens que a criança terá mais tarde, na escola.
por exemplo, as músicas cantadas têm rimas. ter sensibilidade à rima, sabese hoje, é um dos componentes essenciais para a aquisição da leitura. o que é ter sensibilidade à rima?
É saber reconhecer rimas e saber fazêlas também.
para a criança que se está constituindo como um ser da cultura, é fundamental entrar em contato constante com a música. para a criança
brasileira, a música é mais do que isso, ela permite dialogar com o outro e contribui para a inserção dessa criança na cultura do nosso país.
as brincadeiras infantis envolvem movimento. Muitas delas fazem com que a criança movimente seu corpo no espaço. isso ajuda, por exemplo, a formar conceitos de localização no espaço, como acima/abaixo, dentro/fora, perto/longe.
Muitas brincadeiras trazem pequenas narrativas, que auxiliam no desenvolvimento da oralidade e do sequenciamento de fatos, como a rosa juvenil [cantiga de roda sobre uma menina, rosa, que é vítima de uma feiticeira e sobre o rei que irá desfazer o feitiço. na brincadeira, as crianças formam a roda; a que vai para o centro será a rosa, e outras duas, de fora da roda, serão a feiticeira e o rei. seguindo as estrofes da música, cada criança deve agir de acordo com o seu personagem. aquelas que estão na roda devem girar e cantar ao redor da rosa]. todas envolvem a memória de movimentos sequenciados em uma
ordem constante. por exemplo, lençoatrás [brincadeira em que os participantes formam uma
EntrevistaconcedidaaPaulaCaires(RevistaProjetosEscolaresEducaçãoinfantil–onlineEditora)emoutubrode2009
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roda, em torno da qual um deles corre levando um lenço na mão e dizendo versos; o lenço deve ser deixado atrás de uma pessoa, que sairá da roda perseguindo o que a escolheu e tentando impedilo de ocupar o lugar deixado vago], coelhinhosaidatoca [cada participante senta em uma cadeira e o que comanda o jogo fica em pé. Quando ele gritar “coelho sai da toca”, todos devem mudar de lugar inclusive o comandante, que deve se sentar. o que ficar de pé sai do jogo e uma cadeira é retirada].
Brincar é necessário para que a criança cresça saudável e não pode ser substituído por outro tipo de ati
vidade. um dos direitos mais fundamentais da infância é ter tempo para brincar e cabe aos adultos criarem essa possibilidade para toda e qualquer criança.
ouvir histórias, ouvir e recitar poesias, parlendas [rima infantil usada em brincadeiras], conversar com outras crianças, ser ouvida pelo adulto são situações que todas as crianças devem ter continuamente. o folclore, as festas tradicionais, as celebrações são também fonte de ampliação da experiência, além de funcionar como oportunidades para a formação da identidade cultural.
o que foi colocado aqui é válido,
igualmente, para as crianças que nascem com alguma diversidade biológica, ou seja, não ouvem, são cegas, possuem alguma síndrome (por exemplo, a síndrome de Down), têm algum impedimento por causa da condição de seu cérebro (paralisia cerebral, por exemplo). para essas crianças, as atividades da infância são tão necessárias como para qualquer outra criança. nesses casos, a sensibilidade dos adultos é muito importante, pois são eles que podem criar condições para que essas crianças brinquem, ouçam música, participem de atividades culturais e festas públicas, entre outras coisas.
novelas e seriados, dramatizações teatrais, desenhos animados. Hoje as crianças têm várias fontes para a experiência com as histórias. Esta tradição gerou, também, a produção específica de literatura infantil e que tomou uma proporção inédita e importante nas últimas décadas.Histórias, contos, lendas e fábulas têm um papel importante na formação da criança e no desenvolvimento da memória e da imaginação. Eles atuam na formação da estrutura da narrativa na memória, que proporciona muitos subsídios para desenvolvimento e aprendizagens posteriores, dentre as quais destacamos a apropriação da escrita e a atividade criativa da mente humana.
Repórter-Qual a importância e o papel da música nesse processo de estímulo e desenvolvimento infantil?
Elvira Souza Lima - o papel da música é enorme, conforme constatado pelas pesquisas na área de neurociência. sabemos disso, também, por meio da antropologia, que nos mostra o papel central que a música tem na organização dos grupos sociais. na verdade, a história da evolução da espécie humana deixa bem claro que a música foi um dos fatores fundamentais de desenvolvimento da espécie, presente antes mesmo da fala. para a criança, a música é fator de humanização, de congregação com os adultos e com as crianças mais velhas. tem um papel na identidade cultural e é fator decisivo no desenvolvimento da função simbólica da criança.
Repórter Há diferenças de funções conforme o tipo de música trabalhada (diferentes ritmos, só cantada ou acompanhada de instrumento...)?
ElviraSouzaLima os diferentes ritmos, tonalidades, harmonização afetam diferentemente o cérebro. Da mesma maneira, vocalizes e canto apresentam particularidades em relação à música instrumental no processamento pelo
cérebro. instrumentos e vozes apresentam um impacto no cérebro quando executados conjuntamente, que difere quando somente instrumento ou somente voz chegam ao cérebro. porém, é importante salientar que todas as formas de música têm um impacto muito grande, como mostram as pesquisas mais recentes sobre música e cérebro. também essas pesquisas revelam que os efeitos variam conforme a idade da pessoa. certo é que, para a criança pequena, a experiência com a música cotidianamente traz impactos duradouros sobre o desenvolvimento infantil. por isso, a música deve estar presente em casa e na escola.
Repórter - o que o processo de alfabetização deve priorizar para ser bemsucedido, independentemente da linha pedagógica seguida?
ElviraSouzaLima com certeza, o desenvolvimento da função simbólica. a formação
na memória das letras, sílabas e palavras e, fundamentalmente, as estruturas da sintaxe. a sintaxe, envolvendo o verbo de ação, principalmente, é eixo da aprendizagem da escrita e da leitura. independentemente do método, se a criança não aprender as dimensões da língua escrita (sintaxe, semântica,
léxico, fonologia e morfologia) não dominará a escrita. Qualquer método
precisa atender à formação na memória dos conceitos de letra, sílaba, palavra,
frase e texto.
Repórter-Existe uma idade certa para dar início ao processo de alfabetização formal? Existe uma idade limite para que a alfabetização esteja concluída?
ElviraSouzaLima apropriarse da língua escrita, sendo capaz de ler e de escrever uma língua, é um processo bem longo. a escrita é muito complexa e tem vários níveis de apropriação: compreender poesia, escrever poesias, escrever um conto tem suas especificidades. Escrever um relatório científico tem outras. um texto jurídico, outras.
assim, podese ir pela vida toda aperfeiçoando e expandindo a compreensão na leitura e a capacidade na escrita.porém, toda criança com 3 anos de escolarização tem a possibilidade de ler compreendendo (ler é compreender) e de escrever textos de algumas
APRoPRiAR-SEDALínguAESCRiTA,SEnDo
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Finalmente, toda criança tem o direito de conviver com as diferenças. a formação ética com respeito à diversidade cultural e à diversidade biológica é uma responsabilidade de todos na sociedade. se a criança não conviver com as diferenças, ela não terá a possibilidade de ampliar sua experiência de vida e compreender que a diversidade é normal na nossa espécie. n
Prof.ªDr.ªElviraSouzaLimapesquisadora em desenvolvimento humano com formação em neurociências, psicologia, antropologia e música. trabalha com pesquisa aplicada às áreas de educação, mídia e cultura.
linhas (5 a 7 no mínimo) com a sintaxe básica, com correção fonológica e ortográfica e utilizando palavras corretamente. isso depende de ensino e prática cotidiana. Do ponto de vista do desenvolvimento, isso pode ser feito a partir do período de 6 a 8 anos.
Repórter- você defende a organização do currículo escolar por ciclos de aprendizagem. o que seriam e como funcionariam?
ElviraSouza Lima -seria melhor pensar na organização curricular segundo os períodos de desenvolvimento humano, que, em muitas prefeituras espalhadas por todo Brasil, são denominados de ciclos de aprendizagem. a aprendizagem dos conteúdos escolares se apoia nos períodos de desenvolvimento. não adianta querer adiantar certas aprendizagens na escola para as quais a criança depende da formação de estruturas no cérebro, estruturas estas que são formadas segundo condições próprias da espécie.
Repórter-o que poderia ser dispensado das aulas pelo fato de as crianças já trazerem consigo naturalmente?
Elvira Souza Lima - Desenhar as figuras geométricas, aprender as cores que estão em seu contexto, nomeálas são coisas que fazem parte do desenvolvimento humano. cantar, também. temos várias aquisições na própria genética da espécie. a escola deve aproveitar essas características do desenvolvimento infantil para ampliar a experiência da criança em cada uma delas.por exemplo, trabalhar com as figuras geométricas para construir formas como com o tangram, fazer maquete de algum local como a escola, ou o bairro, ou ainda sobre o movimento dos astros são atividades escolares que a
criança só fará se for ensinada e orientada. Dessa forma, o currículo deve partir do desenvolvimento humano, sempre com a preocupação de desenvolver a imaginação
Repórter-até que ponto a televisão e a internet ajudam ou atrapalham no processo de desenvolvimento da criança? por favor, explique.
Elvira Souza Lima - televisão e computador não podem extrapolar um tempo diário de uma a duas horas na vida da criança pequena. Em muito países, a recomendação é de uma hora diária a partir dos 3 anos e alguns recomendam que a criança de até 2 anos não seja exposta a nenhum dos dois. isso decorre de pesquisas sobre o desenvolvimento biológico e cultural da primeira infância, incluindose aí as pesquisas sobre o processo de maturação e desenvolvimento do cérebro infantil.
Repórter - o déficit de atenção e a hiperatividade podem ter relação com a influência desses meios na vida das crianças ou esses transtornos da aprendizagem estão relacionados à condição genética da pessoa? por favor, explique.
Elvira Souza Lima - Há um equívoco muito grande atualmente em considerar comportamentos normais das crianças como déficit de atenção e hiperatividade. como consequência, temos muitas crianças sendo medicadas erroneamente, com prejuízos imediatos sobre seu processo de desenvolvimento. os comportamentos identificados como de hiperatividade e déficit de atenção são decorrentes, muitas vezes, dos contextos em que a criança vive, que oferecem poucas oportunidades para que a criança exerça o que é próprio da infância, sendo o brincar um dos mais importantes. n
LiVRoSPuBLiCADoSPELADr.ªELViRASouzALimA
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oLeonardodaVinciimplantou,do1ºao5ºanodoEnsinoFundamental,oProjetomenteinovadoraparacomplementarasdisciplinastrabalhadasnaescola
aproposta do projeto Menteinovadora é estimular as habilidades cognitivas, sociais, emocionais e éticas por meio de jogos de raciocínio. o sistema consiste em, no
início da aula, o(a) professor(a) contextualizar a atividade que será desenvolvida na aula, as regras do jogo e como eles conseguirão alcançar os objetivos.
o projeto trabalha com métodos, como o do semáforo, no qual o sinal vermelho significa que é o momento de parar e observar; o amarelo, que é a hora de raciocinar; e o verde, no qual o estudante vai escolher a melhor estratégia e agir; há o método do detetive, que estimula as crianças a encontrarem a solução do problema por meio de perguntas e respostas; e o método da ave migratória, no qual a equipe vai agir de acordo com o que está sendo direcionado pelo líder. por meio de jogos de raciocínio, a criança é estimulada a aplicar essas metodologias para lidar melhor com situaçõesproblema no seu cotidiano.
“É fundamental o papel do professor como mediador porque ele vai colocar em
prática as ações didáticas e, a partir das situações vivenciadas no jogo, a criança vai criar novos conceitos, novas noções, significados que serão usados em outros momentos de aprendizados na família, na escola”, afirma a professora do Ensino Fundamental, Elenis Durães B. santana.
“Quando a gente vai fazer o caça ao tesouro, há uma hora que a professora pede para a gente parar e observar o que se está fazendo. isso é bom porque a gente consegue olhar de um outro jeito para resolver o jogo”, completa pedro Bernardes, estudante do 1º ano F, de taguatinga. “na verdade o mais legal é que a gente consegue fazer as atividades em grupo”, conta a aluna ana carolina lima vargas, colega também do 1º ano.
todos os professores do leonardo da vinci passaram por um treinamento com a equipe da empresa coordenadora do projeto, Mind lab Brasil, para que eles vivenciassem os jogos e aprendessem quais conceitos, habilidades e objetivos teriam cada um. com a formação continuada presencial, os professores são periodicamente visitados pelos educadores da empresa, que avaliam em conjunto todo o andamento do projeto, ministram atualizações para os professores, dando total apoio e segurança à instituição de ensino. nPatríciaCarbriassessora de comunicação
as instituições de ensino enfrentam novas necessidades, decorrentes da mudança de paradigmas na Educação do século xxi, em que o desenvolvimento de habilidades e
competências ganha um papel relevante em questões acerca de: como educar a criança para um mundo globalizado? como preparar o jovem para o novo mercado de trabalho?
sendo assim, a educação está imersa em um novo tempo em que as informações não são suficientes, é preciso aprender a processar e a usar adequadamente essas informações para transformálas em novos conhecimentos. Escolas, sem exceção, estão em processo de “renascimento”, adaptandose à nova realidade que requer educar o indivíduo para ser capaz de enfrentar situações reais do mundo atual.
no mundo de hoje, ser competente pressupõe aceitar desafios, mobilizar o conhecimento e ter criatividade para enfrentar o novo, o desconhecido, partindo em busca de novas formas de resolver situações e problemas que se apresentam nesta mesma velocidade. o indivíduo competente é aquele capaz de transformar conhecimento em soluções para problemas concretos da vida.
Mas como tratar essa questão na Educação Básica? como transformar esse desejo em realidade? precisamos de uma “nova disciplina” que focalize o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais necessárias para desenvolver competências para a vida moderna. Essa é a nossa visão.
partindo dela, reunimos recursos didáticos, conhecimentos sobre o desenvolvimento humano e técnicas de ensinoaprendizagem em uma metodologia, de nome Menteinovadora, que estabelece o mesmo grau de importância para o jovem aprendiz, o professor e os recursos didáticos, assim possibilitando que o “evento de aprender” seja mais significativo.
sabemos que a atribuição de significado provoca a atenção, o interesse, a motivação e a participação do aluno no processo de aprendizagem. Ele se sente pertencente a esse processo, cúmplice, coautor: o processo
é vivido como uma construção conjunta entre professor e alunos.
nessa metodologia, o professor é um provocador da construção de conceitos, do tratamento das informações, do incentivo à pesquisa. Ele é um verdadeiro mestre que considera o conhecimento do outro e entra nessa relação como alguém que vai colaborar para o desenvolvimento da autonomia. Enfim, um professormediador.
E para criar uma experiência de aprendizagem que simule situaçõesproblema do mundo real, utilizamos jogos de raciocínio, um recurso didático prazeroso e provocante no qual o aluno se envolve e se abre para a aprendizagem de estratégias e modelos de raciocínio que são os “conteúdos” da “nova disciplina”.
observamos que assim as crianças naturalmente aprendem a pensar sobre o próprio
pensamento e se apropriam de estratégias não só para jogar melhor, mas
com recursos internos para serem utilizados em todas as
situações da vida cotidiana e em componentes curriculares, como Matemática, português, ciências, História, entre outras.
a “nova disciplina”, proposta para desenvolver habilidades e com
petências, aplicase em uma aula semanal de 50
minutos, para alunos desde a Educação infantil até o Ensino
Médio. a organização curricular é composta por passos (inicial, 1, 2, 3 e 4)
para atender crianças e jovens nas diferentes faixas etárias (de 4 a 17 anos). os passos estão subdivididos em módulos de acordo com os objetivos gerais das aulas que os compõem, como por exemplo: “unindo Forças”, “analisando informações”, “tomada de Decisões”, “planejando o futuro”, “Gerenciamento de recursos”, entre outros. n
SandraReginaRezendegarcia,pedagoga, Diretora pedagógica do Menteinovadora, Mestre em psicologia na área do Desenvolvimento Humano e processo Ensino aprendizagem pela universidade de são Marcos, pósgraduada em psicomotricidade no programa de Enriquecimento instrumental pelo instituto superior de psicomotricidade e Educação – ispEGaE, em são paulo. É autora do livro Mediação da aprendizagem – contribuições de Feuerstein e vygotsky em parceria com Marcos Méier.
HaBiliDaDEs E coMpEtênciasna EDucação Básica
AEDuCAçãoESTáimERSAEmumnoVo
TEmPoEmquEASinFoRmAçõESnãoSãoSuFiCiEnTES
aprEnDEr
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afamília Marques foi destaque na edição nº 38 desta revista. À época, o caçula da família, João Marcos correia Marques,
era um dos 176 alunos do leonardo da vinci aprovados no vestibular de julho/2010 da universidade de Brasília. Ele ainda não havia concluído o Ensino Médio e conquistou o 4º lugar na classificação geral no curso de Engenharia Mecatrônica, primeiro lugar de todas as engenharias. Hoje, de cabeça raspada, ele comemora sua tripla vitória: a primeira colocação geral da unB, o 1º lugar no pas e um Ford Focus 0 km dado pelo leonardo da vinci na promoção “Estudante 1º lugar”.
João começou a estudar no leonardo da vinci no 3º ano do Ensino
Fundamental. “além de muito inteligente, estudioso, dedicado e comprometido, ele sempre foi muito humilde e teve o acompanhamento da família, que esteve muito presente na vida escolar dele”, lembra o Diretor de planejamento e de Gestão pedagógica, prof. sérgio Brum. a irmã mais velha do João, carolina, também estudou no leonardo da vinci, passou no vestibular para Economia, na unB, na metade do 3º ano, com 17 anos. Formouse com 21 anos e está cursando o mestrado de Economia da usp, com 22 anos. a outra irmã, Mariana, passou pelo pas para Medicina com 18 anos e já está cursando o 3º ano na unB, feliz com a sua escolha.
“são vários fatores importantes para o sucesso dos meus filhos. Estu
João MarcosDupla vitória na unB
EleconquistouamelhorcolocaçãonoPASevestibulardaunB,éoprimeiroestudantedoLeonardodaVincia
ganharumcarro0Kmdapromoção“Estudante1ºLugar”erevelaqueosegredoparapassarnovestibularébemmaissimplesdoquesepossaimaginar.
dar, relembrar as matérias básicas – até hoje, por exemplo, algumas pessoas têm dificuldades nas operações matemáticas essenciais – e manter em dia as matérias do ano. E a família é também muito importante. aqui em casa a gente sempre teve o costume de estimular um ao outro. Deus também me ajudou bastante, dando calma e paciência para eles estudarem”, explica a mãe, Magaly correia Marques.
João explica que a promoção do leonardo da vinci, que daria um carro para o estudante que conquistasse o primeiro lugar do vestibular, pas ou Enem também foi um estímulo. “lá em casa, ninguém ganhou carro por passar no vestibular. Estava contando em dividir o carro com a minha irmã, que também estuda na unB”, revela o jovem, já matriculado na autoescola. “Desde o começo do ano, ficava brincando com o diretor: ‘cadê meu carro?’ Mas não levava fé no primeiro lugar, não”, conta. n
PatríciaCarbriassessora de comunicação
D i C A So estudante ganhou o carro, pois passou
bem no vestibular. Mas tudo isso é o resultado da dedicação e disciplina. Enganase quem pensa que João Marcos sacrificava os momentos de lazer e descontração. confira as dicas que João Marcos deu para quem quer passar no vestibular.
•Presteatençãoàsaulas: a primeira dica é simples e direta, procure estar atento no que é passado pelo professor. “Ele prepara a matéria como um resumo de vários livros. É claro que é difícil estar atento 100% do seu tempo, mas compensa quando você vai revisar a matéria, porque tudo vai estar mais claro”.
•Seja curioso: uma boa estratégia para estar atento às aulas é procurar ter curiosidade. se você tem dúvidas, não espere para perguntar, caso o assunto seja interessante, peça a indicação de fontes para mais informações. “sempre fui muito curioso e nunca tive problemas para perguntar e tirar as dúvidas que tinha sobre os assuntos”.
•Façaodeverdecasa: se você prestou atenção na aula, fazer a tarefa de casa vai servir para fixar mais o conteúdo. “É importante você fazer as tarefas de casa no dia que teve a aula, porque vai facilitar muito para memorizar e revisar o que foi ensinado em sala de aula”, explica João.
•Ensine: outra boa maneira de fixar o conteúdo é ensinar os colegas, ajudálos nas matérias que eles têm dificuldades e procurar ajuda quando se tem dificuldade.
•Leitura: João se preparou para as provas lendo além dos livros recomendados pelos organizadores do pas, Enem e vestibular unB. “Eu acredito que eles não querem saber se você leu o que eles indicaram, provavelmente eles querem avaliar é a sua capacidade de interpretação, de estar atualizado. Então leia além do que é pedido, procure livros sobre assuntos de que goste”.
•Descanse: segundo João Marcos, não é necessário “se matar de estudar”, ele não fez cursinho para passar nas provas da unB. praticava esportes, ia para as festas, namorava. “o segredo é conseguir equilibrar diversão com responsabilidade. você não vai ficar até o fim da festa quando tem uma prova no dia seguinte”.
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considerando que o processo ensinoaprendizagem se configura por intermédio da participação e envolvimento, além de motivacão, é evidente que os nossos estudantes precisam ser estimulados a desenvolver atividades coletivas que os
façam refletir, debater, questionar, propor, criar e planejar. partindo desse prisma, a equipe de professores de Filosofia do Ensino Fundamental desenvolveu um projeto que visou promover a autonomia dos estudantes, no sentido de tornálos pequenos investigadores e amantes da pesquisa.
Distanciandose da ideia de que o professor é mero transmissor de conhecimento e a Filosofia, uma disciplina não prazerosa, o projeto intitulado “filojogando” propôs um convite à diversão e à reflexão criativa. os educandos da sétima série do Ensino Fundamental, organizados em pequenos grupos, deveriam desenvolver um jogo que ressaltasse os temas filosóficos trabalhados em sala de aula. os jogos poderiam ser de vários formatos: tabuleiro, twister, jogo da memória, caçapalavras, entre outros. os pontos analisados para a avaliação seriam a criatividade, a compreensão e assimilação dos conteúdos previamente trabalhados em sala.
a participação na atividade se transformou em um momento ímpar de alegria, sociabilidade e aprendizagem significativa. as apresentações dos trabalhos foram surpreendentes, ultrapassando todas as expectativas, dado que muitas das indagações e respostas geradas demonstraram uma dedicação admirável de todos os grupos nas três unidades de nossa instituição.
Evidenciase, portanto, que o belo desafio de proporcionarmos aos nossos jovens momentos de encantamento e de reflexividade criativa em busca de novas práticas e novos saberes são necessários a uma aprendizagem enaltecedora. n
EquipedeFilosofia
Ensino DE FilosoFianovas práticas, novos saBErEs
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AnnaCálidaghazalehTajracontaahistóriadeumagarotacomsuperpoderes.
uma garota sofre um acidente no laboratório de ciências e passa a ter superpoderes. no início tudo é uma grande descoberta, mas como diria o tio do Homem aranha, Ben parker,
“com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”, ela se vê como “a Heroína da Escola”, título do primeiro livro escrito pela aluna anna cálida Ghazaleh tajra, da unidade norte. Escrito no decorrer do ano passado, ele foi lançado no dia de comemoração do 11º aniversário da estudante.
Esse é o primeiro livro da escritora. De acordo com o pai, Haroldo Feitosa tajra, “até agora ela não tinha demonstrado grande interesse na escrita, mas, influenciada por um programa do leonardo da vinci, ela demonstrou um grande interesse pela leitura, já tendo lido inclusive alguns livros mais robustos, com mais de 200 páginas”.
anna fez a maioria das ilustrações da publicação, escreveu o livro imaginando como ele seria no final e já planeja escrever outros. inclusive está escrevendo mais um, mas ainda não revela os detalhes da próxima história. para o pai foi uma surpresa quando ela contou que o livro estava pronto: “não acredito que ela tenha tido a ideia de passar uma mensagem específica, mas a ideia geral é que ler e escrever pode ser uma grande brincadeira, um grande prazer, no qual a imaginação pode fluir e alçar voos fantásticos, como toda brincadeira de criança”. n
“a HEroína Da Escola”
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EsportE,MEtáFora Da viDanalinhadechegada,podenãotermedalhanemtroféu,mastodosvãoganhar.
Quando criança, eu era uma negação em qualquer esporte. tentei o vôlei, aos 15 anos, achando que ia passar
de 1,53 m de altura, mas fiquei na tentativa. não cresci nenhum centímetro a mais.
Bola, pra mim, era um objeto com vontade própria. por mais que eu desse as ordens, ela teimava em me contrariar. ainda tentamos nos entender até hoje. procurei algumas de menor circunferência e passei a me relacionar um pouco melhor com elas. agora, bolas de tênis.
Entre backhands, forehands, smashes, aces e tal, dei uma boa melhorada no meu inglês.
não herdei de minha família a tradição esportiva. Educação física era algo apenas para cumprir as obrigações no boletim escolar e nada mais. E, apesar da minha inaptidão para o esporte, sempre tive por ele uma atração enorme, tanto que se tornou minha ferramenta de trabalho.
obviamente, meu filho, Daniel, receberia uma herança esportiva
bem mais rica do que a minha.aos 3 aninhos deu as primeiras
braçadas nas aulas de natação e, aos poucos, foi experimentando outros esportes: futebol, tênis, tae-kwon-do.
lembro que sua primeira aula de futebol, aos 7 anos, foi um drama. Queria desistir, voltar pra casa. ninguém lhe passava a bola. Quando isso acontecia, ele, assim como a mãe, não sabia exatamente o que fazer com ela.
pois bem, todas as crianças têm o direito de ter medo. Mesmo nós adultos que já tivemos várias oportunidades de vencêlos, também temos. o medo é essencial para a sobrevivência do indivíduo, mas a socialização também.
É preciso melhorar a autoconfiança, estimular na criança a ideia da superação. E isso só é possível com algumas tentativas. sozinha, no primeiro obstáculo, ela vai desistir e é por isso que pais e professores têm o papel fundamental de mostrar os caminhos, dar as oportunidades, mas sempre respeitando seus limites, sem jamais pressionar.
a metáfora do esporte é perfeita para que nossos filhos aprendam, desde cedo, a vencer obstáculos.
Grande parte dos elementos da vida cotidiana está presente em quatro linhas, ou numa raia de piscina,
ou numa pista de corrida: o desafio, a disciplina, o tempo para cumprir tarefas, o respeito, a conquista.
Existem 33 modalidades esportivas olímpicas, fora a capoeira, surf, dança etc. Dificilmente a criança não vai se identificar com alguma dessas atividades.
Daniel voltou para a segunda aula de futebol, a terceira, a quarta...
sete anos e muitos gols se passaram sem que as aulas despertassem nele o sonho de se tornar atleta. apenas fizeram desse esporte o seu lazer preferido, o lugar das novas amizades, o ponto de encontro da molecada do colégio.
Bem, sob esses aspectos, a internet é uma forte concorrente, mas é por isso mesmo que, nessa tarefa de maternidade, não dá pra descansar.
Meu esporte preferido é verbal e eu recomendo: “queda de braço”, todo dia, para que ele não perca os melhores anos da vida em frente à tela de um computador. n RosaneAraújo, Editorachefe do programa corujão do Esporte, da tv Globo, autora de “Manual do pequeno atleta” e mãeatleta perseverante de Daniel, de 14 anos.
Fonte: revista crescer, disponível em:</http://glo.bo/i8r2sx>/
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JeanPiaget(18961980)
Epistemólogo e Biólogo
na última semana de março, o secretário de Justiça do Distrito Federal, alírio neto, ofereceu a palestra “viva a vida! Droga, comigo não rola” para os alunos do Ensino Médio de todas as unidades do leonardo
da vinci. a ideia é levar informações aos jovens sobre os riscos das drogas, por meio de palestras preventivas. “nessas palestras, passamos por três etapas: conscientização, choque, por mostrar matérias de jornais e fotos reais, e demonstração de que, como cidadãos, eles estão submetidos às leis”, explica o secretário.
o estudante Mateus Marques, da 2ª série E, unidade taguatinga, contou que a palestra foi muito esclarecedora. “porque, na realidade, por mais que a gente pense que tem o conhecimento total do assunto, na verdade não tem. Quando vem um profissional da área que tem histórias reais para contar tudo fica muito mais claro e real”, explica.
a coordenadora Disciplinar da unidade sul, prof.ª Maria do carmo, considerou a palestra excelente. “a adequação da linguagem para o nível dos alunos, o fato de trazerem imagens reais e impactantes, tudo isso fez com que os alunos ficassem atentos ao assunto e refletissem seriamente sobre a realidade”.
o leonardo da vinci também participa do programa Educacional de resistência às Drogas e à violência (proErD), um dos principais projetos da polícia Militar. “o proErD trabalha com as escolas nas séries iniciais e, principalmente, o 5° ano. Ele já atendeu a 13.000.000 de crianças no Brasil e a 450.000 no DF. o programa é uma experiência da parceria entre polícia, Escola e Família”, disse o coronel Walter santos sobrinho, chefe do centro de polícia comunitária e Direitos Humanos. n
PatríciaCarbriassessora de comunicação
DRogA,ComigonãoRoLAviva a viDa!
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