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Evolução do Pensamento Administrativo
Unidade 2
Celina Martins
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Sumário
Introdução ........................................................................................................ 27
Objetivos........................................................................................................... 28
Estrutura da Unidade ...................................................................................... 28
Unidade 2: Evolução do Pensamento Administrativo
Tópico 1: Organizar e Administrar como Práticas Seculares .......................... 29
Tópico 2: Revolução Industrial e o Surgimento da Grande Indústria .............. 31
Tópico 3: Teorias em Administração ................................................................. 33
3.1 Ideias Centrais da Administração Científica ............................... 33
3.2 Ideias Centrais da Teoria Clássica ............................................. 35
Tópico 4: Processo Administrativo .................................................................. 39
Resumo ............................................................................................................ 40
Leitura Complementar .................................................................................... 41
Referências Bibliográficas ............................................................................. 42
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A tarefa de administrar e organizar tarefas e indivíduos em prol de um objetivo comum pode ser verificada desde 5.000 a.C. A partir da utilização do uso das máquinas, com o advento da Revolução Industrial, houve a necessidade de aplicação de técnicas científicas nas organizações.
O primeiro autor a considerar o método científico para reduzir o desperdício e aumentar a produtividade foi Frederick Winslow Taylor, implementando o estudo dos tempos e movimentos com análises voltadas para a produção. Já Henri Fayol complementou as ideias de Taylor considerando a visão dos níveis gerenciais e das cinco funções da administração.
Nesta unidade, estudaremos a evolução do pensamento administrativo, — destacando que a tarefa de organizar e administrar são prática seculares —, a relação entre a Revolução Industrial e o Surgimento da Grande Indústria e as ideias principais das duas primeiras teorias a respeito da administração.
Vamos mergulhar em um pouco de história sobre a administração?
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Estrutura da Unidade
Objetivos Após completar este módulo de estudo, você estará apto a:
1. Reconhecer a evolução do pensamento administrativo;
2. Descrever como as transformações dar evolução industrial evidenciaram a necessidade de conhecimentos administrativos;
3. Identificar as principais contribuições de Frederick Winslow Taylor e Henri Fayol;
4. Compreender as funções do processo administrativo.
1. Organizar e Administrar como Práticas Seculares;
2. Revolução Industrial e o Surgimento da Grande Indústria;
3. Teorias em Administração;
3.1 Ideias Centrais da Administração Científica;
3.2 Ideias Centrais da Teoria Clássica;
4. Processo Administrativo.
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1. Organizar e Administrar como Práticas Seculares
Como abordamos na introdução, a tarefa de organizar e
administrar são práticas seculares.Agora, vamos compreender
os fatores históricos que criaram a administração como
conhecemos hoje.
A administração como um processo sistemático como nos dias atuais é relativamente nova, contudo, a adoção de práticas administrativas e organização dos indivíduos já existe há séculos.
Sobral e Peci (2008) descrevem que a palavra administração originou-se do latim: ad como direção, tendência para e minister como subordinação ou obediência; assim, envolve as ações e o desempenho de atividades ou tarefas de direção em prol de um grupo.
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Veja, a seguir, uma representação visual da evolução da administração na sociedade.
Existem registros de que os sumérios faziam atividades comerciais e governamentais desde 5.000 a.C.
Existem exemplos de grandes projetos, desde 4.000 a.C., que envolveram muitas pessoas, tais como as pirâmides egípcias e a Muralha da China.
Sumérios
Grandes Projetos
As organizações militares aplicam diversos conceitos e técnicas de administração, como disciplina, hierarquia, logística, planejamento e recursos humanos desde 3.500 a.C.
Organizações Militares
O Império Romano utilizou técnicas de organização e comunicação entre VII a.C. e IV a.C.
Império Romano
Durante o Renascimento, no século XVI, houve a invenção da contabilidade.
Renascimento
Sobral e Peci enfatizam alguns exemplos da participação da administração há séculos, conforme apresentado aqui.
A Revolução Industrial e o surgimento da
Grande Indústria foram os primeiros indícios
da necessidade da administração como
conhecemos hoje. Vamos, agora, estudar um
pouco sobre este tema.
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2. Revolução Industrial e o Surgimento da Grande Indústria
A Europa Ocidental passou por um processo de grande transformação na produção devido a avanços de algumas técnicas, processo este que foi denominado Revolução Industrial. Esses avanços estavam ligados, principalmente, ao uso das máquinas, que permitiram o aumento da produtividade, a redução dos preços e o aumento do consumo (ANDRADE; AMBONI, 2007).
As primeiras indústrias a implantar máquinas foram as de fiação e tecelagem. Homens, mulheres e até crianças trabalhavam nas máquinas que funcionavam, primeiramente, pela força hidráulica e depois, a vapor. A Inglaterra foi o primeiro país a desenvolver a industrialização (ANDRADE; AMBONI, 2007).
A Revolução Industrial passou por dois momentos, cada qual influenciou a indústria, a agricultura e as organizações. Vamos ver algumas dessas influências.
FASE 1Mecanização da indústria e da
agricultura – o trabalho do homem é substituído pelo de uma máquina.
FASE 3
Desenvolvimento
FASE 2Aplicação da força motriz
à indústria – o trabalho, que antes era desenvolvido por artesãos em pequenas
oficinas, passa a ser desenvolvido em fábricas.
do sistema fabril – os artesãos são substituídos por operários de fábrica. O artesão, que realizava todas as etapas do processo produtivo, passa a executar
somente uma parte por causa da divisão do trabalho.
FASE 4
Aceleramento dos transportes e das comunicações– foram inventados o telégrafo elétrico e o selo.
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Já a Segunda Revolução Industrial foi evidenciada, segundo Andrade e Amboni (2007, p. 46), por: “Substituição do ferro pelo aço e do vapor pela eletricidade; pelo aumento da especialização do trabalho; e pelo desenvolvimento de novas formas de organização capitalista”.
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3. Teorias em Administração
Para desempenhar suas atividades, o gestor necessita de ferramentas. Essas ferramentas são as teorias, ou seja, os instrumentos que o gestor tem para analisar e definir suas estratégias, fornecendo o conceito e a capacidade de diagnóstico para que seja possível compreender a organização, planejando a ação organizacional e realizando o diagnóstico da situação. Nem sempre o gestor dispõe de ferramentas prontas para serem aplicadas, assim, ele necessita moldar estratégias para cada situação específica de acordo com as mudanças do mercado.
Vamos estudar, agora, as principais ideias das duas primeiras teorias da administração.
3.1 Ideias Centrais da Administração Científica
O principal representante da Administração Científica foi Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), que também é conhecido como o “O Pai da Administração Científica”. Nascido na Pensilvânia, iniciou sua carreira como aprendiz de torneiro em uma empresa de bombas hidráulicas. Em 1878, foi trabalhador da usina siderúrgica Midvale Steel, em que chegou ao cargo de engenheiro chefe, visto que, naquele período, formou-se como mestre em engenharia.
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A principal preocupação de Taylor estava relacionada com os problemas fabris, envolvendo, principalmente, os desperdícios existentes nas operações. Foi por meio de observações, experiências e estudos sobre o sistema administrativo existente que ele desenvolveu a Administração Científica.
A principal obra de Taylor foi “Princípios de Administração Científica”, de 1911, em que descreveu uma série de princípios na busca de uma gestão eficiente do trabalho, enfatizando que, com um treinamento rápido e adequado, um trabalhador poderia desenvolver a tarefa desde que fosse “especificado o que deve ser feito e também como deve ser feito, além do tempo exato concebido para a execução” (TAYLOR, 1948 apud SOBRAL; PECI, 2008, p. 38).
Taylor foi o primeiro a pensar em regras mínimas para o funcionamento de uma organização. As ideias de Taylor foram fundamentais para determinar a organização, sendo até hoje aplicadas em diversas organizações. Seu objetivo era substituir o empirismo pela ciência, em que sua forma de administrar era baseada no método, por exemplo: na cronometragem do tempo, na medição de movimento humanos, na aplicação do estudo entre o tempo e o movimento, na análise do trabalho. Estes métodos foram denominados como ORT – Organização Racional do Trabalho.
Importante
Para esse autor, existia a The one best way (única maneira certa para desempenhar cada tarefa), que aumentava a eficiência e ampliava o rendimento ou a produtividade da organização. Para obter esta maneira certa, é necessário analisar as diferentes fases do trabalho e estudar os movimentos necessários para executá-lo, de forma a dividi-lo e simplificá-lo ao mínimo.
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Diante destas análises, é possível eliminar todo o esforço desnecessário e buscar uma sequência de tarefas, em que as atividades são rápidas e eficientes, ao passo que os trabalhadores poderiam ser pouco qualificados, necessitando apenas de um treinamento rápido e com custo baixo (SOBRAL; PECI, 2008).
3.2 Ideias Centrais da Teoria Clássica
Henri Fayol (1841 – 1925) foi o precursor da Teoria Clássica. Nascido em Constantinopla, formou-se como engenheiro de minas, em 1860. Neste mesmo ano, foi contratado por uma mineradora e metalúrgica francesa denominada Comambault. Em 1888, foi promovido a diretor-geral, no momento em que a empresa estava com dificuldades financeiras, e implementou diversas mudanças, fechou fábricas, lançou novos produtos e, quando se aposentou, a empresa estava consolidada financeiramente.
Além do estudo de tempos, movimentos e divisão do trabalho, Taylor é o primeiro a perceber a importância da seleção científica do trabalhador, isto é, o trabalhador deveria possuir capacidades e aptidões direcionadas para a função a ser desenvolvida. O autor ainda considerava que o homem era movido por incentivos materiais, visto que o trabalhador precisava se sustentar e também à sua família. A partir desse pensamento, foi implementado um sistema de remuneração por peça, em que o trabalhador recebia em função da peça produzida, o que aumentava seu incentivo individual em produzir.
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A Teoria Clássica complementa os ideais da Administração Científica pois, enquanto Taylor estava preocupado com as operações e as funções desempenhadas pelos operários com uma visão da organização da base para o topo, Fayol tinha foco na estrutura da organização e nos níveis gerenciais com uma visão do topo para a base. Veja a seguir.
Para Fayol, a organização era composta por um conjunto de partes ou funções, encabeçadas por uma função administrativa. Qualquer organização só poderia ser compreendida a partir da análise do todo e de suas partes, já que a visão centrada em uma só parte permite apenas uma compreensão parcial e limitada da mesma.
Diante desta visão do todo, Fayol divide as operações empresariais em seis partes (SOBRAL; PECI, 2008), sendo:
Operações Técnicas
Responsável pela atividade fim da organização: sendo produção, fabricação ou transformação de produtos;
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Operações Comerciais Responsável pela compra de matéria-prima e
venda de produtos;
Operações Financeiras Responsável pelas finanças e pelo capital da
organização;
Operações de Segurança Responsável pela estabilidade das pessoas e
dos bens da organização;
Operações de Contábeis Responsável pela contabilidade (inventários,
registros, balanços) da organização;
Operações
Administrativas Responsável pela harmonização de todas as outras funções através da previsão, organização, comando, coordenação e controle.
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Veja abaixo uma representação visual desses conceitos:
Operações Administrativas
Operações de Contábeis
Operações de Segurança
Operações Financeiras
Operações Comerciais
Operações Técnicas
Fayol foi o primeiro a ter foco na administração, definindo que “administrar” envolve cinco funções básicas. Sobral e Peci (2008) apresentam estas funções, definindo-as da seguinte maneira:
Prever – traçar plano para o futuro;
Controlar – acompanhar se o resultado obtido
está de acordo com o previsto.
Organizar – alocar os recursos disponíveis
da organização;
Comandar – orientar o pessoal;
Coordenar – harmonizar as ações que estão
sendo desenvolvidas;
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Além das operações e das funções básicas, Fayol elaborou o que ele denominou como Princípios de Administração, são eles: autoridade e responsabilidade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação, remuneração do pessoal, centralização, hierarquia, ordem, equidade, estabilidade de pessoal, iniciativa e espírito de equipe. É fundamental perceber que muitos desses princípios ainda são adotados nas organizações da atualidade.
4. Processo Administrativo
Henri Fayol definiu que o processo administrativo envolve cinco funções interligadas. Vamos relembrá-las agora? São elas: “prever”, “organizar”, “comandar”, “coordenar” e “controlar”. Diversos são os livros que ainda seguem essas funções, contudo, as funções “comandar” e “coordenar” foram agregadas na nova função: “dirigir”. Apesar de quatro funções distintas, elas são inter-relacionadas e interdependentes (SOBRAL; PECI, 2008).
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Nas próximas unidades de aprendizagem,
serão descritos cada uma das funções do
processo administrativo: Planejamento,
Organização, Direção e Controle.
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Nesta unidade de aprendizagem, vimos que a administração como um processo sistemático é algo relativamente novo. Contudo, a adoção de práticas administrativas e a organização dos indivíduos em prol de um objetivo comum já existe há séculos. Existem evidências que comprovam a utilização da mesma desde 5.000 a.C. a partir dos sumérios.
A Revolução Industrial e o surgimento da Grande Indústria foram os primeiros indícios da necessidade da administração como conhecemos hoje. Com o desenvolvimento do sistema fabril, o aceleramento dos transportes e das comunicações, a aplicação da força motriz à indústria e a mecanização da indústria e da agricultura percebeu-se a necessidade de aplicação de técnicas científicas e sistematizadas no interior das organizações.
A partir dessa necessidade, surgiram as teorias da administração que tornaram-se fundamentais para o gestor, pois são as ferramentas que ele tem para analisar e definir suas estratégias, fornecendo o conceito e a capacidade de diagnóstico da situação organizacional.
As duas primeiras teorias foram apresentadas. A primeira foi a Administração Científica, desenvolvida por Taylor, que tinha como principal base a redução dos desperdícios para o aumento da produtividade por meio da análise das atividades da produção. A segunda foi a Teoria Clássica, desenvolvida por Fayol, tendo ênfase nas operações empresariais e na definição das funções da administração.
Por fim, descreveu-se o processo administrativo com as referidas funções: planejamento, organização, direção e controle.
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Para obter mais informações sobre o tópico 3 e outras teorias da administração, sugerimos a leitura do Capítulo 2: A Evolução do Pensamento em Administração do Livro: SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008.
Para obter mais informações sobre o desenvolvimento da Revolução Industrial e sua influência na administração, sugerimos a leitura do seguinte texto:
SILVA, Patrícia Carla da. Revolução Industrial. Portal dos Administradores. 21 Janeiro 2009. <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/revolucao-industrial/ 27484/>. Acesso em: 08 fev. 2014.
Com intuito de ajudar na sua compreensão a respeito da contribuição da Administração Científica para as organizações do século XXI, sugerimos a leitura do seguinte texto:
SANTOS, Valério Givisiez Vilete. A Administração Científica e sua colaboração para as organizações do Século XXI. FACE<http://www.facefaculdade.com.br/arquivos/revistas/A_Administrao_Cientifica_e_sua_colaborao_para_as_Organizaes_do_Sculo_XXI.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2014.
Para mais informações sobre a contribuição de Fayol para as estratégias organizacionais, bem como a evolução histórica da administração no Brasil, sugerimos a leitura da seguinte dissertação:
SOUZA, Edson Miranda. A contribuição de Henri Fayol para o desenvolvimento de estratégias organizacionais. 2009. 120f. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade FUMEC. Faculdade de Ciências Empresariais, Belo Horizonte. 2009 <http://www.fumec.br/anexos/cursos/mestrado/dissertacoes/completa/edson_miranda_souza.pdf>. Acesso em: 08 fev. 2014.
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ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de; AMBONI, Nério. Teoria geral da administração: das origens às perspectivas contemporâneas. São Paulo: M. Books, 2007.
SOBRAL, Filipe; PECI, Alketa. Administração: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. Capítulo 1 e Capítulo 2.
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