ECONOMIA DA SAÚDE
CURSO LIVRE OPTATIVO DE
LICENCIATURA DE MEDICINA/CURSO DE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA
Pedro Telhado Pereira
Introdução e o Crescimento das Despesas em Saúde
PPBarros, cap. 1, 2 e 4
Plano Nacional de Saúde 2004-2010
Evolução dos valores dos indicadores em Portugal Continental
(2001-2009) Julho de 2011
Valor das Regiões (NUT II do D.L. de 1999) em relação ao do Continente
WHO Evaluation of the National Health Plan of Portugal (2004–2010)
Summary of performance indicators likely to meet their targets by 2010
Plano Nacional de Saúde 2012–2016 INDICADORES E METAS EM SAÚDE
Comparações internacionais
HEALTH STATUS (MORTALITY)
Life expectancy, Total population at birth, Years
1974 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007 2008
Austria 71,1 71,2 72,6 73,8 75,5 76,6 78,1 79,5 79,9 80,1
Belgium 72,1 72,1 73,3 74,6 76,1 76,9 77,8 79,0 79,5 79,8
Czech Republic 70,2 70,6 70,4 71,2 71,5 73,3 75,1 76,1 76,7 77,0
Denmark 73,7 74,0 74,3 74,6 74,9 75,3 76,8 78,2 78,4 78,4
Finland 71,2 71,7 73,6 74,4 75,0 76,6 77,7 79,1 79,5 79,5
France 72,8 73,0 74,3 75,4 76,9 77,9 79,1 80,2 80,7 81,0 80,9
Germany 71,5 71,4 72,9 74,3 75,3 76,6 78,2 79,4 79,8 80,0
Greece 74,5 76,0 77,1 77,7 78,0 79,3 79,6 79,5
Hungary 69,5 69,4 69,1 69,1 69,4 69,9 71,7 72,8 73,2 73,3
Iceland 0,0 76,1 76,7 77,6 78,0 78,0 80,1 81,2 81,2 81,2
Ireland 72,9 73,4 74,9 75,5 76,6 79,5 79,8 79,7
Italy 72,6 72,7 74,0 75,5 77,1 78,3 79,8 80,8 81,4
Luxembourg 70,8 70,8 72,8 73,8 75,5 76,8 78,0 79,5 79,4 79,4
Netherlands 74,6 74,6 75,9 76,4 77,0 77,5 78,0 79,4 79,8 80,2
Norway 75,0 75,1 75,9 76,1 76,7 77,9 78,8 80,3 80,5 80,6
Poland 71,2 70,6 70,2 71,1 70,7 72,0 73,9 75,1 75,3 75,4
Portugal 68,1 68,4 71,4 73,0 74,1 75,4 76,7 78,1 78,9 79,1
Slovak Republic 70,3 70,3 70,6 70,8 71,0 72,4 73,3 74,0 74,3 74,3
Spain 73,3 75,4 76,4 77,0 78,1 79,4 80,3 81,1 81,0
Sweden 75,0 75,0 75,8 76,8 77,6 78,8 79,7 80,6 80,8 81,0
Switzerland 74,4 74,8 75,6 77,0 77,5 78,6 79,9 81,4 81,7 81,9
United Kingdom 73,2 74,7 75,7 76,6 77,9 79,1 79,5
United States 72,1 72,7 73,7 74,7 75,3 75,7 76,8 77,8 78,1
Esperança de vida - 2009
HEALTH CARE RESOURCES
Practising physicians, Density per 1 000 population (head counts)
1974 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2006 2007
Austria 1,43 1,46 1,66 1,88 2,21 2,66 3,12 3,54 3,66 3,75
Belgium 1,77 1,89 2,31 2,84 3,27 3,54 3,86 4,02 4,02 4,03
Czech Republic 1,98 2,01 2,26 2,58 2,71 3,00 3,37 3,56 3,57 3,57
Denmark 2,50 2,70 3,09 3,17
Finland 2,21 2,67 2,91 2,95
France 1,47 1,54 2,01 2,77 3,09 3,26 3,32 3,40 3,39 3,37
Germany 3,07 3,26 3,41 3,45 3,50
Greece 2,00 2,04 2,43 2,93 3,40 3,86 4,33 5,00 5,35
Hungary 2,20 2,24 2,29 2,51 2,80 2,96 3,13 2,78 3,04 2,78
Iceland 1,73 1,83 2,14 2,59 2,85 3,03 3,44 3,73 3,68 3,72
Ireland 2,10 2,23 2,77 2,93 3,03
Italy 3,89 4,14 3,82 3,69 3,65
Luxembourg 1,19 1,25 1,70 1,81 1,99 2,21 2,15 2,43 2,73 2,87
Netherlands 1,49 1,60 1,91 2,22 2,51 3,19 3,71 3,82 3,93
New Zealand 1,55 1,70 1,88 2,05 2,23 2,12 2,28 2,31
Norway 1,66 1,72 1,97 2,21 2,79 2,85 3,68 3,75 3,86
Poland 1,59 1,60 1,79 1,97 2,15 2,34 2,22 2,14 2,18 2,19
Portugal 1,11 1,13 1,91 2,40 2,77 2,90 3,10 3,35 3,42 3,51
Slovak Republic 3,14
Spain 2,46 3,16 3,77 3,63 3,65
Sweden 1,62 1,72 2,20 2,59 2,87 2,89 3,08 3,49 3,58
Switzerland 1,79 1,88 2,47 2,73 2,98 3,16 3,51 3,80 3,85 3,85
United Kingdom 1,10 1,14 1,32 1,43 1,62 1,75 1,94 2,38 2,44 2,48
United States 2,19 2,29 2,43 2,42 2,43
Relembrando o que é a Economia
• É o estudo da forma como as sociedades utilizam recursos escassos para produzir bens com valor e de como os distribuem entre os vários indivíduos.
• Vemos que podemos utilizar a Economia para estudar o Sector da Saúde
Recursos Escassos:
• Recursos financeiros – o que se gasta em Saúde pode ser utilizado para outros fins, por exemplo, a Educação.
• O tempo – todos temos uma certa expectativa de vida e podemos afectar parte do nosso tempo para ter “mais” saúde, por exemplo, através do exercício físico.
O esquema do financiamento da Saúde em Portugal
É importante ao utilizar a análise económica não esquecer que o sector da Saúde tem certas especificidades
• A incerteza– o seguro– assimetrias de informação
• As instituições sem fins lucrativos– Racionalidade
• Problemas éticos– Ninguém deve ser privado do acesso aos cuidados
de saúde
Relembre a Constituição da República Portuguesa
• Artigo 64.ºSaúde
• 1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
• 2. O direito à protecção da saúde é realizado: – a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos
cidadãos, tendencialmente gratuito;
– b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.
– • 3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
– a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
– b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
– c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
– d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
– e) Disciplinar e controlar a produção, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico;
– f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento da toxicodependência.
• 4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.
Evolução das despesas de saúde
Despesa em % PIB
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Anos
%
Australia
Austria
Belgium
Canada
Denmark
Finland
Germany
Iceland
Ireland
Japan
Korea
Luxembourg
Netherlands
New Zealand
Norw ay
Portugal
Spain
Sw eden
Sw itzerland
Turkey
United Kingdom
United States
Para alguns países
Despesa de Saúde em % PIB
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Anos
%
Germany
Netherlands
Portugal
Spain
United Kingdom
United States
Taxas de variação anual
Crescimento das despesas de saúde no PIB (taxa anual)
80-90 90-00 00-06 80-06
Germany -0,12% 2,18% 0,32% 0,86%
Netherlands 0,78% 0,00% 3,26% 1,05%
Portugal 1,08% 4,08% 1,98% 2,43%
Spain 2,06% 1,03% 2,60% 1,79%
United Kingdom 0,52% 1,72% 3,29% 1,62%
United States 3,09% 1,09% 2,53% 2,19%
Despesas de Saúde em % PIB - Portugal
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993
Portugal 5,3 5,6 5,6 5,3 5,4 5,7 6,3 6,2 6,4 5,9 5,9 6,4 6,6 6,9
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Portugal 7,0 7,8 8,0 8,0 8,0 8,2 8,8 8,8 9,0 9,7 10,0 10,2 9,9
AnoDespesa em saúde
em % PIB2000 8,62001 8,62002 8,72003 9,22004 9,52005 9,82006 9,42007 9,42008 9,72009 10,22010 Pro 10,12011 Pre 9,8
Fonte de Dados:
INE - Conta Satélite da Saúde
true
Para alguns países
Despesa total em saúde per capita PPC
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Anos
US
$ P
PC
Germany
Netherlands
Portugal
Spain
United Kingdom
United States
Taxas de variação anual
Crescimento das despesas de saúde per capita PPC (taxa anual)
80-90 90-00 00-06 80-06
Germany 6,18% 4,21% 4,43% 5,01%
Netherlands 6,88% 5,14% 7,52% 6,35%
Portugal 8,71% 9,02% 6,08% 8,22%
Spain 9,16% 5,82% 8,21% 7,65%
United Kingdom 7,44% 6,65% 7,85% 7,23%
United States 9,92% 5,29% 6,68% 7,37%
Despesas de saúde per capita em US$ PPC
1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993
Portugal 276 326 349 340 350 397 468 497 575 587 636 754 805 842
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Portugal 872 1035 1117 1186 1210 1329 1509 1568 1657 1823 1912 2098 2150
Razões para as diferenças
• Diferenças no rendimento per capita dos países – o peso no PIB deve aumentar com o aumento do PIB– Elasticidade despesas saúde/rendimento per capita
superior a 1?
• Organização do sistema de saúde– Sistema com referenciação estão ligados a menores
custos
• A constituição etária da população – populações mais envelhecidas terão maiores
despesas de saúde.
• Indução da procura– Mais médicos induzem a mais procura
• Produtividade dos factores– Na saúde a produtividade do trabalho cresceu
menos do que nos outros sectores
• Novas tecnologias e métodos de diagnóstico
Conclusões do Prof. Pedro Pita Barros
• Elasticidade despesa rendimento de cerca de 1.
• Efeitos do envelhecimento não são muito significativos.
• A referenciação leva a menores custos, mas não a diferentes taxas de crescimento da despesa.
• O sistema de reembolso parece levar a menores despesas.
• O tamanho do sector público, número de médicos, orçamento totais e pagamentos diferidos – não se pode concluir qual o sentido da influência.
Valor Económico da Vida e da Saúde
PPBarros, cap. 3
Mas o que é a saúde? • WHO (World Health Organization) definition of Health: • Health is a state of complete physical, mental and social well-being
and not merely the absence of disease or infirmity.
• The correct bibliographic citation for the definition is:
– Preamble to the Constitution of the World Health Organization as adopted by the International Health Conference, New York, 19-22 June, 1946; signed on 22 July 1946 by the representatives of 61 States (Official Records of the World Health Organization, no. 2, p. 100) and entered into force on 7 April 1948.
– The Definition has not been amended since 1948.
A saúde não é só a ausência de doença.
Para além do bem-estar físico, tem de haver o bem estar mental e social.
Qual o valor da Saúde?
• Qual o valor que o indivíduo atribui a um bem?
• Os indivíduos atribuem valores aos bens (relembre o conceito de escassez).
• Hoje você bebeu uma bica no bar – qual o valor que lhe atribuiu?
Se comprou a bica …
• O valor que lhe atribui é superior ao preço, no entanto, só o indivíduo sabe quanto é.
• Discussão: se o valor é superior porque que é que só tem que pagar o preço?
Voltemos ao caso da Saúde
• Algumas questões:
• Quanto é que o indivíduo estará disposto a pagar para manter o seu estado de saúde?
• O que é necessário fazer para manter o seu estado de saúde?
Ou um caso mais concreto - post-traumatic stress disorder
E os que morrem na Guerra, qual o valor da sua vida?• Para além do problema ético que é da
preservação da vida, existem situações em que tem que se atribuir um valor à vida.
• Será o valor da vida infinito?
• Será que os indivíduos não aceitam participar em actividades que aumentam o seu risco de perder a vida?
O caso da roleta russa
• Da Wikipédia: – Roleta russa é um jogo de azar onde os
participantes colocam uma bala — tipicamente apenas uma — em uma das câmaras de um revólver. O tambor do revólver é girado e fechado, de modo que a localização da bala é desconhecida. Os participantes apontam a arma para suas cabeças e atiram, correndo o risco da provável morte caso a bala esteja na câmara engatilhada.
– O jogo foi retratado no filme The Deer Hunter, de 1978, como uma forma de aposta, mas a extensão de tal aposta na vida real é desconhecida.
• A troco de um prémio, os participantes estavam dispostos a participar num jogo que tinha 1/6 de probabilidade de morte.
• Poder-se-ia dizer que eles preferiam 5/6 Situação (Saúde+Prémio) + 1/6 Situação (Morte) a uma Situação Saúde
Então para aceitar mais risco de morte ou perda de saúde as pessoas têm que ser compensadas• Como nem todos os trabalhos têm o mesmo
nível de risco, logo os trabalhos mais arriscados devem ser melhor pagos.
• Por este diferencial, o economista pode ter uma noção do valor que as pessoas dão à vida.
• Já não é uma vida em particular, mas uma “vida estatística”
Exemplo citado por P P Barros
• Moore e Viscusi (1990).
• Função salários que para além das variáveis explicativas habituais (educação, experiência, experiência ao quadrado, sexo, tipo de trabalho, sindicalizado…) tem a probabilidade de acidente mortal por 100.000 trabalhadores e a taxa de reposição salarial em caso de acidente.
Resultados para o logaritmo dos saláriosExperience 0.028
Experience^2 -0.0006
Sex -0.288
Education 0.044
poor health status - 0.079
Blue Collar -0.064
Union status 0.182
Death risk 0.00747
Weighted replacement rate
-0.00805
Pegando nos dois últimos valores
• Temos dois efeitos no caso de acidente
• O primeiro de 0.00747 no log do salário por cada morte em 100.000 empregados
• No caso do acidente não mortal, temos - 0.00805 * a taxa de substituição que em média é de 0.544.
• O efeito total do acidente será 0,0030908 = 0,00747-0,00805 X 0,544
• Logo este valor tem que ser multiplicado pelo valor médio dos salários para saber o aumento exigido.
• Para ter uma “morte” temos que ter 100.000, logo o valor final a que chegaram foi de 4,3 milhões de US$ a preços de 1981
Outro método – quando o indivíduo está disposto a pagar para diminuir o risco de morte.
p0)-A/(p1 L
A0)] H(X,)U'p -(1 ) H0 H(X,U'p [0)]/ HU(X,- ) H0 H)[U(X,p-(p1
0)] H(X,)U'p -(1 ) H0 H(X,U'p A[ -
0) H)U(X,p-(1 ) H0 HU(X,p- 0) H)U(X, p -(1 ) H0 HU(X,p
dá que O•
0)] H(X,)U'p -(1 ) H0 H(X,U'p A[ - 0) H)U(X,p-(1 ) H0 HU(X,p
0) H)U(X, p -(1 ) H0 HU(X,p
direito lado do ordem 1ª de oaproximaçã a Fazendo•
0) HA, - )U(Xp-(1 ) H0 HA,- U(Xp
0) H)U(X, p -(1 ) H0 HU(X,p
110
11
1100
1111
00
11
00
Esta técnica dá os seguintes valores (PPBarros):• Johannesson, Johansson and O’Connor (1996)
– estimate the value of a statistical life as between 8,9 million USD and 7,4 million USD
• Viscusi and Aldi (2003) – survey of several studies median of 6,6 million USD
• Based on seatbelt usage, Hakes and Viscusi (2004) – between 2,2 and 7,9 million USD
• Blomquist (2004) - review of existing studies – values in this type of range
• • European Union: DG Environment (2000 values)– max 3,5 million euro, mean 1,4 million euro -value for statistical
life
O método do Capital Humano
• Para um casos concretos – utilizados nos Estados Unidos nos tribunais
• Qual o perfil de salários previstos para certo indivíduo.
• Calcula-se o valor actualizado desse perfil.
O perfil depende das características individuais
Procura e Oferta de Saúde e de Cuidados de Saúde
PPBarros, cap. 5, 6 e 13
Comecemos pelo comportamento do indivíduo• Pense em algo que faça melhorar o estado de
saúde, por exemplo, ir ao ginásio.
• Se praticar exercício físico leva a uma melhoria do estado de saúde, porque é que algumas pessoas não vão ao ginásio?– “Não tenho tempo”– “É muito caro”– “Não gosto de ginástica”
Temos assim 3 aspectos na escolha da saúde• 1) O tempo necessário
• 2) Os recursos financeiros
• 3) Os gostos do indivíduo
Modelo simples – um só período (Modelo de Grossman simplificado)
• O indivíduo retira bem-estar (utilidade) do consumo de bens e de saúde –
• Para “produzir” tanto os bens como a saúde é necessário outros bens e tempo. Esta produção depende do nível de educação do indivíduo. A produção da saúde depende ainda da idade do indivíduo.
• Quem tem mais saúde, está menos tempo doente
• O indivíduo oferece o seu tempo no mercado de trabalho a um salário – w – e não tem outros rendimentos
•
• Onde T é o tempo total
O problema do indivíduo é:
s. a.
Simplifiquemos o modelo, com algumas hipóteses adicionais
Façamos a análise custo/benefício para “uma hora” adicional dedicada à saúde
Benefício• Mais saúde – logo mais
utilidade
• Menos doença – tempo a descontar
Custo• Menos rendimento
• Menos consumo dos outros bens
• Menos utilidade
No óptimo
• Modelo com vários períodos em PPBarros, cap. 5.
Utilização deste modelo
• Variações na idade
• Variações na educação
• Variações nos salários
A procura de cuidados médicos é uma procura derivada
• O que se procura é a saúde
• Mas como se produz saúde?
• Modelo de Kenkel (1995)– Tomar o pequeno-almoço– Fumar– Exercício regular
Outros factores explicativos
• Comer entre as refeições• Consumo de álcool• Tempo de sono• Presença de stress• Condições crónicas de saúde – problemas cardíacos,
diabetes• Variáveis socio-económicas – idade, educação, raça,
sexo
• Classificação do estado de saúde em– Muito mau
– Mau
– Razoável
– Bom
– Muito bom
Muito Mau Mau Razoável Bom Muito bom
Resultados das estimativas
Mulher Homem
Regular breakfast 0,0068 0,018
Breakfast sometimes -0,0642 -0,0246
Weight -0,5446 -0,291
Eat often between meals -0,0116 -0,026
Eat sometimes between meals 0,001 -0,038
Tobacco -0,0849 -0,089
Exercise 0,0948 0,059
High alcohol cons. -0,1926 -0,011
Low alcohol cons. 0,0834 0,137
Sleep little -0,1241 -0.098
Sleep moderate -0,1882 -0,339
High stress -0,4515 -0,032
Moderate stress -0,2742 -0,129
Low stress -0,1654 -0,057
Heart problems -0,6343 -0,769
Diabetes -0,5879 -0,562
Heart attack last year -0,4434 -0,544
Black -0,3915 -0,278
Hispanic -0,1323 -0,08
Age -1,2735 -1,539
Schooling 0,9051 0,861
M1 0,9502 0,825
M2 1,9578 1,748
M3 2,802 2,578
Constante 2,6658 2,386
Exemplo de utilização
• Fazer 1 hora de exercício físico durante cinco dias por semana dá-nos um estado de saúde como se fossemos quantos anos mais novos?
• A medida para o exercício físico são 1000 minutos
• 300/1000=0,3• Aumento da saúde 0,3 * 0,0948 = 0,02844• Anos de vida (0,02844/1,2735)*100= 2,2332
Exercício: Qual a melhoria do estado de saúde (em anos) se reduzir o consumo de cigarros, medidos em 10 cigarros
por dia.
Alguns temas para discussão (PPBarros, cap. 6):
• Tempo de acesso
• Co-pagamento e cobertura do seguro
• Rendimento
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