UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Utilização de Vídeo aulas como reforço escolar para o ENEM
dos alunos do 3º ano do Ensino Médio
Por: José Rodrigo Pereira Teixeira
Orientadora
Professora Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2015
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
Utilização de Vídeo aulas como reforço escolar para o ENEM
dos alunos do 3º ano do Ensino Médio
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Tecnologia Educacional
Por:. José Rodrigo Pereira Teixeira
3
AGRADECIMENTOS
.... a Deus, aos meus professores e
aos meus amigos do NTERJ-14 – Nova
Iguaçu......
4
DEDICATÓRIA
..... dedico a Deus, a minha esposa Iris
Mendes, a minha família, e a todos que
me ajudaram nesta caminhada,.......
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivos determinar uma forma alternativa de
Estudos à distância que colabore com o aprendizado do aluno, visto que
grande parte dos professores das escolas públicas do estado do Rio de
Janeiro é tradicionalista, ou seja, é resistente à utilização de recursos digitais
em sala de aula.
Este trabalho identificou os recursos tecnológicos investidos pelo
Governo Federal nas escolas públicas, bem como uma breve evolução da
informática educativa no Brasil.
Foram enumeradas as dificuldades para se utilizar a tecnologia
educacional, que desmotivam o corpo docente e de que forma isto pode
influenciar no uso da tecnologia em sala de aula.
Por fim, foi demonstrado como a educação a distância, através de
videoaulas pode auxiliar os alunos a estudar a qualquer momento e sanar suas
dúvidas.
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METODOLOGIA
O Trabalho será desenvolvido através de pesquisa acerca do tema,
observação com base na minha experiência como Mediador de Tecnologia
Educacional com embasamento em pesquisas de pensadores da área e
determinar, através de pesquisa as diferenças de aprendizagem entre os
alunos e demonstrar novas tecnologias Interativas utilizadas para potencializar
a aprendizagem.
Será pesquisado o conteúdo de ensino a distância e enumerar as
dificuldades encontradas por docentes em utilizar a tecnologia em sala de aula.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Histórico da Tecnologia no Cotidiano Escolar 10
CAPÍTULO II – Desafios da Tecnologia na Aprendizagem 21
CAPÍTULO III – Videoaula como método alternativo de
aprendizagem 31
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45
ÍNDICE 47
8
INTRODUÇÃO
A escolha do tema sobre A utilização de Videoaula e o reforço escolar
para o ENEM dos alunos do 3º ano do Ensino Médio surgiu com a experiência
como docente em escolas públicas concomitantemente com os debates
apresentados durante o curso de pós graduação em Tecnologia Educacional.
A Educação a Distância é um tema amplamente discutido, mas é de
suma importância o seu constante estudo para obter aperfeiçoamento de
acordo com o surgimento de novas mídias e tecnologias.
Ao longo do tempo, as Mídias vêm tendo um papel imprescindível na
educação, na atratividade das aulas, no aprendizado do educando, mas a
competitividade cada vez maior faz com que cada recurso, se aplicado da
forma correta se transforme num diferencial na conquista do aluno, um passo à
frente dos concorrentes que buscam o mesmo objetivo: uma vaga em
Universidade Pública.
Hoje, a forma de ingresso nas Universidades Federais se dá através
do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), e a cada ano estas vagas estão
sendo mais concorridas. Os 8.721.946 participantes1 confirmados nesta
edição (2014) representam crescimento de 21,6% em relação ao ano passado,
com 7,17 milhões de candidatos confirmados.
Esta pesquisa terá como base a escola pública e a mesma dividi-se em
3 capítulos:
No primeiro capítulo identifica as tecnologias que foram implementadas
no cotidiano escolar e utilizadas pelos educadores nas ultimas décadas,
mostrando suas utilidades, suas características e os fatores que contribuíram
na aprendizagem do corpo discente.
No segundo capítulo destaca alguns fatores que contribuem para baixo
rendimento escolar do aluno da escola pública, o desestímulo dos alunos em
causando a necessidade de mudanças na prática docente em lecionar e lidar
com o aluno.
1Fonte: Ministério da Educação
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No terceiro capítulo aponta a importância da vídeo aula como método
alternativo de aprendizagem visando a o aumento da responsabilidade e
concentração do aluno nos estudos, demonstrando situações otimizadoras
como reforço escolar e aulas atrativas.
Na conclusão mostra como a videoaula utilizada como método
alternativo de aprendizagem é de suma importância no auxílio dos alunos do
terceiro ano do ensino médio das escolas públicas a terem chances reais de
ingressar em uma Universidade Pública através do ENEM.
10
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA TECNOLOGIA NO COTIDIANO ESCOLAR
Vivemos em um mundo tecnológico em quase tudo que temos hoje
não sonhávamos há dez ou vinte anos atrás. Conversar com familiares a
qualquer hora ou lugar, conhecer pessoas, mesmo que sem intimidade, que
vivem a milhares de quilômetros de distância, estudar e concluir um curso ou
uma graduação dos mais distantes locais do país ou do mundo, isto se deve
ao ser humano e sua busca constante em novos conhecimentos.
A nossa evolução como espécie é marcada pela busca e criação de
instrumentos e mecanismos que nos garantiram, desde a sobrevivência, até
profundas transformações na forma de nos relacionarmos com o outro, com o
mundo e com os recursos disponíveis.
A tecnologia surge ao mesmo tempo em que o ser humano necessita
de técnicas e instrumentos que facilitem sua vida em seu grupo social. A partir
desse momento, tudo que o homem cria com o objetivo de construir coisas
úteis denomina-se tecnologia.
Na atualidade, a criatividade humana e as tecnologias decorrentes dela
alteraram significativamente os universos da comunicação e da informação.
Percorrendo a história da educação contatamos que nos seus
diferentes momentos, a tecnologia fez parte do fazer pedagógico. À medida
que o processo de escolarização vai atingindo um contingente cada vez maior
de pessoas e institucionalizando-se, a presença da tecnologia nos processos
de ensino e aprendizagem torna-se cada vez mais marcante. A definição da
estrutura física da escola, a sua arquitetura, a sua divisão em salas de aula,
em anos de escolaridade, em um determinado currículo, remetem a escolhas
tecnológicas. Podemos dizer, portanto, que o trabalho escolar é um trabalho
permeado pela tecnologia, ou, se quisermos, pela técnica.
É importante destacar que falar de tecnologia para o/no espaço escolar
é falar de equipamentos que tanto podem ser um quadro-verde, como um livro,
um retroprojetor, um laboratório de ciências e, nestes últimos anos, o
computador e a internet. E, ao mesmo tempo, é falar de um currículo que
11
enfatiza a importância de uma educação escolar adequada à atual “era
tecnológica”.
Na citação abaixo, Litwin (1998) tenta definir o campo de abrangência
da tecnologia educacional:
São temas da tecnologia educacional o desenvolvimento tecnológico em nossa sociedade, a organização, categorização e interpretação do mundo que provê a tecnologia da informação em cada uma de suas comunicações e o campo do currículo na escola que se vê condicionado pela necessidade de ditas reinterpretações (p. 124).
No entanto é importante salientar que o campo da tecnologia
educacional está em constante mudança, sendo necessário pesquisas
constantes onde os desafios colocados para a educação neste início de
milênio remetem à configuração de novas necessidades tecnológicas para os
professores que envolvem a organização das escolas, o projeto de materiais
educativos, a elaboração de projetos curriculares e a utilização de modelos
qualitativos de pesquisa a partir de novos conceitos. Nesse sentido,
Pons(1998) aponta que:
O domínio de vertentes tecnológicas pelo professor deve ser considerado como um “traço profissional”, no sentido que assimila uma bagagem tanto conceitual como da experiência, pela qual é possível resolver um número crescente de situações reais (1998, p. 66).
1.1. Cronologia da Informática Educativa no Brasil
Segundo Moraes (1993), a informática educativa no Brasil tem suas
raízes históricas plantadas na década de 1970, quando, pela primeira vez, em
1971, se discutiu o uso de computadores para o ensino de Física, em
seminário promovido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com
a participação de um especialista da Universidade de Dartmouth dos EUA. Em
1973, algumas experiências com uso dos computadores começaram a ser
desenvolvidas em outras universidades. Na Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) os computadores passaram a ser utilizados como recurso
auxiliar do professor para ensino e avaliação de simulações em Química, e na
12
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) os computadores
tornaram-se ferramenta para o desenvolvimento de software educativo.
No final da década de 70, um grupo de pesquisadores da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), liderados pela professora Léa
Fagundes, começaram a utilizar a linguagem LOGO com o intuito de verificar
as dificuldades de aprendizagem de Matemática apresentadas por
adolescentes e crianças das escolas públicas.
No início da década de 1980, foram realizados seminários para debater
ideias de como implantar projetos-piloto sobre uso dos computadores para
ensino e aprendizagem nas universidades que dão origem em 1984, ao Projeto
Educom, uma iniciativa conjunta do MEC, Conselho Nacional de Pesquisas
(CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Secretaria Especial de
Informática da Presidência da República (SEI/PR), voltada para a criação de
núcleos interdisciplinares de pesquisa e formação de Recursos Humanos nas
Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS), do Rio de Janeiro
(UFRJ), Pernambuco (UFPE), Minas Gerais (UFMG) e na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Apesar de dificuldades financeiras, este
projeto foi o marco principal do processo de geração de base científica e
formulação da política nacional de informática educativa. Os resultados do
Projeto Educom fizeram com que o MEC criasse em 1986, o Programa de
Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus, destinado a
capacitar professores (Projeto Formar) e a implantar infraestruturas de suporte
nas secretarias estaduais de educação (Centros de Informática Aplicada à
Educação de 1º e 2º graus – Cied), nas escolas técnicas federais (Centros de
Informática na Educação Tecnológica – Ciet) e nas universidades (Centro de
Informática na Educação Superior – Cies).
Em 1989, o MEC institui o Programa Nacional de Informática na
Educação (Proninfe) com o objetivo de promover o desenvolvimento da
informática educativa e seu uso nos sistemas públicos de ensino (1º, 2º, 3º
graus e Educação Especial). A partir do fim da década de 1980, diversas
ações municipais e estaduais em todo o país se somam às iniciativas federais
quanto a investimentos em informática educativa.
13
Em 1997, o MEC criou o Programa Nacional de Informática na
Educação através da Portaria nº 522 para promover o uso pedagógico de
Tecnologias de Informação e Comunicações (TICs) na rede pública de ensinos
Fundamental e Médio.
Nos últimos anos, o ProInfo deu ênfase à implementação de
laboratórios de informática nas escolas de Ensino Médio e, atualmente,
concentra seus esforços para implementação de laboratórios de informática
em escolas de Ensino Fundamental de áreas rurais e urbanas que ainda não
dispõem deste tipo de infraestrutura. Compreende também ações de apoio à
formação a distância de professores por meio da plataforma e-ProInfo.
1.2. Investimentos do Governo Federal – FNDE / PROINFO
Através do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação)
e do ProInfo (Programa Nacional de Tecnologia Educacional) que a educação
pública brasileira passou a receber uma quantidade consideravelmente maior
de investimentos em Tecnologia Educacional.
O PROINFO, inicialmente denominado de Programa Nacional de
Informática na Educação, foi criado pelo Ministério da Educação, através
da Portaria nº 522 em 09/04/1997, com a finalidade de promover o uso da
tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico no ensino público
fundamental e médio.
O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO, no uso de suas atribuições, resolve:
Art. 1º Fica criado o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), com a finalidade de disseminar o uso pedagógico das tecnologias de informática e telecomunicações nas escolas públicas de ensino fundamental e médio pertencentes às redes estadual e municipal. Parágrafo único. As ações do ProInfo serão desenvolvidas sob responsabilidade da Secretaria de Educação a Distância deste Ministério, em articulação com as secretarias de educação do Distrito Federal, dos estados e municípios.
Art. 2º Os dados estatísticos necessários para planejamento e alocação de recursos do ProInfo, inclusive as estimativas de matrículas, terão como base o censo escolar realizado anualmente pelo Ministério da Educação e do Desporto e publicado no Diário Oficial da União.
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Art. 3º O Secretário de Educação a Distância expedirá normas e diretrizes, fixará critérios de operacionalização e adotará as demais providências necessárias à execução do programa de que trata esta Portaria.
Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação (Portaria nº 522 em 09/04/1997)
O funcionamento do ProInfo se dá de forma descentralizada, existindo
em cada unidade da Federação uma Coordenação Estadual, e os Núcleos de
Tecnologia Educacional (NTE), dotados de infraestrutura de informática e
comunicação que reúnem educadores e especialistas em tecnologia de
hardware e software.
A partir de 12 de dezembro de 2007, mediante a criação do Decreto n°
6.300, o ProInfo passou a ser Programa Nacional de Tecnologia
Educacional, tendo como principal objetivo promover o uso pedagógico das
tecnologias de informação e comunicação nas redes públicas de educação
básica.
O ProInfo é composto por vários projetos e vou destacar os principais
logo a seguir:
1.2.1. DVD Escola
O Projeto DVD Escola oferece a escolas públicas de educação básica
caixa com mídias DVD, contendo, aproximadamente, 150 horas de
programação produzida pela TV Escola. A intenção é assegurar o
compromisso com a atualização tecnológica e democratização da TV Escola.
Em 2008, foram distribuídas caixas com 50 mídias de conteúdo da TV
Escola às 75 mil escolas atendidas. Em 2009 foram enviadas caixas
compostas por 30 mídias DVD com novos conteúdos para a atualização das
instituições participantes.
Trazer a TV ou o cinema para a sala de aula não é
apenas buscar um novo recurso metodológico ou tecnologia
de ensino adequado aos nossos dias, mais palatáveis para os
alunos – e o público –, que são condicionados mais a ver do
que a ouvir, que têm a imagem como fonte do conhecimento
de quase tudo. Trazer a TV e o cinema para a sala de aula é
submeter esses recursos a procedimentos escolares –
15
estranhamento e desnaturalização. (Orientações Curriculares
para o Ensino Médio, 2006, p.129).
1.2.2. TV Escola
A TV Escola é um canal de televisão do Ministério da Educação que
capacita, aperfeiçoa e atualiza educadores da rede pública desde 1996. Sua
programação exibe, nas 24 horas diárias, séries e documentários estrangeiros
e produções próprias.
Os principais objetivos da TV Escola são o aperfeiçoamento e
valorização dos professores da rede pública, o enriquecimento do processo de
ensino-aprendizagem e a melhoria da qualidade do ensino.
Há inúmeras possibilidades de uso da TV Escola: desenvolvimento
profissional de gestores e docentes (inclusive preparação para vestibular,
cursos de progressão funcional e concurso público); dinamização das
atividades de sala de aula; preparação de atividades extraclasse, recuperação
e aceleração de estudos; utilização de vídeos para trabalhos de avaliação do
aluno e de grupos de alunos; revitalização da biblioteca e aproximação escola-
comunidade.
Alguns dos programas exibidos pela TV Escola estão disponíveis para
download gratuito no Portal Domínio Público.
1.2.3. Portal Domínio Público
Lançado em 2004 pelo governo federal, dispõe de um amplo acervo
de obras literárias, artísticas e científicas. O site ainda permite ao usuário
coletar diversos materiais na forma de textos, sons, imagens e vídeos, já em
domínio público ou que tenham a sua divulgação devidamente autorizada, o
que caracteriza patrimônio cultural brasileiro e universal.
O governo armazena em um banco de dados a obra completa de
escritores como Machado de Assis, Dante Alighiere e Joaquim Nabuco,
poesias do Fernando Pessoa e vídeos do educador Paulo Freire. Além disso, o
estudante pode ter acesso à coleção de história geral da África, da Unesco ou
até mesmo assistir a alguns dos programas da TV Escola.
1.2.4. Projeto um computador por aluno (UCA)
16
O Projeto Um Computador por Aluno (UCA) foi implantado com o
objetivo de intensificar as tecnologias da informação e da comunicação (TIC)
nas escolas, por meio da distribuição de computadores portáteis aos alunos da
rede pública de ensino. Foi um projeto que complementou as ações do MEC
referentes a tecnologias na educação, em especial os laboratórios de
informática, produção e disponibilização de objetivos educacionais na internet
dentro do ProInfo Integrado que promove o uso pedagógico da informática na
rede pública de ensino fundamental e médio o projeto piloto
UCA contemplou 300 escolas brasileiras com os laptops.
1.2.5. Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE)
Foi lançado no dia 04 de abril de 2008 pelo governo federal, por meio
do Decreto 6424 que altera o Plano Geral de Metas para a Universalização do
Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público (PGMU). Com
a assinatura do Termo Aditivo ao Termo de Autorização de exploração da
Telefonia Fixa, as operadoras autorizadas trocam a obrigação de instalarem
postos de serviço telefônico nos municípios pela instalação de infraestrutura de
rede para suporte a conexão à internet em todos os municípios brasileiros e
conectar todas as escolas públicas urbanas.
A gestão do programa é feita conjuntamente pelo FNDE e pela
Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), em parceria com as
Secretarias de Educação Estaduais e Municipais.
O programa prevê o atendimento de todas as escolas públicas urbanas
de nível fundamental e médio, participantes dos programas E-Tec Brasil, além
de instituições públicas de apoio à formação de professores: Polos
Universidade Aberta do Brasil, Núcleo de Tecnologia Estadual (NTE) e Núcleo
de Tecnologia Municipal (NTM).
O PBLE atua com base nas informações do censo da educação
básica, onde anualmente a lista de obrigações é atualizada com as novas
escolas elegíveis para atendimento. Fazem parte do programa as operadoras
Telefônica, CTBC, Sercomtel e Oi/Brt.
1.2.6. Laboratórios de Informática Educativa
17
Cerca de 90% (noventa por cento das escolas Municipais e Estaduais
do Estado do Rio de Janeiro receberam LIEDs (Laboratórios de informática
Educativa). A composição do Laboratório se dá de acordo com o tipo de
unidade escolar, podendo ser considerado Urbano ou Rural, os Laboratórios
pertencentes ao modelo Proinfo Urbano são compostos por 1 servidor de
rede;15 estações para o laboratório de informática; 2 estações para área
administrativa; Monitores LCD; 1 Roteador Wireless; 1 Impressora Laser; 1
Leitora de Smart Card; Sistema Linux Educacional; Garantia de 3 anos e não
acompanha mobiliário para instalação dos mesmos,ou seja, a aquisição do
mobiliário fica a cargo da escola ou Secretaria de Educação. Os Laboratórios
pertencentes do modelo Proinfo Rural são compostos de 1 servidor; 4
estações; Monitores LCD; 1 Impressora Jato de Tinta; Linux Educacional;
Garantia de 3 anos; Mobiliário (5 mesas para computador, 5 cadeiras e 1 mesa
para impressora).
1.2.7. Projetor Proinfo
Foi desenvolvido pelo MEC para facilitar o trabalho dos professores,
além de projetar imagens, ele é um computador com CD/DVD, acesso a
Internet com WI-FI, áudio, microfone, USB dentre outros serviços que o
sistema operacional livre proporciona para o usuário, assim o professor não
perde tempo ao fazer conexões entre o laptop e o projetor.
1.2.8. Solução para lousa digital
A lousa eletrônica é composta de uma caneta e um receptor, que,
acoplados ao projetor Proinfo (equipamento com computador e projetor
ofertado pelo MEC aos estados e municípios), permitem ao professor trabalhar
os conteúdos disponíveis em uma parede ou quadro rígido, sem a necessidade
de manuseio do teclado ou do computador.
1.2.9. Tablet Educacional
O uso de tablets no ensino público é outra ação do Proinfo Integrado,
programa de formação voltada para o uso didático-pedagógico das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano escolar,
articulado à distribuição dos equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta
de conteúdos e recursos multimídia e digitais.
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Os tablets estão sendo distribuídos para professores de escolas de
ensino médio. Foram pré-requisitos para definir por onde começar a
distribuição de tablets: ser escola urbana de ensino médio, ter internet banda
larga, laboratório do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (ProInfo) e
rede sem fio (wi-fi).
Para adquirir os tabletes, estados incluem o pedido de aquisição na
adesão ao Plano de Ações Articuladas (PAR). Após a adesão e com a
aprovação do PAR, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) repassa recursos para os estados. São os estados que realizam a
aquisição do equipamento diretamente com as empresas vencedoras do
pregão.
1.2.10. ProInfo Integrado
O MEC, além do investimento em Tecnologia para as escolas de
ensino básico, também investiu na capacitação de professores e gestores
através do Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia
Educacional (ProInfo Integrado), voltado para o uso didático-pedagógico das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no cotidiano escolar,
articulado à distribuição dos equipamentos tecnológicos nas escolas e à oferta
de conteúdos e recursos multimídia e digitais oferecidos pelo Portal do
Professor, pela TV Escola e DVD Escola, pelo Domínio Público e pelo Banco
Internacional de Objetos Educacionais.
Os cursos oferecidos são: Introdução à Educação Digital (60h), onde o
objetivo é contribuir para a inclusão digital de profissionais da educação,
preparando-os para utilizarem os recursos e serviços dos computadores com
sistema operacional Linux Educacional, dos softwares livres e da Internet.
Tecnologias na Educação: ensinando e aprendendo com as TIC (60h) - visa
oferecer subsídios teórico-metodológicos práticos para que os professores e
gestores escolares possam Identificar as contribuições das TIC para o
desenvolvimento de projetos em salas de aula; Compreender a história e o
valor do trabalho com projetos e aprender formas de integrar as tecnologias no
seu desenvolvimento; Analisar o currículo na perspectiva da integração com as
TIC; Planejar e desenvolver o Projeto Integrado de Tecnologia no Currículo
19
(PITEC); Utilizar os Mapas Conceituais ao trabalho com projetos e tecnologias,
como uma estratégia para facilitar a aprendizagem. Redes de Aprendizagem
(40h): O curso tem o objetivo de preparar os professores para compreenderem
o papel da escola frente à cultura digital, dando-lhes condições de utilizarem as
novas mídias sociais no ensino.
Para participar desses cursos, os professores interessados devem
procurar a secretaria de educação, do seu estado ou município, que são
representados pelos Núcleos de Tecnologia Estaduais (NTE) ou Núcleos de
Tecnologia Municipais (NTM).
1.2.11. Mediadores de Tecnologia Educacional
Observando a dificuldade do professor em obter horários livres para se
capacitar e conseguir obter êxito na utilização das tecnologias, no ano de 2013
foi criado a função de Mediador de Tecnologia Educacional a fim de mostrar
novos recursos e dinamizar o processo de utilização das ferramentas
tecnológicas à disposição na escola, tais como TV Escola, Sala de vídeo,
Laboratório de Informática Educativa (LIED), além de organizar a recepção dos
Programas Salto para o Futuro e TV Escola, planejando, orientando e
divulgando e dinamizando a aprendizagem junto aos professores da rede, dar
suporte pedagógico e técnico às escolas, inclusive por meio da elaboração de
projetos de uso pedagógico da tecnologia da informação e comunicação,
orientar gestores, coordenadores pedagógicos e professores das escolas que
possuem diferentes recursos tecnológicos articulando-se ao Currículo Mínimo.
Além disso, auxiliar na elaboração do Plano de Gerenciamento do laboratório
de informática da escola e organização dos horários de utilização do LIED e
acervos midiáticos.
O acompanhamento dos professores é organizado através de etapas,
na primeira etapa ocorre a sensibilização da equipe pedagógica quanto à
importância e benefícios do uso dos Recursos Digitais Pedagógicos. Na
segunda etapa são apresentados aos professores, divididos por áreas de
conhecimento, dos Recursos Pedagógicos Digitais disponíveis e sua
usabilidade (login, senha, Curriculo Mínimo, Orientações Pedagógicas,
recursos digitais, etc). Na terceira etapa são apresentação dos Recursos
20
Pedagógicos Digitais específicos de cada componente curricular, por bimestre,
seguindo o Currículo Mínimo; orientação com relação a aplicabilidade dos
recursos alinhados ao Currículo Mínimo e Orientações Pedagógicas, utilização
dos itens de avaliação na preparação dos alunos para as avaliações externas
(SAERJ/Prova Brasil/Saerjinho/ENEM) e finalmente na quarta etapa ocorre o
acompanhamento da utilização pelos professores dos Recursos Pedagógicos
Digitais e dos impactos desta utilização nas avaliações externas nas escolas
sob sua orientação.
21
CAPÍTULO II
DESAFIOS DA TECNOLOGIA NA APRENDIZAGEM
Os novos recursos tecnológicos são para ajudar o professor no
processo de ensino aprendizagem e cabe ao professor perceber qual recurso
deve, quando e como usar, no entanto, não é tão simples assim, mesmo com
todo o investimento feito nos últimos anos em tecnologia na educação pública,
existe uma grande resistência na utilização dos equipamentos tecnológicos por
parte dos professores e dos alunos das escolas públicas, as justificativas mais
comuns que os educadores utilizam são que não possuem o domínio da
tecnologia, ou por não receber um salário suficiente para poder se especializar
ou por acharem que estão ‘velhos demais’ para utilizar um novo método de
ensino. Existem outros fatores como Infraestrutura precária do prédio e falta de
segurança.
Mercado (1999, p. 33) aponta alguns fatores:
“resistência provocada pela insegurança, acomodação
pessoal e profissional de alguns professores, o medo de danificar
equipamentos, as condições sócio-econômica dos professores...”
Paiva descreve como ocorre a incorporação nas práticas pedagógicas:
“Quando surge uma nova tecnologia, a primeira atitude é de
desconfiança e de rejeição. Aos poucos, a tecnologia começa a fazer
parte das atividades sociais da linguagem e a escola acaba por
incorporá-la em suas práticas pedagógicas. Após a inserção, vem o
estágio da normalização, definido por Chambers e Bax (2006, p.465)
como um estado em que a tecnologia se integra de tal forma ás
práticas pedagógicas que deixa de ser vista como cura milagrosa ou
como algo a ser temido.” (PAIVA, 2008. p.1).
Superar a fase da rejeição que infelizmente ainda encontramos por
parte dos professores tradicionalistas, aqueles que não pensam em mudar e
acrescentar algo novo no seu planejamento, que são tradicionais e só usam o
quadro como recurso. O que pensamos de um educador assim? Falta de
interesse ou medo de mudar? Acreditamos que seja as duas coisas, vemos
muito professores que não usam a tecnologia por medo e não possuir o
domínio, por outro lado vemos professores que estão ali apenas para ter o seu
22
salário todo mês e não para passar conhecimento, fazer com que sua classe
seja a melhor. Os argumentos usados para a sua falta de interesse
normalmente são que ganham mal, mas um educador de verdade não pensa
se ganha mal ou bem, apenas quer fazer seu papel de educar, lidar com os
desafios e aprende-los para ser sempre o melhor. Freire diz:
“Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino.
Enquanto ensino contínuo buscando, reprocurando. Ensino porque
busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para
constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou
anunciar a novidade.” (Freire, Pedagogia da Autonomia, pág. 29, Ed.
37ª)
A citação de Freire nos faz refletir que para um bom educador desculpas
não são bem vindas, esse irá sempre buscar conhecimentos. Um bom
educador irá pesquisar e usar a tecnologia que traz tanto medo a seu favor,
transformar uma aula tradicional e ‘chata’ em uma aula interessante com
interação entre o professor e o aluno, usar softwares no qual o aluno brinca,
mas nessa brincadeira existe aprendizado, além disso a tecnologia pode trazer
muitos outros benefícios.
Medo? Todos nós temos medo de mudar, de experimentar um
pouquinho do novo, mas no mundo de hoje a tecnologia educacional é um
novo, maravilhoso de ser experimentando, ela abre portas para todos, o
incentivo do uso da tecnologia educacional deve ser de todos, estamos em
uma era que ensinar e aprender são coisas que não são mais difíceis, basta o
professor querer, pesquisar e ser ajudado. O incentivo do professor para um
aluno usar a internet não somente para as redes sociais, mas sim para o seu
aperfeiçoamento, para adquirir conhecimentos e ser destaque entre os alunos
é essencial.
Bax(2003,p.24-25) propõe sete estágios até a normalização das
atividades de ensino de línguas mediadas por computador. No primeiro estágio
aparecem os primeiros adeptos e alguns poucos professores e escolas adotam
a tecnologia por curiosidade. No segundo, a maioria das pessoas ignora a
tecnologia ou demonstra ceticismo.No terceiro, as pessoas experimentam a
23
tecnologia, mas rejeitam o novo frente aos primeiros obstáculos. No quarto,
tentam outra vez porque alguém os convence que a tecnologia funciona e aí
conseguem ver vantagens relativas. No estágio cinco, mais pessoas começam
a usar a nova ferramenta, mas ainda existe medo ou expectativas exageradas.
No seis, a tecnologia passa a ser vista como algo normal e, no sétimo, integra-
se em nossas vidas e se torna invisível, normalizada.
No Brasil, o computador já atingiu a normalização nos serviços bancários, pois, acredito que ninguém mais se lembra de que os terminais eletrônicos são, na verdade, computadores. Na educação, no entanto, convivemos com os vários estágios. Em alguns lugares a tecnologia já se torna invisível, mas na maioria dos contextos ainda existe uma tensão entre a adesão e a rejeição. (PAIVA, 2008. p.11).
Vou descrever a seguir os principais desafios que a educação enfrenta
e que influencia diretamente na motivação dos professores para utilização dos
recursos tecnológicos em suas aulas e afetam a aprendizagem.
2.1. Falta de Infraestrutura
Uma das questões que mais contribuem para a não utilização das
ferramentas tecnológicas é a falta de infraestrutura das escolas públicas,
grande parte das escolas data mais de 40 anos de construção, possuindo
assim instalações elétricas antigas e de péssima qualidade, mesmo com a
exigência do MEC de haver uma instalação própria para o Laboratório de
Informática, a estrutura do prédio comprometida atrapalha e muito a utilização
dos equipamentos.
A conexão com a internet é outro problema comum nas unidades de
ensino, mesmo com o Projeto Banda Larga nas Escolas, a velocidade da
conexão é lenta ou está constantemente com problemas, sendo necessário
entrar em contato com a operadora de telefonia para solicitar pedidos de
reparo no link.
2.2. Excesso de Burocracia
Um dos maiores inimigos da Tecnologia, sem dúvidas é a burocracia,
sendo o Brasil um dos países mais burocráticos no mundo aliado à velocidade
em que a evolução e desenvolvimento dos equipamentos acontece, até
ultrapassar todos os trâmites os equipamentos já se tornaram obsoletos. Um
exemplo disso são os Tablets Educacionais que o Governo Federal distribuiu
24
para os professores do Ensino Médio. O contrato para compra desses
equipamentos foi realizado no ano de 2011, mas os equipamentos só
chegaram aos seus destinatários no segundo semestre de 2013, ou seja,
quase dois anos de burocracia entre a publicação do edital e a entrega aos
professores. Um equipamento eletrônico em dois anos já está obsoleto e foi
justamente isso que ocorreu, ao receberem os tablets, os professores
reclamaram, argumentando que seus smartphones tinham uma qualidade
maior do que o os tablets que acabaram de receber e a grande parte não
utilizou o equipamento, deixaram guardados. O Tablet Educacional possui uma
memória interna de 512Mb para instalação de aplicativos, para o ano de 2011
era uma configuração boa, no entanto, em dois anos, esse tamanho não se
consegue instalar 2 aplicativos com tamanhos razoáveis, visto que somente as
aplicações do MEC e da Google ocupavam 300Mb da memória interna. Para
um professor que não está habituado a utilizar a tecnologia e recebe um
equipamento no qual não consegue utilizar o deixa muito desmotivado.
2.3. Falta de apoio da Direção
Para utilizar equipamentos tecnológicos em uma instituição de ensino
encontramos diversos problemas, alguns até já citados acima, porém quando
os professores desejam quebrar essas ‘barreiras’ e ‘arriscam’ uma aula
diferente acabam encontrando outro entrave: a direção da escola.
Grande parte dos gestores não possui conhecimento para o uso da
tecnologia e não dão o devido valor à aula em um laboratório de informática
quanto à aula tradicional. Como todo qualquer dano dentro do laboratório
quem deve providenciar reparo é a direção, e caso isso ocorra, será mais um
‘problema’ para ser resolvido, assim começam a surgir as ‘desculpas’ de que o
laboratório não está em condições de uso ou está em manutenção e isso
acaba dificultando o trabalho do professor junto aos alunos.
Como vimos no capítulo anterior, a atuação dos Mediadores de
Tecnologia Educacional para a realização de oficinas junto aos professores
deve ser previamente agendada com a direção da unidade escolar, mas na
realidade ainda existem diretores que resistem a esta forma de trabalho e não
oferecem horários para os encontros entre os professores e os Mediadores de
25
Tecnologia Educacional ou oferecem um horário mínimo onde não fica
possível tratar de todos os assuntos necessários.
2.4. Desinteresse dos alunos
A maior parte dos alunos de hoje já nasceram na tal “Era Tecnológica” e
por isso não veem muita dificuldade para manusear um computador, tablet,
smartphone, entre outros aparelhos eletrônicos atuais, Possuem toda essa
tecnologia em mãos e não sabem utiliza-las corretamente, na maior parte,
perdem seu tempo em redes sociais.
Nos dias atuais, verdade seja dita, não têm paciência para a leitura. E,
se estão lendo, estão lendo precariamente e “aos poucos”, “pulando”, como
disse um dos meus alunos. E, como quer a maioria, “por que não ler e estudar
pelo Facebook, pelo Whatsapp, pela internet ou mesmo pelo Twitter?” “Qual é
o problema de copiar as coisas da internet?”.
As atividades são copiadas da internet; um jogo tácito de aceite de
plágios já é norma em escolas, faculdades e universidades, convenhamos,
perdemos o rumo do certo e do errado; é impossível se animar com a leitura
de plágios e trabalhos que não foram resultado de trabalho. Está difícil a leitura
com enfoque. Arrisco dizer que, em sua grande maioria, os estudantes sequer
têm ideia do que é ler um conteúdo com organização, disciplina, tempo,
funcionalidade e crítica.
Em grande parte das unidade escolares, vejo que muitos alunos sequer
conhece o laboratório de informática, sequer usa os recursos tecnológicos das
escolas. Uma coisa que eu tenho quase toda a certeza é que todos os alunos
da rede pública de ensino não sabem nem que existem os diversos DVDs que
a instituição recebeu da TV escola, não conhecem por falta de informação, por
falta de divulgação da instituição. Ao entrarmos em uma instituição pública e
visitarmos a biblioteca veremos excelentes livros, livros que os alunos talvez
nem saibam que existe. Isso é falta de interesse da direção em incentivar os
seus professores a levarem seus alunos pelo menos uma vez por semana para
visitar a biblioteca e lá começar uma pesquisa em algum livro, ou usar os
DVDs da TV escola para o melhor aperfeiçoamento de uma determinada
matéria, utilizar o laboratório de informática educativa para fazer uma maratona
26
de exercícios usando softwares educativos, como exemplo o Tuxmath, onde
tem que dominar a operações matemática para evoluir a pontuação.
Todos esses problemas citados estão interligados, a infraestrutura, a
burocracia, a direção, os professores. Se a direção divulgasse o uso da
tecnologia e incentivasse os seus professores a utiliza-las, esses alunos de
hoje, da “Era Tecnológica”, usariam a tecnologia como meio de pesquisa, meio
de estudo, meio de informação e milhões de meios que a tecnologia oferece.
Mas como um aluno irá utilizar todas essas ferramentas se não tem ninguém
para incentiva-los? Eles aprendem apenas o que a sociedade ensina, o que a
sociedade diz que é “moda”.
2.5. Desvalorização Moran (2014) Descreve:
O papel do professor é mais o de curador e de orientador.
Curador, que escolhe o que é relevante entre tanta informação
disponível e ajuda a que os alunos encontrem o que procuram.
Curador, no sentido também de cuidador: ele é atento a cada um, dá
apoio, acolhe, estimula, valoriza e inspira. Orienta a classe, os grupos
e cada aluno. Ele tem que ser competente intelectualmente,
afetivamente e gerencialmente (ministrar aprendizagens múltiplas e
complexas). Isso exige profissionais mais bem preparados,
remunerados, valorizados.
A partir disso percebemos que grande parte da desmotivação dos
docentes está na desvalorização que a profissão vem sofrendo historicamente,
seja financeiramente ou moralmente. Na parte financeira, os governantes
agem com descaso com a educação e, em geral não oferecem condições
satisfatórias de trabalho, infraestrutura e salários condizentes com a
responsabilidade de formar cidadãos. Há séculos a educação massificada,
proletarizada e deteriorada vem sendo questionada como possibilidade de
trabalho e realização profissional. A ideia do professor ou da professora como
uma entidade, um símbolo, uma estrutura de caráter ou mesmo força moral é
coisa do passado. Nestes dias, professores somente “dão aulas”, não são
dignos de bons salários, e é difícil encontrar uma função para eles neste
27
mundo da velocidade, da prontidão e da informação “enlatada”. Em geral, esse
é o pensamento oficial que anda nas cabeças dos alunos, pais e governantes.
2.6. Existe Solução?
De acordo com o que se tem observado até agora neste estudo é
importante reforçar que, além de se fazer uma mudança em “o que ensinar”,
ou seja, no Currículo, se faz necessário uma mudança naquele “que ensina”, o
professor. É importante que o professor busque um fazer docente voltado para
o aprendizado em rede, que garanta a produção de sentidos com uma prática
mais comunicativa, buscando a articulação de saberes multidisciplinares. De
outra forma, a utilização das tecnologias digitais em rede não iria provocar
nenhum tipo de mudança no currículo, apenas serviria para reforçar uma
prática ultrapassada que já não se encaixa no perfil do decente do século XXI.
Portanto,
“Cabe ao trabalho docente não só fazer a crítica aos meios,
mas,sobretudo arquitetar situações e ambiências para a produção
desses meios. A cibercultura desafia o currículo e os professores para
o exercício de autorias coletivas com seus alunos, pois ao contrário
das mídias de massa, através da Internet cada espaço ou cenário de
aprendizagem pode se constituir como uma agência de
notícias.” (SANTOS:2003)
Os docentes que se recusam a modificar sua prática pedagógica estão
cada vez mais sujeitos ao fracasso, pois a cada dia encontrarão mais alunos
desinteressados de estar inseridos em um modelo de educação tradicional
com um currículo compartimentado, pautado na repetição de conteúdos e na
memorização. As reformas educacionais tiveram início há pouco mais de meia
década e pode ser que leve mais uma década para promover as
transformações pretendidas, em escala nacional. Mas já se percebem
experiências importantes em muitas escolas brasileiras, que desenvolvem
novos projetos pedagógicos e novas práticas educacionais, nas quais leituras,
investigações, discussões e projetos, realizados por alunos, superam ou
complementam a didática da transmissão e a pedagogia do discurso. Essas
novas práticas, usualmente, são resultado de um trabalho de toda a
comunidade, em cooperação com a direção escolar, em apoio à transição
28
entre o velho e o novo modelo de escola. (PCN+: p. 12) Pensar em um novo
currículo é pensar em uma educação cuja abordagem não esteja centrada tão
somente no conteúdo como se vê na educação tradicional, mas que esteja
centrada no aluno e seu contexto. Os alunos de hoje, nativos digitais, pois
nasceram em uma sociedade em que as novas tecnologias da informação e
comunicação estão inseridas em todos os setores, e tais tecnologias tem sido
parte integrante do seu cotidiano, Como define Prensk
“Nativos digitais são aqueles que cresceram cercados por
tecnologias digitais. Para eles, a tecnologia analógica do século 20 ---
como câmeras de vídeo, telefones com fio, informação não conectada
(livros, por exemplo), internet discada -- é velha. Os nativos digitais
cresceram com a tecnologia digital e usaram isso brincando, por isso
não têm medo dela, a veem como um aliado. Já os imigrantes digitais
são os que chegaram à tecnologia digital mais tarde na vida e, por
isso, precisaram se adaptar.”
Deste modo, muitas vezes, estes alunos, que são ensinados por
imigrantes digitais, não veem sentido no conteúdo e no tipo de ensino que têm
recebido na escola, deste modo, Tori (2010) afirma:
“O bom educador sabe que para a ocorrência de uma
comunicação eficaz e produtiva deve ser empregada a linguagem do
interlocutor e respeitada a sua cultura. Linguagem e cultura da nova
geração de aprendizes são muito diferentes daquelas nas quais se
basearam os métodos e técnicas educacionais hoje empregados. O
resultado da falta de uma boa comunicação em sala de aula são
alunos indiferentes, desatentos e desmotivados.” (TORI, 2010).
Seguindo o mesmo entendimento, Mattar (2010) afirma que os modelos
tradicionais de aprendizagem que presenciamos hoje, não se aplicam
adequadamente à geração dos nativos digitais. O que se vê na maioria dos
currículos escolares é um programa imutável que não respeita a
individualidade do aluno, um programa que privilegia a transmissão do
conhecimento e não a aprendizagem. O autor sugere um modelo onde o
processo ensino-aprendizagem se transforme ao longo do curso e que mesmo
havendo uma direção a ser seguida, o professor possa em algum momento
alterar parte de determinado conteúdo ou estender algum debate com os
29
alunos sobre um tema que despertou maior interesse ou dúvida na classe.
Mattar (2010) ainda diz:
“Mas no que importa insistir é que não faz mais sentido
pensar em currículos totalmente rígidos e pré-programados, com
início e fim fixos, que definam detalhadamente de antemão tudo o que
vai ocorrer em um curso. Não é mais assim que pensa a geração de
nativos digitais. O currículo não pode mais ser estável nem totalmente
previsível, com as atividades fechadas desde o início do curso. Ao
contrário, é preciso reservar na programação dos currículos espaço
para a descoberta, a investigação e o desenvolvimento, para a
improvisação, a imprevisibilidade, a indeterminação, a criatividade e a
inovação. O currículo deve ser concebido como algo em andamento,
instável e dinâmico, em que a organização e as atividades são
definidas conforme o curso se desenvolve.” (MATTAR, 2010)
E se pensarmos no professor que as escolas têm hoje, pode-se afirmar
que estariam afinados com este novo Currículo e modelo de escola propostos?
Infelizmente o que se vê nas escolas é contrário a isso tudo, os docentes
muitas vezes encontram-se perdidos em um ambiente que não lhes é familiar,
eles são imigrantes digitais responsáveis pela educação de nativos digitais, o
que em alguns causa desconforto e insegurança em relação à utilização das
tecnologias em sua prática diária. Neste contexto em que se insere a escola
hoje, encontram-se diversos tipos de professores, uns que utilizam a tecnologia
apenas como um reforço para suas aulas expositivas, outros que reclamam da
falta de estrutura das unidades escolares (o que é uma verdade, mas não pode
ser utilizado como desculpa) e se recusam a inserir as tecnologias em seu
trabalho pedagógico, e outros, poucos, que se encaixam numa prática
pedagógica voltada para a construção de conhecimento de seus alunos.
Apesar de, na maioria das escolas, este grupo ainda estar em minoria já é uma
esperança, pois com sua prática diferenciada, pautada em projetos
pedagógicos interdisciplinares eles tendem a “contaminar” de forma positiva a
outros docentes. Prensk (2011), em entrevista ao jornal Folha de São Paulo,
afirma que
“O papel do professor está mudando gradualmente. Está
deixando de ser apenas o de transmissor de conteúdo, disciplinador
e juiz da sala de aula para se tornar o de treinador, guia, parceiro. A
30
maioria dos professores está em algum lugar no meio; poucos são
parceiros de verdade. E precisa continuar mudando se os professores
quiserem ajudar os alunos do século 21 a aprender. Alguns acham
que a pedagogia vai mudar automaticamente, assim que os "nativos
digitais" se tornarem professores. Eu discordo. Há pressões forçando
os professores novos a adotar métodos antigos. Nós precisamos fazer
um grande esforço de mudança. Primeiro, mudar a forma como nós
ensinamos - nossas pedagogias. Depois, mudar a tecnologia que nos
dá suporte. Finalmente, mudar o que nós ensinamos – nosso currículo
-- para estarmos em acordo com o contexto e as necessidades do
século 21.” (p.1)
31
CAPÍTULO III
VIDEOAULA COMO MÉTODO ALTERNATIVO DE
APRENDIZAGEM
A Educação à Distância (EAD) é uma modalidade da Educação, com a
mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados
em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados
e veiculados pelos diversos meios de comunicação (TESSAROLLO, 2000). De
acordo com Borba (2005), a construção do conhecimento envolve uma
combinação de seres humanos e de recursos didáticos.
Se, no passado a Educação a Distância (EAD) já acontecia por meio de
correspondência, atualmente, com todas essas facilidades, a disseminação
dessa vertente educacional é inevitável. De 2003 a 2006, o número de cursos
nessa modalidade no Brasil aumentou 571% (CHAMARELLI, 2008), o que
demonstra a velocidade dessa expansão. Hoje, o material didático disponível
na aprendizagem conta com uma gama de opções que vai da ferramenta mais
simples ao recurso tecnológico mais sofisticado.
Somente o EAD, por si já seria um tema de estudo bastante amplo e,
portanto, selecionei apenas o recurso de videoaulas a serem utilizadas como
método alternativo para ser abordado neste estudo.
Existem diversas plataformas para armazenamento de vídeos na
internet, neste estudo a plataforma a ser pesquisada será o ‘Youtube’
3.1. História da EAD no Brasil
No Brasil, o desenvolvimento da EAD tem seu início no século XX, em
decorrência do iminente processo de industrialização cuja trajetória gerou uma
demanda por políticas educacionais que formassem o trabalhador para a
ocupação industrial. Dentro desse contexto, a Educação a Distância surge
como uma alternativa para atender à demanda, principalmente através de
meios radiofônicos, o que permitiria a formação dos trabalhadores do meio
rural sem a necessidade de deslocamento para os centros urbanos.
32
A história da educação a distância no Brasil esteve sempre ligada à
formação profissional, capacitando pessoas ao exercício de certas atividades
ou ao domínio de determinadas habilidades, sempre motivadas por questões
de mercado.
A partir dos anos 30, as políticas públicas viram na Educação a
Distância uma forma de atingir uma grande massa de analfabetos sem permitir
que houvesse grandes reflexões sobre questões sociais.
Com o estabelecimento do Estado Novo, em 1937, a educação passou
a ter o papel de “adestrar” o profissional para o exercício de trabalhos
essenciais à modernização administrativa. Dentro deste contexto de formação
profissional, surgem o Instituto Rádio-Técnico Monitor em 1939, e o Instituto
Universal Brasileiro, em 1941, como aponta Nunes (1992).
Foram várias experiências radiofônicas até a implantação da televisão
no Brasil, nos anos 50, que possibilitou o desenvolvimento de idéias
relacionadas ao uso deste novo meio de comunicação na educação. Dessa
maneira, nos anos 60, surgem as televisões educativas. Já na década de 70, a
Educação a Distância começa a ser usada na capacitação de professores
através da Associação Brasileira de Teleducação (ABT) e o MEC, através dos
Seminários Brasileiros de Tecnologia Educacional.
Ainda no contexto do rádio, é criado em 1973 o Projeto Minerva, que
disponibilizou cursos para pessoas com baixo poder aquisitivo. Na mesma
época surge o Projeto Sistema Avançado de Comunicações Interdisciplinares
(SACI) que, dentro de uma perspectiva de uso de satélites, chegou a atender
16.000 alunos entre os anos de 1973 e 1974.
Em 1978 é criado o Telecurso 2º grau, através de uma parceria da
Fundação Padre Anchieta e Fundação Roberto Marinho. Seu foco era a
preparação de alunos para exames supletivos de 2º grau.
Já em 1979 temos a criação da Fundação Centro Brasileiro de Televisão
Educativa (FCTVE), utilizando programas de televisão no projeto Movimento
Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL). Neste mesmo ano, a Coordenação de
Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior (CAPES) faz experimentos de
33
formação de professores do interior do país através da implementação da Pós-
Graduação Experimental a Distância.
Já em 1984, em São Paulo, é criado o Projeto Ipê, com o objetivo de
aperfeiçoar professores para o Magistério de 1º e 2º graus. Na década de 90
temos, em 1995, a reformulação do Telecurso 2º Grau, que passa a se chamar
Telecurso 2000, incluindo nesse o curso técnico de mecânica.
Nessa mesma década, surge o projeto “Um Salto para o Futuro” que
objetivava o aperfeiçoamento de professores das séries iniciais. Em 1995,
também é criada a Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) que
desenvolveu e implantou, em 2000, um curso a distância vinculado ao Projeto
TV Escola, também objetivando a formação de professores.
Ainda nos anos 90, podemos citar a criação do Canal Futura, uma
iniciativa de empresas privadas para a criação de um canal com programas
exclusivamente educativos.
Para Barros (2003), assim como as exigências educacionais sofreram
grandes alterações advindas das mudanças nas relações de trabalho com a
Revolução Francesa e a Revolução Industrial, hoje vivenciamos a revolução
das tecnologias, mais especificamente das tecnologias da informação, que
mais uma vez afeta as relações de trabalho, e isso certamente se reflete na
educação.
Duas tendências educacionais se firmaram no Brasil, no contexto da
Educação a Distância, segundo Barros (2003, p. 52): “[b] a universalização
das oportunidades e a preparação para o universo do trabalho”.
Autores como Nunes (1992) observam que, em todo o seu processo
histórico, a Educação a Distância sofreu todo um processo de transformação,
principalmente no que diz respeito ao preconceito sofrido por essa modalidade.
Aos poucos, a Educação a Distância está perdendo o estigma de ensino de
baixa qualidade, emergencial e ineficiente na formação do cidadão.
Porém, como toda modalidade de ensino, não se constitui na solução
para todos os problemas. Atualmente vivenciam-se novos desafios,
principalmente no que diz respeito ao impacto nas novas tecnologias na
Educação a Distância.
34
3.2. Videoaula
Videoaula é uma aplicação multimídia que permite a apresentação de
vídeo, slides e outros documentos de forma sincronizada e com possibilidade
de acesso online ou para download.
As videoaulas são muito usadas na educação à distancia, com o
objetivo de ilustrar, reforçar e complementar o conteúdo do curso. É um
importante recurso didático que auxilia na fixação de conteúdos.
3.3. Dicas para uma boa videoaula
Procure sempre prestar atenção em outros autores que publicam aulas
na internet, você tem muito a aprender com eles, seja coisas positivas ou
negativas. Procure espelhar-se naquilo que você gosta de ver/ouvir nas aulas e
evite ao máximo aquilo que você não gosta, segue abaixo algumas dicas para
criar uma boa videoaula.
3.3.1. Dominar a ferramenta usada
Não importa se você vai gravar uma aula usando o Camtasia no
Windows ou talvez o Kazam no Linux, o que realmente importa é saber os
recursos que essa ferramenta lhe oferece e também suas limitações. Conhecer
a fundo o software usado irá facilitar muito o processo de criação de conteúdo,
uma vez que você sabe o que realmente pode ser feito com ele.
O mesmo vale para a edição, estude sobre o programa que pretende
usar, aprenda dicas e truques importantes e úteis, converse com outros
produtores para descobrir algo novo. Ninguém nasce sabendo e o caminho do
conhecimento é longo.
3.3.2. Domínio sobre o conteúdo
Antes de querer ensinar algo, tenha humildade suficiente para aprender
sobre o assunto. Fazer aulas sobre temas que você não tem um conhecimento
sólido, somente irá abalar sua credibilidade na web, e olha que os alunos
percebem claramente quando o instrutor não domina o assunto da aula.
Quando se sentir inseguro em relação à um assunto, mas mesmo assim
decidir gravar um vídeo, faça um teste antes com o procedimento a ser
ensinado. Com isso, você não é pego de surpresa durante a aula com algum
erro ou situação que não estava prevista no seu planejamento. Além do mais,
35
você fará a aula com mais segurança quando já executou aquela tarefa outra
vez antecipadamente.
3.3.3. Crie uma pauta antes de gravar
Muitas pessoas são adeptas do roteiro, mas pode ser usada uma pauta,
que deixa o vídeo mais natural e fluente. Roteiro é quando tudo que será
falado no vídeo é escrito e você simplesmente “decora” e lê tudo que precisa
ser dito/feito na aula, enquanto pauta é uma espécie de lista com os assuntos
principais que você deve explicar usando suas próprias palavras.
Além disso, ao usar uma pauta de assuntos, a possibilidade de
esquecer algum assunto importante em sua aula é reduzida a praticamente
zero, coisa que não acontece quando você simplesmente pega seu microfone
e começa gravar o que vier na cabeça.
3.3.4. Crie um padrão de gravação
Ter aulas padronizadas é fundamental para fidelizar seu público, afinal
de contas, se a cada aula sua o volume estiver diferente ou a
qualidade/resolução do vídeo sofrer mudanças perceptíveis, possivelmente
seus alunos ficarão receosos, pois não saberão o que virá em aulas futuras.
Usar linguagem formal em uma aula, e falar muitas gírias em outra
também é prejudicial, decida-se! Evite o excesso de gírias e também os "vícios
de linguagem", que são aquelas expressões repetitivas que muitos falam
durante os vídeos (né, então, tipo, entende, sabe, etc) que acabam por tornar a
aula muito chata.
A edição dos vídeos também deve seguir uma linha de semelhanças,
principalmente quando for uma série de vários vídeos sobre o mesmo assunto.
3.3.5. Áudio impecável
Um aluno até assiste uma aula cuja imagem não seja boa, mas se o
áudio for ruim ele não suporta nem 30 segundos. Dê uma atenção especial ao
áudio de suas gravações, procure fazer um tratamento digital (se necessário) a
fim de melhorar o tom de voz e volume final, mas atenção, crie um perfil de
edição para isso, caso contrário cada aula ficará diferente da anterior.
36
Usar um microfone ou headset de boa qualidade também é fundamental
para, além de gravar áudio de qualidade, reduzir os ruídos e interferências
externas durante a gravação.
3.3.6. Vídeo dinâmico
Suas aulas devem ser objetivas e dinâmicas. O que eu quero dizer é
que, quando você for fazer algo demorado durante a aula (um download por
exemplo) você deve cortar isso na edição, tornando assim sua aula mais
prática para quem assiste.
3.3.7. Evite:
Para aumentar suas chances de fidelizar seus espectadores, você, além
de observar o que já foi falado anteriormente, deve evitar algumas coisas em
suas aulas, veja as principais:
Música de fundo: só porque você gosta de rock, não quer dizer que
seus alunos vão gostar de ouvir um pesadão como trilha sonora de suas aulas,
estilo musical é coisa pessoal. Outra questão importante é que, a grande
maioria das pessoas, não gosta de estudar ouvindo música, então contenha-
se.
Bate-papos abertos nem pensar: se vai gravar uma aula, dedique o
momento a isso. Nada de ficar com Skype aberto e emitindo sons e avisos
durante a gravação, isso incomoda a quem assiste.
Enrolação: vá direto ao assunto proposto no vídeo.
3.3.8. Para concluir
Procure sempre prestar atenção em outros autores que publicam aulas
na internet, você tem muito a aprender com eles, seja coisas positivas ou
negativas. Procure espelhar-se naquilo que você gosta de ver/ouvir nas aulas e
evite ao máximo aquilo que você não gosta.
3.4. Youtube
A palavra “youtube” foi feita a partir de dois termos da língua inglesa:
“you”, que significa “você” e “tube”, que provêm de uma gíria que muito se
aproxima de “televisão”. Em outras palavras seria a “televisão feita por você”.
Essa é justamente a principal função do fenômeno da internet: permitir que os
usuários carreguem, assistam e compartilhem vídeos em formato digital.
37
O Youtube foi criado em fevereiro de 2005, por Chad Hurley e Steve
Chen, dois funcionários de uma empresa de tecnologia situada em São
Francisco, EUA. O site surgiu em virtude do inconveniente que era
compartilhar arquivos de vídeo, já que estes eram muito grandes, o que
dificultava seu envio por e-mail.
O site permite que os usuários coloquem seus próprios vídeos na rede,
sendo visualizados por qualquer pessoa no mundo inteiro. O Youtube utiliza o
formato Macromedia Flash para reproduzir os conteúdos, além de permitir que
usuários coloquem os vídeos em seus blogs e sites pessoais. Todo o potencial
do Youtube foi reconhecido pela revista americana Time, que elegeu o site
como a melhor invenção de 2006.
Devido ao grande sucesso do Youtube, em outubro de 2006, a gigante
Google anunciou a compra do site pela quantia de US$1,65 bilhão, unificando
os serviços do seu próprio site de compartilhamento de vídeos, Google Vídeo,
ao Youtube. A principal regra do site é o não-compartilhamento de vídeos
protegidos por direitos autorais, fato que na maioria das vezes não é cumprido.
Estima-se que diariamente cerca de vinte mil novos vídeos são
carregados e trinta milhões são assistidos no Youtube.
3.5. Canal do Youtube
O YouTube é o maior site de streaming de vídeos do mundo, com mais
de 800 milhões de visitantes por mês. No site é possível encontrar vídeos
sobre diferentes assuntos e categorias como entretenimento, notícias,
documentários, entre outros. Mas, como criar um canal no YouTube e
disponibilizar o seu conteúdo online?
Se você está interessado em produzir conteúdo em vídeo para
a internet, o YouTube pode ser uma excelente alternativa para hospedar seus
conteúdos. Para isso você precisará criar um canal, onde os visitantes poderão
localizar seus vídeos e interagir com eles. Caso você não saiba criar um canal,
fique atento ao tutorial que preparamos pra você.
3.5.1. Tenha uma conta Google e faça o login no YouTube
Acesse o site www.youtube.com e faça o login com sua conta do
Google/GMail, clicando no canto superior direito no botão "Fazer Login".
38
Se você ainda não possui uma conta é necessário criá-la. Siga o mesmo
procedimento descrito acima e clique em "Criar uma conta", conforme a
imagem abaixo.
3.5.2. "Carregar"
Após concluir a etapa anterior, você será redirecionado a uma página
onde vários vídeos serão sugeridos para que você assista. Visto que seu
objetivo é criar um canal próprio, prossigamos.
Agora vamos iniciar o processo de criação de seu canal. Clique em
"Carregar", no canto superior direito de sua tela. Feito isso, uma janela irá se
abrir no centro para que você comece o processo de configuração de seu
canal.
39
3.5.3. Configure seu canal
Forneça as primeiras informações como: sexo, aniversário e uma
imagem para o seu canal. Em seguida, clique em "Continuar".
3.5.4. Seu canal foi criado com sucesso
Ao concluir o passo anterior você será direcionado a uma página onde
poderá enviar seu primeiro vídeo. Nela você encontrará pequenas ferramentas
online para utilizar em seu vídeo como "Captura de webcam", "Apresentação
de slides de fotos", entre outras. No rodapé da página você encontrará
algumas dicas da equipe do YouTube para você utilizar o site da melhor
maneira.
40
3.5.5. "Estúdio de criação"
Você também poderá personalizar seu canal e ter acesso a todas as
suas configurações no menu "Estúdio de criação". Para acessá-lo, clique no
ícone de seu perfil no canto superior direito da tela. Acesse o botão "Estúdio
de criação".
A partir daí você poderá verificar as estatísticas de seu canal, bem como
todos os vídeos enviados. Além disso, é possível personalizar seu canal e
interagir com os usuários que comentaram em seus vídeos.
41
Agora você está pronto para produzir conteúdos em vídeo e
disponibilizá-los no site mais popular do gênero. O YouTube é uma ótima
ferramenta para compartilhar conteúdos relevantes da internet.
3.6. Videoaula aplicada como reforço escolar
Após conhecer como criar sua videoaula e funcionamento do canal do
youtube, devemos organizar o cotidiano escolar para aliar ao reforço utilizando
estes recursos. Segundo Dohmem (1967):
Educação à distância (Ferstudium) é uma forma
sistematicamente organizada de auto-estudo onde o aluno se instrui a
partir do material de estudo que Ihe é apresentado, o
acompanhamento e a supervisão do sucesso do estudante são
levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível através
da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer longas
distâncias.
Partindo deste princípio, a gestão escolar deve designar um grupo de
professores voluntários para que estes fiquem responsáveis por pesquisar,
organizar e relacionar materiais relevantes e dinâmicos sobre as áreas de
conhecimento avaliadas pelo ENEM ( Exame Nacional do Ensino Médio) para
a criação de planos de aula para cada vídeo a ser gravado.
A unidade escolar, caso necessite de apoio tecnológico, pode solicitar o
acompanhamento do processo por um Mediador de Tecnologia Educacional do
NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional) de sua região.
42
Como descreve Moran (2014) sobre a melhor maneira de mesclar a
tecnologia com a metodologia de ensino:
Um dos modelos mais interessantes de ensinar hoje é o de
concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e deixar
para a sala de aula as atividades mais criativas e supervisionadas. É o
que se chama de aula invertida. A combinação de aprendizagem por
desafios, problemas reais, jogos. É muito importante para que os
alunos aprendam fazendo, aprendam juntos e aprendam, também, no
seu próprio ritmo. Para gerações acostumadas a desafios e
competição, cooperação é atraente.
Ainda Moran (2014), descreve Como muda a dinâmica dentro da sala de
aula entre alunos e professores:
O ensinar e aprender acontece numa interligação simbiótica,
profunda, entre o mundo físico e o mundo digital. Não são dois
mundos ou espaços, mas um espaço estendido, uma sala de aula
ampliada, que se mescla constantemente. Por isso a educação formal
é cada vez mais híbrida, porque não acontece só no espaço físico da
sala de aula, mas nos múltiplos espaços do cotidiano, que incluem os
digitais. O professor precisa seguir comunicando-se face a face com
os alunos, mas também digitalmente.
A partir dos conteúdos ministrados em sala de aula no cotidiano escolar,
aliados às videoaulas gravadas pela unidade escolar e disponíveis para os
alunos através do canal do youtube, os alunos poderão revisar e estudar a
qualquer momento e sanar suas dúvidas nas aulas presenciais, que poderão
ser as regulares ou aulas agendadas para este fim.
43
CONCLUSÃO
Nesses últimos anos, com a rapidez da evolução tecnológica a vida das
pessoas está cada vez mais influenciada pela tecnologia, nossos alunos
nascidos na “geração tecnológica” são impacientes com aulas tradicionais,
onde o conteúdo é transmitido de forma que o professor é o centro da
informação.
Os alunos são dinâmicos e a nova informação é dinâmica, as aulas
devem ser mais atrativas com conteúdos que despertem o desejo do aluno em
estudar, pesquisar e realizar as atividades propostas.
Nas escolas públicas existe um paradigma enorme entre as aulas
tradicionais e a utilização de recursos tecnológicos, pois os professores da
rede em sua maioria são tradicionalistas e muito resistentes ao “novo”.
Devido a essa resistência, a utilização de videoaulas vai demandar um
esforço enorme de conscientização do corpo docente e da equipe técnico-
pedagógica da unidade escolar, visto que são recursos considerados
“recentes”.
Vejo um ganho enorme ao aprendizado do corpo discente, visto que os
mesmos além de assistir as aulas tradicionais mescladas com os recursos
tecnológicos que foram enviados pelo Ministério da Educação, como
Laboratórios de Informática Educativa, projetores, lousa digital, dentre outros,
poderão assistir via internet em casa ou na própria escola através de seu
computador, tablet ou smartphones as aulas planejadas especialmente para o
reforço escolar sobre as áreas de conhecimento avaliadas pelo ENEM ( Exame
nacional do Ensino Médio) , no qual poderão compreender melhor as
disciplinas e reprisar quantas vezes forem necessárias até obter a
compreensão e caso não haja, poderá sanar suas dúvidas em aulas
presenciais extras agendadas pela direção da unidade escolar para este fim.
Além de oferecer um canal de reforço da própria unidade escolar, os
professores podem indicar links de outros canais ou vídeos que podem auxiliar
e colaborar com o aprendizado.
O Ensino a Distância é nosso aliado nessa luta para auxiliar os alunos
do Ensino Médio das escolas públicas a ingressar em uma Universidade
44
Pública, contudo, vai depender além das videoaulas, do esforço de cada um
para alcançar o seu objetivo, pois para estudar a distância é necessário
organização, disciplina e autonomia.
Havendo a colaboração de todos poderemos afirmar que não haverá
tanta diferença entre os resultados obtidos pelos alunos oriundos de escolas
particulares e escolas públicas.
45
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LOPES. Maria Cristina L.P, Dorsa. Arlinda Cantero, Salvago. Blanca Matín,
Sanavria. Cláudio Zarate, Pistori. Jéferson. O Processo Histórico da Educação
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MORAES, M. C. "Informática educativa no Brasil: um pouco de história". Em
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Línguas Estrangeira: breve retrospectiva histórica. Disponível em
<www.veramenezes.com/techist.pdf> acesso em 21/04/2015
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
HISTÓRICO DA TECNOLOGIA NO COTIDIANO ESCOLAR 10
1.1 – Cronologia da Informática Educativa no Brasil 11
1.2 – Investimentos do Governo Federal – FNDE / PROINFO 13
1.2.1 – DVD Escola 14
1.2.2 – TV Escola 15
1.2.3 – Portal Domínio Público 15
1.2.4 – Projeto um computador por aluno (UCA) 16
1.2.5 – Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE) 16
1.2.6 – Laboratórios de Informática Educativa 17
1.2.7 – Projetor Proinfo: 17
1.2.8 – Solução para lousa digital 17
1.2.9 – Tablet Educacional 17
1.2.10 – ProInfo Integrado 18
1.2.11 – Mediadores de Tecnologia Educacional 19
CAPÍTULO II
DESAFIOS DA TECNOLOGIA NA APRENDIZAGEM 21
2.1 – Falta de Infraestrutura 23
2.2 – Excesso de Burocracia 23
2.3 – Falta de apoio da Direção 24
2.4 – Desinteresse dos alunos 25
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2.5 – Desvalorização 26
2.6 – Existe Solução? 27
CAPÍTULO III
VIDEOAULA COMO MÉTODO ALTERNATIVO DE
APRENDIZAGEM 31
3.1 – História da EAD no Brasil 31
3.2 – Videoaula 34
3.3 – Dicas para uma boa videoaula 34
3.3.1 – Dominar a ferramenta usada 34
3.3.2 – Domínio sobre o conteúdo 34
3.3.3 – Crie uma pauta antes de gravar 35
3.3.4 – Crie um padrão de gravação 35
3.3.5 – Áudio impecável 35
3.3.6 – Vídeo dinâmico 36
3.3.7 – Evite: 36
3.3.8 – Para concluir 36
3.4 – Youtube 36
3.5 – Canal do Youtube 37
3.5.1 – Tenha uma conta Google e faça o login no
YouTube 37
3.5.2 – Carregar 38
3.5.3 – Configure seu canal 39
3.5.4 – Seu canal foi criado com sucesso 39
3.5.5 – Estúdio de criação 40
3.6 – Videoaula aplicada como reforço escolar 41
CONCLUSÃO 43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45
ÍNDICE 47
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