UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE TECNOLOGIA
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES II
ELIAS SOARES CARVALHO 12637001701
SISTEMAS CONSTRUTIVOS
Trabalho apresentado como requisito avaliativo para obtenção do conceito final da disciplina ministrada pelo prof° José Pacha.
Belém – ParáAbril de 2013.
1. Descrever resumidamente as etapas da construção das edificações
Construção
Na arquitetura e na engenharia, a construção é a execução do projeto
previamente elaborado, seja de uma edificação ou de uma obra de arte, que são
obras de maior porte destinadas a infra-estrutura como pontes, viadutos ou
túneis. É a execução de todas as etapas do projeto da fundação ao acabamento.
Consistem em construir o que consta em projeto, respeitando as técnicas
construtivas e as normas técnicas vigentes.
1 – PROJETOS E APROVAÇÕES
- Contrato:
Quem vai encomendar ao arquiteto ou engenheiro o projeto e o gerenciamento de uma
construção deve se proteger com um contrato detalhado. Não é preciso advogado para
redigi-lo, mas é necessário certificar-se de que ele contém alguns itens fundamentais:
· Nome, endereço, RG e CIC do profissional e do cliente;
· O objeto do contrato, ou seja, elaboração de projeto, gerenciamento da obra e
contratação de mão de obra;
· Prazos estabelecidos para execução dos serviços contratados;
· Preço e forma de pagamento, com prazos especificados;
· Determinação das responsabilidades civil, penal e trabalhista do encarregado pelo
gerenciamento e pela contratação da mão de obra;
· Estipulação de multas para ambos no caso de não cumprimento de cláusulas do
contrato;
· Indicação do fórum para uma possível discussão legal do contrato;
· Assinatura das duas partes e de duas testemunhas, todas com firmas reconhecidas;
· Qualquer acidente ocorrido na obra tem como responsabilidade solidária o
proprietário.
- Alvará
Licença, expedida pela prefeitura, que autoriza a construção de um imóvel. O poder
municipal fica obrigado a liberar a permissão sempre que um pedido for feito, desde que
respeite todas as regras e especificações regidas pelo código de obras e a lei de
zoneamento do município e a apresente todos os documentos requeridos:
· Cópia autenticada da escritura do terreno;
· Carne de imposto predial e territorial urbano em dia;
· Cópia da inscrição no município e registro no CREA do profissional responsável pela
obra – engenheiro ou arquiteto;
· Se houver alguma mudança no decorrer da obra, ela precisa ser notificada ao poder
municipal, a menos que seja uma das diferenças (entre o projeto aprovado e o
executado) toleradas. Para poupar tempo e evitar multas, vale a pena informar-se na
própria prefeitura à respeitos das modificações autorizadas.
- Habite-se
Expedido pela prefeitura, é a licença que libera o imóvel construído ou reformado para a
moradia ou para a permanência e circulação de pessoas (como cinemas, teatros e
escritórios). Essa autorização só é concedida após a entrega de todos os documentos
referentes à obra, como o alvará e o memorial descritivo, além dos comprovantes de
pagamento dos impostos (INSS e ISS) e uma vistoria na obra. Se houver qualquer
divergência, um fiscal vai até a construção: ele pode multar o construtor e impedir que
pessoas entre no edifício até que as correções sejam feitas.
- Demarcação terreno
Para evitar futuros problemas com limites de áreas, é bom proceder à demarcação do
terreno. As prefeituras só aprovam plantas de lotes com as divisões devidamente
definidas.
Assim, o proprietário tem assegurados a área e os limites de seu imóvel: uma garantia
para o caso de algum visinho invadir o espaço. Quem não tem esse documento pode
solicitar uma cópia na administração municipal. Nos casos em que a planta não tenha
sido aprovada (loteamentos clandestinos, por exemplo) o proprietário deve contratar um
topógrafo para fazer as medições e definir onde termina o terreno. Depois disso, é
necessário levá-la para a aprovação na prefeitura, regularizando a situação.
- Contratação de operários
Quando o contrato é feito diretamente com os operários, todas as obrigações trabalhistas
são de responsabilidades do proprietário da obra, ainda que se trate de um serviço
rápido. No caso de haver um empreiteiro, é ele o responsável por efetuar esses
pagamentos. Certifique-se de que eles estão realmente sendo recolhidos exigindo a
apresentação de todos os comprovantes. É uma forma de evitar futuros problemas com
reclamações trabalhistas. É sempre bom lembrar que qualquer acidente ocorrido na obra
tem como responsável solidário o proprietário.
- Cadastro da obra no INSS
O prazo máximo para que se efetue o registro no INSS é de 30 dias a partir do início da
obra. Quem não o fizer corre o risco de ser autuado e multado por um fiscal. Para o
cadastro, é só preencher o certificado de matrícula e alteração (CMA) no posto do INSS
mais próximo, não é preciso pagar nada no ato, as contas poder ser acertadas no final. O
valor devido depende de um cálculo complexo, feito pelo empreiteiro ou no próprio
posto do INSS, que considera as características da construção (alvenaria, madeira ou
mista) o uso (residencial, comercial ou industrial) e a metragem. Geralmente, o
recolhimento sobre a mão de obra é estabelecido de acordo com o custo unitário básico.
Esse índice mensal do SINDUSCON leva em conta o valor mínimo de cada categoria
profissional e de algumas matérias primas.
- Recibos de pagamento
Devem ser mensalmente assinados pelos funcionários alocados na construção.
- Guias do FGTS
Não se esqueça das vias mensais de recolhimento do fundo de garantia por termo de
serviço (FGTS) dos funcionários.
2 – SERVIÇOS PRELIMINARES
È a hora de preparar o terreno. Uma maneira de evitar surpresas durante a etapa seguinte
– a da fundação – é contratar uma empresa para fazer a sondagem, necessária para
identificar as camadas do solo e sua resistência. Outro procedimento a ser executado
nessa fase é o levantamento topográfico, que vai determinar a necessidade ou não de
contratar serviços de terraplenagem. A essa altura, a montagem do barracão e o pedido
de ligações provisórias de água e energia elétrica, necessários para o andamento da
obra, também precisam ser providenciados.
Contar com um mestre de obras ou um engenheiro contratados para acompanhar o dia-
a-dia da construção é sempre bom. São eles que supervisionam todos os profissionais
envolvidos na empreitada.
- Sondagem
Espécie de radiografia do terreno que identifica as camadas de solo e sua resistência,
além de detectar a presença do lençol freático (água). Com base no relatório fornecido
pela empresa, o engenheiro calculista indica a fundação ideal para o terreno – nem
maior nem menor que o necessário. A sondagem faz no mínimo 3 furos em pontos
diferentes do lote para conhecer suas características e resistência – em outras palavras a
capacidade que o solo tem de suportar o peso de paredes, vigas e pilares.
- Camadas do solo
Basicamente, existem 3 tipos de solo: argilas, areias e siltes, que podem formar
“híbridos”, como silte arenoso. Independentemente do tipo, a qualidade essencial para a
construção é a resistência. As areias são classificadas de fofas a compactas; e as argilas,
de muito moles a rijas.
A argila rija e a areia compactas são excelentes. Mesmo sobre medianamente compacta,
ou argila média, dá para erguer uma casa com segurança. Ao contrário do que muitos
pensam, esses solos bons nem sempre surgem em terrenos planos. Nas praias, pode-se
encontrar areia pouco compacta; em várzeas de rios, costuma aparecer a argila orgânica,
muito mole.
- Levantamento topográfico
É uma análise do terreno, feita por um topógrafo. Resulta em plantas com curvas de
nível que representam a superfície de uma área, com todos os seus acidentes, como
árvores e pedras, além de fornecer as características de nivelamento do lote. Quanto à
topografia, um terreno pode ser plano, em aclive, ou em declive.
- Terraplenagem
Quase todo terreno pede terraplenagem. Ela pode ser executada de 2 formas,
dependendo das condições da área e do projeto arquitetônico. Pela chamada
compensação de corte e de aterro, movimenta-se a terra apenas para acertar o nível. Em
situações mais complicadas, é preciso depositar (aterro) ou retirar (corte) quantidades de
solo da área, o que muitas vezes exige o emprego de equipamentos de porte. Os cortes e
aterros trazem também a necessidade de construção de muros ou paredes de contenção
que podem encarecer a obra. Quando possível, deve-se deixar o próprio solo fazer esse
papel de contenção através de taludes naturais, de forma que o próprio solo se auto-
sustente.
- Montagem do barracão
A principal função do barracão é armazenar com segurança – e manter longe das
intempéries – os materiais que serão usados no decorrer da obra. A construção pode ser
de alvenaria ou de madeira. Na cobertura, geralmente empregam-se telhas de
fibrocimento. Além do espaço destinado a guarda de materiais, o barracão também
costuma abrigar instalações para os que trabalham na obra. As dimensões mínimas dos
ambientes e de suas aberturas, destinados a dormitórios, banheiros, cozinha, área de
serviço, refeitório dependem do número de funcionário previstos para a obra e estão
NR-18. a organização do canteiro é importante para se obter rapidez, segurança e
economia na obra. O barracão de ser erguido numa área onde possa permanecer até o
final da obra sem atrapalhar a movimentação no canteiro.
- Profissionais
· Arquiteto;
· Engenheiro calculista;
· Engenheiro elétrico e hidráulico;
· Engenheiro executor;
· Mestre de obras;
· Encarregado;
· Pedreiro;
· Carpinteiro;
· Serralheiro;
· Servente;
· Eletricista;
· Auxiliar de eletricista;
· Encanador;
· Auxiliar de encanador;
· Pintor;
· Gesseiro;
· Vidraceiro.
3 – FUNDAÇÕES
A solidez da futura casa depende de uma fundação bem dimensionada e executada. De
posse dos resultados da sondagem e do levantamento topográfico, o engenheiro
calculista, profissional contratado para projetar uma fundação adequada, conseguirá
encontrar a alternativa mais eficiente. As fundações podem ser diretas, no caso de
terrenos firmes, e indiretas ou profundas, quando incluem estacas e exigem a perfuração
do solo. Normalmente não se usam fundações diferentes na mesma obra, mas
dependendo das condições do terreno, o engenheiro pode recorrer a uma solução mista.
- FUNDAÇÕES DIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média. Se
essa camada surgir em pequena quantidade (em geral, até 1,5m abaixo do nível do solo),
dá para fazer uma fundação rasa: sapata isolada, sapata corrida ou laje radier.
- Sapata isolada
Tipo de fundação direta, própria para terreno firmes. Formada por elementos de
concreto, as sapatas isoladas são construídas apenas nos pontos que recebem,
individualmente, a carga das colunas da casa. A viga baldrame percorre a distância entre
dois pilares (colunas de sustentação) e sustenta as paredes de fechamento. Esse tipo de
fundação direta é recomendado para casa com qualquer número de pavimentos, pois
suporta o peso concentrado de pilares.
- Sapata corrida
Apóia-se diretamente no solo a fim de distribuir sua carga por uma área maior. Da
sapata sai a viga baldrame, e daí sobem as paredes de alvenaria. É indicada pra solos
resistentes e construções com paredes portante, ou seja, aquelas que dispensam pilares e
vigas. Dessa forma, o peso das lajes se distribui por igual ao longo das paredes. Se a
parede não for portante, o engenheiro pode recorrer a alargamentos das sapatas nos
pontos de maior carga (mas só se o solo for resistente).
- Laje Radier
Radier é um elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra.
Assemelha-se a uma laje de concreto armado e é executado sobre a superfície do terreno
nivelado. A espessura do radier varia de acordo com as cargas da obras e as
características de resistência do solo. O uso requer uma camada de solo superficial de
resistência compatível com o porte da construção.
- FUNDAÇÕES INDIRETAS
As fundações de uma casa devem alcançar uma camada de solo de resistência média.
Quando ela aparece a mais de 3 metros, recorre-se a fundação profunda: as estacas ou os
tubulões, que transmitem as cargas ao terreno pela base (estrato de apoio firme no solo)
e pela sua superfície lateral.
- Estacas
Elementos de fundação profunda, montado inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem a descida de operários. Existem as pré-moldadas, inseridas no terreno
por meio de golpes de um martelo de cravação, e as executadas no local, como a strauss
e a broca.
Estaca strauss
Quando a perfuração é feita com um aparelho chamado strauss – vem daí o nome da
estaca. É recomendada nos casos em que a fundação deve ser profunda, entre 4 e 10 m.
Para executa-la instala-se um tripé com um tubo metálico que perfura o solo até a
profundidade definida pelo engenheiro. O furo é, então, preenchido de concreto. Esse
tipo de estaca é mais indicado para terrenos secos. Caso haja lençol freático, só poderá
ser empregado se, abaixo dele, o solo for consistente.
Estaca broca
É feita com o auxílio de uma ferramenta chamada trado, que escava um furo na terra até
encontrar solo firme. O trado manual só alcança 4 metros, mas o mecanizado não tem
limite.
Depois o furo é preenchido de concreto. Não se indica a broca quando há lençol de
água.
- Tubulões
Trata-se de uma peça de concreto armado, cilíndrica e com base alargada. É o tipo de
fundação profunda particularmente indicado para terrenos sem pedras. Isso porque,
durante a execução, os operários cavam a terra e as preenchem com concreto. Ao
descerem nas escavações, conseguem remover eventuais matacões encontrados. Pouco
usados em casa, são feitos cavando-se um poço que é, a seguir, concretado.
- Impermeabilização das fundações
Rede de drenagem superficial
Capta a água da chuva e de lavagem dos arredores da casa. Constituída de grelhas e
ralos que recebem a água dos pisos e conduzem à rede de águas pluviais. Como
proteção adicional deve-se impermeabilizar as baldrames e rodapés de paredes com
argamassas especiais, material polimérico ou asfáltico, todos apropriados para essa
finalidade.
Impermeabilização de sapatas
Como dreno, coloca-se uma camada de brita sobre o solo no local previsto para a
execução da sapata. Sobre ela vem o lastro (camada de concreto simples sem armadura),
reforçado com hidrofugante.
O isolamento pode ser feito de 2 formas:
a) argamassa com hidrofugante + tinta betuminosa
b) cimento cristalizado + cimento polimérico
Tanto a argamassa com hidrofugante quanto o cimento cristalizante são rígidos. Por
isso, é importante o uso da tinta betuminosa ou do cimento polimérico, produtos
semiflexíveis que evitarão trincas em face da movimentação natural do terreno.
Impermeabilização de laje radier
Começa com uma camada de brita sobre o solo (minimiza a pressão do lençol freático),
seguida de lastro com hidrofugante. Para cobrir essa grande área, o mais indicado são os
produtos flexíveis, como manta asfáltica e membrana asfáltica. O primeiro é encontrado
pronto, em rolo, e exige serviço especializado para fazer emendas. Já a membrana é
uma espécie de tinta, aplicada in loco em várias demãos. Por cima, vem o radier.
4 – ESTRUTURA
Há 2 sistemas de construção de casas. No mais tradicional, pilares e vigas de concreto
estruturam a moradia e tijolos fecham as paredes. No segundo, racionalizado, pré-
moldados de aço, madeira ou concreto formam um arcabouço que recebe painéis (de
gesso ou concreto) ou blocos (cerâmicos, silico-calcários etc) de fechamentos
industrializados.
Ainda não há uma conclusão sobre qual método prima pela economia. A alvenaria pede
mais tempo e gera mais desperdício que a obra racionalizada. Mas os materiais pré-
moldados ainda são caros no Brasil. A alvenaria estrutural despensa pilares e vigas: são
as paredes de blocos estruturais que sustentam as lajes e o telhado. Qualquer tipo de
fundação pode ser adequado à alvenaria estrutural – se o solo for firme, pode-se
empregar uma fundação rasa e barata. Se o solo for íngreme e pouco consistente, o que
dificulta o acesso e o trabalho no canteiro de obras, talvez compense em investir em
estruturas pré-moldadas. De qualquer forma, é muito provável que seja necessária uma
fundação profunda (e cara) para atingir o solo firme.
- Estrutura de madeira
Toras aplainadas ou roliças formam a armação, conhecida como paliteiro. No Brasil,
usam-se principalmente espécies amazônicas (jatobá, cumaru, itaúba, entre outras) e de
reflorestamento (como o eucalipto, tratado contra a umidade e insetos). Para que não
deformem ou rachem, é fundamental que, antes da montagem, tenham a secagem
controlada por especialistas. Há empresas que operam em escala industrial, adaptando o
projeto a peças de tamanhos predeterminados e encaixes padronizados. Os componentes
chegam prontos ao canteiro, onde são armados. O mais comum, porém, é o trabalho
artesanal, feito no local por construtoras tradicionais e carpinteiros. Alguns mecanismos
ajudam a evitar ou disfarçar fissuras no encontro de paredes e madeira, como os frisos e
as amarrações com pregos e ferros.
- Estrutura de aço
O aço é um metal formado de aço e carbono. No Brasil, as principais siderúrgicas
fabricam o material em chapas. Outras empresas compram essas chapas e as
transformas em vigas e pilares, que são utilizados nas estruturas.
Consulte os fabricantes de estrutura metálica. As Siderúrgicas e a Associação Brasileira
da Construção Metálica (Abcem) podem indicar algumas empresas. Muitas delas se
encarregam do projeto estrutural.
- Estrutura de concreto
Estima-se que 90% das construções no Brasil tenham estrutura de concreto (mistura de
cimento, brita, areia e água) armado com ferragens, que passam por dentro de pilares e
vigas.
Essa estrutura pode ficar embutida ou aparente. Nesse último caso, dá até pra usar
concreto colorido, uma novidade que custa 20% a mais.
Cabe ao arquiteto e engenheiro definir como erguer a estrutura: com concreto preparado
por empresas, feito na obra ou pré-moldado. O concreto dosado em central (cdc) chega
ao canteiro em caminhões do tipo betoneira. A proporção entre os componentes é
previamente especificada para que ele tenha a resistência e consistência necessárias.
Entre o preparo e a aplicação, existe um prazo máximo de 3 horas e meia, porque,
depois disso, o material endurece (embora existem aditivos que retardem esse processo).
Quando se necessita de pouco concreto ou o acesso de caminhões é complicado, os
pedreiros misturam o material no canteiro. Raramente, os arquitetos optam por pré-
moldados pra casas. O motivo está no alto custo de transporte das peças, que são
grandes e pesadas. O sistema é mais indicado para construções de maior porte, pois a
produção de peças viabiliza custos.
- Sistema pré-fabricado de concreto
Veja o que diz o arquiteto Paulo Mendes da Rocha sobre a estrutura pré-fabricada de
concreto, usada por ele na Casa Gerassi, em São Paulo.
· Montagem
Você faz um contato com a empresa, examina o elenco de peças de linha e monta o kit.
Eles entregam a estrutura montada. É uma realização extremamente atraente ver a
construção surgir. Depois, mais um mês ou dois para instalar os caixilhos e
acabamentos. Usa-se muito esse sistema para erguer pavilhões industriais – só em São
Paulo, existem umas 20 usinas de préfabricados.
· Padrão de qualidade
Essa construção mostra o padrão das peças que saem de uma usina, onde tudo é
controlado – dosagem do concreto, resistência etc. Casas feitas à mão não têm padrão
técnico nenhum, não se pode garantir nada.
· Liberdade criativa
A idéia de pré-fabricação não é absolutamente restritiva à imaginação, esse é outro
raciocínio tolo. É comum dizer que a técnica constrange a imaginação. Ao contrário,
você só pode imaginar com técnica. Ninguém imagina algo e então sai correndo atrás de
técnica para fazer acontecer. A rigor, você raciocina com a técnica, como se fossem
pedra adequadamente talhadas para fazer uma catedral. Com os pré-fabricados pode-se
fazer qualquer coisa.
· Concreto moldado na obra
Essa é uma variante bastante razoável. Você faz um jogo de fôrmas na própria obra,
lança o concreto e depois tira as peças prontas. Mas é um capricho inútil, pois está aí a
casa do nosso amigo Gerassi para mostrar que é possível realizar uma construção mais
facilmente. É mais fácil comprar pronto.
· Construção convencional
Uma casa suspensa, como essa, foge da idéia de ter um jardinzinho na frente e um
quintal no fundo. O terreno fica liberado, seja pra guardar automóvel, seja pra fazer uma
piscina. Tudo isso é muito divertido. E divertido é o êxito da operação: em dois, três
dias a casa está lá.
Concreto armado
Vantagens:
Quando não houver pressa. Se não ocorrer nenhum atraso, são necessários 30
dias para levantar o esqueleto de uma construção de 250 m². são necessários 28
dias para que o material atinja a resistência especificada no projeto.
Quando o dinheiro for contado. É feito com componentes de fácil obtenção e
qualquer pedreiro
trabalha com ele.
Para executar um projeto arrojado, com paredes curvas ou colunas arredondadas,
pois o material é moldável, o que dá mais liberdade ao arquiteto.
Desvantagens:
Numa área de encosta, é difícil montar as fôrmas, para poder moldar o concreto.
Quando se desconhecem a origem dos ingredientes da mistura e é impossível
testar a qualidade.
Se não houver na região empreiteiro habilitado para fabricar o concreto com as
especificações corretas.
Madeira
Vantagens:
Em terreno do tipo pirambeira, pois em vez de fazer cortes e muro de arrimo, dá
para apoiar a casa sobre pilares e deixar o terreno livre.
Em projetos com soluções que protejam a madeira de chuvas, sol e umidade,
aumentando a durabilidade. São varandas e beirais largos, cuidados para afastar
a construção do solo, e isolamento entre a madeira e o alicerce de concreto.
Para ter uma obra limpa, já que a montagem dispensa fôrmas e mistura de
concreto.
Se você busca rapidez. Nesse caso, o melhor é optar pelos sistemas pré-
concebidos.
Desvantagens:
Se você não tiver condições de fazer manutenções periódicas pois a madeira
estraga em contato com a umidade, a incidência dos raios solares e os efeitos da
maresia.
Se você necessitar de peças de madeira com mais de 6m sem emendas. Pois esse
é o tamanho com que as toras chegam ao mercado.
Aço
Vantagens:
Em terreno do tipo pirambeira, pois com guindastes é possível levar o aço nos
locais mais difíceis.
Quando é preciso construir em pouco tempo.
Quando há ambientes amplos e sem colunas.
Para ter uma obra limpa e sem desperdícios.
Para baratear os alicerces, já que a estrutura de aço não sobrecarrega as
fundações.
Desvantagens:
Em casas com menos de 200m², pois em pequena escala o aço sai caro.
Se o dinheiro para a construção inteira não estiver disponível, porque não
adianta pagar por uma estrutura rápida para depois parar a obra.
5 – ALVENARIA
A definição para essa etapa é o conjunto de pedras, de tijolos ou de blocos – com
argamassa ou não -, que forma paredes, muros e alicerces. Quando esse conjunto
sustenta a casa ele é chamado de alvenaria estrutural.
É nesse momento que os donos começam a se familiarizar com os contornos da casa – o
que pode levar a tentação de mudar detalhes do projeto. Às vezes, é necessário. Mas
tenha em mente que pensar em “deslocar a parede um pouquinho pra lá” pode ser uma
armadilha para o cronograma da obra e também para o orçamento.. Uma novidade é a
chamada obra seca, alternativa à tradicional dupla tijolo e cimento.
- Alvenaria estrutural
Construindo com blocos de cerâmica
Mais baratos e com desempenho térmico melhor do que o dos rivais de concreto, eles
ocupam quase a metade do mercado de construção. Existem os blocos normatizados,
com dimensões perfeitas, e os que são produzidos sem controle de qualidade
(irregulares e mais baratos).
Cuidado: as peças irregulares exigirão maior consumo de revestimento (emboço). O
apelo está na leveza: facilita o transporte na obra.
Construindo com concreto celular
Criado na Europa, o concreto celular diferencia-se pela leveza (pesa menos que o bloco
cerâmico). Por isso, está bastante presente em reformas e em situações em que não se
pode sobrecarregar as estruturas existentes. Outra característica é o isolamento térmico.
Explica-se: a grande barreira contra o calor é o ar. E, como as placas de concreto são
internamente cheias de minúsculos poros, ele se torna o melhor nesse quesito. No
entanto, por ser mais leve (menos massa), é fraco no quesito isolamento acústico. Os
fabricantes oferecem painéis e blocos grandes, com espaço para embutir instalações
elétricas e hidráulicas.
- Obra seca
Construção montada com estrutura de aço e paredes de gesso, dispensando a tradicional
dupla tijolo e cimento. É um método construtivo rápido, sem desperdícios e que não
gera entulho.
Usa os seguintes materiais: estrutura de aço, paredes de painéis de gesso acartonado ou
cimento, tubulação flexível semelhante a uma mangueira para instalação hidráulica,
telhas de massa asfáltica em placas (shingles), que são pregados sobre base específica
na cobertura. Os acabamentos podem ser escolhidos à vontade.
Painéis de gesso acartonado
Os painéis que compõem as chamadas dry walls (paredes secas) são compostas de um
miolo de gesso revestido de um tipo de cartão. Usados apenas em paredes internas, eles
são fornecidos em diversas espessuras. As medidas também variam de acordo com o
que o pé-direito exigir. A espessura final da parede depende da quantidade de placas
utilizadas. O padrão é de duas placas, parafusadas sobre perfis de aço. Há placas que
repelem água, recomendadas para ambientes úmidos, como banheiro, e placas corta-
fogo, para quem quer segurança contra incêndio. Os fabricantes indicam mão-de-obra,
dão assistência técnica e orientam projetos de clientes.
- Tijolos de barro
Feitos artesanalmente, são mais caros que os blocos industrializados de concreto e de
cerâmica. O preço alto nem sempre significa qualidade – há muitas fábricas cujos fornos
trabalham a temperaturas inferiores às necessárias e com menor tempo de queima.
No caso de tijolos para paredes (pois existem também os de revestimento), o
consumidor deve exigir os testes de dimensões e de resistência à compressão, pois esse
tipo de peça segue as exigências da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Ao comprar, prefira produtos que tragam impresso o nome da olaria – uma garantia da
procedência.
6 – COBERTURA
O telhado protege de sol, chuva e vento, mas não só. Funciona como uma espécie de
moldura, tendo o poder de completar ou até definir o estilo da casa. A cobertura é patê
do projeto arquitetônico de uma moradia. Por isso, cabe ao arquiteto desenhá-la. Com o
croqui em mãos, o engenheiro faz os cálculos para dimensionar a estrutura.
Nessa conta entram vários fatores, como a existência ou não de caixas-d’água apoiadas
nas tesoura e a ação dos ventos, que variam conforme a região onde se construirá.
Conheça todos os detalhes da cobertura passo-a-passo: projeto, estrutura, inclinação e
tipos de telha, além de acessórios como calhas e rufos.
- Projeto
Basta consultar dados sobre construção para descobrir que o telhado é um item caro,
que consome de 8% a 12% do total da obra. Portanto, o projeto estrutural e a execução
devem ser entregues a quem entende do assunto – um engenheiro ou uma empresa
especializada. Na melhor das hipóteses, a falta de um projeto resulta em um
superdimensionamento da estrutura, o que, além do desperdício de material, também
acaba sobrecarregando as fundações.
Um bom projeto contém as seguintes informações:
· A quantidade exata de cada componente ou material;
· As dimensões das peças, calculadas em função da resistência da madeira escolhida;
· Os locais onde ficarão apoiadas as tesouras;
· A existência de lajes e forros. Se houver laje, o peso da cobertura será apoiado nela.
Mas se for dispensada e em seu lugar houver um forro, ele ficará “pendurado” na
estrutura e terá que entrar na conta do dimensionamento das vigas;
· Os valores das cargas descarregadas pelo telhado na casa. Esses números serão úteis
nos cálculos da estrutura e das fundações.
- Estrutura
A mais usada em casa é a de madeira, que pode ser feita com três tipos de matéria
prima. Veja também quando usar a estrutura metálica.
· Estrutura de madeira
A matéria-prima pode ser nativa, reflorestada ou laminada colada. A primeira é, de
longe, a mais utilizada, A segunda começa a ganhar terreno, apesar de ainda cara. A
terceira, comum em países como a Alemanha e França, ainda é pouco conhecida no
Brasil.
· Madeira nativa
Pode ser empregada em estruturas, tem de atender a dois requisitos fundamentais: ter
boa capacidade de carga, ou seja, suportar o peso da cobertura, e ser resistente ao ataque
de fungos e cupins.
É grande a variedade de espécies brasileiras com essas características. Angelim-pedra,
angico-preto, canafístula, cumaru, garapeira, itaúba, jatobá, maçaranduba, muiracatiara,
perobarosa, sucupira, e tatajuba estão entre elas. Mas isso não quer dizer que todas estão
disponíveis no mercado. Na prática, uma ou duas são exploradas até praticamente
esgotar. Passa-se então para outras, num ciclo que se repete mais ou menos a cada dois
anos. Hoje as vítimas são a garapeira e o jatobá.
· Madeira reflorestada
É como são chamados o pínus e o eucalipto, espécies cultivadas que crescem cerca de
cinco vezes mais depressa que as nativas. Têm boa resistência mecânica, ou seja,
suportam o peso da estrutura, desde que corretamente dimensionadas, mas são
suscetíveis a fungos e cupins. Por isso, antes de ir para o telhado, devem passar por um
tratamento químico sob pressão em autoclave.
· Madeira laminada colada
São peças composta de lâminas de 2 a 4 cm de espessura coladas, mais comuns es
estruturas aparentes. Por ser um produto industrializado, a madeira laminada colada
passa por um melhor controle de qualidade do que a madeira bruta. Sua fabricação
inicia pela secagem da matéria prima em estufa e pela aplicação superficial de um
produto químico contra cupins. No caso do pínus, muito vulnerável, faz-se o tratamento
profundo em autoclave.. Em seguida, uma seleção descarta as partes com imperfeições,
como nós, rachaduras e pontos podres. A madeira é então cortada em lâminas, que são
coladas entre si, formando vigas de várias dimensões, nas espessuras necessárias.
· Estrutura Metálica
Mais caro e ainda pouco aceito na cultura brasileira, esse tipo de estrutura aparece mais
em construções com vãos superiores a 25 metros, o que dificilmente ocorre numa casa.
No entanto, com escassez das madeiras, o aço vem ganhando competitividade. Apesar
de ser parceiro a das telhas metálicas, nada impede que receba coberturas cerâmicas ou
de concreto. Seu ponto forte está na rapidez de montagem, já que a estrutura não é feita
na obra, ou seja, as peças são fornecidas prontas por empresas especializadas.
- Inclinação
O estilo da casa tem tudo a ver com a inclinação do telhado, por isso ela deve ser
definida já no projeto. Expressa em porcentagem, é calculada por meio da seguinte
fórmula: i = h x 100/ b. Quando a altura do telhado é igual ao comprimento da base, a
inclinação é de 100%. Se ultrapassá-lo será maior do que 100%, caso dos chalés.
Quanto mais alto o telhado da cobertura, mais inclinadas serão suas águas. De tão
importante, a inclinação do telhado determina o tipo de telha. É fácil entender porque.
Para que proteja eficientemente a casa da água
das chuvas, é preciso que as telhas – de qualquer modelo e material – sejam instaladas
de acordo com a inclinação mínima indicada pelo fabricante. Caso contrário podem
surgir vazamentos. A única alternativa para desobedecer a essa regra é acrescentar uma
proteção extra, a subcobertura. Em outras palavras: toda vez que o caimento do telhado
for menor do que o exigido para o modelo de telha escolhido, deve-se lançar mão dessa
barreira impermeável que impede infiltrações caso a água não escoe bem.
- Material das telhas
Os telhados de barro fazem parte da paisagem brasileira desde o período colonial. Nos
últimos tempos, porém, a concorrência de outros materiais tem aumentado. Lançadas no
Brasil a cerca de 20 anos, as telhas de concreto vem conquistando espaço e casa de alto
padrão, que apostam na superioridade do produto.
No extremo de preço, aparece um competidor importante, o fibro-cimento. Ele domina
no setor industrial, mas é visto com reservas pelo mercado residencial, em que está
associado a construções populares.
Bastante vasto, o leque de opções inclui ainda telhas de aço, alumínio, policarbonato,
PVC, vidro madeira, massa asfáltica e pedra.
- Calhas e rufos
A chuva cai sobre o telhado, escorre pelas telhas, e recolhida pelas calhas e chega ao
solo por meio de condutores. Apesar de muito comuns, as duas últimas etapas desse
percurso não são obrigatórios, ou seja, nada impede que uma casa abra mão desse
sistema de captação. Mas há inconvenientes nisso: a água que pinga direto das telhas
pode estragar o jardim e espirrar nas paredes. Que adere às calhas, no entanto, se vê
obrigado a limpá-las periodicamente. Caso contrário o telhado ficará sujeito a
entupimentos e grandes transtornos com infiltrações.
7 – INSTALAÇÃO HIDRÁULICA
É aquele que atende às necessidades da família, que integra ao plano arquitetônico tanto
do ponto de vista da forma quanto do custo e que facilita futuros reparos. Um projeto de
hidráulica custa quase o mesmo que o estrutural. E a melhor maneira de garantir
instalações hidráulicas adequadas é encomendar um projeto específico.
- A pressão da água
Uma das primeiras preocupações para quem vai construir deve ser a pressão da água na
rua. Quando a pressão é baixa, encher a caixa d’água pode levar muito tempo se ela é
alta demais, prejudica o bom funcionamento de alguns aparelhos, exemplo aquecedor de
acumulação.
O mercado oferece dispositivos que elevam ou reduzem a pressão da água. Dispositivos
de pressão de água: nos casos em que falta pressão, o pressurizador é um dos únicos
recursos que de fato resolvem. Os diferentes modelos encontrado no mercado
funcionam de acordo com o mesmo conceito: um tipo de bomba que, acoplada a um
tanque, encarrega-se de elevar a pressão da água, forçando a diminuição de pressão da
água, já as válvulas redutoras de pressão podem ser acopladas à entrada de água da
residência, forçando a diminuição de pressão em todo o sistema hidráulico.
- Tipos de caixas d’água
O mercado oferece basicamente 5 tipos: as de alvenarias (comuns em construções
antigas e edifícios); as de fibrocimento; as de fibras de vidro; as de inox e as de PVC, de
superfície menos porosa. As de alvenaria e as de fibrocimento são velhas conhecidas do
brasileiro. Já as de fibro de vidro e as de PVC cheram ao mercado mais recntemente e
prometem acumular menos sujeira.
Também são mias leves e tem encaixes mais precisos, o que deve tornar mais fáceis a
instalação e a manutenção periódica.
- Tubos e conexões
A primeira dúvida costuma ser que material usar. Antes de comprar tubos é também
conveniente prestar atenção nas medidas.
Material: o PVC encabeça o ranque dos mais conhecidos, mas o mercado oferece ainda
outras famílias de produtos: o cobre, sobretudo no transporte de água aquecida, o CPVC
(um tipo de PVC para água quente), o aço galvanizado e até novidades como o
polietileno reticulado, que já equipa alguns edifícios brasileiros.
Medidas: elas são dadas em milímetros (as peças soldáveis) e polegadas (as
rosqueáveis). Quando os dois tipos estão presentes na mesma peça, ela trará as duas
medidas: milímetros de um lado e polegadas, que correspondem a 2,54cm, do outro.
Como os itens rosqueáveis tem espessura de parede diferente dos soldáveis, siga a
tabela, que traz a conversãodas medidas levando em conta essa diferente. Tome
cuidado, ainda, com a conversão de cobre para PVC/ CPVC: as medidas também serão
diferentes, já que o cobre é mais resistente e, portanto, tem paredes mais finas. Na hora
de trocar um material por outro, fique atento.
- Os registros de gaveta
Eles controlam o fluxo de água em sessões da casa. Na cozinha e na lavanderia, não há
necessidade de muitos deles: 1 para água quente e outro para água fria dão conta do
recado. No banheiro poder útil destinar um registro exclusivo para a válvula de
descarga: se ela precisar de conserto o resto do banheiro não fica sem água.
- Caixas de gordura e caixas de inspeção
Providencie caixas de gordura, de preferência na saída de cada cômodo, e as inspeções
há intervalos regulares, conforme a determinação do projetista. E caso de entupimento,
a manutenção é feita a partir delas: o resultado é uma extensão menor de tubos a serem
desimpedidos.
8 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
Um projeto bem dimensionado, alicerçardo em materiais de qualidade, evita muito mais
que disjuntores desarmando – ele nos poupa de incêndios e choques elétricos, que
podem causar queimaduras e até matar. Esse é o momento de elaborar o projeto,
determinando quantas tomadas cada cômodo deve ter, onde elas estarão, quantos pontos
de luz serão necessários – e qual a capacidade de carga de cada um. Todos os sonhos
(um homer theater, uma estação de micro computadores) devem constar da sua planta,
ou será difícil concretizá-los sem ter, mais tarde, de quebrar as paredes e de
redimensionar as potências.
- A escolha dos materiais
Os materiais que levam a energia aos diferentes pontos de sua casa devem ser de boa
qualidade. Procure na embalagem o símbolo do INMETRO, procedimento aconselhável
para todos os componentes de sua instalação. Desde os cabos até os interruptores, esse
símbolo significa que as peças foram feitas obedecendo às normas da ABNT para
instalações elétricas de baixa tensão.
- Fios e cabos
Só há uma diferença entre eles: a flexibilidade. Os fios – constituídos de um único e
espesso filamento – são rígidos. Já os cabos são formados por vários filamentos finos, o
que lhes dá maleabilidade e facilita sua colocação nos trechos onde há curvas. O
material de que são feitos – o condutor de eletricidade – é o mesmo, o cobre. Faça sua
pesquisa de preços, mas não leve um produto só porque é mais barato. Isso pode
significar matéria prima inferior – quanto mais puro o cobre, melhor será a condução da
energia. Muita atenção também quanto ao revestimento, que deve ser ante chamas. Na
hora da compra, pergunte sobre a qualidade do produto e verifique as suas
especificações. A cada 50 cm de rolo, os cabos trazem impressas informações como
bitola (ou sessão nominal) em milímetro ao quadrado, nome do fabricante, tensão e a
marca do INMETRO.
O cálculo da bitola: o cálculo é feito levando-se em consideração a distância entre o
quadro de distribuição e a tomada, além da potência do aparelho. Quanto maior à
distância, maior será a bitola do cabo. Se ela for sub-dimensionada, a energia se
transformará em calor, diminuindo o desempenho do aparelhos, aumentando o consumo
de energia e expondo sua instalação a um curto circuito.
Aumentar a esmo a sessão nominal não é a solução do problema: com uma bitola maior
do que o necessário você estará apenas onerando a sua obra. Em geral os fios têm entre
2,5mm² e 8mm², mas o cálculo correto é trabalho do projetista.
A partir daí é feita a distribuição dos circuitos: para cada um são usados 2 fios vivos
(um fase e um neutro), para tomadas de 127 volts. Ou fase e fase, para tomadas de 220
volts. Fase, como você já percebeu, é justamente o fio que conduz a energia elétrica. Se
a sua cada é abastecida com tensões de 115 volts ou 127 volts você terá 2 fios fases e
um neutro chegando à sua construção. Porém nas cidades onde a tensão é de 220 Watts
ou 230 Watts, a ligação será feita com a penas 2 fios, correspondendo a fase e fase.
- Definição dos circuitos
Nesse momento, você já listou eletrodomésticos e pontos de luz com devidas potências.
Contas feitas definem-se os circuitos (as linhas de transmissão de energia internas, que
saem da caixa de distribuição e levam a eletricidade até os aparelhos). Para cada um
instala-se um disjuntor.
Fixar essa quantidade é relativamente simples: ramais que alimentam aparelhos de
corrente elétricas superior a 10 ampéres, como chuveiros, fornos de microondas,
máquinas de lavar roupas e secadoras e torneiras elétrica, por exemplo, pedem circuitos
exclusivos. A mesma indicação serve para os aparelhos eletrônicos, como os
computadores, mesmo que não tenham potências tão elevadas. Além disso, tomadas e
pontos de luz não devem ser abastecidos por um mesmo circuito.
A norma da ABNT recomenda tomadas comuns, de 100W de potência para ambientes
de estar, como salas e quartos. Um circuito feitos com um cabo de 2,5 mm² (a bitola
mais comuns em residências) a uma tensão de 127V pode conduzir algo em torno de
1200 a 1500 W. Assim, será possível ligar de 10 tomadas de 100W cada uma, já
prevendo uma margem de segurança. Se a tenção for de 220V a potência do circuito
aumenta para algo em torno de 2200W.
Ao estabelecer o número de circuitos e a potência de cada um, lembre-se de que não se
deve exceder o limite de cada ramal, sob pena de superaquecimento dos cabos,
variações na tensão e desarme constante dos disjuntores.
- Aterramento do sistema
Por ser um grande depósito de energia, a terra pode fornecer ou receber elétrons,
neutralizando uma carga negativa ou positiva. Aterrar o sistema é exatamente isso:
estabelecer essa ligação com a terra, estabilizando a tensão em caso de sobrecarga.
O procedimento é o seguinte: próximo ao medidor, uma barra de cobre vendida nas
casas especializadas, é cravada no solo. Dela sai um cabo terra para todas as tomadas da
casas. Quem deve determinar a especificação da barra de cobre é o projetista de elétrica,
pois o diâmetro e o comprimento dependem do tipo de aplicação. Uma barra mal
dimensionada torna o procedimento ineficaz.
9 – IMPERMEABILIZAÇÃO
Existem soluções arquitetônicas, que incluídas no projeto, ajudam a manter a casa seca.
Outras contribuem para melhorar o isolamento térmico.
- Recursos para manter a casa seca
Beirais largos, que livram as paredes das chuvas;
Peitoris, pingadeiras e dentes (saliências), que protegem as janelas e a fachada
da casa;
Pé-direitos altos e aberturas generosas, que melhoram a circulação de ar;
Drenos no interior das paredes que tenham contato direto com o solo;
Impermeabilização de áreas mais sujeitas à umidade, como subsolos, fundações
e pisos;
Nas lajes de cobertura, aplique as mantas (as mais usadas são as asfálticas, mais
baratas e mais eficientes). O material é emendado, formando uma capa. Outra
solução comum é a membrana asfáltica (película formada pela aplicação de
várias camadas de tinta). Nos dois casos, faça o caimento para o ralo e a calha,
estenda a impermeabilização ao interior dos ralos, suba o revestimento no
mínimo 30 cm nas paredes e cubra a impermeabilização com argamassa para só
então assentar o piso;
Telhas amarradas, que não se desloquem com os ventos, provocando
vazamentos.
- Isolamento Térmico
A preocupação com isolamento térmico deve estar presente desde a elaboração do
projeto. Para isso, o arquiteto precisa conhecer a posição do sol no local onde será
construída a casa e levá-la em consideração na hora de definir a implantação. É a
maneira mais simples e eficiente de tirar partido da ventilação e da iluminação natural.
A escolha de materiais adequados ao clima da região é outro ponto importante. As mais
significativas trocas de calor entre a casa e o ambiente acontecem por meio do telhado e
das paredes. Por isso, esses elementos devem ser alvos de uma atenção especial.
Veja algumas formas de melhorar o conforto térmico dentro de casa.
· Cuidados com telhado
Entre os especialistas, as telhas de cerâmica são consideradas assim as mais adequadas
ao nosso clima. Se preferir o concreto, lembre-se que os tons escuros retêm o calor, por
isso vão melhor em regiões frias. No caso do metal, faça questão do recheio de
poliuretano, lã de rocha ou lã de vidro, uma barreira contra a entrada de calor no verão e
contra a saída dele no inverno.
· Subcoberturas de alumínio
As subcoberturas de alumínio também conhecidas como foils, são uma mão na roda
para garantir um telhado sequinho. Além disso, reduzem a entrada de calor que entra na
casa pelo alto.
Existem basicamente duas espécies de manta, ambas de polietileno: as que têm lâmina
de alumínio em apenas um dos lados e as duplamente metalizadas. O manual da boa
instalação manda que elas sejam fixadas entre caibros e contracaibros, impedindo que a
água de eventuais vazamentos acumule-se nas ripas. Dessa maneira também se formam
colchões de ar, necessário ao seu bom desempenho térmico.
Outro ponto importante: quando a camada metálica revestir apenas um dos lados da
manta, ela deve ficar voltada para baixo, tirando partido da propriedade do alumínio de
emitir pouco calor.
Isolamento térmico
De maneira geral, no clima brasileiro, as casas erguidas com tijolos maciços não
precisam de nenhum tipo de isolante térmico nas paredes. Porém, quando o fechamento
for feito com materiais mais leves, como painéis de cimento (usados com estruturas
metálicas), é preciso ficar atento. Um recurso muito usado nesses casos são as paredes
duplas. No espaço deixado entre a placa cimentícia externa e o painel de gesso interno
forma-se um colchão de ar, que funciona como isolante térmico. Outra opção é
empregar materiais isolantes como lã de vidro ou lã de rocha. Atenção: eles podem ser
colocados apenas nas paredes expostas ao exterior da casa, nunca nas internas.
10 – ESQUADRIAS
Chama-se de esquadria qualquer tipo de caixilho usado na obra. São as futuras portas,
janelas, venezianas etc. Pode ser alumínio, PVC ou madeira. As esquadrias anti-ruído
são uma alternativa para locais muito barulhentos.
- Alumínio
Os tipos com tamanho padronizado já vêm com grapas ou chumbadores para fixação e
uma proteção que deve ser retirada somente depois do acabamento final das paredes.
Isso evita o contato com cimento e tinta, difíceis de remover. Já as esquadrias feitas sob
medida são colocadas pelos próprios fabricantes. Eles põem um contramarco (moldura
que delimita e protege a área da janela) e só depois do acabamento das paredes instalam
a esquadria.
Na fabricação as peças podem receber dois tratamentos, que além de proteção lhes dão
cor. Durante a anodização, os perfis ganham tons de bronze e preto. Importante:
verifique na embalagem a camada de proteção da janela. Casas na cidade e no campo
exigem anodização A13. As litorâneas A18. Esses números indicam a resistência do
alumínio à agressividade do ar da região. Outro tratamento é a pintura eletrostática a pó,
que traz um leque de cores e resiste mais a intempéries.
- PVC
As janelas de PVC (policloreto de vinila, um tipo de plástico) levam vantagem sobre o
alumino no desempenho termoacústico. Em parceria com vidro duplo, elas economizam
energia porque reduzem a troca de calor entre os ambientes externo e interno, segundo
os fabricantes. Assim, dispensa-se o ar–condicionado. A maioria da empresas trabalha
sob encomenda. Não há restrições quanto ao uso no litoral.
- Madeira
O primeiro ponto a verificar nas esquadrias é se o material tem resistência mecânica
adequada aos esforços a que as peças serão submetidas. Janelas e portas externas têm de
ser maciças para que suportem bem as intempéries e, no caso das janelas, agüentem a
estrutura.
Painéis como MDF e aglomerado revestidos de lâminas decorativas de 1mm são
permitidos em portas internas – nas quais a madeira maciça é colada apenas nas áreas
mais exigidas, como a região da fechadura.
· Tipos de madeira e seus usos
Portas expostas a intempéries: cabreúva-vermelha, cumaru, garapa, imbuia,, itaúba,
jatobá, sucupira. O eucalipto de reflorestamento promete ser uma opção, mas ainda não
há larga oferta no mercado.
Portas para ambientes interno: angelim-pedra, curupixa, cedro, freijo, louro-vermelho,
macacaúba, muiracatiara,, pau-amarelo, peroba-rosa,, tatajuba, tauari.
Batentes: madeiras densas, pesadas e de maior resistência, como peroba-rosa, jatobá,
itaúba, garapa, e angelim-pedra.
Janelas: madeiras mais leves, a exemplo de cedro, muiracatiara, curupixá e freijó.
- Esquadrias Anti-ruído
Recebem esse nome as esquadrias que reduzem pelo menos 30 decibéis do barulho
externo. Essa é uma classificação usada pelos fabricantes, pois a janela anti-ruído não
está na lista de produtos com certificação obrigatória. Trazem vidros duplos ou triplos,
selados, com um espaçador dentro. O mercado oferece duas alternativas. A primeira é
comprar uma janela de alto padrão, encomendada com base no catálogo de modelos do
fabricante. Outra é adquirir peças conhecidas como kits anti-ruído, ou seja, janelas
produzidas especialmente para esse fim e de acordo com a necessidade do cliente.
Os materiais mais comuns são o alumínio e o PVC. Os perfis de alumínio precisam de
borrachas interna que impeçam a transmissão do ruído; o de PVC não, pois são soldados
e absorvem bem o som.
11 – REVESTIMENTOS/ACABAMENTOS
Os revestimentos para piso e parede dão, em grande parte, a cara da casa. Respondem
também por uma soma respeitável do custo da obra representam, junto aos demais
acabamentos, quase 30% do total.
Inevitável, portanto, que os futuros moradores mergulhem nesse mundo. Um bom
começo é definir a lista de compras logo no projeto. Isso permite uma previsão mais
extra do orçamento.
Se não for possível, tente pelo menos pensar em todos os itens de uma vez – assim fica
mais fácil coordená-los, compondo a casa como um todo. Veja as opções de
acabamentos para piso e parede a prenda a calcular a quantidade de cerâmica necessária.
- Acabamentos para piso e parede
Aço cortén, aço inox, alumínio, ardósia, arenito, assoalho de madeira, azulejo, bambu,
banho de areia, borracha, caiação, carpete de madeira, cerâmica, cimento queimado,
concreto, concreto estampado, deck, epóxi, estuque, fibra de vidro, fórmica, fulget,
granilha, granilite, granito, granulados, ladrilho hidráulico, lajota de barro, lambri,
laminados metalínicos, linóleo, mármore, massa de quartzo, massa texturizada, mosaico
de vidro, mosaico português, parque, pastilha de cerâmica, pastilha de porcelana,
pastilha de vidro, pedra goiás, pedra mineira, pedra miracema, pedra-sabão, pedra santa
izabel, pedra são carlos, perda são tomé, piso laminado, plaqueta de barro, porcelanato,
quartzitos, tábua corrida, taco de madeira, textura, tijolo de barro, tintas, vermelhão,
vinil.
- Como calcular a quantidade de cerâmica
· Paginação – esse jargão usado pelos arquitetos para a disposição da cerâmica no piso
e nas paredes tem um papel importante. Ela visa zerar os corte, encaixando um número
inteiro de peças não ambiente. Quanto mais recortes, maior a possibilidade de quebras.
· Mão-de-obra – um azulejista experiente corta a peça na diagonal perfeitamente,
aproveitando o outro pedaço, Assim, 10% ou 20% extras podem ser exagero. Mão-de-
obra especializada significa economia de material.
· Tamanho e cor da cerâmica – quanto maior a cerâmica, maior a possibilidade de
quebras. Já o formato 10 x 1 cm se encaixa em qualquer cantinho. Se escolher cores
especiais, estampas e relevos, leve uma quantidade maior para estoque. Peças
estampadas dão muita perda, pois é preciso encaixar os desenhos na hora do
assentamento. Neste caso, os 10% são válidos.
· Não ignore o rejunte – Considere este exemplo: num banheiro de 1,40 x 2,60 m
revestido de cerâmica 20 x 20 cm, o rejunte de 2 mm no piso ocuparia uma área
equivalente a 1m² de revestimento, exatamente aquela caixa para guardar.
12 – VIDROS
Nessa seara há de tudo:de vidros curvos a modelos reflexivos que retêm ou reduzem o
calor em 80%. Existe até vidro antichama e autolimpante, que repele a água e a sujeira.
Certos modelos vêm combinados a películas coloridas; outros são trabalhos
artesanalmente ou impressos com texturas. Além dos fabricantes (que são poucos no
mercado), também trabalham nessa área as empresas transformadoras – produzem as
versões laminadas, temperadas, esmaltadas ou curvas. Você pode encomendar o que
deseja aos revendedores ou as lojas de vidro que operam também com importados de
outros revendedores.
- Tipos de vidro usados em arquitetura
· Aramado: vidro com malha de aço no miolo que segura os estilhaços em caso de
quebra. Pode ser curvo. Usado em guarda-corpos, portas, cobertura e divisórias.
· Vidro com cristal líquido: ativada por controle remoto ou interruptor, a chapa dupla de
vidro, com cristal líquido dentro, deixa o conjunto transparente. Desligada fica leitosa.
Para funcionar precisa ser comprada em caixilhos próprios. Sistema próprio para
divisórias de escritórios, locais que demandam privacidade ocasional.
· Vidro curvo: antes impensável, ele despontou em construções comerciais – agora o
vidro sinuoso tornou-se uma realidade também para os projetos de casas. As chapas
comuns, metalizadas, impressas, temperadas, laminadas e aramadas são moldadas
novamente, conforme o projeto. Os preços variam conforme a quantidade, pois o
beneficiamento do material exige a confecção de uma fôrma na curvatura exata. Como
isso precisa ser feito caso a caso, o valor ainda é alto, mas menos proibitivo do que
anteriormente.
· Vidro duplo: duas chapas de vidro – laminado, temperado, impresso, refletivo ou
cristal – intercaladas por uma câmara com ar ou gás barram a passagem de calor e som.
Usado em caixilhos ou esquadrias para reduzir o barulho e manter a casa naturalmente
aquecida ou fresca com a ajuda de refrigeradores de ar.
· Vidro esmaltado: obtido artesanalmente pela aplicação de esmalte sobre o vidro,
criando desenhos e texturas. Alguns podem ser laminados. Usado em detalhes e vitrais.
· Vidro impresso: chapas gravadas com texturas ornamentais, colorida ou incolor.
Empregado em divisórias, vitrais janelas ou portas. Pode ser espelhado ou serigrafado.
Como já é possível laminá-lo ou temperá-lo, permite uso em locais que exijam
segurança.
· Vidro laminado: duas ou mais lâminas de vidro cristal ou temperado, incolor ou
colorido, refletivo ou não, com películas plásticas coloridas (do tipo PVB) no meio. Em
caso de rompimento, os pedaços do vidro não despregam. O PVB filtra parte dos raios
ultravioleta e barra parte do som. Para telhados, cobertura, fachadas, esquadrias, guarda-
corpos e pisos.
· Vidro refletivo/ metalizado: uma camada metálica reflete o sol e permite controlar seus
efeitos, como o aquecimento e a entrada de luz e de raios ultravioleta. Seu visual
espelhado varia conforme a intensidade da metalização. Pode ser aplicado na forma
temperada, curva, laminada ou dupla. Nas versões temperado e laminado, é usado em
fachadas, coberturas e boxes. O mesmo que vidro metalizado.
· Vidro temperado: depois de um tratamento térmico, torna-se até cinco vezes mais
resistente que o vidro comum. Quando quebra, desmancha-se em pequenos fragmentos,
pouco cortantes. Dispensa caixilhos na instalação. Pode ser laminado. Usado em portas
e janelas, divisórias, fachadas, guarda-corpos e boxes.
13 – PINTURAS
Gosto não se discute. Aspectos culturais também não. Escolher as cores que vão
salpicar os ambientes da casa é uma decisão absolutamente pessoal. Mas os estudos de
cor não estão ai por acaso. Convém levar em conta a sensação que as diferentes matizes
causam sobre os ânimos, os efeitos das cores modificando os ambientes e as parcerias
mais harmônicas do espectro cromático. Veja também algumas dicas para não errar na
hora da compra.
- As cores e os ambientes
Mais que se cercar de tons agradáveis, é preciso ter em mente que a cor pode atenuar
alguns problemas, como uma área muito comprida ou um pé-direito excessivamente
baixo. Veja como conseguir esses efeitos especiais.
· Para ampliar ambientes pequenos, as clores claras são sempre indicadas. Mas prefira
as frias. Os azuis e os verdes, por exemplo, parecem expandir o espaço, enquanto os
tons quentes o aproximam.
· Para corrigir um corredor comprido e estreito, pinte as paredes largas com uma cor
clara e luminosa. Nas duas extremidades – escolha um tom mais escuro – um vermelho,
por exemplo.
· Antes de pintar as portas e os batentes, pense no efeito desejado: para camuflá-los, use
a mesma cor das paredes. Para dar destaque, escolha um tom contrastante.
- Pintura de alvenaria
É a pintura que se faz sobre reboco, massa, concreto ou gesso. Todas as tintas para a
alvenaria são solúveis em água. Na prática, significa que o produto deve ser diluído
apenas em água antes da aplicação – a quantidade certa você confere na embalagem. A
limpeza dos pincéis e acessórios também é fácil, pois não requer o uso de solvente.
Portanto, atente apenas para a família a qual a tinta pertence – são duas, de acordo com
a resina empregada na fórmula. Ela define o tipo de acabamento, a durabilidade e o
preço. Veja quando usar tinta acrílica, látex ou vinil-acrílica e como preparar a
superfície para receber a pintura.
Acrílica: feita à base de resina acrílica, que garante mais resistência, essa tinta é
indicada para ambientes internos e também para áreas externas, onde a durabilidade
chega a 10 anos.
Uma das qualidades é a lavabilidade. A palavra não existe na maioria dos dicionários,
mas, trocando em miúdos, significa que paredes pintadas com esse tipo de tintas pode
ser facilmente limpas com esponja macia, água e sabão neutro. Oferece 3 tipos de
acabamento – semibrilho, acetinado e fosco. O preço é o mais salgado da prateleira:
chega a custar 40% mais que a tinta látex. E, quanto mais brilhante a tinta, mais cara.
Dentro dessa família, há tintas específicas. As elásticas acompanham a dilatação e a
retração da argamassa – em outras palavras, a película é capaz de resistir às fissuras das
paredes sem rachar. São indicadas para fachadas e qualquer parede sujeita às
intempéries. Ainda há as tintas antimofo, com maior concentração de fungicida e
algicida, o que as torna mais resistentes à maresia e à umidade excessiva – podem ser
usadas, inclusive, em banheiros.
Látex: até o aparecimento das tintas acrílicas, há cerca de 20 anos, ela reinava sozinha
no mercado brasileiro. A base é o acetato de polivinila, conhecido como PVA, resina
menos resistente do que a acrílica. Em áreas sujeitas a chuva e sol, por exemplo, os
produtos de primeira linha prometem uma durabilidade média de três anos. Disponível
somente na versão fosca, tem baixa lavabilidade: é difícil retirar riscos sem deixar
manchas na pintura.
Vinil-acrílica: entre a látex e a acrílica encontra-se uma terceira opção: a tinta vinil-
acrílica, que mistura os dois tipos de resina acima e, em geral, garantem durabilidade e
preços intermediários.
- Pintura de madeira e metal
Quando o assunto é madeira, metal ferroso e alumínio, a escolha certa é o esmalte
sintético. O acabamento fica a a seu gosto: alto brilho, acetinado ou fosco. Todos tem
base de resina acrílica e prometem resistir à ação do sol e da chuva. Como devem ser
diluídos em solvente do tipo aguarrás, Têm cheiro mais forte do que as tintas para
alvenaria – mas já é possível encontrar novas versões do produto, que usam água como
solvente.
Madeira: portas, janelas, portões, forros e corrimãos novos devem ser lixados e limpos
com pano umedecido em aguarrás. A etapa seguinte é a aplicação de uma demão de
seladora para madeira, diluída em solvente específico para o produto (verifique a
proporção recomendada na embalagem) – esse procedimento garante uma pintura mais
uniforme. Espere 24 horas para que seque totalmente, lixe novamente e retire o excesso
com um pano umedecido em aguarrás.
Pronto: está na hora de pintar. Se a peça de madeira vai ser repintada, a tarefa é mais
simples. Elimine o brilho da tinta antiga, assim como qualquer partícula solta, com uma
lixa. Limpe com pano umedecido com aguarrás, espere secar e pinte novamente. Caso
precise nivelar a superfície para corrigir pequenos defeitos, o produto adequado é a
massa para madeira, aplicada com espátula ou desempenadeira. Após a secagem, que
leva 24 horas, lixe e aplique uma demão de fundo sintético para madeira.
Metal ferroso: peças novas de ferro e de aço, como portões e grade para janelas, devem
ser protegidas com zarcão, um fundo anticorrosivo laranja ou vermelho que protege o
metal da ferrugem. Espere secar por 24 horas e pinte em seguida. No caso de grades e
portões antigos, basta usar a lixa para remover o brilho da tinta velha, assim como todos
os pontos de ferrugem.
Alumínio: esquadrias de alumínio e peças de aço galvanizado também podem ser
pintadas – já existem, inclusive, fundos e esmaltes específicos para esse fundo. A forma
de prepará-las, no entanto, não difere da dos metais ferroso.
- Pintura de cerâmica e azulejo
Cerâmica: há um tipo de esmalte sintético próprio para telhas, tijolos à vista e outras
superfícies cerâmicas não vitrificadas. O acabamento pode ser acetinado ou brilhante,
dependendo da marca, mas a cor é sempre a mesma: cerâmica. Os fabricantes prometem
durabilidade superior a três anos desde que as peças estejam totalmente livres de
umidade na hora da pintura. A preparação começa pela lixa (para que todas as partículas
soltas sejam eliminadas) e remoção do pó com pano embebido em aguarrás. Manchas de
mofo podem ser retiradas com solução de água sanitária e água, meio a meio. Se o
problema é gordura , basta usar água e sabão neutro. Para que a pintura fique mais
uniforme, aplique uma demão de fundo preparador para paredes. Espere a secagem e
pinte.
Azulejo: boa parte dos esmaltes para azulejos é feita à base de resina acrílica. Eles
proporcionam um acabamento fosco ou acetinado e podem ser aplicados em superfícies
lisas ou decoradas, mas somente em áreas secas – não servem para boxes ou banheiras,
por exemplo.
Basta misturar o produto a um diluente especial, que dá aderência à superfície esmaltada
– a bisnaga está incluída no preço. Há ainda os esmaltes à base de epóxi. Segundo os
fabricantes, essa família encara a água sem problemas, mas a única opção de
acabamento é o alto brilho, antes do uso, ele deve ser misturado a um catalisador,
também incluído no preço. A partir desse momento, o produto tem vida útil de apenas 4
horas. A preparação dos azulejos começa pela eliminação da gordura, uma vez que
costumam usar em cozinhas e banheiros. É preciso lavá-los com água morna e um
produto de limpeza do tipo multiuso. Em seguida, passe apenas um pano com álcool e
uma demão de fundo fosfatizante – ele garante a adesão da tinta à superfície lisa.
Quando a tinta é aplicada diretamente sobre os azulejos, as depressões dos rejuntes
ficam mais evidentes. Se preferir disfarçá-las, passe o fundo fosfatizante e, sobre ele,
três demãos de massa acrílica, tendo o cuidado de lixar cada uma delas. Pinte assim que
secar.
14 – SEVIÇOS COMPLEMENTARES
Terminada a obra é hora de providenciar a limpeza da casa. O erro estar em achar que
essa é uma faxina comum, realizável por uma faxineira ou por você, dono da casa. A
limpeza de obra deve retirar sobras de rejunte, manchas de cimento e respingos de tinta.
Esse tipo de sujeira geralmente pede produtos de uso profissional – fortes tóxicos – e
mão-de-obra treinada, que evite acidentes e danos nos materiais a serem limpos. Não se
esqueça de contratar a limpeza antes de fazer a jardinagem, pois os produtos prejudicam
as plantas.
- Limpeza da obra
Dicas para contratar o serviço
· Faça pelo menos 3 orçamentos para comparar preços.
· Ao se decidir por uma empresa, confira referências de trabalhos anteriores: isso não
deprecia o profissional.
· Faça um contrato de prestação de serviços em que conste nome, documentação e
endereço dos envolvidos e a especificação clara do trabalho.
· Condicione parte do pagamento à entrega do trabalho. É um jeito de tentar se garantir
de picaretas.
· Há empresas que fazem até apólice de seguros para eventuais acidentes – pergunte
se isso está disponível.
- Jardinagem
Planejar o jardim não é uma tarefa simples, como pode parecer à primeira vista. Um
bom projeto paisagístico contempla, além dos tipos de plantas mais adequadas ao local,
os sistemas de irrigação, drenagem e iluminação. Por isso, também nessa fase, o ideal é
encomendar um projeto a um profissional especializado, no caso o arquiteto paisagista.
REUMIDAMENTE :
Fases de Elaboração de Projeto:
1 - Indicação por parte do requerente, dos objetivos, características orgânicas,
funcionais e condicionamentos financeiros da obra.
2 - Verificação da viabilidade do projeto, apresentando propostas e soluções
alternativas mais favoráveis à realização do projeto.
3 - Desenvolvimento da solução programada, relativamente à concepção geral
do projeto.
4 - Na fase de projeto base, serão desenvolvidos os elementos necessários para o
licenciamento nas entidades componentes.
5 - Elaboração de documentos elaborados e escritos, facultando todos os
elementos necessários à boa execução dos trabalhos em obra. Nesta fase
realizar-se-á o Caderno de Encargos, nos quais se englobam:
Especializações Técnicas Gerais e Especificas da Construção
Mapa de Medição e Quantidades
Estimativa de Custo
6- Assistência Técnica:
Técnico Responsável pela Direção Técnica da Obra
Será realizado um acompanhamento dos trabalhos a desenvolver em
obra, de forma a visar a correta interpretação dos diferentes projetos,
tendo como objetivo final, a boa execução.
Fases da Construção:
1 - Na implantação de obra com o projeto em mãos, começa o trabalho com a
limpeza e nivelamento do terreno.
2 - Ligações de água e energia elétrica, limpeza do terreno e localização através
de maquinas equipamentos dimensionados pelo volume da obra. Execução de
fossa séptica e poço absorvente quando necessário.
3 - Estancamento é uma etapa que deve ser executada por uma empresa
especializada nesta área, e executado de acordo com o projeto estrutural.
4 - A fundação ou alicerce serve para apoiar a casa no terreno. A fundação
depende do tipo de solo do seu terreno. Uma sondagem permite saber qual é a
fundação mais indicada.
5 - Encontrado um solo firme até uma profundidade de 60 cm, executa-se o
enchimento com betão estrutural.
6 - Outra solução é construir uma laje de betão sobre o solo. Além de apoiar sua
casa, a laje já funciona como piso. Mas a laje só pode ser usada se o terreno tiver
o mesmo tipo de solo.
7 - A impermeabilização tem que merecer uma atenção especial, tanto nas
fundações assim como nas paredes em contato com o solo. Este serviço terá que
ser executado por profissionais especializados em aplicação de tela asfáltica e
outros impermeabilizantes.
8 - A elevação de alvenarias pode ser executada com diversos materiais (tijolos
comuns, blocos cerâmicos ou blocos de cimento). Deverão ser executadas
sempre vergas e contra vergas nos vãos negativos de portas e janelas.
9 - A estrutura de betão e armadora e aço têm de seguir a resistência indicada no
projeto estrutural, e executado de acordo com as normas técnicas aplicáveis,
tomando especial cuidado com escoramentos e travamento das formas.
10 - As lajes terão que ser executadas de acordo com o projeto estrutural
podendo ser pré-moldadas simples, aligeiradas ou maciças.
11 - As lajes aumentam o valor, o conforto e a segurança de sua casa. As mais
comuns são as de betão armado, executadas no local, ou as pré-moldadas de
betão, compostas de vigas “T”.
12 - Colocar as caixas e tubagens para a fixação e enfiamentos a nível de ITED e
eletricidade.
13 - Existem varias soluções a nível de climatização, tendo sempre em conta o
que o cliente pretende despender, assim como pisos radiantes, AVAC,
aquecimento central entre outros.
14 - Antes do início da cobertura, será necessária a execução do projeto de
estrutura, para dimensionar e quantificar todos os materiais, evitando assim
perdas e erros de execução. Na execução são tomados todos os cuidados
possíveis para que seja assegurada a perfeita estabilidade da estrutura e proteção
dos materiais empregados. Também utilizamos quando necessários elementos
para proteção térmica e pluvial.
15 - O cliente deve procurar usar os materiais para a execução das canalizações,
tanto de água fria, água quente e esgotos tendo em conta materiais de qualidade
e de empresas que dão garantias dos seus materiais, todas as canalizações de
água quente deverão ser isoladas. A execução devera sempre seguir as
especificações dos fabricantes e das normas técnicas aplicáveis.
16 - Nos revestimentos internos poderá ser utilizado como revestimento final
gesso liso que é aplicado sobre o emboço (ou argamassa grossa) de cimento e
areia, por razões de custos, mas também podem ser outros tipos a critério do
cliente. Nas instalações sanitárias após o emboço, devera ser executada a
impermeabilização das paredes, para garantir que não hajam problemas
relacionados com umidade. Perante critério do cliente poderá ser executado
forro em gesso cartonado, lambril ou outros tipos para de materiais de forma a
esconder tubagem ou vigas de betão nas áreas de cozinha e casas de banho, ou
simplesmente por razões de decoração.
17 - Nos revestimentos exteriores pode ser emboço desempenado (para
aplicação de textura acrílica), emboço ou reboco (massa fina), ou outro tipo a
critério do cliente. Nesta etapa também poderá ser impermeabilizada a faixa de
revestimento mais próxima ao solo para evitar problemas de umidade nas
paredes
18 - O piso tem que ser executado em 3 fases, a primeira é o contra piso,
executando nos ambientes térreos, após o acerto e compactação do terreno é
lançada uma camada de betão, que também pode ser armado (no caso de áreas
que tiveram grande espessura de aterro), nesta fase será obrigado ter o cuidado
de definir precisamente o nível acabamento de cada ambiente, o que ira garantir
a, economia dos materiais da fase seguinte que é a regularização.
19 - Os ambientes que irão receber piso cerâmico ou piso de madeira, o contra
piso ou laje recebe uma camada de argamassa de cimento e areia nivelada, ou
com as inclinações para os ralos, no caso de pisos de madeira de ambientes
térreos, e pisos de casas de banho dos pavimentos superiores será executado
também a impermeabilização desta regularização. Após a regularização segue-se
a colocação dos revestimentos finais.
20 - É sempre bom para o cliente contar com um profissional especializado na
instalação de louças e outros materiais, requer atenção, muito cuidado e seguir as
recomendações dos fabricantes.
21 - Nas pinturas interiores e exteriores é indispensável um profissional
especializado em todo o tipo de pinturas ao gosto do cliente, procurando sempre
empregar material de primeira qualidade e de empresas de renome no mercado
da construção civil.
22 - Existe um conjunto de técnicas construtivas adicionais que podem melhorar
o conforto, uma utilização tecnológica avançada e a otimização e energética.
2. Cite e descreva, fazendo um croqui esquemático, dos sistemas estruturais
construtivos
As diferenças entre os diversos tipos de laje se baseiam em função do processo
construtivo. Assim, nos próximos tópicos, citam-se alguns tipos distintos de laje
usualmente empregados e suas particularidades.
Lajes são elementos estruturais tridimensionais planos, onde a espessura é a menor das
três dimensões. Elas sofrem a ação de carregamentos externos normais à suas faces.
Podem ser classificadas em dois grandes grupos: as lajes moldadas no local e as lajes
pré-moldadas, podendo a pré-fabricação ser total ou parcial.
As lajes moldadas no local ou “in loco” recebem essa denominação por serem
construídas em toda a sua totalidade na própria obra, mais precisamente no local em que
serão estruturalmente utilizadas. Elas podem ser subdivididas em lajes com vigas e
lajes sem vigas.
Cada uma delas ainda pode ser maciça ou nervurada.
As lajes pré-moldadas recebem elementos pré-fabricados para a sua construção,
normalmente produzidos fora do canteiro de obras, industrialmente. Tais elementos pré-
fabricados podem ser de concreto armado ou de concreto protendido,
independentemente se
pré-fabricados ou moldados no local em que serão utilizados.
As lajes também podem ser classificadas com base em outros fatores, como sua
natureza ou tipo de apoio. Souza & Cunha (1998 apud BOROWSKI, 2005) classifica as
lajes quanto à natureza da seguinte forma:
Lajes maciças: lajes de concreto armado ou protendido constituídas de uma
placa maciça;
Lajes nervuradas: são as lajes em que a zona de tração é constituída de nervuras,
onde são dispostas as armaduras, e de uma mesa comprimida. Entre as nervuras,
pode-se ou não inserir um material inerte, sem função estrutural;
Lajes mistas: são lajes nervuradas com material cerâmico preenchendo o espaço
entre as nervuras, participando na resistência mecânica da laje, contribuindo na
região comprimida da peça sujeita a flexão;
Lajes em grelhas: são lajes nervuradas em que o espaçamento entre as nervuras é
superior a um metro, sendo calculadas as nervuras como uma grelha de vigas e a
mesa
como uma laje independente;
Lajes duplas: podem ser consideradas como um caso particular de lajes
nervuradas, onde as nervuras ficam situadas entre dois painéis de lajes.
Souza & Cunha (1998), também classifica as lajes quanto ao tipo de apoio da seguinte
forma:
Apoiadas sobre alvenaria ou sobre vigas;
Apoiadas sobre o solo;
Apoiadas sobre pilares: são estruturas apoiadas sobre apoios discretos. São
conhecidas como lajes cogumelo, lajes lisas ou lajes planas.
1. Lajes Maciças
A laje maciça tem sido muito empregada na construção de edificações de concreto
armado. Chama-se de laje maciça à laje de concreto com espessura constante ou
uniforme, moldada in loco a partir do lançamento do concreto fresco sobre um sistema
de formas planas. Apoiadas ao longo de seu contorno. Estes elementos estruturais são
responsáveis pelo recebimento das cargas de utilização aplicadas nos pisos das
edificações e transmissão aos apoios, que geralmente são constituídos por vigas.
Placa ou laje
Um sistema convencional de estruturas de concreto armado é aquele que pode ser
constituído basicamente por lajes maciças, vigas e pilares, sendo que as lajes recebem
os carregamentos oriundos da utilização, ou seja, das pessoas, móveis acrescidos de seu
peso próprio, os quais são transmitidos às vigas, que por sua vez descarregam seus
esforços aos pilares e esses às fundações.
O custo está diretamente relacionado com a espessura da laje. Como as outras duas
dimensões desta solução estrutural são de ordens de grandezas maiores, qualquer
alteração da espessura implica numa variação considerável do volume de concreto e,
conseqüentemente, o peso próprio. Assim, lajes esbeltas, ou seja, com espessura
pequena, são normalmente mais econômicas. Por outro lado, lajes de pequena espessura
com freqüência vibram bastante quando solicitadas por cargas dinâmicas, proporcionam
pouco isolamento acústico e podem sofrer deformações acentuadas, causando
desconforto para os usuários.
Para construir um pavimento utilizando lajes maciças de concreto armado é necessário o
emprego de uma estrutura auxiliar que sirva de fôrma sendo este constituído de um
tablado horizontal, normalmente empregando o uso de compensados de madeira,
surgindo também à necessidade de cimbramento, o qual pode ser em madeira ou
metálicos. O cimbramento com escoras metálicas e mãos de força, se torna mais
freqüente na atualidade nas edificações de médio e grande porte; atualmente existem
várias empresas que disponibilizam comercialmente desde o material para locação ou
compra quanto o projeto de escoramento das fôrmas.
Perspectiva Inferior de uma laje maciça
Perspectiva Superior de uma laje maciça
As lajes maciças, quando utilizadas, permitem o uso de alguns procedimentos de
racionalização, tais como empregar armadura em telas e embutir as tubulações das
instalações elétricas, gás, hidráulicas e sanitárias ma própria laje. Outro grande fator que
contribui para a utilização deste modelo estrutural é a versatilidade nas aplicações como
edificações comerciais, escolas, depósitos, etc.
A tabela a seguir apresenta as dimensões mínimas para lajes, regulamentadas pela NBR
6118/2003, norma brasileira que regulamenta o projeto e a execução de estruturas de
concreto armado.
Dimensões mínimas para lajes convencionais
Estrutura com Lajes Maciças
As ações usualmente atuantes nas lajes são as seguintes:
Peso próprio;
Peso de revestimento (pavimento: granito, tábua corrida; revestimento da face
inferior);
Impermeabilização / isolamento;
Sobrecargas de utilização (NBR 6120);
Coberturas.
Arranjo Básico das Armaduras de Lajes Maciças
Arranjo Básico alternativo das armaduras das lajes maciças
Armadura dos balanços das lajes
Nas áreas destinadas a sanitários e áreas de serviço, era comum se projetar lajes
rebaixadas, sobre as quais eram colocadas as instalações sanitárias. Já há algum tempo
tem-se preferido projetar a laje dessas áreas nivelada com as demais, colocando-se a
tubulação na sua face inferior, escondida por um forro falso, que permite o acesso às
instalações no caso de eventuais problemas, sem grandes transtornos.
A NBR 6120/1980 – Cargas para Cálculo de Estruturas de Edificações utilizam-se do
Peso Especifico dos materiais.
Cargas para Cálculo de Estruturas de Edificações
Representação esquemática do sistema construtivo convencional em concreto
Características do Sistema de lajes Maciças :
A laje maciça não é adequada para vencer grandes vãos.
Apresenta uma grande quantidade de vigas, fato esse que deixa as formas do
pavimento muito recortadas, diminuindo a produtividade da construção e o
reaproveitamento das formas;
Grande consumo de formas;
Existência de muitas vigas, por outro lado, forma muitos pórticos que garantem
uma boa rigidez à estrutura;
Um dos sistemas estruturais mais utilizados nas construções de concreto armado,
por isso a mão-de-obra já é bastante treinada;
O volume de concreto é grande devido ao consumo das lajes.
Segundo Franca (1997), as lajes nos edifícios de vários pisos respondem por elevada
parcela de consumo de concreto. No caso de lajes maciças, essa parcela chega
usualmente a quase dois terços do volume total do concreto da estrutura.
2. Lajes Nervuradas
São as lajes em que a zona de tração é constituída de Nervuras, onde são dispostas as
armaduras, e de uma mesa comprimida. Entre as nervuras, pode-se ou não inserir um
material inerte, sem função Estrutural.
Os pavimentos constituídos de lajes maciças geralmente possuem espessuras muito
grandes. Impulsionados pela evolução das tendências arquitetônicas, os vãos dos
pavimentos acabam por se tornar cada vez maiores, tornando a estrutura ainda mais
antieconômica. Tais fatos, associados ao alto custo das fôrmas, levaram ao surgimento
de uma alternativa de construção de pavimentos: as lajes nervuradas.
A concepção das lajes nervuradas ocorreu em virtude da baixa resistência mecânica à
tração do concreto que, na região tracionada, somente tem a função de proteger a
armadura e de ligá-la a zona comprimida. Desta forma, retira-se todo o excesso de
concreto posicionando as armaduras em nervuras (BOROWSKI, 2005).
A redução do concreto através do espaço vazado entre as nervuras ou a sua substituição
por materiais mais leves, como blocos cerâmicos ou blocos de poliestireno expandido,
reduz o consumo de concreto e o peso próprio da laje sem prejuízo da altura da seção
resistente e conseqüentemente da rigidez (ANDRADE, 1983 apud BOROWSKI, 2005).
Albuquerque & Pinheiro (1998 apud BOROWSKI, 2005) destaca como principais
vantagens das lajes nervuradas:
A utilização de poucos painéis de lajes para cobrir um pavimento devido a sua
grande autonomia, pois atinge facilmente painéis de 80 m²;
A facilidade de execução das fôrmas;
A reduzida interferência na arquitetura pelo reduzido número de vigas.
Segundo Albuquerque, a vantagem principal do uso de lajes nervuradas é a redução do
peso próprio da estrutura, já que o volume de concreto diminui, e ainda há um aumento
na inércia, já que a laje tem sua altura aumentada.
Dependendo da existência ou não do material de enchimento e da sua natureza, as lajes
nervuradas também podem apresentar isolamento térmico superior ao concreto
(SOUZA & CUNHA, 1998 apud BOROWSKI, 2005).
Segundo a NBR 6118/2003, lajes nervuradas são "lajes moldadas no local ou com
nervuras pré-moldadas, cuja zona de tração é constituída por nervuras entre as quais
pode ser colocado material inerte."
Laje Nervurada bi-direcional.
Resultantes da eliminação do concreto abaixo da linha neutra, elas propiciam uma
redução no peso próprio da estrutura como a um todo, além de melhor aproveitar o aço
e o concreto. A resistência à tração é concentrada nas nervuras, e os materiais de
enchimento têm como função única substituir o concreto, sem colaborar na resistência,
isto é, materiais inertes sem função estrutural cujo único objetivo é o de preencher os
espaços.
Essas reduções propiciam uma economia de materiais, de mão-de-obra e de fôrmas,
aumentando assim a viabilidade do sistema construtivo. Além disso, o emprego de lajes
nervuradas simplifica a execução e permite a industrialização, com redução de perdas e
aumento da produtividade, racionalizando a construção.
Tipos mais comuns de lajes nervuradas:
Dentre as várias modalidades de lajes nervuradas encontradas no mercado. Nesse
trabalho estaremos considerando dois grandes grupos: lajes nervuradas executadas com
nervuras pré-moldadas e lajes nervuradas moldadas no local, sendo utilizado o EPS
(poliestireno expandido), vigotas treliçadas ou ainda por meio de fôrmas plásticas.
a) Laje moldada no local
Todas as etapas de execução são realizadas "in loco". Portanto, é necessário o uso de
fôrmas e de escoramentos, além do material de enchimento. Podem-se utilizar fôrmas
para substituir os materiais inertes. Essas fôrmas já são encontradas em polipropileno ou
em metal, com dimensões moduladas, sendo necessário utilizar desmoldantes iguais aos
empregados nas lajes maciças.
Laje nervurada moldada no local
b) Lajes Nervuradas com nervuras pré-moldadas
Nessa alternativa, as nervuras são compostas de vigotas pré-moldadas, que dispensam o
uso do tabuleiro da fôrma tradicional. Essas vigotas são capazes de suportar seu peso
próprio e as ações de construção, necessitando apenas de cimbramentos intermediários.
Além das vigotas, essas lajes são constituídas de elementos de enchimento, que são
colocados sobre os elementos pré-moldados, e também de concreto moldado no local.
Há três tipos de vigotas:
Vigotas treliçadas Vigotas Protendidas
Vigotas em concreto armado
Tipos de vigotas, capa de concreto e blocos de preenchimento
Materiais de Enchimento
Como componente deste sistema estrutural apresentam-se os materiais inertes, ou
também conhecidos como material de enchimento.
Elementos de Enchimento empregado nas lajes formadas com nervuras pré-
fabricadas
As lajes pré-fabricadas surgem como um passo decisivo na industrialização do processo
da construção civil. Segundo Borges (1997 apud ALBUQUERQUE, 1999), a pré-
fabricação é um método industrial de construção no qual os elementos fabricados em
série, por sistemas de produção em massa, são posteriormente montados em obra, tendo
como principais vantagens a redução do tempo de construção, do peso da estrutura e,
conseqüentemente, do custo final da obra. Pode-se ainda salientar como grande
vantagem a ausência de fôrmas para as lajes.
Conforme Dias (2008 apud VIZOTTO, 2005), com a industrialização das armaduras
treliçadas, dos blocos de EPS moldado e auto-extinguível, e de fôrmas removíveis
adaptadas a esse sistema, surge à laje nervurada com vigotas pré-fabricadas treliçadas,
garantindo outras possibilidades de soluções e conservando as características de
monoliticidade da estrutura. As lajes treliçadas são normalmente empregadas para
vencerem vãos de 4 a 12 metros, têm uma variação de altura da seção compreendida
entre 10 e 30 centímetros e podem ser armadas em uma ou duas direções.
Dias (2008 apud EL DEBS, 2000) destaca que a utilização de vigotas pré-moldadas com
armação em forma de treliça favorece a utilização das lajes armadas nas duas direções
(lajes bidirecionais).
Segundo Muniz (1991 apud BUIATE & LIMA), em relação ao sistema tradicional de
lajes maciças, as lajes com armação treliçada apresentam as seguintes vantagens:
Diminuição do peso-próprio da laje e o conseqüente alívio sobre as fundações;
A possibilidade de embutir todas as instalações elétricas entre a capa de concreto
e a base de concreto pré-moldado;
Em função do bom acabamento e regularidade superficial dos elementos pré-
moldados, na face inferior é requerida apenas uma fina camada de regularização;
Redução significativa de fôrmas;
Sensível redução do escoramento das lajes;
Em lajes contínuas, o uso de vigotas com armação treliçada permite a
continuidade estrutural pela colocação de armadura negativa sobre os apoios,
sem que isto signifique qualquer problema para a sua fixação;
Eliminam-se as perdas das pontas dos vergalhões utilizados na preparação da
armadura no canteiro decorrente da armação treliçada ser fabricada a partir de
rolos de fios de aço trefilado CA-60;
Reduz a quantidade de estoque e movimentação de materiais e pessoas no
canteiro de obras, diminui a mão-de-obra de ferreiros, armadores e carpinteiros e
aumenta a rapidez da construção da estrutura.
Ainda com relação à utilização das vigotas pré-moldadas com armação treliçada, Dias
(2008 apud BUIATE & LIMA, 2005) destaca também que:
Reduz o aparecimento de fissuras pela condição de aderência entre o concreto do
capeamento e o concreto da vigota pré-moldada;
Facilita a colocação de nervuras moldadas “in loco” na direção perpendicular às
vigotas;
Pode oferecer maior resistência ao cisalhamento em função da presença das
diagonais da treliça.
Lajes Lisas Nervuradas / Lajes Cogumelo
Lajes Nervuradas são formadas por um conjunto de nervuras em uma ou duas direções,
formando espaços entre as mesmas nos quais são utilizados elementos de enchimento.
Conforme a NBR 6118/2003, a definição de laje-cogumelo está relacionada com as
lajes que estão apoiadas em capteis (“a”), enquanto que as lajes lisas estão apoiadas
diretamente sobre os pilares. ( “b”).
As lajes lisas nervuradas como se apóiam diretamente sobre os pilares, utilizam na
região dos apoios maciços de concreto, com o objetivo de resistir às tensões de
cisalhamento características nestas regiões.
Laje sobre Captel (A) e Laje lisa (B)
Concretagem de Maciço
Laje Lisa Nervurada apoiada sobre pilares (vista inferior)
Conforme Valdir (2008) as lajes nervuradas apresentam vantagens em relação às
demais, entre elas citam-se:
A maior inércia em relação às lajes convencionais, pois possibilita o aumento
dos vãos entre pilares, otimizando os projetos estruturais e criando maiores áreas
para manobra nos estacionamentos;
Os pilares podem e devem ser distribuídos de acordo com as necessidades do
projeto arquitetônico, sem a necessidade de alinhamento ou amarração por conta
das vigas;
A composição arquitetônica não está condicionada por vigas o que propicia
maior liberdade ao projeto;
Facilidade na execução, uma vez que as vigas são embutidas na própria laje
(sem vigas altas), evitando-se recortes e agilizando-se os serviços de montagem
das formas;
Quando associadas a um sistema de formas industrializadas aceleram muito o
processo construtivo, chegando a um ciclo médio de execução de sete dias por
pavimentos.
Em prédios estudantis e/ou bibliotecas podem ser utilizadas apenas com
acabamento superficial contribuindo para o conforto acústico do ambiente.
Punção
A definição de punção seria o estado limite último por cisalhamento no entorno de
forças concentradas (cargas e reações), e que a ruptura por punção se dá com a
propagação de fissuras inclinadas através da espessura da laje, com a inclinação média
de 30º. (SPOHR, 2008 apud ARAUJO, 2003).
Ruína por punção em lajes lisas nervuradas
Segundo Borowski (2005 apud CARVALHO & GOMES, 2001), nas lajes cogumelo,
um dos possíveis modos de ruptura é por puncionamento, ocorrendo de forma
localizada, frágil e brusca, entorno dos pilares ou de carregamentos concentrados.
Borowski (2005 apud COELHO & MELO, 1999), menciona que a importância da
análise de ruptura por punção deverá ganhar maior importância devido à possibilidade
de ocorrência de colapso progressivo, podendo levar toda a estrutura a ruína.
A NBR 6118/2003, apresenta um procedimento baseado na verificação da tensão
presente, correspondente a verificação do cisalhamento em duas ou mais superfícies
criticas definidas no entorno de forças concentradas.
Área sujeita ao puncionamento
Laje Nervurada Cogumelo
Lajes Nervuradas Mistas
São aquelas em que, entre as nervuras de concreto armado ou protendido, colocam-se
elementos intermediários (blocos cerâmicos ou de argamassa), solidários com as
nervuras e capazes de resistir aos esforços de compressão oriundos da flexão (não
inertes), sendo considerados no cálculo.
3. Lajes Nervuradas Protendidas
Concreto protendido
Segundo Pereira (2000), o pioneirismo das experiências com concreto protendido, as
percussoras foram feitas pelo engenheiro Eugene Freyssinet, na França em 1928, com a
introdução de aço duro em forma de arames trefilados, para realizar a protensão em uma
estrutura. Entretanto, na Alemanha as primeiras aplicações práticas dos fios de aço duro,
foram feitas por Hoyer, através do sistema Hoyer (como ficou conhecido), que consistia
em esticar os fios com o auxílio de dois apoios independentes e que, após o
endurecimento do concreto, cortavam-se os fios, que posteriormente ancoravam-se na
peça por aderência.
Porém Almeida Filho (2002) menciona que o inicio dos trabalhos em concreto
protendido data de meados do ano de 1872, quando PH. Jackson, Engenheiro do estado
da Califórnia, EUA, patenteou um sistema o qual utilizou um tirante de união para
construir vigas ou arcos com blocos isolados. Em 1888, na Alemanha, C. W. Doering
obteve a patente para lajes protendidas com fios metálicos, entretanto tais experimentos
não tiveram êxito devido às perdas de Protensão com o passar do tempo.
Em 1934, Dichinger desenvolve a utilização de Protensão externa sem aderência e dois
anos mais tarde construiu a primeira obra de concreto protendido que se tem
conhecimento, foi à ponte de Ave, na Alemanha.
Na Europa, após já na década de 40 Freyssinet, na França, doze anos após seu primeiro
experimento que se tem conhecimento, propõe métodos para se estimar as perdas de
protensão no uso de aços de alta resistência e alta ductilidade, propostas estas que o
levaram a desenvolver o sistema Freyssinet, anos mais tarde como ficou conhecido, tal
sistema que consistia na ancoragem em cunha cônica de 12 cabos. A partir daí, o
emprego corrente de concreto protendido tornou-se possível, principalmente com o
lançamento de ancoragens e equipamentos especializados para protensão.
No Brasil a primeira obra em concreto protendido, foi à ponte do Galeão, no Rio de
Janeiro em 1948, em vigas pré-moldadas, utilizando o sistema Freyssinet, de Protensão
não aderente, sendo na época a maior ponte em concreto protendido no mundo com 380
metros de comprimento. Foi uma das primeiras realizações patente Freyssinet no
mundo, tendo o próprio Eugene Freyssinet como consultor técnico.
Exemplo de ancoragem com cunhas de aço - Sistema Freyssinet
A partir da década de 50, vários processos de protensão e ancoragem foram
desenvolvidos e já na década de 70 firmou-se a preferência pela utilização das
cordoalhas ancoradas individualmente por meio de cunhas.
Na atualidade o concreto protendido não se restringe apenas para obras de transposição
como pontes e viadutos como acontecia nos seus primórdios, essa tecnologia é muito
utilizados em estruturas de edifícios, principalmente em lajes e vigas, seja para vencer
grandes vãos, com também permitir o uso de estruturas cada vez mais arrojadas e
combinações livres entre materiais.
A utilização de protensão não aderente vem sendo feita de uma maneira modesta, talvez
devido ao conceito do concreto protendido possivelmente ter custo mais elevado, o que
é um conceito falho, pois a protensão com mono cordoalha (protensão não-aderente)
constitui um sistema altamente competitivo para com o concreto armado convencional.
(ALMEIDA FILHO, 2002)
A maior utilização deste sistema até hoje se dá na região Nordeste, onde se utiliza desde
a construção de pavimentos protendidos, até a construção de fundações tipo radier, tanto
para pequenos domicílios quanto edificações obra de médio e grande porte.
Considerações Gerais
De acordo com a Norma Brasileira NBR-7197/1989 – Projeto de Obras de Concreto
Protendido definem-se:
a) Peça de concreto protendido - É aquela que é após ser sido submetida a um sistema
de forças especialmente e permanentemente aplicadas chamadas forças de protensão e
tais que, em condições de utilização, quando agirem simultaneamente com as demais
ações, impeçam ou limitem a fissuração do concreto.
b) Armadura de protensão ou armadura ativa - Esta é constituída por fios ou barras,
feixes (barras ou fios paralelos) ou cordões (fios enrolados), e se destina à produção das
forças de protensão.
c) Concreto protendido com aderência inicial - Neste processo o estiramento da
armadura de protensão é executado utilizando-se apoios independentes da peça, antes do
lançamento do concreto, sendo a ligação armadura de protensão com os apoios desfeitos
após o endurecimento do concreto. A ancoragem no concreto realiza-se só por
aderência.
d) Concreto protendido com aderência posterior - Quando o estiramento da armadura de
protensão é executado após o endurecimento do concreto, utilizando-se como apoios,
partes da própria peça, criando-se posteriormente aderência com o concreto de modo
permanente.
e) Concreto protendido sem aderência - É aquele obtido como no caso anterior, porém
após o estiramento da armadura de protensão, não é criada a aderência com o concreto.
Sistema de Freyssinet.
Sistemas de Protensão
Hanai (1995) classifica os sistemas de protensão conforme abaixo:
a) Quanto à aderência, de acordo com seus aspectos construtivos e tecnológicos
a. Concreto protendido com aderência inicial – Cabos tracionados antes do
lançamento do concreto;
Sistema de Protensão com Aderência inicial
b. Concreto protendido com aderência posterior – Cabos tracionados após o
lançamento do concreto;
c. Concreto protendido sem aderência – Cabos tracionados após o lançamento do
concreto, sem que os mesmos tenham aderência com o concreto.
b) Conforme o grau de protensão desejado para exercer a intensidade de tensão de
tração máxima produzida pelas ações externas.
a. Protensão completa (ou total) – Após serem verificadas as condições para as
combinações freqüentes de ações respeitando o estado limite de descompressão e para
as combinações raras de ações respeitando o estado limite de formação de fissuras;
b. Protensão limitada – Após serem verificadas as condições para as combinações quase
permanentes de ações respeitando o estado limite de descompressão e para as
combinações freqüentes de ações respeitando o estado limite de formação de fissuras;
c. Protensão parcial – Após serem verificadas as condições para as combinações quase-
permanentes de ações respeitando o estado limite de descompressão e para as
combinações freqüentes de ações respeitando o estado limite de abertura de fissura.
Definição de protensão
Segundo PFEIL (1985) é um artifício que consiste numa estrutura um estado prévio de
tensões capaz de melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob diversas
condições de carga.
Tecnicamente o concreto protendido é um tipo de concreto armado no qual a armadura
ativa sofre um pré-alongamento, gerando um sistema auto-equilibrado de esforços
(tração no aço e compressão no concreto). Essa é a diferença essencial entre concreto
protendido e armado. Deste modo o elemento protendido apresenta melhor desempenho
perante as cargas externas de serviço.
Diferença do comportamento de um tirante
Protensão aplicada ao concreto
Ferreira (2010) o artifício de protensão tem uma importância particular no caso do
concreto, pelas seguintes razões:
O concreto é um dos materiais de construção mais importantes. Os materiais necessários
à confecção do concreto (cimento portland, areia, pedra e água) são disponíveis a baixo
custo em todas as regiões habitadas da Terra.
O concreto tem resistência à compressão. Na ordem de 200 Kgf/cm2 (20 MPa) a 500
Kgf/cm2 (50 MPa), são utilizados nas obras.
O concreto oferece pequena resistência à tração, da ordem de 10% de resistência à
compressão. Além de pequena, a resistência à tração do concreto é pouco confiável. De
fato, quando o concreto não é bem executado, a retração do mesmo pode provocar
fissuras, que eliminam a resistência à tração do concreto, antes mesmo de atuar qualquer
solicitação. Devido a essa natureza aleatória da resistência a tração do concreto, ela é
geralmente desprezada nos cálculos.
O concreto como um material de propriedades tão distintas a compressão e a tração,
estruturalmente este comportamento pode ser melhorado conforme as condições de
armadura nas ligações de aço-concreto aplicando-se compressão prévia (isto é,
protensão) nas regiões onde as solicitações produzem tensões de tração.
O uso cabos ou fios de aços de elevadas resistências, como armaduras de concreto
armado, se limita pelo grau de fissuração do concreto. Uma vez que os diferentes tipos
de aço têm aproximadamente o mesmo módulo de elasticidade. Portanto o emprego de
aços com tensões de tração elevadas implica em grandes alongamentos dos mesmos, o
que, por sua vez, ocasiona fissuras muito abertas. A abertura exagerada das fissuras
reduz a proteção das armaduras contra corrosão, e é indesejável esteticamente.
Ferreira (2010) cita que a protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de
cabos de aço de alta resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto. O artifício
da protensão desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das compressões,
onde o material é mais eficiente. Com a protensão, aplicam-se tensões de compressão
nas partes da seção tracionadas pelas solicitações dos carregamentos. Desse modo, pela
manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área total da seção da
viga para a inércia da mesma.
Desta forma pela manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área
total da seção da viga para a inércia da mesma.
Santos & Carvalho (2003 apud, PFEIL, 1981). Sob ação de cargas, uma viga protendida
sofre flexão, alterando-se as tensões de compressão aplicadas previamente. Quando a
carga é retirada, a viga volta à sua posição original e as tensões prévias são
restabelecidas. Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às
tensões prévias de compressão, a seção continuará comprimida, não sofrendo
fissuração. Sob ação de cargas mais elevadas, as tensões de tração ultrapassam as
tensões prévias, de modo que o concreto fica tracionado e fissura. Retirando-se a carga,
a protensão provoca o fechamento das fissuras.
Perda de Protensão
Embora as forças de protensão devam ser de caráter permanente, elas estão sujeitas a
variações de intensidade, para maiores ou menores valores.
A diminuição da intensidade da força de protensão é chamada de Perda de Protensão,
entretanto em alguns casos possamos atribuir uma designação diferente, tal como Queda
de Protensão, como uma forma de distinguir situações que são inerentes aos processos
de transferência de tensões ao concreto.
Por estas razões os cálculos de uma peça protendida deveram estimar as perdas de
protensão, e de posse desses dados, determinarem uma sobre tensão para atuar na peça,
para neutralizar total ou em parte os esforços de tração provocados pela carga de
utilização.
Os diversos fatores que influem na força de protensão inicialmente aplicada, alguns são
responsáveis por perdas de protensão imediatas e outros por perdas progressivas que se
desenvolvem ao longo da vida útil da estruturas.
Os fatores que provocam perdas instantâneas, isto é, que ocorrem durante a operação de
protensão e imediatamente após a ancoragem no cabo, destas se destacam: A
deformação imediata (ou elástica) do concreto, atrito do cabo com a bainha e
acomodação da ancoragem.
Os fatores que provocam perdas progressivas, isto é, que ocorrem ao longo do tempo,
após o término da operação de protensão, com os cabos já ancorados, são: relaxação do
aço de protensão e retração e fluência do concreto.
Encurtamento e perda de tensão na armadura
Se a peça de concreto como um todo, ou o local onde está armada a armadura de
protensão, se esta sofrer um encurtamento ao longo do tempo, a armadura também sofre
os efeitos desse encurtamento, ocorrendo então à progressiva diminuição do valor de
protensão instalada.
Verificação de Segurança
Como ocorre no caso de verificação da segurança para qualquer tipo de estrutura em
concreto armado, também nas peças de concreto protendido deve-se tomar como
referência inicial a NBR 8681/2003 – Ações e Segurança nas estruturas –
Procedimentos.
Para a verificação dos Estados de Limites:
De uma Estrutura – estados a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho
inadequado às finalidades da construção a ser edificada.
Dos Limites Últimos – estados em que pela sua simples ocorrência determinam
a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção.
Dos Limites de Serviço – estados estes em que sua ocorrência, repetição ou
duração, causam efeitos estruturais que não respeitam as condições especificadas
para o uso normal da construção, ou que são indícios de comprometimento da
durabilidade da estrutura.
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