O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
VAMBERTO GARCIA FIGUEREDO
UTILIZANDO PLANILHAS ELETRONICAS NA DISCIPLINA DE CUSTOS EMPRESARIAIS: UMA
ANALISE DA EXPERIENCIA DE IMPLANTACAO EM UM CURSO TECNICO EM ADMINISTRACAO
ROLÂNDIA
2011
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VAMBERTO GARCIA FIGUEREDO
UTILIZANDO PLANILHAS ELETRONICAS NA DISCIPLINA DE CUSTOS EMPRESARIAIS: UMA
ANALISE DA EXPERIENCIA DE IMPLANTACAO EM UM CURSO TECNICO EM ADMINISTRACAO
Projeto de trabalho apresentado à Universidade Estadual de Londrina, NRE-Londrina e SEED, como requisito parcial para aprovação no Programa de Desenvolvimento Educacional da Secrtetaria de Estado da Educação do Paraná.
Orientador: Prof. Dr. Saulo Fabiano Amancio Vieira
ROLÂNDIA 2011
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UTILIZANDO PLANILHAS ELETRONICAS NA DISCIPLINA DE CUSTOS EMPRESARIAIS: UMA
ANALISE DA EXPERIENCIA DE IMPLANTACAO EM UM CURSO TECNICO EM ADMINISTRACAO
Autor: Vamberto Garcia Figueredo1
Orientador: Prof. Dr. Saulo Fabiano Amâncio Vieira2
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo analisar o processo de implantação de
planilhas eletrônicas na disciplina de custos empresariais em um curso técnico. Para
tanto delineou-se ainda os seguintes objetivos específicos: realizar a fundamentação
teórica sobre o tema custos empresariais, criar planilhas de apoio a disciplina de
custos, analisar os impactos percebidos por alunos e coordenação pedagógica
sobre a implementação da ferramenta. A presente pesquisa caracteriza-se como
sendo qualitativa, descritiva e desenvolvida por meio de um estudo de caso único.
Foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: buscar material
bibliográfico para fundamentar os principais conceitos da área de custos;
desenvolver o material de apoio aos docentes ministrantes da disciplina de custos
com seus respectivos roteiros de trabalho; criar material de apoio aos discentes para
o desenvolvimento das atividades da disciplina de custos; pré-formatar atividades
em planilhas eletrônicas para orientar as atividades didáticas dos alunos.
Espera-se com o presente trabalho motivar os alunos a ter um maior interesse pela
disciplina de custos bem como melhorar seu aproveitamento considerando a
importância da disciplina para sua inserção no mercado de trabalho.
Palavras Chaves: Custos, Metodologia, Planilhas Eletrônicas.
1Pós-graduação, graduado, Disciplinas Técnicas, Colégio Estadual Souza Nave.
2 Graduado em Administração (2002) pela UEL, Mestrado em Administração (2005) pelo PPGA UEL-
UEM, e Doutor em Administração pelo PMDA UNINOVE. Atualmente docente do Departamento de Administração da UEL.
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ABSTRACT
This paper aims to analyze the deployment process of spreadsheets in the discipline of business costs in a technical course. For this was also outlined the following specific objectives: to make the theoretical on the topic business costs, create spreadsheets supporting cost discipline, analyze the impacts perceived by students and pedagogical coordination of the implementation of the tool. This research is characterized as qualitative, descriptive and developed through a single case study. We used the following instruments: search for library materials to support the main concepts in the area of costs, developing support material for teachers of the discipline in ministering to their respective costs scripts work, create support material for students to develop activities discipline costs; activities in pre-format spreadsheets to guide the learning activities of students. It is hoped that this present work to motivate students to take a greater interest in cost discipline and improve its considering the importance of discipline to their insertion in the labor market.
Key-Words: Costs, Methodology, Spreadsheets
4
INTRODUÇÃO
A experiência em sala de aula evidencia as dificuldades no entendimento da
natureza dos custos empresariais utilizadas na contabilidade gerencial (formas de
distribuição dos custos indiretos de fabricação) pelos alunos dos cursos técnicos. Tal
dificuldade se dá na população de discentes de cursos técnicos, que estão prestes a
ingressarem no mercado de trabalho, considerando dificuldade relacionadas à
retenção de tais princípios contábeis que são importantes para sua formação.
Sabendo–se que a falta de conhecimento em algumas áreas em que os
alunos do curso Técnico de Administração devem possuir o domínio completo tanto
na parte teórica quanto na parte prática de uma forma mais atual e informatizada,
resolveu-se então criar um método mais fácil de aprendizagem a esses alunos
trazendo a interdisciplinaridade da matéria de custos empresariais junto à
informática.
Buscando o melhor entendimento tanto da matéria teórica junto do tão
temeroso uso do computador para muitos alunos, que não tinham nenhum
conhecimento de informática ou para alguns que conheciam um sistema operacional
diferente do convencional usado (Windows).
Para Klein (1990, p. 63), “a interdisciplinaridade surge para corrigir o equívoco
da compartimentação e da não comunicação entre as disciplinas”.
O material didático-pedagógico escolhido vem de encontro com as
dificuldades encontradas entre a transmissão do conhecimento pelo educador, bem
como pela assimilação do educando, visando facilitar o entendimento entre as partes
envolvidas sobre o rateio dos “custos empresariais.”
Diante do exposto o objetivo deste estudo foi analisar o processo de
implantação de planilhas eletrônicas na disciplina de custos empresariais em um
curso técnico. Para tanto delineou-se ainda os seguintes objetivos específicos:
realizar a fundamentação teórica sobre o tema custos empresariais, criar planilhas
de apoio a disciplina de custos, analisar os impactos percebidos por alunos e
coordenação pedagógica sobre a implementação da ferramenta.
O artigo esta estruturado em introdução, referencial teórico, procedimentos
metodológicos, apresentação e analise dos dados e considerações finais.
5
2. REFERENCIAL TEORICO
Nesta seção serão apresentados os seguintes tópicos histórico dos custos, a
importância da contabilidade de custos, terminologias da contabilidade de custos,
método de custeamento de custos, Sistema de Custeio por Processo Custeio,Direto
ou Variável, Sistema de custeio por Ordem ou Encomenda, Custeio ABC, Custeio
por Absorção Integral, Custeio por Absorção Ideal.
2.1 Histórico dos custos
Segundo Beuren3 a origem dos custos remonta aos primórdios da
humanidade, com o homem das cavernas, que saía em busca do próprio sustento,
produzindo desta maneira seu consumo. Com a evolução dos tempos, o homem
reuniu-se em grupos e formou a família. O aumento da necessidade fez o ser
primitivo organizar-se, e a partir deste momento, surgiu a divisão de tarefas.
A exploração de recursos para Beuren levava o homem a buscar constantes
mudanças, e os homens começaram a pensar sobre o que produzir, para que
produzir, o que trocar, pelo o que trocar, quanto vale, quanto custa.
Ao dimensionar essas indagações o homem estabelece as bases do sistema
de custos expresso da seguinte forma: o menor custo pelo maior benefício.
O estudo dos custos passa a ser dimensionado de forma mais adequada com
o surgimento da Contabilidade de Custos.
A contabilidade de custos, como assinala Martins (1998, p.23), nasceu da
Contabilidade Financeira, quando da necessidade de avaliar estoques na indústria,
tarefa essa que era fácil na empresa típica da era do mercantilismo.
A complexidade dos métodos contábeis, capazes de solucionar cada vez
com mais rapidez os custos de fabricação foi, segundo Mattos (2003, p.01), o que
deu origem à contabilidade de custos.
Martins afirma que o surgimento e a evolução da informática permitiram
avanços significativos no campo da contabilidade de custos, destacando a
importância dos sistemas de processamento eletrônico de dados para a apuração
3 BEUREN, Ilse Maria. O Papel da Controladoria no Processo de Gestão. In: SCHMIDT, Paulo.
Controladoria: Agregando Valor para a Empresa. Rio de Janeiro: Bookman, 2003.
6
com rapidez e sem margem de erro, aumentando a confiabilidade dos resultados
obtidos.
2.2 A importância da Contabilidade de Custos
A Contabilidade não é diferente das demais áreas do conhecimento, pois para
se manter como uma ciência que apóia o gestor e orienta na sua parte legal se viu
obrigada a acompanhar essas mudanças, se adaptando às novas exigências
empresariais, criando novas ferramentas e reduzindo, na medida do possível, suas
limitações para essa realidade, ajudando o empresário na tomada de decisões4.
É preciso que o contador de custos conheça profundamente as finalidades
para as quais as informações são geradas, conheça a empresa de forma global, e
principalmente os vários métodos e ferramentas usadas na gestão de custos que
possam oferecer informações relevantes para os seus clientes.
Os contadores gerenciais não podem esperar que um único conjunto
padronizado de relatórios vai atender as necessidades dos funcionários e
dos gerentes. Há necessidade de adequar a informação gerencial contábil
para cada tipo de cliente, ou seja, em termos de decisão, aprendizagem e
controle. (ATKINSON, et al 2000, p 46. )
A escolha de um sistema de custo eficiente só irá ajudar as organizações a
tomar decisões visando melhorias, procurando se modernizar para melhor atender
as exigências da clientela.
Não adianta o empresário ou empreendedor reunir todos os conhecimentos
adquiridos em sua carreira profissional, se não conhecer os processos gerenciais
que envolvem uma série de atividades, todas elas de muita importância, dentre elas,
compras, pagamentos, fornecedores, atendimento de clientes, custos, margem de
lucro, são alguns dos processos administrativos que o empresário precisa dominar.
Segundo Bornia (1997,p.7), esta dificuldade na determinação dos custos
resultou na aparição da Contabilidade de Custos. Com a evolução das atividades
das empresas, abertura do seu capital, globalização, necessidade de informações
mais precisas e rápidas para os dirigentes e outros usuários de informações, no
sentido de se tomar atitudes e resoluções tanto na operacionalização destas quanto
4 http://www.gea.org.br/scf/sistemas.html>.
7
no seu posicionamento junto às atividades do mundo financeiro, passou-se a se
exigir mais e melhores informações no menor tempo possível.
A contabilidade de custos mais moderna vem criando sistemas de
informações e as informações servem também para a tomada de decisões e não
somente para fins de determinação do resultado contábil no final de um período,
tendo, a partir daí um caráter mais gerencial que permite melhor o gerenciamento de
custos.
A contabilidade de custos visa dar suporte ao controle das operações e, ao
mesmo tempo planejar o futuro.
O trabalho de coleta e seleção de dados internos e externos, quantitativos e
monetários se dará em subsistemas de apoio, constituídos pelas áreas funcionais e
instrumentos de controle da empresa, tais como: etapas de produção, sistemas de
controle de materiais, controle de patrimônio e planejamento de produção.
2.3 Terminologias da Contabilidade de Custos
Hornegreen (2000, p.48) diz que a utilização de termos técnicos nas mais
diferentes áreas do conhecimento, e mais especificamente em áreas como ciências
contábeis, por exemplo, acabam surgindo divergências entre os significados de
certos termos utilizados. Visando facilitar o entendimento é conveniente uma
definição dos principais termos utilizados, entre eles:
- Gasto: originado pela aquisição de um bem, produto ou serviço,
resultando em desembolso ou pagamento, normalmente em dinheiro, no ato
ou posterior ao fato gerador.
- Desembolso: Pode ser definido como o pagamento realizado pela
aquisição de bens ou serviços, ou seja, é o pagamento de um gasto.
- Investimento: É um gasto que passará a integrar o ativo da empresa e
que trará benefícios futuros, como por exemplo, os estoques, ou trará
benefícios durante o período de sua vida útil, como por exemplo, as
máquinas.
- Perdas: Perdas são gastos não intencional decorrente de fatores
externos ou fortuitos relacionados com a administração da empresa.
- Desperdício: Desperdício trata-se do consumo intencional, que por
alguma razão não foi direcionado à produção de um bem ou à prestação de
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um serviço, quando os custos e as despesas são utilizados de forma
ineficiente.
- Despesas: São os gastos necessários para a obtenção de receitas,
mas que não estão diretamente relacionados ao produto e sim ao período.
As despesas correspondem aos gastos relativos ao consumo de bens ou
serviços que tem relação direta ou indireta com o processo de obtenção de receitas
da entidade.
- Margem de Contribuição: Para se entender melhor o que é a margem de
contribuição, é bom resgatar as palavras de Martins (2003. p.179), “ É a diferença
entre o preço de venda e o custo variável de cada produto; é o valor que cada
unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e custo que de fato
provocou e que lhe pode ser imputado sem erro”.
É o que sobra das receitas após deduzir os custos variáveis.
- Ponto de Equilíbrio - O ponto de equilíbrio contábil é o volume de vendas
que zera o lucro líquido, ou seja, o ponto de equilíbrio é o ponto em que as receitas
totais igualam-se aos custos mais despesas totais, isto é: RT = (C + D)T.
- Rateio - Pode ser definido como o processo de alocação dos custos
indiretos de produção aos itens produzidos, através da utilização de algum critério
que apresente uma clara e objetiva relação do custo com o bem produzido ou
processo realizado.
Custo - Nem todos os gastos ocorridos na fabricação e venda de um produto
são considerados custos.
Custos Diretos e Indiretos - Segundo Leone (2000) os custos são definidos,
organizados e analisados por meio de muitas abordagens. Os custos diretos
referem-se aos fatores utilizados na fabricação dos produtos e variam normalmente
de forma direta com a utilização da capacidade de produção. Os custos indiretos não
variam proporcionalmente à produção e podem ser considerados como fixos em
certos casos.
- Custos Fixos e Custos Variáveis - Os custos podem ainda ser classificados
com os termos fixos e variáveis, que são geralmente usados para descrever como
um custo reage às mudanças na atividade.
Os custos fixos são os custos que, embora tenha um valor total que não se
altera com a variação da quantidade de bens ou serviços produzidos, seu valor
9
unitário se altera de forma inversamente proporcional à alteração da quantidade
produzida.
Os custos variáveis dependem somente das unidades produzidas, isto é, se a
produção é zero, os custos variáveis são também zero. Desta forma têm-se que o
custo variável unitário é um valor constante para todos os níveis de produção.
2.4 Método de Custeamento do Produto
A análise de um sistema de custeio pode ser efetuada sob dois pontos de
vista. No primeiro, será analisado se o tipo de informação gerada é adequado às
necessidades da empresa e quais seriam as informações importantes que deveriam
ser fornecidas.
No segundo ponto de vista em consideração a parte operacional do mesmo,
ou seja, como os dados são processados para a obtenção das informações.
2.4.1 Custeio Direto ou Variável
O custeio variável significa a forma de apropriação de custos.
„ (2000) diz que o custeio variável é um critério usado para acumular os
custos de qualquer objeto ou segmento da empresa.
Esse critério de custeio pode ser empregado quando se desejar determinar o
custo de qualquer outro segmento e, também, poderá ser aplicado ao sistema de
determinação de custos.
2.4.2 Sistema de Custeio por Processo
O custeio por processo é o sistema mais tradicional, já que ele admite uma
análise que não se restringe ao custo do produto, permitindo que os processos que
ocorrem dentro da empresa também sejam custeados.
A medida que o produto segue para o processo seguinte, leva como custo
inicial o custo unitário do processo anterior indo assim ate a conclusão do produto ao
final de todos os processos.
Os processos são compostos por atividades que não necessariamente são
desempenhadas dentro de um mesmo departamento.
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O custeio por processo ocorre quando os produtos são parecidos e existe um
fluxo de produção que dá origem aos produtos, muito embora seja difícil separar um
custo de outro. O fluxo de produção é contínuo.
2.4.3 Sistema de custeio por Ordem ou Encomenda
Um sistema de custeio por ordem coleta os custos de cada serviço ou partida
de produção fisicamente identificável, à medida que se muda através da fábrica, sem
levar em conta o período que se realiza o trabalho.
O custeio por ordem é mais preciso, já que os custos de cada ordem estão
associados de maneira direta. Já o custeio por processo é menos preciso, pois o
custo unitário é a média dos custos de um determinado período.
Para entender o custeio por ordem, imagine uma gráfica que recebeu uma
encomenda de fazer mil cartazes de propaganda. A produção de tal encomenda
envolverá mão-de-obra, papel, tinta e horas de máquina. Ao final do processo de
impressão, basta somar todos os custos que foram considerados nessa ordem para
ser o total da ordem referente à encomenda dos cartazes.
Durante a fabricação, é normal ocorrerem perdas. Essas perdas devem ser
incorporadas à ordem, quando é possível fazer uma associação direta.
2.4.4 Custeio ABC
O sistema de custeio baseado em atividades (ABC – Activity Based Costing)
procura, igualmente, amenizar as distorções provocadas pelo uso do rateio,
necessários aos sistemas tratados anteriormente, principalmente no que tange ao
sistema de custeio por absorção.
Martins (2003, p. 87), informa que o Custeio Baseado em Atividades “é uma
metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas
pelo rateio arbitrário dos custos indiretos”.
2.4.5 Custeio por Absorção Integral
É um método de custeio, segundo o qual os produtos fabricados absorvem
todos os custos incorridos no processo de fabricação.
A legislação brasileira obriga que as empresas adotem o método de custeio
por absorção para a valorização dos estoques e apuração de resultados do exercício
11
(Lei 6.404/76; Decreto-lei 1598/77.
O custeio por absorção integral consiste na apropriação de todos os custos,
ou seja, os custos utilizados na produção. Com isso, todos os gastos relativos ao
esforço de fabricação são distribuídos aos produtos feitos. A utilização do custeio por
absorção integral obedece à legislação societária e fiscal, baseia-se na aplicação
dos princípios contábeis.
O método de custeio integral (full costing) é uma continuidade do custeio por
absorção e sinônimo do método do custeio pleno, que pode ser definido como o
método que apropria aos produtos, além dos custos de fabricação, o total das
despesas administrativas e comerciais.
Lopes de Sá (1990, p.109) afirma que o custeio por absorção é a “expressão
utilizada para designar o processo de apuração de custos que se baseia em dividir
ou ratear todos os elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo absorva
ou receba aquilo que lhe cabe por cálculo ou atribuição”.
2.5.6 Custeio por Absorção Ideal
No custeio por absorção ideal, todos os custos são computados como custos
dos produtos. Nele adapta-se o auxílio do controle de custos e o apoio do processo
de melhoria continua da empresa.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Delineamento da Pesquisa
A presente pesquisa caracteriza-se como sendo qualitativa, descritiva e
desenvolvida por meio de um estudo de caso único.
Qualitativa em virtude de oferecer oportunidades ou recursos educacionais,
viabilizando a construção do conhecimento por parte do educando uma vez
enfrentando os desafios direcionados as questões administrativas e contábeis
segundo fundamentações teóricas no contexto profissional, visando à construção de
significado no cotidiano, estabelecendo assim uma estreita relação entre o teórico e
o prático.
Descritiva em razão de apresentar um panorama da situação do aluno frente
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aos problemas e atividades desenvolvidas no ambiente escola, sem, contudo alterar
a situação encontrada.
Estudo de caso porque visa associar o que é descritivo ao qualitativo,
buscando um aprofundamento na especificidade inerente ao problema,
evidentemente que o seu desenvolvimento estará ligado a múltiplas situações,
levando a divergências, sobretudo ocorrendo um crescimento importante aos
educandos e educadores. Tal fato nosso leitor concluirá no desenvolvimento desse
trabalho, podendo sugerir outras formas de encaminhamento de ações.
3.2 Unidade de Análise
Esta pesquisa teve como unidade de analise a Escola Estadual Souza Naves
– Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, pois a mesma e onde o autor
desta pesquisa ministra suas aulas, mais especificamente aulas de custos
empresariais, sendo que a coordenação pedagógica ofereceu todas as condições
necessárias para a realização do projeto.
A proposta desta intervenção pedagógica foi utilizar planilhas eletrônicas
como um dos recursos didáticos pedagógicos, através de exercícios relacionados a
custos. Parte do trabalho foi realizado no laboratório de informática, tudo isto
permitiu atingir uma aprendizagem mais significativa.
3.3 Método de coleta dos Dados
O contato direto do pesquisador com a situação estudada previamente se
utilizando de transcrições obtidas em material de pesquisa que vão gradativamente
apontando para questões especificas na caracterização na abordagem qualitativa.
Para coletar os dados utilizou-se de fontes primarias, ou seja, por meio de
pesquisa entre os próprios alunos do curso técnico, por meio de perguntas
subjetivas. Os dados primários foram coletados através de entrevistas
semiestruturada sendo aquela que o entrevistador segue um esquema básico de
perguntas porem não aplicado rigidamente, logo o entrevistado pode efetuar
adaptações junto aos alunos que fizeram a disciplina e a coordenação pedagógica
da instituição.
Segundo Lüdke e André, apud Brito (1986, p.34), “a grande vantagem da
entrevista sobre outras técnicas é que ela permite a captação imediata e corrente da
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informação desejada, praticamente com qualquer tipo de informante e sobre os mais
variados tópicos”.
Questionários respondidos, relatório de aulas, trabalhos escritos e anotações
são exemplos de documentos que foram utilizados no sistema da coleta de dados.
3.4 Método de Análise dos Dados
Os dados foram analisados de forma qualitativa, todas as informações obtidas
através das transcrições das entrevistas, relatos de observação análise de
documentos e demais informações disponíveis, por meio da organização das
informações coletadas.
3.5 Etapas da Pesquisa
De forma interdisciplinar com Professor de Computação, utilizou-se o
laboratório de informática e as planilhas eletrônicas do Excel. Passou-se então aos
exercícios aplicados em sala de aula, e assim repetidos no método eletrônico.
Desta forma, o professor pôde analisar a diferença de dificuldades
apresentadas nas duas formas de aprendizagem tanto na forma teórica quanto na
forma prática pelo meio informatizado.
a) - Elaborar um mapa com os custos indiretos acumulados nos
departamentos produtivos e por produto;
b) Calcular o rateio dos CIF de cada departamento produtivo, após
escolher um dos critérios orientados em sala de aula, tais como:
horas/máquinas; horas/homens; matéria-prima aplicada e custo primário.
c) Realizar os cálculos dos Custos Indiretos Médios por
hora/máquina;
d) - Definir a ordem hierárquica dos departamentos, para efeito de
rateio dos CIF entre eles;
e) - Rateio dos CIF gerados nos departamentos produtivos mais o
CIF recebidos por transferência dos departamentos de serviços para os
produtos.
f) Elaborar o Mapa 2 dos custos totais, obedecendo os
apontamentos disponíveis e distribuindo os CIFs, proporcionalmente aos
produtos “ calças, camisas e shorts” ao que cada um recebeu de CUSTOS
14
DIRETOS.
Recursos
Para a parte prática foi utilizado o laboratório de informática, com 25
computadores, programa Excel e apostila.
População-alvo
As aulas teóricas e práticas, foram aplicada para a 30 alunos do Curso
Técnico, nas Disciplinas Técnicas- Contabilidade, do Colégio Estadual “Souza
Naves”, de Rolândia, Pr.
Avaliação
Esta proposta foi avaliada pelos alunos, através dos resultados dos exercícios
aplicados em sala de aula e laboratório de informática, no período de 6 meses.
Pelo Professor, pelas respostas obtidas com os exercícios e interesse dos
alunos;
Pela Direção da Escola e Equipe Pedagógica, bem como pelo Supervisor,
que preencheram formulário próprio de avaliação.
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Os resultados foram avaliados através dos comentários, exercícios e
pareceres obtidos na escola pelos alunos, colegas, professores e equipe pedagógica
e gestora.
4.1 Preparação
Inicialmente o sistema de custos empresariais foi apresentado em forma
teórica dentro de sala de aula para um melhor entendimento e também um
conhecimento mais aprofundado sobre a importância do funcionamento de Custos
Empresariais.
Foram preparadas aulas com embasamento na fundamentação teórica
acerca do tema “CUSTOS EMPRESARIAIS”, pelo desenvolvimento de um caderno
pedagógico de apoio ao docente, elaboração de uma apostila aos discentes com
atividades didáticas e por fim foram cridas planilhas eletrônicas para serem utilizadas
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como recursos didático-pedagógicos.
4.2 Aplicação
Todo esse material foi preparado e aplicado em sala de aula com o propósito
de preparar os alunos com o conhecimento inteiramente teórico, para um melhor
entendimento quando fossem encarar os exercícios existentes na apostila à eles
fornecidos.
Em determinadas aulas os alunos realizavam o aprendizado teórico
confirmando seu entendimento em alguns exercícios práticos ainda na forma
convencional dentro de sala de aula normal, para que pudessem desta maneira
obter um melhor esclarecimento sobre o que realmente são Custos Empresarias.
Após todo o conteúdo aplicado em sala de aula, foi transposto este
conhecimento para a questão que hoje em dia é a necessidade básica de qualquer
profissional, a informatização. Com a montagem dos mesmos exercícios aplicados
em sala de aula em modo de planilha eletrônica, com o auxilio do professor de
informática da escola, pois muitos alunos não sabiam como manusear um
computador.
4.3 Avaliação
a) Do Professor em relação aos alunos:
Para avaliar os resultados desta proposta, foi calculado o percentual de acertos em
cada exercício dado em sala de aula e laboratório, aos alunos.
- Houve 100% de participação dos alunos, em sala de aula e laboratório.
- Os alunos aprovaram as atividades, porém na execução dos exercícios práticos,
ainda encontraram dificuldades, 2/3 dos alunos não acertaram todas as questões
dadas. É preciso mais exercícios em laboratório.
b) Da equipe pedagógica que acompanhou a implementação da Proposta:
- Todos os membros afirmaram que o tema proposto foi muito relevante.
- Que a articulação do Professor PDE com a Equipe Pedagógica da Escola foi
excelente.
- Também obteve resultado excelente a articulação do Professor PDE com a Equipe
Gestora da Escola.
- Existe um compromisso do professor com a implementação das ações previstas na
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proposta e continuidade, cumprindo totalmente o cronograma previsto.
- O trabalho do professor trouxe aprofundamento teórico e prático aos alunos,
motivando-os para a melhoria do seu aproveitamento em custos e por conseqüência
em contabilidade.
No parecer conclusivo da equipe pedagógica da escola, foi afirmado que esta
proposta contribuiu totalmente para iniciar a transformação na área a que está
vinculada, obtendo resultado excelente.
4.4 Análise Geral
A turma que trabalhei esse projeto foram os formandos do curso técnico em
administração de empresa. (aproximadamente 30 alunos)
A parte teórica teve 100% de aproveitamento, não apresentando nenhum tipo
de dificuldade, visto que os formandos já tinham conhecimentos de períodos
anteriores
Logo na parte pratica tiveram algumas dificuldades, tais como separar os
custos das despesas, entender os custos fixos „aluguel‟ dos custos variáveis
„matéria-prima‟, e a utilização/digitação das planilhas eletrônicas.
Um aluno em sua consideração diz que não teve muita dificuldade na parte
teórica do trabalho mas encontrou uma dificuldade na hora de transformar os
exercícios aplicados em sala de aula em planilhas eletrônicas, pelo motivo que o
sistema operacional utilizado no Colégio é diferente do que ele estava acostumado à
usar.
Os motivos das dificuldades foram analisadas pelos seguintes aspectos,
primeiramente por ser um curso de administração de empresas onde os alunos tem
mais dificuldades das disciplinas teóricas, deixando a desejar os conteúdos práticos,
outro motivo é que o estabelecimento de ensino oferece também curso técnico de
informática onde os alunos matriculados neste curso tem preferencia no uso dos
equipamentos de informática, sendo assim os do curso de administração e de
química ficam em segundo e até terceiro plano, isto é, tem pouco contato com o
computador e por fim são alunos que abandonaram os bancos escolares a muito
tempo e agora procuram o curso para retomarem seus conhecimentos, tendo alguns
que são casados e nunca tiveram oportunidade de ficar diante de uma máquina
(computador).
Essa é a minha analise geral quanto a intervenção pedagógica e aplicação do
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meu projeto na escola, sendo que a maior dificuldade apresentada pelos alunos foi
na área de informática, dificuldade em transformar os exercícios em planilhas
eletrônicas. Muitos conseguiram realizar essa transformação com mais facilidade
pois já possuíam um conhecimento do sistema operacional Linux, mas muitos outros
não tinham nenhum tipo de conhecimento de informática.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve como objetivo desenvolver uma metodologia para
utilização de planilhas eletrônicas na disciplina de custos empresariais. Trabalhando
assim com a população de discentes de cursos técnicos, que estão prestes a
ingressarem no mercado de trabalho, considerando dificuldade relacionadas a
retenção de tais princípios contábeis que são importantes para sua formação
Em relação a etapa 1 do trabalho, que foi o desenvolvimento de um caderno
pedagógico, os alunos realizaram as atividades e a partir desse caderno começaram
o trabalho no laboratório de informática, com o auxilio do professor orientador, e o
professor de informática, os alunos foram apresentados ao programa, a partir deste
ponto foram feitos os lançamentos na planilha eletrônica, pode-se constatar que
tornou-se mais atrativo a resolução dos problemas através de planilhas no Excel,
pois o ambiente de laboratório e a apostila deu aos mesmos maior segurança e
conhecimentos.
Em relação a etapa 2 do trabalho, pode-se observar que alguns alunos
tiveram um pouco de dificuldade, em relação ao trabalho com o computador, mas
mesmo com todas as dificuldades, foi possível a realização e conclusão do trabalho,
o professor esteve atentamente com os alunos auxiliando nos lançamentos, onde os
quais aprenderam de forma simples o uso de formulas básicas do sistema.
Em relação a etapa 3 do trabalho, alguns alunos ficaram assustados com o
que lhes foi proposto, mais no decorrer das aulas eles mesmos se superaram e
ficaram surpresos com o resultado. Já a equipe da escola afirmou que o tema
proposto foi muito relevante, havendo articulação entre os membros, onde o
professor teve compromisso com a implementação das ações previstas na proposta
e continuidade, cumprindo totalmente o cronograma previsto, e que o trabalho do
professor trouxe aprofundamento teórico e prático aos alunos, motivando-os para a
melhoria do seu potencial, obtendo assim um resultado excelente.
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Assim pode-se concluir que objetivos propostos foram atingidos, pois além
da elaboração da apostila de apoio aos alunos, houve a elaboração do caderno
pedagógico de apoio ao docente, conseguiu-se leva-los ao laboratório e trabalhar de
forma interdisciplinar com outro professor de informática, em planilhas Excel.
Com relação a parte prática desenvolvida com os alunos, pode-se constatar
que tornou-se mais atrativo a resolução dos problemas através de planilhas no
Excel, pois o ambiente de laboratório e a apostila deu aos mesmos maior segurança
e conhecimentos.
As aulas tornaram-se mais agradáveis, dinâmicas, tanto aos alunos como
também ao professor, pois à medida que os mesmos mostraram interesses em
aprender de uma maneira diferente do convencional, o professor sentiu-se
estimulado a buscar novos recursos didáticos.
No que se refere à aprendizagem de custos empresariais em si, com a turma
trabalhada, atingiu-se 100% de presença, o que demonstra um despertar de
interesse pela aula, porém ainda não conseguiu-se este percentual na
aprendizagem dos exercícios, mas é um fator de adaptação e tempo, para que os
alunos possam assimilar melhor.
19
REFERÊNCIAS
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