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Contos
Policiais
Agrupamento de Escolas Engº Fernando Pinto de Oliveira
6º1 e 6ºFarol
Ano letivo 2015-16
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SANTA LAGOSTA
Estava o detetive Alibi Furado, um homem de
quarenta e três anos, alto e magro, careca, de olhos azuis,
no seu escritório, quando recebeu uma chamada do Padre
Compadre, um homem alto e um pouco cheio. Este
repetia, muito aflito, que lhe tinham roubado a estátua da
Santa Lagosta à hora da missinha. E o pior é que não
havia testemunhas, dizia ele. Nem uma!
O detetive, porém, tinha já dois suspeitos: Adelaide
Bem e Baile, uma velha chata, bastante religiosa, talvez até
demais, que conhecia todos os segredos da igreja, e
Fernandino Justino, o melhor amigo do padre, que
também sabia todos os segredos, não só da igreja, como
do padre. As suspeitas desvaneceram-se quando se
descobriu que os dois tinham álibis seguros.
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Foi aí que o detetive começou por suspeitar do
padre, talvez por mera intuição. Chamou-o e pediu-lhe
que o acompanhasse…
- Está preso em nome da lei! – Disse o Alibi Furado,
com voz firme.
E agora, para os mais astutos detetives amadores,
qual foi a prova que incriminou o padre? *
* À hora da missa ninguém poderia ter roubado a estátua,
pois teria sido visto. O padre teria mentido, porque no
final de tudo ficou-se a saber que ele ia ser despedido e,
não querendo ficar pobre, roubou a estátua para manter
os seus rendimentos.
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ASSALTO À MINA
Tudo começou numa sexta-feira treze, à meia-noite,
na Mina da cidade do Porto.
O mineiro Josefino estava descansado a retirar os
diamantes da mina quando, subitamente, é atacado por
uma rapariga. Apercebeu-se que teria sotaque carregado,
embora falasse um português correto. De repente há
menos uma pessoa no mundo!
Mas agora vamos conhecer o desenvolvimento desta
história e o nosso verdadeiro crime!
A detetive Bia XPTO estava desesperada à procura
de uma ajudante competente para os seus perigosos casos,
quando lhe batem à porta:
- Pode entrar! – disse, rapidamente. - Quem é você?
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- Sou a sua nova ajudante, pois claro! – foi a resposta,
muito confiante.
- Ah, sim, vamos lá responder a umas perguntas!
Nome?
- Holmes.
- Contratada! - disse a detetive, com um sorriso.
- Qual é o caso?
- Houve um assassinato e um roubo na mina do Porto
e nós fomos destacadas para resolver este crime.
NO DIA SEGUINTE…
A suspeita foi colocar os diamantes numa loja de
antiguidades, a poucos metros do local do crime. Na mina
ficou com os sapatos cheios de lama, permitindo assim
identificar o número de calçado, pelas pegadas que deixou
atrás de si. E, claro, o rasto indicava sem dúvidas para
onde tinha ido a seguir!
A detetive virou-se para a ajudante:
- Descobri um rasto que poderá ser da criminosa!
- Mas… tem a certeza?
- Não, mas é muito suspeito!
- Bem, se fosse a si, não confiava tão facilmente!
- Seja como for, agora tenho de ir ao encontro com o
rasto!
PASSADOS 10 MINUTOS:
- Bem, consegue-se detetar que calça 38 e dirige-se à
loja de antiguidades!
- Vamos entrevistar a dona da loja!
- A sério? Eu acho melhor não!
- Qual é o problema? Deve ser vergonha de
principiante. Por agora passa, mas de futuro…
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Chegaram à loja de antiguidades e perguntaram
pela gerente. Quando finalmente ela decidiu aparecer,
com medo das detetives, explicou logo:
- É só para avisar que eu não tenho nada a ver com o
que vocês vieram cá fazer!
Enquanto a Bia XPTO procurava pistas, a Holmes
perguntou à gerente:
- Qual é o seu nome?
-Tânia Maria do Céu Rosa Josefina da Brisa Quente!
- Idade?
- 35 anos.
- Houve algum problema nestes últimos dias?
-Chegou aqui uma mulher muito atraente e
atarefada, com um saco. Tinha sotaque, mas falava
português. O cabelo era castanho e ela era elegante e alta.
Sabe, muito parecida consigo!
- Não, não é possível haver duas pessoas iguais no
mundo, mas agora tenho de ir. Já sei o que precisava de
saber, muito obrigada!
- Mas… é muito estranho!
- O quê?
-Aquele mocho está a rodar desde que nós
entrámos…
- Bom, é uma câmara de vigilância, mas não conte a
ninguém!
- Podemos ter acesso?
- Claro que sim!
Depois de ter visto as imagens de sexta feira, a
detetive já sabia quem era o culpado e mandou chamar a
polícia.
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- Já descobriu o culpado?
- Sim, já! Para além de ter roubado, fingiu ser minha
ajudante! Eu percebi logo, pois tinha sotaque e deixou o
meu escritório cheio de lama! Como não tinha a certeza,
esperei pela confirmação das minhas suspeitas, mas estas
imagens não deixam margem para dúvidas de que foi a…
Holmes!
NO JORNAL DAS OITO…
“Mais um incrível caso resolvido pela detetive Bia
XPTO! Hoje de manhã a detetive resolveu aquele que é
conhecido pelo “crime da mina” e a criminosa, que se
dizia chamar Holmes, mas que na verdade se chama
Michelle, foi colocada na cadeia. Ela nega ter alguma coisa
a ver com o sucedido e chegou mesmo a ameaçar que
vingar-se da detetive depois de sair da cadeia, daqui a
vinte e oito anos!
E assim chegámos ao final do nosso programa de
hoje, CRIMES PERIGOSOS. Boa tarde e portem-se bem!”
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O ENFORCAMENTO DO DIA 13
Era uma sexta feira, dia 13, e chovia a potes no
parque da cidade. Carolina Rollins estava a treinar para
uma maratona, quando subitamente se deparou com uma
terrível visão: o seu namorado, enforcado numa árvore!
Pregado ao peito, tinha um papel a dizer "EU AVISEI-TE!"
e um boneco da forca completo desenhado.
Quando o detetive Jack Black chegou ao local do
crime encontrou um punhal muito invulgar, com um
formato estranho e uma pega de ouro e diamantes.
Concluiu de imediato que o assassino teria esfaqueado a
vítima e só depois o tinha enforcado, possivelmente já
sem vida.
O detetive e a sua equipa procederam a várias e
prolongadas averiguações, até que detiveram três
suspeitos, para interrogatório na esquadra. O primeiro a
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ser ouvido foi o melhor amigo do falecido, John
Fitzpatrick.
- Onde estave à data e hora em que o crime ocorreu?
- questionou o detetive .
- Em casa... a dormir... - respondeu John Fitzpatrick.
– Podem perguntar à minha namorada. EX-namorada, já
que ela me trocou…!
Fez-se silêncio na sala.
- Obrigado, pode sair - disse o detetive, levantando-
se.
Depois veio a namorada da vítima. À mesma
pergunta, respondeu:
- Nesse dia eu… eu… estava a... a… correr, fui eu
que o encontrei... – disse, chorosa.
- Com efeito! Lamento imenso pela sua perda.
Finalmente veio o padrasto.
- Ouvi dizer que não tinha uma relação muito
chegada com o seu enteado?
- Isso não lhe diz respeito!!! - respondeu Richard,
levantando a voz.
- Caaaalma! Agora... pode dizer-nos onde e com
quem estava, no momento do crime?
- Estava em casa, com a minha mulher. Tivemos
visitas para o jantar. Todos podem confirmá-lo.
Jack Black deu por terminado o interrogatório. O
detetive, enervado, saiu bruscamente da sala e gritou para
o seu ajudante:
- Ryan, verifica o número de série do punhal que
encontramos e localiza-me a loja onde foi comprado.
Depressa!
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Passadas algumas horas, Ryan telefonou a Jack.
Falaram alguns minutos e o detetive saiu da esquadra a
correr… e sabem o que é que ele fez? Prendeu o melhor
amigo, que acabou por confessar que o rancor que sentia
por a vítima lhe ter roubado a namorada era tão grande,
que agiu impulsivamente, movido pelo ciúme.
E foi assim que Jack Black encerrou mais um caso
com sucesso.
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CRIME NO BAR
No “Beach Bar”, gerido por Carlota Laranja, uma
jovem alta e magra, de cabelos negros e que rondava os
vinte e três anos, ocorreu um homicídio. Para resolver o
caso, foi contratado o detetive Francisco, mais conhecido
por F. F. Resolvecasos, um homem de meia-idade.
Numa tarde de verão, muito movimentada, a
gerente andava atarefada a servir os clientes, como era
habitual. A sua fiel assistente, Catarina, acabara de chegar
e começara a servir bebidas, enquanto Carlota Laranja
fazia uma curta pausa, para descansar um pouco.
Catarina, de compridos cabelos ondulados e com
um ar bastante desportivo, servia uma amiga. Ela era
loira, de olhos castanhos e chamava-se Leonor. De
repente, enquanto Leonor desfrutava do seu batido,
Catarina chamou-a e pediu-lhe um favor.
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Algum tempo depois, já no final da tarde, a gerente
retomou o serviço. Entretanto, Catarina preparava três
cocktails para celebrarem juntas aquele dia. As três
amigas estavam bastante animadas a conversar quando,
inesperadamente, Carlota caiu no chão, sem sentidos.
Preocupadas e aflitas, apressaram-se a chamar uma
ambulância e a polícia.
No dia seguinte, as amigas da vítima foram visitá-
la ao hospital. Falaram com o médico que a tinha assistido
e perguntaram-lhe como estava Carlota. Atrapalhado, este
informou-as da morte da amiga. Quando elas saíram, o
médico ficou pensativo e resolveu contactar Francisco, um
detetive privado seu amigo, para lhe pedir que
investigasse o caso.
No dia seguinte, Catarina e a amiga regressaram ao
bar. Entretanto, entrou um senhor. Pediu para falar com a
responsável e explicou que tinha sido contratado por um
médico para investigar um homicídio ali acontecido.
Antes de sair, o detetive pediu a Catarina para
inspecionar o local do crime. Ao procurar algumas pistas,
encontrou uma pinga de um líquido vermelho, que
imediatamente despertou a sua atenção. Sem dizer nada,
saiu.
O médico, que entretanto já tinha recebido a
autópsia da morte da Carlota Laranja, chamou todos os
colegas e amigos da vítima, assim como o detetive, e
divulgou o resultado. Relatou que ocorrera uma
intoxicação alimentar, devido a uma porção de um líquido
vermelho que julgavam ser veneno. Todos ficaram
alarmados.
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Durante estas explicações, o detetive repara que
Catarina, a assistente do “Beach Bar”, entrega uma nota à
sua amiga Leonor e que essa nota tem uma mancha
vermelha, idêntica à amostra que recolheu no bar. De
súbito, vai associando as pistas e lembra-se de, quando
falou com Catarina, esta lhe ter afirmado que, desde
sempre, gostava de ser gerente do bar. A partir daí,
Catarina torna-se a principal suspeita e o detetive precisa
de encontrar mais pistas para conseguir desvendar o
difícil e misterioso caso. Para isso, pede-lhe que o
acompanhe até ao seu gabinete, para a interrogar.
No gabinete, Catarina assumiu que foi chantageada
por Leonor e mostrou-se muito arrependida. O detetive
inspirou fundo e chamou Leonor ao seu gabinete. Esta
negou então as acusações da amiga e, para provar a sua
inocência, tirou do bolso a nota que lhe fora dada. O
detetive ficou por instantes confuso, mas continuou a
acreditar que o homicídio fora cometido por Catarina.
Inesperadamente, F.F. Resolvecasos lembra-se de que,
quando foi ao “Beach Bar”, viu câmaras de segurança.
Já no bar, o detetive acede às Câmaras e confirma
que Catarina é a culpada do crime e Leonor a sua
cúmplice, pois as imagens mostram que, enquanto Leonor
distraía a gerente, a sua assistente fazia os cocktails e num
deles colocava o líquido vermelho, que se veio a descobrir
ser efetivamente veneno. Por tudo isto, Catarina foi
condenada a dez e Leonor a cinco anos de prisão.
Mas será que as criminosas conseguem escapar desta
terrível pena? Descobre no próximo episódio de “F.F.
Resolvecasos”.
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O ROUBO NO BAZAR
Numa manhã de primavera, a dona da loja de
brinquedos estava a arrumar as estantes e reparou que lhe
faltavam alguns artigos, por isso ligou ao detetive FJ
Resolve Crimes, em busca de ajuda.
Quando ele chegou foram ver as gravações de
videovigilância da loja e verificaram que havia três
clientes no momento: o Sr. João, acompanhado de uma
criança e Madame Pilar. Repararam que o pai do menino
se encontrava junto da porta e acabou por sair da loja sem
nada nas mãos, enquanto Pilar estava junto às estantes.
Pouco depois, a madame despareceu.
- Hum… Interrogatório, JÁ! - diz o detetive FJ
Resolve Crimes.
- Não… a Madame Pilar?! Ela é minha amiga.
- D. Alice, lamento, mas tem de ser, se quer ver este
caso solucionado e reaver os brinquedos roubados.
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A senhora aceitou, contrariada, pedindo ao detetive
para não estar presente nesse momento. Ele localizou a
Madame Pilar e iniciou o interrogatório:
- O que estava a fazer hoje de manhã aqui, na loja?
- Hum… Estava a procurar um brinquedo.
- Mas pelos vistos despareceu sem pagar.
- Porque não encontrei o que pretendia.
- Está a mentir!
- Não estou nada. Não sou mentirosa!
- A sua cara diz o contrário. Vamos, confesse!
- Pronto! Eu admito. Roubei um brinquedo, mas não
foi por mal – começa a chorar. - O meu sobrinho faz anos
e eu não tenho dinheiro para lhe comprar uma prendinha.
- Mas roubou! Tenho de informar a dona desta loja e
depois, consoante o que ela disser, tomo a minha decisão
final.
O detetive foi então falar com a D. Alice.
- Eu não quero que a Pilar seja presa. Sou amiga dela
e se, realmente, está com dificuldades…
- A lei diz que tem de ser detida.
- Eu posso-lhe pedir o dinheiro do brinquedo, ou o
brinquedo de volta, e fica tudo resolvido! Estou certa que
ela estará arrependida do que fez.
- Não sei, mas se formos falar a sério com a Madame
Pilar, eu aceito.
Foram ambos ter com a senhora.
- Madame Pilar, eu e a dona deste estabelecimento
estivemos a conversar e decidimos que não vai presa, mas
tem de devolver a quantia do brinquedo que roubou.
Concorda?
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- Eu gostava de concordar, mas não tenho
dinheiro… posso tentar pagar às prestações. O que diz?
- Muito bem, estamos de acordo. E que isto lhe sirva
de lição. Traiu a confiança da sua amiga e cometeu um ato
muito condenável!
- Tem toda a razão. Não vai voltar a acontecer –
respondeu a D. Pilar, envergonhada.
- Pode pagar 5€ por mês?
- Sim, claro! Não quero ficar com dívidas, sobretudo
a uma grande amiga. Aqui está. Prometo pagar tudo até
ao fim.
- Obrigada pela sua ajuda, detetive FJ Resolve
Crimes – agradeceu a D. Alice.
- De nada, é o meu dever. Agora vou-me embora,
tenho muito que fazer. Adeus, D. Alice, e felicidades para
o seu negócio
- Adeus! Mais uma vez, obrigada por tudo –
despediu-se ela.
Este foi mais um caso resolvido pelo detetive FJ
Resolve Crimes.
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A BEBIDA ENVENENADA
Era de noite e a detetive Kate divertia-se numa festa
em casa de amigos. De repente, o anfitrião tomba
inanimado e o copo com a sua bebida parte-se e espalha-
se em milhentos pedaços.
- Afastem-se todos, sou detetive! - diz Kate.
Mas o anfitrião não respira… está morto. Kate põe
as suas luvas e tira uma amostra da bebida e do vidro
partido e diz a todos que se acalmem. Pede os contactos
dos presentes e diz-lhes que, a qualquer momento, podem
ser chamados a depor.
As amostras são analisadas no laboratório da
polícia. Descobre-se que na bebida havia veneno e no
vidro apenas impressões digitais da vítima. O assassino
deve ter sido cauteloso.
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A detetive volta à cena do crime para fazer
perguntas a algumas testemunhas, mas nenhuma tinha
visto nada. Até que se lembrou de procurar pelo
empregado do bar, que ninguém tinha visto em outro
lugar na festa a não ser no balcão das bebidas. Kate decide
então pedir a lista de funcionários da empresa de catering
que já servia o anfitrião há bastante tempo. Só encontrou
um nome novo, o do homem do bar. Pesquisou qual era a
morada dele e perguntou-lhe se tinha feito alguma coisa
naquela bebida. Ele respondeu que não, mas como não
conseguia mentir muito bem e se atrapalhou todo no seu
depoimento, acabou por confessar. Kate, antes de o levar
para a esquadra, quis saber porque é que tinha
assassinado o dono da festa. Ele explicou que eram
irmãos, mas que o mais velho tinha sido sempre o
preferido dos pais, tendo por isso herdado toda a sua
fortuna e ele quis vingar-se.
A detetive Kate é perita em apanhar os ladrões e
assassinos e foi o que aconteceu desta vez, como sempre.
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O ENIGMA DO QUADRO ROUBADO
Eram dez horas da noite no Museu de Paris, quando
foi dado o alarme: Um quadro valiosíssimo tinha sido
roubado! O diretor do museu contactou de imediato o
detetive GG Ferreira para resolver o caso.
Terminadas as primeiras investigações, o detetive
GG Ferreira tinha três suspeitos: o primeiro era um
homem de barba branca, que trabalhava como funcionário
da limpeza; a segunda era uma mulher loira, de olhos
azuis; e o terceiro suspeito era um jovem muito gordo,
que estava sempre a comer. O interrogatório iniciou-se
com o homem da limpeza, para descobrir onde ele tinha
estado nesse dia e o que tinha feito.
- A essa hora eu estava em casa a ver televisão -
respondeu o suspeito.
- Mas tem alguma prova?
- Mmm… não, não havia mais ninguém em casa.
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- Ok, por agora pode ir, mas vou voltar a contactá-lo.
Seguidamente o doutor GG Ferreira interrogou a
mulher.
- Onde estava ontem, às 10h da noite?
- Eu andei a passear pelas ruas, sozinha. Precisava de
pensar um bocado.
- Pode confirmar o que diz?
- Não. Como lhe disse, estava sozinha. Além disso
era de noite, não sei se alguém me viu.
- Para já pode ir, mas mantenha-se contactável.
Por fim, o doutor GG Ferreira foi falar com o homem
que estava sempre a comer e fez-lhe a mesma pergunta.
- Onde esteve ontem, à hora do assalto ao museu?
- Eu estive no cinema e tenho provas.
- Ah, sim? E quais são?
- Aqui estão os bilhetes de cinema para a sessão das
21.30.
- Pode ir embora.
Mais tarde, o inspetor voltou ao local do crime e
recolheu novos indícios: embora o chão estivesse todo
sujo, foi possível recolher algumas impressões digitais que
conduziram, depois de analisadas, à solução de mais um
estranho crime.
“Ok, caso resolvido!” - pensou o astuto detetive.
O doutor GG Ferreira descobriu que a mulher tinha
roubado o quadro e que o homem da limpeza tinha sido o
seu cúmplice.
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O MISTÉRIO DA GALERIA
O detetive Maurício Botas foi a uma apresentação
numa galeria de arte e viu um quadro que lhe pareceu
suspeito! Nesse quadro estava pintada uma mulher,
idêntica a uma amiga sua pintora, mas morta. O detetive,
intrigado, achou melhor ir a casa da tal pintora, em busca
de uma explicação para aquela estranha coincidência.
Quando lá chegou, reparou que a porta estava entreaberta,
por isso não hesitou em entrar. O seu cão, Migas, foi farejar
a área e encontrou um gato debaixo do sofá. Quando o
detetive se aproximou o gato, assustado, arranhou-o.
No dia seguinte, o detetive Maurício foi interrogar a
dona da galeria, a D. Sofia. Enquanto falava com ele
reparou que estava arranhada, exatamente da mesma
maneira que o gato o tinha arranhado a ele. Decidiu então
ouvir o marido da D. Sofia, também dono da galeria, e
descobriu que ele tinha uma arma e só ele e a mulher é
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que tinham acesso ao cofre onde ela estava guardada. O
detetive quis ver o cofre, mas o senhor informou-o que a
arma tinha desaparecido no dia 25 (o mesmo dia da morte
da pintora). Perante isto, o casal tornou-se de imediato
suspeito aos olhos do investigador. Este seguiu a sua
intuição, procedeu a várias averiguações e chegou
rapidamente à solução do misterioso caso.
D. Sofia ganhava muito dinheiro com os quadros que a
pintora fazia, mas como esta tinha anunciado que queria
deixar de pintar para aquela galeria, a dona, num impulso
de loucura e vingança, matou-a a sangue-frio, com a
cumplicidade do marido, que a ajudou a encobrir o crime.
Quando viu que não tinha mais saída, ambos acabaram
por confessar e foram severamente punidos pelo tribunal,
que lhes deu ordem de prisão por muitos e muitos anos.
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OS GONÇALVES
Era uma bela tarde de inverno. A neve branca cobria
os telhados das casas da cidade inteira, enquanto o vento
soprava ao de leve.
A detetive Marta estava no seu gabinete, juntamente
com a sua ajudante, Margarida.
De repente, recebeu uma chamada:
- Alô?
- Estou? Olá. É a detetive Marta?
- Sim, sou eu mesma.
- Sou a Sofia Gonçalves, a filha mais velha de Teodoro
Gonçalves, o milionário.
- Ah! E…?
- Ele morreu!
- Acalme-se, diga-me a sua morada e vamos para aí
imediatamente!
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Marta anotou o endereço. A jovem detetive era alta,
de cabelos compridos e olhos castanhos, emoldurados por
um par de originais óculos azuis. Imediatamente avisou a
sua ajudante, uma mulher também jovem, com olhos
verdes e óculos pretos e brancos.
Dirigiram-se rapidamente à mansão e, mal chegaram,
foram recebidas por uma rapariga alta de cabelo curto,
castanho e encaracolado. Tinha olhos castanhos e vestia
um vestido justinho preto, calçava sapatos altos pretos e
exibia um anel de diamantes no dedo.
- Sofia Gonçalves? – perguntou a detetive Marta.
- Sim, a própria.
- Explique-nos o que aconteceu e leve-nos ao local do
crime - pediu a detetive Margarida.
- Claro… Hoje, dia 4 de março, estava eu em casa da
minha melhor amiga Gisele, quando me ligaram, mais ou
menos às 15h da tarde, a avisar que o meu pai tinha sido
assassinado.
- E tem ideia de quem lhe ligou?
- Sim, foi a nossa governanta. Talvez ela possa dar-
lhes mais informações do que aconteceu.
- Ok, sabe onde ela se encontra?
- Sim, está ali dentro - indicou Sofia, apontando para
o compartimento ao lado.
Marta encaminhou-se para a sala, a fim de interrogar
a governanta, enquanto Margarida se dirigiu aos quartos
para inspecionar.
- Boa tarde. Sou a detetive Marta. Deve ser a
governanta, certo? Estou aqui a investigar o caso da súbita
morte de Teodoro Gonçalves.
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- Ah, claro! O que pretende de mim, detetive?
- Vou apenas fazer algumas perguntas. A Sofia
Gonçalves disse que a senhora lhe ligou a informar que
ele tinha sido assassinado. É verdade?
- Sim.
- E como soube de tal?
-Eu estava a beber chá na cozinha, quando de repente
ouvi tiros. Pareciam vir do quarto do senhor Teodoro e
apressei-me a ir até lá. Quando cheguei, encontrei o
senhor morto no chão. Liguei de imediato à menina Sofia,
já que a menina Juliana tinha acabado de sair.
- Juliana? Quem é a Juliana?
- Juliana é a irmã da menina Sofia. Ela e o pai
discutiram pouco antes de ele ser assassinado, então ela
saiu para apanhar um pouco de ar e relaxar.
- Hum, interessante! - A detetive tomou algumas
notas no seu bloquinho e foi até aos quartos onde se
encontrava a sua ajudante.
- Margarida, nova pista que talvez possa ajudar a
resolver o crime: a Juliana, irmã de Sofia, discutiu com o
pai um pouco antes do assassinato.
Isso realmente pode ser uma pista! Mas olha o que eu
encontrei na mesinha de cabeceira da dita Juliana. “Espero
que esteja tudo pronto para o servicinho. Beijinhos da tua
amada, Menina Gonçalves.”.
- “Menina Gonçalves”?! Pode ter sido qualquer uma
delas!
- Mas o bilhete estava na mesinha de cabeceira da
Juliana!
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- Já temos a suspeita principal, mas ainda não
terminámos. Por hoje acabou, voltamos amanhã.
No dia seguinte, Marta acordou com uma chamada
anónima de uma mulher: Carlos, o mordomo da família
Gonçalves, fora encontrado morto no estacionamento do
shopping!
A detetive ligou imediatamente à sua ajudante e
dirigiram-se ambas para a mansão dos Gonçalves.
Ao chegarem à porta, tocaram à campainha, e quem
atendeu foi Juliana. Enquanto Margarida ia vasculhando a
casa à procura de pistas, a detetive Marta ficou a falar com
a jovem.
- É verdade que discutiu com o seu pai pouco antes
de ele ser assassinado?
- Sim, é verdade.
-E tem a noção de quão suspeito isso é para este caso?
- Sim, senhora detetive, mas como sei que não fui eu a
assassina, não tenho nenhum problema em admitir que
nós só realmente discutimos, porque o meu pai não queria
que eu saísse com uma camisola tão curta. Escusado, não
acha?
- Bom… isso não são assuntos meus.
Vendo que aquela conversa não a ia levar a nenhum
lado, Marta dirigiu-se ao shopping, de onde tinha vindo a
chamada a informar que Carlos tinha sido morto. Pouco
tempo depois, chegou a sua ajudante. Começaram ambas
a inspecionar o lugar.
- Olhe, detetive! - gritou Margarida, perto do corpo da
vítima.
- Sim?
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- Encontrei esta maquilhagem, a mesma que estava
junto do corpo de Teodoro Gonçalves!
- Isso significa que, muito provavelmente, o assassino
do mordomo é o mesmo que o de Teodoro!
- E é uma mulher! Vamos ver as impressões digitais!
Pegaram, rapidamente num pequeno kit de análise a
impressões digitais. O resultado surpreendeu ambas:
Sofia Gonçalves?!
- Rápido! Temos que a interrogar novamente, antes
que seja tarde demais!
De novo na mansão, chamaram Sofia até à sala e
começaram a fazer-lhe algumas perguntas:
- Onde se encontrava hoje, às 17h?
- Estive em casa da minha melhor amiga, Gisele!
- Ah…! E tem como prová-lo?
- Sim, pode ligar-lhe!
Ligaram, então, a Gisele.
- Alô?
- Alô, daqui fala a detetive Marta! Pode confirmar
que, às 17h de hoje, Sofia Gonçalves esteve em sua casa
consigo?
- 17h?! Ela esteve realmente cá, mas só chegou às 18h!
Desligaram o telefone.
- Como pode ver, a sua amiga desmentiu o que disse!
- Tudo bem. Mas mesmo que me acusem do crime,
nunca conseguirão provar isso perante o tribunal! Ficarei
com a herança toda para mim e, agora, não tenho um
idiota atrás de mim, apaixonado! É a vossa palavra contra
a minha!
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Dito isto, Margarida tira do bolso do casaco um
pequeno gravador.
- Bem… acho que é a sua palavra contra a sua!
Sofia começou a correr e fugiu para o jardim,
perseguida pelas duas investigadoras. Felizmente, as
detetives conseguiram apanhá-la antes que conseguisse
alcançar o portão e escapar no carro estacionado no
exterior. Três meses depois, o tribunal condenou-a a uma
pesada pena de prisão, por matar o mordomo e o seu
próprio pai.
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O ROUBO DAS COXINHAS DE FRANGO
No dia 31 de janeiro de 1969 ocorreu o roubo das
coxinhas de frango no Burger King…
Na hora de fecho do estabelecimento, à meia-noite e
meia, o empregado Franganote Pinaculada da Costa Silva,
sai e tranca a porta.
Passados quinze minutos, o empregado lembra-se de
que a sua carteira tinha ficado no restaurante e então
decide voltar atrás para a buscar.
Quando lá chega, repara que há uma luz acesa e vai
ver o que se passa, pois tinha a certeza de ter deixado
tudo apagado. Seguindo a luz, chega à arca das coxinhas
de frango e vê apenas um telemóvel no seu interior,
reparando que as coxinhas tinham desaparecido.
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Liga à detetive inspetora McMinola, que chega num
abrir e fechar de olhos e pergunta:
- O que se passa aqui?
- As coxinhas de frango desapareceram e há um
telemóvel dentro da arca!
- Vou chamar a minha parceira! - diz a inspetora
McMinola.
Chega a senhora Coxa Boa e o empregado explica-lhe
a situação e mostra o telemóvel. A senhora Coxa Boa tira-
lho da mão rapidamente e diz:
- Eu fico com isso, posso vir a descobrir alguma coisa!
- Na, na, na… Passa o telemóvel para cá! - adianta-se
a inspetora McMinola, desconfiada. - Eu trato do assunto!
No dia seguinte, a inspetora liga para o empregado
Franganote Pinaculada da Costa Silva, a dizer que já sabia
quem tinha roubado as coxinhas de frango.
- Quem? Quem? - pergunta o empregado.
Foi a minha parceira, Senhora Coxa Boa, e os seus
cúmplices, Senhor Braço de Ferro e Senhor Pintainho. O
erro deles foi terem-se esquecido do telemóvel, na
precipitação da fuga. Todo o plano está documentado em
muitas conversas e mensagens e não houve dificuldade
em os incriminar.
E foi assim que a nossa história terminou.
33
SERIAL KILLER
- Muito bom dia. Acabámos de receber uma
informação de última hora: a morte de mais uma mulher
no caso "Vida Louca", que está a ser investigado pelo
inspetor Ventoinha e a sua ajudante, senhora Tempestade.
Infelizmente, o serial killer continua à solta e a polícia não
quer revelar mais informações sobre o caso.
O inspetor dirigiu-se para a esquadra, onde tinha à
espera a sua ajudante, que lhe revelou as informações
sobre a vítima. As suas caraterísticas eram semelhantes às
das outras vítimas: fumadoras e loiras. Juntos
encaminharam-se então para o local do crime, de onde a
vítima estava a ser levada para ser autopsiada. Mais uma
vez tudo acontecera nas traseiras do bar "Vida Louca".
Todas as vítimas já tinham sinais de abusos sexuais, há
34
mais de um mês. Este já era o quarto caso, por isso o bar já
estava encerrado há algum tempo.
Todos os funcionários do establecimento foram
interrogados, mas as pistas eram muito poucas. O
inspetor Ventoinha começava a ter algumas suspeitas
sobre o dono do bar, visto que, a meio dos interrogatórios,
recebia sempre misteriosos telefonemas, que justificava
como assuntos relacionados com o estabelecimento, pois
este tinha encerrado. Já a sua ajudante suspeitava de uma
mulher de um dos funcionários, que tinha raiva de todas
as mulheres daquele bar, porque o marido as apreciava
muito. No entanto, algo permanecia inexplicável – o facto
de todas as vítimas terem as mesmas características.
Ao verem que o caso não andava, começaram a
investigar a vida dos suspeitos e um deles chamou-lhes a
atenção, porque apresentava um passado muito
complicado e traumatizante. A sua madrasta, uma mulher
loira e fumadora inveterada, tinha matado a sua mãe e
tinha-o violado. O inspetor achou muita coincidência e
então tentou investigar mais e mais... mas acabou por
descobrir que ele tinha recebido apoio psicológico e tinha
já adotado uma vida trivial e todos os funcionários do bar
o achavam uma pessoa normal e simpática.
Depois de muitas horas sem dormir, o inspetor
Ventoinha deu permissão ao dono do bar para o abrir. De
seguida, foi conversar com a sua ajudante e explicou-lhe o
porquê do sucedido. Os dois decidiram que ela se
infiltraria e tentariam caracterizá-la o mais parecido
possível com as vítimas.
35
Nessa mesma noite, a ajudante Tempestade dispos-
se a desempenhar o seu papel, para não dar tempo de o
serial killer raptar mais alguém. O tempo passava e não
havia sinais do assassino. Então a inspetora decidiu ir às
traseiras fumar (na realidade não fumava, mas todas as
vitimas o faziam). Momentos depois, um homem
estacionou à porta do bar, saiu do carro e parecia procurar
algo ou alguém. Na mão, meio escondida, tinha uma
seringa para desmaiar a vítima. Assim que viu a
inspetora, tentou injetar o conteúdo na "loira fumadora",
mas esta tirou a pistola do bolso e apontou-lhe a arma. Do
meio da escuridão, apareceram vários polícias, entre eles o
inspetor Ventoinha, que gritou "Mãos ao Ar!" Rendido, o
ajudante do serial killer entregou-se. Entretanto, o
assassino preparava-se para fugir. Estava ele a fazer as
malas no escritório por cima do bar, quando foi
surpreendido pela visão do seu ajudante algemado e,
atrás dele, o glorioso o par de inspetores, satisfeitos por
este caso ter chegado ao cabo, mas ao mesmo tempo
desgostosos, por o serial killer ter matado tantas pessoas.
Mas afinal, quem era este assassino? Era o
funcionário do bar que tivera uma infância muito difícil e
ainda não ultrapassara o seu trágico passado. Ninguém
nunca desconfiara e para os seus conhecidos foi até um
espanto, pois o Fernando para os outros revelava-se
gentil, embora não muito social, era um homem deveras
introvertido. Terá o inspetor Ventoinha posto um ponto
final neste caso?
36
FAMÍLIA DUVIDOSA
Tum… tum… olho pela janela e não vejo ninguém,
apenas a chuva que tornava a cena ainda mais
assustadora e parecida com todas aqueles filmes de terror
que eu tanto vi e revi… Tum... tum… agora eu conseguia
imaginar a cara de um terrível assassino que me iria
apunhalar e me faria morrer, sem saber o que tinha feito
de errado… Tum… tum… tentei aproximar-me da porta
de casa, mas o medo fez com que os meus pés se colassem
ao chão e eu tivesse de ficar ali parado… Tum... tum… era
já a quinta vez que ouvia este som. Durante algum tempo
pensei em chamar a polícia, mas percebi que podia ser
apenas um ramo de árvore caído devido à tempestade, ou
até mesmo a minha imaginação de rapaz de doze anos
sozinho em casa. Mesmo sentindo-me aterrorizado, fui-
37
me deitar e tentei esperar pela manhã, como os dois olhos
bem atentos.
Tinham-se passado algumas horas e os meus olhos já
não se conseguiam manter abertos mas, sempre que eu os
fechava completamente, ouvia o “tum... tum…” na minha
cabeça e voltava a abri-los. Era por volta das duas quando
finalmente aterrei no sono. De repente, acordei com um
barulho muito diferente dos que tinha ouvido antes. Este
transmitia mais dor e preocupação na sua melodia e
parecia vindo de uma mulher, agora que penso bem… Na
altura não consegui distinguir aquele barulho de outro
qualquer no meio da tempestade, mas a verdade é que me
fez acordar, abrir bem os olhos e conseguir ver o que
estava no meu quarto. Destapando um pouco a cabeça
coberta de cobertores consegui ver o vulto de alguém.
Sempre pensei que nestas alturas a minha reação seria
gritar e fugir mas, desta vez, fiquei completamente parado
e fingi que não tinha visto nada.
Era finalmente de manhã. Esta tinha sido uma má
noite e, conhecendo-me bem, sabia que não seria a única
noite mal dormida se não descobrisse o que realmente me
tinha assustado. Fui lá fora ver se encontrava alguma
pista. Desci as escadas, fui até à cozinha e ali estava, com
uma cara pálida, a minha mãe, estendida no chão. Não
sabia se gritava, se saía de casa… então fiquei ali, perto
dela, a chorar... Passou-se algum tempo e a tristeza foi-se
transformando em raiva e dúvidas… Pensar que ela teria
sido assassinada injustamente ou, ainda pior, ter feito algo
de errado que provavelmente eu nunca viria a saber….
38
Liguei à polícia, que não tardou a chegar, visto que
nesta zona é tudo muito calmo. Espalharam-se pela casa.
Uns envolviam o corpo num saco, como se fosse lixo,
outros liam e reliam os seus papéis e documentos, à
procura de pistas. Eu fiquei a conversar com a agente que
estava no comando.
- Olá, eu sou a Xerife Teresa. Como te chamas?
- Sou o Pedro.
- Bem, Pedro… prometo que este caso se vai resolver
o mais rápido possível… mas antes tenho de te fazer
algumas perguntas.
- Ok.
- Antes do incidente, notaste alguma coisa estranha
aqui em casa, ou até mesmo no comportamento da tua
mãe?
- Bem, com a minha mãe, nada... - disse eu, com uma
voz triste - …mas ontem, antes de me ir deitar, ouvi um
barulho estranho, como se alguém estivesse a bater à
porta…
- E tens a certeza disso? Não podes ter ficado com
um bocado de medo e começar a imaginar barulhos?
A minha vontade foi de me levantar e sair dali.
Tratava-me como se eu tivesse 5 anos mas, mesmo assim,
pus um sorriso arrogante na cara e respondi:
- Não, pode estar segura que eu já fiquei muitas
vezes sozinho em casa e nunca tive medo…
Imediatamente me arrependi de ter dito aquilo.
- Mas então estás a dizer que a tua mãe passava
muito tempo fora de casa? Não leves a mal, estou apenas
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a querer saber mais sobre os seus hábitos de vida, para
poder ajudar na investigação.
- Não posso dizer muito tempo, só o necessário. olá
Todos os dias saía bem cedo. Quando eu acordava ela não
costumava estar em casa. Depois, quando eu regressava,
perto das seis horas da tarde, ela já estava e às vezes,
depois de jantar, ia até à casa da avó ver como ela estava.
Notou-se, pela cara da inspetora, que não tinha
achado nada de mais essa rotina da mãe, o que me fez um
pouco feliz no meio daquela tragédia tremenda. Assim,
pelo menos, vou-me certificar de que ninguém fica com
uma má imagem dela.
Depois disso a conversa acabou e fomos até casa da
avó que, pelo que se sabia, tinha sido a última pessoa a
estar com a sua filha.
A avó vivia num palacete, dinheiro era o que não lhe
faltava, mas só ela o via e contava. Desde sempre tive a
ideia de que ela era uma mulher invejosa, eu e a mãe
vivíamos muito modestamente. A minha tia nem tanto,
visto que vivia sozinha, mas tenho a certeza de que se ela
tivesse mais posses a sua roupa não seria da feira. Ao
entrarmos, o empregado que nos recebeu apontou para
um enorme corredor cheio de portas.
- Quarta porta à direita - disse ele e, num piscar de
olhos, desapareceu.
Encontrámos a avó e a tia sentadas num pequeno
sofá. Uma bordava, outra via pela milésima vez uma
revista de moda de há dois anos atrás. A xerife contou as
más notícias. A avó começou a chorar e a tia agarrou-se a
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ela, o que fez com que não pudesse ver se ela estava a
chorar ou não.
- Na noite passada só estava cá eu e a tua mãe - disse
a avó - ela ajudou-me com a casa, lavou a louça, depois
fez-me companhia a ver a novela e foi-se embora.
- Eu estive em casa com o meu namorado -
interrompeu a tia.
A inspetora fez uma cara pensativa e perguntou
quem é que tinha a cópia da chave de casa.
- Só a mãe e a avó…
- Bem, nos últimos tempos em ando um pouco
distraída, é da idade, por isso não sei onde está a minha
chave.
A xerife foi-se embora e eu fui para o pequeno quarto
do segundo andar, onde costumo ficar quando passo lá a
noite. Estava muito confuso, não sabia quem poderia ter
feito tal coisa à mãe. Então, embora só fossem sete da
tarde, fui-me deitar e descansar o que não descansara na
noite anterior.
Quando acordei era já de madrugada, o sol estava
quase a nascer. Sem fazer nenhum barulho saí de casa e
fui até à esquadra ver se tinham encontrado novas pistas.
A maioria dos inspetores estava a ver TV e a fechar um
pouco os olhos, nenhum reparou que eu tinha entrado.
Estava um pouco perdido, mas de repente ouvi uma voz a
chamar-me. Era a agente Teresa, agora um pouco mais
sorridente do que na última noite.
- Ainda bem que estás aqui, podemos aproveitar
para falar um pouco?
- Ahh… claro - disse eu, receoso.
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- Sabes, ontem, depois de te ter levado a casa da tua
avó, passei em tua casa para ver se encontrava alguma
coisa e reparei numas chaves. Não a quero acusar de
nada, mas não sei se te lembras que ela disse que tinha
perdido as suas.
- Mas… tem a certeza que não se está a precipitar?
- Eu prometi-te que resolveria este caso o mais
rápido possível e é o que estou a fazer. Durante algum
tempo vais ter de ficar com a tua tia Sofia, mas só
enquanto trato deste problema.
Não tive remédio se não aceitar aquela decisão por
isso, nessa mesma manhã, fiz as minhas malas e fui viver
com a tia.
Antes de adormecer pensei em como poderia ser isto
verdade. A ideia de a minha avó assassinar a minha mãe
não fazia muito sentido, visto que o único motivo seria
dinheiro e heranças, mas como ela já não vai cá estar
quando a herança for distribuída…
Não consegui adormecer e então fui à cozinha buscar
um copo de água, quando ouvi alguém a falar ao telefone.
O que ouvi foi a conversa mais desprevenida que alguém
teve, só a minha tia, para se esquecer de que eu estava em
casa com ela.
Passou-se uma semana e o dia do julgamento
chegou. Todos entrámos na sala no maior silêncio.
Primeiro falou a minha avó e depois as testemunhas.
Quase se esqueciam de mim, mas para o fim tive a
possibilidade de falar e dar uma volta a esta história
muito mal contada:
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- Sei que muitos acham que sou apenas uma criança
triste e confusa, devido a esta grande tragédia, mas devo
informar que tenho algumas explicações a dar. Há uma
semana a testemunha D. Sofia esqueceu-se que o seu
sobrinho, neste caso eu, estava com ela, o que me permitiu
ouvir uma conversa muito interessante entre ela e seu
namorado. Nem todos aqui presentes têm uma ideia clara
do que aconteceu na noite do assassinato e devo confessar
que, há uma semana, eu também não. Era perto das dez
horas quando um barulho estranho se fez ouvir à minha
porta. Eu tinha todas as janelas fechadas e a minha
querida tia bateu de leve, para se certificar que ninguém
estava em casa. Não respondi e fui para a cama, o que a
fez achar que estaria à vontade para esperar a minha mãe,
com o seu parceiro de crime e namorado. Perto das três da
manhã, a hora a que habitualmente ela chega a casa
quando vai tratar da avó, ouvi um grito que me fez
acordar. Estava com muito sono e na altura ignorei,
depois olhei em volta do meu quarto e vi uma sombra
humana que se afastava rapidamente de mim. Dois dias
mais tarde a inspetora Teresa encontrou as chaves que a
tia Sofia teria roubado da avó e deixado cair quando saiu
de minha casa com o seu namorado. E tudo isto foi
descoberto pelo simples erro de te esqueceres da minha
existência, tia!
- Menino! Que mentiras são essas? Não se faz isto a
ninguém!! - gritou ela.
- Bem, para quem não acreditar, tenho a gravação de
toda a conversa.
43
Assim, depois de todos ouvirem a gravação e de
muitos berros da minha tia, a audiência acabou e
finalmente o caso estava resolvido. Ambos foram presos e
eu fiquei a viver com a avó… embora nada fizesse com
que a mãe voltasse, pode ajudar. Quem sabe se um dia
serei inspetor?
44
ENIGMA NOTURNO
Numa noite calma e serena, na Nazaré, precisamente
às trê horas da manhã, tocou o telefone em casa de B. F.
Descobre Tudo. Ele levantou-se atordoado: “Mas quem
será…?” Afinal era só da central, a participar um
desaparecimento. Largou apressadamente o telefone e
correu para o quarto do filho, B. F. Júnior.
Quando chegou a casa da vítima, com o seu chapéu a
dizer detetive e a sua barbicha, deparou-se com uma
mulher, a quem perguntou:
- Boa noite. Peço-lhe que se identifique, por favor.
- Chamo-me Raquel. Marina desapareceu e eu sou a
irmã dela.
- E então, o que aconteceu?
45
- Não sei… Não estava em casa.
- Pode-me dizer onde e com quem estava?
- Claro, estava a jantar num restaurante chinês com o
Arthur, o ex-namorado da minha querida irmã - diz ela,
com um ar triste.
- Posso entrar entrevistar o resto da família?
- Com certeza. Entre, por favor.
Enquanto isso, o B. F. Júnior foi falar com a sua
amiga, a filha da vítima.
- Olá, Manu. Então, estás melhor?
- Olá, Júnior. Vais-me ajudar a descobrir onde está a
minha mãe?
- Claro, conta comigo.
- O teu pai onde está?
- Está a interrogar as testemunhas.
- Já sabes onde a minha tia foi?
- Não, mas acho que o meu pai já a interrogou, posso
ir perguntar-lhe. Já agora porquê?
- Ela estava meio contente, anda estranha. Anda
muito feliz para uma pessoa que andava sempre triste.
- Achas que foi ela…?
De repente, ouviu-se alguém a bater à porta. Truz.
Truz…
- Júnior, chega cá, por favor… - pediu B. F. Descobre
Tudo.
- Ok, pai, já vou.
- Olha, quero pedir-te que interrogues a tua amiga.
Se fores tu, ela vai abrir-se mais facilmente, percebes?
- Paaai! Ela pode estar a ouvir! Mas aqui entre nós,
sim, quero ser eu a falar com ela.
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Manu, a ouvir tudo por entre a porta entreaberta,
afastou-se e sentou-se na cama, pois sabia que Júnior ia
entrar.
- Manu, gostava que me esclarecesses alguns pontos,
que nos podem ajudar a descobrir o paradeiro da tua mãe.
Nisto passaram-se três horas, já era de manhã
quando todos foram dormir.
Voltaram ao caso ao início da tarde. Nesse dia o B. F.
Descobre Tudo foi para a central ler os interrogatórios, e
reparou em algo estranho: a D. Raquel tinha dito-lhe que
jantara com o ex-namorado da vítima, mas disse à família
que tinha ido passear à beira-mar com o Josef e o Sandro.
Nesse momento recebe um telefonema:
- Estou?
- Inspetor, quando acordei, reparei que no chão do
meu quarto estava… uma carta anónima! – exclamou
Raquel, assustada.
- Mantenha a calma. Eu vou já para aí.
O inspetor deu ordens aos seus colaboradores para
analisarem provas e álibis. No chão do quarto
encontraram uma poça de sangue e a tal carta com um
código. O código era estranho. Eram números, só e apenas
números.
A carta dizia:
Raquel, eu tenho a sua irmã. A localização dela é:
5-13 19-21-1 3-1-19-1 14-1 3-1-22-5
Espero que a encontre.
“ANÓNIMO”
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- Temos que desvendar o código.
- Como será? – perguntou o B. F. Júnior.
- Não faço a mínima ideia, filho.
Foram ambos para casa e estiveram a noite toda a
pensar qual seria a chave do código. Até que o inspetor
descobriu.
- Boa!!! – gritou ele, bem alto, acordando B. F. Júnior.
- Pai, o que foi?
- Desculpa ter-te acordado, mas consegui quebrar o
código.
- Qual é a chave?
- Cada número corresponde a uma letra.
- Como, por exemplo, 1 corresponde a A?
- Sim.
Rapidamente puderam ler a mensagem:
“Em sua casa na cave”
Eles foram a correr para a cave e de facto lá estava
ela, amarrada e com a boca tapada. Só que ainda faltava
uma coisa. Quem erao raptor?
- D. Marina? – perguntou B. F. Descobre Tudo,
enquanto a libertava.
- Sim, sou eu e sei quem me prendeu aqui.
- Quem foi?
- Foram dois homens, a mando da minha irmã –
afirmou a vítima.
- Eu? – Era a voz de Raquel, à entrada da porta –
Como?
- Sr. Inspetor, foi ela, os dois homens confessaram-
me quem lhes encomendou o trabalho.
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- Por acaso… - começou o inspetor, mas foi
interrompido pela vítima.
- Não é por acaso, é a verdade!
- D. Raquel, está detida para averiguações. Polícia,
prenda de imediato os cúmplices desta senhora.
- Com todo o prazer.
- Sem esquecer o ex-namorado da D. Marina.
- Afinal, quem tenho que prender?
- Ora, tem que prender a irmã da vítima, o seu ex-
namorado, o Josef e o Paulo. Acho que já entendi o plano
dos quatro. Em breve teremos a confirmação de como
tudo se passou.
E foi assim que tudo acabou bem. Quanto à filha da
vítima e ao B. F. Júnior… eles começaram a namorar, pois
quando ele foi dizer à sua amiga que a mãe estava salva,
ela não resistiu e beijou-o.
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O JOGO DO RAPTO
No dia 24 de abril, dia dum jogo do Benfica vs. F.C.
Porto, uma inocente rapariga chamada Amanda, muito
pálida e sardenta, de cabelo loiro e baixa, foi assistir à
partida. Naquele dia, estava com uma saia azul com uma
risca branca, uma camisola e um cachecol do Porto. Era
uma grande fã do clube!
No intervalo, saiu do estádio às 22h para ir à casa de
banho, quando um homem com uma máscara preta, que
impedia o reconhecimento da sua identidade, lhe tapou a
boca, arrastando-a para um carro de Fórmula 1,
possivelmente o mesmo que dias atrás tinha sido roubado
ao nacionalmente famoso vencedor de rali, Johnny. Este
tinha observado tudo, pois andava a tentar descobrir o
50
ladrão do seu carro e seguia esta pista. Johnny ligou
imediatamente à polícia, que interveio de imediato neste
misterioso rapto.
No dia seguinte, já tinham três suspeitos para
interrogar, em quer se incluíam Mr. Mouro, pois era do
clube adversário e já tinha cometido outros raptos; Alex,
ex-namorado da vítima, porque tinham-se separado e
este, querendo voltar a conquistá-la, perseguia-a; e
finalmente Diogo, o fiel membro da claque benfiquista,
que terminara um namoro com a Amanda por serem de
claques opostas e que hoje a quer longe dele.
Depois de interrogados os suspeitos ainda não se
descobrira o culpado, pois todos apresentavam álibis que
não indicavam estarem perto de Amanda na altura em
que o crime ocorrera. Apenas as marcas do possível carro
do Johnny poderiam ser um indício. Decidiram interrogá-
lo porque ele era uma possível testemunha, mas a única
coisa que descobriram foi que o carro tinha sido roubado
pelo raptor.
Como já estava tarde foram até à casa do detetive Dr.
Urban, que estava precisamente a assistir na televisão a
uma ameaça em direto do homem da máscara. Este dizia:
- Ou me dão um milhão de euros, ou nunca mais
verão a Amanda!
O detetive e os seus companheiros repetiram o vídeo
vezes sem conta, para tentar perceber o local onde a
vítima estaria escondida. Acabaram por descobrir que era
no armazém abandonado do falecido Joaquim, onde
foram na manhã seguinte, sem aviso, pois alguém podia
informar o criminoso.
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Chegados lá, abriram a porta lentamente. Não havia
vivalma, mas no entanto encontraram quatro objetos: um
cachecol do Benfica, possivelmente do raptor, por isso,
menos um suspeito na lista, ou seja, Alex, porque era do
F.C.P., uma máscara preta, o colar de prata e o telemóvel
de Amanda. Bem, tudo indicava de que tinha estado ali.
Cá fora, nas traseiras, viam-se as marcas contínuas do
carro de rali. O Dr. Urban chamou os companheiros e
juntos seguiram as marcas, que os levaram até um bosque,
mas onde não encontraram nada. Sentiam-se
desanimados, até que o Dr. Urban, quando já vinham
embora, viu no chão, meio escondido no meio de umas
folhas, um bilhete de cinema que lhe despertou a atenção.
Era para uma sessão de cinema, no passado dia 23 de
abril. Não deu importância ao facto naquele momento,
mas mesmo assim guardou o bilhete no bolso.
Foram até à esquadra e sentaram-se a descansar um
pouco. Na TV anunciaram uma reportagem sobre o rapto
de Amanda, mas nesse momento o Dr. Urban foi ao WC.
Os companheiros, quando ele regressou, voltaram o
programa atrás para ele ver. Chegou a parte do rapto e o
jornalista falou que no dia 24 de abril uma linda jovem
chamada Amanda tinha sido raptada. Foi então que se fez
luz no pensamento do inspetor! Diogo dissera que na
noite do rapto tinha estado no cinema, o que constituía o
seu álibi, mas agora o inspetor olhava incrédulo para o
bilhete que guardara no bolso. Lá estava a data, bem
visível: 23 de abril, a véspera do crime. Seria muita
coincidência!
52
Bom, o culpado já tinha sido descoberto, mas agora
faltava a vítima, era necessário encontrá-la.
Seguindo a pista do bilhete, voltaram ao bosque para
passarem a área a pente fino. Subitamente, o Dr. Urban
tropeçou numa pega de uma cave e decidiu abrir. O que
viu foi de pasmar: Amanda estava lá dentro! Ele entrou e
desamarrou-a mas de seguida, juntamente com mais
quatro dos seus homens, fecharam novamente a porta do
alçapão e esconderam-se no escuro, certos de que o
criminoso em breve havia de ali aparecer. E estavam
absolutamente certos. Pouco tempo depois sentiram
passos na folhagem exterior.
Quando o raptor desceu, os homens algemaram-no e
o Dr. Urban disse-lhe que teria de o acompanhar até à
prisão. O Diogo foi direitinho para o xadrez, a Amanda
ficou em paz e acabou tudo bem. Mas a melhor parte foi
que o Porto ganhou 5-2 ao Benfica!
53
O SEQUESTRO DO REI
Era de tarde e eu estava a arrumar o escritório,
quando de repente uma pessoa bateu à porta. Parecia
muito preocupada, como se uma grande desgraça tivesse
ocorrido. Depois de acalmar, começou a falar:
- O senhor tem de me ajudar, pois houve um rapto
que poderá destruir nossa monarquia.
- E então, de quem se trata, concretamente?
-Trata-se do Rei, sequestrado na sua casa.
- De que país? – Perguntei eu.
- Da Maurislândia.
- Bem, para começarmos preciso que me mostre o
local do crime.
No dia seguinte embarcámos no meu jato privado
rumo à Maurislândia. O caos tomara conta da cidade! O
54
povo sentia-se muito nervoso e inquieto quanto ao futuro
do país.
- Onde poderá estar o nosso monarca?
- Vamos descobrir quem foi, nem que nos custe a
própria vida!
Comecei por interrogar a corte:
- Quem é você e onde esteve no dia do sequestro?
- Joaquim, e estive sempre aqui, no castelo.
E assim foi, durante longas horas, com a corte inteira.
No fim, todos tinham um álibi aceitável, exceto uma
pessoa, o Bobo, pois ele odiava o Rei, o que lhe dava mais
razões para concretizar esse ato.
O segundo passo foi interrogar o príncipe. Ele
chorava.
- Suponho que seja o príncipe – disse-lhe eu,
brandamente.
- Sim, sou eu.
- Conte-me o que aconteceu no dia do sequestro.
- O meu pai acordou de manhã, cerca das sete horas,
e foi logo para a sala do trono. Durante o dia recebeu
muitas visitas da rainha, minha mãe, do bobo enraivecido
e revoltado, do cozinheiro e alguns pedidos dos súbditos.
À noite, como em todos os sábados, fez uma festa com
alguma gente do povo, os mais ricos, e todos os
pertencentes à corte.
- Diga-me mais uma coisa, caso o seu pai morra é
você o herdeiro?
- Haaaaaaa… sim, acho que sim.
- Tudo certo e muito obrigado.
Seguidamente quis interrogar o general.
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- Como são os horários dos guardas?
Ele respondeu-me que a segurança do reino
funcionava por turnos de duas em duas horas. Foi aí que
pensei “Nessa hora deve ter decorrido o sequestro.”
No final da manhã saí do palácio para almoçar e
conhecer melhor o ambiente e as gentes. No caminho
encontrei uma senhora elegante com um vestido muito
caro, de cor vermelho sangue. Assim que me viu veio logo
ter comigo e começou a falar:
- É você o detetive?
- Sim, sou eu, minha senhora. Porque pergunta?
- Não me reconhece? Sou eu a rainha deste povo, a
rainha Elizabeth, esposa de rei sequestrado.
- Desculpe, majestade, mas é a primeira vez que
venho a este país.
- Não tem importância, detetive, agora apenas quero
saber se já tem ideia de quem sequestrou o meu amado
marido.
- Não, mas para já tenho três hipóteses: o bobo, o
príncipe e o senhor que me informou sobre o caso.
- Eu tenho a certeza de que foi o bobo - resmungou
ela, entre dentes - pois ele desejava a morte do rei!
- Tomarei isso em consideração, majestade.
Nesta altura eu já quase tinha a certeza de que não
era o bobo, mas deixei-a falar.
Entretanto passaram-se dois meses desde que
encontrei uma arma ensanguentada no quarto do bobo;
passaram-se dois meses desde que disse à realeza que o
bobo era o culpado e passaram-se dois meses desde que
recebeu a sentença de ser decapitado.
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No dia da sua execução a praça estava cheia. Todos
vaiavam o bobo e lhe perguntar onde é que estava o rei,
mas ele não respondia. No último momento, antes de a
guilhotina ser solta, eu interrompi:
- Não foi o bobo, mas sim o príncipe!
Toda a gente entrou em choque.
- Foi o príncipe, pois era ele o sucessor legítimo e
seria o herdeiro do trono, assim que o seu pai fosse
declarado morto.
- Mas apenas uma pista não chega. Queremos mais
provas! - exclamava o povo.
- Pois não...
- Fui eu - admitiu o príncipe.
Todo o mundo ficou boquiaberto com a confissão do
príncipe.
- Ele está no quarto de banho número 17 feminino.
- Eu sempre soube porque no quarto do rei tinha
escrito o número 1000-7 e se tirarmos os zeros fica 17.
O Rei regressou ao trono e o príncipe foi decapitado.
57
MISTÉRIO EM LONDRES
Londres, 1890. A noite envolvia todas as esquinas,
bairros e ruas. Todas as casas.
Estava uma noite escura, principalmente para ele. Os
seus olhos eram quase pretos e os cabelos igualmente
negros, mas muito bonitos. Chamava-se David Williams.
David deambulava perdido nos seus pensamentos,
acabando por parar num beco sem saída. Assustado,
tentou voltar atrás mas, repentinamente, sentiu uma dor
aguda no pescoço. Sem conseguir sentir as pernas, caiu
desamparado.
Dois dias se passaram e a notícia de que o corpo de
David tinha sido encontrado a 600km de sua casa, em
Edimburgo, espalhou-se. Dois investigadores, King e
Doyle, foram destacados para investigar o caso.
58
- Temos de encontrar mais pistas! – Afirmou Brian
King.
- Completamente de acordo – disse Harry Doyle.
A médica-legista informou que David foi morto entre
a meia noite e as cinco horas da manhã.
- King! Veja! Encontrei algo! – exclamou Doyle. –
Uma pegada.
- Muito bem, Doyle! Vou mandar investigar,
começando pela casa da família da vítima.
David vivia com os dois filhos gémeos, Mark e
Jonathan, e a mulher, Carla. A sua esposa encontrava-se
desempregada e o único dinheiro que lhe restava era o
que tinha herdado do marido. Os dois inspetores, depois
de recebidos pela viúva, colocaram-lhe algumas questões:
- Sabe alguém que poderá ter morto o seu marido?
- Muita gente – respondeu Carla.
- Como assim, “muita gente”? – perguntou Doyle.
- Sabe, o emprego do meu marido... era um pouco...
como é que eu digo isto... – Carla mostrava-se um pouco
reticente.
- Qual era o emprego do seu marido, mesmo?
- Ele fazia parte de um jornal que contava os
segredos do Estado.
- A sério? Em que jornal?
- No Washington-London Journal.
- Ele estava a trabalhar em quê, neste momento?
- Não sei, mas era uma coisa muito importante. Ele
disse que iríamos começar a ver o mundo de outra
maneira. Ele tinha um ajudante, chamado Nathan Hart.
- Muito obrigado. Doyle, vamos embora!
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- Estou a ir, chefe.
Entretanto, quando chegaram à esquadra, receberam
uma chamada da médica-legista, que lhes disse que a
arma do crime era uma espada de 35 cm.
- Uma espada?! – admirou-se Doyle.
- Ouviu bem. Uma espada, de 35cm – confirmou
King.
- Achas que teve a ver com o trabalho em que estava
envolvido?
- Não sei, mas agora vamos falar com o ajudante
dele.
Os dois investigadores dirigiram-se a casa de Nathan
Hart. Quando lá chegaram, bateram à porta mas ninguém
atendeu, portanto tiveram que a arrombar. Encontraram
tudo desarrumado e sem sinal de Nathan. Procurando por
pistas, Doyle decidiu investigar uma gaveta trancada com
um aloquete. Quando finalmente a abriu descobriu um
recibo de um bilhete de barco para Nova Iorque.
Entraram no carro e foram para o Porto de
Felixstowe, a grande velocidade. Uma vez chegados,
viram imediatamente Nathan, que estava num dos
primeiros lugares da fila para embarcar. Detiveram-no e
levaram-no para interrogatório.
- Porque razão estava a fugir? – inquiriu King.
- Porque eles vêm atrás de mim.
- Eles, quem? – quis saber Doyle.
- O governo. Eles mataram o David, e agora querem
matar-me a mim.
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- Sabe o que é que eu acho? Eu acho que o senhor
está a inventar esta história e matou o David para ficar
com o lugar dele – replicou King.
- O David era o meu melhor amigo, eu nunca o
mataria!
A história bate certo – disse Doyle, sussurrando no
ouvido de King.
Saíram da sala, com King concordando com Doyle
mas, por precaução, deixaram Nathan passar a noite na
esquadra. Foram para casa, muito cansados, depois de um
longo dia de trabalho.
No dia seguinte, quando iam falar com Nathan,
encontraram-no morto na cela, da mesma maneira que
David.
- Vamos falar com o ministro da defesa, ele não nos
vai dizer nada, mas vale a pena tentar – decidiu King.
Já no Ministério da Defesa falaram com o secretário-
geral mas, como seria de esperar, ele não avançou nada de
novo. King e Doyle, desesperados e sem saberem para que
lado se virar, lembraram-se de um suspeito:
- Doyle, já sei quem pode ter sido!!! Quem é que vive
à custa da morte do David Wiliams?! A mulher dele, a
Carla!
- Boa!
- Vamos interrogá-la para descobrirmos tudo!!!
Passado algum tempo, quando já Carla estava na
esquadra para ser interrogada:
- Olá, Carla – cumprimentou King.
- Olá, Mr. King, já têm novidades sobre o caso?
- Por acaso temos...
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- Va lá, diga-me quais são!!
- A novidade é que....
O telefone de King tocou e Doyle, pensando que era
o dele, atendeu.
- Estou...
- Olá, King, o caso está a andar?
- Ahh?
- O caso! Tens conseguido incriminar alguém, sem
sermos nós apanhados?
- Nós?
- Sim, os serviços secretos... o sítio onde trabalhas, na
realidade.
Doyle desligou o telemóvel.
- Quem era, Doyle? – perguntou King, curioso.
- Eram uns amigos... teus.
- Meus????
- Sim, quer dizer, mais exatamente... uns colegas de
trabalho.
- Uns colegas de trabalho??! - pKing, já assustado.
- King, descobri tudo, diz a verdade!!
- O quê???
- Sim, os serviços secretos, acabei de descobrir tudo!
- Mas... mas... mas...
- Mas nada, foste apanhado!!!!!
King tentou fugir, mas já era velho, então Doyle
apanhou-o com facilidade. King e o comandante desta
missão, o ministro da defesa, foram presos.
E Doyle? Passou a ser o detetive principal de
Londres, evidentemente!
62
UM CASO COMPLICADO
Numa noite chuvosa de outono, ouvi o telefone a
tocar. Atendi, era um homem de meia-idade. O seu nome
- Trevor Olsen; Idade - 42 anos. Eu e o meu parceiro
percebemos que algo de mal tinha acontecido.
Ah, já me esquecia de dizer. O meu nome é Emily
Molgren, tenho 31 anos e o meu parceiro chama-se John
Waterson e tem 33 anos. John apesar do seu ar forte, tem
um coração bastante doce e é um bom amigo. Agora,
voltando ao caso: De início não acharam muita piada a
uma mulher detetive, mas logo se acostumaram à ideia.
Quando chegámos ao local do crime – bastante
violento, por sinal - a vítima estava claramente em estado
de choque. Uma mulher, Samantha Grecchi, de 24 anos,
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que apresentava vários hematomas na cabeça e facadas na
zona do tórax. Para além disso, um quadro valioso, já há
muito tempo na família Olsen, desaparecera, e a mulher e
filhos de Trevor tinham sido raptados.
- Boa noite. O meu nome é Detetive Molgren –
apresentei-me.
- Boa noite – respondeu, abalado – espero que seja
boa detetive, porque a situação é grave. Não podiam ter
mandado um detetive de jeito?
- Porquê? Por acaso, já me viu a trabalhar em algum
caso?
- Não mas… podiam ter enviado UM detetive.
- Pronto, não comecemos mal. Vamos ao que
interessa…
- Bom, a minha mulher e filhos foram raptados, a sua
ama está morta na minha carpete, um quadro valiosíssimo
de família foi roubado… Enfim, só desastres!
- Suspeita de alguém?
- Por acaso… bem, é difícil dizer, mas… eu traía a
minha mulher com a ama, a Samantha.
- E de quem suspeita afinal, pinga-amor?
- Do namorado da Samantha, o Rodrick Cooper.
Dirigimo-nos a casa de Rodrick. Não viemos, eu e o
John, de certeza em boa altura. Ele estava com uma
rapariga, aparentemente a sua nova namorada.
- Você é Rodrick Cooper, suponho? - questionei-o eu.
- Sim. O que se passa?
- É namorado da Samanta Grecchi?
- O quê??? - berrou a rapariga ao lado dele. - Tens
namorada e não ME disseste??!!
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- Calma, babe…
- NÃO!!! Não tenho calma!!! Para mim já chega!!
ESTÁ TUDO ACABADO!!! – gritou desvairada, dando-
lhe um valente estalo e saindo porta fora.
- Boa, agora por sua causa tenho de ir arranjar outra
babe… mas para já, quem é você?
- Emily Molgren, detetive privada.
- O que é que eu fiz, desta vez?
- Vai saber. Acompanhe-me à esquadra.
Já na esquadra.
- Chegámos.
- Ainda bem.
- Agora vai responder-me: matou a sua namorada,
roubou os patrões dela, e raptou a patroa e os seus filhos,
James e Giselle Olsen?
- Posso ser ladrão, mas não sou raptor, nem
assassino.
- Explique-se.
- OK. Na noite anterior fui a casa dos Olsen, mas juro
que não fiz mais nada a não ser roubar o quadro…
- Como sabia que valia assim tanto?
- A Sam disse-me. Não pense que ela era boazinha,
ela era do pior, até se metei com o ricaço do Olsen! Ela era
uma falsificadora de obras de arte e assim ganhávamos, os
dois juntos, um montão de massa. Mas como se diz, o
dinheiro não dura para sempre, portanto arranjámos
outros trabalhos. Eu sou mecânico e ela ERA uma ama.
- Bom, isso explica bastante.
- Agora já sei, vão prender-me.
- UAU, como será que adivinhou?
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Mais tarde, fui interrogar Trevor.
- Ora muito bem, vejamos: se traía a sua mulher,
quer dizer que, basicamente, já não gostava dela.
- Não é bem isso. Um dia a Amy e os meus filhos
chegaram a casa e a Samantha e eu fomos apanhados
numa relação patrão-funcionária… huhumm… anormal,
não sei se me compreende.
- Perfeitamente. Tinha um caso com Samantha.
- Sim, e quando a Amy se apercebeu do que estava a
acontecer, ameaçou matá-la e fugir com os nossos filhos
para a casa dos pais dela, em Miami E NUNCA MAIS
VOLTAR!
E foi aí que percebi tudo. A Amy tinha matado a
Samantha e fingido ter sido raptada, para depois
desaparecer com os filhos. Quando John e eu fomos a
Miami, prendemos Amy e devolvemos a Giselle e o James
ao pai.
MAIS UM CASO RESOLVIDO PELA DETETIVE EMILY
MOLGREN E O SEU PARCEIRO, JOHN WATERSON.
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UM CRIME TRAIÇOEIRO
Numa noite escura e fria de inverno, por volta da
uma hora da manhã do dia 19 de janeiro, estava uma
rapariga a caminhar à beira da estrada, a caminho de casa.
Chamava-se Topanga Azará e tinha longos cabelos loiros.
Era morena, alta e devia ter entre os 16 e os 17 anos. De
repente, um carro cinzento de marca Peugeot parou à
beira dela. A janela do carro abriu segundos depois e de lá
espreitou um rapaz que, com uma voz grossa, lhe
perguntou se queria boleia. A menina não hesitou e
entrou no carro mas, quando se sentou, ele colocou-lhe
um saco na cabeça e amarrou-lhe as mãos. Levou-a para o
cinema, onde a prendeu numa sala, aproveitando o facto
de não haver filmes àquela hora. Quando havia sessão,
escondia-a no estúdio de gravação.
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No dia seguinte, o gerente do estabelecimento, que
fora colocar um filme na caixa dos discos, encontrou a
rapariga morta e contactou a polícia. Minutos depois um
senhor, que vestia um conjunto castanho e uma
gabardine, entrou. Na cabeça, usava um chapéu e na boca
trazia um cachimbo. O seu nome era Bourbon Moita, e
tinha um parceiro, um pastor alemão, com uma coleira,
onde estava escrito Boimoi.
Chegou à beira de um colega, que examinava o
corpo, e perguntou:
- A que horas se deu a morte?
- Bom, a morte deve-se ter dado pelas quatro horas
da manhã. A vítima chama-se Topanga Azará. O Sr.
Gustav Peterson, um dos gerentes do cinema, encontra-se
na sala dos funcionários, à espera de prestar declarações.
Foi ele que nos contactou.
- Obrigado. E já agora, diz-me: como é que ela
morreu?
- Estamos a investigar ainda as causas da morte.
O detetive dirigiu-se para a sala onde estava o Sr.
Gustav, sempre acompanhado pelo seu fiel companheiro.
- Bom dia. Sou o detetive Bourbon Moita. Posso-lhe
fazer algumas perguntas?
Teve como resposta um breve aceno.
- Então, como descobriu a rapariga?
- Es-ta-va a p-pôr um dis-dis-disco, quando a-a vi...
- Acalme-se, por favor, e diga-nos: em que estado
estava a rapariga?
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- A rapariga estava deitada no chão... Havia sangue
por todo o lado... O seu coração... estava como que...
furado... - esclareceu o homem, tentando relaxar.
- Obrigado pelas declarações.
O detetive saiu da sala, que pouco depois foi
invadida pelos médicos de um hospital próximo, que
levaram o paciente numa maca. Voltando para o local do
crime, recebeu a notícia: os pais da vítima estavam já na
esquadra, prontos para um interrogatório.
- Nada de suspeito, até agora - declarou Bourbon
Moita para a sua colega de trabalho, Sofia.
-Têm álibi?
- Sim.
- Enquanto tu estavas lá dentro, eu fiz umas
pesquisas. Tentei procurar ligações entre a vítima e outras
pessoas. Todos gostavam dela, portanto tentei relacionar
os pais. Pelos vistos, o pai da Topanga, tem bastantes
inimigos, sendo um empresário rico. Um deles é William
da Cunha, pai do namorado da nossa Topanga.
- E, por acaso, podias procurar o motivo dessas
brigas, enquanto eu vou a um sítio?
- Claro, mas não te demores!
- Desliguem os vossos telemóveis. É proibido filmar
ou fotografar. Mantenham a sala limpa. Esperemos que
gostem do filme.
- Há tanto tempo! - exclamou o detetive.
- Amigo! Que bom ver-te! O que te traz por cá? Vem
sentar-te comigo.
- Não estranhes a pergunta, mas onde estiveste hoje,
por volta das quatro horas da manhã?
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- Estive com o meu colega Bernie, a preparar o
cinema para abrir. Porquê?
- Nada, coisas minhas... E o teu filho?
- O Max?! Tem uma nova namorada! No outro dia
levou-a lá a casa... Não vais acreditar! É filha do parvo do
empresário! Mas isso é passado!
- Desculpa, mas estou atrasado para uma reunião -
mentiu o detetive.
- Verifiquei as câmaras de tráfego do caminho que a
Topanga percorre para chegar a casa. Um Peugeot
cinzento levou-a. A matrícula corresponde ao nosso
suspeito. Também descobri que o problema entre eles foi
contrabando.
- Ele tem álibi...Não pode ser... Só se... O Max!!!
- É claro! Mas, espera um momento... Se ele só estiver
a fazer isto pelo pai, para chantagear o empresário, a
próxima vítima é a MÃE!!!
- Eu vou a casa do empresário... Tu é melhor ficares
aqui.
O detetive, munido de reforços, parou o carro diante
da casa. Sussurrou aos colegas para se prepararem, pois
teriam de arrombar a porta. Revistaram a casa e Boimoi,
de repente, farejou algo. O sofá havia sido perfurado por
um laser e o furo era bastante semelhante ao da vítima.
Voltaram para a esquadra.
- Isto está a ficar melhor do que eu
pensava...Voltámos ao zero!...
- Não desanimes! Encontrei o carro na Rua Almeirim
Alves Silva, à frente de um armazém abandonado.
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Em bicos de pés, muito silenciosamente, o detetive, o
seu cão e a sua colega viravam esquinas, em busca das
vozes e dos pedidos de socorro que ecoavam pelos canos
do armazém. Mas, antes de poderem chegar ao sítio tão
esperado, entraram numa sala, onde encontraram as
munições dos dispositivos usados para o homicídio de
Topanga. Ergueram as armas e, de repente, gritaram:
“Polícia”!
- Max, porque estás a fazer isso? - perguntou o
detetive, reparando numa caixa de medicamentos.
- Cale-se! Vocês sabem o que é traição? - Os polícias
entreolharam-se, não percebendo bem. - Ela traiu-me e
pagou por isso!
- Estás doente, tens de nos deixar ajudar-te.
- Ninguém me pode ajudar!
- Isso é mentira! Larga a arma e verás!
Sentindo-se esgotado e incapaz de lutar mais, o
rapaz deixou-se cair no chão e tudo se resolveu.
Esperemos que tenham gostado do nosso conto… e
até ao próximo!
72
CONTOS POLICIAIS foi escrito nas aulas de português, pelos alunos
das turmas 6º1 e 6º Farol, em trabalho de grupo.
6º1 – Ana Carolina Pinto, António Ferreira, Beatriz Magalhães, Beatriz
Kerrigan, Carlota Pinto, Catarina Oliveira, Daniela Afonso, Diana
Afonso, Francisca Assunção, Francisco Mendonça, Francisco Fernandes,
Francisco Lobo, Guilherme Carvalho, Inês Santos, João Marinheiro,
João Gonçalo Gaspar, Leonor Araújo, Manuel Costa, Margarida
Cardoso, Margarida Ferreira, Maria João Leite, Maria Miguel Martins,
Matilde Meireles, Matilde Rangel, Matilde Cardoso, Miriam Lage, Nisa
Oliveira, Pedro Manuel Ambrósio, Pedro Monteiro e Rita Macedo.
6ºFarol – Ana Margarida Leite, Beatriz Barbosa, Bruna Mendes, Bruna
Coelho, Carolina Rocha, Catarina Sousa, Filipa Fidalgo, Filipe Camacho,
Francisca Salgueiro, Francisca Pinto, Francisco Alves, Henrique
Gonçalves, Hugo Escaleira, Inês Costa, Inês Carvalho, Inês Laranjeira,
Jerónimo Lopes, Joana Rodrigues, João Fogageiro, Leonor Pereira, Maria
Silva, Maria Inês Oliveira, Mariana Moita, Martim Silva, Matilde
António, Nicolau Barbosa, Ricardo Ferreira, Sara Santos, Sebastião Silva
e Vitória Coutinho.
Professora responsável: Isabel Neto (texto)
Professoras colaboradoras: Graça Pinto e Cristina Albuquerque (capa)
junho 2016
Agrupamento de Escolas Engº Fernando Pinto de Oliveira
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