DESENHO TÉCNICO
COMUNICAÇÃO
A representação gráfica tem sido, desde os tempos mais remotos, uma importante forma de comu-nicar e transmitir ideias.
O desenho técnico surge da necessidade de representar com rigor o espaço e os objectos. É uma lin-guagem universal de representação e comunicação, que assenta num conjunto de regras e normas quetêm como principais objectivos elaborar, guardar, transmitir e receber ideias e conceitos.
~I___ 0111••
Desenho técnico (AutoCAD) Equipamento de desenho
O desenho técnico rege-se por princípios,métodos e normas definidos pelas Normas Portu-guesas - NP - com base nas recomendações deorganismos internacionais, como por exemplo aISO (International Standards Organization), etêm, basicamente, as seguintes finalidades:
ALGUMAS NORMAS BÁSICAS
• facilitar a leitura de desenhos e projectos porpessoas de nacionalidades diferentes;
• simplificar processos de produção;• unificar as características dos aparelhos,
máquinas, instrumentos e objectos em geral.
PAPELOs arquitectos, engenheiros e outros técnicos utilizam o computador como meio privilegiado para a
execução dos seus desenhos. Os trabalhos realizados são posteriormente impressos em papel atravésda plotter ou da impressora.
Quando não existem estes meios ou não se justifica o uso do computador, utiliza-se o papel, que é,sem dúvida, um suporte prático, económico e sempre disponível.
Desenho técnico 3D
Principais características do papel
Tipos Gramagem FormatosPeso por unidade de normalizadossuperfície (g/m2)
Opaco 80 A2
Translúcido 100 A3
Transparente 150 A4
etc. etc.
9
o aparecimento dos formatos do papel Comprimento Largura Áreaque utilizamos todos os dias tem origem na 1189 mm 841 mm 1 m2
sucessiva divisão do formato básico AO (lê-se Formatos do papel
A zero), cujas dimensões são as seguintes: Designação do formato Dimensões (mm) Área (m2)
AO 841 x 1189 1,0000
A1 594 x 841 0,5000
A2 420 x 594 0,2500
A3 297 x 420 0,1250
A4 210 x 297 0,0625
A5 148x210 0,0312
A6 105x 148 0,0156
A7 74 x 105 0,0077
TIPOS DE LINHA
Nos desenhos técnicos utilizam-se vários tipos delinhas e traços de diversas espessuras.
No quadro seguinte podemos ver os diversostipos de linhas e a sua utilização.Formatos da série A por subdivisão do formato AO(A zero)
Designação (tipo e espessura) Exemplo de execuçãoExemplo de utilização
- arestas e contornos visíveisTraço contínuo grosso
-linhas de cota
-linhas de chamada
-linhas de referênciaTraço contínuo fino
- tracejadas
- construções geométricas auxiliares
- contornos e arestas fictícias
Traço interrompido - arestas e linhas de contorno encobertas
- eixos e traços de planos de simetria
Traço misto fino - posições extremas de peças móveis
- zonas situadas à frente de um plano de corte
Espessura dos traços Escolher um dos seguintes grupos (medida de espessura em milímetros)
Grosso 1,4 1,0 0,7 0,5 0,35 0,25
Médio 1,0 0,7 0,5 0,35 0,25 0,18
Fino 0,7 0,5 0,35 0,25 0,18 0,13
80
LEGENDAS. LETRAS E ALGARISMOS
COMUNICAÇÃO
; Legendal
A legenda faz parte integrante do desenho técnico. Esta contéminformação complementar muito importante relativa à identifica-ção e compreensão do desenho
[Le~
ESCALA
DATA RUBRICA
3DES.
VERIF.
Des. n."
2SUBSTITUI
SUBSTITUíDO POR
A norma relativa às letras ealgarismos admite dois tipos deescrita:
Eixo vertical ou redonda '
ABCDEFGHIJKLMNOabcdefghijklmnop123456
Eixo inclinado a 75° ou cursiva
ABCDEFGHIJKLMNOabcdefghijklmnop123456
", .. .. , ,
Ampliação 2/1 5/1 10/1
Verdadeira grandeza1/1(escala natural)
1/2 1/50
1/5 1/100Redução
1/10 1/200
1/20 1/500
Escala é a relação entre asdimensões de um desenho e ascorrespondentes dimensões doobjecto a representar.
1P78 - 06
1 -Indicações complementares2 - Designação ou título3 - Entidade que promove ou executa o
desenho
ESCALAS
Quando desejamos fazer um desenho de uma casa, de um carroou de uma peça de grandes dimensões, naturalmente que as suasprojecções, na verdadeira grandeza, não cabem na folha de papel.
É necessário representar estes objectos numa dimensão menor eproporcional, isto é, a uma determinada escala.
Quando empregamos a escala 1/10, isto significa que 1 cm nopapel corresponde a 10 cm na realidade.
Podemos utilizar escalas de ampliação, de redução ou de verda-deira grandeza, conforme os objectos a desenhar são muito peque-nos, muito grandes ou com dimensões que permitem ser represen-tados na verdadeira grandeza.
I II ,IJ
I
'--f---,..-1--
••••••••
1/2 (metade) Esc. 1/1 2/1 (dobro)
Esquema de escalas
81
'" ~"~./ x. ~ >~~1~~,'"' ~ ~,<'
~." '" ~ ~
COTAGEM
Para que um objecto possa ser executado a partir de um desenhotécnico, é necessário que este nos informe das medidas dos objectos.Designa -se por cotagem as informações inscritas no desenho erepresentadas por linhas, setas, símbolos e valores. Estes valores, oucotas, correspondem às dimensões reais dos objectos representados.
Nas figuras seguintes, observa com muita atenção alguns exem-plos do processo de cotagem.
/ Linha de contorno
__ Seta
oN
30 ·'LtCota
__ Linha de cota
inhas de chamada
Localização relativa de um furo ou deoutros elementos (cotagem de posição).
--+-I
8
I I
6
N
I 20 I
c.cN
44
18
__ Cotagem correcta
I----+--~~-_+----I __ Evitar o cruzamentode linhas de cota
82~ Substituir as setas4 4 4 8 +-- por pontos quando
• as linhas de cota sãomuito pequenas
Elementos de cotagem
• Linhas de chamada
• Linhas de cota
• Setas
• Números de cota (valor da medida)
• Letras e símbolos
• Linhas de referência ou de anotações
I. 40 ·1t>----------,-,,40 -----<t
f 40 +
__ Utilização de setasnos casos gerais
" Utilização de pontos/' e barras oblíquas
K nos desenhos deconstrução civil econstrução metálica
o sinal = pode substituir as cotas parciaisquando as dimensões são iguais.
$L..- ....•Cotagem de diâmetros
--/--+---+~
32
Cotagem de um ângulo e de uma corda
o símbolo 0 utiliza-se quando se trata de um diâmetro.O símbolo D utiliza-se quando se trata do lado de um qua-
drado.
PROJECÇÕES ORTOGONAIS
032010
032
COMUNICAÇÃO
Utilização dos símbolos 0 e D na cotagemde elementos geométricos.
Os objectos técnicos, ao serem imaginados pelos seus criadores,têm de ser representados no papel constituindo elementos de comu-nicação. Normalmente, são peças com volume (a três dimensões)que têm de ser representadas num plano (a duas dimensões). Foinecessário estabelecer regras para esta representação. Para issocriou-se o sistema de projecções ortogonais.
O sistema ortogonal é o que serve de base ao nosso estudo.Este sistema baseia-se na projecção ortogonal da peça em três
planos perpendiculares.Fazendo passar um conjunto de raios luminosos e paralelos pela
peça, eles vão projectar a sua figura em cada um dos referidos pla-nos. Esse feixe de raios tem de ser perpendicular ao plano de pro-jecção.
Para realizares os primeiros exercícios de projecção ortogonal,deves construir um triedro em cartolina (três planos perpendicula-res entre si).
Situando um objecto simples no triedro e fazendo passar linhasimaginárias pelos vértices do objecto, estas projectar-se-ão nos pla-nos originando as suas vistas.
010
i <,
/83
~~;~~t~~~~;t1~~~".:r •..~J,~~~'. F," + cI:~
PV
PH
PV
PH
Projecção num plano horizontal - Vista emplanta
8----- --------Eb
----- -------- !I • .,
~"""""0]-- --------
84
REPRESENTAÇÃO DAS VISTAS (MÉTODO EUROPEU)
No método europeu ou método do primeiro diedro, o alçadolateral esquerdo é colocado à direita do alçado principal.
Símbolo indicativo do método europeu ou método E.
PV
PH
PV
Projecção num plano vertical- Vista dealçado
PVPV
PH
PP
Rebatimento para um plano
12
~~
18
Projecção num plano de perfil- Vista deperfil
PH
Conjunto das três vistas
I-------i~
rnRepresentação cotada
COMUNICAÇÃO
REPRESENTAÇÃO EM PERSPECTIVA
A perspectiva é a técnica de representar osobjectos nas suas três dimensões, na superfícieplana, tal como são vistas.
É uma representação gráfica, que pode nãomostrar os tamanhos reais da peça, mas sim osseus aspectos aparentes.
No esquema seguinte podemos ver diversostipos de projecções.
Perspectiva isométrica Perspectiva dimétrica Perspectiva cavaleira
Fotocopia esta página e representa no sistema europeu e na mesma escala a peça da figura.Faz a cotagem apropriada.
I
85
~Cosro do Capor~;,~~~~Rainha
~ ovo VagSelo Vi"
~ Praia do Rei
~ Fonte da Telha -
REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS
MEIOS E FORMAS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
REPRESENTAÇÃO EM MAPA E PLANTA
Para representar no papel cidades, estradas e casas é necessáriotransportar esses elementos para um espaço a duas dimensões -para o plano. Para isso, foram criadas algumas regras que nos pos-sibilitam elaborar e interpretar esses desenhos. Os assuntos apare-cem representados como se fossem observados de avião e a umadeterminada escala.
A representação gráfica de dados utiliza-se fundamentalmentepara facilitar a rápida compreensão desses mesmos dados pela sim-ples observação. O gráfico é, em suma, um instrumento que des-creve a realidade de uma forma simples, clara e objectiva.
Muitos dos gráficos são construídos com base na utilização deeixos coordenados: o eixo horizontal, também chamado eixo dasabcissas, e o vertical, denominado eixo das ordenadas.
Gráfico de barrasEste tipo de gráfico permite-nosfazer a comparação entre duasou mais variáveis.
Consumo de electricidade per caplta
8 ------------
7 -----------.
6 ------------
5 ------------
Gráfico de barras86
Gráfico de linhasO gráfico de linhas permite-nosseguir a evolução de uma variá-vel.
Evolução da população (Algarve)
400000 -,------------...,
350000
300000
250000
200000
150000
100000
50000
o1960 1970 1980 1990 2000 2005
Gráfico de linhas
Gráfico
Gráfico de sectoresEste tipo de gráfico é utilizadoprincipalmente quando se pre-tende comparar cada valor como total.
Consumo de energia em Portugal
• Carvão
• Petróleo
• Gás natural• Hldroeléctrlca + renová';
Outros
Gráfico de sectores
ESQUEMAS TÉCNICOS
COMUNICAÇÃO
Símbolo Significado
(~-)PRINCíPIO / FIM / INTERRUPÇÃOda análise que se está a iniciar ou a desenvolverRepresentam estudos e funções técnicas recor-
rendo a simbologia própria.O fluxograma é um método de representação
gráfica, que recorre a símbolos com significado pró-prio, para analisar um projecto, um problema ouuma simples operação.
EXEMPLO DE UM FLUXOGRAMA
Podemos, por exemplo, descrever um plano através de um flu-xograma que nos mostre as várias fases de um pequeno-almoçopreparado por um robô.
Início da actividade7 horas
NÃO- Queropequeno-almoço?
NÃO
OPERAÇÃOqualquer tipo de função ou operação
DECISÃOa tomar, porque há vários caminhos ou alternativas
I I<>
< > MODIFICAÇÃOmudança no processo
Quer sumo NÃOde laranja?
Preparar osumo de laranja._------1
Quer cafécom leite?
Preparar ocafé com leite
• I
À chávenaestá vazia?
Servir osumo de laranja
• I
O copo desumo está vazio?
Lavar a louça
Fim dopequeno-almoço
Fluxograma
ORGANOGRAMA
Designa -se por organograma a representação gráfica dos dife-rentes órgãos de uma empresa, incluindo o seu posicionamentorelativamente ao conjunto e respectivas ligações hierárquicas.
Director-geral
Organograma 87
---~-~"'"iIWlmllllllllllllllllllllllllllllllllllll!IIIIIII·llIlIlIlIIliIiiPTlil!TInlilmlllllilililmlIIiIiIIIIiIIlilmllllilllllllllillllllllllilllllllllllllll]llllllllnJ!
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