Cicatrização de feridas e curativos básicos
Solange Emanuelle VolpatoEspecializanda Dermatologia HOF (E2)
Cicatrização de feridas
Agudas x crônicas
Profundidade: erosões ou
exulcerações: somente epiderme. Reparação completa da epiderme a um estado semelhante à pré injúria
Úlceras rasas ou lesões de espessura parcial: parcialmente a derme. Apresentam queratinócitos ainda viáveis
Úlceras profundas ou lesões de espessura total: toda a derme acometida. Os anexos cutâneos são destruídos e a única fonte de queratinização são as bordas da lesão, e a reparação irá substituir os anexos por tecido cicatricial
Cicatrização de feridas
Tipos de cicatrização: Cicatrização por primeira intenção: bordas das
feridas aproximadas por suturas ou outros meios, com formação de reduzido tecido cicatricial
Cicatrização por segunda intenção: nã há aproximação das bordas das feridas, grande quantidade de tecido de granulação é formada
Fases da cicatrização: Inflamatória Proliferativa Remodelamento
Fases da cicatrização
Fase inflamatória: início do processo de cicatrização com a ocorrência de hemostasia e migração de plaquetas, polimorfonucleares e fibroblastos.
Fases da cicatrização
Fase proliferativa: neovascularização, produção de tecido de granulaçào com síntese de colágeno predominantemente do tipo III e migração de células epidérmicas na superfície da ferida. Os fibroblastos produzem fbronectina para fixação da própria célula. Ácido hialurônico auxilia na resistência do tecido à compressão
Fases de cicatrização
Fase de remodelamento: substituição das fibras de colágeno tipo III por fibras de colágenos tipo I dispostas de maneira mais organizada, o que confere aumento de resistência à cicatriz.
Fatores que atrasam a cicatrização
Sistêmicos: estado nutricional, tabagismo, DM, doenças genéticas, medicamentos (glicocorticóides, AINE, quimioterápicos), idade…
Locais: infecção, isquemia tecidual, pressão, fricção, cisalhamento, tração, edema, hematoma, corpo estranho, medicamentos tópicos
Relacionados ao cirurgião: falhas na assepsia e antissepsia, suturas com tensão excessiva, incisão for a das linhas de força da pele….
Curativos cirúrgicos 1962 Winter – efeito da oclusão na taxa de
epitelização de feridas superficiais- observou que a epitelização das feridas ocorria de maneir mais rápida em meio úmido do que e meio seco.
Considerações dos curativos: manter umidade da ferida, remover o excesso de exsudato, permitir trocas gasosas, promover isolamento térmico e mecânico, proteger contra infecções, ser isento de partículas e contaminantes, diminuir a dor e permitir a remoção sem causar trauma aos tecidos.
Propriedades dos curativos: Aderência: quando aderentes atuam como barreira e
diminuem a perda de exsudato da ferida Oclusão: a melhora nas taxas de cicatrização em feridas
ocluídas é devida à migração epidérmica acelerada, e não ao aumento da atividade mitótica.
Tipos de curativos
Convencionais: Compressa ge gaze, gaze algodonosa,
rayon, gaze impregnada com parafina, fitas adesivas (micropore, esparadrapo), ataduras (de crepe, de gaze, elásticas), antibiótico tópicos
Sintéticos: filmes, hidrocolóides, alginatos,
hidrogéis, curativos em espuma, curativos em silicone, carvão ativado
Curativos sintéticos
Filmes: Tegaderm®, Dermafilm®, Opsite® Feridas pouco exsudativas Acúmulo de secreção sob o curativo pode ser controlado por meio
de aspiração do fluido com agulha ou trocas frequentes Transparência permite monitoramento sem sua remoção
Hidrocolóides: Granuflex®, Epigard®, Biobrane®, Duoderm Gel®, Adapt®, Ultec®, Comfeel®, Hydrocoll®, Nu-Derm® Boa conformação à superfície da ferida, al’ém de proteção e
amortecimento de traumas Trocas quando o curativo atinge sua saturação na absorção, com
tempo máximo de 7 dias Durante a fase exsudativa a troca pode ser até a cada 3 dias Taxa de cicatrização aumentada em até 40%
Hidrocolóides.
Curativos sintéticos
Alginatos: Curatec hidrocoloide®, Curasorb®, Kaltostat®, Sorbalgon® Exsudado d aferida transforma este material
semelhante a gaze em uma matriz de gel terapêutica
Não devem ser usados isoladamente, mas com aplicação de um curativo secundário que atue como interface para que o líquido absorvido pelo alginato seja repassado para este curativo secundário e então para o meio externo via evaporação
Troca de curativo quando o exsudato da ferida escoa através da gaze.
Curativos sintéticos Hidrogéis: placas de hidrogel (Aquaflo®, Hydrosorb®,
Nu-Gel®) e hidrogel amorfo (Intrasite®, Curatec hidrogel®, Solosite®, Askina®) Absrover o exsudato, mantendo um ambiente úmido Não sao adesivos Necessita um curativo secundário para mantê-lo no local e
absorver o excesso de exsudato Trocas mais frequentes que os curativos oclusivos
Curativos em espuma: Permafoam®, Curatec Espuma®, Versiva®, Allevyn®, Mepilex® Absorvem exsudato e mantém o ambiente úmido Necessita uma camada secundária de fita ou filme adesivo
para manter o curativo posicionado e criar uma boa vedação nas margens
Trocas de curativo a cada um ou dois dias
Curativos sintéticos
Curativos em silicone: Mepitel®, Mepiform® Algumas são porosas para permitir a troca gasosa outras
são impermeáveis para assegurar a oclusão total Área doadora de enxerto, ampla excisão de tumores
cutâneos, queimaduras Carvão ativado: Actisorb Plus 25®, Carboflex®,
Acticoat®, Curatec Silver®, Act carbon Ag®, Atrauman® Requer curativo secundário, gaze, este deve ser trocado
diariamente ou mais de uma vez ao dia; porém o carvão ativado só deverá ser trocado quando atingir o ponto de saturação
Contraindicado em ferida seca ou recoberta por escara e não dever cortado
Escolha e uso de curativos Feridas necróticas e com crostas secas: o
curativo deve atrasar ou reverter o processo de desidratação e facilitar a autólise. Hidrogel e hidrocolóides.
Ferida úmidas ou exsudativas: Moderadamente exsudativas: alginatos,
hidrocolóides Muito exsudativas: curativos de espuma
Escolha e uso de curativos Feridas em epitelização: a principal causa de aderência
à superfície da ferida é mecânica, causada por exsudato proteico ou de fibrina que se incorpora mecanicamente ao curativo Adesão pode ser reduzida com o uso de uma película de
baixa aderência entre a ferida e o curativo: lâminas de silicone ou até mesmo gaze impregnada com creme ou pomada
Hidrocolóides: mais oclusivos e raramente aderem à superfície da ferida
Hidrogel Feridas infectadas:
Curativos contencdo sais de iodo ou de prata Feridas com mau odor:
Curativos com carvão ativado
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