O impressionante Chateau Boursault, localizado no Valle de la Marne
enoturismo
De todas as regiões vinícolas france-
sas,adeChampagneéamaisacessível,
pois fica a pouco mais de uma hora de
Parisepode seralcançadaporcarroou
trem.Outravantageméquedápara se
conhecê-la (pelo menos o principal) em
dois ou três dias, ou seja, pode ser um
(ótimo)programaparaumfimdesema-
na, ainda que se possa ficar muito mais
tempoporlásemsombradetédio.
À beleza de seus vinhedos e à origi-
nalidade das caves esculpidas nos solos
Champagne é umadas regiões viníColasmais atraentes para
qualquer enófilo,Com a vantagem de ser
das mais aCessíveis,pois dista pouCo maisde uma hora de paris,
e pode ser visitadaem pouCos dias
por GERSONLOPES
fo t o s GERSONLOPES/iStOCkPhOtO
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calcários,somam-seariquezadeseupatrimôniohis-
tórico,acomeçarpelaimponentecatedraldeReims,
eahospitalidadedeseusvignerons–paranãofalar
desuagastronomia,obviamentedealtonível–como
razõesmaisdoquesuficientesparavisitá-la.
Aseguir,algumasdicasúteis,colhidasemrecente
viagem,paraquemqueiragastar(investirseriamais
correto)algunsdiasnessaregiãoquepovoaossonhos
dequalquerenófilodignodessenome.
Pertinho de Reims, sem dúvida, cidade que é
a alma da Champagne. Em um pequeno vilarejo
(Saintthierry),vocêpodesehospedarnoLe Clos
du Mont d’Horpormenosde100Eurosadiária.
Nessa pequena pousada (tem apenas seis suítes) é
possível deliciar-se também com a visão de seu vi-
nhedo,deummonastérioedeumaigrejadoséculo
12. Acordar ao som dos pássaros, contemplando a
beleza do quadro descrito anteriormente da janela
doseuquarto,éumasensaçãoinesquecível.Semfa-
lar da possibilidade de degustar os champanhes ali
produzidos–umreservaeumsafradodemuitoboa
qualidadeepreçomodesto.
Para aqueles que buscam hospedagem de maior
requinte, as dicas são Les Crayères (Reims),
L’Assiette Champenoise (Reims), ou, mais ao
Sul, Royal Champagne (Champillon). São hotéis
divinos, mas o estrago no bolso será considerável,
também porque os dois primeiros têm restaurantes
duas estrelas no guia Michelin – e, estando por lá,
vocênãoresistiráàtentaçãodeconhecê-los.
A dica é o La Table Kobus, um arrebatador
restaurante em Epernay, outra grande porta de
entrada para o mundo do champanhe. Nessa ci-
dade, como em Reims, ficam as grandes maisons
que devem ser visitadas. La table kobus tem uma
bela carta de vinhos, com produtores regionais de
grandeschampanhese,namaioriadasvezes,ainda
desconhecidospelosenófilosbrasileiros.Aopçãode
vinhosemtaçaséfantástica.Mesmoassim,orestau-
rantepermitequeoclientelevesuaprópriagarrafa,
sem pagar rolha, bastando que informe essa inten-
ção ao fazer sua reserva. Só não se esqueça que a
etiquetaparaessasocasiõesrecomendaquesedeixe
umaboagorjetaequeovinhoaserlevadodeveser
realmenteespecial.Quetalumgrandechampanhe,
emgarrafamagnum(1,5litros)deumagrandesafra,
como1988,1989ou1990?Em lojas especializadas
daregião (comoaLe Vintage, logoatrásdaCate-
draldeNotreDame,emReims,quevocêcertamente
visitará)pode-secomprarummagníficochampanhe
deumadessassafras(emmagnum)por130a200Eu-
ros,dependendodamarcaedoano.Apósaescolha
do menu-degustação, iniciamos com algumas taças
dechampanhedepequenosprodutorese,deixamos
paraofinalumaBelle Epoque 1989,dePerrierJou-
ët–umadascuvéesdeprestigedemaiorreputação
nomundo.Estemostravaumdouradomaisevoluído,
enosaromas(persistentes)encantavapelocaramelo,
mel,brioche,comumfinaldebocaquaseinterminá-
vel,quelembravadamascos.Elegantérrimo!
Arespostadependedointeressedecadaumedo
tempo disponível. Se for possível, sugerimos visitar
pelomenosquatro:trêsgrandesmaisons,comoMoët
et Chandon e Veuve Clicquot, e uma mais arte-
sanal.Aescolhadessaúltimaemnossarecentevisita
recaiu sobre a Maison Ruinart, a mais antiga de
todaselas.Suascentenáriascrayères(cavernassubter-
râneas),onderepousamverdadeirostesourosemfor-
malíquida,dãoumtoquemuitoespecialàvisita.Elas
Crayères (cavernas subterrâneas) da Ruinart e, na foto menor, vinhedos da Maison Joseph Perrier, no Valle de la Marne, em Hautvillers, considerado o “berço do champanhe”
Lateral da Catedral de Notre Dame, em Reims e, na foto menor, vinhedo em Aý
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Catedral de Notre Dame, em Reims, cuja visita é imperdível. Ao lado, placa alusiva a avenida em Epernay, onde estão localizadas grandes e famosas maisons. Abaixo, placa na Ruinart, com ano de sua fundação
estão espalhadas por uma extensa área subterrânea
deReims,pois,deumtotalaproximadode110crayè-
res, 24 pertencem a Ruinart. Durante a visita (que
deveserpreviamenteagendada),épossívelpercorrer
trêsdelas,sucessivamente,com20,34e40metrosde
profundidade, ao mesmo tempo em que se conhece
todooprocessodaelaboraçãodochampanhe.Diza
lendaqueVictorhugo,aocaminharporessascrayè-
res,teveainspiraçãoparaescreverumadesuasobras
maisconhecidas,OcorcundadeNotreDame.
Existemdois tiposdecategoriasnavisitaguiada.
Aqui, sugerimos não economizar e escolher a mais
cara (37 euros). A recompensa virá ao final, porque
adegustação,nesse caso,mereceria ser feitade joe-
lhos. São servidos dois excepcionais champanhes,
ambosmillésimes(safrados):umblancdesblancs(ou
seja, feito só com a uva branca Chardonnay) e outro
rosé (com um corte não muito usual, pois tem 83%
daChardonnayeapenas17%dauvatintaPinot Noir).
Ambosdaextraordináriasafrade1996,sendoopri-
meiroumexcelentechampanhedeaperitivoeo se-
gundo,maispoderosoeestruturado,umaboaescolta
paraumcanardal’orange(ou,paraosapreciadores,
acompanharum“puro”apósarefeição).irresistível!
g p lv i n o @ t e r r a . c o m . b r
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Não é desagradável ter que escolher um prato em um restaurante cujo cardápio é escrito em uma língua ou um alfabeto que não conhecemos? Nunca se sabe o que virá! Em um bom restaurante, uma boa carta de vinhos é tão importante quanto a comida ou o ambiente. E certos nomes realmente não podem faltar. São vinhos que os clientes querem encontrar, e que trazem prestígio para o restaurante. É por isto que os melhores restaurantes do país trabalham com a Mistral — e, no mundo inteiro, são estes mesmos produtores que enfeitam as cartas dos melhores locais.
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