CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINOVAFAPI CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC
PROJETO DE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR
Taysllane de Oliveira Santos Rocha
TERESINA – PI 2018
Taysllane de Oliveira Santos Rocha
PROJETO DE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL MULTIFAMILIAR
Monografia de Conclusão de Curso – TCC, apresentado ao centro universitário UNINOVAFAPI e com a colaboração do Prof.ª Rafaela Rocha Soares do Rêgo como requisito avaliativo para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.
TERESINA – PI 2018
FICHA CATALOGRÁFICA
Catalogação na publicação Antonio Luis Fonseca Silva– CRB/1035
R672p Rocha, Taysllane de Oliveira Santos. Projeto de condomínio residencial multifamiliar / Taysllane de Oliveira Santos Rocha. – Teresina: Uninovafapi, 2018.
Orientador (a): Prof. Esp. Rafaela Rocha Soares do Rego; Centro Universitário UNINOVAFAPI, 2018.
58. p.; il. 23cm.
Monografia (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) – Centro Universitário UNINOVAFAPI, Teresina, 2018.
1. Condomínio. 2. Sustentabilidade. 3. Selo azul. I.Título. II. Fonseca, Igo Yossi Lima.
CDD 691
RESUMO
Segundo o IBGE (2010), a população brasileira atingiu a marca de 190.732.694
habitantes e todos esses possuem o direito à habitação, porém o modo de vida
dessa população tem se modificado muito ao longo dos anos e sua forma de
morar também, pois devido à movimentação do dia a dia e a falta de espaços
dentro das malhas urbanas das cidades tem se buscado cada vez mais
condomínios verticais fechados, onde se comporta muitas famílias por metro
quadrado. Essas grandes construções, no entanto, têm causado grande
impacto no meio em que ele se encontra. Tomando como base esses
impactos, pensou-se em uma estratégia onde esses empreendimentos não se
tornassem uma bomba em meio às zonas urbanas. Para isso, o presente
trabalho tem como objetivo a aplicação de técnicas sustentáveis para a
implantação de um condomínio residencial vertical na cidade de Teresina
seguindo os critérios exigidos pelo Selo Azul da Caixa Econômica Federal.
Esses critérios de avaliação levam em consideração todas as etapas da
construção, desde a escolha do terreno, até as especificações das matérias,
garantindo assim uma obra que gere menor impacto ao meio ambiente. E, por
se localizar na cidade de Teresina, com clima predominantemente quente,
essas técnicas sustentáveis se tornam ainda mais eficientes, pois oferecem um
melhor conforto com um menor consumo energético.
Palavras-chaves: Condomínio, Sustentabilidade, Selo azul.
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Park Village..............................................................................20
Figura 02 – Planta de situação e análises do Terreno do Roxbury E+......25
Figura 03 – Planta de Implantação Roxbury E+.........................................26
Figura 04 – Diagrama de ventilação Roxbury E+.......................................26
Figura 05 – Planta baixa do Pavimento Térreo Roxbury E+......................27
Figura 06 – Planta baixa do 1º Pavimento Roxbury E+.............................27
Figura 07 – Planta baixa do 2º Pavimento Roxbury E+.............................28
Figura 08 – Diagramas Roxbury E+...........................................................28
Figura 09 – Fachada Principal Roxbury E+................................................29
Figura 10 – Fachada Posterior Roxbury E+...............................................30
Figura 11 – Implantação Condomínio Paraisópolis E................................31
Figura 12 – Implantação Condomínio Paraisópolis G...............................31
Figura 13 – Planta unidade Habitacional Paraisópolis...............................32
Figura 14 – Planta pavimento térreo Paraisópolis.....................................32
Figura 15 – Corte transversal Paraisópolis................................................33
Figura 16 – Corte longitudinal Paraisópolis...............................................33
Figura 17 – Elevação Paraisópolis............................................................34
Figura 18 – Fachada Paraisópolis.............................................................34
Figura 19 – Implantação For Lyfe Maraponga..........................................35
Figura 20 – Planta tipo 1 quarto For Lyfe Maraponga..............................36
Figura 21 – Planta tipo 2 quartos 1º opção For Lyfe Maraponga.............37
Figura 22 – Planta tipo 2 quartos 2º opção For Lyfe Maraponga.............37
Figura 23 – Planta tipo 2 quartos 3º opção For Lyfe Maraponga.............38
Figura 24 – Planta tipo 2 quartos 4º opção For Lyfe Maraponga.............38
Figura 25 – Fachada Ilustrativa For Lyfe Maraponga............................39
Figura 26 – Localização do Bairro na cidade de Teresina....................40
Figura 27 – Terreno e usos no entorno................................................41
Figura 28 – Estudo de insolação e ventilação do terreno....................41
Figura 29 – Vias principais e acessos do terreno................................42
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 9
3 OBJETIVOS ................................................................................................ 13
4 METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................................. 14
5 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 16
5.1. Conceitos ................................................................................................ 16
5.1.1. Condomínio ........................................................................................... 16
5.1.2. Sustentabilidade .................................................................................... 16
5.1.3. Selos de Certificação ............................................................................ 17
5.1.4. Selo Casa Azul ...................................................................................... 18
5.2 História dos Condomínios ...................................................................... 19
5.3. História da Sustentabilidade ................................................................. 22
6. ANÁLISE DE PROJETOS SEMELHANTES .............................................. 25
6.1 Roxbury E+ .............................................................................................. 25
6.2. Programa Habitacional Paraisópolis .................................................... 32
6.3. Residencial Liberdade do Complexo for Lyfe Maraponga .................. 38
7 TERRENO ................................................................................................... 43
7.1 Localização .............................................................................................. 43
7.2 Legislação ............................................................................................... 46
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 50
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 53
7
INTRODUÇÃO
De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira
atingiu a marca de 190.732.694 habitantes. Embora todos os habitantes
tenham direito à habitação, somente em Teresina há um déficit de 32 mil
residências (FRANCISCO, 2017). Diante dessa grande problemática, vê-se a
necessidade de construir várias moradias para suprir essa demanda
populacional e minimizar esse déficit existente, pois, independentemente da
classe social, todos têm direito a uma habitação de qualidade.
Para melhor compreensão da qualidade em habitações, podem-se levar
em consideração dois pontos extremamente importantes: a qualidade que a
habitação oferece ao indivíduo e a qualidade que essa oferece à natureza que
a circunda, chegando assim ao termo construção sustentável.
O conselho internacional da construção – CIB, definiu o conceito de
construção sustentável como: a criação e manutenção responsável de um
ambiente construído saudável, baseado na utilização eficiente de recursos e no
projeto baseado em princípios ecológicos (KIBERT, 2008).
Diante dos conceitos acima citados, chega-se a um importante
questionamento: como oferecer habitações de qualidade com menor impacto
ao meio ambiente se grande parte dos recursos utilizados para essas
construções são extraídas da própria natureza? O objetivo desse trabalho é
estudar técnicas construtivas que visam mitigar os impactos gerados, buscando
seguir os parâmetros de um desenvolvimento sustentável, aqueles capazes de
atender às necessidades do presente sem comprometer a sobrevivência das
gerações futuras (ONU, 1987).
Para que se construa de forma sustentável, será necessário o estudo de
diversos pontos como: 1. Qualidade urbana (busca-se a análise geral do
entrono do empreendimento); 2. Projeto e conforto (trata-se dos aspectos
relacionados ao planejamento e à concepção do projeto do empreendimento);
3. Eficiência energética (procura-se por uma redução no consumo de
eletricidade); 4. Conservação de recursos materiais (observam-se os fluxos de
materiais, matérias-primas e resíduos, durante todo o ciclo de vida de uma
construção); 5. Gestão da água (deve-se contemplar, fundamentalmente: o
8
suprimento de água potável, gestão de águas pluviais e esgotamento
sanitário); 6. Práticas sociais (visam à ampliação da consciência ambiental,
além de contribuir para a redução de algumas desigualdades sociais). Esses
tópicos foram extraídos do guia Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal,
que serão utilizados para o desenvolvimento deste trabalho (JOHN; PRADO,
2010).
Como ponto principal para essa pesquisa, será analisado cada item
proposto pelo Guia Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal, bem como
pesquisa em livros e artigos sobre o tema sustentabilidade, um exemplo será o
livro “A sustentabilidade dos materias de construção”, dos autores Fernando
Pacheco Torgal e Said Jalali (2010). Com base nas pesquisas realizadas, será
feito um estudo sobre diversas técnicas contrutivas que visam a
sustentabilidade com o objetivo de encontrar as melhores técnicas a serem
aplicadas na proposta arquitetônica de um projeto de condomínio residencial
que atenda a todos os critérios de sustentabilidade aqui expostos.
9
2 JUSTIFICATIVA
Muito se tem discutido sobre os impactos causados pelo homem ao
meio ambiente, pois as consequências estão cada vez mais notórias, como a
escassez de recursos naturais, o grande aumento das temperaturas, enchentes
provocando perdas irreparáveis, entre outros fatores. Com isso, o desafio hoje
é procurar manter a qualidade de vida do indivíduo com um menor impacto
negativo ao planeta, pois este sendo afetado há uma influência direta na
qualidade de vida de toda a população.
[...] como elemento fundamental da busca da sustentabilidade, o objetivo básico de conciliar as atividades humanas com as condições de suporte do ambiente, por meio de instrumentos que estimulem e viabilizem essa tarefa. Isso pressupõe a modificação do comportamento da comunidade humana em relação à natureza, sobretudo ante a atual situação de degradação ambiental do planeta. (BITAR, 2004, p. 90).
Localizada no Piauí, estado de clima predominantemente tropical,
Teresina é uma cidade de temperaturas muito elevadas, como mostra o gráfico
01 (SEMPLAN, 2015), fazendo-se necessária a aplicação de materiais e de
estratégias sustentáveis para oferecer um melhor conforto térmico com o
menor consumo de energia possível.
Gráfico 01 – Temperatura média, máxima média e mínima média em Teresina.
Fonte: SEMPLAN, 2015.
10
[...] carinhosamente conhecida como Cidade Verde, Teresina recebeu este apelido do escritor Coelho Neto, em virtude de ter ruas e avenidas entremeadas de árvores [...] com um clima tropical semiúmido e altas temperaturas, Teresina tem duas estações características: o período das chuvas (que ocorrem no verão e outono) e o período seco (que ocorre no inverno e primavera). (TERESINA, 2017, p.1).
Mesmo sendo conhecida como a cidade verde, Teresina, na maior parte
do ano, torna-se uma cidade de temperaturas quase insuportáveis, pois há
concentração de 75,6% das chuvas apenas nos primeiros quatro meses do
ano, de janeiro a abril (SEMPLAN-AGENDA 2030, 2014). Isso leva a população
a buscar meios de refrigeração artificial, já que o clima da cidade não colabora
com esse conforto, o que gera uma bola de neve, pois quanto maior o consumo
desses recursos, maior serão os danos ao meio ambiente e maiores serão as
temperaturas em Teresina.
Outro ponto importante diz respeito à grande densidade populacional
prevista para 2030, com uma estimativa de crescimento para 1.122.796
habitantes. Como consequência desse crescimento, há um aumento da
geração de efluentes e de resíduos gerados por essa população (SEMPLAN-
AGENDA 2030, 2014).
Devido ao aumento da densidade populacional, vê-se a necessidade da
aplicação de técnicas sustentáveis nas construções, em especial na cidade de
Teresina – PI, técnicas essas que propiciam ao proprietário um melhor
desempenho de sua moradia em relação ao menor consumo energético, uso
racional de águas, tratamento adequado do esgoto e coleta seletiva de lixo,
entre outros fatores, contribuindo para uma melhor qualidade do meio
ambiente.
Diante da real situação em que o meio ambiente se encontra e de uma
pesquisa sobre os resíduos da construção civil em Teresina, realizado pela
graduanda da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Luna Silva, nota-se que
não há controle algum dos Resíduos da Construção Civil (RCC), tampouco um
plano de gestão e gerenciamento do município exigido pela resolução
CONAMA 307/2002 (SILVA, 2017). Porém a área da construção civil é o setor
que necessita de maior urgência no que se trata de geração de resíduos, como
cita Torgal em seu livro, A Sustentabilidade dos materiais de construção:
11
Pela magnitude dos seus impactos ambientais, o setor da construção
é um daqueles no qual importa agir o quanto antes no sentido de se
reduzirem os consumos de materiais, energia e de minimizarem as
emissões de carbono. No campo da avalização da sustentabilidade
da construção, constata-se que houve lugar a uma proliferação de
ferramentas de avaliação dos impactos ambientais, contudo elas
padecem da desvantagem de poderem induzir uma falsa sensação
de respeito ambiental. (TORGAL, 2010, p.36).
O autor Sanchez (2008) traz o conceito de impacto ambiental como um
desequilíbrio provocado pelo choque da relação do homem com o meio
ambiente. E grande parte desse desequilíbrio é provocado pela construção
civil, pois a demanda por materiais extraídos é enorme, como barro, madeira,
além de outros elementos, causando assim erosão dos solos,
desflorestamento, queimadas, poluição do ar, entre outros malefícios à
população.
Diante de toda a problemática apresentada e dos critérios de certificação
do Selo Azul da Caixa Econômica Federal, será desenvolvida a proposta
arquitetônica do condomínio residencial sustentável, pois há atualmente uma
extrema necessidade de se utilizarem novos materiais ecologicamente corretos
para oferecer melhores soluções a serem empregadas nas edificações na
cidade de Teresina ,além de propor um modo de vida sustentável a pessoas da
classe média.
A proposta do condomínio diz respeito também ao grande déficit
habitacional na cidade de Teresina, pois segundo um estudo do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que são necessárias 32 mil
casas para atender uma população que não tem para onde ir ou vivem em
condições precárias (G1 PIAUÍ, 2015).
Como forma de tentar suprir esse déficit, o governo criou programas
habitacionais, porém com grandes problemas devido à localização desses
residenciais, provocando uma segregação dessa população. Em Teresina, por
exemplo, foram construídas em torno de 90 conjuntos residenciais populares
com cerca de 60.000 unidades, porém em locais onde a infraestrutura urbana
ainda não havia sido implantada, causando assim grandes problemas aos
beneficiários dessas habitações (SEMPLAN-AGENDA 2030, 2014).
De acordo com os diversos problemas detectados de habitações em
Teresina e seguindo os critérios exigidos pelo Selo Azul da Caixa Econômica
12
Federal, será proposto um projeto de condomínio residencial que vise à
inserção dessa população em uma zona da cidade de Teresina – PI que já
possua uma infraestrutura adequada para essa edificação multifamiliar.
13
3 OBJETIVOS
3.1. GERAL
Propor projeto arquitetônico de condomínio residencial com base no selo
azul da Caixa Econômica Federal.
3.2. ESPECÍFICOS
• Aplicar materiais sustentáveis na proposta arquitetônica levando em
consideração seu baixo impacto ao meio ambiente;
• Propor sistemas que gerem um melhor conforto térmico na edificação
proposta e uma eficiência energética a ela;
• Implantar técnicas sustentáveis para uma melhor gestão de água no
projeto arquitetônico.
14
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Para o desenvolvimento deste trabalho serão realizadas diversas etapas
para sua elaboração.
A primeira etapa será composta pelo desenvolvimento teórico sobre o
tema sustentabilidade, condomínios residenciais e certificações de qualidade
sustentável, pesquisa essa que será realizada por meio de levantamentos
bibliográficos em livros, artigos, sites, entre outros meios que possam surgir
como fundamento teórico.
Esse desenvolvimento teórico visa o conhecimento mais aprofundado
sobre as técnicas construtivas existentes na atualidade, entendendo o papel
dos materiais de construções no contexto da sustentabilidade, preocupando-se
até mesmo com seu modo de produção e com as matérias que os compõem,
utilizando como base o livro de F. Pacheco Torgal e Said Jalali (2010), “A
sustentabilidade dos materiais de construção”.
Outra importante etapa será o conhecimento mais aprofundado sobre
condomínios residenciais, entendendo seu funcionamento, suas necessidades
e buscando solucionar diversos fatores que os tornam muito agressivos ao
meio em que se encontram, como, por exemplo, estratégias que visam mitigar
os impactos ambientais gerados, tanto no momento de execução como futura
utilização pelos proprietários. Para finalizar a parte teórica, serão estudados os
selos de certificação sustentável, buscando maior aprofundamento no Selo
Casa Azul da Caixa Econômica Federal, o qual servirá de embasamento para
outra etapa do presente trabalho.
Após todo o desenvolvimento teórico, a parte prática se inicia com os
estudos de casos, buscando modelos que servirão de guia para a elaboração
da proposta de projeto arquitetônico de um condomínio residencial com a
utilização de todos os materiais e técnicas aqui expostos, buscando uma
melhor eficiência, um menor impacto e uma melhor qualidade, propondo uma
edificação que inicialmente pode até ter um maior gasto financeiro, porém um
custo de manutenção bem menor comparado às edificações comuns.
15
Para a proposta desse condomínio sustentável, será escolhido um
terreno em uma área não muito afastada da área urbana da cidade de Teresina
que busque atender a classe média da população, com o objetivo de inserir a
consciência sustentável na maior camada social da população e evitar a
segregação, que é um dos grandes problemas gerados por esse tipo de
habitação multifamiliar.
Na parte prática, será desenvolvida uma proposta de projeto
arquitetônico de um condomínio residencial seguindo cada processo indicado
pelo guia do Selo Azul da Caixa Econômica Federal, buscando essa
certificação. Para isso, serão utilizados matérias e técnicas sustentáveis que
tragam benefício e uma melhor eficiência à edificação.
16
5 REFERENCIAL TEÓRICO
5.1. Conceitos
5.1.1. Condomínio
O termo condomínio provém de con+dominium, onde con denota
reunião e dominium denota propriedade, significando copropriedade. Cada
coproprietário pode usar livremente as coisas conforme seu destino (SOUZA,
2001).
Portanto, condomínios fechados podem ser definidos como sendo um conjunto de moradias, sob forma de residências unifamiliares ou edifícios de apartamentos, podendo ou não haver comércio e serviços, de uso restrito e privado de seus condôminos. Possuem como característica físico-espacial comum a todos, básica e primordial para sua definição, a presença de barreiras físicas que os circundam, além de acesso único e restrito, geralmente vigiado por guardas e controlado por sistema de segurança. (BECKER, 2005, p. 23)
De acordo com Raposo (2012), condomínios são uma forma
socioespacial de residências que engloba diversas soluções habitacionais,
tanto de blocos de apartamento, seja ele isolado ou em conjunto, quanto de
moradias ou até mesmo a junção dessas tipologias, contendo determinadas
características, como equipamentos privados ou privatizados de utilização
coletiva em número e tipo variável, impermeabilidade do perímetro e controle
do acesso de tipo e grau variável e propriedade privada coletiva de espaços
exteriores associados à função residencial.
5.1.2. Sustentabilidade
Sustentabilidade vem da palavra “sustentável”, cuja origem é do latim
“sustentare”, que significa sustentar, apoiar, conservar. Seu conceito está
ligado diretamente a uma atitude, estratégia ou mentalidade ecologicamente
correta e socialmente justa, buscando a utilização consciente e adequada de
recursos naturais com menor impacto ao meio ambiente (SIGNIFICADOS,
17
2017).O termo sustentabilidade está ligado a diversos conceitos, entre eles o
desenvolvimento sustentável, expressão que surgiu juntamente com o relatório
Bruntland, segundo seu conceito, “permite satisfazer as necessidades do
presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras
satisfazerem as suas” (TORGAL, 2010, p. 18).
A concepção de sustentabilidade pressupõe uma relação equilibrada com o ambiente em sua totalidade, considerando que todos os elementos afetam e são afetados reciprocamente pela ação humana. A sustentabilidade, portanto, diz respeito às escolhas sobre as formas de produção, consumo, habitação, comunicação, alimentação, transporte e também nos relacionamentos entre as pessoas e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos (SESC,2017, p.1).
Tomando por base o conceito acima citado pelo SESC e o significado da
palavra sustentabilidade, podemos analisá-la por três pontos distintos, como:
sustentabilidade ambiental e ecológica, sustentabilidade empresarial e
sustentabilidade social (SIGNIFICADOS, 2017).
• Sustentabilidade Ambiental e Ecológica
É a preservação da qualidade do meio ambiente, evitando a poluição do
ar, das águas e do planeta de forma geral. Ou seja, fazer com que os recursos
naturais sejam utilizados no presente, sem comprometer a sua utilização no
futuro.
• Sustentabilidade Empresarial
Nesse ponto o termo sustentabilidade está mais ligado a uma estratégia
comercial, econômica e de marketing da empresa que é alcançada através de
um modelo de gestão sustentável, promovendo assim uma responsabilidade
social, onde as empresas buscam sua produção sem afetar o meio ambiente e,
consequentemente, a toda a sociedade.
• Sustentabilidade Social
É a busca pelo equilíbrio e bem-estar da sociedade por meio de
estratégias para a melhoria da qualidade de vida da população que se encontra
em condições desfavoráveis.
5.1.3. Selos de Certificação
18
Diante dos diversos problemas com o meio ambiente causados pelo uso
desordenado de recursos naturais e tendo em vista que o setor da construção
civil é um dos maiores geradores de resíduos e emissores de gases de efeito
estufa, organizações públicas e privadas criaram normas para reduzir os
impactos gerados por elas (SUSTENTARQUI, 2014). Surgiram, assim, os selos
para construções sustentáveis, também conhecidos como selos ecológicos:
Os selos ecológicos estão diretamente relacionados ao marketing verde, que por sua vez é a realização de ações a favor do meio ambiente e dos seres que nele vivem e transformá-las em campanhas de marketing. Os selos de certificação, eco selos ou selos ambientais são formas de atestar que as ações sustentáveis desenvolvidas pela sua empresa realmente são amigas da natureza e seguem determinados parâmetros que neutralizam ou reduzem seu impacto no entorno (ECOFAIR, 2016, p1).
Segundo o portal de informações sobre arquitetura e construção
sustentável Sustentarqui (2014), os selos para construção sustentável que
mais se destacam são: BREEAM – Building Research Establishment
Environmental Assessment Method; DGNB – Deutsche Gesellschaft für
Nachhaltiges Bauen; LEED – Leadership in Energy and Environmental Design
Qualiverde; AQUA – Alta Qualidade Ambiental do Empreendimento; Programa
Nacional de Eficiência Energética em Edificações (Procel Edifica); e Casa azul.
Desenvolvido no Brasil no ano de 2008 pela Caixa Econômica Federal, o
Selo Casa Azul busca certificar edifícios habitacionais. Esse é o primeiro
sistema de avaliação da sustentabilidade voltado para a construção
habitacional brasileira (OLIVEIRA, 2014). Sua classificação pode ser dividida
em três níveis: ouro, prata e bronze, cujos critérios de avaliação levam em
conta a qualidade urbana, projeto e conforto, eficiência energética,
conservação de recursos materiais, gestão da água e práticas sociais.
5.1.4. Selo Casa Azul
Desenvolvido por uma equipe especializada em projetos habitacionais e
em gestão para a sustentabilidade, o Selo Casa Azul CAIXA é o primeiro
sistema ofertado no Brasil que serve para classificar os projetos que diz
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respeito à sustentabilidade, desenvolvido para a realidade da construção
habitacional brasileira, objetivando também a possibilidade de se fazer algo
pelo desenvolvimento sustentável, dentro do orçamento existente (JOHN;
PRADO, 2010).
Esse programa também busca incentivar o uso racional de recursos
naturais na construção de empreendimentos habitacionais, assim como reduzir
o custo de manutenção dos edifícios e as despesas mensais de seus usuários,
e ainda promover a conscientização de empreendedores e moradores sobre as
vantagens das construções sustentáveis (JOHN; PRADO, 2010).
O Selo Casa Azul busca a redução do impacto ambiental tanto na
vizinhança quanto ao longo da construção, forte ação social durante e após
construção, redução de impactos urbanos das edificações, melhor qualidade de
vida do usuário, redução geral do impacto ambiental na vida útil e menores
custos de manutenção e infraestrutura (SUSTENTARQUI, 2014).
Tendo como referência os conceitos e critérios já mencionados sobre o
Selo Casa Azul, será realizada neste trabalho uma proposta de projeto
arquitetônico de um condomínio residencial na cidade de Teresina.
5.2 História dos Condomínios
Segundo RAPOSO (2012), os condomínios fechados tiveram sua
primeira evidência no mundo anglo-americano por volta de 1750. Porém,
devido à intervenção de várias transformações contextuais de relevo, essa
ideia manteve-se pausada, sendo reavivada na década de 1970 nos Estados
Unidos da América, onde surgiram diversas construções com tipologias
fechadas, dotadas de diversificados serviços que atendem as necessidades
das residências, assumindo assim a forma de cidades planejadas. E na década
de 1980, houve uma grande multiplicação e diversificação desses
empreendimentos, passando-se a construir tanto edifícios de apartamentos
como tipologias de cidades planejadas.
Sobre o surgimento do processo de privatização da moradia, são
defendidas duas teses. A primeira defende que o modelo da Cidade Jardim, de
Ebenezer Howard (1850-1928), corresponde a uma das principais origens dos
condomínios fechados devido aos seus pontos em comum, como, por exemplo,
20
a propriedade e governo privados de todo o solo da cidade, o caráter
autocontido (mas não fechado, no ideal de Howard), o planejamento geral e o
desprezo do tecido urbano existente (RAPOSO, 2012).
A segunda tese, por sua vez, defende que a verdadeira origem dos
condomínios fechados contemporâneos tem influências das cidades fortificadas
europeias pré-modernas, remetendo à ideia de proteção que os portões e
muros proporcionavam à população. Porém, segundo Raposo (2012), essa
tese não condiz com a realidades dos condomínios fechados, pois os muros e
os portões nas cidades fortificadas europeias protegiam uma população inteira,
sem nenhuma distinção social, enquanto nos condomínios nota-se claramente
essa separação de classe entre os que estão dentro e os que estão fora dos
muros do condomínio.
Diante das teses apresentadas, há um exemplo que verdadeiramente se
relaciona com o real surgimento dos condomínios fechados: a “clausura de
praças residenciais” na Inglaterra em meados do século XVIII. A nobreza
inglesa que, era vizinha à praça, com a justificativa de conter a desordem,
entrou com o pedido de privatização dessa. Com isso, começou a crescer cada
vez mais o gosto pela privacidade.
Ao mesmo tempo em que o modelo da praça residencial britânica perdia sua força, já no horizonte surgia uma outra forma de habitar que haveria de levar ainda mais longe o desejo de privacidade, de isolamento doméstico e de segregação: o subúrbio anglo-americano. A Inglaterra primeira e, poucos anos passados, os UA seriam o palco desta versão mais desenvolvida do habitat burguês moderno. Essa, por sua vez, obteve várias formas, e apenas uma delas realiza a passagem direta da praça residencial clausulada para os atuais CFs: o subúrbio romântico planeado. Esse consistiu numa variante que se destacou no quadro mais amplo da suburbanização anglo-americana (essa vaga que, desde o final do século XVIII, submergiu os arrabaldes de várias cidades de Inglaterra e dos EUA) e de que não pode ser isolado. É no subúrbio que o habitat burguês encontra sua melhor expressão já que nas praças residenciais inglesas apenas se assistira a uma espécie de ensaio, de um começo que arrancara do coração da própria sociedade aristocrática. (RAPOSO, 2012, p.186).
Segundo Robert Fishman, a experiência mais completa de condomínio
fechado surgiu na década de 1820 com o empreendimento Park Village
(Imagem 01), idealizado pelo arquiteto John Nash, onde todo o seu espaço era
clausurado. No decorrer do ano de 1837, surgiram as primeiras edições em
21
Manchester e em Liverpool, Victoria Park e Rock Park, respectivamente.
Alguns dos primeiros exemplos nos Estados Unidos, nos anos de 1850, foram
Evergreen Hamlet, Pensilvânia (1851); Glendale, Ohio (1851); Llewellyn Park,
Nova Jersey (1856) e Lake Forest, Illinois (1857) (ARCHER, 1988; RAPOSO,
2012).
Figura 01 - Park Village.
Fonte: Old Ordnance Survey Maps, 1870.
Os primeiros condomínios brasileiros surgiram ao redor da cidade de
São Paulo, nos anos 1970, onde foi lançado o condomínio Alphaville São
Paulo, nos nas áreas periféricas da cidade, a cerca de 30 km da região dos
Jardins. Esses modelos de condomínio foram desenvolvidos inicialmente como
loteamentos voltado às indústrias não poluentes. Depois se pensou na área
residencial para atender o problema de moradia dos executivos das indústrias,
onde surgiu o Alphaville Residencial, em 1975 (RODRIGUES 2009).
A proposta de condomínios fechados é, portanto, a solução de moradia
que mais se repete nas cidades brasileiras nos últimos 20 anos. Eles são
propostos tanto às classes média e alta como solução para uma vida mais
tranquila, com segurança e qualidade de vida.
22
5.3. História da Sustentabilidade
Muito se tem discutido sobre a situação em que o planeta se encontra,
pois, desde a revolução industrial, o homem vem cada vez mais explorando
tudo a sua volta e se expandindo cada vez mais pelos territórios, e essa
expansão tem provocado diversos desastres ao nosso planeta. Um ponto
bastante citado tem sido o aquecimento global, o qual seria provocado pela
intensificação do efeito estufa, um fenômeno natural responsável pela
manutenção do calor na superfície terrestre, mas que estaria sendo
intensificado de forma a causar prejuízos (MUNDO EDUCAÇÃO, 2018).
Segundo o Protocolo de Kyoto, a presença desses chamados gases
estufa na atmosfera estaria sendo intensificada por práticas humanas através
da emissão de poluentes pelas indústrias, pelos veículos, pela queima de
combustíveis fósseis e até pela pecuária, bem como desmatamento das
florestas, que teriam a função de amenizar as temperaturas através do controle
da umidade.
Diante dessa problemática sobre o aquecimento global, o mundo tem se
unido de forma a pensar em estratégias de diminuição desses efeitos negativos
ao planeta, utilizando como estratégias as fontes renováveis e não poluentes
de energia, diminuição da produção de lixo, através da conscientização social e
do estímulo de medida de reciclagem, pois a diminuição na produção de lixo
diminuiria também a poluição e a emissão de gás metano, muito comum em
áreas de aterros sanitários (MUNDO EDUCAÇÃO, 2018).
O objetivo é criar uma consciência sustentável mundial, como é o caso
de países desenvolvidos que buscam despertar em seu povo uma consciência
ecológica, mostrando a importância de se viver num mundo que evolui,
respeitando a natureza e as culturas de cada um. Como exemplo disso, há a
cidade de Vancouver no Canadá, conhecida por seus programas inovadores
nas áreas de sustentabilidade ambiental, acessibilidade e inclusão. De acordo
com a Forbes, Vancouver é a 10 ª cidade mais limpa do mundo, pois 90% da
energia da cidade é produzida por meio de ondas, vento, painéis solares e
hidrelétricas (THE CITY FIX BRASIL, 2013).
Outro exemplo é a cidade de Frankfurt na Alemanha, que há 25 anos
criou sua própria agência energética, investindo em produção de energia
23
renovável produzida localmente. A cidade tem o objetivo de, a cada cinco anos,
diminuir 10% de suas emissões de CO2, visando uma diminuição de 50% em
2030. Para isso, a prefeitura tem investido em aumento de eficiência energética
e redução de demanda residencial, comercial e nos setores de transporte e
comunicações. A cidade também conta com diversos quilômetros de ciclovias,
o que incentiva a utilização da bicicleta como meio de locomoção, evitando,
assim, a grande quantidade de veículos nas ruas (VIAGEM, 2016).
No Brasil, apesar de sua evolução nos principais aspectos
socioambientais avaliados, ainda há um longo caminho para se percorrer rumo
ao desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade,
pois as desigualdades socioeconômicas e os impactos ao meio ambiente ainda
são grandes em todo o país, segundo os Indicadores de Desenvolvimento
Sustentável (IDS) de 2010, divulgados pelo IBGE.
O IBGE também apontou que os altos índices de desmatamento já
atingem 14,6% da Amazônia legal e quase metade do Cerrado, como mostra o
mapa 01. Na Mata Atlântica, a situação também não é boa, pois restam menos
de 10% do território. O indicador expressa a ocorrência anual de queimadas e
de incêndios florestais em determinado território, como mostra o mapa 02. A
análise também mostrou que, em 2009, o consumo de energia do brasileiro é
de 48,3 GJ (gigajoules), ficando com o segundo maior índice da história do
país, demonstrando que não houve qualquer aumento na eficiência energética
do país.
Por fim, o grupo denominado Dimensão Institucional analisou questões que dizem respeito aos esforços feitos pela sociedade e, principalmente, pelo governo para ajudar no desenvolvimento sustentável do Brasil. A avaliação mostrou que, nesse aspecto, os avanços do país se concentraram no acesso à telefonia e internet: os domicílios que possuem acesso à rede quase triplicaram entre 2001 e 2008 e o acesso à telefonia móvel dobrou de volume em quatro anos. Além disso, os IDS apontaram que o investimento nacional em Pesquisa e Desenvolvimento aumentou de R$ 12 bi, em 2000, para R$ 32,7 bi, em 2008, embora ainda não representem mais de 1% do PIB brasileiro. (SUSTENTBILIDADES, 2018, p.1).
No Piauí, por sua vez, foi inaugurado em 2017, na cidade de Ribeira do
Piauí, o Parque Solar Nova Olinda, a maior usina solar em operação da
América Latina, com capacidade elétrica para abastecer 300 mil famílias. Toda
a potência produzida no parque é transmitida de sua subestação própria para a
24
subestação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), em São João
do Piauí, por onde é fornecida para o sistema nacional de distribuição
elétrica, evitando assim a emissão de cerca de 360 mil toneladas de CO2 e
gerando energia limpa (PIAUÍ, GOVERNO DO ESTADO, 2018).
25
6. ANÁLISE DE PROJETOS SEMELHANTES
6.1 Roxbury E+
Localizado no bairro de Roxbury, na cidade de Boston, nos Estados
Unidos, o projeto Roxbury E+ é um condomínio residencial com quatro casas
de três pavimentos e estruturada em madeira, onde cada casa possui área de
aproximadamente 185m², com três quartos e dois banheiros. O local em que o
condomínio está localizado oferece um bom sistema de transportes públicos
com múltiplos destinos na região, que faz os moradores utilizarem pouco o
carro como meio de locomoção.
Projetado pelo escritório Interface Studio Architects, o projeto é
participante do programa Construção Verde de Energia Plus da cidade de
Boston e foi escolhido, por meio de concurso de projetos organizado pela
Autoridade de Reurbanização de Boston, como protótipo de moradias urbanas
energicamente eficientes. As casas possuem certificados LEED Platinum,
LEED for Homes e conquistaram qualificações HERS entre -6 e -9 (através das
quatro casas).
A imagem 02 a seguir ilustra quatro características de extrema
importância para a concepção do projeto, utilizadas de forma estratégicas para
tornar as residências ainda mais sustentáveis. A primeira característica diz
respeito à circulação no entorno do terreno, tendo sidas as casas postas em
uma posição que facilitou uma relação com o parque do outro lado da rua. A
segunda refere-se à arborização existentes, buscando-se preservar a
vegetação nativa para se manter a sombra ali existente e impedir a incidência
direta dos raios solares nas edificações, gerando assim um melhor conforto
térmico aos cômodos.
26
Figura 02 – Planta de situação e análises do Terreno do Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
As duas últimas características foram o principal embasamento para a
concepção do projeto no terreno, pois, devido à grande declividade, as casas
foram locadas de forma escalonada, como mostra a planta de implantação na
imagem 03 a seguir, permitindo uma orientação solar ideal e proporcionando
uma quantidade generosa de luz natural, ventilação cruzada e elo das
27
superfícies geométricas dinâmicas do contexto, bem como uma melhor
visibilidade do entorno (ARCHDAILY, 2015).
28
Figura 03 – Planta de Implantação Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
Figura 04 – Diagrama de ventilação Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
No diagrama de ventilação ilustrado acima, imagem 04, percebe-se o
posicionamento das edificações em relação ao terreno e em relação aos ventos
dominantes e ainda as aberturas feitas proporcionando ao ambiente uma
rápida recuperação do ar no interno causando uma melhor refrigeração na
edificação.
29
Nas plantas baixas a seguir, imagem 05, 06 e 07, nota-se o uso de
paredes externas mais espessas com duplo revestimento, permitindo um bom
isolamento e paredes internas mais finas, proporcionando uma maior liberdade
de modificação dos espaços, seguindo o conceito de plantas livres, como é
bem perceptível na planta do pavimento térreo, com espaços totalmente
interligados.
Figura 05 – Planta baixa do Pavimento Térreo Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
Figura 06 – Planta baixa do 1º Pavimento Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
30
Figura 07 – Planta baixa do 2º Pavimento Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
As plantas baixas da edificação foram pensadas de forma a proporcionar
uma melhor eficiência. Em seu telhado foram instaladas 38 placas solares
fotovoltaicas para a produção de energia e aquecimento da água e o
posicionamento das casas devido à inclinação do terreno permite uma melhor
orientação das placas, como se percebe no esquema do posicionamento do sol
na imagem 08. As janelas são estruturadas com vidro triplo, contribuindo para o
alto nível de isolamento e diminuição do uso de climatizadores artificiais
(SUSTENTARQUI, 2016).
Sanitários, torneiras e chuveiros possuem sistemas de baixo fluxo, o
jardim é composto por plantas nativas que são de baixa manutenção e
resistentes à secura e sua irrigação é feira por meio do sistema de
gotejamento. Em seu processo de construção foram implantadas soluções que
ajudaram a reduzir os resíduos da construção durante o processo de
edificação.
Figura 08 – Diagramas Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
31
A imagem 08 ilustra diagramas que demonstram a irradiação solar nas
placas fotovoltaicas,cujo bom desempenho é favorecido pela inclinação do
telhado, pela linha de circulação de acesso ao interior da edificação, mostando
uma planta baixa bem livre e o movimento das águas pluviais, sendo que as
estratégias de pavimentação e infiltração do terreno também ajudaram a
diminuir o uso nos sistemas municipais de água locais.
Figura 09 – Fachada Principal Roxbury E+.
I
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
Para a composição das fachadas, ilustradas nas imagens 09 e 10, nota-
se o uso de texturas bem características das edificações ao seu entorno, com
traçados mais retilíneos e texturas imitando tijolinhos. Na escolha das cores, a
mistura de uma cor mais quente com uma sóbria não contrastando com as
edificações vizinhas, o que se percebe também na escolha da cobertura, onde
se utilizaram traçados mais simples ocultando a cobertura na fachada principal.
32
Figura 10 – Fachada Posterior Roxbury E+.
Fonte: ARCHDAILY, 2015.
6.2. Programa Habitacional Paraisópolis
O Complexo Paraisópolis foi idealizado no ano de 2008/2009 pelo
escritório Elito Arquitetos Associados Ltda., com a participação dos arquitetos
Edson Elito, Joana Fernandes Elito e Cristiane Otsuka Takiy. O projeto contém
uma área construída de 66.300,00m² e consiste em 11 condomínios, são eles:
o condomínio habitacional Colombo A, com 56 unidades; Paraisópolis A, com
146 unidades, B, com 200 unidades, C, com 188 unidades, D, com 123
unidades, F, com 126 unidades, o condomínio E, com 127 unidades
certificadas, está em fase de construção e G, com 44 unidades certificadas, já
foram entregues; os condomínios Colombo B, com 144 unidades, e
Paraisópolis I, com 71 unidades que estão em fase de projeto. O total é de
1.229 unidades habitacionais na região.
Localizado em São Paulo, na favela de Paraisópolis, que era a segunda
maior favela da cidade, com cerca de 60.000 habitantes (ELITO ARQUITETOS,
2018), o projeto habitacional teve o objetivo de abrigar cerca de 1.000 famílias
que seriam removidas das áreas de reurbanização da favela, inserindo esses
33
novos edifícios em meio à favela existente. Em junho de 2012, a Caixa
Econômica Federal concedeu o Selo Casa Azul, no nível Ouro, ao projeto do
condomínio E, ilustrado na imagem 11, e do condomínio G, ilustrado na
imagem 12, do Complexo Paraisópolis, na zona Sul da capital paulista
(CONSTRUÇÃO MERCADO, 2012).
Figura 11 – Implantação Condomínio Paraisópolis E.
Fonte: Construção Mercado, 2018.
34
Figura 12 – Implantação Condomínio Paraisópolis G.
Fonte: Construção Mercado, 2018.
Nas duas tipologias de construção, a planta baixa do apartamento segue
o modelo da imagem 13, composto por sala, cozinha com área de serviço,
banheiro social e dois quartos. O sistema construtivo adotado foi o de paredes
portantes de alvenaria em blocos de concreto, com armadura de aço e
preenchimento de grout. A parte estrutural está localizada nas partes externas
e na parte interna são paredes que servem apenas de divisões, que podem ser
retiradas e relocadas de acordo com a necessidade dos usuários (ELITO
ARQUITETOS, 2018).
Figura 13 – Planta unidade Habitacional Paraisópolis.
Fonte: Elito Arquitetos, 2018.
35
Figura 14 – Planta pavimento térreo Paraisópolis.
Fonte: Elito Arquitetos, 2018.
Na parte térrea dos blocos, localiza-se a parte de circulação que dá
acesso às escadas e às câmaras de eletricidade, além de uma área que prevê
a instalação de espaços para educação, lazer, convivências, entre outras
atividades voltadas à comunidade. A seguir aparecem os cortes transversal e
longitudinal, imagem 15 e 16, respectivamente, onde se consegue perceber a
distribuição dos pavimentos na acentuada declividade do terreno, com no
máximo 4 pavimentos acima e até 4 pavimentos abaixo, evitando assim a
necessidade de instalação de elevadores. Na cobertura dos blocos, foi utilizada
lã de rocha acima da capa de concreto para impedir o calor que é transmitido
das telhas para a laje (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2012).
Figura 15 – Corte transversal Paraisópolis.
Fonte: Elito Arquitetos, 2018.
36
Figura 16 – Corte longitudinal Paraisópolis.
Fonte: Elito Arquitetos, 2018.
Na fachada, como mostra a imagem 17, percebe-se a utilização de
inúmeras janelas em alumínio com pintura eletrostática na cor branca, com um
sistema de abertura diferenciado, onde corre por um trilho na parte externa do
prédio, permitindo uma abertura de todo o vão, melhorando a qualidade do
conforto e higienização do ambiente. As paredes externas são revestidas com
impermeabilizantes a base de resina, pigmento e quartzo, aumento de sua
qualidade e durabilidade, além de permitir uma variedade de cores, como
mostra a imagem 18.
Figura 17 – Elevação Paraisópolis.
Fonte: Elito Arquitetos, 2018.
37
Figura 18 – Fachada Paraisópolis.
Fonte: Construção Mercado, 2018.
38
6.3. Residencial Liberdade do Complexo for Lyfe Maraponga
O condomínio For Lyfe Maraponga foi construído pela MRV engenharia
e participações S.A. na cidade de Fortaleza, sendo o primeiro empreendimento
da construtora a receber o selo de certificação da Caixa Econômica Federal,
por obedecer a 32 itens, recebendo assim a mais alta classificação do selo, o
nível ouro. Todo o condomínio compreende uma área total de 14.268,41m²,
formados por área de lazer com salão de festas, playground, espaço fitness,
churrasqueira, espaço gourmet, piscinas adulto e infantil, como mostra a
imagem 19.
Figura 19 – Implantação For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
O empreendimento está localizado no Bairro Maraponga, na cidade de
Fortaleza no Ceará. O condomínio tem em seu entorno diversos pontos
importantes como grandes supermercados, empresas públicas, a conhecida
Lagoa Maraponga, o Hospital Frotinha, o grande North Shopping Jóquei, Lagoa
Parangaba, Shopping e Terminal Parangaba e Estádio Castelão. Vias de
acesso: Av. Godofredo Maciel, Av. Bernardo Manuel, Rua Benjamim Brasil,
Rua Cônego de Castro e Av. Dr. Silas Munguba.
39
O projeto é composto por 380 apartamentos, com uma tipologia que
possui apenas um quarto, como mostra a imagem 20 e quatro opções de
tipologias com apartamentos de dois quartos, imagens 21 a 24. Neste projeto
foram implantadas diversas técnicas que visam à economia do consumo
materiais, de energia e de água, além disso foram instalados medidores de
água individualizados, que permitem a redução de até 50% no consumo
mensal para os condôminos, descargas econômicas em sistema dual flush,
com opção de fluxos de água, de acordo com a necessidade. Há também
bacias com caixa acoplada à descarga, que permitem economia de até 20 litros
de água por acionamento e sensores de presença que controlam o sistema de
luz.
Figura 20 – Planta tipo 1 quarto For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
40
Figura 21 – Planta tipo 2 quartos 1º opção For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
Figura 22 – Planta tipo 2 quartos 2º opção For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
41
Figura 23 – Planta tipo 2 quartos 3º opção For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
Figura 24 – Planta tipo 2 quartos 4º opção For Lyfe Maraponga .
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
42
Com o objetivo de reduzir a perda de matérias e geração de resíduos,
foram utilizadas escadas pré-moldadas e laje içada. Os elevadores instalados
na edificação promovem uma redução no consumo de energia e torneiras com
arejadores para redução do consumo de água.
Figura 25 – Fachada Ilustrativa For Lyfe Maraponga.
Fonte: MRV Engenharia, 2018.
43
7 TERRENO
7.1 Localização
O terreno está situado na cidade de Teresina – Piauí, no Bairro Novo
Horizonte, como mostra a imagem 26, a seguir, e ocupa uma área de
aproximadamente 50.000m². Tem como confrontante na fachada Leste a
Avenida Primeiro, na fachada Oeste a Rua Adão Medeiros Soares, na fachada
Norte a Rua Sete e na fachada Sul o Condomínio Jardins Residence Club. O
terreno está situado próximo a vias principais de circulação, como a Avenida
Noé Mendes e Avenida Joaquim Nelson.
Figura 26 – Localização do Bairro na cidade de Teresina.
Fonte: Semplan, com modificações da autora.
Para a elaboração da proposta de projeto de um condomínio, foi
escolhido um terreno que mais se adequasse à proposta, pois, segundo os
critérios para a certificação do Selo Azul da Caixa, é necessária a análise do
entorno do terreno em relação à infraestrutura existente, como abastecimento
de água e energia elétrica, pavimentação, iluminação pública, esgotamento
44
sanitário, drenagem, circulação de transportes públicos e pontos de comércio e
serviços básicos como postos de saúde, educação e lazer.
A imagem 27 a seguir tem como objetivo principal marcar todos os
pontos em relação à infraestrutura do local, mostrando todos que atendem às
exigências propostas pelo Selo Azul da Caixa Econômica Federal. Nas
proximidades do terreno, foram encontradas três escolas, uma unidade básica
de saúde, um supermercado, duas praças e dois pontos de ônibus.
Figura 27 – Terreno e usos no entorno.
-Escolas -Unidade Básica de Saúde -Supermercado -Praça -Ponto de ônibus
Fonte: Google Maps, modificada pela autora.
Figura 28 – Estudo de insolação e ventilação do terreno.
Fonte: Google Maps, modificada pela autora.
45
Na imagem 28 de análise de insolação e ventilação, verificou-se o
posicionamento do sol e dos ventos, concluindo-se que as fachadas leste e sul
receberão a maior incidência solar no período da manhã e as fachadas oeste e
norte receberão a maior incidência no período da tarde. E os ventos, que são
de predominância nordeste e sudeste, irão beneficiar na maior parte as
fachadas norte, leste e sul.
Figura 29 – Vias principais e acessos do terreno.
-Via 01 -Via 02 -Via 03 -Via 04 -Via 05
Fonte: Google Maps, modificada pela autora.
Na imagem 28, seguem as principais vias próximas ao terreno e as vias
que dão acesso, onde as principais, por onde há circulação de ônibus coletivo,
são as denominadas via 01 e via 02, Avenida Noé Mendes e Avenida Joaquim
Nelson, respectivamente. Já as vias que dão acesso direto ao terreno foram
destacadas três principais, denominadas via 03, 04 e 05, Avenida Primeiro,
Rua Francisco Medeiros e Rua Sem Nome identificada.
46
7.2 Legislação
De acordo com a lei complementar Nº 3.562, de 20 de outubro de 2006,
que define as diretrizes para a ocupação do solo urbano, o terreno é composto
por uma frente principal e duas frentes secundárias, onde duas frentes estão
voltadas para uma zona residencial 02 e uma das frentes para zona de
comércio 06. Para cada zona, existem os usos e afastamentos específicos
como mostra as tabelas 01 e 02.
Tabela 01 – Indicadores de Ocupação do Solo em Zona Residencial. ZONA ZR2
USOS IA Recuos Mínimos
TO Frente Lateral Fundo
HABITACIONAL H1
2,00 5,00 1,50 e ZERO 2,50 60%
COMERCIAL C1
SERVIÇOS S1
INDUSTRIAL I1
INSTITUCIONAL E1 Fonte: Lei complementar Nº 3.562, 2006.
Tabela 02 – Indicadores de Ocupação do Solo em Zona Comercial. ZONA ZC6
USOS IA Recuos Mínimos
TO Frente Lateral Fundo
HABITACIONAL H
3,0 5,00 1,50 e ZERO 2,50 60%
COMERCIAL C1 C2 C3
SERVIÇOS S1 S2
INDUSTRIAL I1 I2
INSTITUCIONAL E1 E2 E3 Fonte: Lei complementar Nº 3.562, 2006.
Devido ao terreno escolhido possuir duas frentes principais, a lei Nº
3.562 traz o cálculo que deve ser utilizado para o afastamento dessa segunda
frente, denominada frente secundária, onde o afastamento será exatamente
70% do recuo frontal. Dessa forma, a frente a ser escolhida como principal
deverá respeitar o afastamento de 5 metros, conforme a tabela apresentada, e
a frente secundária o afastamento de 3,5 metros. A lei também diz que as
edificações dentro de seus respectivos lotes deverão respeitar os afastamentos
propostos nas tabelas 01 e 02.
47
Para o cálculo das áreas construídas, a lei Nº 3.562 dispensa algumas
áreas como casa de abrigo de máquinas, áreas sob marquises, galeria e
pérgula, as escadas, rampas e antecâmaras, os poços de elevadores, as áreas
não confinadas dos pilotis, as portarias, recepções e edificações similares,
quando construídas no recuo de frente e as jardineiras, bises e similares de até
1,50 m, quando construída em balanço.
Para o desenvolvimento do projeto proposto, deve-se também observar
os critérios exigidos para o parcelamento do solo urbano, critérios esses
encontrados na lei complementar Nº 3.561, de 20 de outubro de 2006, pois a
primeira etapa do projeto é fazer o parcelamento do terreno escolhido. Para
isso, a lei estipula que 5% da área deve ser reservada para uso institucional,
área esta que deve ser fora do condomínio, e 10% a áreas verdes, onde
metade desses espaços deve ser arborizada, podendo estar localizados dentro
ou fora do condomínio.
Para a definição das dimensões dos lotes, a lei Nº 3.561 não dá limites
estabelecidos, nem para o percentual de área referente ao sistema viário,
porém deve ser mantido o percentual de 35% (trinta e cinco por cento) para o
total de áreas públicas, e, por estar localizada dentro do condomínio, a
manutenção dessas áreas serão de total responsabilidade da administradora
do condomínio.
O código de obras de Teresina, apresentado na Lei complementar nº
4.729, de 10 de junho de 2015, traz algumas diretrizes que devem ser seguidas
para a elaboração do projeto aqui proposto como, as dimensões mínimas dos
compartimentos e dos vãos de iluminação, ventilação e insolação, informados
pela tabela 03 a seguir.
48
Tabela 03 - Produção diária de lixo por edificação.
Fonte: Lei complementar Nº 3.562, 2006
O código também dispõe sobre o local de armazenagem de lixo, o qual
deve estar localizado no recuo, com abertura à via pública, deve possuir fácil
acesso, deve ser revestido com material impermeável, resistente a lavagens, e
possuir pontos de luz, água e esgoto. Para o cálculo da área mínima para esse
compartimento, devem ser analisadas as tabelas 04 e 05 a seguir.
Tabela 04 - Produção diária de lixo por edificação.
Fonte: Lei complementar Nº 4.729, 2015
49
Tabela 05 - Dimensões mínimas dos compartimentos de lixo.
Fonte: Lei complementar Nº 4.729, 2015.
Dentre todas as legislações citadas acima, há também outras que
deverão se seguidas para o desenvolvimento do projeto proposto, como a NBR
9050, que dispõe sobre a acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos. Segundo essa norma, as edificações residenciais
multifamiliares, condomínios e conjuntos habitacionais necessitam ser
acessíveis em suas áreas de uso comum e as unidades autônomas acessíveis
devem estar conectadas às rotas acessíveis (NBR 9050, 2015). Dessa forma,
devem ser seguidas as sinalizações especificadas: dimensionamento das
rampas de acesso, escadas, aberturas, dentre outras informações ditas na
norma.
Deve ser seguida também a lei que diz respeito às calçadas, Lei
complementar nº 4.522, de 7 de março de 2014. Ela estabelece novos padrões
de calçadas e critérios para a sua construção, reconstrução, conservação e
utilização de calçadas no município de Teresina e dá outras providências. Essa
lei irá direcionar o projeto sobre a forma adequada do passeio público, de
acordo com a zona e o tipo de via.
50
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma edificação que visa ao certificado do Selo Azul da
Caixa Econômica Federal, o seu programa de necessidades foi pensado de
forma a cumprir cada ponto exigido, conforme apresentamos a seguir.
Na primeira categoria, Qualidade urbana: foi escolhido um terreno que
atendesse a todas os requesitos adequados, de fácil acesso, bem servido de
infraestrutura urbana e localizado em um importante bairro da cidade de
Teresina. Além de serem utilizadas técnicas construtivas e matérias que
busquem minimizar os impactos causados a natureza e ao entorno.
Na segunda categoria, Projeto e conforto: a concepção do projeto estará
totalmente voltada às condicionantes climáticas de Teresina, sendo aplicadas
técnicas de retenção de calor nas paredes voltadas para o poente, com a
utilização de EPS, o que gera uma maior economia energética devido ao
isolamento térmico. O paisagismo do projeto também será pensado de forma a
proporcionar uma maior interação dos moradores com a natureza e uns com os
outros. E como incentivo à coleta seletiva, serão implantadas lixeiras para essa
separação consciente do lixo.
Na categoria 3, Eficiência energética: será feita a especificação da
iluminação de forma a proporcionar uma maior economia de energia, com a
implantação de luminárias com sistema LED, que garante uma melhor
eficiência, bem como a utilização de sistemas automatizados de iluminação nas
áreas comuns.
Na categoria 4, Conservação de recursos materiais: implantação de
sistemas de reaproveitamento dos materiais eliminados da obra. Na categoria
5, Gestão da água: o sistema hidráulico será elaborado de forma a facilitar a
reutilização de águas pluviais nas áreas comuns da edificação. E na categoria
6, Práticas sociais: implantação de uma horta para cuidado e aproveitamento
de todos os moradores.
A proposta do condomínio residencial de edificações verticais busca um
programa que contenha blocos de apartamentos com 4 pavimentos. Cada
bloco deverá conter 8 apartamentos por andar, interligados por um hall social.
Cada bloco deverá estar interligado entre si por áreas de lazer que visem à
máxima interação dos moradores. Cada apartamento terá uma sala de estar e
51
jantar, varanda, cozinha, área de serviço, bwc social, 2 quartos, 1 suíte master
e 1 bwc suíte máster, com prédimensionados conforme tabela 06.
Tabela 06 – Pré Dimensionamento.
SALA DE ESTAR................................................... 10m²
SALA DE JANTAR................................................. 5m²
VARANDA............................................................. 8m²
COZINHA.............................................................. 8m²
ÁREA DE SERVIÇO............................................. 5m²
BWC SOCIAL....................................................... 3m²
QUARTO 01.......................................................... 8m²
SUÍTE MASTER.................................................... 10m²
BWC SUÍTE MASTER.......................................... 3m²
ÁREA DO APARTAMENTO TIPO........................ 60m²
Fonte: Autor, 2018.
O condomínio irá dispor de área de circulação para veículos de passeio,
bem como calçadas para uma maior comodidade dos residentes. Além de
áreas de apoio com piscina, quadra, playground e uma horta comunitária. Será
desenvolvida uma área recreativa de incentivo ao uso de bicicletas no entorno
dos blocos, conforme o fluxograma na tabela 07.
52
Tabela 07 – Fluxograma e organograma.
Fonte: Autor, 2018.
53
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS NBR 9050: acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2015.
BITAR,O.Y.;COIMBRA,J.A.A(coord.). Meio ambiente e geologia. 2ª ed. São Paulo: Senac, 2004.
BECKER, D. Condomínios horizontais fechados: avaliação de desempenho interno e impacto físico-espacial no espaço urbano. 2005. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
BECKER, D. Condomínios horizontais fechados: avaliação de desempenho interno e impacto físico-espacial no espaço urbano. 2005. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
CORRÊA, Lásaro Roberto. Sustentabilidade na construção civil.2009. 70 f. Especialização (3º) - Curso de Engenharia Civil, Cecc, Belo Horizonte, 2009.
CORSO, Karine Cristina. Presidencial com princípios sustentáveis. 2008. 50 f. Graduação (3º) -Curso de Arquitetura e Urbanismo, Faculdade Assis Gurgacz, Cascavel, 2008.
CONSTRUÇÃO MERCADO. Habitação certificada. Disponível em:
<http://construcaomercado17.pini.com.br/negocios-incorporacao-
construcao/136/habitacao-certificada-veja-os-custos-por-etapa-de-dois-299655-
1.aspx>. Acesso em: 03 abr. 2018.
54
DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS DA COSNTRUÇÃO CIVIL EM TERESINA-PI.
Disponível em:
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