V. S. Hayashi; T. M. S. e S. Santos; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol. XX- nº X ( 2017)
ANÁLISE DE RISCOS OCUPACIONAIS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO – ESTUDO DE CASO
Analysis of occupational risks in education institutions – Case study
Vanessa Sayuri Hayashi 1, Tauana Mendonça Santana e Silva Santos2
PALAVRAS CHAVE:
Riscos ocupacionais;
Mapas de riscos;
Programa de prevenção de riscos ambientais;
Riscos ambientais;
Laboratórios de ensaios geotécnicos;
KEYWORDS:
Occupational risks;
Risk maps;
Environmental risk prevention program;
Environmental risks;
Geotechnics test laboratories.
RESUMO: Neste artigo foi proposto uma análise dos riscos ambientais existentes em laboratórios de ensaios geotécnicos. Realizando um levantamento do ambiente, reconhecendo as atividades executadas, os meios de proteção fornecidos e implantados e, por fim, a análise dos riscos para a elaboração de mapas de riscos, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e manual de boas práticas. Estes instrumentos servirão para melhor consciência e segurança dos usuários dos laboratórios e um melhor gerenciamento da segurança do trabalho por parte da coordenação e técnicos. Foram observados quatro tipos de riscos, dos cinco mencionados pela Norma Regulamentadora 09, somente o risco biológico não foi constatado, sendo necessário uma melhor análise da composição de cada amostra a ser ensaiada. Os riscos presentes demonstraram, em sua maioria, intensidade pequena, devido a execução dos ensaios ocorrerem por demanda. Este trabalho traz algumas sugestões de melhorias e adequações para que ocorra a prevenção/mitigação dos riscos de acidentes de trabalho nos laboratórios geotécnicos de instituições de ensino. ABSTRACT: In this article it was proposed an analysis of the existent environmental risks in the geotechnics test laboratories. By examining the ambient, recognizing the executed activities, the means of protecting provided and implanted and, lastly, the risk analysis to elaborate the risk maps, Environmental Risk Prevention Program and good practices manual. These instruments will serve to improve the awareness and security of the laboratory users as well as the management of the workplace safety by the coordinators and technicians. There were observed four types of risk from the five types mentioned in the Regulatory Guide 09, only the biological risk was not verified, making it necessary to do better analysis in the composition of each sample that will be examined. The detected risks demonstrated, in its majority, small intensity due to the fact that the execution of the essays happens by demand. Therefore, the present work brings as its main contribution the suggestions of improvement and changes so that will take place prevention/mitigation of the risk of work accident in the geotechnics test laboratories of educational institutions.
* Contato com os autores:
1 e-mail: [email protected] (V. S. Hayashi) Engenheira Civil e Engenheira de Segurança do trabalho pela Universidade Federal de Goiás. Cel (62) 98155-9435 2 e-mail: [email protected] (T. M. S. e S. Santos) Engenheira Civil e Engenheira de Segurança do trabalho pela Universidade Federal de Goiás. Cel (62) 98177-7060
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1. INTRODUÇÃO
Com o decorrer dos anos, os crescentes índices de acidente do trabalho e o avanço das
tecnologias, houve uma crescente preocupação com a segurança dos trabalhadores. Esses fatores fizeram
com que diversas leis e mecanismos fossem criados para tentar reduzir esses índices, na expectativa de
auxiliar na prevenção e mitigação dos acidentes de trabalho.
Há dados que comprovam a devida importância que deve ser dada ao tema, visto que os casos de
acidentes no trabalho são elevadíssimos. Segundo SOUZA (2017), uma parceria entre a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) resultou em uma ferramenta que
monitora em tempo real os dados sobre acidentes de trabalho no Brasil. O Observatório Digital de Saúde e
Segurança do Trabalho informa pela internet a quantidade de acidentes, com mapa sobre as regiões onde
mais ocorrem, custos para a Previdência Social e tipos de acidentes.
Conforme o Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho entre os anos de 2012 a 2016,
no estado de Goiás, nos ambientes de trabalho, foram registrados 34.151 CAT’s (Comunicação de Acidente
de Trabalho), este dado nos informa que a cada 1 h 16 m 57 s aconteceu um acidente e houve 89 mortes
acidentárias durante esses 4 anos, resultando em 1 morte a cada 22 d 6h 22m 47 s.
Tendo como uma preocupação próxima, o trabalho exercido pelos técnicos de laboratórios de
ensaios, este estudo foi realizado em alguns laboratórios da engenharia civil da Universidade Federal de
Goiás, situados na Escola de Engenharia, no Campus Colemar Natal e Silva.
Conforme o Manual Operacional de Prevenção de Acidentes em Laboratórios UFPR (2015), os
riscos que envolvem os trabalhos nos laboratórios não podem ser ignorados devido ao potencial das
atividades desenvolvidas, como por exemplo: manuseio de vidrarias; uso de substâncias tóxicas, corrosivas,
inflamáveis, explosivas, voláteis e outros; trabalhos pontuais envolvendo temperaturas elevadas; trabalhos
envolvendo pressões diferentes da atmosfera e o próprio uso de fogo.
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como principal objetivo a identificação e análise dos riscos ocupacionais em
instituições de ensino, mais especificamente dos laboratórios de ensaios existentes nessas instituições,
visando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos na área de engenharia de
segurança.
Primeiramente, foi realizado um levantamento dos ambientes, reunindo informações da situação
de segurança e saúde no local, interagindo com os que ali trabalham para conhecer os processos dos
ensaios executados e se há alguma queixa em relação aos riscos à que são expostos ou de doenças
profissionais já diagnosticadas. Em um segundo momento, serão identificados os riscos existentes no local,
as medidas preventivas existentes e o quão são eficazes. Logo em seguida, serão especificados os agentes
dos riscos ambientais para a confecção do mapa de riscos e do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais) com as devidas propostas de melhorias de adequação aos requisitos mínimos de segurança,
conforme as Normas Regulamentadoras.
Nos laboratórios estudados são realizados diversos tipos de ensaios, utilizando vários
equipamentos e reagentes para sua execução ou finalização. Com isso, existe a dificuldade de resguardar o
trabalhador de todos os riscos à que ele pode ser submetido. Fatores como distração, cansaço e até mesmo
falta de conhecimento, também influenciam na dificuldade de implementar medidas de controle e de
prevenir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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3.1. SEGURANÇA DO TRABALHO
Segundo ZOCCHIO (1971), segurança do trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais,
médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras do
ambiente, quer instruindo ou convencendo pessoas na implantação de práticas preventivas.
3.2. ACIDENTES TÍPICOS DO TRABALHO
Dentro da definição de acidente do trabalho apresentada, existem outras considerações a serem
feitas, como a definição dos acidentes típicos que são os acidentes decorrentes da característica da
atividade desempenhada pelo acidentado e também os acidentes devidos à doença do trabalho, que são os
acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença profissional peculiar a determinado ramo de atividade
constante na tabela da Previdência Social.
3.3. RISCOS AMBIENTAIS
A Norma Regulamentadora (NR) 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) define
que são considerados riscos ambientais os agentes existentes no ambiente de trabalho que, em função de
sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do
trabalhador.
A Portaria nº 25, de 29/12/1994, da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério
do Trabalho e Emprego, mostra a classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com
sua natureza e a padronização de cores correspondentes, conforme demonstra o Quadro 1.
QUADRO 1: Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza e a padronização das cores correspondentes
Grupo 1 (verde) Riscos Físicos
Grupo 2 (vermelho) Riscos Químicos
Grupo 3 (marrom) Riscos Biológicos
Grupo 4 (amarelo) Riscos Ergonômicos
Grupo 5 (azul) Riscos de Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado
Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e
transporte manual de peso
Máquinas e equipamentos sem proteção
Radiações ionizantes
Névoas Protozoários Exigência de postura
inadequada Ferramentas inadequadas
ou defeituosas
Radiações não ionizantes
Neblinas Fungos Controle rígido de
produtividade Iluminação inadequada
Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos
excessivos Eletricidade
Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e
noturno Probabilidade de incêndio
ou explosão
Pressões anormais
Substancias, compostas ou
produtos químicos em geral
Jornadas de trabalho
prolongadas Armazenamento
inadequado
Umidade Monotonia e
repetitividade Animais peçonhentos
Outras situações
causadoras de stress físico e/ou psíquico
Outras situações de risco que poderão contribuir
para a ocorrência de acidentes
FONTE: Ministério do Trabalho (1994).
3.4. MAPA DE RISCO
O mapa de risco é uma representação dos riscos ambientais presentes no local, feito após uma
avaliação qualitativa, os riscos são demonstrados de forma gráfica, através de cores e círculos de tamanhos
diferentes.
Por meio dessa representação, busca-se informar e conscientizar os frequentadores daquele local.
Criando uma atitude mais cautelosa dos perigos identificados e graficamente sinalizados. O mapa de risco
deve ser afixado de forma acessível e em local de fácil visualização, para que todos possam visualizar e
compreender os riscos existentes no local.
3.5. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS – PPRA
Segundo CAMISASSA (2016), o PPRA é um programa de higiene ocupacional cujo objetivo é a
proteção da saúde e a integridade física dos trabalhadores, a partir de medidas de antecipação,
reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho. Devendo considerar também a proteção ao meio ambiente e dos recursos naturais.
As ações do PPRA devem estar sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos
trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das
necessidades de controle.
O PPRA deve ser estruturado em um documento chamado de documento-base. A NR 09
determina que a estrutura mínima do PPRA deve contemplar:
Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma;
Estratégia e metodologia de ação;
Forma do registro, manutenção e divulgação dos dados;
Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.
A avaliação do PPRA deve ocorrer uma vez ao ano, e sempre que necessário, como nos casos em
que ocorrem alterações no processo produtivo.
O desenvolvimento do PPRA deve ser composto pelas seguintes etapas:
Antecipação e reconhecimento dos riscos;
Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
Monitoramento da exposição aos riscos;
Registro e divulgação dos dados;
Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia.
As medidas de controle visam eliminar, minimizar ou controlar os riscos ambientais. Devem ser
adotadas sempre que se verificar uma ou mais das situações expostas:
Identificação, na fase de antecipação, de risco potencial;
Constatação na fase de reconhecimento, de risco evidente;
Resultados das avaliações quantitativas excederem os limites de tolerância;
Nexo causal entre danos à saúde e trabalho realizado.
Para as medidas de controle, deve dar prioridade às de caráter coletivo, observando que
primeiramente devem ser implantadas medidas de controle na fonte geradora do agente e, caso não seja
possível a implantação nessa fonte, que sejam adotadas medidas de proteção no meio de transmissão. No
caso de inviabilidade nos dois meios citados, devem ser adotadas medidas administrativas ou de
organização no trabalho, para, somente se essas ações não forem eficazes, ser adotada a obrigatoriedade
de uso de equipamento de proteção individual (EPI).
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4. METODOLOGIA
4.1. MAPA DE RISCOS
Para a elaboração do Mapa de risco foi necessário identificar os riscos existentes em cada
ambiente do Laboratório de Geotecnia (LabGeo). Para isso, foi desenvolvido um questionário que abrange
os cinco tipos de riscos classificados pela Portaria nº 25, de 29/12/1994. O mesmo foi respondido, para
cada ambiente estudado, pelos respectivos responsáveis técnicos dos laboratórios, sendo acompanhado de
breve conversa para melhor entendimento das funcionalidades de cada ambiente.
Foram solicitados, também, alguns materiais já levantados pela equipe de Engenharia de
Segurança do Trabalho da Universidade, para melhor compreensão dos riscos existentes.
O Laboratório de Geotecnia se subdivide em: Laboratório de Solos Não Saturados, Laboratório de
Asfalto e Laboratório de Solos Saturados. Este último ainda é subdivido em três seções: Sala de Preparação,
Sala de Compactação e Sala de Caracterização. Foram desenvolvidos um mapa de risco cada laboratório,
conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Exemplo de mapa de risco utilizado.
Após o preenchimento dos questionários, foi feito o estudo e exame de cada risco identificado,
determinando também sua intensidade.
Em seguida, serão apresentados exemplos de não conformidades encontradas nos laboratórios:
Laboratório de Asfalto: Os produtos mostrados na Figura 2-b são para descarte, porém, são
inflamáveis e estão sendo armazenados em embalagens reutilizadas. É necessário criar um espaço em local
ventilado para tal fim. Não há a identificação dos líquidos inseridos nas embalagens, e ao abrir as portas
deste armário, sente-se um forte odor de combustível.
(a) (b)
Figura 2: Laboratório de asfalto: (a) aquecimento e mistura de massa asfáltica; (b) líquidos inflamáveis.
Laboratório de Solos Saturados – Sala de Caracterização: O destilador apresentado na Figura 3,
apresenta a boia com defeito e ocorrências de choque elétrico, dependendo do manuseio. A manutenção
corretiva do equipamento é necessária quando eventos deste tipo ocorrem. Caso não haja mais a
possibilidade de conserto, é necessário fazer a troca do equipamento.
Figura 3: Destilador utilizado no Laboratório de Solos Saturados – Sala de Caracterização.
Sala de Preparação de Amostras: o ambiente possui aberturas para salas internas, existente
somente uma porta para a área externa e não tem ar condicionado, não propiciando ventilação suficiente
para a permanência no ambiente, conforme mostra a Figura 4. A principal função da sala é a preparação de
amostras, apresentando muita poeira, sendo assim, recomenda-se um estudo específico para instalar
sistema de exaustão local e instalar sistema de refrigeração (ar condicionado) visando a diminuição do
desconforto térmico. Neste ambiente também é realizada a compactação manual dos corpos de prova,
gerando ruído no ambiente.
FIGURA 4: Sala De Preparação De Amostras.
Sala de Compactação: há dois jogos de peneiras vibratórias e compactador mecânico, que geram
ruídos muito altos. Segundo o técnico responsável, quando há a utilização das peneiras vibratórias,
normalmente, é de forma simultânea e pelo período de 15 minutos. E há um compactador mecânico que
durante sua utilização, com o impacto do soquete no molde, gera ruído. A posição das peneiras e do
compactador mecânico estão demonstradas na Figura 5.
V. S. Hayashi; T. M. S. e S. Santos; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol. XX- nº X ( 2017)
FIGURA 5: Sala de compactação.
4.2. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA)
Para elaborar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), foram visitados todos os
laboratórios e realizado detalhadamente o reconhecimento dos riscos, avaliação destes e depois sugestão
de implantação de medidas de controle para diminuir ou eliminar tais riscos.
Durante todas as etapas, houve o acompanhamento dos funcionários dos laboratórios, no qual
estes auxiliaram na identificação e também na elaboração das medidas de controle, visto que, por terem
contato direto com as atividades desenvolvidas nos laboratórios, reconhecem as suas dificuldades e quais
as melhores opções de alternativas na eliminação ou redução da exposição aos riscos.
Foram detalhadas as responsabilidades do empregador e dos trabalhadores, quanto à
preservação e integridade física dos colaboradores.
Após análise dos resultados encontrados, foi sugerido um programa para implantação das
medidas de controle.
5. RESULTADOS
O laboratório analisado neste estudo de caso está representado na Figura 6.
Figura 6: Layout do Laboratório de Geotecnia.
Após a análise dos riscos presentes nos laboratórios, identificamos que todos são de possível
reparação, eliminando ou reduzindo a exposição dos funcionários e frequentadores do LabGeo.
Nos Quadros 2 a 5, são apresentados os agentes/atividades de risco existentes em cada
laboratório e a recomendação de adequação para cada um.
QUADRO 2: RISCOS FÍSICOS
Agente / Atividade Sim Não Recomendações de Adequações
Ruído x -
Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Protetor auditivo (tipo concha); Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: Protetor auditivo (tipo concha); Lab. Solo Saturados – Sala de Compactação: Caixa acústica para a peneira vibratória e protetor auditivo (tipo concha); Lab. Asfalto: Protetor auditivo (tipo concha).
Vibração - X
Radiações Ionizantes - X
Radiações Não Ionizantes
- X
Frio - X
Calor - X
Pressões Anormais - X
Umidade - X
QUADRO 3: RISCOS QUÍMICOS
Agente / Atividade Sim Não Recomendações de Adequações
Poeira x -
Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Utilização de óculos e máscara de proteção contra poeira; Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: Utilização de óculos e máscara de proteção contra poeira; Lab. Solos Saturados – Sala de Compactação: Utilização de óculos e máscara de proteção contra poeira; Lab. Asfalto: Utilização de óculos e máscara de proteção para material fino.
Fumo - X
Névoa - X
Neblina - X
Gases x - Lab. Asfalto: Ligar a capela de exaustão para manusear os produtos voláteis. Utilização de máscara de proteção contra gases, óculos e luvas.
Vapores x - Lab. Asfalto: Ligar a capela de exaustão para manusear os produtos voláteis. Utilização de máscara de proteção contra gases
Substâncias, compostos ou prod. Químicos em geral
x - Lab. Asfalto: Utilização de óculos, luvas e máscara de proteção contra químicos.
QUADRO 4: RISCOS ERGONÔMICOS
Agente / Atividade Sim Não Recomendações de Adequações
Esforço físico intenso X -
Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: Treinamento para a realização de ensaios e orientação profissional quanto a exercícios ergonômicos; Lab. Asfalto: Treinamento para a realização de ensaios e orientação profissional quanto a exercícios ergonômicos.
Levantamento e transporte manual de peso
X -
Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Utilização de carrinhos para o transporte de pesos e corpos de prova; Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: Utilização de carrinho para transporte de amostras; Lab. Solos Saturados – Sala de Compactação: Utilização de carrinho para transporte de solo, agregados e moldes de corpo de prova; Lab. Solos Não Saturados – Utilização de carrinho para o
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transporte de pesos e corpos de prova; Lab. Asfalto: Utilização de carrinho para transporte de amostras.
Exigência de postura inadequada
X -
Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Treinamento para a realização de ensaios; Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: Treinamento para a realização de ensaios e utilização de suporte para elevar o objeto a ser compactado; Lab. Solos Saturados – Sala de Compactação: Treinamento para a realização de ensaios; Lab. Asfalto: Adequação da altura de bancadas. Treinamento para a realização de ensaios e utilização de suporte para elevar o objeto a ser compactado.
Controle rígido de produtividade
- X
Imposição de ritmos excessivos
- X
Trabalho em turno e noturno
- X
Jornadas de trabalho prolongadas
- X
Monotonia e repetitividade
- X
Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico
x - Lab. Solos Saturados – Sala de Preparação: melhorar o sistema de climatização da sala para reduzir o desconforto térmico da sala em dias quentes.
QUADRO 5: RISCOS DE ACIDENTES OU MECÂNICO
Agente/Atividade Sim Não Recomendações de Adequações
Arranjo físico inadequado
x - Lab. Asfalto: Setorizar as frentes de trabalho e ampliar a área do laboratório.
Máquinas e equipamentos sem proteção
x - Lab. Solos Saturados – Sala de Compactação: Treinamento para o manuseio do soquete de compactação.
Ferramentas inadequadas ou defeituosas
x - Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Manutenção ou troca do destilador.
Iluminação inadequada - X
Eletricidade - X
Probabilidade de incêndio ou explosão
x - Lab. Asfalto: Armazenar e descartar os produtos químicos e inflamáveis de forma adequada.
Armazenamento inadequado
Animais peçonhentos - X
Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes
x -
Queimaduras: Lab. Solos Saturados – Sala de Caracterização: Utilizar luva de proteção contra agentes térmicos. Lab. Solos Saturados – Sala de Compactação: Utilizar luva de proteção contra agentes térmicos. Lab. Asfalto: Utilizar luva de proteção contra agentes térmicos.
É importante ressaltar que as medidas de controle a serem implantadas obedecerão a seguinte
ordem hierárquica:
1º Medidas de controle coletivo;
2º Medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
3º Utilização de EPI.
Os mapas de riscos gerados e o PPRA serão entregues ao coordenador do laboratório, para que
este possa utilizá-lo como uma inicial na prevenção dos riscos ambientais, afixando os mapas de riscos de
forma que fique visível e seja de fácil acesso, para conhecimento dos riscos presentes. E para que possa
atualizar o PPRA sempre que necessário.
Como complementação do trabalho aqui exposto, foi descrito um Manual de Boas Práticas, que
poderá ser afixado na entrada de cada laboratório.
Nas Figuras 7 a 11, estão apresentados os mapas de riscos gerados para cada ambiente estudado.
Laboratório de Solos Não
Saturados MAPA DE RISCO
Data: 25/11/2017
Revisão: -
Tipos de Riscos:
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Ergonômico
Risco de Acidentes
Agentes de Riscos:
1. Levantamento e
transporte manual
de peso.
Figura 7: Mapa de riscos do Laboratório de Solos Não Saturados.
Laboratório de Asfalto MAPA DE RISCO Data: 25/11/2017
Revisão: -
Tipos de Riscos:
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Ergonômico
Risco de Acidentes
Agentes de Riscos:
1. Produtos químicos
voláteis (gases, vapores,
substâncias)
2. Ruído
3. Poeira
4. Esforço físico intenso
5. Levantamento e
transporte manual de peso
6. Exigência de postura
inadequada
7. Arranjo físico inadequado
8. Probabilidade de incêndio
e/ou explosão
9. Queimaduras
Figura 8: Mapa de riscos do Laboratório de Asfalto.
V. S. Hayashi; T. M. S. e S. Santos; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol. XX- nº X ( 2017)
Laboratório de Solos
Saturados – Sala de
Caracterização
MAPA DE RISCO Data: 25/11/2017
Revisão: -
Tipos de Riscos:
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Ergonômico
Risco de Acidentes
Agentes de Riscos:
1. Ruídos
2. Poeira
3. Levantamento e
transporte manual de
peso
4. Exigência de postura
inadequada
5. Ferramentas
inadequadas ou
defeituosas
6. Queimaduras
Figura 9: Mapa de riscos do Laboratório de Solos Saturados – Sala de Caracterização.
Laboratório de Solos
Saturados – Sala de
Preparação de Amostras
MAPA DE RISCO Data: 25/11/2017
Revisão: -
Tipos de Riscos:
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Ergonômico
Risco de Acidentes
Agentes de Riscos:
1. Ruído
2. Poeira
3. Esforço físico intenso
4. Levantamento e
transporte manual de peso
5. 5 Estresse – devido o
desconforto térmico
6. Exigência de postura
inadequada
Figura 10: Mapa de riscos do Laboratório de Solos Saturados – Sala de Preparação de Amostras.
Laboratório de Solos
Saturados – Sala de
Compactação
MAPA DE RISCO Data: 25/11/2017
Revisão: -
Tipos de Riscos:
Risco Físico
Risco Químico
Risco Biológico
Risco Ergonômico
Risco de Acidentes
Agentes de Riscos:
1. Ruídos
2. Poeira
3. Levantamento e transporte
manual de peso
4. Exigência de postura
inadequada
5. Máquinas e equipamentos
sem proteção (probabilidade
de esmagamento)
6. Queimaduras
Figura 11: Mapa de riscos do Laboratório de Solos Saturados – Sala de Compactação.
5.1. SUGESTÕES DE MELHORIA
Deve-se sinalizar as portas de saída dos laboratórios até o ambiente externo, de acordo com a NR-
26 (Brasil, 2015) e as Normas Brasileiras Regulamentadoras (ABNT NBR) 7195/1993 e 13434-2/2004.
Tendo em vista a presença de produtos químicos, é necessário a rotulagem preventiva dos
mesmos seguindo a NR-26.
Recomendações para o melhor armazenamento e manuseio dos líquidos inflamáveis depositados
no Laboratório de Asfalto:
Armazenamento da gasolina: manter afastado do calor, faísca, chama aberta e superfícies
quentes. Manter em recipiente hermeticamente fechado, em local fresco, seco e bem
ventilado, distante de fontes de calor e ignição. Não armazenar junto com materiais
incompatíveis (agentes oxidantes fortes e oxigênio concentrado) Utilizar recipiente metálico ou
de polietileno de alta densidade. EPI: óculos de segurança com proteção lateral, luva de
proteção de pvc, respirador com filtro para vapores orgânicos;
Armazenamento do querosene: manter a embalagem bem vedada, em local coberto, fresco e
seco, longe de fontes de ignição. Não armazenar junto com materiais incompatíveis (agentes
oxidantes). Utilizar recipiente metálico (aço carbono ou aço inox). EPI: óculos de segurança com
proteção lateral, luva de proteção de pvc, respirador com filtro para vapores orgânicos;
Armazenamento do diesel: manter afastado do calor, faísca, chama aberta e superfícies
quentes. Manter em recipiente hermeticamente fechado, em local fresco, seco e bem
ventilado, distante de fontes de calor e ignição. Não armazenar junto com materiais
incompatíveis (agentes oxidantes fortes, como peróxidos, cloratos e ácido crômico). EPI: óculos
de segurança com proteção lateral, luva de proteção de pvc, respirador com filtro para vapores
orgânicos.
Ações a serem tomadas para uma melhor administração nas prevenções de acidentes:
V. S. Hayashi; T. M. S. e S. Santos; REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol. XX- nº X ( 2017)
Treinamento apontando todos os cuidados que devem ser tomados nos laboratórios,
apresentando os riscos em que os usuários estão submetidos e as medidas de prevenção de
acidentes que devem ser tomadas em todos os procedimentos dos laboratórios.
É importante relatar e fornecer todos os equipamentos de proteção individual que devem ser
utilizados.
Inserir uma política de gerenciamento dos casos em que as recomendações de segurança não
são cumpridas, aplicando advertências para estes usuários e em casos de persistência na
negligência até a proibição de acesso aos laboratórios.
6. AGRADECIMENTOS
À Prof.ª Dr.ª Cacilda Ribeiro de Jesus, por nos mostrar os caminhos para a realização deste
trabalho.
Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Lauro Vargas, por tornar este trabalho possível.
À equipe de Segurança do Trabalho da Universidade, por nos auxiliar em todas as etapas para a
melhor compreensão do que estávamos estruturando.
Aos técnicos de laboratório, João Carneiro de Lima Júnior e Clayton Alves de Santana, pela plena
disposição, em todos os momentos, para que este trabalho fosse concluído.
7. CONCLUSÕES
Nos laboratórios estudados, são realizadas diversas atividades que se interagem, em formato de
ensaios complexos ou simples análises.
Por meio dos dados levantados neste trabalho, foi demonstrado que o risco ambiental
apresentado é, em sua maioria, de intensidade pequena. Em alguns casos, como o ruído, foi obtida a
intensidade média. Tendo em vista que as atividades executadas são realizadas por demanda, era esperado
tal resultado.
Dos riscos apresentados pela NR-09, está ausente em todos os laboratórios o risco biológico. Para
a verificação da existência de um possível risco biológico, deve ser realizado um estudo mais aprofundado
da composição de cada amostra de solo que é levado para o laboratório.
A construção dos mapas de risco e do PPRA levou em conta as respostas obtidas nas fichas de
identificação e a percepção das autoras deste artigo, durante as visitas realizadas.
Para a redução dos riscos existentes, é necessária uma ação conjunta dos técnicos dos
laboratórios e usuários, com o coordenador do laboratório. Para que juntos possam adequar os ambientes
de forma que os riscos sejam reduzidos ou sanados. Deve haver uma conscientização das ações de cada um
dentro do laboratório, reafirmando a postura adequada durante a execução das atividades.
Neste caso, o fornecimento de EPI’s é um dos principais pontos a ser efetivado na redução dos
riscos.
A comunicação com o trabalhador, incluindo-o nas tomadas de decisões quanto aos processos
relativos à segurança, é vital para que haja uma integração das necessidades do trabalhador, do meio de
trabalho com o ordenador de despesas, para que não haja gastos desnecessários e ineficazes.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 7195: Cores para segurança. Rio de Janeiro, 1995.
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______ Ministério do Trabalho e Emprego. NR 26 – Sinalização de Segurança. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2015. Disponível em: http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR26.pdf. Acesso em: 25/11/2017.
______ Ministério Público do Trabalho. Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. Brasília, 2017. Disponível em: <https://observatoriosst.mpt.mp.br>.
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CAMISASSA, M. Q. Segurança e saúde no trabalho: NRs 1 a 36 comentadas e descomplicadas. Rio de Janeiro: Forense; Sâo Paulo: Método, 2016, 3ª Edição.
SOUZA, Renato. (No Brasil, 700 mil pessoas sofrem acidente de trabalho a cada ano), 05/06/2017. <http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2017/06/05/internas_economia,600125/acidente-de-trabalho-no-brasil.shtml>. Acesso em: 24/07/2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR). Manual Operacional – Prevenção de acidentes em laboratórios. Jandaia do Sul, 2015. Disponível em: <http://www.jandaiadosul.ufpr.br/wp-content/uploads/2015/05/Manual-de-Seguran%C3%A7a-em-Laborat%C3%B3rio_UFPR_Campus_Jandaia_do_Sul_01-15_oficial.pdf>. Acesso em: 02/08/2017.
ZOCCHIO, A. Prática da Prevenção de Acidentes: ABC da Segurança do Trabalho. São Paulo/SP: Atlas S.A., 1971, 2ª Edição, 19 p.
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