CARACTERÍSTICAS AGRONÓMICAS E
ENOLÓGICAS DA CASTA BAGA,
EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO
Anabela ANDRADE1; Amândio CRUZ3; M. António BATISTA2;A. DIAS-CARDOSO1; Rogério de CASTRO3
(1) DRAP Centro ([email protected])
(2) CAVES MESSIAS
(3) Instituto Superior de Agronomia, [email protected]
8º SIMPÓSIO DE VITIVINICULTURA DO ALENTEJO
Évora, 2010
INTRODUÇÃO
• Local de realização: Região Demarcada
da Bairrada -“Quinta do Valdoeiro” - Caves
Messias - Mealhada
• Ciclo Vegetativo: 2007
OBJECTIVOS
• Avaliar o efeito de diferentes formas de base (arquitectura) da
planta sobre a ecofisiologia da planta/vinha de Baga e
parâmetros da produção, rendimento e qualidade;
OBJECTIVOS
• Avaliar a oportunidade de supressão de cachos relativamente
a critérios de rendimento e qualidade.
MATERIAL E MÉTODOS
Localização: Parcela de vinha da “Quinta do Valdoeiro”, Caves
Messias, Bairrada, 38º 82’ N e 9º 17’ O;
1998
2,50 m
x
1, 25 m
Material Vegetal: Cultivar Baga
enxertada sobre 3309 C;
Ex-libris, ainda dominante no
encepamento tinto bairradino
e a figurar obrigatoriamente
no vinho de menção
“Bairrada Clássico”
MATERIAL E MÉTODOS
Solo: argilo-calcário,
textura pesada, pH (H2O)
pouco alcalino,
medianamente provido
em potássio assimilável,
pobre em fósforo
assimilável, de elevada
capacidade de troca
catiónica e de elevado
grau de saturação em
bases
MATERIAL E MÉTODOS
Clima:
(Thornthwaite)
moderadamente
húmido, mesotérmico,
de deficiência
moderada de água no
Verão e
medianamente
temperado e chuvoso
no Inverno
MATERIAL E MÉTODOS
F
O
R
M
A
S
D
E
B
A
S
E
- MA: A mais habitual das formas de base em sistemas com
aramação; Grande implantação é consequência da sua
operacionalidade e facilidade de mecanização
-LYS: Surge integrado nos sistemas de grande SFE: vinha larga em
volume com 2 andares de produção
Monoplano ascendente podado em cordão
permanente sob talões
Dois planos retombantes, um de cada lado da sebe
ascendente
janela de divisão
• M1
supressão dos ladrões
do tronco e braço
(sem monda);
• M2
supressão dos ladrões do
tronco e braço
e com monda, ficando 1
cacho/sarmento, ao bago
de ervilha;
N
Í
V
E
I
S
D
E
M
O
N
D
A
• M3:
supressão dos ladrões do
tronco e braço
e com monda, ficando 1
cacho/ sarmento, ao pintor ;
• M4:
supressão dos ladrões do
tronco e braço
e com monda qualitativa a
culminar no pintor.
N
Í
V
E
I
S
D
E
M
O
N
D
A
Delineamento Experimental
• 16 linhas experimentais: 8 linhas/forma de base;
• 2 formas de condução x 4 níveis de monda x 2 blocos;
• 8 videiras úteis/tratamento
Metodologias
• Poda e carga
2 e 3-4
olhos
5-6 unidades
4 unidades: 3 olhos
2 unidades: 8 olhos
• Fenologia;
• Abrolhamento e Fertilidade;
• Potencial Hídrico Foliar;
Metodologias
Metodologias
• Evolução da maturação
RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. Actividade Fisiológica
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
11-Ago-07 26-Set-07
Po
t. h
ídric
o (
MP
a)
LYS MA
Potencial hídrico foliar (f) de base (ao pintor e à vindima)
2. Maturação e qualidade à vindima
Evolução do TAP, nas formas LYS e MA/nível de monda
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
TA
P (
% V
/V)
M1 M2 M3 M4
MALYS
2. Maturação e qualidade à vindima
Evolução, ao longo da maturação, do teor de antocianas nas
formas LYS e MA/nível de monda
0
300
600
900
1200
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
An
tocia
na
s (m
g/l
)
M1 M2 M3 M4
MALYS
2. Maturação e qualidade à vindima
Evolução, ao longo da maturação, dos polifenóis totais, nas formas LYS
e MA/nível de monda
0
20
40
60
80
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
12
-Ag
o
19
-Ag
o
2-S
et
9-S
et
16
-Set
23
-Set
27
-Set
Po
life
nó
is T
ota
is (
DO
28
0n
m)
M1 M2 M3 M4
MALYS
Parâmetros Unidade Lys M1 Lys M2
Lys M3
Lys M4
MA M1
MA M2
MA M3 MA M4
Acidez total g ác.
tart./L 5,7 5,5 5,4 5,2 6,2 5,5 5,6 5,4
pH __ 3,2 3,23 3,23 3,24 3,15 3,26 3,21 3,26
Açúcar total g/L 199 214 210,9 217,4 172,4 204,5 201,7 209,9
Ácido málico
g/L 1,9 1,9 1,9 1,8 2,3 2,2 1,9 2,0
Ácido
tartárico
g/L
4,6 4,7 4,6 4,5 4,8 4,5 4,4 4,6
TAVP % vv 11,4 12,2 12,0 12,4 9,8 11,7 11,5 12,0
Influência da forma de condução e da supressão de cachos
nos parâmetros analíticos do mosto à entrada da adega
3. Características dos mostos e dos vinhos
Parâmetros Unid
Lys M1
Lys M2
Lys M3
Lys M4
MA M1
MA M2
MA M3
MA M4
Massa
volúmica
a 20 º
g/ml 0,9943 0,9947
0,9944
0,9944
0,9951
0,9941
0,9939 0,9938
TAV a 20 º % vol 11,5 12,6 12,3 12,6 9,9 11,8 11,7 12,3
Acidez volátil
Ac
acét
(g/L)
0,26 0,27
0,27
0,29
0,27
0,27
0,29 0,3
Acidez total Ac tart
(g/L) 7,7 8,3
8,1
8
7,7
7,7
7,9 7,9
pH … 3,4 3,37 3,38 3,39 3,31 3,44 3,35 3,4
Antocianas mg/L 490 592 549 506 280 444 428 452
Açúcares
redutores g/L 2,2 4,4
3,7 4,3 2,4 2,0 2,1 2,2
Extracto seco
total g/L 29,4 33,9
32,2 - 26,9 - 29,2 30,8
ÍPT (DO 280
nm) … 38 43
40 41 25 37 31 36
Ácido málico g/L 2,6 2,7 2,7 2,6 2,5 2,6 2,5 2,7
Influência da forma de condução e da supressão de cachos nos
parâmetros analíticos do vinho
3. Características dos mostos e dos vinhos
Apreciação organoléptica dos vinhos
(prova realizada em Outubro de 2007)
Modalidades
/
Apreciação
global
Lys
M1
Lys
M2
Lys
M3
Lys
M4
MA M1 MA M2 MA M3 MA M4
74 78 78 70 51 71 67 65
4. Rendimento e componentes
Factores Nº cachos/cepa Kg/cepa Peso/cacho (g) Rendimento
(t/ha)
LYS 17,2 4,55 267,6 14,6
MA 12,9 4,28 337,3 13,7
Sig. *** ns *** ns
M1 20,9 a 5,83 a 279,5 b 18,7 a
M2 13,2 b 3,82 b 294,8 b 12,2 b
M3 14,2 b 3,81 b 280,6 b 12,2 b
M4 12,0 c 4,20 b 355,0 a 13,4 b
Sig. * *** ** ***
LYS M1 21,2 a 5,22 ab 246,4 b 16,7 ab
LYS M2 15,6 b 3,94 bc 248,4 b 12,6 bc
LYS M3 16,9 ab 4,10 bc 244,1 b 13,1 bc
LYS M4 15,1 bc 4,96 abc 331,6 a 15,9 abc
MA M1 20,7 a 6,44 a 312,7 ab 20,6 a
MA M2 10,8 d 3,71 bc 341,7 a 11,9 bc
MA M3 11,4 cd 3,53 c 317,1 ab 11,3 c
MA M4 8,8 d 3,44 c 378,3 a 11,0 c
Sig. * * * *
Valores médios
Conclusões
Lys vs MA:
LYS – 2 andares de produção sobrepostos aliados a uma diminuição
de compactação da folhagem e uma maior SFE: :
– maior número de cachos, mas menos pesados;
– bagos mais açúcarados, menos ácidos, mais ricos em
antocianas e polifenóis totais;
– vinhos sensorialmente mais apreciados;
– produções elevadas aliadas a melhor maturação;
– O MA sem monda revelou-se inapto para vinhos de qualidade.
Monda:
Diferenças entre níveis de monda ao nível quantitativo e qualitativo:
– monda provocou menor rendimento;
– um aumento do peso dos cachos;
– maior teor de açúcar;
– menor acidez total;
– vinhos sensorialmente mais apreciados;
– No MA a monda ao bago de ervilha (M2) é a mais exequível, com
reflexos positivos na luta contra a Botrytis cinerea Pears
OBRIGADA
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