BULLYINGMaterial cedido:Material cedido:
Soraya Soares da Soraya Soares da Nóbrega EscorelNóbrega Escorel
P J Infância e Juventude de João P J Infância e Juventude de João Pessoa/PBPessoa/PB
“Todos os dias, alunos no mundo todo sofrem com um tipo de violência que vem mascarada na forma de “brincadeira”. Estudos recentes revelam que esse comportamento, que até bem pouco tempo era considerado inofensivo e que recebe o nome de bullying, pode acarretar sérias conseqüências ao desenvolvimento psíquico dos alunos, gerando desde queda da auto-estima até, em casos mais extremos, o suicídio e outras tragédias”
Diogo Dreyer
BULLYING
Origem inglesa- sem tradução no nosso vernáculo. Significa forma de intimidação.
BULLYING - atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetitivos, num período prolongado de tempo, sem motivação evidente, praticados por um ou mais estudantes (bully – bullies) contra outro (s) – vítima (s), dentro de uma relação desigual de poder
Problema mundial presente em todas as escolas e instituições educacionais, seja ela pública ou privada.
FORMAS
Intimidação; Ameaça; Prática de exclusão; Discriminação; Colocação de apelidos; Dar pontapés e bater; Fazer chacota de forma reiterada da mesma
pessoa/ rir dela; Espalhar rumores.
AGRESSOR (BULLY)
Geralmente são os líderes da turma, os mais populares, os que gostam de fazer gozações e colocar apelidos nos colegas.
Não respeitam as diferenças alheias/ se aproveitam das fragilidades dos colegas para excluí-los do grupo e tratá-los de forma humilhante.
VÍTIMAS Os diferentes Cor de cabelo,de pele, deficiências, forma de se
vestir, sotaque Os indefesos Os tímidos, que mostram medo, choram. Os que se isolam do grupo Pouco sociáveis, dificuldade de relacionamento,
de se defender, problemas de aceitação no grupo.
VÍTIMA - geralmente é uma pessoa tímida e retraída, pouco sociável, que não sabe se impor e se defender da agressão.
TESTEMUNHAS
Aqueles que não sofrem nem praticam bullying, mas convivem diariamente com o problema
Se omitem por medo e insegurança
Ao omitir-se, parecem concordar com as ações – agressores passivos
QUEM SABE
- Quase todos conhecem um colega - Quase todos conhecem um colega envolvido em violência física ou envolvido em violência física ou psicológicapsicológica – bullying – bullying
- Sabem e, muitas vezes, são Sabem e, muitas vezes, são testemunhas desse sofrimentotestemunhas desse sofrimento
- No entanto, silenciam e não No entanto, silenciam e não denunciamdenunciam
- O ciclo de violência se perpetua.O ciclo de violência se perpetua.
SINAIS VÍTIMA DE BULLYING
PEDIR PARA NÃO IR À ESCOLA
SENTIR-SE MAL PERTO DA HORA DE SAIR DE CASA
PEDIR PARA TROCAR DE ESCOLA CONSTANTEMENTE
BAIXO RENDIMENTO ESCOLAR
CHEGAR EM CASA COM ROUPAS E LIVROS RASGADOS
ALERTA PAIS E EDUCADORESALERTA PAIS E EDUCADORES
A violência psicológica acompanhada do A violência psicológica acompanhada do segredo e da negaçãosegredo e da negação
Muitos casos sequer chegam ao Sistema de Muitos casos sequer chegam ao Sistema de Educacional ou de JustiçaEducacional ou de Justiça
Muitos casos, quando desvendados, já vinham Muitos casos, quando desvendados, já vinham sendo praticados por longos anos – prejudica o sendo praticados por longos anos – prejudica o êxito da intervenção.êxito da intervenção.
EQUÍVOCOS
• Na nossa escola não há bullying
• O bullying não é importante.
• Temos problemas mais prioritários nessa escola
• Se aparecer casos de bullying vamos pensar no problema
• O problema é dos pais
• O problema é dos alunos
COMBATE AO BULLYING
1 – Identificar o fato e o(s) agressor(es);
2 - Mobilizar comunidade escolar para campanha permanente - cultura de paz e respeito às diferenças;
3 - Regras anti-bullying - professores, funcionários, alunos, pais e Justiça (Regimento Interno da Escola);
4 - Estimular protagonismo juvenil.
5 - Utilizar métodos alternativos de composição de conflitos – O papel da Justiça Restaurativa
BULLYING
CASOS REAIS
1 – COLUMBINE 2 – VIRGINIA TECH 3 – ALEMANHA 4 - BRASIL
Outras tragédias também ocorreram no Canadá, no Japão, na Escócia e na Argentina.
TRAGÉDIA DE COLUMBINE 1999 2 estudantes mataram 12 colegas, 1 professor e deixaram dezenas de feridos. Depois se suicidaram.
VIRGINIA TECH- EUA abril de 2007 maior massacre em escola do mundo
Um estudante atirou contra colegas e professores, deixando 32 mortos e 29 feridos. Depois cometeu suicídio.
CASO ALEMANHA O que se esconde no passado de um adolescente de 17
anos que assassina 15 pessoas e se mata a seguir?
A Alemanha se pergunta: Por quê?
BULLYING – CASOS BRASIL
1 - CASO TAIÚVA – 2003 – SÃO PAULO 2 - CASO REMANSO – 2004 – BAHIA 3 - CASO JOÃO PESSOA – 2007 – PB
Em todos os casos, os protagonistas da violência eram ridicularizados na escola e excluídos do convívio social.
CASO TAIÚVA – SÃO PAULO 2003
Jovem de 18 anos atira contra 50 pessoas durante o recreio da escola e depois se matou com um tiro na cabeça
O QUE O LEVOU A FAZER ISSO?
CASO REMANSO – BAHIA 2004
Adolescente de 17 anos protagoniza tragédia ao disparar contra um garoto de 13 anos e uma professora da escola onde estudava, matando ambos e ferindo mais duas pessoas.
O QUE O LEVOU A FAZER ISSO?
O QUE LEVOU O JOVEM A FAZER ISSO?
CASO JOÃO PESSOA – 2007
Estudante de 17 anos ameaça escola pelo ORKUT na Paraíba
LEGISLAÇÃO
ECA, Arts. 13 e 245 - Os profissionais de ECA, Arts. 13 e 245 - Os profissionais de educação têm o dever legal de comunicar à educação têm o dever legal de comunicar à autoridade competente (Conselho Tutelar, autoridade competente (Conselho Tutelar, Juiz da Infância ou Promotor de Justiça) Juiz da Infância ou Promotor de Justiça) casos de suspeita ou ocorrência confirmadas casos de suspeita ou ocorrência confirmadas de violência contra crianças e/ou de violência contra crianças e/ou adolescentes.adolescentes.
- CAUSAS AUMENTO - CAUSAS AUMENTO - BULLYINGBULLYING
- Estímulo exagerado à competitividade;Estímulo exagerado à competitividade;
- Banalização da violência;Banalização da violência;
- Certeza da impunidade;Certeza da impunidade;
- Desrespeito às diferenças;Desrespeito às diferenças;
- Educação familiar permissiva;Educação familiar permissiva;
- Ausência de limites;Ausência de limites;
PROPOSIÇÕES
Romper cultura do silêncio/ aceitação, preconceito e discriminação.
Intervir para impedir que ela ocorra.
Qualificação dos sistemas de justiça e educação
Desconhecimento quanto à dinâmica e fatores do bullying.
Métodos de solução de conflitos – integrar / esclarecer consequências/ reparar danos/ não estigmatizar/ envolver as redes de apoio
Gabrielle MaxwellO SIGNIFICADO DA VIOLENCIA DA FAMILIA CONTRA A CRIANÇA Impede a socialização - criança
participe do mundo ao seu redor Excluir a criança da família e futuro. Incapacita a criança de aprender Enfraquece habilidade de
concentração e absorção de conhecimento
Significado - II
Perda da oportunidade de expandir benefícios da educação é a perda de uma das mais fundamentais liberdades que se pode usufruir. Pode-se comparar a perda de liberdade para um adulto que é aprisionado com a perda de educação para uma criança para quem aprender é todo seu futuro.
Piores acontecimentos sofridos pelas crianças Alguém próximo morrendo
Ser fisicamente ou emocionalmente ameaçado por outras crianças
Assistir os adultos brigando
Pais se separando ou divorciando
Impacto da violência no lar - A dor mais freqüentemente - emocional - Testemunhar eventos com freqüência -
mais impacto do que a violência direta- As crianças se sentirem sozinhas e
rejeitadas- Medos - herança duradoura- Acreditar que é parte da vida- A criança se sente parcialmente
responsável- A criança não tem controle
O que dá ao evento um caráter violento para a criança Quem está sendo ferido – aqueles que ela ama
Onde acontece – na casa da criança
Quando foi intencional
Quando o praticante foi uma pessoa de confiança
O que pode fazer uma diferença
A criança é ouvida?
A criança é levada a sério?
A sua necessidade por segurança é respondida?
Aconselhamento é dado quando necessário?
Tem habilidades para lidar com seus sentimentos?
SOBRE A JUSTIÇA RESTAURATIVA PRINCÍPIOS E CONCEITOS
Crime é violação de pessoas e relacionamentos interpessoaisRepercussão social e pessoal. Atinge vítima e comunidadeVítima e comunidade necessitam restauração
FUNDAMENTONecessidades oriundas do crime (fato) Ênfase às relações (conseqüências)
COMPROMISSOS Obrigações dos ofensores:
- Para com a vítima- Compreender, construir e assumir
Obrigações da comunidade (com todos os envolvidos):- Apoio à vítima em necessidades- Apoiar ofensores para integração social
- Procura alterações na comunidade
JUSTIFICATIVAS
Necessidade de revisão das formas de administração da Justiça – efetividade das regras educacionais
Modelo de racionalidade dogmática e lógico-formal não atende à demanda – esvaziamento
Conflitos não admitem simplificação – sentido individual. Caso do Bullying
EFETIVA GESTÃO DE CONFLITOS Conflito – mudança de paradigma Alteração de postura inter-individual -
demanda de ação que agregue. Participação ativa da comunidade, com
exigências de alteração na administração da Justiça/ educação
Participação efetiva na justiça (sentido amplo)
Realização de direitos e garantias da efetividade de direitos-estrutura social
CONFLITO COMO PERSPECTIVA FUTURA Estabelecimento de regras e condições que
visam respeito e co-responsabilização Partes e comunidade se envolvem
diretamente na busca de soluções, gerando:
- valorização do conhecimento e dos recursos locais, acolhimento
- reintegração dos envolvidos no conflito Estimula “encontro” poder público,
sociedade civil e a comunidade: complementaridade de abordagens e articulação – viés resolutivo
JR – ENVOLVIMENTO E GARANTIA - REALIZAÇÃO DE DIREITOS Efetivo acesso à justiça, num contexto
responsabilizador (não punitivo) Agregam-se parceiros para lidar com
infrações mais leves (escolas, polícia, organizações não-governamentais, pessoas da comunidade)
Efetividade e encaminhamento de casos, a partir da Justiça, pautado por garantias constitucionais (legalidade, devido processo...)
PAPEL DA COMUNIDADE – INTEGRAÇÃO E ENVOLVIMENTO
Valorização da pessoa a partir de sua potencialidade
Reintegração social - evitando estigma e preconceito
Apropriação e afirmação de regras de convivência fundadas no respeito mútuo, compromisso com o outro e com a vida em comunidade
MUDANÇA DE PARADIGMA E PAPEL DA COMUNIDADE
Modifica a perspectiva em relação ao conflito:
- da oposição à valorização - oportunidade de aprendizado
- reconexão de pessoas e relacionamentos
- construção de respeito através da responsabilização
Mudança de juízo: da avaliação de ato passado/ avaliação sobre o ocorridopragmática sobre o presente e as
necessidades futuras
Mudança de postura: não segregarestaura relaçõestransforma desequilíbrios de poderbuscando reintegrar/garantias ação
CASOS PRÁTICOS
Vítima é tratada como autora Proposta de trabalho em conjunto Identificação de todos os envolvidos Vítima é estimulada a expor o que
passou/ autor diz o que queria atingir com o comportamento
Composição de conflitos com ações para o futuro
Efeitos na compreensão e superação - dimensão maior que a punição
JUSTIÇA E EDUCAÇÃO, PARCERIA PARA A CIDADANIA - SCSUL
Sistemas de Justiça e de Educação hierárquicos e excludentes
Distensão: como garantir disciplina e preservar o direito à educação (exclusão x inclusão)
Evitar punições estigmatizantes Resistência ao recebimento pelas escolas
de adolescentes envolvidos com a Justiça Baixa integração entre escola/ Conselho
Tutelar/ Justiça (conflitos individuais ou enfrentamento de questões coletivas – bullying)
PRINCÍPIOS DA JR NO PROGRAMA
1- Reparação de danos- atendimento necessidades
2- Participação das partes afetadas- afeta todos/ repensar necessidades
3- Transformação dos agentes governamentais
- de experts em facilitadores- facilitar mudança educacional
4- Estruturação de rede comunitária- atuação sistêmica/ rede primária-
atendimento
ESCOLAS E JUSTIÇA - NOVO REFERENCIAL DE AÇÃO Afeto é essencial ao aprendizado - facilita o sentir
e o pensar Afetos negativos minimizados (vergonha,
humilhação, angústia, medo, raiva) e os positivos maximizados (interesse, excitação, alegria)
Sistema de justiça e disciplinar de escolas têm lógica contrária. A expressão de afeto é desestimulada
Lidar com emoção das pessoas é central - JR encoraja expressão de afeto
O modelo adversarial e disciplinar - encoraja pessoas a infligir dano à outra, aparta e estigmatiza
OBJETIVO E EIXOS DE INTERVENÇÃO Estímulo autonomia e emancipação - desafio
comum de justiça e educação: sentido para as regras/ justiça como valor de convivência
Responsabilização individual, familiar e comunitária – superar o conflito
Revisão de valores: facilitar mudanças educacionais/ novo sentido justiça
A articulação da rede secundária - atendimento e enfrentamento das questões de violência nas escolas (bullying)
INTERFACE JUSTIÇA E EDUCAÇÃO – GANHOS/ REFLEXOS
Habilidades solução de conflitos (escuta, respeito, reconhecimento de limites e responsabilidades)
Capacidade de decisão consciente e crítica Garantia de direitos e desenvolvimento (pleno)
da justiça - proativa Respeito e dignidade associado ao papel
formativo da educação Preparo para o diferente Estruturação de cultura de paz
REFLEXOS II
Nova reflexão sobre relações sociais e comunitárias
Valor e conteúdo às normas nas relações sociais.
O envolvimento comunitário releva o sentimento de pertencimento e sentido
A escola ganha em autonomia e importância - eixo garantidor de diretos
Respeito, responsabilidade e autonomia - reflexos na educação
“Entre os papéis da escola, um dos mais importantes é tornar os alunos seres sociais; capazes de conviver e partilhar; fazer parte de um grupo e operar junto; valorizar a reciprocidade e a prática solidária. A maior parte dos professores escolheu essa profissão por terem vocação, e quando percebem que há um sentido no seu afazer, tornam-se competentes. Na constituição de uma Cultura de Paz a educação deve ser instrumento de felicidade; a escola deveria se dirigir a promover indivíduos felizes”