FUNDAÇÃO TÉCNICO-EDUCACIONAL SOUZA MARQUES – FTESM
FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS SOUZA MARQUES
CURSO DE QUÍMICA – LICENCIATURA
AS NOVAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA PRÁTICA DOCENTE
Por
Luis Felipe Magalhães Pereira
RIO DE JANEIRO
2013.2
Por
Luis Felipe Magalhães Pereira
AS NOVAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA PRÁTICA DOCENTE
Trabalho de conclusão de curso
apresentado à FTESM como requisito
final para obtenção do título de
Licenciatura em Química.
Prof. Orientador: José Rodrigues Dias
Titulação: Especialista
RIO DE JANEIRO
2013.2
Por
Luis Felipe Magalhães Pereira
AS NOVAS TECNOLOGIAS A SERVIÇO DA PRÁTICA DOCENTE
Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso
Nome da Instituição: Fundação Técnico-Educacional Souza Marques-
FTESM
Área de Concentração: Licenciatura em Química
Data da aprovação: 02/12/2013
__________________________________________
Márcio Franco
Titulação: Doutor em meio ambiente
__________________________________________
Monique Gonçalves
Titulação: Mestre
__________________________________________
Thiago Muza Aversa
Titulação: Mestre
Dedico este trabalho,
Ao grande professor e mestre da vida José Rodrigues Dias, pela grande
dedicação e paciência que teve comigo.
À minha avó Dorothea e avô Alípio que tanto me amaram e ajudaram.
À minha madrinha, tia e mãe Lucia e meu padrinho amado Eduardo, pelo
carinho, amor e paciência que me inspiraram a vencer.
Aos meus melhores amigos Sérgio e Peter por nunca terem me esquecido,
mesmo longe.
Aos ilustres membros da banca examinadora por terem aceitado meu convite.
“As raízes do estudo são amargas, mas seus frutos são doces.”
Aristóteles
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Discutir através de pesquisa bibliográfica os recursos tecnológicos que são emprestados à
educação para tornar o ensino de Química mais lúdico e principalmente mais prático para os
alunos de ensino médio, tendo como suporte o uso de questionários de pesquisa de campo, por
intermédio dos quais foram avaliados alguns recursos comuns às escolas, como por exemplo o
uso dos tablets em sala de aula, projetores, métodos de ensino diversificados como o EAD
(Ensino à Distância), vídeos educativos, músicas e programas específicos de Química.
Objetivos Específicos do Trabalho
Demonstrar através de dados pesquisados a evolução da tecnologia e da internet ao
longo de 11 anos (janeiro de 2002 a janeiro de 2013).
Discutir as contribuições que o avanço da tecnologia trouxe para o campo da
educação.
Descrever as ferramentas tecnológicas utilizadas pelo docente para a melhoria do
ensino de Química no ensino médio.
Avaliar as vantagens e desvantagens do EAD (Ensino à Distância) para o aluno do
ensino médio.
Discutir a importância do uso dos tablets em sala de aula como ferramenta lúdica de
ensino, destacando suas vantagens e desvantagens.
Descrever as vantagens do uso do Chemsketch, como exemplo de um dos diversos
programas para o ensino lúdico da Química.
Aplicar a um grupo de cento e vinte alunos um questionário de pesquisa de campo (de
oito questões) com o objetivo de identificar o uso de novas tecnologias em sala de
aula, assim como o benefício das mesmas.
RESUMO
Devido a grande velocidade da modernização na saúde, engenharia,
computação, educação e outros campos de grande valor para a sociedade, o
docente deve estar atualizado e principalmente inserido nesse contexto de
mudanças rápidas. Um dos aspectos que foram trazidos por essa mudança foi a
forma de se adquirir e buscar conhecimentos. Podemos citar a internet como um
agente revolucionário dessa questão. Outra mudança grande, em específico na
área de educação foi a forma de se transmitir o conhecimento. O docente conta
com uma infinidade de tecnologias que agregam som, imagem e movimento a
tudo que for necessário para dinamizar uma aula, que antes era dada apenas com
o auxílio do quadro negro e o giz. A grande diferença trazida pela tecnologia nos
processos educacionais aplicados ao ensino médio está no foco do uso de todo
esse aparato como forma de promoção da verdadeira educação de qualidade e a
habilidade do docente em dominar todo o uso dessas ferramentas, sem que haja
prejuízo de interpretação e falhas na assimilação do conhecimento por parte do
aluno. Estudiosos discutem amplamente a necessidade das novas tecnologias em
sala de aula e sua real efetividade, buscando elucidar o uso mais correto das
mesmas e demonstrar de diversas formas até que ponto elas podem ser aliadas
do professor na hora de disseminar o conhecimento e até em que momento essas
mesmas ferramentas deixam de produzir efeitos positivos e acabam se tornando
causa de frustração e descontentamento para o aluno e o mestre. Este trabalho
destina-se justamente a reconhecer, expor e exemplificar algumas tecnologias e
métodos aliados a ela, que são utilizadas no cotidiano dos alunos pelos
professores em sala de aula. Utilizou-se métodos de pesquisa de campo – através
de questionários – que tem por intuito demonstrar de forma prática a
comprovação de toda teoria descrita através de pesquisa.
Palavra-chave: química, tecnologia, docente, aluno.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Usuários conectados a internet no mundo................................................................12
Tabela 2: Números de entrevistados prós e contras os recursos visuais..................................34
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Recursos de tecnologia utilizado pelo professor em sala.......................................33
Figura 2: Importância dos recursos tecnológicos em sala......................................................33
Figura 3: Grau de importância ao uso das novas tecnologias................................................34
Figura 4: Questão sobre o substuituição de livros por tecnologia..........................................35
Figura 5: O peso do EAD em relação ao ensino presencial....................................................35
Figura 6: Satisfação de necessidades de ensino do EAD e o ensino presencial.....................36
Figura 7: O uso de tecnologia na formação do aluno e seus benefícios. ...............................36
SUMÁRIO
1.0. Introdução.........................................................................................................................10
2.0. Revisão Bibliográfica.......................................................................................................12
2.1. O Crescimento da Internet e o Avanço das Tecnologias...............................................12
2.2. A Contribuição da Tecnologia na Prática Pedagógica.................................................13
2.3. Recursos Que as Novas Tecnologias Podem Emprestar à Educação..........................15
2.4. Ensino à Distância (EAD – Ensino à Distância)............................................................16
2.4.1. Os Primórdio do EAD no Mundo................................................................................17
2.4.2. Os Primórdios do EAD no Brasil.................................................................................18
2.5. O Uso do PowerPoint.......................................................................................................19
2.6. Problemas Ocasionados Pelo Uso Demasiado do PowerPoint.....................................20
2.7. O Uso dos Tablets na Escola............................................................................................23
2.8. A Química Virtual em Sala de Aula...............................................................................27
3. Metodologia do Trabalho...................................................................................................30
3.1. Metodologia da Pesquisa.................................................................................................30
4. Resultados da Pesquisa de Campo....................................................................................33
5.0. Discussão da Pesquisa de Campo...................................................................................37
Conclusão............................................................................................................................40
REFERÊNCIAS...................................................................................................................42
ANEXO....................................................................................................................................45
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1. INTRODUÇÃO
Não se pode falar em avanço tecnológico educacional sem compreender mais
profundamente como se deu o crescimento dessa tecnologia no Brasil e no mundo e como
essa mudança, a longo prazo, afetou de forma significativa a vida de milhões de pessoas,
mudando o cotidiano das novas e antigas gerações.
Quando falamos em tecnologia é de suma importância abordar temas como: a
popularização da internet; o aumento expressivo da venda de celulares e produtos ligados
eles; o comércio de microcomputadores; e a velocidade das informações que chegam a todos
nós como uma enxurrada diária, fazendo com que nossa vida se modifique a cada instante.
Para Lévy (2004) as tecnologias intelectuais, são chamadas assim por não serem
instrumentos simples, mas por serem responsáveis pelo processo cognitivo do ser, que serão
os parâmetros utilizados na busca do entendimento da caótica estrutura social.
São estruturas que sempre estiveram presentes na sociedade e influem de forma substancial na
percepção e na forma de se conceituar o mundo.
Os processos de aprendizagem nos tempos modernos estão altamente atrelados a forma
em que a tecnologia é utilizada como ferramenta de promoção de ideias e principalmente
aquisição de conhecimento, tornando-se mais do que simples ferramentas cotidianas, mas
fundamentais ao desenvolvimento educacional e a comunicação entre docente e aluno.
Segundo Menezes (2013) “Assim, da mesma forma como a criatividade e a inovação do
homem gera novas ferramentas tecnológicas e modifica constantemente os instrumentos que
inventa, existe um efeito inverso, onde a tecnologia modifica a expressão criativa do homem,
modificando sua forma de adquirir conhecimento e consequentemente interferindo em sua
cognição, essa que é responsável pela a aquisição de conhecimento e pelos os processos de
aprendizagem.”
A evolução tecnológica veio de forma tão progressiva e gradativa que foi incorporada pelo
homem de forma que não há mais meios de retroceder, visto que os benefícios (assim como os
malefícios) adquiridos por ela foram introjetados na sociedade como parte da realidade vivida
no cotidiano, sem os quais muitos não teriam como se inserir nesse todo, vivendo as margens
de uma sociedade completamente digitalizada quando optasse por não participar, utilizar
aceitar e compreender a nova era trazida pelo conhecimento tecnológico.
Se a popularização de tais ferramentas produziu de forma substancial mudanças nas áreas
de saúde, tecnologia, religião e política, com a educação não seria diferente. Com o objetivo
11
de identificar essas mudanças consolidadas ao longo do tempo, abordaremos de um modo
mais amplo como a chegada de informações, meios de comunicação e tecnologia em geral,
que influenciam na forma com que jovens e adultos lidam com o processo de aprendizagem.
12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. O Crescimento da Internet e o Avanço das Tecnologias
Um dos meios mais utilizados na comunicação entre pessoas e empresas atualmente é
a internet que começou a ser utilizada com fins militares em 1955 pelos Estados Unidos e, até
hoje, tem contribuições imensuráveis para o crescimento de todos os setores de
desenvolvimento mundial, desde o cenário econômico até o social.
A tabela abaixo demonstra o número de usuários em 2000.
Tabela 1: Usuários conectados a internet no mundo
Usuários conectados à internet no mundo em 2000Localidades Em milhões
Mundo todo 275.54África 2.46Ásia/Pacífico 54.90Europa 71.99Oriente Médio 1.29Canadá & EUA 136.06América do Sul 8.79
Fonte: (Nua, 2000)
Com a evolução da tecnologia e da internet aumentou de 596 milhões (em 2002) para
2,27 bilhões o número de usuários (em 2012) no mundo.
Em 2002 os usuários passavam uma média de 45 minutos por dia utilizando a internet,
tempo que se estendeu para 4 horas por dia em 2012. O número de sites também aumentou de
3 milhões (em 2002) para 555 milhões (em 2012). Uma das maiores páginas de rede social na
internet em 2002, a Friendster, possuía a incrível marca de 3 milhões de usuários ultrapassada
no ano de 2012 por Mark Zuckerberg, dono do Facebook, com 900 milhões de usuários.
A internet inaugurou uma nova era para a ciência brasileira.
As melhores revistas especializadas demoravam dois ou três meses para chegar às
universidades. Da maioria delas o máximo que as bibliotecas universitárias conseguiam ter
era um exemplar. Formavam-se filas intermináveis para consultá-las. Isso acabou. (Revista
veja vida digital. pag 40. Dezembro 1999.). O texto remete à ideia de que houve uma
mudança substancial para melhor, trazida pela internet no país no fim da década de 90 início
do ano 2000.
Observa-se que essas informações e estudarmos o crescimento das novas tecnologias
13
em 11 anos fazendo uma prospecção com base nos indicadores evolutivos de todos os setores
mais importantes do desenvolvimento sociocultural de um país, poderemos afirmar que a
melhoria da tecnologia não só gera benefícios para a economia de uma nação, mas também
gera benefícios ao patrimônio intelectual da mesma.
2.2. A Contribuição da Tecnologia na Prática Pedagógica
Segundo Libâneo (1994) a sociedade é um sistema harmônico e funcional e a escola
tem o papel de integrar o indivíduo nesse sistema através de técnicas específicas. Observando
dessa forma, a educação é uma realidade fechada que não tem relação com a sociedade,
gerando problemas próprios, que podem ser resolvidos com tecnologias modernas e a
elaboração de objetivos comportamentais e mensuráveis.
Nesses fundamentos surge a TE (Tecnologia Educacional) que dentro da visão
tecnicista reforça a ideia da utilização de meios educacionais sem questionar suas finalidades.
Dessa forma, a utilização da tecnologia na escola foi fortemente ligada a uma visão
limitada de educação, que se baseia puramente em fundamentos teóricos e ideológicos
externos. A partir dos anos 80 houve o crescimento de um pensamento mais crítico da
educação, quando se compreendeu que a TE deveria ser contextualizada com as questões
sociais e suas contradições, com o objetivo de promover uma inserção crítica do homem no
meio em que vive, destacando a ideia de que não basta utilizar somente a tecnologia e sim
inovar em termos de prática pedagógica.
A tecnologia educacional teve seu significado ampliado, constituindo-se, então, no
“estudo teórico-prático da utilização das tecnologias, objetivando o conhecimento, a análise e
a utilização crítica destas tecnologias. Ela serve de instrumento aos profissionais e
pesquisadores para realizar um trabalho pedagógico de construção do conhecimento de
interpretação e aplicação das tecnologias presentes na sociedade” (SAMPAIO & LEITE,
1999).
Com a introdução de novas tecnologias no mercado não se questiona se as portas para
tais recursos devem ser abertas ou não, e sim se, esses recursos podem ser utilizados de forma
eficaz para se chegar ao aluno e à escola de forma lúdica e responsável, de modo que esse
estudante possa fazer uma reflexão dos conteúdos apresentados a ele, a fim de que não haja
14
ineficiência nos resultados em função dos métodos utilizados.
Deve ser clara a idéia de que tais recursos devam ser postos em função de um projeto
pedagógico, estando a serviço dos seus objetivos e não determinando-os, propiciando assim
novos horizontes para a aprendizagem. Se a tecnologia não recebe um tratamento educacional
adequado os efeitos do objetivo final tendem a ser passageiros, fazendo com que o cotidiano
de alunos e professores permaneçam sem contribuições ao processo de ensino e
aprendizagem.
A introdução de novas tecnologias na educação não implica necessariamente em que
hajam novas práticas pedagógicas, e sim, na roupagem do velho adequado ao novo, como
livros digitais, tutoriais multimídia, cursos a distância e outros recursos que incorporam pouco
à essência do processo antigo, dando-lhe apenas uma “cara nova” (SAMPAIO & LEITE,
1999).
Se pensarmos de forma aprofundada observaremos que as novas tecnologias são
usadas apenas como instrumentos de pouco efeito na educação, e se não repensarmos os
demais elementos envolvidos em todo processo teremos resultados pouco efetivos, com
conteúdos iguais a livros, apostilas, vídeos e outros; porém, com qualidade e eficiência mais
aquém do que o esperado (SAMPAIO & LEITE, 1999).
A renovação das práticas pedagógicas não está diretamente ligada ao uso das novas
tecnologias. Pensar assim seria afirmar que as máquinas fariam todo o trabalho pedagógico e
lúdico do professor, que é aquele que deve estar por trás do projeto educacional,
proporcionando avanço cultural (SAMPAIO & LEITE, 1999).
Se partirmos da premissa de que as novas tecnologias não imputam mudanças nas
novas práticas pedagógicas, poderíamos dizer que não há relação entre essas duas instâncias,
fato que não denota verdadeiramente uma realidade, visto que as novas tecnologias podem e
devem ser utilizadas como objeto de transformação, pautadas em novas concepções de
conhecimento, transformando assim uma série de elementos que compõem o processo de
aprendizagem
15
2.3. Recursos Que as Novas Tecnologias Podem Emprestar à Educação
Os processos educativos procuram estabelecer uma probabilidade de expressão da
criança, do adulto e do jovem por meio de recursos audiovisuais, que deixam de ser mera
ferramenta didática, oferecendo meios de interação continuada que permitem mais do que
olhar imagens e compreender conceitos, e sim de criá-los e/ou modificá-los. O recurso
audiovisual permite uma gama de possibilidades para a veiculação de informações sob os
mais diversos gêneros (POCHO,2003)
O recurso mais utilizado na atualidade é o computador, que possui em suas funções
uma junção de todas as ferramentas das quais o docente faz uso nas práticas escolares, como:
internet, música, vídeos, acesso a filmes, programas, conteúdos didáticos, científicos etc.
Como ferramenta de suporte mais utilizada pelos professores em entidades públicas e
particulares podemos citar o aplicativo Power Point da empresa Microsoft, que pode adicionar
efeitos de formatação aos chamados slides, vídeos para fornecer as apresentações um layout
mais dinâmico dentre outros (POCHO,2003).
Por ser simples e com uma gama variada de recursos é uma ferramenta utilizada para
dinamizar as aulas e apresentar ao aluno imagens e gráficos que anteriormente seriam feitos
no quadro. Para isso, o professor vale-se de sua criatividade e de um micro computador
(laptop, netbook etc.), que faz par com o chamado projetor, dispondo as imagens em uma
superfície clara (parede ou em um quadro retrátil próprio).
De acordo com Pocho (2003), os recursos tecnológicos são divididos em duas partes, as
tecnologias independentes e as dependentes.
As tecnologias dependentes são recursos simples que podem ser confeccionados e contam
basicamente com a criatividade e responsabilidade do docente. Como característica, são
baratos e não são dependentes de outros fatores, como por exemplo a luz elétrica. Como
exemplos são citados o manuseio e a confecção de peças como o álbum seriado, o blocão,
cartaz, história em quadrinhos, estudo dirigido etc.
16
Já as tecnologias dependentes, são recursos que não podem ser confeccionados, apenas
adquiridos (visto que são produzidos em alta escala por diversas indústrias) e manuseados.
Têm por objetivo produzir efeitos de cor, som, luz e movimento ao que antes era estático.
Como exemplos foram citados o computador, a fita de vídeo e sonora (que logo depois foram
substituídas pelo CD e o DVD), internet, rádio, retroprojetor etc.
Este trabalho tem como foco elucidar o uso de tecnologias dependentes como ferramentas do
docente em sala de aula, avaliando a produção de efeitos, sejam eles positivos ou negativos,
na forma de aprendizado para o aluno.
2.4. Ensino à Distância (EAD – Ensino à Distância)
EAD é a sigla utilizada para Ensino à Distância, que se popularizou com a expansão
da utilização em massa da internet no mundo e com a facilidade de crédito e acesso a compra
de micro computadores, laptops, netbooks etc. No EAD o aluno possui aulas pela internet,
recebe material específico para cada matéria e pode consultar aos professores em caso de
dúvidas nas disciplinas cursadas.
Fica então a dúvida... O ensino a distância pode ser ou não uma ferramenta de valor
cultural e profissional para o aluno tanto quanto o ensino presencial?
Para avaliar-se tal questão deve-se observar as vantagens e desvantagens do método.
As vantagens podem ser descritas como: O fator geográfico, o fator tempo (os deslocamentos
até a universidade originavam, para muitos, perda de horas de estudo e cansaço. Com o ensino
a distância há a possibilidade de quem for trabalhador/estudante conseguir acompanhar o
ritmo das aulas), autoaprendizagem (o aluno torna-se autônomo com este método de ensino,
resultando no desenvolvimento pessoal responsável. Estuda de livre vontade, sem que lhe
imponham regras), aquisição de conhecimento (o aluno tem a possibilidade de rever a matéria
sempre que surgir dúvida ou esquecimento. É uma forma de aquisição contínua dos
conhecimentos), baixos custos (o aluno não necessita realizar viagens até a instituição
utilizando por exemplo carro, ônibus, trem, metrô etc., ou recorrer ao pagamento de apostilas
e outros materiais didáticos, pois através do site consegue chegar à informação), utilização de
recursos multimídia ( o fato de conviver com as novas tecnologias vai ajudar o aluno a
conseguir desenvolver os seus hábitos de trabalho, experimentar novos programas,
17
desenvolver trabalhos com maior qualidade etc) e cursos mais cativantes (o conteúdo dos
cursos pode ser apresentado de variadas formas, como por exemplo: através do uso de
PowerPoint ou vídeo, que torna a leitura e a compreensão muito mais fácil e contribui para a
satisfação do aluno, evitando que as abordagens se tornem enfadonhas).
Já as desvantagens podem ser descritas como: Comunicação física (Impede a relação humana
entre professor e aluno dentro de sala de aula), conhecimento tecnológico (exige que o aluno
tenha alguns conhecimentos tecnológicos para poder usufruir deste método de ensino),
hábitos (os alunos perdem o hábito dos horários escolares, o que pode contribuir para que
tenham dificuldades em cumprir horários no seu local de trabalho ou até mesmo, em outras
instituições de ensino presencial), custos (o fato de o aluno utilizar a internet e a própria
energia para a aparelhagem utilizada, no caso o computador, acarreta custos, principalmente
se for a partir de sua casa) (MOORE e KEARSLEY, 2010)
Segundo Moore e Kearsley (2010, p.08) “Os responsáveis por políticas em nível institucional
e governamental têm introduzido a educação à distância para atender àquilo que consideram
certas necessidades, o que inclui: acesso crescente a oportunidades de aprendizado e
treinamento; proporcionar oportunidades para atualizar aptidões; melhorar a redução de
custos dos recursos educacionais; apoiar a qualidade das estruturas educacionais existentes;
melhorar a capacitação do sistema educacional; nivelar desigualdades entre níveis etários;
direcionar campanhas educacionais para públicos-alvo específicos; proporcionar treinamento
de emergência para grupos-alvo importantes; aumentar as aptidões para a educação com
trabalho e vida familiar; agregar uma dimensão internacional à experiência educacional.”
2.4.1. Os Primórdio do EAD no Mundo
Para Moore e Kearsley (2010) a evolução do EAD não é fato recente, pois se deu ao
longo da história. Quando o meio de comunicação era o texto, houve o surgimento da
primeira geração, levando em consideração que as instruções eram enviadas por correio. O
radio e a televisão foram meios importantes para a difusão da segunda geração. A tecnologia
de comunicação não foi característica marcante da terceira geração e sim uma nova
modalidade de organização da educação de uma forma mais perceptível nas universidades
abertas.
18
A primeira experiência que tivemos de interação de um grupo em tempo real à
distância foi em 1980, quando foi utilizado em um curso a vídeo conferência e o audio,
transmitidos por telefone, rede de computadores, cabo e satélite. Mais recentemente a
educação a distância abrange o apredizado on-line e o ensino, em universidades virtuais e
classes, que se baseiam em recursos da internet.
Muitos autores datam o surgimento da EAD no mundo no século XV, quando
Johannes Guttenberg inventou a imprensa na Alemanha utilizando caracteres móveis para a
composição de palavras. Até aquele momento a produção de livros era realizada manualmente
e era extremamente cara, dificultando o acesso ao universo do conhecimento. Em épocas mais
recentes, temos citações de uma tentativa de estabelecer um curso por correspondência na
Inglaterra, com direito a diploma, em 1880 (Niskier, 1999). Tal idéia foi rejeitada pelas
autoridades locais e os autores da proposta foram para os Estados Unidos, encontrando espaço
na Universidade de Chicago. Em 1882, surgiu o primeiro curso universitário de EAD naquela
instituição, com material enviado pelo correio. Depois, em 1906, a Calvert School, em
Baltimore, EUA, tornou-se a primeira escola primária a oferecer cursos por correspondência.
A difusão da EAD no mundo se deve principalmente à França, Espanha e Inglaterra,
pois os centros educacionais destes países contribuíram bastante para que outros pudessem
adotar os modelos desenvolvidos.
A Suécia registrou sua primeira experiência em 1833, com um curso de Contabilidade.
A Inglaterra iniciou o EAD em 1840, e, em 1843, foi criada a Phonografic Corresponding
Society. A Open University, fundada em 1962, mantém um sistema de consultoria, auxiliando
outras nações a desenvolver educação a distância de qualidade. A Alemanha em 1856, fundou
o primeiro instituto de ensino de línguas por correspondência. Os Estados Unidos da América
iniciou em 1874, com a Illinois Weeleyan University.
2.4.2. Os Primórdios do EAD no Brasil
A história da educação a distância no Brasil teve início em 1904, com o ensino por
correspondência. Na época, instituições privadas passaram a ofertar cursos técnicos sem
exigir escolarização anterior. Este modelo foi consagrado com a criação da Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro, concebida por um grupo liderado por Henrique Morize e Roquete Pinto
19
(1923), e também com o surgimento do Instituto Monitor (1939), do Instituto Universal
Brasileiro (1941) e de outras organizações similares. No Rio de Janeiro e São Paulo, em 1946,
o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) desenvolve a Universidade do Ar,
que em 1905 já atingia 318 localidades e 800 alunos. Nove anos mais tarde, no Estado do Rio
Grande do Norte, a Diocese de Natal criou algumas escolas radiofônicas, dando origem ao
Movimento de Educação de Base. Em 1962, foi fundada em São Paulo, a Ocidental School,
de origem americana e atuante no campo da eletrônica (ALVES,1999).
Entre 1970 e 1980, instituições privadas e organizações não governamentais (ONGs)
começaram a oferecer cursos supletivos a distância, com aulas via satélite complementadas
por kits de materiais impressos. A universidade virtual, compreendida como ensino superior à
distância com uso de Tecnologias de Comunicação e Informação (TIC), surgiu no Brasil na
segunda metade da década de 1990.
As universidades brasileiras passaram a se dedicar à pesquisa e à oferta de cursos
superiores à distância e ao uso de novas tecnologias nesse processo a partir de 1994, com a
expansão da Internet nas Universidades de Ensino Superior (IES) e com a publicação da Lei
de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB), em dezembro de 1996, que
oficializou a EAD como modalidade válida e equivalente para todos os níveis de ensino. Em
1997, universidades e centros de pesquisa passaram a gerar ambientes virtuais de
aprendizagem, iniciando a oferta de cursos de pós-graduação latu sensu via internet,
demarcando, assim, entre 1996 e 1997, o nascimento da universidade virtual no Brasil.
Entre 1999 e 2001 universidades virtuais formaram redes de cooperação acadêmica,
tecnológica ou comercial entre instituições brasileiras, e entre estas e organizações
internacionais. Neste período, passaram a ser organizados consórcios por afinidade regional,
consórcios temáticos e redes de instituições públicas, privadas e confessionais. Este trabalho
pretende discutir a eficácia e a importância da educação à distância no Brasil e se a EAD
utiliza a tecnologia como um catalisador responsável pela mudança no paradigma
educacional. Dentro desse paradigma, a promoção da aprendizagem é prioritária, visando o
processo de construção do conhecimento, habilidades e informações pelo próprio aluno.
2.5. O Uso do PowerPoint
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Com a utilização das novas tecnologias e modernização das práticas docentes, os
mestres fazem cada vez mais uso de programas que facilitem a vizualização de informações
de forma prática e dinâmica para si próprios e para os alunos.
Uma das grandes ferramentas utilizadas na atualidade que foi aliada ao Data Show é o
programa da empresa Microsoft, que vem juntamente com o pacote Office e é conhecido
como Power Point. O Power Point é um programa de computador que é utilizado para criar
apresentações que resumem palavras, imagens e sons em slides.
A lógica do PowerPoint baseia-se em frases curtas e conceitos resumidos, pressupondo que o
orador dará explicações complementares ao que foi exposto. Este programa serve para
destacar os pontos mais importantes, com pouco texto, pois além de ouvir, ver a palavra e as
ideias propostas na aula, facilita a memorização do aluno atendendo a necessidade de
aprendizado daqueles que são visuais e/ou auditivos. O programa estimula a capacidade de
síntese, de concisão e de objetividade a quem faz uso dele.
De acordo com Manzano (2010) o PowerPoint 2010 possui modelos prontos de
apresentação que auxiliam o usuário a seguir os conteúdos de um assunto determinado,
justamente para facilitar a criação. Nesses modelos, os destaques são:
Recomendação de uma estratégia;
Venda de uma ideia ou um produto, assim como planejamento de marketing;
Relatório financeiro e de progressos;
Orientação de funcionários;
Etc.
O PowerPoint é um recurso didático que complementa a educação, tal qual o quadro, o
retroprojetor e os filmes.
2.6. Problemas Ocasionados Pelo Uso Demasiado do PowerPoint
Fenômeno recente na educação brasileira, a utilização das moderníssimas mídias e
recursos das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) começa a criar alguns
21
problemas nas universidades que nelas investiram pesado. Um desses sintomas é o surgimento
da figura do Professor PowerPoint. Esse profissional realiza suas atividades docentes
recorrendo insistentemente à utilização de computadores, data show e apresentações de slides
no formato consagrado através do programa da Microsoft que consta do pacote Office.
O Power Point dessa forma está se tornando protagonista principal das aulas desses
docentes e, ao mesmo tempo, é o direcionador do raciocínio, das palavras e da articulação da
aula... Nenhum problema maior existiria se esse uso fosse realizado concomitantemente a
livros, revistas, jornais, trabalhos em grupo, seminários, filmes, músicas, pesquisas de campo
etc.
Segundo Manzano (2010, p.22) “A apresentação é o complemento de todo apresentador
enquanto unidade, e deve haver uma ligação harmoniosa entre o raciocínio exposto e o
palestrante”.
Aulas em que o professor não consegue fazer com que seus alunos o vejam como o
personagem principal (ao lado dos próprios estudantes, diga-se de passagem, em sintonia com
a ideia de que a conjunção de suas forças fomenta o ensino-aprendizagem e concretiza a
construção do conhecimento), ou seja, como aquele que organiza o tema, demonstra
conhecimento quanto ao mesmo, direciona as atividades, estrutura tarefas a serem realizadas
durante e depois do encontro, explica os conceitos principais e também as ideias que dão
suporte e apoio aos raciocínios direcionadores do tema que está sendo discutido – perdem a
credibilidade e, como consequência disso, também os docentes acabam tendo suas imagens
arranhadas perante os alunos.
A ideia corrente de que os estudantes têm consciência quanto aos professores com os
quais trabalham no que tange a quem domina e quem ainda não tem plena segurança no
exercício de sua função enquanto docente é verdadeira. É por isso que os alunos sempre se
propõem a verdadeiramente “testar” as qualidades de seus professores quando se iniciam as
aulas com perguntas e atitudes através das quais procuram colocá-los em xeque...
Para Manzano (2010) para se ter uma postura agradável e desafiadora enquanto se cria
uma apresentação e se deseja ser um bom apresentador, é necessário dominar pequenos
detalhes que serão descritos a seguir.
Haverá o desafio de existir pontos negativos, que são mais fortes que os positivos,
gerando assim, a necessidade de ser impecável nos menores detalhes, como por exemplo:
22
O modo de se vestir deve ser condizente com o tipo de ambiente;
Deve-se enquadrar o linguajar utilizado com o público alvo;
É preciso sempre ser cortês;
Deve-se dominar com segurança o assunto abordado na discussão de um tema.
Como o apresentador deseja chegar até a compreensão do público alvo, é preciso que
se considere alguns pontos importantes, como: Motivação do público alvo, concentração
dos ouvintes no apresentador, reação das pessoas, organização e compreensão dos
ouvintes em relação ao palestrante.
Não quer dizer que tenhamos que ter respostas para tudo o que nos é perguntado. É
sábio e pertinente o professor que, perante questões relativamente às quais tem dúvidas ou
desconhece o assunto, assuma que precisa pesquisar e ler mais.
A dor de cabeça nessa questão do uso (exagerado) das tecnologias não reside no
recurso, mas na forma como o professor utiliza essas ferramentas... Há docentes que
embarcam tão fortemente na onda das tecnologias que estão se esquecendo de consolidar suas
bases acadêmicas na leitura dos livros recentes publicados em suas áreas ou nos clássicos
desses segmentos.
Todo profissional que se preza, em especial na área da educação, onde há (ou deve
haver) o comprometimento com a formação dos alunos e que, em especial, deve conter em
seu âmago o compromisso fundamental de buscar sempre a qualidade nos serviços oferecidos
– visando realmente trazer ao mundo pessoas mais éticas, profissionalmente muito bem
preparadas, compromissadas com suas comunidades, zelosas em relação ao mundo em que
vivem e dispostas a realmente fazer a diferença em suas áreas de atuação – tem que estar
atualizado através de leituras (das melhores bases culturais disponíveis e também do mundo,
das relações que trava com o que está ao seu redor).
A atualização nos jornais, revistas, publicações especializadas ou ainda em artigos e
materiais acadêmicos é parte fundamental das buscas que os professores devem realizar para
que seu trabalho tenha substância e proximidade com o que de mais recente está sendo
debatido no planeta, tanto em sua área de especialização quanto em outros segmentos
relacionados a ela (MANZANO,2010).
23
O Power Point é apenas uma das ferramentas que está sendo utilizada de forma
errônea na educação. Há também outros recursos como os buscadores (Google, Yahoo, Alta
Vista,...) – dos quais os estudantes e também os professores acabam abusando ao utilizarem,
sem critério e leitura mais aprofundada, qualquer texto que seja a eles apresentado a partir de
uma primeira pesquisa (MANZANO,2010).
Nesse sentido a principal responsabilidade do docente passa ser analisar, estudar com
profundidade, equacionar as possibilidades e verificar quais são os melhores usos e
alternativas para a relação com todas essas ferramentas e processos. Compreender para
usufruir do que há de melhor na tecnologia é o caminho mais curto (se bem que não é tão
curto e nem tampouco finito) para que computadores, internet e afins sejam muito mais úteis a
todos do que atualmente têm sido (MANZANO,2010).
Cabe a todos aqueles que estão inseridos no universo da educação, fazer valer a
experiência e atuar com seriedade e maturidade na inserção das tecnologias na escola e na
vida dessas e das futuras gerações de estudantes com os quais o docente trabalha, para que seu
uso seja dirigido com inteligência pedagógica e frutifique socialmente através de formandos
que se insiram na sociedade sabendo exatamente como, porque, onde e com que finalidades
essas tecnologias podem ser usadas em nossas existências (MANZANO,2010).
2.7. O Uso dos Tablets na Escola
Na pré-história o homem buscava se comunicar através de representações (as pinturas
rupestres) que procuravam traduzir ideias, trocar mensagens, desenhos do acontecido no
cotidiano e até desejos e necessidades. Porém, tal forma de comunicação não era considerada
como escrita, pois não havia organização nem padronização gráfica para o entendimento de
uma forma geral e objetiva.
Há muitos anos, na Mesopotâmia, (por volta de 4000 a.c.) pessoas usavam varetas
feitas de bambu como lápis para escrever sobre uma placa de argila mole, onde haviam
registros cotidianos, administrativos, políticos e econômicos da época.
Na Roma antiga o alfabeto foi desenvolvido apenas com letras maiúsculas. Porém,
assim que começou a ser desenvolvida nos pergaminhos (com auxílio de penas de pato ou
24
varetas de bambu), ocorreu uma modificação e criou-se um novo estilo de escrita denominado
unicial, que resistiu até o século VIII e foi utilizada para a escritura da Bíblia Sagrada
(CERTEAU,1982).
Em 1564 foram encontrados grandes depósitos de grafite, no condado de Cúmbria, na
Inglaterra. No início os ingleses não compreendiam bem as propriedades do material
encontrado, mas perceberam que o mesmo proporcionava uma marca negra, brilhante e facil
de ser apagada e assim, começaram a utilizá-lo para marcar ovelhas.
Na Alemanha em 1761 o lápis começou a ser produzido em alta escala, através da
fundação da fábrica de Kaspar Faber em Stein, cidade próxima a Nuremberg.
O uso do lápis foi difundido rapidamente pelo mundo, utilizado como meio para a
escrita em repartições públicas, comércios e principalmente na escola, onde em conjunto com
a borracha e as folhas de papel, tornou-se utensílio indispensável ao estudante até os dias de
hoje (CERTEAU,1982).
Com a evolução da escrita e a capacidade humana de registrar informações, o
aparecimento dos livros como fonte de pesquisa nas escolas tornou-se o meio mais viável e
necessário para o aprendizado, até a difusão em massa da internet e todos os seus meios
revolucionários de pesquisa (CERTEAU,1982)..
A evolução da comunicação e tecnologia modernizou também as formas de escrita e
principalmente de aprendizado e buscas de informações, criando através do celular, internet,
computador e outras ferramentas, meios mais eficientes de pesquisa nas escolas, dispensando
(não na totalidade) o uso dos lápis e canetas, dando assim a função, que antes na totalidade
eram deles, para o teclado.
A busca por tecnologias menores e mais eficientes é constante no mundo da evolução,
e com esse intuito em 1989 a GRiD lançou o seu GRiDpad, uma aparelho portátil com uma
computação baseada no uso de canetas, trocando os teclados por uma tela sensível ao toque.
Em 1992 a Microsoft coloca no mercado o Microsoft Windows for Pen Computing,
que permitia aos desenvolvedores a criação de aplicativos dedicados à nova forma de interagir
25
com a máquina (SAMPAIO, 2010).
Até 1995, os Pen Computers (outro nome comercial da época) mantiveram-se como
grande esperança, mas sem muito sucesso comercial. Sobravam motivos para isso, pois o tão
enaltecido reconhecimento de escrita funcionava mal e as limitações de processamento,
memória e tamanho dos computadores os transformavam em pouco mais do que agendas
eletrônicas touchscreen (SAMPAIO, 2010).
Em 1996 o cenário começa a mudar, graças ao PalmPilot. O pequeno aparelho foi o
primeiro Pen Computer a realmente ser um sucesso de vendas, graças ao seu bom hardware e
ao sistema Graffitti de entrada de caracteres, com movimentos diferenciados para cada letra.
Os PDAs (Personal Digital Assistants – Assistentes pessoais digitais) mantiveram-se
como principal forma de slate PC (computadores em forma de lousa) para o público até o
surgimento e a popularização dos smartphones. Apesar de não funcionarem da mesma forma,
a união da computação móvel com a telefonia celular gerou a possibilidade de conexão com a
internet em qualquer lugar, coisa que os PDAs não fazem, dependendo sempre de linhas
telefônicas fixas ou Wi-Fi.
Os smartphones que roubaram a cena dos PDAs se desenvolveram e, equipados com
touchscreens (telas sensíveis ao toque), receberam o nome de tablet. O próprio iPhone (celular
desenvolvido pela empresa Apple) apresenta várias características que permitem classificá-lo
assim (Kawamoto, 2011).
Foi na viragem do ano 2002 que a Microsoft fez reviver o conceito de tablet (Pinheiro,
2011). Porém mais importante, foi o lançamento simultâneo do certificado Windows Tablet PC
que poderia ser rodado em qualquer aparelho que possuísse Windows XP Tablet Edition, desde
que respeitasse uma gama de especificações mínimas. (SAMPAIO, 2010)
Devido a grande facilidade de uso e compra desses tablets, assim como as vantagens
inigualáveis que esses aparelhos proporcionam, muitas escolas de hoje vêm embarcando na
26
onda da digitalização e busca por novos meios de pesquisa (além dos livros didáticos),
visando principalmente adequar sua metodologia de ensino à capacidade e necessidade do uso
da tecnologia pelo aluno, prendendo assim sua atenção na sala de aula e ajudando a
proporcionar novas experiências de aprendizagem.
Em termos de inovação os tablets têm muito para oferecer. Basta saber apenas quais são as
formas de aprendizado que eles permitem.
Como vantagens podemos citar a facilidade de expor ideias e se fazer entender através
de um conteúdo visual, seja nas disciplinas de Química, História, Física ou qualquer outra,
muito maior do que haveria no livro didático. Em consequência, há a possibilidade da
dinamização de aulas e seus conteúdos através de vídeos e slides.
Em contrapartida, o tablet é muito pequeno. É muito difícil de fazer anotações e de
visualizar várias coisas ao mesmo tempo. É um material que quebra, caro e de difícil
manutenção, que tem uma série de problemas e pode ser um desperdício enorme de dinheiro
se for mal utilizado.
Tem-se uma ideia de que o visual é melhor que o textual, não sendo necessariamente
verdade, visto que existem muitas pesquisas que afirmam que o visual pode confundir mais,
ao invés de orientar.
Para os professores o uso do tablet vai trazer grande mudança na mentalidade, pois ele
precisará procurar meios de dar uma aula de outra forma que não convencionalmente,
deixando de lado a preocupação com o fato de o aluno danificar esse material ou
simplesmente se manter distante da aula, praticando atividades paralelas ao conteúdo
apresentado pelo mestre, como jogos e internet.
A grande dúvida do docente é, se realmente os tablets podem melhorar o aprendizado
do aluno ou atrapalhar. Há quem diga que o aparelho em si não influencia no fato de o aluno
compreender melhor o conteúdo, mas sim, o bom ou mau uso dele e da didática utilizada pelo
professor. Pode-se dizer então que o tablet não deve ser usado nas escolas apenas por ser
moda, sendo necessário desenvolver um projeto pedagógico antes e preparar o docente com
antecedência e responsabilidade.
"Se a escola pede tablet no material escolar, o ideal é que tenha um plano pedagógico. Se não
27
sabe como será usado, recomendo que o pai não compre. E mais: eu tiraria meu filho de uma
escola assim", disse Thiago Tavares, presidente da SaferNet Brasil, ONG que trabalha com
segurança na internet durante debate sobre o uso de tablets nas escolas, realizado no Teatro
Folha em São Paulo, tendo como realizadora a Folha de São Paulo.
No debate houve conflito de opiniões entre a psicóloga Andrea Jotta, do Núcleo de
Pesquisas da Psicologia em Informática da PUC-SP, e Valdemar W. Setzer, professor do
departamento de Ciência da Computação do Instituto de Matemática e Estatística da USP.
Setzer foi o único debatedor radicalmente contra o uso de aparelhos eletrônicos e da
internet na educação infantil. "Spam existe porque adultos são inocentes e caem. Agora,
imagine criança!", exclamou ele. "Elas são ingênuas e estão sendo usadas para testar
tecnologias", disse.
Para Setzer, as crianças devem ser incentivadas a brincar com produtos não
eletrônicos. Jotta discordou do professor em diversas ocasiões --e chegou a ser interpelada por
uma espectadora, que defendeu Setzer. "As crianças dão conta de desenhar no tablet, no
papel, de conversar com as pessoas ao vivo e no mundo virtual. Se os adultos conseguem
educar essas crianças é outro ponto. O descontrole que a gente vê é do adulto", afirmou Jotta.
No debate todos os profissionais concordaram em um ponto: a participação ativa dos
educadores no desenvolvimento das crianças. A ideia básica é a de que pais e professores
deveriam estar mais presentes na educação dos filhos, procurando orientá-los para que eles
tenham aproveitamento efetivo do aprendizado escolar, minimizando dúvidas e auxiliando-os
para que possam ter bom convívio no ambiente escolar.
2.8. A Química Virtual em Sala de Aula
Ao contrário de algumas disciplinas, o universo que a Química abrange foge, muitas
vezes à nossa compreensão, justamente pelo seu objeto de estudo, o micro mundo. Estes
fatores que muitas vezes não podem ser vistos ou percebidos a olho nu, tornam nossa
compreensão ainda menor.
28
Em consequência disso, a tecnologia nos ajuda não só a descobrir, mas a entender
também qual a mecânica e os elementos envolvidos para reações comuns ao nosso dia-a-dia,
transformando assim, o micro no macro, visível e imaginável aos nossos olhos.
Reconhecendo a necessidade do aluno de visualizar a Química de forma mais lúdica e
do docente de ter ferramentas mais sofisticadas que pudessem facilitar o ensino, assim como
ter uma representação visual que ilustrasse a realidade molecular, foi criado pela Advanced
Chemistry Development (ACDLabs) o programa conhecido como ChemSketch.
Estruturas moleculares: são as representações de partículas submicroscópicas, cujo
meio de veiculação pode variar desde o papel, passando pelos conjuntos plásticos, isopor e
madeira, chegando à tela do computador. (GIORDAN, 2005).
O Chemsketch permite ao usuário compreender a geometria molecular do composto
trabalhado, assim como macromoléculas, propriedades das substâncias, projeções e outros. A
versão gratuita permite que se desenhe a molécula e visualize não só em 2D como em 3D,
permitindo ver qualquer ângulo em diversos tipos de representação; Desenhar reações e seus
esquemas reacionais, calcular a quantidade de reagentes, gerar seus nomes (de acordo com a
IUPAC) para moléculas de até 50 átomos e 3 estruturas de anel, prever uma série de
propriedades para estruturas individuais etc.
O programa conta ainda com um banco de dados vasto, com estrutura de alcaloides,
carboidratos, representações de DNA/RNA, projeções de Newman, orbitais, vidrarias de
laboratório etc.
A tabela periódica disponibiliza informações gerais de cada elemento, como por
exemplo, o seu descobrimento, suas características, densidade, ponto de fusão etc. Na tabela
de radicais constam as principais estruturas cíclicas, grupamentos e aminoácidos.
Uma grande vantagem do Chemsketch é a compatibilidade com programas de edição
de texto do Windows, permitindo que o usuário desenvolva estruturas da forma que desejar,
salvar o trabalho no formato Adobe Acrobat PDF e até a converter em HTML. O programa é
compatível com Windows, mas pode ser utilizado em Linux se o usuário utilizar um emulador
29
virtual do Windows.
O uso do software ChemSketch para a visualização de estruturas de composições
químicas, demonstram seu potencial como recurso pedagógico nas categorias de produtos
químicos, bem como a facilidade de que ele apresenta em integração com editores de texto na
construção de materiais pedagógicos (WHITTEN, 2004).
Como desvantagem o Chemsketch apresenta toda a sua configuração em inglês,
dificultando seu uso pelos usuários menos habituados com a língua. Em contrapartida podem
ser encontrados o tutorial e o manual em português na internet, desenvolvidos especialmente
pela NAEQ (Núcleo de Apoio ao Ensino de Química da Universidade de Caxias do Sul – RS).
O Chemsketch é apenas um, dentre uma gama de programas disponíveis para tornar o
ensino da Química mais lúdico e prazeroso, tanto para o docente como para o aluno que
busca, dentro do seu contexto, aliar seus conhecimentos ao uso da tecnologia, tornando assim,
válidos e práticos o conhecimento empírico e o científico.
30
3. METODOLOGIA DO TRABALHO
Este capítulo visa descrever a metodologia de trabalho que será utilizada na pesquisa do
Trabalho de Conclusão de Curso que abrangerá os seguintes pontos:
Identificação de tecnologias utilizadas em sala para no aprendizado de Química para
posterior elaboração de questionário a ser distribuído aos estudantes.
Busca junto a uma escola privada do município do Rio de Janeiro para aplicação de
questionário in loco.
Elaboração do questionário de modo que vise uma coleta de dados fiel a opinião dos
estudantes.
Tratamento de dados obtidos, buscando a avaliação preliminar dentro do contexto do
trabalho, no município do Rio de Janeiro.
3.1. Metodologia da Pesquisa
“Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo
proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não
se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a
informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser
adequadamente relacionada ao problema.” (GIL, 2010).
Existem basicamente dois tipos de pesquisas segundo sua finalidade, uma denominada
pesquisa básica e a outra pesquisa aplicada. A primeira tem objetivo de preencher determinada
falta de conhecimento em uma área; já a segunda busca resolver problemas de cunho social
advindos do meio que o pesquisador se encontra. Uma modalidade não anula a outra, de
forma que a pesquisa básica pode ser utilizada para a resolução de algum problema, assim
como a pesquisa aplicada pode ser usada como ferramenta para aquisição de conhecimento.
A Adelaide University (2008) propõe um sistema para a definição dessas categorias da
seguinte forma:
Pesquisa básica pura – Pesquisas destinadas unicamente à ampliação do
conhecimento, sem qualquer preocupação com seus possíveis benefícios.
31
Pesquisa básica estratégica – Pesquisas voltadas à aquisição de novos conhecimentos
direcionados a amplas áreas com vistas à solução de reconhecidos problemas práticos.
Pesquisa aplicada – Pesquisa voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à
aplicação numa situação específica.
Desenvolvimento experimental - Trabalho sistemático, que utiliza conhecimentos
derivados da pesquisa ou experiência prática com vistas à produção de novos
materiais, equipamentos, políticas e comportamentos, ou à instalação ou melhoria de
novos sistemas e serviços (GIL, 2010).
Toda pesquisa possui um objetivo que naturalmente é diferente do objetivo de outra pesquisa.
Porém, com relação aos objetivos mais gerais, ou propósitos, as pesquisas podem ser
classificadas em exploratórias descritivas e explicativas.
Pesquisas exploratórias – Têm o objetivo de elucidar um problema, tornando-o mais
explícito ou construindo hipóteses. O planejamento desse tipo de pesquisa tende ser
mais flexível, pois o interesse maior é considerar os mais variados aspectos
relacionados ao fato ou fenômeno estudado.
A maioria das pesquisas acadêmicas num primeiro momento é caracterizada como
exploratória, visto que é pouco provável que o pesquisador tenha uma definição mais
clara do que pretende investigar (GIL, 2010).
Pesquisas descritivas – Possuem o objetivo de determinar as características de uma
população específica. Podem também ser elaboradas com o objetivo de identificar
possíveis relações entre variáveis.
Nesse tipo de pesquisa busca-se estudar as características de um grupo, como: sua
distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física
e mental etc (GIL, 2010).
Pesquisas explicativas – Tem o objetivo de identificar fatores que determinam ou
contribuem para o acontecimento de certos fenômenos. São pesquisas mais
aprofundadas na ciência da realidade, pois têm como finalidade explicar o a razão e o
porquê das coisas. Por essa razão, as pesquisas explicativas são mais complexas e mais
delicadas, já que o risco de se cometer erros é considerável (GIL, 2010).
32
Este Trabalho de Conclusão de Curso possui não só caráter de pesquisa pura básica como
também de pesquisa exploratória.
O trabalho foi realizado com caráter de pesquisa de campo no colégio MV1 – Arte e
Instrução, localizado na Avenida Ernani Cardoso, 225 – Campinho/Cascadura.
O grupo foi composto por 41 homens e 79 mulheres, todos estudantes do ensino médio do
primeiro ao terceiro ano, com idade entre 14 a 19 anos, totalizando 120 entrevistados.
A coleta de dados foi aplicada no dia 11 de Setembro de 2013, quando foi apresentado aos
alunos um questionário com oito questões, sendo sete perguntas fechadas e uma pergunta
aberta.
Os resultados obtidos foram processados no prazo de trinta dias a contar da mencionada data e
serão descritos no capítulo posterior.
4. RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO
33
4.1. Que tipo de recursos de tecnologia seu professor utiliza em sala de aula?
Figura 1: Recursos de tecnologia utilizado pelo professor em sala.
4.2. Você considera importante o uso de recursos tecnológicos em sala de aula?
Figura 2: Importância dos recursos tecnológicos em sala.
4.3. Qual o grau de importância que você atribui ao uso das novas tecnologias em sala
de aula?
34
Figura 3: Grau de importância ao uso das novas tecnologias.
4.4. O uso dos recursos visuais como PowerPoint, tablet, data show, internet e vídeos em sala de aula, ajuda ou atrapalha na aquisição de conhecimentos? Por quê?
Tabela 2: Números de entrevistados prós e contras os recursos visuais
___________________ PRÓS CONTRAS
Entrevistados 111 9
Prós - Grande parte dos entrevistados acredita que o uso demasiado de livros e apostilas
em sala de aula entedia o aluno e que os recursos tecnológicos tornam a aula mais interativa,
otimizando o tempo do professor (visto que os alunos não necessitam copiar parte do
conteúdo) e desenvolvendo a memória visual dos que aprendem melhor dessa forma.
Alguns alunos consideram o tablet um material mais leve para ser transportado, provendo
informações adicionais concomitantemente com a aula, trazendo aplicabilidade aos conteúdos
na falta de um laboratório.
Contras - Uma minoria alega que os recursos tecnológicos tiram o foco do aluno em sala,
gerando distração ao invés de atenção na aula. Também houve opiniões desfavoráveis ao uso
de tecnologias em sala de aula, alegando que o uso demasiado pode desestimular o hábito da
leitura, que deve ser constante.
35
Alguns alunos não descartaram o uso de livros e apostilas em sala, mas se queixaram
da falta de preparo de alguns professores ao lidar com as novas tecnologias alegando baixo
aproveitamento desses recursos.
4.5. Você acredita que a o uso da tecnologia em sala de aula deveria substituir livros didáticos e apostilas?
Figura 4: Questão sobre o substuituição de livros por tecnologia.
4.6. Você considera que o EAD (Ensino à Distância) tem o mesmo peso do ensino
presencial, em termos de aprendizagem?
Figura 5: O peso do EAD em relação ao ensino presencial
36
4.7. Entre o EAD e o ensino presencial, qual das duas opções satisfaria melhor sua forma
de aprendizagem?
Figura 6: Satisfação de necessidades de ensino do EAD e o ensino presencial.
4.8. Você acredita que o uso de tecnologias no cotidiano escolar faz alguma diferença
positiva na formação do aluno?
Figura 7: O uso de tecnologia na formação do aluno e seus benefícios.
5.0. DISCUSSÃO DA PESQUISA DE CAMPO
Que tipo de recursos de tecnologia seu professor utiliza em sala de aula?
37
Os tablets foram apontados na pesquisa com maior expressividade percentual de tecnologia
utilizada em sala, apresentando 36,02% na frequência de uso. Em contrapartida os recursos de
músicas, aplicativos e fotos apresentaram respectivamente os menores percentuais, que foram
de 0,37% para cada um. Como segundo recurso mais utilizado está o uso de vídeos, com
26,47%, seguido do Datashow com 22,80%, da internet com 11,40% e o PowerPoint com
2,20%.
Os números demonstram claramente que o docente faz uso com maior frequência do tablet
concomitantemente com o Datashow, porém utiliza muito mais os recursos de vídeo do que
outros tão importantes quanto, como músicas, aplicativos ou imagens.
Você considera importante o uso de recursos tecnológicos em sala de aula?
92,50% dos entrevistados acreditam que o uso das tecnologias em sala de aula é importante,
contra apenas 7,50% que acham o contrário. Esses números reforçam ainda mais a
característica marcante do jovem em relação ao apego com a tecnologia, que nos tempos de
hoje tornou-se parceira quase inseparável não só nos estudos, mas também no cotidiano.
Qual o grau de importância que você atribui ao uso das novas tecnologias em sala de
aula?
Mais uma vez a grande maioria dos entrevistados, com 42,50% na pesquisa, acredita que é
muito importante o uso das tecnologias em sala. Já 50% dos alunos acreditam serem apenas
importante, contra 5% que julgam ser pouco importantes e apenas 2,50% que acham que não
são importantes o uso de tecnologias em sala de aula.
Os dados pesquisados elucidam a relação da inserção dos recursos atuais implantados em sala
de aula, seja pelo seu devido valor educacional ou apenas pelo costume de uso dos
entrevistados.
O uso dos recursos visuais como PowerPoint, tablet, data show, internet e vídeos em sala de aula, ajuda ou atrapalha na aquisição de conhecimentos? Por quê?
38
A quase totalidade dos alunos entrevistados acredita que há mais benefícios no uso de
tecnologias em sala de aula do que malefícios, visto que há um ganho reconhecido de
conhecimento através desses métodos. Apenas uma pequena parte foi contra esse uso,
alegando trazer prejuízos não só para as atividades de leitura, por exemplo, assim como para
atividades exercidas em sala de aula que exijam concentração.
Você acredita que a o uso da tecnologia em sala de aula deveria substituir livros didáticos e apostilas?
Mesmo sendo demonstrada anteriormente, em outras questões, a tendência do aluno pelo uso
da tecnologia, os entrevistados ficaram divididos em 50% sobre a substituição de livros
didáticos e apostilas por material tecnológico, fato que demonstra que o uso das tecnologias é
importante, mas que o material de apoio não deveria ser substituído e sim usado
concomitantemente com outros recursos.
Você considera que o EAD (Ensino à Distância) tem o mesmo peso do ensino presencial, em termos de aprendizagem?
92,50% dos entrevistados acreditam que o EAD não tem o mesmo peso do ensino presencial,
contra 7,50% que creem o contrário. Esse numero expressivo de alunos que desacreditam no
valor da aprendizagem do Ensino á Distância deve-se ao que já foi demonstrado nas questões
anteriores. Estabelece-se assim, uma grande relação entre as facilidades oferecidas pela
presença do docente em sala de aula, que tem o papel não só de ensinar, mas esclarecer
dúvidas frequentes e os benefícios que as tecnologias trazem para o aluno no momento da
aprendizagem.
Entre o EAD e o ensino presencial, qual das duas opções satisfaria melhor sua forma de aprendizagem?
Mais uma vez 92,50% dos alunos acreditam que o ensino presencial satisfaria melhor sua
necessidade de aprendizagem, contra 7,50% que acreditam ter melhor rendimento no modelo
de aprendizagem do EAD. Isso se deve não só ao longo período de estudos no qual os alunos
estão inseridos atualmente (o ensino presencial), mas também pela necessidade de aprender
com a presença do mestre e fazer uso do que a tecnologia pode oferecer-lhes.
39
Você acredita que o uso de tecnologias no cotidiano escolar faz alguma diferença positiva na formação do aluno?
92,50% responderam que sim e apenas 7,50% disseram que não, fato que reforça mais uma
vez a satisfação do aluno, em sua grande maioria, em estudar de forma mais lúdica através das
ferramentas que o docente disponibiliza para realizar uma aprendizagem de qualidade.
CONCLUSÃO
A pesquisa demonstra de forma clara e objetiva todo o processo pelo qual a literatura
40
veio elucidando ao longo de diversos capítulos, onde a inserção dos meios tecnológicos no
cotidiano da sociedade é algo de peso e que deve ter uma atenção redobrada quando se fala
sobre educação. É de suma importância que haja não só uma conexão forte entre quem ensina
e quem aprende, mas também aos meios pelos quais os processos cognitivos se dão, de modo
que a conscientização sobre tais processos pode acarretar melhorias ou danos ao aprendizado
do aluno, sendo estas muitas vezes irreparáveis ou de difícil modificação, demandando tempo
e paciência para que ocorram tais mudanças.
O aluno vive numa realidade totalmente imersa na inovação e tecnologia, o que não deve ser
diferente ao mestre adotar este tipo de postura, pois o foco principal é o aluno e sua interação
com o aprendizado. Nota-se de forma clara que o aluno possui um gosto especial pelo uso de
tecnologias, não só em sala de aula, mas também fora dela, sendo assim, é de suma
importância que o mestre possa dominar esses recursos para atingir de forma lúdica o
principal objetivo, que é fortalecer as bases de estudo, assim como fazer com que esse aluno
ganhe conhecimento e se torne crítico de tal forma que possa se sentir seguro para escolher
uma área de atuação para sua carreira futura no mercado de trabalho.
Nota-se insatisfação por parte do estudante quando o docente não possui habilidades
suficientes para explorar todos os recursos que essas novas tecnologias oferecem as salas de
aula, pois julgam importantes para o crescimento profissional o entendimento completo do
que se estuda em sala, assim como a aplicação desse conhecimento fora dela, em sua vida
pessoal.
Em relação ao ensino da Química, tornou-se muito mais fácil para o mestre demonstrar ao
aluno situações que acontecem em escala micro, pois os recursos de vídeo e áudio podem ser
fortemente utilizados com o material didático para trazer esse universo minimalista da
Química para o macro, facilitando não só a aprendizagem de uma forma mais lúdica, mas
dando sentido ao que se estuda em sala.
A utilização de cadernos, livros e apostilas (material de apoio) é algo que faz parte do
cotidiano do aluno e do mestre, porém a tendência de que essa quantidade de informações
passe a ser digitalizada no futuro é muito grande, fato que não satisfaz muito o aluno, que
mesmo sendo usuário constante de tecnologias ainda se atém aos papeis por fazer parte da sua
realidade.
A aceitação do EAD no sistema de ensino escolar ainda é um pouco controversa, pois a maior
parte dos alunos possuem uma experiência longa e um contato constante com o ensino
presencial, pois isso faz parte da sua realidade. Isso se deve principalmente a presença do
41
docente em sala de aula (que é considerada de peso para formação do aluno) e também a
rotina de estudos que é imposta pelos pais e responsáveis, onde a assimilação desses costumes
tornou-se normal e necessária para que esse aluno cumpra seus objetivos escolares.
Mais importante que compreender a utilização dos recursos lúdicos aplicados em sala de aula
é a dedicação do mestre não só na sua formação acadêmica, mas também na forma de se
comprometer com o seus alunos quando se propõe a ensinar para torná-los formadores de
opinião, assim como para auxiliá-los a desenvolver atividades que fomentem a pesquisa
verdadeira e pura na busca diária da aquisição de conhecimentos necessários, não só para sua
vida acadêmica, mas também para sua futura profissão que será escolhida ao fim do ensino
médio, onde se inicia uma nova etapa de estudos, relações pessoais e aquisição de
conhecimento.
O dever do mestre é ensinar com os recursos disponíveis em sala, independentemente se os
mesmos são de cunho tecnológico ou não, pois a missão do educador é formar cidadãos com
as ferramentas disponíveis, sem de forma alguma perder o foco na transmissão de
conhecimento, sempre de forma clara, objetiva e certa, tornando o prazer de ensinar mútuo ao
prazer de aprender, pois as bases da educação devem ser motivadas sempre por uma relação
de ganha-ganha e nunca o inverso.
REFERÊNCIAS
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42
educação. Rio de Janeiro – RJ. 1994.
BUENO, Sônia Maria Villela; CORRAL – MULATO, Sabrina; SANTOS, Janaina Luiza. Ensino à distância – Ribeirão Preto: FIERP / EERP – USP, 2009 – P. 85.
CERTEAU, Michael de. A escrita da história. Tradução: Maria de Lourdes Menezes;* Revisão técnica [de] Arno Vogel. – Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982. Tradução de: L’écriture de l’histoire.
Evolução da internet no Brasil e no mundo. Assessoria SEPIN. Ministério da ciência e tecnologia / Secretaria de política de informática e automação. Abril/2010. Pesquisadores: Sónia Pantoja e Rosângela Ferreira.
GIL, Antônio Carlos, 1946 – Como elaborar projetos de pesquisa / Antônio Carlos Gil. – 5. ed. – São Paulo : Atlas, 2010.
GIORDAN, M.; GÓIS, J. Telemática educacional e ensino de química: considerações em torno do desenvolvimento de um construtor de objetos moleculares. Revista Latino-americana de Tecnologia Educativa, Badajoz, v. 3, n. 2, p. 41-59, 2005.
GOUVÊA, Guacira, 1947- Educação a distância na formação de professores: viabilidades, potencialidades e limites / Guaracira Gouvêa, Carmen Irene de C. Oliveira – Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2006.
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ANEXO
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QUESTIONÁRIO DE PESQUISA DE CAMPO
1) Que tipos de recursos da tecnologia seu professor utiliza em sala de aula?
( ) Tablet
( ) Internet
( ) Data Show
( ) PowerPoint
( ) Vídeos
( ) Outros ___________________________________________
2) Você considera importante o uso de recursos tecnológicos em sala de aula?
( ) Sim ( ) Não
3) Qual o grau de importância que você atribui ao uso das novas tecnologias em sala de
aula?
( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Pouco importante
( ) Não é importante
4) O uso dos recursos visuais como PowerPoint, tablet, data show, internet e vídeos em
sala de aula, ajuda ou atrapalha na aquisição de conhecimentos? Por quê?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5) Você acredita que a o uso da tecnologia em sala de aula deveria substituir livros
didáticos e apostilas?
( ) Sim ( ) Não
6) Você considera que o EAD (Ensino à Distância) tem o mesmo peso do ensino
presencial, em termos de aprendizagem?
( ) Sim ( ) Não
7) Entre o EAD e o ensino presencial, qual das duas opções satisfaria melhor sua forma
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de aprendizagem?
( ) EAD
( ) Ensino presencial
8) Você acredita que o uso de tecnologias no cotidiano escolar faz alguma diferença
positiva na formação do aluno?
( ) Sim ( ) Não
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