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CURSO MDIO EM TEOLOGIA
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Bem Vindo!
Prezado (a) Aluno (a)
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que no tem de que seenvergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade."(II Tm 2.15)
O SETADC - Seminrio de Educao Teolgica da Assemblia de Deus em Cruzeiro
- SP sente-se honrado em ter o(a) prezado (a) irmo () como nosso aluno (a). Por mais de
20 anos temos nos esforado para proporcionar uma educao teolgica de qualidade. O
conhecimento de Deus nos leva a uma busca incessante, pois so insondveis,incalculveis e impossvel de desvend-lo no seu todo. Por issoo apstolo aconselha -procura...
Neste ano, reformulamos nossas apostilas, utilizando a Coleo de Ensino Teolgico
editada pela CPAD.
Seja Bem Vindo. Temos certeza de que este Seminrio corresponder s suas
expectativas.
Ao seu dispor
Diretoria e Professores
SETADC
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SUMRIO
BIBLIOLOGIA III PENTATEUCO ................................................................. 4
EVANGELHOS .............................................................................................. 58
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO MANUAL ........................... 117
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BIBLIOLOGIA III
PENTATEUCO
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SUMRIO
INTRODUO ...................................................................................................................... 7
AUTOR .................................................................................................................................. 7
A DIVISO DOS LIVROS .............................................................................................. 8
A LEIE SUA REPETIO TINHAM DE SER DEMONSTRADAS ................................ 9
1. GNESIS ................................................................................................... 10
INTRODUO ................................................................................................................... 10
ESFERA DEAO ........................................................................................................... 10
DIVISO ..................................................................................................................... 11
1. A ORIGEM DO MUNDO E DO GOVERNO HUMANO (1-11) ................................... 11
2. A HISTRIA DO POVO ELEITO OU DOS PATRIARCAS (12.50) ........................ 20
2. XODO ...................................................................................................... 33
INTRODUO .................................................................................................................. 33
AUTOR ...................................................................................................................... 33
ESFERA DE AO .................................................................................................... 33
DIVISO ...................................................................................................................... 33
1. OPRESSO (1-12.36) ............................................................................................. 34
2. LIBERTAO (12.37-18) .............................................................................................. 393. DADA A LEI OU CONCERTO (19-40) ........................................................................ 40
3 LEVTICO ................................................................................................... 44
INTRODUO ................................................................................................................... 44
AUTOR ............................................................................................................................. .. 45
DIVISO ............................................................................................................................. 45
1. OCAMINHO PARA DEUS MEDIANTE O SACRIFCIO (1-10) .................................. 452. O ANDAR COM DEUS OBTIDO PELA SANTIFICAO (11-27) ...................... 46
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4 NMEROS .................................................................................................. 50INTRODUO ................................................................................................................... 50
DIVISO ..................................................................................................................... 50
1. ISRAEL NO SINAI .................................................................................................. 50
2. DO SINAI A MOABE ............................................................................................... 53
5 DEUTERONMIO ...................................................................................... 54
INTRODUO ........................................................................................................... 54
AUTOR ............................................................................................................................. .. 54
DIVISO ..................................................................................................................... 55
1. OLHANDO PARA O PASSADO .............................................................................. 55
2. OLHANDO PARA O FUTURO (27-34)........................................................................... 56
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INTRODUO
Pentateuco - Vocbulo grego
para indicar os cinco primeiros livros da
Bblia: Gnesis, xodo, Levtico,
Nmeros e Deuteronmio, que so
chamados "Livros da Lei de Moiss" (2
Cr 25.4; Ne 8.1). "Tudo o que nos dado saber sobre as origens do
Universo e do que nele existe, bem
como o incio e evoluo da revelao
divina ao homem, centralizado no plano
da redeno, acha-se registrado nos
livros do Antigo Testamento.
A Palavra "Pentateuco" vem de
"penta", cinco - e "teucos", volume ou
livro. O nome originou-se com a famosa
traduo do Antigo Testamento
chamada Septuaginta, feita do hebraico
para o grego, no terceiro sculo antes
de Cristo. Originalmente, esses livros
formavam um s volume. Quando
foram divididos em cinco partes, com
seus prprios ttulos, no se sabe;
porm, parece que surgiu na
Septuaginta. H razo para crer que o
Pentateuco, como existe atualmente,
substancialmente igual, ao que saiu
das mos de Moiss.
O Pentateuco indispensvel
revelao completa, isto , o que est
na Bblia. Sendo Gnesis o prefcio
legtimo da Lei, a Lei a introduo naturaldo Antigo Testamento, e este preldio a
revelao do Evangelho, no podia ele
ser omitido. Aquilo que os quatro
evangelhos representam no N.T. os cinco
livros de Moiss representam no A.T.
O Pentateuco registra os mais
antigos acontecimentos da Histria, comotambm das origens do povo de Israel e
de seus costumes e tradies. Registra a
entrega da Lei, o culto divino, etc. Os
judeus conheciam-no como a "Tora" ou
"Lei", sendo essa obra tambm o cdigo
normativo da vida da nao. Os judeus
ainda chamavam o Pentateuco de o Livro
da Lei, ou a Lei de Moiss, ou a Lei do
Senhor (Js 1.8-31; Ed 7.10). O Senhor
Jesus citou a Lei para seus discpulos,
dizendo: "So estas as palavras que eu
vos falei, estando ainda convosco, e que
importava se cumprisse tudo o que de
mim est escrito na Lei de Moiss" (Lc
24.44,45).
AUTOR
Moiss o autor do Pentateuco (x
24.4; Nm 33.2; Dt 31.9,24-26; Jo 1.17; Mc
12.19; Lc 20.28).
A autenticidade do Pentateuco tem
sido muito discutida, especialmente pelos
modernistas, que negam ter ele sido
escrito por Moiss, mas, at o presente,
no apresentaram outro autor. A maior
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prova que temos a autenticao deJesus (Jo 5.46; 7.19; Mc 7.10; 12.26;
Lc 24.44). Contra fatos no h
argumentos. Alm dessas provas
irrefutveis de que o Pentateuco de
autoria de Moiss, temos neste
particular as evidncias internas e
externas.As evidncias internas ... que
consistem nas declaraes do prprio
texto bblico ao ser investigado". E as
externas: "a crena universal e milenar
dos judeus - os escritores e guardies
da Bblia; o testemunho da Cincia,
como da arqueologia bblica e da
crtica textual, e ainda o testemunho
dos primitivos lderes da Igreja". Os
mais abalizados escritores e
estudiosos do assunto so unnimes
em afirmar que Moiss o autor dos
primeiros cinco livros da Bblia. Para
ns, em matria de f suficiente o
testemunho do nosso Senhor Jesus
Cristo, como acima j foi dito. "Se esta
parte, que o comeo da Bblia, for
posta em dvida, ento toda a Bblia o
ser tambm, porque toda ela d
testemunho do Pentateuco escrito por
Moiss".
Alm de tudo, Moiss recebeu a
revelao divina, tornando-se assim um
instrumento de Deus (Nm 12.6-8; At
7.38). Essa revelao abrange o tempopassado, o presente e tambm o futuro.
"Isto explica como Moiss podia escrever
da sua prpria morte" (Dt cap. 34). - Se
no fosse assim teria escrito como?
Ningum estava presente, s Deus e
Moiss.
A DIVISO DOS LIVROSOriginalmente, esses livros que
formam o Pentateuco eram um s volume,
como j dissemos, sem nenhuma diviso.
A diviso foi feita pelos eruditos hebreus
em Alexandria, no preparo da verso
grega, chamada Septuaginta. Nesse
tempo, a obra de Moiss, escrita por
inspirao divina, foi dividida em cinco
livros, cujos nomes foram dados de acordo
com o contedo de cada um, conforme se
v:
1. Gnesis - "Contm as origens do
Universo e do governo humano; a origem,
formao e histria do povo de Israel at a
sua ida para o Egito. No livro de Gnesis,
vemos como Deus escolheu uma famlia
dentre as demais da terra e separou-a para
dela constituir seu povo peculiar - Israel. Da
o vocbulo 'Gnesis' - origem, princpio.
2. xodo - Sada dos israelitas do Egi-
to, conduzidos por Moiss at ao sop do
monte Sinai. L receberam as leis - religiosa
e civil.
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3. Levtico - Trata do culto religiosono Tabernculo, cujo ritual executado
somente pela tribo sacerdotal de Levi,
separada por Deus para esse servio.
4. Nmeros - Leva esse nome
porque trata de dois recenseamentos do
povo de Israel, ambos repletos de
nmeros. O primeiro, quando Israel seachava no Sinai, e o segundo entrada
da terra prometida, ao final dos quarenta
anos de peregrinao no deserto. o
livro da ordem, assim como xodo o da
redeno, e Levtico o da adorao.
5. Deuteronmio - Literalmente,
significa Segunda Lei, isto , a repetio
da Lei contida em xodo, Levtico e
Nmeros. Lei que foi dada a um povo em
peregrinao no deserto. Em
Deuteronmio, este povo est na fronteira
de Cana, mas, um novo povo, porque
toda a gerao anterior pereceu no
deserto pelo juzo divino, por causa da
sua rebelio e murmurao contra Deus
(Dt 1.35,36; 2.14-16). Da a necessidade
da repetio.
A LEI E SUA REPETIO
TINHAM DE SER DEMONSTRADAS
1. As Tbuas da Lei preservadas -
"Virei-me, desci do monte e pus as
tbuas na Arca que fizera, como o
Senhor me ordenou" (Dt 10.5).
2. O livro da Lei conservado - "TendoMoiss acabado de escrever
integralmente as palavras desta lei num
livro, deu ordem aos levitas, os quais
levavam a Arca da Aliana do Senhor
dizendo: 'Tomai este livro da Lei, e ponde-
o ao lado da Arca da Aliana do Senhor
vosso Deus, para que ali esteja portestemunho contra ti'" (Dt 31.24-26).
3. Aceitao demonstrada - A Lei
devia ser lida na presena do povo cada
sete anos (Dt 31.10-13).
No Novo Testamento, vrias vezes
empregado o termo "Lei", referindo-se
ao Pentateuco, aos cinco livros (Mt 12.5;
Jo 1.45; At 13.15; 24.14).
O Pentateuco nos fornece os fatos
principais da revelao divina: A criao,
tendo Deus como o Criador do mundo em
que vivemos. Em seguida vem a queda do
homem, trazendo com ela a revolta da
criatura contra o Criador. Conjuntamente,
vem a promessa do Salvador: "a semente
da mulher" (Gn 3.15). Neste contexto
histrico, Deus resolveu preparar um
povo, de onde sairia o Salvador, tomando
Abrao, da descendncia de Sem, para o
cumprimento desse plano (Gn 12.1,2).
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1. GNESIS
INTRODUO
Gnesis o primeiro livro da Bblia.
Na Bblia hebraica, ele chamado
"Bereshit" - no princpio ou origem.
exatamente isso o que faz o livro. Origemou princpio do mundo, do gnero
humano, do povo hebreu e das primitivas
naes; origem dos cus e da terra;
princpio de tudo o mais que envolve a
histria do mundo, no seu princpio. A
palavra chave do livro : "No princpio".
Isto no significa nos dias da criao, poiseste princpio eterno.
Gnesis contm a sntese da
Criao; descreve eloquentemente o j
conhecido e chamado "Hino da Criao"
(1.1-2). Os livros das geraes dos cus
e da terra (2.4). O livro das geraes de
Ado (5.1-6). Geraes de No (6-9).
Geraes dos filhos de No (10.1ss).
Geraes de Sem (11.10ss). Geraes
de Tera (11.27ss). Geraes de Ismael
(25.12-18). Geraes de Isaque
(25.1Oss). Geraes de Esa (36.1-46).
Geraes de Jac (37.2 a 50.26).
"Esses onze documentos
primitivos (originalmente registros de
famlia da linhagem escolhida de Deus),
que compe o livro de Gnesis, cobrem
os primeiros 2000 anos da histriahumana, desde a criao do homem ao
estabelecimento do povo escolhido do
Egito".
No versculo primeiro fundamenta-
se toda a Bblia. "Aceitar o versculo
primeiro de Gnesis abrir caminho
crena em toda e qualquer revelaobblica e contemplar Deus, o Criador".
Existem na Bblia dois livros que o
grande inimigo da humanidade odeia de
maneira particular, e contra os quais, tem
usado todo o seu poder para desacreditar:
Gnesis e Apocalipse. - Por que
esta averso? - Porque ambos profetizam
sua derrota final.
ESFERA DEAO
A histria do livro de Gnesis
abrange um perodo de 2.370 anos - da
criao morte de Jos (50.26). Neste
perodo, surgiram as primeiras revelaes
atravs de patriarcas que viveram antes e
depois do Dilvio:
- Da Criao ao Dilvio - 1656 anos
- Do Dilvio a Abrao - 528 anos
- De Abrao a Isaque - 105 anos
- De Isaque a Jac - 27 anos
"Os primeiros cinco livros de Moiss
(Pentateuco) apresentam entre si uma
mensagem corrente, uma perfeio espiri-
tual, ao mesmo tempo em que cobrem a
histria da humanidade durante os pri-
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meiros dois milnios de sua existncia.Eles excedem toda e qualquer pesquisa
cientfica - so uma mensagem divina!"
DIVISO
O livro de Gnesis divide-se em
duas partes:
1. A origem do mundo e do
Governo Humano (1-11)2. A histria do povo eleito, ou
patriarcal (12-50)
Algum estudando os primeiros
onze captulos de Gnesis, chamou-os
de "Histria estilizada". H razo para
refletir sobre essas duas palavras.
Trata-se de um relato real de fatos
remotos, portanto histricos. Mas o
relato exatamente resumido e
simplificado, portanto estilizado.
1. A ORIGEM DO MUNDO E DO
GOVERNO HUMANO (1-11)
Em se tratando de um estudo
sinttico, resumiremos esta primeira
parte do livro em quatro partes:
1.1. A origem do Universo (Caps.
1 a 2)
1.2. A queda e a promessa
(Caps. 3 a 5)
1.3. O Dilvio como castigo
(Caps. 6 a 10)
1.4. BabeI (Cap. 11)
Ao refletir sobre os relatos do
princpio da humanidade, perguntas da
mais elevada importncia surgem nocorao: - "Por que criou Deus o mundo?"
- "Qual foi o seu maior propsito com a
criao?" "Onde e por que surgiu a falha?"
- "Que far Deus se o vaso quebrou na
mo do oleiro?.
1.1. A origem do Universo (Caps. 1-
2). "No princpio criou Deus os cus e aterra" (v. 1). Frase curta, porm expressi-
va: constitui significativa mensagem de
Deus aos homens de todos os tempos. Ja-
mais um cientista poderia descrever na
sua linguagem todo o esplendor e
singeleza de to significativa mensagem:
ela excede toda e qualquer pesquisa
cientfica - uma mensagem divina. E,
ainda no primeiro captulo, vemos que
"Deus criou", "Deus fez", "Deus separou",
"Deus ps..." e "Deus abenoou". Isto
posto, Deus a origem e o autor de todas
as coisas que h algo que a cincia no'
pode provar, tampouco desmentir, mas que
tem como garantia nica e suficiente a
Palavra de Deus. Desde o princpio surgiu o
Universo Material, e nele, para moradia do
ltimo ser criado (o homem), o planeta Terra.
A Bblia d nfase s condies
privilegiadas do homem. Fala-nos de sua
grandeza: foi-nos assegurado o direito de ter
contato e comunho com o Criador. Fala-nos
de sua fragilidade: fomos entregues merc
das foras naturais da terra ou do mar, ou
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dos astros, mas o prprio Criador encar-regou-se de cuidar de ns. Fala-nos da
sua responsabilidade: recebemos uma
incumbncia da qual teremos de dar
contas ao Criador: o homem o nico ser
criado a quem Deus dotou de
responsabilidade.
Agostinho diz que o raciocniohumano capaz de discernir e entender o
desgnio divino da histria, mas "s
quando purificado e instrudo por f".
"No princpio (v. 1). - Quando se
iniciou esse "princpio"? - A Cincia
moderna afirma que este mundo formou-
se h milhes e milhes de anos. A Bblia
no contradiz isso porm ela se limita a
dizer no "princpio". Afirma que Deus criou
o Universo, mas no entra em detalhes:
no diz quando e como.
"Deus conhecido, segundo o
Velho Testamento, no porque os
homens nos seus esforos intelectuais
o descobriram, mas, somente porque
Ele mesmo se revelou" (A. R. Crabtree
- Teologia do Velho Testamento).
A harmonia da criao est no
dizer que antes dela houve um poder
dinmico que a gerou. O mundo teve
um princpio e ter um fim. O mundo
no eterno. Deus, o ser que o gerou,
esse sim, eterno. "No princpio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus e o
Verbo era Deus" (Jo 1.1). "O apstoloconfirma Gnesis: 'No princpio' das
coisas e dos tempos, 'o Verbo' j existia.
Ento Deus foi o princpio, mas o princpio
eterno, a causa primria de tudo o que
existe."
A palavra chave no livro de
Gnesis, "No princpio". Esse princpio eterno. Vrios comentaristas abalizados,
admitem que o versculo dois do captulo
primeiro: "... e a terra era sem forma e
vazia" supe que a criao original de
Deus foi destruda por uma terrvel
catstrofe. Assim, o versculo primeiro
descreve o ato inicial de Deus, a criao
propriamente dita, a criao do Universo.
Partindo deste princpio catastrfico que a
terra sofreu, os seis dias ela criao,
registrados em Gnesis, constituem a
chamada recriao. Exemplo: Antes da
"recriao" houve caos, e antes do caos,
o perodo antecatico ou Dispensao
dos Anjos (Is 14.12-14; CI 1.16). Foi no
fim desse perodo antecatico que houve
a queda de Lcifer, registrada no livro de
Ezequiel.(Cap. 28).
"A narrao de Gnesis no foi,
portanto, redigida em moldes cientficos,
talvez para melhor mostrar a sua
inspirao divina. Graves conflitos tm
surgido entre prematuras concluses da
Cincia e falsas dedues cientficas da
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Escritura." Entretanto, "estudosposteriores tm vindo provar que, por
um lado, no eram vlidas as
concluses cientficas, ou, por outro
lado, eram mal interpretadas no texto
essas afirmaes.
Na realidade, ao homem dado
compreender pela f estes mistrios(Hb 11.26): "Pela f entendemos que o
mundo, pela palavra de Deus, foi
criado; de maneira que aquilo que se
v no foi feito de modo aparente" (Hb
11.3).
Quanto obra da criao,
Moiss descreve as diferentes fases da
ao divina, as quais se estendem por
seis dias: trs para a formao dos
espaos habitveis e trs para a obra
de povoamento.
a. Dia primeiro - Disse Deus:
"Haja luz..." (v. 3). - Que tipo de luz
seria esta que Deus viu que era boa e
fez separao entre a luz e as trevas e
entre o dia e a noite? (v. 4), de vez que
os luminares, inclusive o Sol, s
apareceram no dia quarto. Segundo
abalizados comentaristas, o Sol foi
criado juntamente com a Terra, mas
havia acmulo de grandes neblinas e
vapores que envolviam a esfera
terrestre. Por mandado de Deus, houve
separao entre a luz e as trevas (v. 4),
e Deus chamou luz - Dia, e s trevas -Noite, tudo antes do quarto dia.
Subentende-se que seja essa luz o que
chamamos de luz csmica, que envolvia a
Terra com grandes neblinas que foram
dissipadas por ordem de Deus, dando
lugar ao aparecimento, no quarto dia, dos
grandes luminares, inclusive o Sol."O aparecimento da luz entre a
espessa escurido parecido com um
espectador que, de repente, surge em
cena". "Pela palavra do Senhor foram
feitos os cus, e todo o exrcito deles pelo
esprito da sua boca. Ele ajunta as guas
do mar como um monto; pe os abismos
em tesouros. Tema toda a terra ao
Senhor, temam-no todos os moradores do
mundo, porque falou e tudo se fez;
mandou e logo tudo apareceu" (SI 33.6-9).
"Como um bom artista, Deus comea por
iluminar o campo de ao. No se trabalha
no escuro, porque sem luz condio
fundamental de toda obra (cineticamente
provado) - tudo confuso. O versculo 3
revela a relao entre o movimento do
Esprito sobre a matria inerte e o efeito
nela produzido. uma figura que ocorre
no milagre da converso operada no
pecador pelo Esprito Santo".
b. Dia segundo - "Haja uma
expanso" (v. 6). Separao entre gua e
gua. " a separao da matria gasosa
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da qual surgira a luz". O que Deuschamou de "expanso" ou "cus", no
significa simplesmente a atmosfera
volta da Terra, mas a "grande cmara"
universal onde o Sol, a Lua e as
estrelas se localizam (SI 148.4).
c. Dia terceiro - Disse Deus:
"Produza a terra" (vv. 11,12). Havendoseparao entre gua e terra, houve
surgimento das plantas e ao mesmo
tempo produo, para que os que
habitariam a terra pudessem
sobreviver.
d. Dia quarto - "Haja luminares"
(vv. 14,19). Eles j existiam: faltava
aparecerem e serem definidos. Pela
primeira vez o Sol, a Lua e as estrelas,
aparecessem em "sua grandeza", para
os devidos fins e organizao de
nosso sistema solar, com o Sol
(estrela), a Lua e os planetas. A funo
do Sol e da Lua controlar o dia e a
noite. O Sol e a Terra marcam o
tempo. "O autor de Gnesis mostra
que os astros no so deuses nem
habitaes de deuses, e sim
elementos criados por Deus, a cujas
leis obedecem. Feitos para o homem,
este os usufrui." Alm de esses
luminares servirem para "sinais, para
"estaes" e "anos", "meses e dias",
marcaro o ano para o servio de Deus edos homens (Lv 23.48).
negada aqui toda a astrologia,
antiga e moderna. Os luzeiros, os "sinais",
so fornecidos para o bem do homem e
no como poderes sobrenaturais (Jr 10.2).
Nada de azar existe.
e. Dia quinto -"Produzam as guas"(vv. 20-25). Neste dia surgem os grandes
e pequenos peixes, como tambm toda
variedade de aves.
f. Dia sexto - "Produza a terra alma
vivente" (v. 24). Os animais (alma
vivente), dividem-se em trs grupos, a
saber: 1) gado ou animais domsticos; 2)
Feras ou animais selvagens; 3) rpteis
que se arrastam pelo solo.
Neste dia o homem tambm foi
criado (vv. 26-31). At aqui tudo "foi
criado", mas quanto ao homem, ele no
foi somente criado, mas gerado ou
formado (Gn 2.7). "Sendo o ato resultado
da cooperao da Trindade, vista na
forma plural faamos.
g. Dia stimo - "E Deus abenoou,
santificou e descansou". O homem foi
abenoado em forma trplice: 1) frutificai;
2) multiplicai; 3) enchei a terra (Gn 1.28).
Este dia foi diferente dos demais. Foi um
dia santificado. - Mas os outros seis no
teriam sido santificados? - Claro que sim.
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Neste dia o Senhor descansou de suaobra.
Isto no quer dizer que Ele
estivesse cansado, tal um trabalhador
humano. (Compare Gnesis 2.3 com
xodo 20.11.) O termo, no original,
indica apenas cessao.
Aps um relato introdutrioacerca da criao e das origens da
terra e da vida que nela h (Gn 1.2,3),
encontramos os princpios da histria
do homem, como acima foi dito,
divididos em dez partes, as chamadas
"Estas so as origens" (Gn 2.4): em
hebraico "toledoth", que identificamos
claramente pela expresso "Estas so
as origens:
"Estas so as origens" (dez
histrias)
1. Histria da criao (Gn 2.4 a
4.26)
2. Histria da gerao de Ado (5
a 6.8)
3. Histria de No (10.1 a 11.9)
4. Histria dos filhos de No
(10.1 a 11.9)
5. Histria de Sem (11.10-26)
6. Histria de Tera e Abrao
(11.27 a 25.11)
7. Histria de Ismael (25.12-18)
8. Histria de Isaque (25.19 a
35.29)
9. Histria de Esa (36.1-43)10. Histria de Jac e seus filhos
(37.2 a 50.26)
Somente para efeito de estudo,
registramos as dez histrias. Em sntese,
estas dez criaes, esto divididas em
duas partes:
a. Histria Primitiva (1-11)b. Histria dos Patriarcas (12.50)
a. Histria Primitiva (1-11) - Em
resumo, a Histria Primitiva com os seus
mais importantes acontecimentos,
apresenta quatro assuntos importantes:
(a) A criao - A soberania de Deus
na criao fsica. Deus eterno, antes de
tudo.
(b) A queda - A soberania de Deus
pela prova do homem. A autoridade moral
de Deus.
(c) O Dilvio -A soberania de Deusna sua recompensa histrica. O
julgamento, severidade e justia de Deus.
(d) A crise de BabeI - A soberania
de Deus na diviso e expanso da raa. A
majestade e a liderana de Deus.
A primeira parte (histria primitiva)
tem um carter universal: fala sobre a
histria da humanidade.
A segunda parte (histria dos
patriarcas) contm a histria da grande
famlia do povo escolhido e das suas
geraes. Abrao convocado a seguir
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para Cana essa terra seria sua.Abrao seria o pai de uma grande
nao - a nao de Israel. Abrao seria,
enfim, aquele por quem viria o
cumprimento da promessa, conforme
Gnesis 3.15.
1.2. A queda e a promessa (Caps.
3-5) Tal como um oleiro, do p da terraDeus criou o homem, sua imagem,
conforme sua semelhana (Gn 1.26,27).
A imagem o carter moral, separado da
substncia, e foi perdida na queda. Por
exemplo: os filhos de Ado j foram feitos
sua semelhana de Ado", e no
de Deus" (Gn 5.3). Deve-se saber que
"imagem e semelhana" no so para se
entender material e fisicamente, mas sim,
moralmente.
Para esse homem (Ado) Deus
preparou um lindo jardim, no den, pelo
qual ele deveria zelar. Para completar,
fez-lhe uma ajudadora. At ento o
homem vivia em paz com Deus, no Jardim
do den, lugar de delcia, onde se
contemplavam a rvore da Vida e a da
Cincia do Bem e do Mal (2.9).
A rvore da Vida assim chamada
pelo seu carter simblico, como sinal e
selo da vida imortal e objeto de
observao e interesse dirio, e para
relembrar-nos constantemente de Deus e
do futuro eterno. A rvore da Cincia do
Bem e do Mal tem essa designao porquetinha por objetivo provar o homem na sua
obedincia, a fim de constatar se era bom ou
mau o seu carter, se obediente a Deus, ou
se rebelde aos seus mandamentos. At
ento o homem vivia em paz com Deus,
contemplando a rvore da Vida e a rvore da
Cincia do Bem e do Mal.No que tange rvore da Cincia do
Bem e do Mal, "No pense que se tratava de
uma rvore estranha e feia, antes era boa
para se comer, e agradvel aos olhos... No
entanto, no podia ser tocada pelo homem,
por ordem divina. Desobedecer a essa
ordem representava para o homem o seu
afastamento de Deus, a perda de seu estado
de pureza e ficar ele sujeito morte fsica e
espiritual. E foi o que aconteceu".
Induzidos pela serpente, Ado e Eva,
pecaram, por haverem comido do fruto da
rvore, que lhes havia sido proibido (3.17).
Assim foram banidos da comunho direta
com Deus, e, agora, escondiam-se dele
(3.8). Passaram a ter medo, e com razo,
pois colocaram -se ao alcance do juzo de
Deus (3.22-24). O relacionamento com o
prximo rompeu-se, surgiram as desavenas
e as queixas (3.12,13) e apareceu o dio e o
homicdio (4.5). At o bom relacionamento
que o homem tinha com a natureza sofreu,
pois ela tornou-se agressiva para com ele
que, de senhor da natureza, tornou-se
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dependente dela (3.17,19). Tudo o queDeus criara e fizera, parecia ter-se per-
dido: "Por um homem entrou o pecado no
mundo, e pelo pecado a morte" (Rm
5.12).
"Ado e Eva tentaram cobrir sua
nudez por meio de folhas. Que triste
situao! Uma verdadeira revoluoaconteceu-lhes na mente. Procurando
cobrir sua nudez, provaram" que haviam
sido despidos da glria de Deus. Os
artifcios do homem, ainda que baseados
em bons princpios de moral, jamais
mostraro o caminho certo para a paz que
ele tanto deseja ter com Deus. Isso s se
pode obter por Jesus Cristo (Rm 3.22;
5.1).
"Quando o Senhor chama o
homem justia, no porque seja mero
capricho de Deus que os homens sejam
justos. Mas porque Ele mesmo justo,
e, havendo criado o homem sua
imagem, deseja que espelhe a sua
prpria justia. Quando Deus pede que os
homens manifestem esprito compassivo
para com os fracos, porque Ele mesmo
revelou este esprito na libertao do povo
de Israel da escravido do Egito" (A.R.
Crabtree).
Em Gnesis 3.15, est apromessa,
que se denomina Prto-Evangelho, isto ,
a primeira referncia feita ao necessrio
Redentor, e capaz de efetuar a purificaodo pecado, bem como pagar a horrenda
pena que o pecado acarreta.
A gloriosa promessa de um Redentor
a luz da esperana que desde ento
comeou a brilhar. Todas as demais
promessas foram feitas em consequncia
desta. Tudo o que se l na Bblia, todos osacontecimentos, subsequentes, giram em
torno do cumprimento desta profecia. A
Bblia no a histria do mundo, ou do
homem, mas sim, a histria da redeno
do homem.
"E porei inimizade entre ti e a
mulher, e entre a tua semente e a sua
semente; esta te ferir a cabea, e tu lhe
ferirs o calcanhar." A, o prprio Deus se
encarrega de lutar contra a serpente, para
livrar os que esto no domnio do pecado
e da morte. A palavra proferida
especificamente mulher e, quando o
Redentor veio, Ele foi "nascido de mulher"
(GI 4.4), e de forma miraculosa. "A obra de
Cristo em sua base a vindificao e a
vitria de Deus sobre o Maligno". Note-se
o fato de a "semente" da mulher estar no
singular: somente em Cristo, "a semente
da mulher", que essa vitria poderia ser
realizada (1 Jo 3.8). "E da semente da
mulher viria a vitria sobre o pecado." V-
se, a partir do Gnesis, o retrato de Cristo,
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o Salvador, que viria esmagar a cabeada serpente - Satans.
A Igreja Crist considera
unicamente esta promessa como uma
previso da vinda de Jesus. E, tendo
como pano de fundo a queda e,
consequentemente, a maldio, a obra
de Cristo a restaurao da paz comDeus, da paz uns com os outros e da
paz com o meio ambiente. Toda
humanidade tem o direito de beneficiar-
se da obra de restaurao efetuada por
Jesus (Rm capo 5).
1.3. O Dilvio como castigo (Caps.
6-10)
A soberania de Deus na sua
recompensa histrica. O julgamento,
severidade e justia de Deus.
"O captulo 6 de Gnesis
descreve a corrupo total do gnero
humano. O pecado assumiu proporo
to desastrosa, a ponto de pesar no
corao de Deus o fato de haver posto
o homem na Terra (6.6). Ento,
retribuindo, Deus determinou a
destruio do homem atravs de um
dilvio, catstrofe em que seriam
poupados No, homem ntegro, que
desfrutava da ntima comunho com
Deus (6.9), e sua famlia.
a. O Dilvio. Deus, na sua
longanimidade, deu ainda ao homem
um prazo de 120 anos, durante os quais ajustia foi pregada (2 Pe 2.5), mas sempre
rejeitada. A Arca foi construda e o Dilvio
chegou. O tempo cumprira-se e os que
ficaram do lado de fora da Arca
pereceram. "Pela f No, divinamente
avisado das coisas que ainda se no via,
temeu e, para salvao de sua famlia,preparou a Arca, pela qual condenou o
mundo, e foi feito herdeiro da justia, que
segundo a f" (Hb 11.7).
b. Os filhos de Deus e as filhas dos
homens (6.2). Naquela poca havia duas
raas distintas: os descendentes de Sete e
os descendentes de Caim. Os setistas
eram chamados filhos de Deus. Seriam
naturalmente aqueles em que se via
refletida a santidade divina. Ao passo que
os "filhos dos homens" seriam aqueles
considerados corruptos, os descendentes
de Caim. Dentre os filhos de Ado e Eva,
s trs nomes so mencionados: Caim,
Abel e Sete. Eles adoraram a Deus
trazendo ofertas. Por haver Deus rejeitado
a oferta de Caim, devido s suas ms
obras (1 Jo 3.12), Caim se irou e matou o
seu irmo AbeI. O pecado de Caim e sua
descendncia refletiu-se em uma
civilizao pecadora, chamada "filhos dos
homens" (4.17-24). Por outro lado, os
filhos de Sete, voltaram-se para Deus e
invocaram o Senhor (4.26). Nada se fala
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sobre Caim, isto porque ele "saiu dediante da face do Senhor" (4.16).
Devido aos casamentos mistos
entre os filhos de Deus e as filhas dos
homens (descendncia de Sete e
descendncia de Caim), "a corrupo e
a iniquidade aumentaram de tal
maneira, que todos os planos eesquemas dos homens se
caracterizavam pela maldade. S No
achou favor aos olhos do Senhor!"
c. A Arca e sua tipologia. "A Arca,
meio da salvao de No e sua famlia,
prefigura Cristo. Ela atravessou as
guas da morte, saindo ilesa. Produz,
ento, um novo incio - um mundo alm
do juzo. Cristo, pela sua morte e
ressurreio, salva da condenao
eterna todo aquele que se chega a Ele".
"Assim que, se algum est em Cristo,
nova criatura , as coisas velhas j pas-
saram: eis que tudo se fez novo" (2 Co
5.17).
"No entrou na Arca sete dias
antes que comeasse a chover (7.4-10).
A chuva comeou no 17 dia do 2 ms
do ano 600 de No (7.11). Choveu
quarenta dias (7.12). As guas
permaneceram 150 dias (7.24; 8.3). A
Arca repousou no 17 dia do 7 ms
(8.4). Os picos dos montes comearam
a ser vistos no 1 dia do 10 ms (8.5).
Removeu-se a coberta da Arca no 1diado 1 ms do ano 601 de No (8.13). Na
Arca, passaram um ano e dezessete dias:
5 meses vagando e sete meses no
monte." (Transcrito do Manual Bblico de
Halley.)
Jesus considera o Dilvio um fato
histrico e o assemelhou ao tempo de suasegunda vinda (Mt 24.27-39).
d. Aps o Dilvio. Aps o Dilvio,
Deus estabeleceu um concerto: no
haveria mais dilvio sobre a terra e o sinal
do concerto seria o Arco-ris (9.11-13). Na
aliana registrada entre Deus e No, esto
registrados trs fatos importantes em
sentido proftico (9.25-27) concernente
aos seus trs filhos (9.18): Sem, Co e
Jaf: 1) Os descendentes de Sem
(semitas) preservariam o conhecimento do
verdadeiro Deus. (Est escrito: Bendito
seja o Deus de Sem, e no, bendito seja
Sem.) "A bno de Sem, profeticamente
revelada, residia no fato de que a eles
(seus descendentes) seria confiado o
conhecimento de Jeov." Jesus, segundo
a carne, vem de Sem. 2) De Jaf viriam as
raas que dominariam a maior parte do
mundo e superariam as raas semticas. O
Governo, a Cincia e a Arte, tm vindo
geralmente de descendentes de Jaf. 3)
Os descendentes de Co - o mais moo
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dos irmos - seriam raas cerviz,sempre inferiores.
1.4. Babel(Cap. 11)
A chamada Torre de Babel, o
reflexo da vida moral e espiritual da
poca. Depois do Dilvio, os
descendentes de No, liderados por
Ninrode (10.8-10) rebelaram-se contraDeus: queriam fazer uma torre, um
nome e uma s religio - ecumenismo
(11.1-6). Ninrode foi o mais eminente
lder nos quatrocentos anos entre o
Dilvio e Abrao. Edificar uma cidade e
uma torre no era pecado: no havia
nisso nenhum crime, porm da maneira
que eles tentaram, estavam frustrando
os desgnios de Deus, impedindo a
emigrao, que era o plano de Deus
para a multiplicao dos homens e
povoamento da terra (9.7).
Ninrode, o poderoso "Caador",
foi o fundador da civilizao babilnica:
"O princpio do seu reino foi Babel".
O trabalho da construo da torre
foi suspenso pela confuso das lnguas
(11.7). Por este meio sobrenatural,
Deus sustou o plano e fez cumprir a
sua palavra (11.8). "A confuso das
lnguas ocorreu na quarta gerao aps
o Dilvio, e mais ou menos ao tempo
do nascimento de Pelegue (10.25) 101
anos depois do Dilvio". Com a inter-
rupo da construo, os povos se disper-saram pela terra. "O orgulho, e a
exaltao humana s trazem confuso",
mas a obra do Esprito promove unio,
unidade e paz.
2. A HISTRIA DO POVO ELEITO
OU DOS PATRIARCAS (12.50)
Na Histria dos Patriarcas, temosquatro personalidades proeminentes:
2.1. Abrao - Chamada
sobrenatural
2.2. Isaque - Nascimento
sobrenatural
2.3. Jac - Cuidado sobrenatural
2.4. Jos - Autoridade sobrenatural
2.1. Abrao
Dois mil anos aps a criao e a
queda do homem, e 400 anos depois do
Dilvio, Deus chama Abrao para sair da
terra onde mora, com a promessa de
fazer dele uma grande nao (12.1,2).
Abrao, homem justo, crente em Deus,
no-idlatra, um dos poucos que ainda
mantinham a tradio do monotesmo
primitivo, recebeu de Deus promessa
sobre seus descendentes:
a. Herdariam a terra de Cana
b. Tornar-se-iam uma grande nao
c. Por meio deles, todas as naes
seriam abenoadas
"Abrao no era idlatra, mas viveu
no meio da idolatria. - Como Abrao
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conheceu a Deus? - Cremos que foi porrevelao divina. Alm disso, Abrao
era varo de grande capacidade e
sabedoria. 'Sai-te da tua terra... e far-te-
ei uma grande nao, e abenoar-te-ei
e engrandecerei o teu nome e tu sers
uma bno'" (Gn 12.1,2).
Por ele seria constitudo o povoeleito, e desse povo, em tempo
oportuno, viria o Redentor, segundo a
promessa divina em Gnesis 3.15.
Deus, algumas vezes, manifestou-se a
Abrao, fazendo aliana com ele:
Primeira, em Ur dos caldeus (Gn 11.31;
At 7.2-4). Segunda, em Har (12.1-4).
Terceira, em Siqum (12.7). Quarta, em
Betel (13.14.17). Ricas promessas
foram includas nessas alianas. Entre
elas destacamos as trs principais:
a. Seria uma grande nao (12.2;
13.16; 22.17) - esta parte da promessa
cumpriu-se, tanto literalmente, pois os
judeus (descendncia de Isaque), so
incontveis como as estrelas dos cus,
quanto espiritualmente: todos os que
morrem em Cristo, so, pela f,
descendncia de Abrao (Rm 4.16; GI
3.6,7,29).
b. Uma terra gloriosa (12.7; 13.14-
17; 15.7; 17.8) e esta parte da
promessa j se cumpriu mais de uma
vez: quando Israel, vindo do Egito,
ocupou a sua terra; quando osdeportados para Babilnia, voltaram para
reedificar sua terra; e, recentemente,
quando muitos judeus da Dispora volta-
ram para sua terra, agora independente.
c. Um filho segundo a promessa
(15.4; 17.6). O nascimento de Isaque era
condio "sine qua non" para que aspromessas anteriores (a e b) se
cumprissem, mas o nascimento de Jesus,
"O filho da promessa" (GI 3.16), permitiu
que, em Abrao, "fossem benditas todas
as famlias da terra.
2.2. Isaque
Seu nome significa riso. Seu
nascimento trouxe riso casa de Abrao
(17.17). Ele era filho da promessa e
herdaria a promessa feita a Abrao
(26.24). No relato bblico, Isaque parece
"apagado", quando comparado a Abrao
ou a Jac. Sua mulher veio da famlia de
Abrao em Bar. A descrio da escolha
de Rebeca uma das mais belas de toda
a Bblia (Gn 24.1-67).
2.3. Jac
A histria de Jac ocupa
praticamente a metade de Gnesis. No
captulo 25, o seu nascimento, no 50, a
sua morte e o sepultamento. Entre estes
extremos, teve uma vida de aventuras.
Fugindo de Esa, chegou a Har onde
fixou residncia com seu tio Labo. Do
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seu casamento nasceram-lhe dozefilhos. Por causa do seu estremeci-
mento com Labo, Jac retomou terra
de Cana. No vale de Jaboque,
encontrou-se com o Senhor, e, aps
lutar uma noite inteira para ser
abenoado por Ele, foi-lhe dado o nome
de Israel. Este ficou sendo o nome dopovo que dele descendeu, at hoje. Ao
morrer, Jac abenoou seus filhos,
traando o perfil psicolgico de cada
um. Moiss confirmou as palavras de
Jac (Dt 33.1-29).
2.4. Jos
Jos foi o penltimo filho de Jac.
Seus irmos o aborreciam e venderam-
no como escravo a mercadores. No
Egito, foi Jos elevado ao cargo de
Ministro de Fara e Governador-geral
de todo o pas. Aps alguns incidentes
na corte de Fara, Jos foi reconhecido
por seus irmos e estes, com seu pai
Jac, emigraram de Cana para o
Egito.
preciso distinguir Dispensao,
de Aliana. "Dispensao o modo de
Deus revelar-se, de tratar com o
homem, de testar o estado espiritual do
povo em determinado espao de tempo.
Em suma: uma fase de prova moral".
Aliana um pacto ou concerto entre
Deus e o homem, podendo ser
condicional ou incondicional. A AlianaAbramica incondicional e perptua (Gn
17.19; Gl 3.19-29; 4.1-7).
" evidente que, para Abrao e
seus descendentes, a aliana feita foi de
infinita importncia, alm de ser
incondicional. No entanto, os
descendentes de Abrao deveriampermanecer em sua terra (Cana) para
herdarem a bno. No Egito, eles
perderam as bnos, mas no a aliana"
(Dr. Scofield).
A Dispensao da Promessa, ou
Patriarcal terminou quando Israel de bom
grado aceitou a lei (x 19.8). A graa
tinha provido um "Libertador" - Moiss,
permitindo um sacrifcio para o culpado, e,
por divino poder, libertado Israel da
escravatura (x 19.4). Mas no Sinai eles
trocaram a Graa pela Lei. A Dispensao
da Promessa era exclusiva dos israelitas.
A promessa atingia: Abrao seria
pai de um grande povo; esse povo
habitaria a terra de Cana, e o Salvador
do mundo nasceria dentre a descendncia
de Abrao. Esta aliana foi dada a Isaque
como herana (Gn 26.2-5), dele passou
para Jac (28.13-15) e se constituiu na
base da vocao de Israel como povo da
promessa (SI 105.8-11; At 3.25; 7.8). O
sinal desta aliana era a Circunciso (Gn
17.10-14), mas a natureza essencial da
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aliana era a graa de Deus, recebidapela f. O apstolo Paulo enfatiza que a
aliana foi celebrada antes da Lei (Rm
4.1-11; Gl 3.15-18).
Separao entre Abrao e L
(13.7-18). Surgem desentendimentos
entre tio e sobrinho e a separao
inevitvel (13.9). Abrao leva consigo asua f, o seu amor, cercado do cuidado
do Senhor (vv. 15,16,17) e edifica ali um
altar(13.18b). Enquanto L escolheu as
campinas do Jordo, sem ver que mais
a frente estava Sodoma. L representa
a f materializada (13.12).
Contraste racial entre gentios e
israelitas. At o captulo 12, a Bblia
descreve a raa humana como um todo.
No havia gentios nem israelitas. "Daqui
em diante, a humanidade poder ser
comparada a um grande rio que ser
purificado por um pequeno crrego,
representado pela chamada de Abrao
e a formao do povo de Israel.
Melquisedeque, tipo de Jesus
Cristo (cap. 14). Melquisedeque, rei de
Salm (14.18), nada existe de mistrio a
respeito dele. "Ele era rei semita, que
ainda ocupava Salm, antes de os
jebusitas terem-na capturado... Nunca
houve extino completa do
conhecimento de Deus no mundo e
aqui, igualmente, Deus tinha preservado
algum conhecimento sobre si mesmo, emMelquisedeque, esse homem sem
genealogia, sem pai e sem me. O
escritor aos Hebreus apresenta-o como
"semelhante ao Filho de Deus". Note que
ele foi um sacerdote do Senhor, um
homem crente e normal como qualquer
outro.A ele coube abenoar Abrao,
quando este voltava da matana dos reis
(vv. 1820), e receber dzimos:
a. Por ser Melquisedeque o primeiro
sacerdote citado na Bblia, tem sido
escolhido pelo Esprito Santo como um
tipo de Cristo - um sacerdote maior que
Aro.
b. Melquisedeque era rei e tambm
sacerdote. "Rei de Salm" (Paz) e seu
nome significa Rei da Justia (Hb 7.9; Zc
6.12,13).
c. O Salmo 110.4 diz de Cristo: "Tu
s sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque".
d. No h recordao bblica quanto
a seu pai ou a sua me. Tambm quanto
ao seu nascimento ou morte. Hebreus 7.3
descreve-o como um tipo de Cristo, o
Sacerdote eterno.
Abrao cobra a promessa (12.2).
Abrao j estava com 90 anos (17.1) E
no tinha filhos. "Far-te-ei uma grande
nao" (12.2). Nesta promessa Abrao
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esperava! Deus lhe deu uma revelaosublime quando ele "caiu sobre o seu
rosto". "E creu ele no Senhor e foi-lhe
imputado isto por justia" (15.6). Quo
maravilhosa a capacidade de crer!
Agostinho diz: "F crer naquilo que se
no v e a recompensa desta f ver o
que se cr. Um profundo sono caiusobre Abrao, durante o qual Deus lhe
revelou sobre a escravido do seu
povo, por 400 anos, com a promessa:
"... eu julgarei a gente qual serviro"
(15.12-14).
Abrao procura antecipar a
promessa (16). Persuadido por Sara,
sua mulher, e, na nsia de ver
cumprida a promessa divina na bno
de paternidade, Abrao toma Hagar,
escrava egpcia, por mulher, e esta d-
lhe um filho. Este ato antecipado de
Abrao causou muita desarmonia. O
contexto da histria comprova isto. No
obstante nos dias de Abrao fosse
praticado o concubinato e a bigamia, a
ao foi precipitada, o que lhe trouxe
amargas consequncias. Por 13 anos
ficou sem ouvir a voz do Senhor (16.16;
17.1). O captulo 17, versculo 1, revela
que Deus voltou a falar-lhe: "Anda em
minha presena" e "s perfeito". Isto ,
"No te coloques mais entre mim e o
homem, Abrao!" "Abrao o adorouhumildemente" (17.3).
Aquela ao precipitada de Abrao
tem trazido tanta luta, at nos nossos dias
(as guerras rabe-israelenses). Viver fora
do plano de Deus s traz ms
consequncias. Os rabes descendem de
Ismael, e os israelenses de Isaque.Com a mudana de nome de Abro
para Abrao, Deus estabelece um
concerto, tendo por base a circunciso
(17.7-14).
"O Concerto da Circunciso foi insti-
tudo como sinal do pacto entre Deus e
Abrao, assim como o sbado foi sinal do
pacto entre Deus e a nao israelita" (x
31.16,17).
Trs anjos aparecem a Abrao (18).
Estando Abrao em sua tenda "levantou
os olhos e olhou e eis trs vares estavam
em p diante dele" (18.2). Ele foi ao
encontro dos anjos (trs vares - v. 2) e os
chamou de "meu" Senhor (v. 3). Abrao os
trata como se fossem um s. Tratava-se
sem dvida de algo sobrenatural. Os
"vares" confirmaram que Sara teria um
filho (v. 10). O versculo 3 diz: "E disse o
Senhor a Abrao..." O versculo 22 mostra
que dois vares seguiram para Sodoma
para cumprirem uma misso, mas o
terceiro permaneceu com Abrao. A esse,
o texto chama de Senhor.
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Dois anjos vm a Sodoma, ondeestava L (19.1). O outro, que
chamado de Senhor, ficou com Abrao.
L era hospitaleiro. Entretanto os anjos
no queriam pousar em sua casa,
somente o fizeram aps instante apelo.
Faa uma anlise: Deus recusando-se a
entrar na casa de um cristo, emnossos dias, assim como aconteceu na
casa de L! - Podem os anjos de Deus
pousarem em sua casa?
L do tipo convencido, mas no
convertido, uma espcie de meio-crente.
80doma tipifica o mundo e sua
carnalidade.
Diz MacNair: "A histria de L
ensina-nos que, embora o crente
mundano consiga para si salvao, sua
famlia, porm, pode perder-se. Filhos
criados num meio corrupto, sero
corrompidos".
Isaque e Ismael como tipos (Gl
capo 4). "Ismael, nascido de carne,
tipifica as obras da Lei" (Gl 3.10)
atravs das quais jamais algum
herdar as promessas dadas por Deus
a Abrao. Isaque fruto da f. Nele foi
revelado todo o amor de Deus para co-
nosco.
Abrao provado (22). Depois
destas coisas, tentou Deus a Abrao.
Trata-se aqui, de uma prova para
fortalecimento da f, e no de umatentao para o mal. Porque "Deus no
pode ser tentado pelo mal, e a ningum
tenta" (Tg 1.13). Abrao provado at o
momento extremo: " melhor confiar em
Deus a ponto de dar crdito a aparentes
impossibilidades, do que descrer nele".
Na vida de f, o crente tem decolocar Deus sempre em primeiro lugar. A
palavra da f em seu corao era esta: ...
em Isaque ser chamada a tua semente"
(21.12b). Assim, Abrao no duvidou do
que Deus havia dito, e disse: "Deus prove-
r", esperando que Deus ressuscitasse
seu filho (Hb 11.18,19). Abrao no
duvidou e nem tampouco pediu a Deus
que tivesse misericrdia de seu filho. A
nica sada foi: "Deus prover".
Tipos simblicos em Isaque. A
submisso de Isaque um tipo perfeito da
obedincia de Cristo at a morte ("Deus
prover para si Cordeiro"). Abrao proferiu
uma palavra proftica. Era a anunciao
do Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo", o que foi confirmado em Jesus
Cristo 2.000 anos depois: "Abrao exultou
para ver o meu dia, viu e alegrou-se" (Jo
8.56). "O Carneiro travado pelas pontas"
(22.13) foi o substituto de Isaque, entre-
tanto para o Filho unignito de Deus no
houve substituto - o sacrifcio foi consu-
mado.
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Segundo casamento de Abrao(25).
"Abrao toma outra mulher"
(25.1). Esta mulher era uma concubina
(1 Cr 1.32) que lhe deu seis filhos. Sem
dvida Abrao casou-se com ela,
especialmente por ela lhe haver dado
filhos. Abrao antes de morrer deu tudoquanto tinha a Isaque (25.5) e aos seus
filhos da segunda esposa e aos das
concubinas deu "presentes" (25.6). Com
a morte de Abrao cumpriram-se as
promessas de Deus a seu respeito
(15.15). Abrao chamado "Pai dos
crentes" e "Amigo de Deus". Nada
sabemos de detalhes acerca de sua
morte, mas nele se cumpriu o que Jesus
disse: "Pelos frutos os conhecereis" (Mt
7.16). O maior testemunho dele foi dado
por Deus (Mt 22.32). O prprio Senhor
Jesus afirma que ele foi para o Cu (Lc
16.22).
A morte de Sara e de Abrao
(23.1,2; 25.7-11). Estes captulos
registram um dos mais belos
acontecimentos bblicos: O casamento de
Isaque com Rebeca (24.22-27). ...
Abrao era velho e seu desejo era ver seu
filho casado e conservar sua posio
como seu substituto dentro da prpria tri-
bo, como Patriarca, segundo a promessa
divina. Abrao temia que seu filho se ca-
sasse com uma mulher estranha" (cana-nia). O casamento de Isaque com Rebeca
o tipo ou smbolo de unio entre Cristo e
sua Igreja: a) Abrao providenciou o casa-
mento de Isaque - a Igreja tambm foi pre-
parada pelo Pai; b) o servo Eliezer, foi quem
selecionou ou separou a noiva - o Esprito
Santo chama e prepara a Igreja (1 Co6.11,12); c) a plena alegria com que Rebeca
aceitou seu noivo, mesmo sem conhec-lo,
um tipo da Igreja que, pela f, aceita Cristo,
e pela mesma f, caminha ao seu lado; d)
assim como Isaque foi ao encontro de
Rebeca, assim acontecer no arrebatamento
da Igreja (Jo 14.1-3); e) do modo como
Isaque conduziu Rebeca tenda de sua
me, dando-lhe direitos e privilgios,
como os demais membros da famlia,
tambm a Igreja de Cristo reinar em
glria com Ele (1 Co 6.2; CI 3.4). "Se
Isaque tivesse desposado uma moa
canania, quo diferente no seria a
histria de Israel. Que lio para os
moos nesta questo da escolha do
cnjuge!"
Esa, tipo de homem carnal (25.22-
34). O direito de primogenitura era
sagrado, alm de trazer muitos privilgios.
- Por que Esa o desprezou? Os direitos
da primogenitura: a) ser o cabea da
famlia; b) responder pelos aspectos
materiais e espirituais; c) ter a
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responsabilidade de edificar o altar enele adorar o Senhor com sua famlia.
A rejeio da primogenitura tipifica o
homem natural (Hb 12.16,17). Esa era
um homem sem f, por isso "desprezou
a primogenitura". Sem f impossvel
agradar a Deus. Esa, como
primognito, estava na linha direita dabno messinica (Gn 12.3). Esta
primogenitura ele a vendeu por motivos
carnais (o prato de lentilhas simboliza o
desejo da carne). O processo usado
por Jac para alcanar a bno, foi
indevido, precipitado e carnal,
entretanto, em seu desejo havia uma f
real.
Jac engana seu pai. O nome de
Jac significa "suplantador", devido
maneira em que se deu o seu
nascimento (25.26): Nasceu segurando
o calcanhar de Esa e teve em Rebeca
uma me parcial que o favorecia.
O perigo do favoritismo. O
favoritismo entre pais e filhos pode
causar a queda da unidade da famlia.
Por aquele procedimento, Rebeca
usava de parcialidade, ensinando o seu
filho a mentir ao prprio pai (27.6-10) e
contribuiu para um quadro desolador,
de dio e de vingana entre Esa e
Jac (27.41). Contudo, o direito de
primogenitura foi transferido de Esa
para Jac, quando Isaque o abenoou(28.1-4) e Deus confirmou isso na viso
da escada (28.1017): "Eu sou o Senhor, o
Deus de Abrao, teu pai, e o Deus de
Isaque".
Viso e voto de Jac (28). Fugindo
da ira de seu irmo, aps receber a
bno do pai, Jac, cansado, dorme naestrada, tomando uma pedra por
travesseiro. Sonhou com Deus, que lhe
confirma as promessas feitas a Abrao
(28.10-17). At a Jac no tinha certeza
da presena de Deus em sua vida (v. 16).
Em sua viso, via uma escada. No topo,
estava Deus. A escada seria o caminho
para Deus, o meio que ligaria o Cu
Terra (Jo 1.51). Jesus tornou-se essa
escada por onde os anjos de Deus
subiam e desciam (28.12). "Talvez Deus
tencionasse dar a entender a Jac que
sua necessidade era realmente subir at
sua presena, e que, em resposta, Ele faria
descer a sua ajuda.
O voto de Jac (20.22). 1) O Senhor
ser o meu Deus. 2) Erguerei ali um altar(Casa de Deus). 3)Serei dizimista de tudo
que o Senhor me der (vv. 21,22).
Jac em Har (caps. 29,30,31). "Tudo
o que o homem semear, isto tambm ceifa-
r" (GI 6.7). Har era a terra de seus an-
cestrais. Ali se criara sua me, Rebeca, e
dali seu av, Abrao, migrara anos antes.
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Labo era tio de Jac. Os seus vinte anosem Har foram de lutas. Ele colheu em
abundncia aquilo que semeara.
Enganado pelo tio, em lugar de
Raquel recebeu Lia (29.18-23). Para
receber a sua legtima esposa teve de
trabalhar mais sete anos. Note a desculpa
de Labo: Lia devia casar primeiroporque era a mais velha. Lembre-se que
um dia Jac tinha enganado o seu pai.
a lei da semeadura e da colheita (GI 6.7).
A famlia de Jac (30). No nos
dado compreender os desgnios de Deus,
mas certo que Deus aceitou esta famlia
como um todo. "Segundo seus propsitos,
Deus usa qualquer pessoa, at aquelas
que no pertencem ao seu rebanho, para
realizarem os seus propsitos". Segundo
Gnesis 28.15, Deus protege Jac
atravs do prprio rebanho de Labo, por
meios sobrenaturais (30.37-43).
Jac teve duas esposas e duas
concubinas. Delas nasceram-lhe doze
filhos que vieram a ser os cabeas das
doze tribos de Israel. Foi esta famlia
polgama que, apesar de contrariar os
princpios da Lei, Deus aceitou para dar
incio s doze tribos, que se tornariam a
nao messinica. "As Escrituras
Sagradas no escondem as faltas dos
santos nem ocultam as virtudes de
pessoas no-crentes. Isto mostra:
a. "Que Deus usa os sereshumanos como so, para servirem aos
seus propsitos, e, por assim dizer, faz o
melhor que pode como material com que
tem de operar".
b. Que no h garantia de que todas
as pessoas usadas por Deus sero salvas
eternamente. Algum pode ser til aosplanos divinos neste mundo, todavia, por
no corresponder ou no ter qualificaes
por causa de sua desobedincia e
transgresso, estar sujeito a julgamento,
para determinar-lhe o destino (Rm 2.12-
16). "Nenhum outro livro no mundo narra
as fraquezas dos seus herois e os fatos
que so contrrios aos ideais que deseja
promover, seno a Bblia." - "Jac quando
partira de Cana, os anjos desejaram-lhe
boa viagem (28.15). Agora que est de
regresso, os anjos lhes do boas-vindas"
(32.1,2).
Jac luta com o Anjo de Deus e
enfrenta Esa (caps. 32,33). Os captulos
32,33, registram a luta de Jac com um
anjo; luta que chega a deslocar ajuntura
da sua coxa. - Quem era esse anjo? - Era
sem dvida o anjo de Deus. Observe o
nome novo de Jac - "Israel" - aquele que
luta com Deus.
Desta anlise podemos destacar
trs pontos importantes:
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a. Jac sentiu-se em conflito comDeus e compreendeu que no estava
em tudo agradando ao seu Senhor.
b. Jac desconhecia aquele com
quem lutava, por isso quis saber o seu
nome.
c. Jac prevaleceu, no momento
em que mais que nunca sentiu a suaprpria fraqueza.
Houve, consequentemente, trs
mudanas na vida de Jac: 1) Mudana
fsica - quando o Senhor tocou em seu
corpo (coxa). 2) Mudana moral - o seu
procedimento foi completamente
mudado. 3) Mudana espiritual - seu
novo viver, confirmado ao ser-lhe
mudado o nome. No dia seguinte fez as
pazes com seu irmo. Quando o
homem se encontra com Deus, h
mudanas em toda a sua vida.
No obstante Jac ser amado de
Deus, vez por outra sentiu na sua carne
a dor e os dissabores dos seus erros.
Leia o captulo 34 e veja o que
aconteceu com Simo e Levi. "A Bblia
no oculta erros de quem quer que
seja". S um livro divino podia ser
imparcial assim. Ela tanto diz que No
achou graa diante de Deus (Gn 6.8)
como afirma que ele se embebedou
(Gn 9.21).
ltima jornada de Jac (35.1-7). Porordem divina, parte Jac para Betel, onde
ergue um altar e faz uma limpeza total dos
dolos, coisa que ele prometera fazer 20
anos antes, e at ento no havia feito.
Nascimento de Benjamim (35.16-20).
O nascimento de Benjamim ocasionou a
morte de Raquel, sua me. Raquel deu luz e chamou o filho de Benoni, "filho da
minha tristeza": Mas Jac o chamou "filho
da minha direita". Era duplamente um tipo
de Cristo. de notar que Benjamim era
especialmente honrado entre os gentios
(Gn 45.22).
A vida de Jos (cap. 37). "O teatro
da histria bblica muda agora de Cana
para o Egito, acompanhando Jos terra
onde, inconscientemente, iria preparar um
lugar para o povo que um dia possuiria
Cana os filhos de Israel - seus irmos e
seus prprios descendentes". Do captulo
37 ao captulo 50, Jos a pessoa
central. Uma das maiores narrativas da
histria do Velho Testamento a biografia
de Jos, nome que significa: "O Senhor
acrescenta". Aos 17 anos de idade, ele
surge no cenrio bblico - bom, puro,
perdoador e cheio de misericrdia. Jos
era o 11 filho de Jac, e o primognito de
Raquel. Era o filho favorito de Jac (37.3)
por isso foi distinguido com uma tnica de
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vrias cores, causando suspeita ecimes entre seus irmos.
Os sonhos de Jos (37.5-10). Os
sonhos de Jos vieram agravar a
situao entre ele e seus irmos (v.
11): ... sem malcia, mostrou-se
imprudente, contando os sonhos a
seus irmos. Entretanto, tudo faziaparte do plano divino, conforme se
conclui". Afinal, Jos foi vendido aos
ismaelitas e midianitas (37.25-28).
Assim, foi levado para o Egito e
vendido a Potifar, como escravo. Treze
anos passou Jos entre a casa de Po-
tifar e a priso. Aos trinta anos tornou-
se governador do Egito. Morreu com
110 anos.
Jud e Tamar (38). As relaes
ilcitas entre Jud e Tamar no h
necessidade de relatar. Citamos para
destacar o fato de que esta histria
serve de alerta contra o pecado e
revela os seus amargos frutos. "Se a
histria de cada homem fosse
publicada, todos teriam seus pontos
negativos". O fato mais importante
que Deus permitiu que dessa
personagem sasse a genealogia de
Jesus (Mt 1.3). De igual modo, temos o
caso de Salomo, de Rute, a moabita,
etc. (Mt 1.5,7).
Jos promove bno na casa dePotifar (39). Isto aconteceu porque Deus
estava com ele (vv. 2,3,22,23). Seu
carter foi formado e edificado no Senhor
(v. 5). O Senhor tanto o amou, como o
abenoou, e esta bno alcanou a casa
de Potifar, onde ele vivia, "porque Deus
era com ele".Jos na priso. ... e Jos era
formoso de presena e de formosura
vista" (v. 6). Sua formosura custou-lhe um
alto preo a pagar. A esposa de Potifar
tentou-o. Ele recusa-se. Ela, irada, conta
a seu marido. Potifar planeja mat-lo e ele
preso. Mas, algum tempo depois, torna-
se governador do Egito. "Em Jos temos
o retrato de um homem, no s fiel a
Deus, mas tambm fiel a seu amo. Sem
dvida ele teria sido morto, se no fosse a
mo de Deus. Na viso, ao ser chamado
para interpretar sonhos, Jos confessou
abertamente que a interpretao pertence
a Deus (40.8). Levado presena de
Fara, reconheceu que Deus utilizava
seus sonhos para revelar o futuro (31.25-
36) .
Jos feito governador (41). Jos
interpretou os sonhos e aproveitou o
momento para falar do seu Deus a Fara
(41.16). E o fez com muita segurana,
dizendo que o poder para a interpretao
dos sonhos no lhe pertencia, mas sim a
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Deus, e tudo o que tinha de ser feitonotificou a Fara (41.25b-32). Jos,
alm de interpretar os sonhos, mostrou
o meio de resolver o problema. Diante
disso, o rei disse: "Acharamos um
varo como este, em quem haja o
Esprito de Deus?" (38). Assim Jos
tornou-se Governador do Egito. Sedermos o melhor para Deus, Deus ser
glorificado em ns. Foi o que aconteceu
com Jos e acontecer tambm
conosco, se procedermos como ele
procedeu. O incidente mais tocante
nesta histria passou-se com "Jud
que, anos antes, tomara a iniciativa de
vender Jos como escravo (37.26). Ele
se ofereceu como refm de Benjamim
(44.18-24) o que em parte o redimiu do
instinto perverso demonstrado antes. A
tribo de Jud produziu Cristo".
O encontro de Jud com seus
irmos (42-45). "Jos, engrandecido no
reino, no se prevaleceu do poder para
vingar-se de seus irmos. Encontrando-
se com eles, esqueceu as injrias,
perdoou-lhes de corao, abraou-os,
levantou a voz e chorou longamente ao
pescoo deles."
Cana atingida pela fome. L
estava a famlia de Jos. Jac mandara
seus filhos ao Egito comprarem
alimento. Tudo dentro do plano divino.
A confisso de Jud (44.16-34). Estprovado, atravs da confisso de Jud, a
transformao que houve em seu corao,
bem como em seus irmos. Estavam
arrependidos das faltas cometidas no
passado. Seus coraes j no abrigavam
dio, mas arrependimento e muito amor.
Muitas vezes d-se o mesmo conosco.No nos preocupamos com o pecado do
passado que no foi perdoado e quando
esse pecado ativado, somos
constrangidos a dizer: "Na verdade somos
culpados" (42.21). E Deus ento, chega
confirmando o seu amor para conosco, ante
o nosso sincero arrependimento.
Jos reconhecido por seus irmos
(45). A famlia de Jos compunha-se de 75
pessoas (At 7.14).
Jos, ento, disse humildemente
diante de seus irmos: "Assim no fostes
vs que me enviaste para c, seno Deus"
(45.8). Confiemos no Senhor, pois estando
Ele conosco, e ns com Ele, tudo o que
possa acontecer, ou parecer derrota,
transforma-se em bno.
Vontade "permissiva" e vontade
"positiva". "O Egito nunca esteve no plano
divino para a habitao do povo escolhido, e
as visitas que ali fizeram os patriarcas
Abrao, Isaque e Jac nunca foram orde-
nados por Deus. Diz Scofield que preciso
descobrir em Deus sua vontade "permissiva"
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e sua vontade "positiva", conformeGnesis 46.1-4. A famlia de Jac estava
dividida, e parte dela se encontrava no
Egito, razo por que o Senhor permitiu
que Jac seguisse para l. Deus sempre
protege o seu povo, embora no esteja
ele no lugar onde devia estar. Exemplo:
Quando Israel escolheu um rei; quandovoltou a Cades-Barnia; quando enviou
os espias, etc. No preciso dizer que a
vontade permissiva de Deus nunca se
estende ao que impuro e pecaminoso.
A maior bno possvel est sempre
no caminho da "sua vontade positiva.
Jac abenoa seus filhos e morre
(4850). Nos ltimos dias de vida, Jac
abenoou os seus filhos, e os filhos de
Jos. S que sua mo direita recaiu
sobre a cabea do mais moo, Efraim; e
a sua mo esquerda sobre o mais
velho, Manasss. ( importante ler
48.17-22.) No era simplesmente a
vontade de Jac, mas a vontade de
Deus.
Aps abenoar seus filhos, Jac
morreu. Foi sepultado na cova de
Macpela que fora comprada dos filhos
de Hete. Seu corpo foi embalsamado
pelos mdicos egpcios. Note a
expresso: "Foi congregado ao seu
povo" (49.33).
O captulo 49 proftico. Cadabno de Jac sobre seus filhos
correspondia a uma profecia a respeito do
futuro de cada um. Entretanto, h uma
distino sobre Jud: no obstante seus
atos negativos, ele recebeu supremacia
sobre seus irmos: "Os filhos de teu pai a
ti se inclinaro." Coube-lhe aprimogenitura, e como tal, teria de dar ao
mundo o Messias.
Nota - H muitas interpretaes
judaicas ou gentias, sobre a palavra "Sil"
(v. 10), e todas elas concordam que se
refere a Cristo.
Jos, tipo de Cristo. Para conhecer
algo sobre Jos, dependemos inteiramente
da Bblia. Por ela sabemos que ele alcanou
uma posio elevada no reino egpcio.
Entrou no Egito como escravo e tornou-se
primeiro ministro, graas sua habilidade e
interpretao dos misteriosos sonhos de
Fara.
Vendido pelos seus irmos, Deus
permitiu que Jos fosse revendido no Egito,
a fim de preservar Israel (45.7,8; 50.20).
Jos entrou no Egito com a idade de 17
anos (37.2) e viveu ali 93 anos (50.26). Seu
corpo foi embalsamado e, 400 anos depois,
levado para Cana (x 13.1-19).
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2 XODO
INTRODUO
xodo o segundo livro da Bblia e
significa sada. Enquanto Gnesis
registra em seus ltimos captulos o
estabelecimento das tribos de Israel noEgito, a morte de Jac, e a morte de Jos,
o livro de xodo descreve a sada do
povo hebreu do Egito, mostrando como
Deus tirou os filhos de Israel da
escravido; relata a histria da redeno
pelo sangue (12.13) e a entrega da Lei
comunidade."As narrativas de Gnesis e xodo
esto ligadas entre si pela conjuno 'e',
isto , a histria do povo hebreu tem
continuidade, e assim vai se
processando de um para outro livro do
Pentateuco."
A Bblia hebraica chama este
livro de "shomot", que significa nomes,
pois o livro comea relacionando os
nomes dos filhos de Israel. A
Septuaginta chama-o de xodo - Sada.
AUTOR
Moiss foi o seu autor. E tudo
indica que o escreveu no deserto,
durante a peregrinao, mais ou menos
em 1688 a.C. H quem afirme que foi
escrito depois do acidente de Cades-Barnia, no ano 39 da jornada.
ESFERA DE AO
Os acontecimentos registrados em
xodo abrangem um perodo de 216
anos, de 1706 a 1490 a.C., isto , da
morte de Jos construo do
Tabernculo (1.6; 40.1-38).Nota - Entre o Gnesis e o xodo
h um intervalo de quase 300 anos, da
morte de Jos ao nascimento de Moiss,
ou um total de 430 anos da migrao de
Jac para o Egito ao xodo (12.40,41).
Nesse intervalo, os israelitas aumentaram
excessivamente (1.7). Morrendo Jos,
uma mudana de dinastia levou o povo de
Israel condio de escravos, sendo o
trabalho deles de muito proveito para os
faras. No tempo do xodo, havia
seiscentos mil homens, maiores de 20
anos, alm das mulheres e crianas (Nm
1.46), o que dava um total aproximado de
3.000.000. Para 70 pessoas alcanarem
este total em 430 anos, era necessrio
que o nmero se multiplicasse cada 25
anos mais ou menos, o que foi fcil (M.
Bblico de Halley). Ali moravam,
cultivavam o solo, criavam rebanhos e
multiplicavam-se maravilhosamente (v. 7).
DIVISO
1. Opresso (1-12.36)
2. Libertao (12.37-18)
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3. dada a Lei ou Concerto (19-40)
1. OPRESSO (1-12.36)
1.1. A estada no Egito (1.1-2.24).
Quando Jac e seus filhos desceram ao
Egito, foi-lhes designada uma "reserva
especial" para morarem. Foram
enviados para uma provncia frtil noDelta do Nilo, chamada Gsen (Gn
47.6). Calcula-se que isto ocorreu
durante o perodo dos Hicsos.
Nota - "Os hicsos ou reis
pastores, da linhagem semtica,
conquistadores vindos da sia,
parentes prximos dos hebreus,
assediaram o Egito pelo norte e se
uniram aos governos do Egito e da
Sria. Apepi 11, cerca de 1700 a.C. da
16 dinastia, segundo se pensa, foi o
Fara que recebeu Jos. Enquanto os
hicsos governaram, os israelitas foram
favorecidos no pas. Quando porm
foram expulsos pela 18 dinastia, a
atitude do governo egpcio mudou"
(Manual Bblico de Halley).
A estada dos hebreus no Egito
viria a ser longa. Este pas era a
primeira potncia no mundo de ento, e
as artes, a literatura, a arquitetura e a
indstria, eram evoludas para a poca.
Ali os israelitas aprenderam artes e
ofcios, que viriam a ser teis na
construo do Tabernculo, eposteriormente na construo do templo
de Salomo e do seu palcio. Depois os
hicsos perderam o poder, e a situao dos
israelitas mudou completamente. Eram
tratados como uma minoria subversiva,
uma ameaa estabilidade poltica do
pas.1.2. Sob ojugo da escravido (cap. 1)
"Depois levantou-se um rei... que no
conhecera Jos" (8). Trata-se de um rei da
18 dinastia. A grandeza do povo de Israel
os amedrontava, e provavelmente foi esta
a razo que os levou a baixarem trs
decretos: Primeiro - Sujeitava os hebreus a
trabalhos forados (os israelitas eram em
maior nmero). Mas, tanto mais os afligia,
tanto mais se multiplicavam, de maneira
que os egpcios se enfadavam por causa
dos filhos de Israel (v. 12). Segundo (vv.
15,16) - Todos os meninos seriam
estrangulados ao nascer. Entretanto as
parteiras se negaram a executar esta
ordem, ainda que fosse do rei. - Por qu?
- Elas eram tementes a Deus.
"Provavelmente elas (as parteiras) eram
hebrias, pois temiam a Deus"
(Davidson). Terceiro (v. 22) - Todos os
meninos recm-nascidos, filhos de
hebreus, seriam atirados ao Nilo. Foi
justamente a que Deus veio em socorro
dos hebreus, com o nascimento de
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Moiss. Com este decreto surgiu aprovidncia de Deus: uma destacada
personagem hebria estaria na corte
egpcia - era uma grande expectativa
para os hebreus. "Daqui em diante a
histria do povo hebreu deixa de ser
geral para ser pessoal; deixa de ser
sobre uma famlia, para ser sobre umapessoa". Moiss estava dentro dos
planos de Deus, seno no teria
escapado morte. Seu pai chamava-
se Anro e sua me Joquebede; era da
tribo de Levi (2.1; Nm 26.59). Moiss
foi preservado por providncia divina e
salvo das guas, foi educado por sua
me. J menino, sua me o entregou
princesa, a qual o educou em toda a
sabedoria dos egpcios (At 7.22).
"Assim, teria ele aos doze anos,
entrado para uma escola superior,
onde aprenderia cincias, artes,
lnguas e matemtica".
A vida de Moiss dividida em
quatro partes de quarenta anos cada
uma. 40 anos no Egito (At 7.23); 40
anos no deserto (At 7.30); 40 anos
conduzindo o povo terra prometida
(Dt 34.7).
a. 40 anos no palcio - Nesse
perodo recebeu a mais rica e fina
educao que o Egito podia fornecer;
no obstante, a cultura no pde tirar
do seu corao a f que recebera em suainfncia atravs de sua me, nem virar-lhe
a cabea para correntes filosficas e
mudar a sua esperana.
b. 40 anos no deserto - Esse perodo
serviu para seu adestramento, a fim de
enfrentar a oposio e a austeridade, o
que dificilmente conseguiria se estivesseno palcio. Alm disso, familiarizou-se
com a regio por onde, anos depois, teria
de conduzir Israel terra prometida.
c. 40 anos peregrinando para a terra
prometida (Dt 34.7) - Estes trs perodos
da vida de Moiss podem ser assim
analisados:
"Nos primeiros 40 anos, na corte de
Fara, Moiss aprendeu a ser algum,
uma pessoa instruda em toda a cincia
do Egito. Nos 40 anos seguintes, no
deserto de Midi, ele aprendeu que no
era ningum. Mesmo quando Jeov o quis
usar em sua obra, Moiss recusou-se
(3.11; 4.10). Ns 40 anos finais,
reconheceu que Deus tudo e suficiente
para salvar uma nao inteira. Foi neste
perodo que Moiss entregou-se
completamente ao servio de Deus"
(MacNair).
d. Moiss foge do Egito (2.11-12) -
Os motivos da fuga. "Moiss, sendo j
grande, recusou-se a ser chamado filho da
filha de Fara." Moiss renunciou a um
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trono que por direito lhe caberia. Elesabia quanto seus irmos estavam
sofrendo, e sabia tambm que eles
deviam sair do Egito para possuir a
terra prometida. "Sendo Moiss j
grande, saiu a seus irmos, atentou
para as suas cargas" (2.11). "Sendo j
grande". Isto quer dizer que, tendoterminado o seu preparo, devia decidir-
se por um caminho que o conduzisse a
um lugar determinado na vida.
Indignado por ver um egpcio maltratar
um varo hebreu (seu compatriota),
correu em defesa deste, matando o
egpcio. Assim "Moiss fugiu de diante
de Fara" (v. 15). Fugindo, Moiss foi
parar em casa de um bom sacerdote
chamado Jetro, na terra de Midi, na
Arbia, a leste do atual golfo de caba,
onde encontrou asilo e permaneceu por
quarenta anos. Neste tempo, casou-se
com uma midianita chamada Zpora,
filha de Jetro (v. 21) tambm chamado
Reuel (v. 18). "Os midianitas
descendiam de Abrao, da parte de
Cetura (Gn 25.2) e deviam possuir
tradio acerca do Deus de Abrao.
1.3. Morre o rei do Egito e surge
um libertador(2.23-25; 3.1,2).
Quarenta anos eram decorridos
desde a fuga do Egito. Agora o rei havia
morrido (2.23). Moiss, apreensivo
quanto sorte de seus irmos queestavam no Egito, meditou sobre como
deveria ajud-los. Junto ao monte Horebe
(Sinai), ele recebeu a chamada atravs de
uma voz que falava dum arbusto que
ardia e no se consumia. Viso
maravilhosa! Curioso, Moiss dirigiu-se
para o lugar onde a sara ardia. Em 3.2diz que o anjo de Jeov apareceu-lhe e no
versculo 4, que, vendo o Senhor que
Moiss se virava para l, bradou Deus.
Aqui se manifesta a Trindade divina: 1. O
anjo do Senhor Jeov. 2. O Senhor. 3.
Deus. "O anjo do Senhor o Senhor
Jesus Cristo no estado de pr-
encarnao; Jeov o nome prprio da
Divindade, o Ser Eterno". "Vendo Deus
que Moiss se encaminhava ao lugar da
manifestao, dirigiu-lhe a palavra: -
Moiss, Moiss! Moiss respondeu, e,
depois de ouvir a recomendao de que
deveria tirar o calado por ser santo
aquele lugar, recebeu a comisso. Muita
gente precisa aprender a ser reverente
nos lugares onde se invoca a Deus".
Deus se apresenta como o Deus de
Abrao, de Isaque e de Jac (3.6), isto ,
o Deus que esses patriarcas adoravam.
Os que pensam que depois da morte
cessa tudo, devem ler esta passagem.
Deus no Deus de mortos (Mt 22.32).
Abrao, Isaque e Jac, que h longos
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anos haviam desaparecido, estavamvivos. Disse Deus: "Tenho visto a
aflio do meu povo... desci para livr-
los" (3.7,8). "A linguagem antropo-
mrfica, como vemos muitas vezes em
Gnesis. Como se Deus tivesse visto a
desgraa do povo e agora descesse do
Cu para livr-lo, quando Ele est emtoda parte, em todo tempo, vendo tudo
a cada instante". Naquele momento de
contemplao e reverncia, Deus falou
a Moiss e o chamou, dizendo: "Vem
agora, pois eu te enviarei a Fara, para
que tires o meu povo do Egito" (v. 10).
Moiss se sentiu incapaz para o
cumprimento da misso: - "Quem sou
eu?" O Senhor est pronto a usar
aquele que humildemente se coloca em
suas mos. "Certamente eu serei
contigo", diz o Senhor. "Sou o que sou."
"Esta expresso a repetio do verbo
ser na primeira pessoa do singular,
modo indicativo. Assim o nome Jeov,
conforme outra soletrao, YEHYEH, ou
JAVEH, vem do mesmo verbo ser na
lngua hebraica, denotando o que , o
que existe, o que por si mesmo" (A.
Mesquita).
1.4. A chamada de Moiss
Juntamente com seu irmo, Aro,
apresentou-se Moiss perante Fara e
pediu que o povo fosse libertado. Diante
da recusa, pesadas pragas vieram sobre oEgito: 1) gua tornada em sangue (7.14-
25); 2) rs (8.1-16); 3) piolhos (8.16-19); 4)
moscas (8.20-32); 5) peste nos animais
(9.1-7); 6) lceras (9.8-12); 7) saraiva
(9.13-15); 8) gafanhotos (10.1-20); 9) e
trevas (10.21-29).
Como estas nove pragas noconvenceram Fara a libertar o povo
hebreu, veio a dcima e a mais punitiva -
a morte de todos os primognitos. Para
escapar desta praga, todo israelita deveria
matar um cordeiro e aspergir o seu
sangue nos umbrais da porta de sua casa,
e no sair fora at a meia-noite, e estar
preparado para partir logo a seguir. A
noite que mataram o cordeiro pascal foi a
ltima noite que passaram como
escravos. Esse castigo foi to esmagador
que Fara cedeu, ao ver que todos os
primognitos do Egito, inclusive os dos
animais e ainda o seu filho "que se
sentava em seu trono" (12.29) haviam
sido mortos. Em todos os lugares havia
morte! O rei mandou, naquela mesma
hora, chamar Moiss e Aro e ordenou
que fossem embora e levassem todos os
seus pertences.
As pragas que se sucederam
durante um perodo relativamente curto,
demonstraram o poder do Deus de Israel,
no somente para Fara e para os
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egpcios, mas tambm, para osisraelitas. Deus permitiu que Fara
vivesse, tendo-o dotado de capacidade
de resistir s promessas divinas. (Veja
xodo 9.16.) O propsito das pragas - o
que claramente revelado em xodo
9.16 - era o de mostrar o poder de
Deus em favor de Israel" (Hist. Israel -Samuel J. Schultz).
A Pscoa foi ordenada e
praticada antes da morte dos
primognitos. No poderia ser de outra
maneira. O captulo 12 registra a maior
solenidade festiva dos israelitas, a
Pscoa. "Sua instituio antes da
morte dos primognitos tinha razo de
ser, porque, ao ser visitada a terra pelo
anjo exterminador, seriam visitadas
todas as casas em que no houvesse o
sangue do cordeiro. O vocbulo
'pscoa' significa em hebraico passar
alm ou passar por cima. O anjo
passaria alm e no faria mal algum".
A Pscoa, alm de ser
comemorativa, era tambm
representativa. Representava a
redeno e a santificao. (Leia
12.26,27.) A "morte do Cordeiro", no
somente salvou o homem da morte,
mas tambm deu origem a uma vida
nova.
Examinemos os diversos elementosdesta festa e seu significado:
a. O tempo - Dia determinado, 14 de
Abibe ou Nis que corresponde ao ms
de abril. Por sete dias no comeriam po
levedado.
b. Um cordeiro para cada famlia - No
caso de uma famlia ser pequena, deveriajuntar-se a outra. No podia a carne ser
levada para fora de casa ou guardada.
Havendo sobra, seria queimada. No
poderia ser cozida nem comida crua, mas
assada ao fogo.
c. Pes asmos (sem fermento) - Os
israelitas, ao sarem apressadamente, no
teriam tempo de esperar o po ser leveda-
do: levaram consigo o fermento e as
amassadeiras (12.34). S poderiam cozer
o po em peregrinao. Por outro lado, a
fermentao produz corrupo (estado de
decomposio). Onde Deus est, no
pode haver imundcie ou corrupo. O
tempero por excelncia era ervas
amargas (v. 8). "Alm de dar melhor sabor
carne adocicada do cordeiro, lembrava
a opresso do Egito". O cordeiro seria
macho: a fmea no servia neste caso.
Isto prova que no plano da salvao no
existe medianeira.
A festa da Pscoa um tipo de
Cristo como nosso Redentor (1 Co 9.23-
27). "O cordeiro era um prottipo do
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'Cordeiro de Deus' que tira o pecado domundo. Como figura que era, no podia
ser cego, coxo, aleijado, ou ter qualquer
defeito".
Isso tornou-se em memorial para
todas as geraes. Toda vez que a
famlia ou a nao celebrava esta festa,
seria mencionada pelos pais aos filhosa libertao por Deus da servido
egpcia. Aos hebreus era impossvel ver
o Calvrio na Pscoa do Egito, mas
para ns esta Pscoa fala dele bem
claramente. A Pscoa dos hebreus foi o
centro e a circunferncia da sua vida
religiosa e social; a nossa Pscoa, que
Cristo, deve ser tambm o centro de
nossa vida. S podemos entender a
Pscoa, entendendo tambm a obra de
Cristo.
2. LIBERTAO (12.
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