ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XX Nº 227 out/Nov 2013
Bahia
ApostA nAspequenAsindústriAsSistema Fieb articula ações para fortalecer o papel das micro, pequenas e médias empresas
Fortalecendo o elo mais frágil da cadeiaAs micro, pequenas e médias empresas, sintetizadas na sigla
MPME, reúnem o maior contigente de unidades produtivas, mas
também formam o elo mais frágil do sistema industrial se não
são devidamente assistidas. Elas estão na base da cadeia, dando
sustentação às atividades dos grandes empreendimentos, reali-
zando atividades complementares essenciais e indispensáveis a
um sistema econômico dinâmico e competitivo. Apesar da sua
importância, poucas são as políticas que identificam a necessi-
dade de estruturar este setor da atividade empreendedora, o que
tem sido suprido pelo trabalho de instituições como o Sistema
FIEB, por meio das diversas entidades que o compõem.
A questão é oferecer às MPME a oportunidade de se desenvol-
ver, provendo-as de instrumentos para dotá-las dos requisitos
necessários para que se tornem mais competitivas. E quando se
trata de competitividade, vem à luz uma outra palavra-chave:
inovação, o grande desafio de quem empreende nas sociedades
contemporâneas.
Aliar competitividade e inovação tem sido o trabalho incan-
sável dos gestores e técnicos do Sistema FIEB, com seus braços
operacionais, ou seja, o Serviço Nacional da Indústria (SENAI),
o Serviço Social da Indústria (SESI), o Instituto Euvaldo Lodi
(IEL), a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) e o
Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB).
Uma das ações para levar cada vez mais longe os serviços das
instituições que compõem o Sistema FIEB tem sido o Programa
de Interiorização, que acabou de chegar à região Norte, para re-
forçar as ações voltadas para os 25 municípios da região de Jua-
zeiro. Mas este trabalho envolve uma ação contínua, no contato
diário com as representações sindicais patronais e as empresas
associadas, a cargo da FIEB; no atendimento ao trabalhador da
indústria na promoção de atividades de prevenção em seguran-
ça e saúde no trabalho (SST), ou de educação, lazer e cultura,
missão do SESI. Ou ainda, nas atividades desenvolvidas pelo
SENAI, que vem ampliando suas competências, oferecendo um
portfólio de serviços e soluções tecnológicas, além de assegurar
formação e capacitação de técnicos especializados voltados para
o segmento. Para o SENAI, a palavra-chave tem sido capilarida-
de e expansão dos serviços.
O Sistema FIEB caminha para atuar de forma integrada e
complementar, alinhando as competências de cada uma de suas
casas e associando-se a instituições parceiras, visando não ape-
nas oferecer serviços, como também viabilizá-los, assegurando
subsídios financeiros que atendem, especialmente às PME.
editoriAL
Apesar da sua importância, poucas são as políticas públicas que identificam a necessidade de estruturar as pequenas e médias empresas, o que tem sido suprido pelo trabalho de instituições como o Sistema FIEB, por meio de suas diversas entidades
Trabalhadora de uma pequena
indústria de roupas instalada
em Salvador, atendida pelo
Sistema FIEB
RAFAEl MARtInS/SIStEMA FIEB
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação
e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da
indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de
ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da
cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,
PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-
triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-
trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS
no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /
Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro
de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS
indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria
da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-
caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da
indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-
coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de
mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,
SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS
e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-
to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e
itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,
[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,
BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]
fiEBPrESIdEnTE José de Freitas Mascarenhas. 1º VIcE-
PrESIdEnTE: Victor Fernando Ollero Ventin. VIcE-
PrESIdEnTES Carlos Gilberto Cavalcante Farias;
Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio;
Vicente Mário Visco Mattos. dIrETorES TITularES Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-
ban; André Régis Andrade; Carlos Henrique Jorge
Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-
tharino Gordilho; Josair Santos Bastos; leovegildo
Oliveira De Souza; luiz Antonio de Oliveira; Manuel
Ventin Ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; Re-
ginaldo Rossi; Sérgio Pedreira de Oliveira Souza;
Wilson Galvão Andrade. dIrETorES SuPlEnTES Adal-
berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves
Portela Júnior; Carlos Alberto Matos Vieira lima;
Juan José Rosário lorenzo; Marcos Galindo Pereira
lopes; Mário Augusto Rocha Pithon; noêmia Pinto
de Almeida Daltro; Paulo José Cintra Santos; Ricar-
do de Agostini lagoeiro
conSElhoSconSElho dE EconomIa E dESEnVolVImEnTo InduS-
TrIal Antônio Sérgio Alípio; conSElho dE aSSun-
ToS FIScaIS E TrIBuTárIoS Cláudio Murilo Micheli
Xavier; conSElho dE comércIo ExTErIor Reinaldo
Dantas Sampaio; conSElho da mIcro E PEquEna
EmPrESa InduSTrIal Paulo José Cintra Santos; con-
SElho dE InFraESTruTura Marcos Galindo Pereira
lopes; conSElho dE mEIo amBIEnTE Irundi Sampaio
Edelweiss; comITê dE PETrólEo E GáS Eduardo Ra-
ppel; conSElho dE InoVação E TEcnoloGIa José
luís Gonçalves de Almeida; conSElho dE rESPon-
SaBIlIdadE SocIal EmPrESarIal Marconi Andraos
Oliveira; conSElho dE rElaçõES TraBalhISTaS Homero Ruben Rocha Arandas; comITê dE PorToS Reinaldo Dantas Sampaio comITê dE JoVEnS lIdE-
rançaS InduSTrIaIS Eduardo Faria Daltro
Editada pela Superintendência
de Comunicação Institucional
do Sistema Fieb
conSElho EdITorIal Irundi Ede-
lweiss, Adriana Mira, Cleber Borges
e Patrícia Moreira. coordEnação
EdITorIal Cleber Borges. EdITora
Patrícia Moreira. rEPorTaGEm Pa-
trícia Moreira, Carolina Mendonça,
Marta Erhardt, Rafael Pereira. Pro-
JETo GráFIco E dIaGramação Ana
Clélia Rebouças. FoToGraFIa Rafael
Martins. IluSTração E InFoGraFIa Bamboo Editora.
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do ESTado da BahIaRua Edístio Pondé, 342 –
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Filiada à
BahiaciEBdIrETor-PrESIdEnTE José de Freitas Mascarenhas.
VIcE-PrESIdEnTES José Carlos Boulhosa Baqueiro;
Irundi Sampaio Edelweiss; Carlos Antônio Borges
Cohim Silva. dIrETorES TITularES Clovis torres Ju-
nior; Fernando Elias Salamoni Cassis; João de tei-
ve e Argollo; João Ricardo Aquino; luís Fernando
Galvão de Almeida; luiz Antunes Athayde Andrade
nery; Marconi Andraos Oliveira; Roberto Fiamen-
ghi; Rogelio Golfarb; Ronaldo Marquez Alcântara;
dIrETorES SuPlEnTES Davidson de Magalhães San-
tos; Erwin Reis Coelho de Araujo; Givaldo Alves
Sobrinho; Heitor Morais lima; Jorge Robledo de
Oliveira Chiachio; José luiz Poças leitão Filho;
Mauricio lassmann dIrETor rEGIonal oESTE Pedro
Ovídio tassi dIrETor rEGIonal FEIra dE SanTana João Baptista Ferreira dIrETor rEGIonal SudoESTE
Silvio Vittorio Corradi Saavedra
SESi
PrESIdEnTE do conSElho E dIrETor rEGIonal
José de Freitas Mascarenhas. SuPErInTEndEnTE José Wagner Fernandes
SEnaiPrESIdEnTE do conSElho José de Freitas
Mascarenhas. dIrETor rEGIonal: leone Peter Andrade
iElPrESIdEnTE do conSElho E dIrETor rEGIonal
José de Freitas Mascarenhas. SuPErInTEndEnTE Armando da Costa neto
dIrETor ExEcuTIVo do SISTEma FIEB leone Peter Andrade (interino)
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cIEB - cEnTro daS IndÚSTrIaS do ESTado da BahIa
Sede: (71) 3343-1214
sistema fieb nas mídias sociais
Relatório sintetiza
principais ações
sustentáveis
realizadas pelo
Sistema FIEB
compromisso social
Gefferson Vila
Nova, professor
do SENAI, foi um
dos destaques do
evento
prata da casa no Bahia moda
Sistema FIEB reforça ações de apoio à
atividade empresarial na região de
Juazeiro e anuncia como prioridade a
construção de uma Unidade Integrada
no município
região norte receBe o programa de interiorização
Equipamentos vão ser instalados no
SENAI Cimatec e permitirão estudos
avançados em computação de alto
desempenho, visando os desafios do
pré-sal e novas tecnologias
senai ganha dois supercomputadores
Sistema FIEB
consolida ações
para reforçar
atendimento às
micro, pequenas e
médias empresas
da Bahia
Foco nas mpme
sumário out/nov 2013
22
reginaldo
mendes, gerente
da Fábrica de
Biscoitos Tupy
25
14
6 12
FOtOS RAFAEl MARtInS/SIStEMA FIEB
RAFA
El M
ARtI
nS/S
IStE
MA F
IEB
6 Bahia Indústria
por Rafael PeReiRa Foto Rafael MaRtins
o computador mais rápido
da América Latina e um
segundo, também de
alta performance, estão
sendo montados no SENAI Cima-
tec. Eles integrarão o Centro de
Supercomputação para Inovação
Industrial e introduzirão a Bahia
no universo das pesquisas em
computação de alto desempenho
(HPC, na sigla em inglês).
A companhia de óleo e gás BG
Brasil é parceira no projeto de
implantação de um deles, o mais
potente, que foi submetido à apro-
vação da Agência Nacional do Pe-
tróleo, Gás Natural e Biocombus-
tíveis (ANP) e deve receber inves-
timento total de US$ 32 milhões.
Com ele, será desenvolvido um
centro de excelência em image-
amento sísmico e modelagem de
nível internacional, contribuindo
para o desenvolvimento de estu-
dos em campos complexos de óleo
e gás, como os do pré-sal.
O outro supercomputador é vol-
tado à biomedicina, energia eólica,
SEnAI Cimatec recebe dois supercomputadores e ganha Instituto de Robótica, colocando a Bahia em um novo patamar no desenvolvimento de pesquisas
O presidente da FIEB, José Mas-
carenhas, explicou que o instituto
terá duas vertentes de atuação.
“Buscar soluções para tarefas
complexas da indústria, incluindo
desenvolver, no prazo de quatro
anos, o primeiro veículo suba-
quático autônomo (inteligente),
projetado e fabricado no Brasil, a
ser utilizado na área de petróleo e
gás; e desenvolver pesquisas que
irão expandir o conhecimento em
robótica e inteligência artificial no
país. Nossa meta é, em dez anos,
estar no top 10 dos institutos do
gênero no mundo”, adiantou.
As áreas do conhecimento que
mais se beneficiarão com o ins-
tituto, neste primeiro momento,
são agroindústria, automotiva,
energia, mineração, petróleo e gás
e saúde. Os recursos para implan-
tação do BIR são de R$ 18 milhões,
do orçamento para estruturação
do Instituto SENAI de Inovação
SEnAI terá doiscomputadores dealto desempenho
leone Peter,
diretor do
SEnaI, com
nelson Silva,
presidente da
BG Brasil, e o
ex-governador
roberto Santos
robótica e processamento de ima-
gens. Com ele, será possível de-
senvolver competências nas mais
modernas técnicas de modelagem
computacional. Diversas áreas
se beneficiarão, como a indústria
automobilística, a eletrônica com-
putacional e a indústria farmacêu-
tica, que pesquisará formulações
químicas de novos produtos. O
Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI), o SENAI Nacional
e local e o Governo da Bahia são
parceiros nas duas frentes.
RoBóticaO SENAI Cimatec também tem
como meta tornar-se referência na
América Latina em inteligência
artificial e em pesquisa na área de
robótica. Para isso, está criando
o Instituto Brasileiro de Robótica
(BIR). Voltado para o desenvolvi-
mento de projetos de robôs para a
indústria, o instituto buscará so-
luções que aumentem a competiti-
vidade das empresas e promovam
pesquisas de ponta na área.
Bahia Indústria 7
em Automação. O projeto conta
com a parceria do Centro de Pes-
quisa Alemão para Inteligência
Artificial (DFKI). Para o diretor do
DFKI, Frank Kirchner, o BIR vai
criar um ambiente favorável para
pesquisas relacionadas ao tema.
PaRcERia coM a iNtELOutra ação envolvendo o SENAI
Cimatec foi a assinatura, no dia 11
de novembro, com a Intel, de um
Protocolo de Intenções na área de
tecnologia. O presidente da FIEB
explicou, inclusive, que a parceria
vai fortalecer o Polo de Informáti-
ca de Ilhéus. Quatro áreas de atu-
ação estão abarcadas neste proto-
colo: computação de alto desem-
penho (HPC), desenvolvimento de
plataformas abertas de hardware,
desenvolvimento de software e
soluções inovadoras para atender
à indústria local. A Intel montou
um laboratório dentro do SENAI
para realização de cursos de espe-
cialização na área de desenvolvi-
mento de programas.
O presidente da Intel Brasil,
Fernando Martins, contou que a
escolha do SENAI Cimatec é re-
sultado de uma longa procura.
“Fizemos uma pesquisa por anos,
buscando instituições com espí-
rito empreendedor e competência
técnica. O SENAI Cimatec se en-
quadrou perfeitamente”, elogiou.
Escolhido como um dos três
centros Intel Parallel Computing
Center (IPCC) no Brasil, o Cimatec
receberá investimentos diretos da
Intel em bolsas de pesquisas PHD.
A instituição foi selecionada co-
mo uma das mil universidades do
mundo credenciadas para integrar
o projeto Galileo, que é o primeiro
produto de uma nova família de
processadores Intel compatíveis
com as placas de desenvolvimento
Arduino.
O coordenador do Centro de
Supercomputação para Inovação
Industrial do SENAI, Adhvan Novaes Furtado, explica
com detalhes como os dois
supercomputadores vão auxiliar
as pesquisas avançadas na Bahia
Para que servirão estes computa-
dores?
Estes computadores farão parte de
um laboratório de computação de
alto desempenho e serão utiliza-
dos para executar programas que
demandem alta capacidade de
processamento, memória e comu-
nicação. Em geral, estas máquinas
atuam simulando modelos cientí-
ficos complexos.
quem será beneficiado?
Comunidade acadêmica, indústria
e sociedade em geral, pois o Cen-
tro de Supercomputação e Inova-
ção Industrial atuará em três fren-
tes: Pesquisa e Desenvolvimento,
Serviços Tecnológicos e Forma-
ção. Existem duas linhas de pes-
quisa já definidas para o centro:
Imageamento Sísmico Avançado e
Otimização de algoritmos para de-
mandas empresariais. Um poder
computacional desta magnitude
precisa ser disponibilizado para
nossa comunidade acadêmica e
o centro estará preparado para
atender às demandas dos grupos
de pesquisas interessados. No que
diz respeito à prestação de servi-
ços, existe uma carência muito
“A Bahia ganhou um centro de referência estratégico”
8 Bahia Indústria
“um dos diferenciais da proposta do centro de supercomputação é facilitar o acesso a empresas de pequeno e médio porte
grande por serviços de engenharia
assistida por computador, em es-
pecial, para desenhos complexos.
Um dos principais objetivos deste
centro é oferecer para a indústria
brasileira um serviço de qualida-
de em modelagem computacional
que permita, ao mesmo tempo,
acelerar o processo de desenho
e prototipagem de produtos e re-
duzir custos. Alinhada com estas
ações está a formação de recursos
humanos em computação de al-
to desempenho, desde técnicos,
administradores de sistemas até
mestres e doutores.
E de que forma os computadores
estarão disponíveis para uso da
comunidade?
Através dos grupos de pesqui-
sas e dos projetos das empresas.
Mais do que dois computadores
de grande porte, o que está sendo
desenvolvido na Bahia é um cen-
tro de referência em uma das áre-
as mais estratégicas para o avanço
técnico-científico nacional. Este
centro atuará para a comunidade
acadêmica, para a indústria e for-
mando pessoas para a sociedade.
Para a indústria baiana, qual o di-
ferencial que estas máquinas tra-
rão em termos de competitividade
e inovação?
Por estar localizado na Bahia e em
um centro como o SENAI Cimatec,
que tem forte relacionamento com
a indústria baiana, os ganhos pa-
ra o ecossistema empresarial local
são diretos. Poderão ser desen-
volvidos projetos que permitirão
implementar inovações tecnoló-
gicas, aumentar a produtivida-
de e reduzir custos associados à
produção. A formação de recursos
humanos será outro diferencial.
Grande parte das pessoas qualifi-
cadas deve ser absorvida localmente. Outro ponto de
destaque é a capacidade que um equipamento deste
porte possui de facilitar a criação de inovações dis-
ruptivas, ou seja, inventos capazes de gerar grandes
evoluções tecnológicas. O centro possui uma incuba-
dora de empresas que abrigará as empresas nascen-
tes que explorarão os conhecimentos gerados pelos
pesquisadores e os transformarão em produtos de
mercado.
quais as áreas que mais farão uso das máquinas?
Em geral, as áreas mais demandantes de supercompu-
tação são a indústria de manufatura, biotecnologia,
energia e aeroespacial. Embora
disponível para todas as áreas do
conhecimento, o centro de super-
computação do SENAI Cimatec
possuirá uma linha específica de
pesquisa e formação de pessoas
em tecnologias para exploração e
produção de petróleo e gás natural.
Na Bahia, há um grande parque
industrial, potencial usuário desta
tecnologia. A cadeia de produção
de energia eólica, a indústria auto-
motiva e petroquímica também po-
dem se beneficiar de um centro de
computação de alto desempenho.
as pequenas e médias empresas
poderão se beneficiar?
Um dos diferenciais da proposta
deste centro é justamente facilitar
o acesso a empresas de pequeno e
médio porte. A utilização de sof-
twares de modelagem computa-
cional em geral é custosa, deman-
da conhecimento especializado e
muito tempo de desenvolvimento.
O centro de supercomputação,
com sua capacidade de escala,
adquirirá os principais softwares
e ofertará às empresas soluções
adequadas à sua realidade fi-
nanceira. Outra forma de apoio à
inovação às PME está relacionada
aos projetos Embrapii. O SENAI
Cimatec é parte da empresa bra-
sileira de pesquisa e inovação in-
dustrial e pode subsidiar projetos
de inovação. Um terço do inves-
timento necessário ao projeto é
apoiado pelo programa, um terço
pela empresa interessada e um
terço como contrapartida não-
-financeira do próprio Cimatec.
Acreditamos que a utilização do
supercomputador poderá gerar
muitos projetos com característi-
cas inovadoras e com capacidade
de transformar a capacidade pro-
dutiva da empresa. [bi]
adhvan Furtado, coordenador do centro
VAltER POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
circuito por cleBer Borges
Bahia Indústria 9
“economia Frequentemente não tem relação com o total gasto, mas com a saBedoria empregada em gastá-lo.”
henry Ford, fundador da Ford Motor Company, pioneiro na montagem em série, que reduziu custos e popularizou o automóvel
Problemas de qualificaçãoNo Brasil, 74% das empresas
de construção civil têm
dificuldade de encontrar
mão de obra qualificada.
Quanto maior a empresa,
pior. Dentre as de pequeno
porte, 64% encontram
dificuldade; entre as médias,
77%; e, das grandes
construtoras, 81%. O
levantamento foi realizado pela
Confederação Nacional da
Indústria. Dos entrevistados, 94%
dizem que é difícil encontrar
pedreiros e serventes; 92%,
encarregados e mestres de obra;
70%, trabalhadores da área
administrativa. De acordo com as
empresas, a principal dificuldade
para investir em qualificação dos
funcionários é a alta rotatividade
no trabalho, o baixo interesse dos
trabalhadores e a má qualidade
da educação básica.
Indústria ajusta estoquesA indústria brasileira ajustou os
estoques em setembro. O indicador
de estoque efetivo em relação ao
planejado caiu 1,5 ponto e ficou em
49,8 pontos no mês. É a primeira
vez, desde abril, que a indústria
opera sem excesso de estoques,
conforme a Sondagem Industrial
da Confederação Nacional da
Indústria. Para a entidade, isso
abre espaço para que eventuais
aumentos da demanda sejam
respondidos com aumento da
produção industrial. O estudo
mostra que há outros sinais
positivos no setor. No terceiro
trimestre, diminuiu a insatisfação
com as margens de lucro. Para as
empresas, o principal problema
enfrentado pela indústria
continua sendo a elevada carga.
o atraso do BrasilPara que a economia cresça a
uma média de 4,5% ao ano, é
preciso que os investimentos
no Brasil se situem em 25%
do PIB. E, boa parte desse
investimento deve ser
canalizado para os setores de
infraestrutura de transportes,
educação (especialmente
capacitação de professores e
ensino fundamental) e
saneamento. A distância do Brasil
em relação a outros países
emergentes, como Chile e China,
por exemplo, é tamanha nesses
quesitos que, tomando a área de
infraestrutura como exemplo, para
se igualar a eles, precisaria
investir durante as próximas três
décadas 4,5% do PIB no setor.
Atualmente, são investidos apenas
2,4% do PIB. Ou seja, a distância
só aumenta, conforme ressalta o
economista Cláudio Frischtak.
cenário pouco alvissareiroMoody s e Standard & Poor s,
agências avaliadoras da solvência
das nações, podem a qualquer
momento rebaixar a nota de rating
do Brasil. Quanto pior essa nota,
mais caro fica para o país captar
dinheiro no exterior.
Recentemente, o FMI e a
Organização para Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico
(OCDE) divulgaram diagnóstico
desfavorável às contas nacionais e
pediram, ambos, mais arrocho
fiscal. Em síntese, o setor público
gasta além de suas possibilidades.
Como os gastos de custeio sempre
aumentam, sobra pouco recurso
para investir. A perspectiva para
2014, segundo setores críticos ao
governo Dilma, é de baixo
crescimento da economia.
10 Bahia Indústria
sindicatos
livro destaca a cultura do tabaco no recôncavo Uma nova visão da realidade da cultura e da indústria taba-
queira e a projeção de perspectivas é a proposta do livro Tabaco
da Bahia, lançado pelo Sindicato da Indústria do Tabaco no Estado
da Bahia (Sinditabaco) com o apoio da FIEB. A obra, de autoria de
Jean Baptiste Nardi, traz um olhar crítico sobre a cadeia produtiva
do fumo. De acordo com o autor, os limites do mercado, as tarifas
alfandegárias e a política sanitária
contribuem para a atual crise do se-
tor. Ele observa que é patente o des-
conhecimento do segmento, embora
ele seja a base econômica de muitos
municípios do Recôncavo.
Pelo quarto ano consecutivo, foi realizado, em Sal-
vador, o Encontro das Indústrias Baianas do Setor de
Leite e Derivados, evento em que se discutiu a situa-
ção e as perspectivas do segmento, com o objetivo de
apoiar a cadeia produtiva e fortalecer o setor lácteo.
Promovido pelo Sindicato das Indústrias de Laticí-
nios e Produtos Derivados do Leite (Sindileite), o en-
contro reuniu, entre 20 e 22 de setembro, laticinistas
e fornecedores de equipamentos de todo o estado,
que se dividiram em estandes montados no salão de
eventos do Hotel Catussaba. A ação contribui para a
melhoria da competitividade das indústrias e para o
fortalecimento do setor. O sindicato aproveitou para
lançar a primeira edição do Informativo Laticínios da
Bahia, que terá periodicidade bimestral.
Setor de leite discute competitividade
Sinduscon apresenta cases de inovação em encontro nacional
O Sindicato da Indústria da Construção do Estado
da Bahia (Sinduscon-BA) prestigiou, entre os dias 2 e
4 de outubro, em Fortaleza, o 85º Encontro Nacional
da Indústria da Construção (Enic), que teve como te-
ma “O futuro que vamos construir juntos”. Diretores
do sindicato ministraram palestras na programação
do evento, que reuniu os principais players do setor.
O diretor de Relações Institucionais, Vicente Mattos,
falou sobre o Programa de Inovação Tecnológica na
Construção, e a assessora técnica Natasha Thomas
apresentou o projeto da nova sede da entidade, que
demonstra na prática a viabilidade técnica e econô-
mica da construção sustentável.
Workshop para discutir norma de desempenho
Os efeitos, a abrangência e principais pontos da
NBR-15.575 – em vigor desde 19 de julho – nos elos
do setor da construção foram os principais temas
abordados no Workshop Norma de Desempenho NBR
15575 – Edificações Residenciais, promovido pelo
Sindicato da Indústria da Construção (Sinduscon) e
Ademi, com o apoio da FIEB, em setembro, em Sal-
vador. “A NBR cria uma disciplina para projetos e
gestão da construção, com vistas a obter maior habi-
tabilidade, segurança e desempenho ao longo do uso
da edificação”, avaliou o presidente do Sinduscon,
Carlos Alberto Vieira Lima. O Guia Orientativo para
atendimento à NBR 15.575 está disponível no www.
sinduscon-ba.com.br.
moveba participa de congresso nacional
Com objetivo de buscar estratégias para impul-
sionar o crescimento econômico do setor moveleiro
baiano, o Sindicato da Indústria do Mobiliário (Mo-
veba) participou do 4º Congresso Moveleiro, promo-
vido pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep),
nos dias 25 e 26 de setembro, em Curitiba. O encontro
contou com palestras de especialistas mundiais do
design, mídias sociais, sustentabilidade e mercado,
além de rodadas de negócios. “No sul, há uma grande
integração das empresas e instituições. Precisamos
ter isso como referência para promovermos oportuni-
dades de crescimento para a movelaria baiana”, des-
tacou o diretor do Moveba, Fernando Barreto.
Paulo cintra,
presidente
do Sindileite,
durante
encontro do
setor
AnGElO POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
AnGElO POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
Bahia Indústria 11
Wagner
Fernandes e
Juan lorenzo,
na assinatura
do convênio
RAFAEl MARtInS/SIStEMA FIEB
Sindisabões assina convênio de qualidade de vida
Incentivar a realização integrada de programas de educação, saúde,
lazer, cultura e responsabilidade social é o foco do convênio firmado en-
tre o Sindicato das Indústrias de Sabões, Detergentes, Produtos de Lim-
peza e Velas (Sindisabões) e o SESI, dia 9 de setembro. “Será disponibili-
zado um trabalho de excelência em segurança e saúde do trabalhador a
um custo acessível”, afirmou o presidente do Sindisabões, Juan Lorenzo.
A parceria auxilia as associadas a construir um ambiente que incentive
o crescimento econômico sustentável.
19º Simpósio do Sinpel discute acordos coletivos
Proporcionar a troca de conhecimento, inte-
ragir com órgãos parceiros e discutir ideias. Foi
com este propósito que foi realizado, nos dias
11 e 12 de setembro, o 19º Simpósio Intersindi-
cal de Negociações Coletivas das Indústrias de
Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (Sinpel). O
evento ocorreu no Balneário Camboriú, Santa
Catarina, e contou com a participação de uma
comissão do Sindicato das Indústrias do Papel,
Celulose, Papelão, Pasta de Madeira de Papel
e Artefatos de Papel e Papelão do Estado da
Bahia (Sindpacel).
A conjuntura do setor, o desempenho da in-
dústria e a economia do país foram alguns dos
temas analisados. Para Jorge Cajazeira, presi-
dente do Sindpacel, o evento foi de extrema im-
portância para o setor. O Simpósio 2013 propôs
discussões conjuntas sobre parâmetros, estraté-
gias e táticas de negociação coletiva, para fazer
frente aos sindicatos dos trabalhadores do setor.
A participação do Sindpacel contou com o apoio
da Federação das Indústrias do Estado da Bahia.
Sinprocim firma parceria com o SEnaI
Com objetivo de qualificar as
empresas do setor, o Sindicato das
Indústrias de Produtos de Cimento
(Sinprocim) firmou convênio com o
SENAI para realização do curso de
Ensaios de Concreto. A parceria in-
clui a criação do Clube da Qualida-
de, pelo qual as empresas poderão
utilizar os laboratórios do SENAI
para ensaios de produtos, de forma
a atender às exigências técnicas
do Selo de Qualidade Sinprocim,
que certificará empresas com pa-
drões de excelência nos processos
de fabricação e gestão. “As ações
buscam apoiar as empresas, pro-
porcionando a melhoria da compe-
titividade”, afirma José Carlos Tel-
les Soares, presidente do sindicato.
Simagran participa de feira internacional
Com constantes ações voltadas
para feiras nacionais e interna-
cionais, o Sindicato da Indústria e
Mármores, Granitos e Similares (Si-
magran) participou da 48ª edição
da Marmomacc, de 25 a 28 de se-
tembro, em Verona, na Itália. Trata-
-se da maior feira de design e tecno-
logia em mineração e um indicador
de tendências e novidades para o
setor de rochas ornamentais. “Nos-
so objetivo é internacionalizar a
indústria baiana de rochas e para
sermos competitivos precisamos
investir em tecnologia. Se conse-
guirmos produzir mais, geraremos
mais empregos”, afirmou o presi-
dente, Marcos Regis Andrade. A
ação contou com o apoio da FIEB.
Sindiscam empossa nova diretoria
Tomou posse, dia no dia 24 de
setembro, a diretoria eleita do Sin-
dicato das Indústrias de Serrarias,
Carpintarias, Tanoarias e Mar-
cenarias (Sindiscam). A eleição
ocorreu em agosto e o mandato vai
até 2016. Na opinião do presidente
reeleito, Emmanuel Maluf, o prin-
cipal desafio é aumentar o quadro
de filiados. “O projeto é dinamizar
o sindicato, defendendo os inte-
resses do segmento. Para tanto,
já está sendo feito um trabalho de
contato com as empresas do setor,
apresentando o portfólio de servi-
ços e a integração com o Sistema
FIEB. Destacamos a importância
do associativismo para a sobrevi-
vência das madeireiras”, pontuou.
12 Bahia Indústria
Única empresa de grande porte
a efetuar navegação regular na
Hidrovia do São Francisco, a
indústria de beneficiamento de
algodão Icofort contabiliza perdas de
65% na safra 2013/2014, causadas por
problemas de logística. Com dificuldade
de utilizar o Rio São Francisco, cujo lei-
to é assoreado, a empresa precisou usar
rodovia para transportar mais de 30 mil
toneladas de matéria-prima oriunda do
oeste baiano, encarecendo os custos.
Em Juazeiro desde 1999, onde empre-
ga 480 pessoas, a Icofort inaugurou, em
2005, uma moderna refinaria de óleo de
algodão, com capacidade para processar
50 mil toneladas do produto. Para os pró-
ximos anos, a empresa tem como meta do-
brar a capacidade de processamento. Se a
hidrovia estivesse em boas condições de
navegabilidade, poderia responder por
quase 90% do fluxo de matéria-prima.
“O modal, se for restabelecido, pode
representar uma redução de até 20% no
custo logístico”, destaca o diretor de lo-
gística Marcelo Cerqueira, acrescentan-
do que a Icofort tem planos para investir
na modernização das embarcações se
houver garantias de manutenção contí-
nua da hidrovia. Mas, se a situação não
for resolvida, a empresa estuda abando-
nar, no início de 2014, o modal fluvial.
azeiro, no qual constataram problemas
como ausência de iluminação, limpeza
e de pavimentação asfáltica em vários
trechos. Posteriormente, mantiveram
encontro com mais de 80 empresários da
região, no qual ouviram suas demandas
e comprometeram-se a encontrar solu-
ções dentro das áreas de competência do
SESI, SENAI e IEL.
No encontro, Mascarenhas sugeriu
que os empresários industriais do Norte
da Bahia se reúnam em uma associação
para levantar as principais necessidades
da região e encaminhar as demandas de
forma coletiva para a FIEB. Já os empre-
sários, aproveitaram a oportunidade pa-
ra pleitear melhorias na infraestrutura e
logística da região e na oferta de energia.
Ciente da importância da melhoria da
infraestrutura para o desenvolvimento
da cidade e da região, o prefeito de Jua-
zeiro, Isaac Carvalho, disse que a prefei-
tura está pleiteando a construção de um
anel rodoferroviário no município.
Outro desafio é alterar o tipo de outor-
ga do Porto de Juazeiro. De acordo com o
secretário de Gestão Estratégica do mu-
nicípio, Flávio Luiz Silva, a expectativa
é que o governo estadual consiga fazer a
alteração na Agência Nacional de Trans-
portes Aquaviários (Antaq) para permi-
tir a realização da licitação e concessão.
O problema foi apresentado ao pre-
sidente da Federação das Indústrias do
Estado da Bahia (FIEB), José de Freitas
Mascarenhas, durante visita à fábrica,
que precedeu o lançamento, no mês de
setembro, em Juazeiro, do Programa de
Interiorização do Sistema FIEB. Acompa-
nhado dos executivos do Sistema, Mas-
carenhas se prontificou em colaborar,
visando uma solução. “O setor público
ainda não deu a importância que deveria
ao transporte fluvial. É crucial que se te-
nha logística para que as indústrias pos-
sam ser competitivas. A infraestrutura é
uma das deficiências que atrapalham a
competitividade da indústria brasileira.”
iNtERLocuçãoA agenda de defesa de interesses do
setor industrial, na qual o apoio na in-
terlocução para a solução de problemas
como o da Icofort se insere, é um dos ní-
veis da atuação do Sistema FIEB com o
Programa de Interiorização. Seu objetivo
é contribuir para o aumento da compe-
titividade da indústria baiana e para a
melhoria das condições de atratividade
de novos empreendimentos.
Após a visita às instalações da Ico-
fort, o presidente José Mascarenhas e os
principais executivos do Sistema FIEB
percorreram o Distrito Industrial de Ju-
Interiorização chega ao norte da BahiaSistema FIEB anuncia para empresários, em Juazeiro, sua meta de ampliar serviços do SESI, SEnAI e IEl
por MaRta eRhaRdt Fotos Rafael MaRtins
Bahia Indústria 13
Com o Programa de Interiorização, o Sistema FIEB
vai reforçar suas ações de assistência à atividade em-
presarial. Para ampliar o atendimento às demandas
das empresas industriais da região, o Sistema FIEB
tem como uma das prioridades construir uma Unida-
de Integrada em Juazeiro, com investimento estima-
do em R$ 11 milhões. A unidade vai reunir os serviços
oferecidos pelas entidades que integram o sistema e
atenderá às demandas das indústrias da Região Nor-
te da Bahia, que abrange 25 municípios.
Entre eles, destacam-se Juazeiro, Paulo Afonso,
Casa Nova, Senhor do Bonfim, Jaguarari e Campo
Formoso que, de acordo com o IBGE (Censo 2010),
somam 543 mil habitantes e têm um PIB de R$ 5,7 bi-
lhões. Juntos, estes seis municípios reúnem 181 em-
presas industriais e geram 11 mil postos de trabalho.
Destas indústrias, 88% são de micro e pequeno porte
e empregam 20% do total da mão de obra do setor.
Precedendo a visita do presidente da FIEB, José
Mascarenhas, à região, SESI e SENAI realizaram,
separadamente, encontros com representantes da in-
dústria para levantar suas demandas e estruturar as
ações das duas instituições, visando atendê-las com
mais eficiência. Entre as principais necessidades está
a qualificação de mão de obra.
O SENAI, que em 2012 realizou 341 matrículas em
diversos programas de qualificação profissional na
região, deve fechar 2013 com mil matrículas. A ins-
tituição também oferece serviços técnicos e tecnoló-
gicos, consultorias e desenvolvimento tecnológico e
vai ampliar ainda mais a sua atuação em 2014, com a
oferta de cerca de 2.500 vagas em cursos de qualifica-
ção profissional para toda a Região Norte. Deste total,
cerca de 2 mil vagas serão no município de Juazeiro.
Para atingir esta meta, o SENAI alugou um imóvel on-
de funcionarão outras 12 salas de aula. A expectativa
é que no primeiro trimestre de 2014 o espaço já esteja
em funcionamento.
Em 2012, o SESI realizou 33.657 atendimentos a
trabalhadores de 177 indústrias da região. Já o IEL
atendeu, em 2012, 70 indústrias do norte baiano e
alocou mais de 1.200 estudantes em vagas de estágio.
Esse número deve crescer para 1.800 em 2013 e che-
gar a 2 mil em 2014. [bi]
Fortalecendo a presença na região
José mascarenhas
visita unidade da
Icofort, em Juazeiro
14 Bahia Indústria
por PatRícia MoReiRa, MaRta eRhaRdt e Rafael PeReiRaFotos Rafael MaRtins
rover soluções para tornar a indústria
baiana mais competitiva e produtiva é
o propósito do Sistema FIEB e de suas
casas, visando também assegurar o
adensamento das cadeias existentes
na Bahia, e, mais do que isso, oferecer
uma rede de suporte qualificada, que
confira solidez e segurança aos pro-
cessos produtivos. É aí que SENAI, SESI, IEL, CIEB e
FIEB entram com iniciativas afinadas com as deman-
das de mercado. Uma delas passa pelo fortalecimento
das micro, pequenas e médias empresas industriais,
agentes importantes na composição das cadeias de
suporte às grandes empresas, mas também a estrutu-
ra mais frágil do processo produtivo.
O entendimento do presidente da Federação das In-
dústrias do Estado da Bahia, José Mascarenhas, é que
as MPME (micro, pequenas e médias empresas) têm
um “indiscutível papel na economia, dado o seu papel
disseminador na distribuição dos bens” (vide artigo,
p. 20). O diretor regional do Serviço Nacional da Indús-
tria (SENAI), Leone Peter, partilha da mesma opinião.
“Orientar o foco para as micro e pequenas empresas
é importante, estratégico e necessário, não só porque
elas são as empresas do futuro, mas também porque,
ao mapear todas as cadeias de fornecimento indus-
triais, você vai achar fornecedores com este perfil.
Sistema FIEB concentra ações e une esforços para apoiar o desenvolvimento das micro, pequenas e médias indústrias
reforçAndoA bAse
Então, melhorar a competitividade dessas indústrias é
melhorar a cadeia como um todo”, analisa.
Por esta razão, o SENAI está buscando dar mais
capilaridade às ações da entidade, fazendo com que
os serviços especializados cheguem ao interior do es-
tado e assim possam atender melhor ao segmento das
MPME. A desconcentração das ações do SENAI está
prevista no Planejamento Estratégico da FIEB, em
seu Programa de Interiorização, observa Leone Peter.
A estratégia, conforme explica o diretor regional
do SENAI, é fazer esta desconcentração a partir das
principais unidades regionais e, a partir delas, criar
núcleos nas cidades do entorno. Outra ação do SENAI
é a oferta de produtos. “Estamos fazendo um planeja-
mento estratégico de todas as 30 áreas tecnológicas
para ampliar nosso portfólio em educação, consul-
toria e serviços tecnológicos, adequados às micro e
pequenas empresas”, acrescenta Peter.
Além dessa estratégia macro, que visa ampliar
o portfólio de serviços no interior, o gerente do Nú-
cleo Estratégico do SENAI Bahia, Luís Breda Masca-
renhas, explica que o foco da instituição é também
oferecer estrutura e aumentar a competitividade das
empresas baianas. “Nosso objetivo é levar para o
empresário as melhores soluções, utilizando as tec-
nologias mais modernas e adequadas. Hoje, todas as
nossas áreas estão estruturadas para a inovação e o
o empresário
Guilherme
Viterbo, da
costa leste,
moda praia e
casual
Bahia Indústria 15
apoio aos empreendimentos, tanto os de grande porte
quanto os menores”, explica.
Uma das maneiras de apoio, segundo Breda, é a
disponibilização de maquinário industrial. Muitas
empresas não dispõem de algumas máquinas para
trabalhos específicos, como prototipagem rápida,
desenvolvimento de ensaios, calibração, medição tri-
dimensional. “Estas máquinas são muito caras. Elas,
então, recorrem ao SENAI”, acrescenta Breda.
SESiO Serviço Social da Indústria (SESI Bahia) atendeu,
até setembro de 2013, 2.400 empresas industriais, sen-
do 38% micro, 38% pequenas e 17% médias, nas áreas
de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), qualidade de
vida, odontologia, lazer ativo e educação do trabalha-
dor da indústria e de seus dependentes.
De acordo com o superintendente do SESI Bahia,
Wagner Fernandes, além de ser importante em nú-
mero de empresas, as MPMEs são
as que, por suas características,
têm mais dificuldade para atendi-
mento aos programas legais e es-
pecíficos voltados para a redução
de acidentes de trabalho e absen-
teísmo. É aí que o SESI surge como
supridor de soluções, oferecendo
serviços importantes para que o
trabalhador seja mais produtivo e
possa contribuir para a competiti-
vidade das empresas.
“A perpetuidade das MPME no
ambiente empresarial vai depen-
der de ela ser inovadora, ter pro-
cessos que permitam que ela te-
nha produtos de melhor qualidade
e com menores custos”, explica
Fernandes, destacando algumas
Ações preventivas com custo subsidiadoA Costa Leste tomou consciência da necessidade de contratar os serviços do SESI depois de uma reunião convocada pelo Sindicato das Indústrias de Vestuário de Salvador (Sindivest), alertando para empresas que estavam sendo fiscalizadas e cobradas pelo cumprimento das exigências da NR-12. “Nós aderimos como uma ação preventiva e já recebemos o relatório com todos os ajustes que terão que ser feitos”, explica Guilherme Viterbo, proprietário da Costa Leste, fabricante de roupas de Salvador. Na avaliação do empresário, que teve o custo da consultoria realizada pelo SESI subsidiada por meio da parceria com o Sebrae, o investimento valeu a pena. “Com os ajustes, a gente não fica exposto às fiscalizações e embora a indústria de vestuário não ofereça tanto problema, a gente identificou alguns pontos que poderiam dar problema e vamos fazer correções de pequenos elementos de segurança nas máquinas.”
soluções que o SESI tem oferecido
às empresas. Um exemplo é o Mo-
delo SESI em Segurança e Saúde
no Trabalho (SST) que oferece ser-
viços como o Programa de Preven-
ção de Riscos Ambientais (PPRA),
o Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO), pa-
lestras educativas, Relatório Exe-
cutivo de Gestão do Absenteísmo,
Avaliações ambientais, laudos de
insalubridade e periculosidade.
Todos visam o atendimento a nor-
mas regulamentadoras, como as
NR 7, 9, 15 e 16.
Outra ação importante que o SE-
SI vem desenvolvendo, resultado
de uma ação conjunta que envolve
a Superintendência de Relações
Institucionais (SRI) da FIEB, os sin-
dicatos patronais e tem a parceria
do Sebrae é o Programa de Adequa-
ção à NR 12 – Segurança no Traba-
lho em Máquinas e Equipamentos.
O programa atende atualmente 50
empresas, sendo 76% MPE.
A coordenadora do programa,
a engenheira de segurança do SE-
SI, Maria Fernanda Faiçal, lembra
que empresas têm no programa a
oportunidade de reduzir o núme-
Inovação para se destacar no mercado
ro de acidentes com máquinas e
equipamentos, principal objetivo
do SESI, mas também evitar as no-
tificações e autuações da Superin-
tendência Regional do Trabalho,
evitando prejuízos financeiros
SuBSÍDioSNo Programa de Adequação
à NR 12, a parceria com o Sebrae
permite um aporte de recursos em
forma de subsídio para as micro e
pequenas empresas (MPE), que co-
bre até 70% do valor da consultoria
feita pelo SESI, ficando a empresa
com apenas 30% dos custos. Algu-
mas empresas da região de Feira de
Santana também estão negociando
subsídios do Sistema Brasileiro de
Tecnologia (Sibratec), intermedia-
dos pelo Instituto Euvaldo Lodi
(IEL Bahia). Os serviços de SST, de-
senvolvidos dentro do Modelo SE-
SI, também contam com subsídio:
as empresas arcam com 10 a 15%
do valor dos serviços e os demais
recursos são dos departamentos
Nacional e Regional do SESI.
O SENAI também está atento
à importância do financiamento
para as MPMEs. Então, além das
parcerias tradicionais com a Fapesb (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia), o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae), o Edital SESI/SENAI de Inovação; os fundos
de fomento Finep (Financiadora de Estudos e proje-
tos) e ou programas como o Sibratec, Programa de
Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas In-
dústrias (Procompi), em convênio com o Instituto Eu-
valdo Lodi (IEL), o SENAI está buscando uma outra
forma de viabilizar o atendimento, reduzindo o custo
dos serviços para as micro e pequenas empresas.
“Isso vai se dar via Teoprax, uma metodologia
alemã que aproxima a instituição educacional das
empresas. Com este método, os problemas do mun-
do real, neste caso os das indústrias, principalmente
das micro e pequenas indústrias, são trazidos para as
escolas para serem resolvidos por alunos em projetos
de final de curso. Ele explica que em uma consulto-
ria feita pelo Teoprax, o custo pode cair 80%. Outra
iniciativa que está sendo estruturada no SENAI é o
programa de fomento de empresas via incubadoras
e aceleradoras. “São empresas de base tecnológica,
Desenvolver um produto inovador, com foco no usuário, maior conforto e ergonomia, elaborado com tecidos de maior durabilidade. Para atingir este objetivo e iniciar um processo de diferenciação dos produtos no mercado de fardamentos, o designer e sócio da QG Uniformes Profissionais, Erick Oliveira, tem-se dedicado a pesquisas sobre novas modelagens e matérias-primas. “Queremos inovar, transformando o que hoje é vendido como commodity em algo diferenciado, mas com um preço competitivo”, explica.O avanço nas atividades de inteligência competitiva, com a identificação de tendências de mercado, desenvolvimento de análises estratégicas e mapeamento e riscos, foi conquistado com a participação, desde
agosto deste ano, no Jogo da Inovação (Join), solução do IEL-BA desenvolvida com recursos do Fundo Verde e Amarelo da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para sistematizar a gestão da inovação em MPMEs e prestadoras de serviços industriais das regiões de Salvador, Feira de Santana e Ilhéus.Com um ano e meio de existência, a empresa, sediada em Salvador, tinha como negócio, inicialmente, a prestação de serviços de serigrafia. Mas se reposicionou e direcionou a atuação para o ramo de confecções. Foi quando os sócios participaram de uma partida Join e decidiram ingressar no programa. Eles perceberam que a inovação é uma ferramenta estratégica, presente também nos processos de gestão da empresa.
16 Bahia Indústria
Bahia Indústria 17
Base da cadeia produtiva é qualificada pelo PQFA Cristal Pigmentos, do setor químico e petroquímico, a segunda maior produtora mundial de pigmentos de titânio, firmou parceria com o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-Bahia) e desde 2005 é uma das âncoras do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF) na Bahia. “Tínhamos dificuldade com algumas empresas que estavam tecnicamente qualificadas, mas apresentavam problemas de gestão e regularidade de documentação ou que não estavam devidamente preparadas na área de saúde e segurança ocupacional”, recorda Jaime Rezende, líder de Suprimentos da Cristal. As empresas participantes do programa são auxiliadas na implantação de 98 práticas de excelência, distribuídas em dez critérios. A qualificação dos fornecedores pelo PQF contribuiu para que a empresa alcançasse a marca de 3 milhões de horas sem acidentes de trabalho, atingida em 2012. A conquista do prêmio de Melhor Indústria Química e Petroquímica para se Trabalhar do Brasil, organizado pela Editora Abril, também é atribuída à iniciativa.
Empresa reverte risco de falênciaDébora Santana, proprietária da Vovó Nize, fabricante de granola, fundada em 2005, conta que, inicialmente, a empresa produzia pães, mas quase faliu. “O prazo de validade dos pães é muito curto, o que gerou muitas perdas com logística para a empresa. Chegamos à beira da falência”, relata. Como alternativa, surgiu a ideia de mudar o ramo do negócio. Santana resolveu procurar o SENAI, que, por meio do Sibratec, desenvolvido pelo IEL Bahia, fez o atendimento e deu um novo norte para a empresa. A equipe de engenharia de alimentos do SENAI mostrou a possibilidade da Vovó Nize produzir granola. “A granola tem todas as características que precisávamos e pertence ao mesmo ramo de trabalho que atuávamos, o que permitiu que a gente aproveitasse nosso maquinário e até nossos fornecedores”, comemorou Santana. Hoje, a situação se reverteu e o negócio vive em constante expansão. Atualmente, 20 funcionários trabalham na produção e na comercialização.
Sustentabilidade como apostaCriar uma linha de produtos em couro sustentável e socialmente responsável. Este foi o objetivo de Paulo Vinícius Sales, dono da Dominus Couro, de Ipirá, quando se inscreveu no Edital SESI/SENAI de Inovação. “A gente queria potencializar a atuação da empresa e agregar valor à cadeia do couro, disseminando o conceito sustentável no nosso ramo de negócio”, explicou Sales. A iniciativa resultou na criação da Dominus Eco, linha desenvolvida por meio de uma atuação integrada entre o SENAI (Área de Couro e Calçados) e o SESI (Área de Responsabilidade Sócio Empresarial) em Pesquisa Aplicada. O projeto teve duração de 20 meses e contemplou a pesquisa e o desenvolvimento de produtos ecológicos, como bolsas e carteiras femininas, com o uso de insumos verdes. Lançada no início de 2013, a linha está ganhando espaço. Atualmente, a empresa tem 35 empregados.
que nascem geralmente como mi-
cro empresas. Isso a gente está
fomentando não só no SENAI de
Salvador, mas também no interior.
Na Unidade sul, por exemplo, nós
vamos partir para um centro tec-
nológico e uma incubadora tam-
bém”, acrescenta.
açÕES iNtEGRaDaSPara assegurar o atendimen-
to às MPME, o Sistema FIEB tem
atuado de forma integrada. Um
exemplo disso são as ações em
torno do cumprimento da Nor-
ma Reguladora 12, trabalhada no
âmbito Programa de Melhoria da
Competitividade para Micro e Pe-
quenas Indústrias, que envolve,
além do SESI, a Superintendência
de Relações Institucionais (SRI), e
os Conselhos Temáticos da FIEB e
o Centro das Indústrias do Esta-
do da Bahia (CIEB). Graças a esta
parceria, tem sido possível sensi-
bilizar o empresariado por meio
de palestras e encontros na capi-
tal e no interior, onde o CIEB, por
exemplo, contou com a participa-
ção de cerca de 400 empresários e
representantes de indústrias. A
meta do programa é sensibilizar
2 mil empresas até 2016 em todo o
estado e prevê, ainda, o fortaleci-
mento do associativismo.
O superintendente do Instituto
Euvaldo Lodi (IEL Bahia), Arman-
do Neto, ressalta a importância
dessa sinergia entre as casas do
Sistema FIEB. “Temos competên-
cias em áreas diferentes. A ideia
de sistema pressupõe a articula-
ção e, desta forma, aproveita-se a
expertise de cada casa”, pontua.
18 Bahia Indústria
A Superintendência de Relações Institucionais da
FIEB implantou em 2012 o Projeto Sindicatos, que
contribuiu para o crescimento de 9% no número
de empresas associadas aos sindicatos filiados à
FIEB em 2013. “O sindicato é fundamental, princi-
palmente no apoio às micro e pequenas empresas,
defendendo seus interesses, organizando e fortale-
cendo as demandas setoriais”, pontua o superin-
tendente Cid Vianna.
Dentre as ações do projeto, está a estruturação
do portfólio de sindicatos filiados à FIEB, que, além
de informações sobre cada representação, apresen-
ta os benefícios ofertados pelo Sistema FIEB às em-
presas associadas, como descontos nos serviços de
educação e qualificação profissional, capacitação
empresarial, serviços técnicos e tecnológicos, e na
área de saúde e segurança do trabalhador, realiza-
dos pelo SESI, SENAI e IEL. As empresas associa-
das contam, ainda, com um sistema de assessoria
jurídica online, que beneficia principalmente MPE,
destaca Cid Vianna.
aSSociatiViSMoOutra ação voltada para as empresas indus-
triais, desenvolvida pelo Centro das Indústrias do
Estado da Bahia (CIEB), visa estimular o associati-
vismo. Desta forma, empresas do mesmo setor ou
de setores correlatos são estimuladas e se reunir e
identificar os gargalos e demandas comuns. A par-
tir daí, o CIEB articula o atendimento com parcei-
ros como SESI, SENAI, IEL e Sebrae.
Com o apoio do CIEB, empresas de confecção
do oeste baiano formaram um núcleo setorial (ver
na p. 19). O mesmo ocorre em Vitória da Conquista
(setores de Alimentos e Transformação de Plásti-
co), em Ilhéus e Itabuna (setor de Alimentos – Cho-
colate) e em Feira de Santana (setor de Logística/
Serviços Industriais), onde os núcleos estão sendo
estruturados. “A atuação por meio dos núcleos se-
toriais facilita o atendimento das demandas e dá
mais representatividade ao processo de defesa de
interesses”, explica o gerente-geral do CIEB, Evan-
dro Mazo. Outro pilar de ação é a disseminação de
informações estratégicas, principalmente para as
MPE, que somam 67% da base do CIEB.
Suporte à representação
O IEL Bahia atua em duas li-
nhas de atuação que abarcam
serviços e projetos com foco nas
MPME baianas: desenvolvimen-
to de carreiras e empresarial. Até
setembro de 2013, o IEL atendeu
cerca de 600 empresas de micro e
pequeno porte, além de 249 de mé-
dio e grande porte em todo o Esta-
do, segundo dados da base Siga.
Deste total, 47% estão no interior.
“A meta é ampliar o atendimen-
to, priorizando o interior do esta-
do, seguindo a diretriz do Sistema
FIEB”, explica o superintendente
do IEL, Armando Neto. Ele destaca,
ainda, que todos os serviços e pro-
jetos do IEL são subsidiados e o be-
nefício é ainda maior para associa-
das dos sindicatos filiados à FIEB.
Para auxiliar as empresas de
menor porte a solucionar seus
gargalos de gestão, o IEL oferece,
na linha de desenvolvimento em-
presarial, soluções para o fortale-
cimento da competitividade. Um
exemplo é o Programa de Qualifi-
cação de Fornecedores (PQF), que
há oito anos capacita as MPME pa-
ra atender às exigências dos gran-
des empreendimentos implanta-
dos na Bahia. Atualmente, bene-
ficia cerca de 130 organizações
em todo o estado e é realizado em
parceria com SESI e SENAI. Nesta
mesma linha, foram lançados em
2013 dois projetos para fortale-
cimento das cadeias produtivas
Automotiva e de Petróleo e Gás e
Indústria Naval.
EcoEficiêNciaAs MPME baianas também
contam com o apoio do IEL para
implementar boas práticas em
ecoeficiência, além de possibili-
tar transferência tecnológica. De-
senvolvido na Bahia desde 2011,
Programa Indústria Ecoeficiente
atendeu 161 empresas integrantes
das cadeias da Construção Civil,
Petroquímica e Automotiva. [bi]
Bahia Indústria 19
De olho no exteriorA FIEB também desenvolve, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN), e em parceria com o IEL e o Sebrae, o Programa de Competitividade para Internacionalização das MPME da Bahia. Instalada há 20 anos em Feira de Santana, a empresa de produtos naturais Vitta Croc participou, representada por traders, da maior feira multissetorial da América Latina e Caribe, em abril deste ano, no Panamá. “A vantagem é que o Panamá é porta de entrada para o resto da América”, pontua a diretora comercial, Amália dos Santos. A Vitta Croc é uma das 218 empresas cadastradas no Programa de Internacionalização, que começa com o Projeto de Extensão Industrial Exportadora (Peiex). Mapeando as principais necessidades, estabelece um perfil do negócio e elabora o diagnóstico da competitividade da gestão. Ao longo de dois anos do programa, foram elaborados 177 planos de competitividade.
Prevenção e segurança no ambiente produtivoA Fábrica de Biscoitos Tupy S/A foi uma das empresas que contaram com os serviços do SESI para adequação às normas da NR-12. O trabalho foi iniciado há cinco meses nas duas unidades da empresa. Na fábrica do Retiro, o trabalho já foi concluído e agora a unidade do Centro Industrial de Aratu está fazendo os ajustes recomendados pelo SESI. De acordo com o gerente administrativo Reginaldo de Queiroz Mendes, como o maquinário da fábrica é antigo, era necessária a adaptação, caso contrário a empresa seria multada e a empresa teria que suspender as atividades até que fossem feitas as adequações, gerando prejuízos ao faturamento. Ele conta que com base no relatório elaborado pelo SESI, a empresa já foi inspecionada e liberada pela Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. As adequações permitiram assegurar maior segurança aos funcionários e isso acaba surtindo um efeito positivo no ambiente de trabalho. A empresa também teve que fazer treinamentos para o pessoal. “Há casos de empresas que tiveram que ficar 30 dias fechadas para adequação, além de ter que fazer o serviço às pressas e a um custo maior, por falta de tempo de pesquisar preço e fornecedores”, adverte Reginaldo.
União para competir e crescer Em busca de mais competitividade, micro e pequenas empresas do setor de confecções do oeste uniram-se para formar a Redevest, que deve entrar em operação em janeiro de 2014. Inicialmente, as empresas vão realizar compras de insumos e serviços em conjunto. Mas existe a possibilidade de realizar vendas conjuntas e formar um centro de distribuição comum no futuro. “Só seremos competitivos se tivermos volume de compra e de venda. Vimos que a união era importante para aumentar nosso poder de barganha”, explica Augusto Andrighetti Klemz, gerente da Robe Belle, situada em Barreiras e uma das sete integrantes da Redevest. O empresário ressalta que o principal objetivo é fortalecer regionalmente a cadeia têxtil. Por isso, em paralelo, os empresários também identificaram a necessidade de industrialização do polo produtor de algodão do oeste. A criação da Redevest foi viabilizada pelo Programa de apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi). Durante um ano e meio, as empresas integrantes do projeto receberam consultorias e capacitações. Atualmente, cerca de 120 empresas dos setores de Cosméticos e Saneantes, Metalmecânica, Mineração, Papel & Celulose e Vestuário são beneficiadas com as ações do programa na Bahia.
SIlVIA tORRES/AG. SEBRAE VAltER POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
Dos grandes e dos pequenos
A exemplo da competitividade
que se observa no Brasil, nas ca-
deias ligadas aos recursos natu-
rais, em especial, ao agronegócio
e à mineração, a FIEB tem traba-
lhado para fortalecer as cadeias
produtivas industriais, indo ao
encontro das micro, pequenas e
médias empresas (MPME).
O setor automotivo, no enten-
dimento da Federação, é um dos
mais promissores, neste sentido,
se tomarmos por base exemplos
como o da Toyota, no Japão, que
tem cerca de 500 fornecedores
fixos, que dividem a tarefa com
3 mil empresas menores e se re-
lacionam com outras 20 mil de
pequeno porte. Isso poderia ser
replicado na Bahia tomando por
base a cadeia de fábricas em tor-
no da Ford.
Outro ponto é tornar as MPME
baianas competitivas. Um desafio
constante e principal alvo estra-
tégico da FIEB. A principal arma
de ataque é o desenvolvimento
da tecnologia e da inovação. Eis
o motivo porque tanta prioridade
é dada ao SENAI Cimatec e à sua
instrumentalização. Este não é o
único problema para o sucesso
dessas empresas, destacando-se
também a qualificação de pessoal
e dos executivos, além de outros
fatores, inclusive o fortalecimen-
to dos sindicatos e das associa-
ções empresariais para aumentar
a escala e a capilaridade quando
da oferta dos atendimentos.
Contudo, de nada adianta pro-
por, se as lideranças desses gru-
pos não entenderem a natureza
da complexidade da competição.
O eixo não é o paternalismo fácil
e ilusório. O empresário desafiado,
ambicioso nos seus negócios e per-
manentemente insatisfeito, tem a
chave para o seu crescimento. O
papel das organizações empresa-
riais é desenvolver competência
própria, profissionalizada, para
apoiá-los na defesa de interesses e
na oferta de instrumentos que me-
lhorem o seu dia a dia produtivo.
Na economia, todas as empre-
sas são interdependentes. Obser-
vem-se os números. No tocante ao
segmento da indústria de trans-
formação do país, a principal na
composição do PIB industrial, as
MPME representam 96% dos es-
tabelecimentos e 33% do Valor da
Transformação Industrial (VTI).
Empregam 54% do pessoal ocupa-
do total ou 4,2 milhões dos empre-
gos formais, segundo o IBGE. As
grandes indústrias, por sua vez,
que são apenas 3,4% do total, têm
quase 67% de participação no VTI
e empregam pouco mais de 46%
dos trabalhadores, ou seja, 3,6 mi-
lhões de postos.
Fica claro que as MPME, que
geralmente fazem parte dessas ca-
deias de produção, são em número
bem maior e quem mais necessita
de atenção, até porque elas têm a
função de servir diretamente à po-
pulação. As grandes são doadoras
dos sistemas de apoio e o que mais
requisitam é a defesa de interesses
coletivos.
Na Bahia, o cenário acompa-
nha a tendência nacional. Aqui,
das 5.504 indústrias registradas
pela pesquisa, 97% se encaixam
no segmento das MPME. Este
grande grupo emprega 54% do
pessoal ocupado total, aproxima-
damente 125 mil empregos, e re-
presenta 26% do VTI estadual. Já
as grandes indústrias são 3% do
total, empregam 46% da mão de
obra e têm 74% do VTI da Bahia.
A importância das MPME na
economia é indiscutível, dado ain-
da o seu papel disseminador na
distribuição dos bens. São muitos
os desafios que têm a enfrentar pa-
ra assegurar a sua competitivida-
de em um mercado marcado pela
forte concorrência e intensa atu-
alização tecnológica, que ajuda a
baratear custos e aumentar a efici-
ência dos sistemas de produção de
manufatura.
Essa visão realista do futuro
competitivo, que vem cada vez
mais se incorporando à economia
do país, tem de contar com a so-
brevivência e o sucesso das nossas
MPME.
JoSé dE F. MAScArEnhASArtigo
"A importância das MPME naeconomia é indiscutível, dado o seu papel na distribuição dos bens, mas são muitos os desafios para assegurar a sua competitividade"
“José de F. mascarenhas é presidente da fiEB
20 Bahia Indústria
Bahia Indústria 21
conselhos
Experiência canadense em exploração de petróleo é apresentada na FIEB
Com o objetivo de discutir novas formas de ex-
ploração de poços de petróleo onshore (em campos
terrestres), especialistas em exploração de petróleo e
gás do Brasil e do Canadá participaram do encontro
Fundamentos da Exploração e Produção de Não Con-
vencionais: a Experiência Canadense, que buscou es-
treitar relações comerciais e compartilhar experiên-
cias. Os canadenses têm tradição na exploração com
características semelhantes às verificadas na Bahia,
como explica o diretor da FIEB, Miguel Andrade. “Os
canadenses trabalham com esta técnica, ou similar,
há mais de 30 anos e conseguiram reduzir seus cus-
tos”, explicou. Representantes do Canadá participou
de rodadas de negócio. O evento, ocorrido no dia 11
de novembro, na FIEB, foi promovido pelo Comitê de
Petróleo e Gás em parceria com Petrobras, Sebrae,
Alberta-CA, Canadá e Export Development Canada.
Comex e CIN discutem internacionalização das empresas
O associativismo e as parcerias interempresariais
são alternativas para que pequenas e médias empre-
sas consigam competir com grandes organizações e
concorrentes asiáticos no mercado internacional. Es-
ta foi a mensagem que o especialista italiano e con-
sultor em comércio exterior, Nicola Minervini, trans-
mitiu a empresários baianos, durante o Seminário
Modelos de Competitividade Internacional e Inova-
ção, realizado no dia 8 de outubro, na sede da FIEB.
O especialista italiano falou dos principais desa-
fios para micro, pequenas e médias empresas que têm
interesse em exportar e apontou o consórcio de servi-
ços como um dos modelos de cooperação possíveis,
no qual as empresas contariam com uma entidade
de apoio, para ingressar no mercado internacional.
Promovido pelo Conselho de Comércio Exterior (Co-
mex) e pelo Centro Internacional de Negócios (CIN)
da FIEB, em parceria com o Sebrae, o seminário con-
tou com a presença do vice-presidente da FIEB e coor-
denador do Conselho de Comércio Exterior, Reinaldo
Sampaio.
O evento reuniu, no auditório da FIEB, empresá-
rios, técnicos e representantes de instituições baia-
nas atuantes no comércio exterior. O público teve a
oportunidade de compartilhar das experiências do
consultor, que atua há mais de 40 anos na área.
nicola
minervini
falou dos
desafios para
as pequenas
e médias
empresas
Evento reuniu
representantes
do governo
canadense e
empresários
Jovens lideranças discutem macroeconomia
O Comitê da Jovem Liderança Industrial da FIEB
(CJLI) promoveu, dia 16 de outubro, encontro para
discutir macroeconomia e seus reflexos no cenário
local. O convidado para falar do tema foi o economis-
ta-chefe da Votorantim Wealth Management, Fernan-
do Fix, que apresentou a palestra Perspectivas para a
Economia Brasileira, durante a qual fez uma avalia-
ção do cenário econômico atual, a partir da aborda-
gem da crise norte-americana, que esteve a um passo
de atingir o teto de sua dívida, inclusive com risco
de calote. Ele também avaliou o ambiente de insta-
bilidade na Europa e no Brasil e fez uma análise da
indústria nacional.
VAltER POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
ROBERtO ABREu/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
22 Bahia Indústria
tesouras, pedaços de teci-
dos, desenhos espalhados.
“Cadê a fita métrica que
estava aqui?”, pergunta
Gefferson Vila Nova, no meio do
processo de produção de um novo
look. Ele se prepara para mais um
desfile, em São Paulo, na 34ª Casa
de Criadores. Vencedor do Concur-
so de Talentos do Shopping Barra
de 2013, o estilista e professor do
núcleo de moda do SENAI Dende-
zeiros vem ganhando espaço no
cenário da moda nacional.
Natural de Buracica, no interior
da Bahia, Gefferson mudou-se pa-
ra Salvador aos 15 anos, para es-
por Rafael PeReiRa
Sindicatos
do vestuário
promoveram
o Bahia moda
design, na
arena Fonte
nova; na
passarela,
desfile da
Bonie
modA bAhiA com dnA senAiO estilista Gefferson Vila nova, professor do SEnAI, foi um dos destaques do Bahia Moda Design
tudar. Já sabia o que queria fazer:
moda. “A vida inteira eu soube
que trabalharia com moda. Sabe
aquelas bandeirolas de São João?
Eu picotava todas para fazer rou-
pa para meus bonecos. Lembro
que quando eu tinha 12 anos, vi
um desfile do Christian Lacroix
e fiquei encantado. Era magenta,
azul, tantas cores. Eu sempre amei
cores. Ali eu já sabia o que eu que-
ria”, confessa.
Mas, apesar de ter um talento
visível, ele encontrou dificulda-
de para iniciar sua carreira. Para
atender à expectativa da família,
Gefferson estudou publicidade,
ciências sociais e tentou até jorna-
lismo, mas não concluiu nenhuma
destas faculdades. Não se sentia
motivado, não era o que gostava.
Até que soube de uma capacita-
ção do SENAI em costura e resol-
veu se inscrever. Gostou tanto do
curso que emendou, na sequência,
outras duas capacitações na área:
ilustração e uma extensão na área
de moda. Por orientação de um
professor, resolveu se inscrever no
seu primeiro concurso, o Made in
Bahia. Resultado: primeiro lugar.
“Nesta época, eu trabalhava em
dois call centers. Me virei, fiz o
projeto e levei para minha costu-
reira. Eu nem sabia costurar. No
dia do desfile, quando chamaram
meu nome na hora do primeiro lu-
gar, eu nem acreditei”, conta.
Foi o empurrão que ele precisa-
va para entrar de vez no circuito.
Veio o segundo concurso, o Capi-
Bahia Indústria 23
tal Fashion Week, evento realiza-
do em Brasília, com foco voltado
para o Centro-Oeste. Para Geffer-
son participar, os organizadores
deram um jeitinho. “Mandei um
projeto e recebi uma resposta po-
sitiva, de um professor da UNB,
doutor em semiótica, dizendo que
o evento ia ‘abrir uma exceção’ pa-
ra minha participação, como esti-
lista convidado. Eu só não poderia
concorrer ao prêmio”, explicou.
Via ProUni, Gefferson, enfim,
entrou na faculdade que que-
ria: Design e Gestão de Moda. No
meio acadêmico fez boas parce-
rias. Começou a assinar coleções
de algumas marcas. Suas peças
começaram a ser vendidas em di-
versos estados brasileiros e, inevi-
tavelmente, ganharam o mundo.
“Já vendi para a Grécia, Irlanda,
Alemanha, Itália, Espanha, Fran-
ça. Enfim, tem roupa minha em
vários países. Mas a melhor ex-
periência foi vender para os Emi-
rados Árabes. As clientes pediam
para adequar as roupas, pois elas
não usam nada acima do joelho
ou sem manga. Elas compravam
muito”, lembra rindo. Os contatos
internacionais vieram das parti-
cipações em feiras e desfiles pelo
mundo, como a Prêt à Porter Paris,
onde já esteve duas vezes, e a Pure
London.
Hoje em dia, aos 31 anos, Ge-
fferson se divide entre as passare-
las e outra paixão: a docência. No
SENAI, Gefferson ministra aulas
de Desenho Técnico, Introdução
a Modelagem e História da Moda.
“Eu nunca vou me afastar da sala
de aula. Eu me sinto muito bem en-
sinando”. Sobre os novos talentos
que encontra nas suas aulas, ele é
otimista. “Tem estudante aqui no
SENAI que vai longe. Os meninos
que vieram do Ebep (Educação Bá-
cEnárIo aTual do SETor dE VESTuárIo na BahIa
é o número de empresas de vestuário
678
94% do total são de micro e pequenas empresas
15.559 é o total de empregos gerados pelo setor
FoNte: SdI/FIeB
Gefferson
Vila nova: “a
vida inteira
eu soube que
trabalharia
com moda”
sica com a Educação Profissional)
do SESI e do SENAI mesmo são
muito aplicados. É de impressio-
nar a capacidade deles”, elogia.
BMDGefferson Vila Nova foi um
dos estilistas que desfilaram na
passarela do Bahia Moda Design
2013. O evento, que vem desen-
volver a indústria da moda na
Bahia, foi realizado nos dias 25 e
26 de setembro, na Itaipava Arena
Fonte Nova. Desfilaram também
no BMD: Bonie (feminina), Tempt
(masculina), Vivire (praia), Jefer-
son Ribeiro, Mahalo e Maddá. O
evento contou ainda com mesas
redondas com especialistas de
moda, oficinas práticas voltadas
para capacitação, além de exposi-
ções e rodadas de negócios.
Promovido pelos Sindicatos
das Indústrias do Vestuário de
Salvador e Feira de Santana, com
o apoio do SENAI, SENAC e Se-
brae, o evento consolida a valori-
zação da moda produzida essen-
cialmente no estado. Durante os
dois dias, lojistas do interior da
Bahia e de outros estados tiveram
contato com as criações das grifes.
A estimativa é que o evento tenha
gerado aproximadamente R$ 1,5
milhão em negócios.
“Um encontro como este vem
provocar toda a cadeia de produ-
ção, mostrando o potencial da in-
dústria baiana, dos nossos desig-
ners. É a demonstração do quanto
a moda baiana tem crescido e se
fortalecido”, declarou a presiden-
te do Sindvest de Salvador, Eunice
Habibe. A presidente do Sindvest
de Feira de Santana, Dilma Por-
tugal, concordou. “Eu vejo que
as marcas baianas estão cada dia
melhores. É um polo que tem cres-
cido muito e gerado emprego.” [bi]
VAlt
ER P
OntE
S/C
OPER
PHO
tO/S
IStE
MA F
IEB
RAFAEl MARtInS/SIStEMA FIEB
24 Bahia Indústria
trinta e dois projetos de lei
que tramitam na Assembleia
Legislativa da Bahia e im-
pactam no setor produtivo estão
reunidos na Agenda Legislativa da
Indústria do Estado da Bahia 2013,
lançada pela Federação das In-
dústrias do Estado da Bahia (FIEB)
no dia 24 de outubro. A primeira
edição da publicação engloba pro-
posições relacionadas às áreas tri-
butária, econômica, social, traba-
lhista, de política urbana e meio
ambiente.
Além de apresentar um resumo
de cada projeto de lei e sua fase de
tramitação, o documento, que será
publicado anualmente, traz o posi-
cionamento do setor industrial em
relação aos mesmos. Das proposi-
Al e FIEB lançam agenda da indústriaPublicação lançada pela Federação estreita diálogo do setor produtivo com o legislativo
José
mascarenhas
e marcelo nilo
apresentam a
publicação
ROBERtO ABREu/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
ções analisadas, a indústria posi-
ciona-se convergente com 12 proje-
tos de lei e divergente de 20 deles.
Com a iniciativa, a FIEB preten-
de aproximar setor produtivo do
Poder Legislativo. “É um instru-
mento que vai estreitar a relação
da indústria com a Assembleia. Es-
tamos à disposição para o diálogo
construtivo, para que tenhamos
projetos de lei melhor elaborados e
que, desta forma, colaborem para
o bem comum e tragam melhorias
para a economia do estado”, des-
tacou o presidente da FIEB, José de
F. Mascarenhas.
O presidente ressaltou, ainda,
que o fato de a indústria baiana se
posicionar sobre os projetos em tra-
mitação demonstra a abertura para
o debate com o Legislativo, que de-
ve ser pautado em princípios como
a ética e a transparência.
Presente na cerimônia de
lançamento, o presidente da As-
sembleia Legislativa da Bahia, o
deputado estadual Marcelo Nilo,
também destacou que a Casa es-
tá aberta ao diálogo. “A partir de
agora essa integração será mais
efetiva. Comprometo-me a ouvir
as demandas dos empresários”,
pontuou. Todos os Projetos de Lei
que constam na Agenda foram
protocolados entre 2011 e 2012 e
tiveram suas tramitações atuali-
zadas até maio deste ano. Atual-
mente, além das proposições que
integram a publicação, a FIEB mo-
nitora outros 34 projetos de lei em
tramitação na Assembleia.
O acompanhamento é realizado
pela Gerência de Assuntos Legisla-
tivos e Executivos, criada em 2011.
De acordo com o superintendente
de Relações Institucionais da FIEB,
Cid Vianna, por conta desta inicia-
tiva, 57% dos projetos votados ou
arquivados em 2012 tiveram deli-
beração favorável aos interesses
do setor empresarial. “Há uma ne-
cessidade deste debate para que os
parlamentares possam conhecer a
realidade do setor produtivo.”
Para elaborar a publicação, a
FIEB contou com a participação de
lideranças empresariais, por meio
dos seus sindicatos filiados, de
integrantes dos Conselhos Temá-
ticos, dirigentes e colaboradores
do Sistema FIEB. O documento es-
tá disponível no aplicativo Banca
FIEB, que reúne publicações do
setor industrial. A Banca FIEB po-
de ser acessada gratuitamente na
internet (http://www.fieb.org.br/
bancafieb) e tem versão para ta-
blets e smartphones, nos sistemas
iOS e Android. [bi]
Bahia Indústria 25
não basta promover uma cau-
sa, é preciso primeiro dar o
exemplo, fazer bem feito,
para depois procurar influenciar.
É com esse espírito que o Sistema
FIEB lançou o Relatório de Susten-
tabilidade, versão 2012, primeira
publicação da entidade que reúne
suas principais iniciativas volta-
das para o desenvolvimento sus-
tentável do estado. O lançamento
ocorreu no final de outubro, du-
rante o encontro Gestão Susten-
tável para uma Sociedade Justa e
Economicamente Viável.
Conforme explicou o presidente
da FIEB, José Mascarenhas, o Re-
latório “tem não apenas o objetivo
de estimular as indústrias à prá-
tica de uma gestão mais respon-
sável, como também tornar mais
conhecidas as ações que o Sistema
empreende com esse enfoque.”
Para o vice-presidente da FIEB,
Reinaldo Sampaio, a publicação
apresenta um trabalho desenvol-
vido há muito tempo na Federa-
ção. “Este relatório é o coroamento
de um processo desenvolvido ao
longo de muitos anos, com o obje-
tivo de contribuir com o fortaleci-
mento da cultura da sustentabili-
dade e da responsabilidade socio-
ambiental da indústria da Bahia.”
Por sua vez, o coordenador do
Conselho de Responsabilidade
Social da FIEB (Cores), Marconi
Andraos, explicou que a entida-
de “tem, entre suas tarefas, que
sensibilizar as empresas para que
Gestão sustentável como valor agregadoSistema FIEB apresenta relatório que sintetiza as ações na área de sustentabilidade adotadas na entidade
passem a gerir seus negócios de
forma sustentável, compreenden-
do o valor agregado que a gestão
socialmente responsável traz para
a organização.”
O Relatório de Sustentabilidade
foi elaborado com o uso da meto-
dologia GRI, que parte da análise
da aplicabilidade, às caracterís-
ticas da organização, de um con-
junto de 48 indicadores nas áreas
econômica, ambiental, de direitos
humanos, boas práticas trabalhis-
tas, responsabilidade social e res-
ponsabilidade quanto a produtos.
No caso de indicadores não
aplicáveis diretamente, fez-se
uma adaptação, mantendo seu
objetivo. Após essa análise, verifi-
cou-se que o Sistema FIEB atende
integralmente a 37 indicadores de
desempenho e, parcialmente, a 11
deles, se enquadrando no Nível B
das diretrizes GRI de indicadores
monitorados com foco em susten-
tabilidade, com níveis de A a C.
A atuação sustentável do Sistema
FIEB parte dos valores que adota,
os quais incluem atuar com ética
e transparência, adotar a merito-
cracia, valorizar a força de traba-
lho, estimular a inovação, foco no
cliente e atuar com responsabili-
dade social. [bi]
Integrante
da orquestra
Juvenil do
SESI, ação
de relações
responsáveis
do Sistema
RAFAEl MARtInS/SIStEMA FIEB
26 Bahia Indústria
indicAdores Números da Indústria
Indústria baiana cresceu 7%taxa anualizada da produção física, em setembro, foi influenciada pelo desempenho de segmentos com o automotivo e metalurgia
A taxa anualizada da produção física da in-
dústria de transformação da Bahia alcan-
çou elevação de 7%, em setembro último,
pouco acima da taxa registrada no mês
anterior (6,8%), sinalizando a manutenção no ritmo
da atividade produtiva industrial. No ranking dos
13 estados que participam da Pesquisa Industrial
Mensal de Produção Física (PIM-PF-R), oito estados
apresentaram desempenho positivo: Bahia, Goiás,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Cea-
rá, Minas Gerais e Santa Catarina. Os demais cinco
estados registraram resultados negativos: Espírito
Santo, Pará, Paraná, Pernambuco e Amazonas. A
pesquisa é realizada pelo IBGE, com dados locais
trabalhados pela Superintendência de Desenvol-
vimento Industrial da Federação das Indústrias do
estado da Bahia.
Na Bahia, dos oito segmentos pesquisados, seis
apresentaram resultados positivos: Veículos Automo-
tores (35,8%, devido à maior fabricação de automó-
veis); Metalurgia Básica (22,7%, com maior produção
de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de
cobre); Refino de Petróleo e Produção de Álcool (17,2%,
com aumento na produção de óleo diesel e outros óleos
combustíveis e gasolina automotiva); Borracha e Plás-
tico (10,3%); Celulose e Papel (5,7%, maior fabrica-
ção de celulose); e Produtos Químicos/Petroquímicos
(2%). Em sentido contrário, dois segmentos registra-
ram queda na produção: Alimentos e Bebidas (-5,5%,
devido à menor produção de refrigerantes, óleo de soja
Bahia Indústria 27
produção física por estado: indústria de transformação
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
ESTadoS VARIAçãO (%)
SET13/ Jan-SET 13/ ouT12-SET13/ SET12 Jan-SET 12 ouT11-SET12
São Paulo -1,0 2,0 1,7
amazonas -3,2 1,8 -0,7
pará -10,8 -9,2 -7,6
ceará 4,5 2,8 1,6
pernambuco -7,5 -0,2 -1,0
Bahia 4,4 6,1 7,0
minas gerais -0,4 0,0 1,4
espírito santo 4,5 -11,9 -10,8
rio de Janeiro 3,7 3,0 2,1
paraná 11,2 4,0 -1,2
santa catarina 5,8 1,5 1,2
rio grande do sul 8,8 5,6 2,0
goiás 12,8 4,8 4,8
Brasil 2,0 2,0 1,4
em bruto, leite em pó e manteiga,
gordura e óleo de cacau) e Minerais
Não-metálicos (-0,1%).
cREScEu aciMa Da MÉDiaNa comparação de setembro de
2013 com igual mês do ano ante-
rior, a produção física da indústria
de transformação baiana apresen-
tou um crescimento de 4,4% (con-
tra um aumento de 2% da média
Brasil). Seis dos oito segmentos da
indústria de transformação pes-
quisados registraram crescimento
da atividade, como segue: Refino
de Petróleo e Produção de Álcool
(22,%, com maior produção de óleo
diesel e outros óleos combustíveis
e de gasolina automotiva); Veícu-
los Automotores (16,9%); Borracha
e Plástico (11,8%); Minerais não-
-metálicos (9,6%, maior produção
de cimentos “Portland” e ladri-
lhos e placas de cerâmica para
pavimentação ou revestimento es-
maltados); Celulose e Papel (9,5%,
maior produção de celulose) e Me-
talurgia Básica (3%).
Por outro lado, verificou-se
queda na produção de Produtos
Químicos/Petroquímicos (-6,8%,
em razão do importante impacto
alta densidade (PEAD) e misturas
de alquilbenzenos. Também teve
queda na produção o segmento de
Alimentos e Bebidas (-4,6%).
Tendo em conta o acumulado
dos nove primeiros meses des-
te ano, em comparação a igual
período de 2012, verifica-se um
crescimento de 6,1% na indústria
de transformação baiana. Tal de-
sempenho foi determinado pelo
resultado dos seguintes segmen-
tos: Veículos Automotores (31,9%,
com maior fabricação de automó-
veis), Metalurgia Básica (30,2%,
maior produção de barras, perfis e
vergalhões de cobre e de ligas de
cobre), Refino de Petróleo e Prod.
Álcool (15,5%), Borracha e Plástico
(9,2%), Celulose e Papel (4,4%) e
Produtos Químicos/Petroquími-
cos (0,2%). Por outro lado, verifi-
cou-se queda na produção de Ali-
mentos e Bebidas (-6,4%) e Mine-
rais não-metálicos (-0,7%).
A indústria baiana tem apre-
sentado desempenho expressivo
em 2013, em função dos resulta-
dos obtidos pelos segmentos de
Metalurgia, Veículos Automoto-
res e Refino de Petróleo e Produ-
ção de Álcool. [bi]
negativo decorrente da paralisação
de algumas unidades produtivas
locais, em função tanto dos efeitos
do desligamento do setor elétrico
ocorrido na Região Nordeste, no
final do mês de agosto, mas que
afetaram a produção em setembro,
quanto de paradas programadas
para manutenção). Em termos de
produtos, destaca-se a menor fa-
bricação de etileno não-saturado,
O-xileno, benzeno, polietileno de
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
130
135
140
125
120
115
110
105
100
95
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14). Sem ajuste sazonal.
BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2011 - 2013)
2012
2011
2013
28 Bahia Indústria
Quando desenvolvo uma tecnologia para tor-
nar a empresa em que atuo mais competitiva,
também contribuo para o crescimento do País,
ainda que indiretamente”. Com esta declaração, o en-
genheiro eletricista Daniel Gonçalves compartilhou
com o público do 14° Workshop de Estágio a impor-
tância desta prática para a sua vida profissional.
Com o projeto de pesquisa “Utilização de harmô-
nicos de ranhuras para estimação da velocidade do
motor elétrico de uma unidade de bombeio mecâni-
co”, ele ficou em segundo lugar na categoria grande
empresa do Prêmio IEL de Estágio, realizado em ou-
tubro, em Brasília. O projeto foi elaborado durante o
período de estágio de Daniel na Petrobras (Unidade
Operacional Bahia), realizado de março a novembro
de 2012.
O engenheiro eletricista participou de uma mesa
redonda que integrou a programação do 14° Workshop
de Estágio, realizado no dia 30 de outubro, na Reito-
ria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e reuniu
representantes das três empresas vencedoras esta-
duais do Prêmio Melhores Práticas de Estágio 2013.
Enéas Góes Furtado, Patrícia Matos, Taiane Aguiar,
apresentaram os programas de estágio e treinamento
da Petrobras, Desenbahia e Sicoob, respectivamente.
A mesa redonda foi mediada pela gerente de Es-
tágio e Formação de Talentos do Instituto Euvaldo
Lodi-Bahia (IEL-BA), Edneide Lima e também contou
com a presença do estudante vencedor na categoria
média empresa, Israel Cerqueira Santos, que estagiou
na Desenbahia.
Na abertura do evento, o superintendente do IEL e
presidente do Fórum de Estágio da Bahia, Armando
Neto, reforçou a importância do estágio como ativi-
dade complementar ao aprendizado acadêmico. “As
atividades que o IEL desenvolve nesta área, como o
workshop e o Prêmio Melhores Práticas, têm como
objetivo disseminar a importância do estágio como
ferramenta educacional”, destacou.
REDES SociaiSCom o tema Desenvolvimento de Carreiras, o
workshop contou, ainda, com palestra do especia-
lista em comunicação digital, Fábio Bito Teles, que
abordou como as redes sociais podem auxiliar ou
atrapalhar a vida profissional. O especialista expli-
cou que as redes sociais são importantes fontes e fer-
ramentas para coleta de informação, para estabelecer
networking e para a produção e disseminação de con-
teúdo profissional.
“Não se contente com apenas uma experiência de
estágio. Se desafie, vá adiante, não espere que a em-
presa em que você trabalha vá te dar tudo o que você
quer. Nós temos que buscar no mercado o que quere-
mos”, aconselhou.
Promovido pelo IEL-Bahia por meio do Fórum de
Estágio da Bahia, o 14° Workshop de Estágio contou
com o apoio do SENAI, SESI, Unijorge, Faculdade
Social, Petrobras, DayHORC, EEEMBA, Grupo FF, Te-
con, Wizard, Shiro Temaki, Uranus2 e ABMP. [bi]
Formação acadêmica aprimorada na práticaFinalista nacional do Prêmio IEl de Estágio compartilha experiência durante workshop realizado em Salvador
Edneide lima
e daniel
Gonçalves
discutiram
sobre como
tirar proveito
do estágio
RAFAEl MARtInS / SIStEMA FIEB
Bahia Indústria 29
A constatação de que a mo-
bilidade do pedestre é um
dos principais problemas
de Salvador foi uma das primei-
ras observações do ex-prefeito de
Bogotá, Enrique Peñalosa, que
veio à Bahia a convite do Instituto
Movimenta Salvador. Considerado
um dos principais nomes sobre
mobilidade urbana no mundo,
ele discutiu Mobilidade e Planeja-
mento Urbano da capital baiana,
no dia 2 de outubro, na Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(FIEB).
O urbanista, que governou a
capital colombiana de 1998 a 2001,
período em que implantou gran-
des projetos, como a Rede Bogotá
de Ciclovias, o Distrito de Biblio-
tecas e o Transmilênio (sistema de
transporte coletivo), observou que
a capital da Bahia é uma cidade
que exclui os pedestres.
quaLiDaDE DE ViDaPara Peñalosa, os espaços pú-
blicos devem ser melhor aprovei-
tados e a capital baiana precisa
promover mudanças considerá-
veis para melhorar a qualidade de
vida dos seus habitantes. “A me-
lhor cidade para se viver é aquela
especialmente agradável para ca-
minhar, com árvores, iluminação,
calçadas. Aqui, as pessoas fazem
isso no shopping, porque é onde
encontram segurança, calçamen-
Ex-prefeito de Bogotá discute mobilidadeConsiderado uma das referências em mobilidade urbana do mundo, Enrique Peñalosa foi convidado pelo Instituto Movimenta Salvador
ROBERtO ABREu/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
to adequado, etc. Elas precisam ter
espaços públicos assim também”.
O vice-presidente da FIEB, Rei-
naldo Sampaio, concordou com o
convidado e fez um comparativo
com outros momentos da história.
“No passado, as cidades existiam
com a premissa de agrupar indi-
víduos em um ambiente de feli-
cidade, harmônico, seguro. Hoje
nós subvertemos esta lógica. As
cidades estão agredindo a nature-
za humana, por isso, a cada dia,
o indivíduo tem se sentido mais
excluído, com sensação de não
pertencimento a este espaço. Pre-
cisamos discutir soluções para re-
verter este quadro”, pontuou.
Outra particularidade de Sal-
vador que foi bastante criticada
pelo ex-prefeito foi a existência de
autopistas no centro da cidade, co-
mo a Avenida Luiz Vianna Filho, a
Paralela. “Autopistas urbanas, co-
mo as que vejo aqui em Salvador,
são um desastre, são como um rio
venenoso que passa pela cidade.
Os seres humanos não podem se
aproximar. Não se pode atraves-
sar. Elas deveriam ser substituídas
por avenidas arborizadas, com es-
paço para os pedestres, calçadas,
áreas de convívio", criticou.
Para Peñalosa, Salvador só tem
um caminho para resolver a ques-
tão, que é o sistema de ônibus com
faixas exclusivas. De acordo com
o ex-prefeito de Bogotá, uma faixa
de ônibus mobiliza mais pessoas
que 60 faixas de carros. [bi]
Para o
especialista,
a capital
baiana precisa
promover
mudanças para
melhorar a
qualidade de
vida dos seus
habitantes
30 Bahia Indústria
painel
JogoS REgIonAIS Do SESI Em João Pessoa • Mais de 500 trabalhadores de
45 empresas de todo o estado
participaram, nos dias 27, 28 e 29 de
setembro, da etapa dos Jogos Estaduais do
SESI 2013. A competição foi classificatória
para os Jogos Regionais do SESI, que
acontecerão este ano em João Pessoa, na
Paraíba, no período de 21 a 24 de
novembro, com a participação das
delegações dos estados de Sergipe,
Alagoas, Pernambuco e Paraíba.
Festival literário e Varanda na FlicaO Espaço Cultural Pouso da Palavra ficou pequeno para a
premiação do 1º Festival SESI Literário, no dia 25 de outubro,
durante a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). A
premiação foi acompanhada do lançamento de um livro com as
obras classificadas e precedida de um bate-papo com a poetisa
Rosana Paulo, o sociólogo Gustavo Falcón, o designer e editor
Enéas Guerra, e pelo chefe da representação Minc Bahia e
Sergipe, Lula Oliveira. Além do Festival Literário, o SESI
também esteve presente com a Varanda do SESI e a Sala de
Som, que teve transmissão pela web, valorizando a boa música
e as manifestações culturais locais. O Festival teve 293 obras
inscritas e contou com a adesão de 43 empresas industriais
representadas por seus trabalhadores e dependentes, de alunos
da rede SESI de Educação e, também, dos alunos da rede
pública de Cachoeira e São Félix. A lista completa dos
premiados está no Portal do SESI www.fieb.org.br/sesi.
lazzo matumbi foi um dos convidados da Sala de Som
Esporte cidadania chega à 9ª ediçãoUm dia dedicado à
sensibilização da comunidade
para a importância da prática
do esporte como forma de
manter a qualidade de vida e
boas práticas de convivência
social, foi assim A 9ª edição
do Esporte Cidadania,
realizado em parceria com a
Rede Globo, e que este ano
aconteceu no sábado, 26.10,
das 9 às 16 horas, na unidade
do SESI Simões Filho. O
evento contou com a presença
de Allan do Carmo, atleta de
maratona aquática, que
ganhou a medalha de bronze
nos Jogos Pan-americanos
(Rio 2007). Ele não apenas
marcou presença como fez
questão de percorrer os
estandes e conversar com as
crianças presentes. Durante o
evento foram realizados 15.172
atendimentos, incluindo
emissão de documentos,
atividades de lazer e
recreação, oficinas esportivas,
além de serviços de saúde,
oferecidos pelos parceiros e
pelo SESI.
VAltER POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
VAltER POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
caminhada do medida certa bate recordeRealizada pela Rede Globo,
em parceria com o SESI, a
Caminhada do Medida Certa
em Salvador reuniu mais de
10 mil pessoas, no Dique do
Tororó. Foi o maior público
já registrado no evento, que
acontece em várias capitais
do país. Durante a
caminhada, uma iniciativa
do programa Fantástico para
estimular a adoção de
hábitos de vida saudáveis na
população, 63% do público
feminino participante e 59%
do público masculino foram
diagnosticados com
sobrepeso e obesidade.
A Caminhada incluiu
atividades de recreação,
orientação nutricional e
dicas de alimentação
saudável, cálculo do
Índice de Massa Corporal
(IMC) em adultos, feito pelo
SESI e, em crianças, pela
Pastoral da Criança. As
atividades de orientação
nutricional foram realizadas
pelo Programa Cozinha
Brasil do SESI.
Bahia Indústria 31
Empresários do oeste estiveram com mascarenhas
Victor Ventin liderou a mobilização dos empresários
Empresários da região oeste na FIEBSeis empresários dos municípios de Barreiras e Luís Eduardo
Magalhães, representantes dos segmentos industriais de
confecções, alimentos, metal mecânica e construção civil,
filiados ao Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB),
visitaram o SENAI Dendezeiros, unidade que atua com
educação profissional, serviços técnicos e tecnológicos e
informação tecnológica nas áreas de alimentos e bebidas,
couro e calçados, construção civil, gráfica, têxtil e vestuário,
equipamentos móveis industriais e madeira e mobiliário. Os
empresários também tiveram reuniões com o presidente da
FIEB José de F. Mascarenhas e com executivos do SESI,
SENAI, IEL e CIEB. O Sistema FIEB está construindo duas
unidades na região oeste, uma no município de Barreiras e
outra em Luís Eduardo Magalhães.
árabes buscam ampliar negócios na BahiaInteressados nos segmentos da petroquímica,
agroindústria, energia renovável e turismo, representantes
diplomáticos de 13 países árabes participaram, no dia 31
de outubro, na sede da Federação das Indústrias do Estado
da Bahia (FIEB), por meio do Centro Internacional de
Negócios (CIN), do Fórum Econômico Bahia x Países
Árabes. O encontro reuniu embaixadores e encarregados
de negócios de países como Sudão, Egito, Argélia, Omã,
Marrocos, Arábia Saudita, além de empresários,
presidentes de sindicatos baianos e lideranças vinculadas
à Câmara de Comércio Árabe. O Fórum teve por objetivo
apresentar oportunidades de negócios bilaterais e também
o portfólio de serviços oferecidos pelo Sistema FIEB.
RAFA
El M
ARtI
nS/S
IStE
MA F
IEB
AnGElO POntES/COPERPHOtO/SIStEMA FIEB
Parceria entre IEl e cnPq pela inovaçãoEmpresas interessadas em desenvolver produtos, processos e
serviços inovadores terão mais um incentivo a partir de agora.
Até 19 de dezembro estão abertas as inscrições para o Inova
Talentos, uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) que oferecerá, até 2015, mil bolsas para
estudantes do último ano da graduação e para recém-
formados desenvolverem inovações nas empresas. As
inscrições serão realizadas pelo Portal da Indústria. O CNPq
investirá R$ 29 milhões no custeio das bolsas. O processo de
recrutamento, seleção, treinamento e acompanhamentos dos
profissionais será realizado pelo IEL, que também auxiliará as
empresas a desenvolver os projetos. Na Bahia, as empresas
devem entrar em contato pelo e-mail inovatalentos@fieb.
org.br. Os candidatos escolhidos receberão bolsas que vão
de R$ 1,5 a R$ 3 mil mensais pelo período de um ano.
Fórum discutiu mudanças no IPTuO Fórum Empresarial da Bahia, que representa 30 entidades,
conseguiu importantes vitórias relativas às mudanças
propostas pela Prefeitura Municipal do Salvador na cobrança
do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), aprovado no dia
18 de setembro, na Câmara de Salvador. Um dos pontos
questionados pelos empresários foi a tributação diferenciada
para imóveis dotados de equipamentos como geradores de
energia e churrasqueiras, bem como o aumento da taxação
em até 300%. Foram três encontros realizados pelo Fórum,
um deles com a presença do prefeito Antonio Carlos
Magalhães Neto, no dia 27 de setembro.
32 Bahia Indústria
Assédio moral nas relações de emprego
Flávia muniz martins é advogada da Gerência Jurídica da fiEB
jurídico
por flávia Muniz MaRtins
Têm sido frequentes os relatos de
assédio moral nas reclamações
trabalhistas. E, com a multipli-
cação dessas demandas, que cul-
minam, em regra, na condenação
do empregador ao pagamento de
indenização por danos morais pe-
la Justiça do Trabalho, o assunto
tem se tornado alarmante no am-
biente empresarial. Mas, o que é
o assédio moral e como pode ser
evitado?
O assédio moral pode ser defini-
do como uma conduta abusiva, de
natureza psicológica, atentatória
contra a dignidade psíquica da víti-
ma, praticada de forma reiterada e
intencional, colocando o assediado
numa situação constrangedora, ve-
xatória, com a intenção de isolá-lo
do ambiente de trabalho.
Em geral, é manifestado por re-
petidas atitudes constrangedoras
e humilhantes, como ocorre com a
rotulação de apelidos agressivos,
excesso na cobrança de resultados
em reuniões, pagamento de pren-
das por não atingir a meta previs-
ta, dentre outros. Todavia, nada
impede que ocorra veladamente,
dificultando a sua caracterização
e intencionalidade, como no caso
da desqualificação do profissional
com o paulatino esvaziamento de
suas atividades.
A situação mais comum de as-
sédio moral é entre superior hierár-
quico e seu subordinado. Mas nada
impede que ocorra a situação in-
versa, o assédio moral vertical as-
cendente. Há também o assédio ho-
rizontal, entre colegas de trabalho.
E, o mais prejudicial, o organiza-
cional, caracterizado por uma polí-
tica institucional agressiva, com a
gestão por stress, visando eliminar
os empregados mais fracos.
Neste ponto, vale um destaque:
o estabelecimento de metas de pro-
dutividade, com sua consequente
cobrança, está inserido no âmbito
do poder diretivo do empregador,
sendo imprescindível e necessário
para a consecução da atividade
produtiva econômica. O que se ve-
da, apenas, é o abuso do direito no
exercício do poder diretivo.
As consequências do assédio
moral são nefastas. A repetição
sistemática leva à degradação do
ambiente de trabalho, com a perda
da produtividade da vítima e, pos-
sivelmente, o comprometimento de
sua saúde, violando o empregador
não apenas os direitos da persona-
lidade do empregado, mas seu de-
ver de manter o meio ambiente de
trabalho hígido e sadio.
Mas como evitar o assédio
moral no ambiente de trabalho?
Sem dúvida, o melhor caminho
é a prevenção, por meio de ações
informativas e educativas, culti-
vando uma política institucional
de respeito aos direitos humanos,
e de repulsa ao assédio. Igualmen-
te, o investimento em capacitação
e treinamento dos trabalhadores
em suas relações interpessoais,
principalmente de seus líderes,
ao lado da possibilidade de cria-
ção de um canal de denúncia, no
qual o empregado tenha seu sigilo
preservado, contribuirão para a
diminuição do assédio moral no
ambiente corporativo.
STF dá parecer sobre regras do Simples
O Supremo Tribunal Fede-
ral (STF) negou provimento
ao recurso de contribuinte
que questionava a exigência
de regularidade fiscal com o
Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) ou com as Fa-
zendas Públicas federal, es-
taduais ou municipais para o
recolhimento de tributos pelo
regime especial de tributação
para micro e pequenas em-
presas, o Simples. O Tribunal
entendeu que tal exigência
não fere os princípios da iso-
nomia e do livre exercício da
atividade econômica. A de-
cisão teve repercussão geral
reconhecida e deve orientar
as demais decisões em ins-
tâncias inferiores.
decisão sobre multa do FGTS
Empresa obteve tutela an-
tecipada para deixar de reco-
lher a multa adicional de 10%
sobre o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço paga em
demissões sem justa causa,
mesmo após o veto do gover-
no federal ao projeto de lei
que previa o seu fim da sua
exigibilidade. O contribuin-
te alegou que a multa já teria
cumprido o papel para o qual
foi criada (recomposição do
déficit de R$ 40 bilhões no FG-
TS gerado com o pagamento
dos expurgos inflacionários
dos planos Verão e Collor I), e
que o governo a estaria usan-
do para outros fins, como o
programa Minha Casa, Minha
Vida. Da decisão cabe recurso.
Bahia Indústria 33
ideiAs
por silvana saPucaia
Nos últimos anos, o segmento
produtivo por intermédio de or-
ganizações que representam os
seus interesses, vem realizando
um grande trabalho coletivo para
definir e defender a posição da in-
dústria nos projetos que tramitam
nas Casas Legislativas. Isto está
sendo possível não apenas em
razão do processo de redemocra-
tização do Estado, mas também
porque tais organizações se estru-
turaram para levantar informa-
ções e produzir dados concretos
que demonstram aos legisladores
os impactos concretos das Leis na
economia nacional.
Percebe-se, então, a evolução
na atuação destas organizações
– que antes era realizada com o
objetivo de influenciar na aprova-
ção de projetos convergentes com
os interesses do empresariado, ou
na rejeição daqueles que ameaças-
sem esses interesses –, para o de-
sempenho de um novo trabalho,
que visa mostrar ao Poder Legisla-
tivo que a efetividade da norma só
será atingida quando o processo
legislativo reconhecer a necessi-
dade de compreensão sistêmica
dos problemas, levando em con-
sideração os impactos nas áreas
econômica, ambiental e social.
E neste novo contexto, qual
passou a ser o papel do empresa-
riado no processo de elaboração
das leis?
Sem dúvida que o empresário é
um ator político relevante no pro-
cesso de formação das leis, não
apenas no âmbito federal, como
A participação do empresário no processo legislativo
também estadual e municipal,
devendo exercer seu poder de in-
fluência nos processos de elabo-
ração de regras para minimizar
o impacto econômico que poderá
delas advir.
Isto porque, o que se observa,
em muitos casos, é que efetiva-
mente a matéria trazida no proje-
to de lei requer um conhecimento
técnico específico, dominado ple-
namente apenas por aqueles que
vivenciam as práticas correlatas.
Não sendo possível aos parlamen-
tares visualizar profundamente o
impacto que aquela norma resul-
tará no cenário econômico.
É importantíssimo que o em-
presariado esteja atento, a fim de
evitar, ou ao menos minimizar,
por exemplo, o excesso e a má
qualidade da regulação da ativi-
dade econômica; a legislação tra-
balhista inadequada; o sistema
tributário que onera a produção;
o elevado custo de financiamento
da atividade produtiva; a infra-
estrutura material insuficiente e
a infraestrutura social deficiente.
Estes seis fatores formam, confor-
me entendimento da CNI, o “custo
Brasil”. Diminuir o “custo Brasil”
é essencial para manter a competi-
tividade da indústria nacional.
Evidente que a eficácia da atu-
ação isolada do empresariado
provavelmente será menor do que
a ação das organizações de repre-
sentação. Assim como a atuação
das organizações, sem o apoio
do empresário, fica prejudicada,
pelo que se defende um trabalho
em conjunto, onde há atuação
em parceria através da análise de
Silvana Sapucaia é gerente Jurídica do Sistema fiEB
"o empresário é um ator político relevante no processo de formação das leis, não apenas no âmbito federal, como também estadual e municipal, devendo exercer seu poder de influência"
“impacto do Projeto de Lei no seu
segmento produtivo e da constru-
ção de uma tomada de posição,
além do trabalho de mobilização e
conscientização de seus pares, se
necessário.
Cabe ao empresário acompa-
nhar estas etapas, que são dinâ-
micas, fornecendo informações e
análises baseadas na experiência
do seu ‘dia a dia’, onde o grau de
participação do empresariado in-
dustrial nas questões legislativas
representa seu comprometimen-
to com o futuro de sua empresa e
ainda demonstra, não apenas seu
nível de responsabilidade, mas
também o reconhecimento que
seu segmento produtivo tem papel
fundamental na economia e tam-
bém na definição da qualidade de
vida das comunidades e de seus
empregados.
Assim, cabe ao segmento pro-
dutivo demonstrar aos legislado-
res que o número excessivo e a
desconexão das leis com o merca-
do, implica em burocracia e ine-
ficiência, emperrando processos
que viabilizam a competitividade
e inovação para o desenvolvimen-
to econômico e social. [bi]
livros
leitura&entretenimento
Ferramenta do século 21A administração por projetos, ao lado do
gerenciamento estratégico, é considerada
um dos principais instrumentos de gestão
do século 21. A metodologia tem auxiliado
os gestores a lidar melhor com os desafios
do mundo globalizado e as mudanças
constantes e imprevisíveis do cenário
empresarial. Neste livro estão elencados
os princípios fundamentais e as etapas na
elaboração de projetos, em especial,
projetos de investimentos, de forma
didática e abrangente.
Photografo Ergo SumA exposição Photografo Ergo Sum dos fotógrafos Marco
Aurélio Martins e Rafael Martins estará aberta a visitação até
15 de janeiro, na Galeria Pierre Verger, no Subsolo da
Biblioteca Central, em Salvador. A mostra é composta por
imagens que utilizam como técnica fotogramas e light
painting em preto e branco, produzidas a partir da projeção
de uma fonte de luz sobre áreas fotossensíveis pelo
sombreamento total ou parcial de objetos. O trabalho
experimental faz parte de uma provocação sobre o tempo na
fotografia. Quem for conferir a poderá conhecer um pouco
mais do trabalho de dois nomes da fotografia baiana e o
encontro de pai e filho, de duas gerações unidas por uma
mesma arte.
conflitos sindicaisUm mergulho sobre a conduta sindical,
a partir do olhar aguçado do jurista e de
um especialista na temática, é o que nos
propõe Luciano Martinez, juiz do
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª
Região e professor adjunto do Direito do
Trabalho da Ufba. Nesta obra, a
liberdade sindical, a ação hostil à
organização ou à ação sindical são
tratados com a maestria de quem
domina a matéria. Trata-se de uma obra
de referência.
Elaboração de Projetosmaria alice Soares Consalter, 3ª ed, IBPeX, 176 p., 2011. disponível na Biblioteca FIEB Sede
condutas antissindicaisLuciano martinez, ed. Saraiva, 456 p., 2013. disponível na Biblioteca FIEB Sede
FOtOS DIVulGAçãO
Pierre Verger, uma ponte sobre o atlânticoOs soteropolitanos têm até 23 de fevereiro para conferir duas
mostras de Pierre Verger, em Salvador. Uma retrata uma viagem
pelo Suriname, em 1948, acompanhado do antropólogo, Alfred
Métraux, que registra cenas da vida cotidiana no Atlântico
Negro. Esta, em cartaz na Fundação Pierre Verger apresenta 34
imagens, a maioria inéditas, que permitem entrar em contato
com uma temática chave de ouro da obra: as Américas negras.
Já na Aliança Francesa, estarão expostas 40 fotografias do
Brasil, das Antilhas e de países do continente africano. As fotos
tiradas no Brasil mostram a cultura africana na Bahia como: o
candomblé, a culinária e as tradições culturais.
não percA Fund. Pierre Verger (Pelourinho) e Aliança Francesa (Vitória), até 23/2. Seg a sab., 8 às 21h, Dom. 13 às 21h. Gratuito. (71) 3203-8400/3336-7599
não percA Galeria Pierre Verger, Seg. a Dom., 9 às 21h, até 15.01. Gratuito. biblioteca Central dos barris, Centro, Salvador. informações: (71) 3103-4065
exposição
34 Bahia Indústria
Bahia Indústria 35
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