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OPINIÃO29SEXTA-FEIRA, 13 DE SETEMBRO DE 2013 A GAZETA

O caminhodas vendas

Angelo PassosJornalista, escreve às sextas-feiras neste espaço

Comércio varejista registra alta de 1,9% em julho,o melhor resultado em 18 meses. No entanto oacumulado dos negócios no ano perde para 2012

O IBGE informa que o volume de vendasdo comércio varejista do país aumentou1,9% em julho, na comparação com omês anterior, e se trata do melhorresultado em 18 meses.

Guido Mantega já fala em recuperação doconsumo, mas sua opinião, como de cos-tume, não bate com a do mercado. AConfederação Nacional dos Dirigentes Lo-jistas fala em “surpresa positiva”, mas pre-fere aguardar os resultados dos próximosmeses para ter melhor noção do cenário.

De fato, é surpreen-dente. O que houve? Emjunho, o avanço vare-jista foi de apenas 0,4%.Já o consumo das fa-mílias teve variaçõespositivas de 0,1% e de0,3% no primeiro e se-gundo trimestres, res-pectivamente.

O semestre de acomo-dação, sem crescimento,no consumo das famíliasencontra as seguintes ex-plicações: inflação alta;crédito mais caro, queavança em velocidademenor; sinais de fraque-

za do mercado de trabalho (a massasalarial cresce menos); e o comprome-timento de 45% da renda da populaçãocom dívidas (era 32% em 2007). Obrasileiro está buscando mais crédito parapagar dívidas. Nenhuma dessas variáveisse modificou a ponto de justificar o saltonas vendas do comércio em julho –embora, em si, o percentual de 1,9% nãoseja elevado. Apenas sobressai-se diantede resultados antecedentes.

Com o bom resultado de julho, ovolume de vendas do varejo acumuladono ano subiu 3,5%, e esse ritmo ainda éinferior ao do ano passado. Em 2012,houve expansão chinesa, nada menosde 8,4%, oito vezes e meia mais que opibinho de 0,9%. Para 2013, a variaçãoprevista pela Confederação Nacionaldos Dirigentes Lojistas é de 4% (con-

siderando apenas o co-mércio restrito, quenão inclui vendas deveículos e de materialde construção).

Se tudo mais perma-necesse constante noPIB, o crescimento de4% do varejo, menosda metade do que em2012, seria de 0,40ponto porcentual, se-gundo cálculo do mer-cado. Portanto não vaibem o modelo de cres-cimento ancorado sóno consumo interno,adotado desde 2009.

Um “SonhoGrande”

Paulo HartungEconomista, o ex-governador escreve às sextas-feiras neste espaço

Em qualquer caminho (público ou privado),é imprescindível a devoção absoluta decada um a fazer o melhor que pudermos sempre

Estive em Cachoeiro para participar daSemana da Administração. Baseando-meno prefácio do livro “Sonho Grande”, deCristiane Correa, falei das 10 principaislições observadas pelo professor Jim Col-lins acerca da trajetória de Jorge PauloLemann, Marcel Telles e Beto Sicupira,donos da AB Inbev, a maior cervejaria domundo, da Burger King e da Heinz. Peloseu valor, compartilho!

1) “Invista sempre – e acima de tudo –nas pessoas”. “Sua filosofia: melhor darchances às pessoas talentosas (ainda quenovatas) e sofrer algumas decepções nocaminho do que não acreditar nelas.”

2) “Sustente o impulso com um grandesonho”. “Gente boa precisa ter coisasgrandes para fazer, senão leva sua ener-gia para outro lugar”.

3) “Crie uma cultura meritocrática”,que “valoriza o desempenho, não ostatus; a realização, não a idade; acontribuição, não o cargo; o talento,não as credenciais”.

4) “Você pode exportar uma ótimacultura para setores e geografias am-plamente divergentes”, entendendo quea “cultura não é um apoio à estratégia; acultura é a estratégia”.

5) “Concentre-se em criar algo grande,

não em administrar dinheiro”. “Administrardinheiro, por si, nunca cria algo grande eduradouro, mas desenvolver algo grandepode levar a resultados substanciais”.

6) “A simplicidade tem magia e genia-lidade”. “Em quase todas as dimensões, ostrês buscam ser simples”, principalmente naestratégia de negócios: “tenha gente boa, dêa esse pessoal grandes coisas para fazer esustente uma cultura meritocrática”.

7) “É bom ser fanático”. “Não háatalhos para resultados excepcionais”.“Existe apenas um esforço intenso, delongo prazo e sustentado. E o únicomeio de constituir esse tipo de empresaé ser fanático.”

8) “Disciplina e calma (não veloci-dade) são a chave do sucesso em mo-mentos difíceis”. “Sempre observei nostrês “um espírito de avaliação cuidadosade opções seguida de decisões calcu-ladas”. Nada de pânico.

9) “Um conselho de administraçãoforte e disciplinado pode ser um ativoestratégico poderoso.”

10) “Busque conselheiros e professores, econecte-os entre si”, “estimulando o po-tencial aprendizado de todos”.

Disse aos participantes que também naesfera governamental, com as devidas adap-tações, essas lições podem ser aplicadas,sabendo-se que, em qualquer caminho (pú-blico ou privado), é imprescindível a de-voção absoluta de cada um a fazer o melhorque pudermos sempre, a partir da de-dicação, do compromisso consigo mesmo ecom o outro e do aprendizado contínuo. E,claro, tendo um “Sonho Grande”.

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Creche, a primeira etapada Educação Básica

Deuceny LopesÉ professora e mestre em Geografia

É preciso repensar o objetivo e o papel da escola que queremos e estamos ajudando a construir

A Educação Infantil em sua trajetóriahistórica sempre teve um caráter re-ducionista de assistencialismo, voltadopara suprir as carências sociais. O seureconhecimento como primeira etapada educação básica veio com a Lei deDiretrizes e Base da Educação em 1996e com o Referencial Curricular Nacionalpara a Educação Infantil, em 1998.

Romper com o conceito tradicional,fruto de uma trajetória da educação in-

fantil em nosso país, que assumiu funçõese objetivos diversos ao longo da história,voltado ao assistencialismo, tem sido ogrande desafio dos gestores públicos e daEscola para (re)significar seu conceito eseu papel enquanto espaço de formaçãointegral do educando.

A educação e os cuidados com a in-fância são fatores fundamentais para odesenvolvimento global da criança e cabeao sistema de ensino a organização de

projetos e propostas pedagógicas quegarantam o direito social previsto em lei.E mais, desenvolver políticas públicas quedestaquem o papel da escola e da famílianesse processo para a (re)construção doconceito de escola e do papel dela nodesenvolvimento de nossas crianças.

É comum ouvir expressões “eu voudeixar meu filho na creche”. Devemosconsiderar que a creche tem um papeldecisivo na função cognitiva da criançae que o sentido de matricular a criançana escola vai além dessa expressão. Épreciso repensar o objetivo e o papel daescola que queremos e estamos aju-dando a construir, e consequentemente,o cotidiano escolar e as políticas pú-blicas que vão sendo implementadas.

Se queremos uma educação liberta-

dora, preconizada por Paulo Freire, pre-cisamos lutar para que a educação sejatratada como uma política pública.

É preciso que todos os atores (escola,família, comunidade escolar e gestorespúblicos) estejam envolvidos e inte-ragidos no processo de ensino-apren-dizagem e na construção de um cur-rículo e prática docente que contribuapara a formação integral do aluno. Tudoisso, sem transferir responsabilidades,pois todos somos responsáveis. Todosnós contribuímos, ou pelo menos de-veríamos contribuir, para a construçãode uma educação integral, no sentidoepistemológico e real da palavra.

Vencer esses desafios, promover e en-tender a educação como uma política socialé garantir um direito que é de todos.

Documento:AG13CAON029;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:12 de Sep de 2013 20:30:45