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SALVADOR, SÁBADO,17 DE AGOSTO DE 2013 4e5

Andandona l nh

As regras estão portoda parte, mas dápara respeitá-lassem chateação

Raul Spinassé / Ag. A TARDE

Catharine, 10, nãogosta de usar obibico do Colégioda Polícia Militar

PAULA MORAIS

em cinto desegurança oucarteira demotorista. Este

mês, a Polícia RodoviáriaFederal (PRF) encontrouum menino de 11 anosdirigindo um carro numaestrada do estado de SantaCatarina.

O pai estava no bancodo carona e contou quedeu o volante ao filhoporque sentiu dores nascostas. Não adiantou

1x0 para o diálogoA hora do intervalo da escola ésempre uma diversão. As irmãs Clarae Cecília Granjo, 10, não tinhamdúvidas sobre isso até o jogo de totóser motivo de confusão no ColégioMiró. Clara explicou que as regras nãoestavam sendo cumpridas por algunsestudantes. “Quem perdia com cincogols deveria dar a vez ao outrocolega. Mas isso não acontecia, e osmais velhos também furavam a fila”.A solução veio da turma de Cecília.Eles conversaram com a direção docolégio sobre o motivo dosdesentendimentos e decidiram que asregras deveriam ser repensadas paraevitar confusão. Cecília contou que alista com o que é ou não permitidofoi colada perto do jogo e todosconcordaram com a decisão. “Fizemosum envelope de sugestões para quequalquer um pudesse dizer o queachava. A confusão diminuiu”.

Como umaregra vira lei?Não são todas as pessoasque seguem a mesma regra,porque isso depende deonde moram, da idade oudo diálogo, por exemplo.Mas algumas regras viramleis e devem ser cumpridas,pois as punições podem sergraves, como a prisão.

O advogado FabrícioRebelo disse que a diferençaentre norma e lei é que aprimeira nem sempre atingetodo mundo. “As regras sãocomportamentais, fazemsentido a depender de comoé cada pessoa. Mas as leisde um país servem a todos”.

Quem faz as leis do nossoPaís são os deputadosfederais e senadores. Elesvotam um projeto e enviamao presidente, que podedizer sim ou não.

Dá parafazer juntosTer horário para dormir,tomar banho ou assistir atelevisão. Essas regras sãonormais na maioria dascasas. Mas e quando vocêse sente incomodado? Apsicóloga infantil LíviaBarros contou que asnormas podem serconversadas antes de serestabelecidas. “Os paisdevem pensar nas regraspara dentro de casa, sim.Mas elas devem serdialogadas com os filhos,para que todos fiquemfelizes com o resultado”.Então vai a dica: nãogostou? Converse e diga oque incomoda.

explicar. A família recebeuuma multa de mil reais eum puxão de orelha:dirigir no Brasil é só apartir dos 18 anos.

As regras, tambémchamadas de normas,estão em todas as partes:na escola, dentro decasa, em uma partida defutebol ou no jogo devideogame. Elas servempara organizar aconvivência entre aspessoas e evitar bagunça.

i a1, 2, 3marchando

Os meninos precisam cortar os

cabelos a cada 15 dias, e as

saias das meninas devem ficar

abaixo dos joelhos. Essas são

algumas normas do Colégio da

Polícia Militar da Bahia.

Catharine Almeida, 10, disse

que a única de que não gosta é

o uso do bibico, aquele chapéu

marrom. “Essa seria a regra

que eu tiraria, se pudesse”.

O horário para entrar no

colégio é 12h45. Engana-se

quem pensa que a aula

começa cedo. Na verdade, é

para “entrar em forma”. Nada

a ver com dieta. Esse é o

nome das instruções militares.

Catharine disse que as regras

são muitas e que há punição.

Mas o diálogo é a saída. “Só

algo grave gera advertência ou

suspensão”. Mas eles perdem

pontos na ficha quando ficam

de castigo e são retirados do

colégio quando não têm mais

pontuação.

Tenente da PM e

coordenador disciplinar da

escola primária, Anderson

Alves disse que há um

regulamento para todo o

colégio, mas que ele é

aplicado a depender da idade.

“Preparamos os alunos na

escolinha. Quando chegam ao

6º ano, já sabem as regras”.

Lúci

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As gêmeas Clarae Cecília, 10:regras trouxerampaz aos jogos detotó no colégio

“O mundo seria um caos semas regras”, disse Ana LuizaAlmeida, 10. Ela faz parte docoral do Instituto de EducaçãoMusical (IEM) há três anos econhece bem as normas paraser uma boa cantora.

Nada de mascar chicletes ebalançar as pernas, para nãoperder a concentração. Podeaté parecer estranho, mas AnaLuiza contou que é necessário.“Imagina se estamoscantando e engolimos ochiclete? Vamos engasgar,perder a afinação e apostura”.

QUEBRANDO AS REGRAS

Marcele Vitória, 11, está noIEM há cinco anos, a mais

velha da turma. Conhece asregras de cor e até sabe comoevitá-las. “Eu escondo ochiclete debaixo da língua”.

Não é sempre que issoacontece. É que Marcele achaque algumas normas sãochatas e podiam ser revistas.“Cumprir as regras éessencial no nosso cotidiano.Mas algumas podem serquebradas, e isso não faz mala ninguém”.

Ela falou que chegaratrasada um dia na aula éfugir de uma norma que podeser conversada. Já beber edirigir, por exemplo, não temnenhuma explicação. “Não ésó uma questão de regra, aí éeducação também”.

Dó, ré, mi, fá

S