ANAFILAXIA
Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande
Hayza Fernandes Felinto
ANAFILAXIA ‘ana’: contra; do grego filaxis: proteção
“É caracterizada por uma reação aguda sistêmica, grave, que acomete vários órgãos e sistemas simultaneamente e é determinada pela atividade de mediadores farmacológicos liberados por mastócitos e basófilos ativados.”
• Anafilaxia é um termo inclusivo para as reações causadas quando certos antígenos se combinam com anticorpos Ig E.
Ig E:
• Responsável pela sensibilização de mastócitos
• Permite o reconhecimento do antígeno para reações de hipersensibilidade
imediata
•Indivíduos atópicos produzem altos níveis de Ig E em resposta aos alérgenos do meio ambiente.
Principais agentes causadores:•Medicamentos
•Alimentos
•Veneno de insetos
•Agentes diagnósticos
Fatores de risco:•Atopia
•Sexo
•Idade
•Via de administração do alérgeno
•Constância de administração
•Tempo desde a última administração
•Status econômico do paciente
•Estação do ano
A anafilaxia é altamente provável quando qualquer um dos 3 critérios abaixo estão presentes:
• Doença de início agudo com envolvimento de pele, tecido mucoso ou ambos (urticária generalizada, prurido ou rubor facial, edema de lábios, língua e úvula) e pelo menos um dos seguintes:
• Comprometimento respiratório (dispnéia, sibilância, estridor);
• Redução da PA ou sintomas associados a disfunção terminal de órgão (hipotonia, síncope, incontinência).
Diagnóstico:
Dois ou + dos seguintes que ocorrem rapidamente após exposição a provável alérgeno:
Envolvimento de pele-mucosa (urticária generalizada, prurido ou rubor facial, edema de lábios, língua e úvula);
Comprometimento respiratório (dispnéia, sibilância, estridor);
Redução da PA ou sintomas associados a disfunção terminal de órgão (hipotonia, síncope, incontinência);
Sintomas gastrintestinais persistentes (cólicas, vômitos).
Redução da PA após exposição a alérgeno conhecido:
Crianças: PAS baixa ou maior do que 30% de queda da PAS; Adultos: PAS < 90mmHg ou maior do que 30% de queda da
PAS
Classificação:
•Alérgica
• Mediada por Ig E• Não-mediada por Ig E
•Não-alérgica
• Etiologia
• Tempo de início• Precoces • Tardias
• Local• Locais • Sistêmicas
• Gravidade• Leve• Moderada• Grave
Classificação:
Alérgica mediada por Ig E:
•Mecanismo clássico
Proteínas
Produção de Ig E
Antígenos completos e haptenos
Alérgica mediada por complemento:Agregados protéicos e reações por
imunocomplexos
Ativação do complemento
(fragmentos de C3a, C4a eC5a)
Ativação de mastócitos
Ativação direta de mastócitos e basófilos Drogas (opiáceos e contrastes) e exercício físico →
ativação de mastócitos; Não exigem sensibilização; 1ª contato.
Moduladores do ácido Araquidônico Interferência do mecanismo do ácido araquidônico –
responsável; Analgésicos e AINES; Causa mais frequente de reações alérgicas agudas
graves e anafiláticas em pacientes ambulatoriais.
Outros Mecanismos Idiopática
Quadro clínico:
─ Cutâneos/subcutâneos/mucosas Rubor, prurido, urticária, angioedema, rash morbiliforme, ereção pilar; Prurido labial, da língua e do palato: prurido palmo-plantar e no couro cabeludo; Edema dos lábios, da língua e da úvula Prurido periorbital, eritema e edema, eritema conjuntival, lacrimejamento Palidez, sudorese, cianose labial e de extremidades
─ Sistema respiratório Laringe: prurido e aperto na garganta, disfagia, disfonia, rouquidão, tosse seca, estridor, sensação de prurido no canal auditivo externo. Pulmões: respiração curta, dispnéia, aperto no peito, sibilância. Nariz: prurido, congestão, rinorréia, espirros.
─ Aparelho cardiovascular Hipotensão, sensação de fraqueza, taquicardia, vertigem, síncope, dor no peito, arritmia.
─ Sistema gastrintestinal Náusea, dor abdominal em cólica, vômitos, diarréia.
─ Outros Contrações uterinas em mulheres, convulsões, perda de visão, zumbido, sensação de morte iminente, perda de controle de esfíncteres.
Quadro clínico:
Reações Unifásicas
Reações Bifásicas
• 20% dos casos de anafilaxia (alimentos);
• Doses inadequadas de epinefrina no tratamento inicial ou demora;
• Quadro idêntico, mais grave ou menos intenso;
• Maioria após 8h;
• Recorrência em até 72h;
Não há sinais e sintomas preditivos.
Quadro clínico
Diagnóstico:
Clínico
Hematológicos: Elevações de glóbulos brancos e do hematócrito, pela hemoconcentração e eosinofilia.
Eletrocardiograma: Elevação do segmento S-T, achatamento ou inversão de ondas T e arritmias; o aumento sérico das enzimas cardíacas também pode ocorrer.
Radiografia de Tórax: Hiperinsuflação com áreas de microatelectasias.
Diagnóstico:
Triptase sérica Histamina
Diagnóstico diferencial:•Reações vasodepressoras (vasovagais)
•Síndromes flush
•Choque hemorrágico, cardiogênico ou endotóxico
•Síndromes com excesso de produção endógena de histamina• Urticária pigmentosa• Leucemia basofílica
•Doenças não-orgânicas• Síndrome de Munchausen• Síndrome do pânico• Histeria
Tratamento:•Manutenção das vias aéreas pérvias
•Avaliar os sinais vitais
•Administrar adrenalina (0,2 a 0,5 ml IM)
•Oxigenoterapia
•Manter o paciente em posição supina com elevação dos pés.
Objetivos:• Oxigenação• Perfusão• Prevenção da liberação de mediadores• Inibir a ação de mediadores liberados
Intervenção subsequente:•Anti-histamínico (difenidramina 50mg EV)
•Corticoesteróide (metilpredinisolona 1 a 2 mg/Kg EV)• Leve: Prednisona (0,5 a 1,0 mg/Kg/dia VO)
•Agonista beta 2 adrenérgico (broncoespasmo)
•Expansores de volume (1000 a 2000 ml)
•Glucagon (paciente beta bloqueados)
Tratamento:•Casos refratários: vasopressores (dopamina)
•Observação: 2 a 24h (ou até manter o controle)
•Alta: Anti-histamínico Corticóide
•Solicitação de acompanhamento ambulatorial para orientações gerais
•Cartão de identificação
Situações especiais de prevenção:• Asmáticos, cardiopatas e idosos;
• AIE → evitar alimentação nas 4h anteriores;
• Anafilaxia idiopática → corticóide oral ou anti-histamínico
• Anafilaxia por insetos → Imunoterapia específica;
• Outros → estratégia de dessensibilização.
•Abbas, Abul K., et al., Imunologia Celular e Molecular; ed. Elsevier 5° edição, 2005;
•Goldsby, Richard A., et al., Imunologia Kuby, ed. Revinter 4° edição, 2002;
•BERND, L. A. G., et al. Anafilaxia: guia prático para o manejo. Ver. Bras. Alerg. Imunopatol., 2006.
Bibliografia:
Obrigada!
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