50 ANOS
FLÚOR
Liberação de Flúor do SelanteNa Agua, Saliva e Soluções Desmineralizante-Remineralizante.
Os AA avaliam um selante contendo flúor,nas condições experimentais que simulamo processo DES-RE na boca, verificando asua liberação e ação anticárie.
INTRODUÇÃO
A pesquisa por materiais dentários com propriedades de liberar fluoreto e assim por si só serem capazes deinter:ferir com o desenvolvimento dacárie tem aumentado ultimamente.
Entretanto, a avaliação dos mesmostem sido feitas em condições desvinculadas das propriedades físico-químicas do meio ambiente bucal e do conhecimento atual do mecanismo de
ação do flúor. Assim, a maior partedos trabalhos tem avaliado a liberaçãode flúor em água (1,5,6,10, 11, 13,14, 15), a qual não simula a composição inorgânica, força iônica, grau desaturação, interações na superfície epH do meio, fundamentais no equilíbrio de reações e portanto diretamenteimplicados com a velocidade de dissolução da parte inorgânica de materiais.Alguns trabalhos tem avaliado a liberação de flúor de materiais quando imersos em saliva natural ou artificial (2).Embora esta condição simule o meioambiente bucal ela tem pouca. relaçãode como e quando o flúor age paracontrolar o desenvolvimento de cárie.
Na realidade flúor importante é aquele
que está presente constantementequando o dente está sujeito aos fenômenos de Desmineralização (Des-) eRemineralização (Re-), inibindo o primeiro ativando o segundo (3), e destamaneÍra, mantendo o equilíbrio de mi-
RGO,41 (5): 273-275, set/out., 1993
JAIME A. CURY- Professor de Bioquímica da FOI
Piracicaba/UN ICAMPJOSI: R. CURY SAAD
- Professor de Dentística da FO/Piracicaba/UN ICAMP
ANTONIO LUIS RODRIGUES JR.- Professor de Estatística da FO/Pi
racicaba/UN ICAMP
neral das estruturas dentárias. Em
acréscimo, além dos materiais não estarem sendo avaliados nestas condi
ções, os dados in vitro não tem sidoadequadamente interpretados (5) esabe-se que para o flúor exercer seuefeito cariostático concentrações permanentes abaixo de 0,5 ppm são suficientes (4).
Particularmente com relação aosselantes fluoretados as avaliações temsido feitas em água (1). Entretanto, este material não tem sido avaliado nem
em saliva e muito menos em condiçõesde ciclagens de pH simulando os fenômenos de Des e Re, sendo este portanto o objetivo deste trabalho em relaçãoao FluorShield, selante que contém2% de NaF na sua composição.
MATERIAIS E MÉTODOSMateriais
Para tal, 18 corpos de prova de188,5 mm2, preparados de acordocom as especificações do fabricante(DENTSPLY), foram divididos casualmente em três grupos de 6 para seremimersos nos meios para avaliação, à sa-
ber: Grupo I - Água Destilada Desmi·neralizada; Grupo 11 - Saliva Artificial de acordo com FUSA YAMA e
cols. (7), a qual foi filtrada pois o pHfoi acertado para 7,0, havendo portanto tendência a cristalização e GrupoIII - Soluções Desmineralizante (2,0mM de Ca e P em tampão acetato0,075 M, pH 4,3) e Remineralizante(1,5 mM Ca, 0,9 mM P em tampãoTris 0,1 M, pH 7,0).
Métodos
Os corpos de prova foram imersos individualmente em 1,5rnl dosmeios e deixados sob agitação. As soluções foram trocadas diariamente nasseguintes condições: a) Quando emágua ou saliva a cada 24 horas; b) quando em Des-Re, os corpos de prova permaneceram 6 h na Des e 18 h na Re,simulando ciclagens de pH de alto risco de cárie, suficientes para provocarperdas de mineral no esmalte que ge·ram manchas brancas após 14 dias invitro ou 30 dias in vivo (3). Nestas soluções trocadas diariamente foi feitadeterminação de íon flúor tamponando-se com TlSAB e utilizando-se ele·
trodo específico Orion 96-09 e analisador de íons Orian EA 940.
Os resultados obtidos foram ex
pressos em concentração de íons flúorna solução e em quantidade de fluoreto liberado por área de selante. Análiseestatística foi feita para verificar se ha-
273
RESUMO E CONCLUSÕES
Fig. 1 - Concentração de lon flúor nas soluções (ug/mll e quantidade liberada porárea de selante lug/cmi) em função do tempo (dias) de imersão.
o, asc o, a?)
O.73CO.OOJ
O.61CO.03)
0,60(0.03)
5.71(0.3'7)
Z,11CO.OED
1,27(0,09)
HElO
'.'OCO,1e) 2.eocO,18)
0.62(0.08>
0.41<:0.(9)
0.67<0.06)
O,4OCO.()2)
0.2&0.(2)O.42CO.~
o, c:2CO. C)2)
0.37(0,04)
0.1QCO.01)
0.3<10<0.04)
O,le<O.OD
0.62(0,04)
O,lecO.OOQ)
0,31(0,02)'
0,14<0',01)
0,31(0,02)
li).13(O.OO~
SUMMARY
as recomendações do fabricante e colocados individualmente em 1,5 ml de
meio, totalizando 6 para cada condição experimental. De tempos em tempos e por 15 dias as soluções foramtrocadas, sendo determinado íon flúornas mesmas utilizando-se eletrodo es
pecífico. Os resultados mostraram liberação maior em Des-Re do que emágua e saliva, diferenças estas estatísticamente significativas (P > 0,0001).Conclui-se que a liberação de flúor foidiferente nos meios estudados, sendo
observadas concentrações cariostáticassignificativas.
T.belal
CONCENTAAÇAO DE r0t'l FLOOR lugfmll NOS,MEIOS DE IME'hSAo,EM FUNÇAO00 TEMPO fDlA.Cj) DE AVALlAÇAO.
The evaluation of fluoride re
leasing dental materiaIs has been doneunder conditions that do not simulate
the mouth environment, caries development dynamics and the presentconcepts about fluoride action. Thus,the aim of this paper was to study thebehaviour of sealant FluroShield in re
leasing fluoride when imersed in deionized water, artificial saliva and
submitted to pH cycling (Demineralizing and Remineralyzing solutions).Eighteen disc-shaped specimens witharea of 188.5 mm2 were preparedaccording to the manufacturer's specifications and were placed individuallyin 1,5 m1 of solution, adding up 6specimens for each experimental condition. Once in a while, for 15 days,
the solutions were changed and therelease fluoride was determined with
specific electrode. The results showeda higher fluoride release in De-Remineralyzing, water and saliva solutions,respectivelly (P > 0,0001). In conclusion, the fluoride releasing was different in the studied media, and it wasobserved a significant cariostatic concentration.
TEMPO(dias)4.0
o1510
DIAS
•..••• H20I:r--A SAlI\'A0-0 D!S-R~
6.0
ppm quando de condições Des-Re, aqual pode ser considerada como extremamente significativa em termos deefeito cariostático, o que estaria deacordo JENSEN e cols. (8), com re
lação as propriedades do selante (9).Assim de acordo com a análise estatís
tica e interpretações dos resultadoschegamos as seguintes conclusões:
1 - Propriedade de materiaisdentários em liberar fluoreto deve ser
avaliada em condições que contemplem meio ambiente bucal e conceitos atuais de mecanismos de ação doflúor.
2 - Selante FluoShield libera
concentrações significativas de fluoreto para o controle do desenvolvimentoda cárie.
A avaliação de materiais dentários liberadores de flúor tem sido fei
tas em condições que não simulam omeio ambiente bucal, a dinâmica dodesenvolvimento da cárie e os concei
tos atuais sobre o mecanismo de açãodo flúor. Assim, o objetivo do presente trabalho foi estudar o comportamento do selante FluroShield em li
berar flúor quando imerso em águadeionizada, saliva artificial e cicla
gens de pH (soluções Desmineralizantee Remineralizante). Dezoito corpos deprova cilíndricos de 188,5 mm2 deárea foram preparados de acordo com
via diferença na liberação entre osmeios (12).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
OS resultados obtidos estão ex
pressos na tabela I. Para facilidade deanálise eles foram expressos gráficamente (Fig. 1) relacionando-se nasabcissas os dias de observação e nasordenadas, respectivamente a esquerdaconcentração de íons flúor nos meios ea direita a quantidade liberada porcm2 de área de selante, após cada tempo de imersão nos meios estudados.
Observou-se, estatísticamente emtodos os tempos liberação maior deflúor em solução Des-Re do que emágua e esta por sua vez maior que emsaliva (P > 0,0001). A liberação maiorem água do que em saliva, observadatambém por EL MALLAKH & SARKAR (2) para ionômero, pode ser explicada pelo fato de que as concentrações iônica de Ca X P na mesma tendea limitar a solubilidade do F formando
produtos na resina. A liberação maiorem Des-Re pode ser explicada em fun
ção das condições subsaturantes emDes em relação aos produtos formados no selante quando em contatocom a solução Re. Independentementedo meio, houve liberação de uma quantidade maior de fluoreto nas primeiras24 h, com uma liberação lenta após este tempo. Esta liberação maior no início pode ser atribuída ao flúor fracamente aprisionado na rede da resinasuperficial ao corpo de prova, tendoem vista seu menor grau de polimerização (inibição pelo oxigênio). As liberações após as 24h obedecem umacerta proporcionalidade e portanto podem ser definidas por equações matemáticas SNEDECON & COCHRAN
(12) tipo y = a.xb. Isto reflete umadistribuição uniforme de flúor na estrutura da resina, permitindo que sejaestimada a quantidade de flúor liberada após determinado período de tempo. Assim, 1 ano após estima-se que aconcentração de fluoreto na água seriade 0,090, na saliva 0,014 e Des-Re
0,079 ppm F. A quantidade liberadapor área de selante seria de 0,075, O,O11e 0,064 ugF/cm2 em água, saliva eDes-Re respectivamente. Considerandoque flúor liberado ficaria num microespaço (S = lXlO-6 cm2) entre o selante e o esmalte, a concentração defluoreto nesta solução seria de 70,0
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