38º ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA
EXECUTIVA ALAGOANA DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA
CENTRO ACADÊMICO DE PEDAGOGIA PAULO FREIRE – CAPed
i
AQUI SE RESPIRA LUTA!: EDUCAÇÃO SEM MORDAÇAS, PEDAGOGIA
SEM AMARRAS
MACEIÓ
2018
Comissão Organizadora
Executiva Alagoana de Estudantes de Pedagogia – ExAEPe
Centro Acadêmico de Pedagogia Paulo Freire – UFAL/ Maceió
Centro Acadêmico de Pedagogia Nísia Floresta – UFAL/ Sertão
Centro Acadêmico de Pedagogia – UNEAL/ Arapiraca
Realização
Executiva Nacional de Estudantes de Pedagogia – ExNEPe
Movimento Estudantil de Pedagogia - MEPe
Apoio
Universidade Federal de Alagoas – UFAL
Associação dos/das Docentes da Universidade Federal de Alagoas- ADUFAL
Sindicato dos Técnicos da Universidade Federal de Alagoas - SINTUFAL
APRESENTAÇÃO
O Encontro Nacional de Estudantes de Pedagogia – ENEPe é a maior instância
deliberativa das lutas do Movimento Estudantil de Pedagogia – MEPe. Aprovada em
plenária final do 37º ENEPe sediado na cidade de Petrolina em 2017, a cidade sede do
ENEPe de 2018 será Maceió, capital do estado de Alagoas, este ocorrendo na
Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
Tendo como proposta de discussão as investidas do capital e do Estado contra a
classe trabalhadora, pobre e oprimida, o encontro sugere que ampliemos o debate sobre
as relações do conservadorismo, fascismo e barbárie postas nos dias de hoje,
interseccionalizando as opressões que retroalimentam a situação de decadência humana
em que estamos inseridos, que criamos e reproduzimos. Neste sentido, a Comissão
Organizadora do 38º ENEPe lança a seguinte afirmativa e provocação enquanto título:
“AQUI SE RESPIRA LUTA!: EDUCAÇÃO SEM MORDAÇA, PEDAGOGIA SEM
AMARRAS”.
É sabido que, a Pedagogia tem um histórico e uma importância direta nas ações
de intervenção política em nossa sociedade, ressaltando aqui o papel decisivo que o MEPe
tem nas últimas três décadas, e devido a esta demarcação independente, anti-governista,
anti-eleitoreira, autônoma, horizontal e de base em que operamos, nós enquanto
protagonistas sociais e mediadorxs dos processos educativos, somos atacadxs por
inúmeros projetos como a farsa da regulamentação da profissão dx pedagogx, as
terceirizações da educação básica no Brasil, as investidas do movimento Escola Sem
Partido, o projeto de sucateamento e precarização do ensino superior na América Latina
e as inúmeras opressões de gênero, raça, etnias, sexualidades e expressões identitárias que
ainda são negligenciadas e negadas intra e extramovimento.
Portanto, o nosso convite para este encontro é que exercitemos os olhares, o ouvir,
o falar e o respirar. Afirmar que respiramos luta é reconhecer que a luta nos move. É
perceber que a Pedagogia é perigosa, e, defendemos que ela seja. Nossa ação é e deve ser
direta, coletiva e emancipatória. Não nos cabe mordaças e amarras. Pedagogia é
movimento, e um movimento que nos leve à frente, com solidariedade e projeto de
educação.
Sejam Bem-vindxs ao 38º ENEPe! Em cada um de nós rExiste um quilombo!
OBJETIVO
Discutir as políticas educacionais e os contrapontos do capital internacional,
conservadorismos e neoliberalismo na educação nacional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Investigar a estratégia de currículo nacional para a formação em Pedagogia;
• Discutir os projetos educacionais para a América Latina advindos do BM e FMI;
• Evidenciar e problematizar o avanço da direita e dos movimentos conservadores;
• Traçar um planejamento orgânico para as lutas do MEPe
EIXOS TEMÁTICOS
Os Eixos Temáticos são os pilares e capilares que vão orientar as discussões entre
as mesas, palestras, trabalhos e espaços de discussão diversos no evento. Segue abaixo os
eixos do 38º ENEPe:
1.Movimentos Sociais, Realidade Brasileira e Educação
Tem como proposta suscitar discussões sobre os movimentos sociais e suas
relações históricas e antagônicas frente aos desafios enquanto classe trabalhadora,
movimentos de juventude, estudantis, sindicais, camponês, urbano e de combate às
opressões em detrimento da conjuntura brasileira e as propostas educativas na atualidade.
2.Opressões de gênero, sexualidades e subjetividades do corpo na educação
Entendendo o corpo como um artefato cultural e político, evidenciamos via este
eixo a necessidade de discussão sobre gênero e sexualidades na educação, uma vez que,
são elementos utilizados pela ultra-direita e setores conservadores para propagar a
intolerância e a exclusão da discussão sobre tais categorias.
3. Correlações de Etnia, Raça, povos originários e Educação
Herdeiros da tradição quilombola, não podemos negligenciar o debate sobre raça,
etnias e povos originários. É evidente que a violência opera contra o povo preto e
periférico de forma incisiva e a juventude está sob a mira da justiça racista e anti-povo.
Acinte, é necessário estabelecer o dialogo e reconhecimento dos povos originários que
tem em suas raízes histórias de resistência, como os indígenas e quilombolas. Por isso,
entendemos que a educação tem um papel importante na invocação destes debates.
4.Formação Docente e Práticas Emancipadoras
O histórico que as políticas curriculares (entendendo currículo como espaço amplo
e de disputa) para a formação de professores, majoritariamente se estrutura sob a ótica e
projetos capitalistas. Porém, existem resistências e outras didáticas operando, em que nós,
também somos responsáveis pelas sus práticas. Com o intuito de conhecer e socializar
estes saberes e práticas, o eixo sobre formação e práticas busca potencializar estas
discussões.
5.Políticas da Educação: mundo do trabalho, Estado e capitalismo
Expressando o tripé exploratório entre trabalho, capital e Estado, as relações de
sociabilidade em meio ao capitalismo se evidenciam através de algumas políticas,
principalmente para a área educacional. Análises de projetos, programas e currículos
strictus são necessárias para a compreensão de como os grandes senhores do capital
articulam para e sobre a educação.
ESTRUTURA
O 38º ENEPe será realizado na Universidade Federal de Alagoas – Campus A.C.
Simões, na cidade de Maceió- AL. A universidade tem 55 anos de história, e este campus
especificamente foi construído em um momento muito conturbado, mas, também de
muita luta e resistência do movimento estudantil local, que foi a ditadura militar. Neste
espaço de resistência, mas, também um espaço em que a ciência ainda não é desenvolvida
para o povo, iremos receber estudantes de todo o país para juntos repensarmos a
Pedagogia e a educação.
Segundo o Estatuto da ExNEPe, em seu Art. 9º Cap. I o ENEPe tem que “assegurar
condições básicas de água, luz, internet, telefone, higiene, segurança, alimentação,
transporte, socorro médico;”. Além de contarmos com os itens supracitados, pensamos
em organizar o evento em TRILHAS que serão as seguintes: VERMELHA, AZUL,
LARANJA, ROSA e AMARELA.
TRILHA VERMELHA – Plenárias e Mesas:
Iremos montar uma estrutura de cadeiras, telão e som para acolher mais de 1000
participantes. Esta estrutura será montada no Centro de Interesse Comunitário – CIC. Para
as mesas, contamos com inúmeros auditórios espalhados pela universidade.
TRILHA AZUL – Alojamentos:
Os espaços de alojamento serão dispostos em salas de aula em blocos conhecidos como
BSA – Blocos de Sala de Aula. A nossa universidade, assim como a maioria das
universidades públicas, é uma universidade bem precarizada, em que, não dispomos de
sala com condicionadores de ar, mas, com ventiladores e amplas.
TRILHA LARANJA – Alimentação:
O Restaurante Universitário – RU será nosso espaço de alimentação principal. Ele é um
espaço amplo que comporta mais de 1000 estudantes. O RU tem cardápio diversificado
diariamente, e oferece alimentação para o estudantes, técnicos, docentes, residentes e
comunidade do entorno. Atualmente, o restaurante dispõe do serviço de self-service e
com a escolha de 1 entre duas proteínas. Há opções vegetarianas diversificadas também,
tanto no almoço e jantar. Oferece-se também suco e uma fruta, nas três refeições.
TRILHA ROSA – Sede do Evento:
A Sede do Evento será no Centro de Educação – CEDU, unidade esta que comporta o
Curso de Pedagogia da UFAL. Será o espaço de concentração da CO e também onde será
realizado o credenciamento e algumas atividades do ENEPe, como as apresentações de
trabalho, Grupos de Discussão – GD´s, minicursos e oficinas e também a secretaria do
evento.
TRILHA AMARELA – Noites Culturais
As noites culturais serão realizadas em uma estrutura montada com o apoio da Pró-
Reitoria de Extensão – PROEX, Fundação Municipal de Ação Cultural e CO. A proposta
é que este espaço possa, além de criar espaços de socialização e entretenimento, possa
também suscitar reflexões e debates sobre algumas relações culturais.
*Sobre saúde e segurança:
Vamos contar com a parceria do Curso de Enfermagem e Medicina da Ufal, além das
executivas dos respectivos cursos, que, montarão equipes para dar o suporte do nosso
evento, além de, contarmos com o apoio do Ambulatório 24h que fica a 500m da Ufal e
do Hospital Universitário – HU que fica dentro do campus. Em relação à segurança, a
universidade possui segurança terceirizada, em que, a mesma dará suporte ao evento,
porém, a CO contratará seguranças particulares para acompanhar especificamente os
espaços de alojamento do evento, vendo como medida necessária.
*Sobre logística e outros suportes:
A Superintendência de Infraestrutura da UFAL – SINFRA também é parceira do evento.
Contaremos com a montagem de banheiros ecológicos, reforço e vistoria dos banheiros
já existentes e manutenção dos banheiros e chuveiros do bloco de Educação Física e
Centro de Interesse Comunitário – CIC.
A UFAL também tem rede de Wi-Fi aberta.
Lembramos que pensamos a estimativa de público entre 1.200 e 1.500 estudantes, e, de
acordo com os prazos pré-estabelecidos, também teremos um cuidado com os prazos de
inscrição, pois, temos uma logística a organizar e um público a atender. Ainda assim, é
importante destacar que somos COMISSÃO ORGANIZADORA de um evento
estudantil, e não uma agência de viagens ou turística. Por isso, contamos com a
colaboração, paciência e disposição para nos ajudar a deixar os espaços limpos, cuidados,
organizados e literalmente feitos por nós.
38º ENEPe É PRA LUTAR!
O ENEPe enquanto maior espaço de deliberação do MEPe tem um papel
importante na formação política dxs estudantes de Pedagogia. Organizar e estruturar todo
o evento requer apoio e solidariedade de todxs aqueles que participam e constroem.
É importante lembrar que este histórico de autogestão que nossos encontros
possuem, advém de toda uma demarcação política em que nos convida a sermos
coparticipes de todo o processo de construção. Para isso, o encontro terá três grandes
reuniões nacionais, em que, duas serão virtuais para que possamos apresentar estudo
orçamentário e proposta de programação, e a outra de caráter mais encaminhativo, com
sugestões de nomes para compor o cronograma organizado previamente do evento, uma
vez que, o encontro é de TODXS estudantes de Pedagogia e pós-graduandxs em Educação
formadxs em Pedagogia, como consta no estatuto de nossa executiva.
Além disso, no mês de maio, ocorrerá o 22º Fórum Nacional de Entidades de
Pedagogia – FoNEPe, em que, este por ser um fórum nacional, sempre ocorre uma reunião
da ExNEPe. Esta reunião servirá para tirarmos dúvidas e levar um material sobre o evento
mais orgânico, uma vez que, já teremos encaminhado vários assuntos referentes à
logística e sobre a própria programação, contando assim com 3 espaços nacionais de
discussão do evento: 2 virtuais: 1 em fevereiro, 1 em março/ 1 presencial: no FoNEPe.
Este ano também será alterado o Estatuto da ExNEPe. A última alteração deste
ocorreu no ano de 2014 no 34º ENEPe na cidade de Recife – PE. O estatuto é alterado em
biênios, porém, não foi possível realizar alteração deste no 36º ENEPe em Rondônia
devido ao esvaziamento do evento, ainda assim, ressaltando que foi um evento de muita
resistência. Para isso, contaremos com 1 Plenária do Estatuto, para qual, já solicitamos
que todxs possam ler e discutir em suas bases propostas de alteração para o referido
documento. Na programação impressa, haverá um QRCode em que todxs poderão o
Estatuto em seus dispositivos móveis a qualquer momento.
Para a participação dos espaços do ENEPe e seu devido credenciamento no evento
é necessário documentação e comprovação de matrícula em curso de Pedagogia ou pós-
graduação em Educação (sendo para estes últimos também confirmada a graduação em
Pedagogia, com histórico ou diploma), pois, na estrutura do MEPe, só VOTA estas
categorias já mencionadas. Haverá também um crachá, em que iremos acompanhar a
frequência através de carimbos, pois, só participam enquanto votantes aquelxs que
participam de 50% das atividades do evento.
Além disso, as plenárias são os maiores espaços de decisão sobre ocorridos sobre
o evento, inclusive no que tange às relações pessoais. Inclusive, o Art 11º do Estatuto da
ExNEPe diz: Fica suspenso da participação do ENEPe seguinte xs estudantes que
estabelecerem determinadas práticas opressoras, de racismo, posturas sexistas,
machistas e homofóbicas, constrangimento público, difamação e incitação ao ódio aos
participantes do ENEPe através de brincadeiras ameaças ou verbalização de cunho
vexatório. Essa/e estudante será expulso do encontro vigente e o debate do fato será
colocado em plenária.
Além destas questões, as relações políticas dentro do Movimento Estudantil de
Pedagogia também têm um histórico de mudanças e avanços no que envolve sua
organização, dinâmica e projeto de sociedade. No ano de 2004 na cidade de Natal – RN,
o MEPe rompe com a União Nacional dos Estudantes – UNE por entender que as práticas
de cooptação, avanço do setor eleitoreiro, oportunismo e associação do que seria ser
movimento para com o Estado, não representava os anseios de um projeto educativo que
fosse revolucionário e que fugisse do burocratismo estudantil.
Com isso, reconhecemos que afirmar nosso rompimento com tal entidade é
entender que suas práticas continuam as mesmas, e que o vanguardismo e legitimação
estatal não podem e não serão admitidxs pelo MEPe, principalmente em um ano eleitoral,
em que as pautas reais da classe trabalhadora são escanteadas dando lugar à uma
individualização e defesa de candidatos, e não do povo.
Consideramos ainda, que, o papel da ExNEPe é levar as discussões da BASE e
para a BASE de forma mais horizontal possível, não utilizando dos espaços de
comunicação, encontros e finanças para fins pessoais ou de interesses coletivos
específicos. Cabe a transparência e ação em conjunto, e não um sectarismo que só aleija
mais e mais o movimento combativo. Por isso, cabe a nós não permitirmos oportunismo,
centralismos e não-dialogo dentro do MEPe.
ALAGOAS: CONHEÇA UM POUCO DO NOSSO ESTADO
Alagoas é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado no leste
da região Nordeste e tem como limites Pernambuco (N e NO), Sergipe (S), Bahia(SO) e
o Oceano Atlântico (L). Ocupa uma área de 27.778,506 km². Sua capital é
a cidade de Maceió. A cidade de Maceió tem mais de 1.027.534 e é banhada pelo litoral
urbano mais belo da América do Sul e pelo maior complexo lagunar do Nordeste (Laguna
Mundaú-Manguaba).
O estado está dividido em 4 grandes regiões: Litoral, Zona da Mata, Agreste e
Sertão. Além das disposições de fauna e flora diversificadas, estas também são tracejadas
por histórias, memórias e culturas diferentes. O sertão acompanhado pelo Alto São
Francisco e os heróis e heroínas do cangaço, o Agreste com as lutas contra os coronéis, a
Zona da Mata com a resistência indígena e o maior quilombo das Américas – Quilombo
dos Palmares e a zona litorânea com os cabanos, ribe irinhos e expressão sindical de
reconhecimento nacional.
Com isso, temos um acervo e uma expressividade política bem polêmica e
complexa. Ao mesmo tempo que temos que enfrentar séculos de alicerçamento de uma
cultura da cana-de-açúcar, coronelismo e paternalismo, ao mesmo tempo temos
movimentos de resistência que nos inspiram até hoje, em especial as muximas de
Palmares e seu exército formado por negros, indígenas, desempregados, desvalidos e
deserdados. Estas histórias nos movem e nos inspiram. Assim, convidamos à imersão
nestas histórias e localidades, em que, em um universo de contradições, resistimos neste
espaço. Segue algumas fotos do nosso estado.
Praia de Ponta Verde - Maceió
Parque Memorial Serra da Barriga – Local onde
foi o Quilombo dos Palmares/ União dos Palmares -AL
Pajuçara - Maceió
i A arte do evento foi inspirada na guerreira palmarina Dandara, chefe do exército da Muxima de
Palmares e também companheira do guerreiro Zumbi. Dandara porta uma lança em punho no rosto, símbolo
de ataque nos momentos de batalhas. A arte foi feita pelo artista alagoano Jóh de Lima e com o apoio visual
de Alexandre Lemos.
Canions do São Francisco – Sertão/AL
Muxima de Palmares – Casa de Zumbi e Dandara
Quadrilha Junina Luar do Sertão-
Campeã Alagoana 2017
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