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Suzana Fonseca
Serviço de Química e Toxicologia Forense,
delegação Sul do INMLCF, I.P.
Lisboa02/05/2018
Perícias
A perícia ou exame pericial constitui um meio auxiliar
investigação, que utiliza conhecimentos técnicos e
científicos para o esclarecimento das questões
levantadas em tribunal num determinado quadro
jurídico e que tem carácter probatório.
Especialização, isenção e imparcialidade no sentido de promover a boa administração da justiça.
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Administração Geral
Serviço de Patologia e
Clínica Forense
Serviço de Tecnologias
Forenses e Criminalística
Serviço de Química e
Toxicologia Forenses
Serviço de Genética e
Biologia Forenses
http://www.inmlcf.mj.pt/
Ao Serviço de Toxicologia Forense compete assegurar a nível nacional a
realização de perícias e exames laboratoriais químicos e toxicológicos, no
âmbito das atividades das delegações e dos gabinetes médico-legais , bem
como a solicitação das autoridades e entidades para o efeito competentes
e do presidente do conselho directivo.
Estatutos do INSTITUTO NACIONAL DE MEDICINA LEGAL e CIÊNCIAS FORENSES, I. P.
Portaria n.º 19/2013 de 21 de Janeiro
As Ciências Forenses
Conhecimentos técnico-científicos de carater pericial, com fins probatórios, importantes para o indivíduo e/ou para a sociedade.
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Toxicologia Ocupacional
Toxicologia ClínicaToxicologia Regulamentar
Toxicologia Ambiental
Toxicologia forenseResolução de problemas jurídicos
Avaliação de conduta
Toxicologia Post-Mortem
Tráfico de substâncias ilegais
Post mortem
Detecção de substâncias que estejam directa
ou indirectamente relacionadas com a morte
Avaliação de conduta
Código da estrada, toxicodependência,
serviços prisionais, responsabilidade
criminal, direito laboral
doping
Clínica
Agressão com uso de tóxicos, intoxicações
Monitorização terapêutica
Tráfico de substâncias ilegais (PJ)
Identificação e caracterização de
substâncias apreendidas (PJ)
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Delegação do Norte do INMLCF, I.P.
Sede do INMLCF, I. P. e delegação do Centro
ANSR Patologia Forense Clínica ML outros
~120 substâncias detectadas
~ 35 000 exames
~ 4350 processos
48%
28%23%
1% 0,4%
/ano
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Recursos Técnicos
Infraestruturas
e
Informática
Recursos Humanos
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Os exames toxicológicos post mortem justificam-se nas situações
de morte de etiologia médico legal:
• Acidental (ex: acidente viação; trabalho; doméstico…)
• Desconhecida
• Homicida (ex: intoxicação homicida, estado de influência)
• Suicida (ex: medicamentos; pesticidas; drogas)
• Morte Natural ???
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As amostras colhidas durante a autópsia devem, sempre que
possível, ser adequadas ao tipo de análise toxicológica solicitada.
O envio de uma única matriz biológica pode inviabilizar a obtenção
de resultados relevantes (má avaliação da causa de morte).
The anatomy Lesson • Rembrandt • 1632
Colheita de amostras post mortem
Cuidados a ter:
no levantamento do cadáver
durante a autópsia
na colheita das amostras
no armazenamento e transporte
cadeia de custódia
Na investigação toxicológica assumem particular importância as
características da amostra (cor, cheiro, textura), uma vez que podemfornecer dados relevantes para a identificação da substância.
Cheiro a amêndoas amargas (possível intoxicação com cianeto)
Conteúdo gástrico de cor verde (possível intoxicação por herbicidas)
Sangue cor carmim e com mais fluidez (possível intoxicação por CO)
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O tipo de amostra depende da situação clínica e da avaliação feita pelo médico.
Normalmente é feita uma colheita de:
sangue [ 10 mL, com anticoagulante ]
urina [ 30 mL ]
Em alguns casos o envio de
aspirado gástrico ou vómito
[ aprox 30 mL ]
Colheita de amostras In Vivo
Limitações em toxicologia forense
uma colheita; volume limitado; qualidade e variedade
Janela de tempo
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> a ausência de um tóxico não exclui a possibilidade de intoxicação.
> matriz de eleição para a pesquisa de uma intoxicação como causa de morte.
> exige um grande cuidado na colheita (contaminação).
> a sua complexidade pode dificultar a análise (necessita preparação).
O Sangue
> Correlação com o estado clínico
Sangue da cavidade cardíaca [ 30 mL ]
> habitualmente utilizado para o despiste de uma intoxicação (análise toxicológica genérica).
> efeito cumulativo para algumas substâncias, devido a fenómenos relacionados com a putrefacção.
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Sangue periférico 10 mL com conservante
> Quantificação
> habitualmente obtido da veia femoral.
Sangue periférico para pesquisa de outros voláteis
[ 2 mL, em seringa de gases ]
> e.g. substâncias anestésicas, solventes industriais.
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� Volume de amostra disponível
� Constituída por cerca de 98% de água: facilita a preparação e a identificação dos tóxicos.
� Concentrações elevadas
�Pode ser útil para orientar a pesquisa no sangue.
�matriz ideal para a aplicação de métodos imunoenzimáticos.
Urina [ 30 mL ]
correlação com estado clínico
Adulteração
Metabolitos/compostos primários
Conteúdo gástrico[30 mL, ou 20 - 30 g da parede do estômago]
> Compostos não metabolizados.
> orientação da pesquisa no sangue.
> matriz de eleição na identificação de substâncias caústicas e algumas intoxicações por via oral.
> Cor / viscosidade / odor
> Substancias em baixa concentração são suspeitas…
> Amostragem dificil: conteúdo não homogénio e volume variável.
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Humor vítreo [o disponível, em seringa de gases]
� Amostra resistente a fenómenos de putrefação
�pode ser colhida em politraumatizados, carbonizados ou casos sem autópsia completa
� útil na diferenciação entre álcool endógeno e exógeno
� pode revelar-se muito importante quando o sangue é escasso
Volume limitado
Correlação
Fígado[ 20 - 30 g, do lobo direito ]
> importante na ausência de sangue.
> podem ser detectadassubstâncias que já não estão em circulação.
> Concentrações elevadas
> Dificuldade de preparação
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Bílis [o disponível, em tubo de 10 mL]
> pode ser importante na ausência de urina.
> a análise é dificultada pela presença de sais biliares e outros interferentes.
> via de eliminação importante (e.g. metadona, morfina).
Rim[20 - 30 g, parênquima renal sem cápsula]
> Útil nas intoxicações crónicas por metais pesados e Paraquato.
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Pulmão [20 - 30 g, para recipiente bem fechado]
� os tóxicos voláteis podem ser introduzidos no organismo através dos pulmões.
� algumas substâncias não atravessam as membranas alveolares
(e.g. sprays de auto - defesa).
� Paraquato.
Coração [20 - 30 g, tecido parede livre ventrículo esq.]
� as células do miocárdio fixam algumas substâncias
(e.g. digitálicos, opiáceos, AD).
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Cérebro
> pode ser interessante para a pesquisa de algumas drogas lipofílicascom acumulação ao nível deste órgão (e.g. organoclorados).
> pode alojar substâncias voláteis.
Propriedades físico-químicas semelhantes ao plasma
(ultrafiltrado de plasma)
LÍQUIDO PERICÁRDICO
OSSOS e TECIDO MUSCULAR
em situações de exumação ou de corpos embalsamados com suspeita de envolvimento de tóxicos na causa da morte.
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Cabelo
> Colheita fácil e sem adulteração
> a sua segmentação permite saber o perfil de consumo
> janela de detecção alargada
:
• Tipo de cabelo
• Forma e cor
• Fases de Crescimento
• Exposição
• Tratamentos cosméticos
• Individuais?
> Preparação da amostra
correlação
Contaminação externa
Fatores que influenciam a conc.:
Saliva
> Fácil colheita sem adulteração
> Janela de detecção é semelhante à do sangue periférico
> Amostra muito limpa
correlação
contaminação externa
Baixa estabilidade
Baixo volume
Concentrações muito baixas
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JANELAS DE DETECÇÃO
sangue
saliva
suor
urina
cabelo
Matriz Recolha da amostraVolume
Amostra
Analitos
detectados
Conc.
analitos
Sangue/
plasma
Invasiva < 2 mL Droga +
metabolitos
ng/mL
Urina Não invasiva
Difícil obtenção
< 5 mL Metabolitos ng/mL –
μg/mL
Cabelo “Invasiva”
Disponivel até 4-5 meses
post-parto
< 5 mg Droga pg/mg –
ng/mg
Mecónio Não invasiva
1-5 dias post-parto
< 2 g Droga +
metabolitos
ng/g – μg/g
Matrizes biológicasprocedentes do neonato
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Janelas de detecção
Meconio
Pelo
Orina
Sangre
Horas Dias 3º Trim. 2º Trim.
Sangue
Urina
Cabelo
Mecónio
Lágrimas
Tecido e sangue do cordão umbilical
Líquido amniótico
Unhas
Alimentos e utensílios
Produtos desconhecidos supeitos
Spots
Larvas
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Selecção, obtenção,
acondicionamento e
envio de amostras no
âmbito da
Toxicologia Forense
• As amostras devem ser adequadasao tipo de análise toxicológicasolicitada.
• As amostras devem estar bemidentificadas e acondicionadas.
• Recolha da amostra com materialadequado evitando contaminações
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A identificação das amostras
> Nome da vítima
> Número de processo (critério em vigor no INML)
> Local e data
> Tipo de amostra (para o sangue, indicar o local anatómico de colheita)
> Identificação do Perito
A ausência de identificação das amostras implica a não realizaçãodas análises toxicológicas
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Amostras enviadas
Análises pretendidas
Causa provável de morte
Etiologia Médico-Legal Presumida
Informação da autópsia
Risco infecto-contagioso
Identificação
Outras informações
Identificação do perito
Conservação após a colheita
e envio das amostras
As amostras devem ser enviadas para o laboratório logo que possível.
A sua conservação deve ser feita a cerca de 4oC, excepto as amostras de cabelo que devem ser mantidas à temperatura ambiente e secas.
O armazenamento (a existir) e o transporte devem ser feitos de modo a impedir ou permitir evidenciar qualquer tentativa de adulteração.
Na expedição por via postal, o material utilizado deve respeitar as normas para o acondicionamento de matérias biológicas biodegradáveis.
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Recolha, acondicionamento, transporte e recepção das amostras
Recolha +
Acondicionamento
• Selecção e colheita da amostra adequada
• Identificação da amostra (tipo e local anatómico de colheita)
• Preenchimento correcto da requisição de exame toxicológico
• Acondicionamento e selagem da bolsa de transporte
• Conservação adequada das amostras até entrega no STF (*)
Transporte• Registo de recepção
•Transporte das amostras em condições adequadas
• Registo de entrega
Recepção no STF• Registo de recepção • Verificação do acondicionamento e selagem da bolsa de transporte
• Registo de não conformidade
Auto de
Ocorrência
Gabinete
Médico Legal
e Hospital
(*) As amostras devem ser mantidas refrigeradas (de preferência entre 2-8ºC) até serem entregues no laboratório. Caso não seja possível a entrega no prazo de 48 horas recomenda-se que as amostras sejam congeladas . (§ 5.4 da Norma NP-INML-009)
• Assegurar a integridade das amostras
• Salvaguardar a confidencialidade
• Garantir a validade dos resultados
• Afastar qualquer dúvida sobre a autenticidade da amostra, envolvendo umcompromisso entre
Nº e identificação das pessoas com acesso à amostra
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Conjunto de procedimentos e registos que garantem a integridade das
amostras durante todas as etapas, desde a colheita até à sua destruição;
A cadeia de custódia permite ao laboratório reconstruir todas as operações
realizadas com as amostras após a destruição das mesmas e ainda na
ausência das pessoas que realizaram as análises:
- Colheita de amostras
- Envio de amostras
- Recepção
- Armazenamento
- Manuseamento
- Análise
- Tratamento de dados
- Emissão de resultados
- Destruição
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Lisboa
02/05/2018
Serviço de Química e Toxicologia Forenses
Outros projectos
Dried blood spots (DBS)
Farmacogenética Forense
Toxicologia Clínica – monitorização terapêutica de bussulfano
Toxicologia Ambiental – Análise de águas residuais
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