Encontro Amapaense de Surdos
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ISSN 2448-0428
V. 1, 2014
01 a 03 de outubro de 2014
Livro de Resumos do I Encontro Amapaense de Surdos
Campus Universitário Marco Zero do Equador Rod. Juscelino Kubitschek, KM-02
Jardim Marco Zero – CEP 68.903-419 - Macapá - AP - Brasil
Encontro Amapaense de Surdos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
Profa. Dra. Eliane Superti
Reitora
Profa. Dra. Adelma das Neves Nunes Barros
Vice-reitora
Prof.ª Ms. Daize Fernanda Wagner
Pró-reitora de Graduação
Prof. Esp. Gabriel Lélis Cordeiro do Carmo
Coordenador do Evento
Comissão cientifica
Prof. Esp. Abymael da Silva Pereira
Prof. Esp. Melque da Costa Lima
Prof. Ms. Ronaldo Manassés Rodrigues Campos
Credenciamento
Adileide Santos Feitosa Amadeu Leôncio de Pelegrin Neto
Bianca Correa Barbosa Edelson
dos Santos Melo Érika Cristiane
Guedes França Natália Cruz de
Mendonça Scherdelândia de
Oliveira Moreno
Tradutor / Intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS
Abymael da Silva Pereira Maykon
Carvalho Queiroz Milene Suely de
Souza Cordeiro Rodrigo Ferreira
dos Santos Tatiana Sirene de
Carvalho Pantoja
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Todos os resumos publicados neste livro foram reproduzidos de cópias fornecidas pelos autores.
O conteúdo dos resumos é de exclusiva responsabilidade de seus autores. A Comissão
Organizadora não se responsabiliza por consequências decorrentes de uso de quaisquer dados,
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I Encontro Amapaense de Surdos. Livro de Resumos do I Encontro Amapaense de Surdos, realizado em Macapá-AP – out. 2014. ISSN 2448-0428. 1. Curso de Letras LIBRAS/Português. 2. Evento Cientifico. 3. Linguagem
Encontro Amapaense de Surdos
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SUMÁRIO
Apresentação ............................................................................................................. 04
Encontros: Estudos Surdos e Ensino Superior........................................................... 05
Audismo x Deafhood ................................................................................................. 06
Esportes dos surdos ................................................................................................... 07
Associações de Surdos: Criação, desenvolvimento e sua importância ...................... 08
Educação Bilíngue para Surdos e Políticas Públicas ................................................. 09
ECOS DO SILÊNCIO: Experiências de Surdos em Sociedades Ouvintes ............... 10
CRIAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE SINAIS EM LIBRAS PARA DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS: Visando atender os surdos do Amapá ...... 11
O BILINGUISMO NA VISÃO DO SURDO EM SUAS RELAÇÕES
FAMILIARES ........................................................................................................... 13
A ACESSIBILIDADE DA PESSOA SURDA EM FACE AO PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NOS ÓRGÃOS JURISDICIONAIS
DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ ............................................................................... 15
Encontro Amapaense de Surdos
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Apresentação
O I Encontro Amapaense de surdos possui a proposta de discutir as dinâmicas e
vivencias da comunidade surda, promovendo o diálogo entre profissionais, pensadores,
estudantes e a sociedade ouvinte. Tais diálogos tem um grandioso intuito: Estimular e
promover trocas de experiências entres os palestrantes e profissionais com a
comunidade surda do estado, ainda incipiente em termos de mobilização e consciência
de seus potenciais.
O evento, que discutirá conceitos como identidade, língua e cultura surdas, trará
as atualidades das pesquisas nacionais, envolvendo acadêmicos e estudantes - surdos e
ouvintes - nas dinâmicas que permeiam os êxitos, dificuldades e potencialidades de
indivíduos surdos
Portanto, sendo papéis da universidade oportunizar a descoberta de novos
conhecimentos e a ampliação dos horizontes de aprendizado, cabe a Universidade Federal
do Amapá e o curso de Letras - Libras/Português incentivar e promover tais iniciativas,
facilitando a criação de novas propostas e conceitos para a sociedade amapaense.
Prof. Esp. Gabriel Lélis Cordeiro do Carmo
Coordenador do Evento
Encontro Amapaense de Surdos
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Encontros: Estudos Surdos e Ensino Superior
Prof. Esp. Abymael da Silva Pereira
Apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há a problemática de se educar o
surdo de forma a torná-lo um indivíduo bilíngue, em especial na região norte do país,
onde os recursos públicos existem em escala reduzida em analogia aos demais estados.
Visando então quebrar esses percalços da educação de surdos, criou-se o polo presencial
do curso de Letras-Libras/Português com o intuito de formar professores bilíngues para
atuar na educação infantil de escolas bilíngues para surdos, ensinando a Libras como
primeira língua - L1 - e o Português escrito como segunda língua - L2.
No entanto existe algumas defasagens da educação dos surdos. A primeira
apresentada, foi a falta de metodologia para ensinar tais alunos surdos, o que acarreta na
maioria das vezes, em estes indivíduos não se apoderarem dos conteúdos apresentados
em sala de aula, e assim são "passados" para os demais níveis educacionais sem o
preparo adequado. Outra defasagem abordada foi a formação inadequada de
profissionais para trabalhar com tais alunos. E o questionamento principal apresentado
foi: Onde farão estágio os acadêmicos formados no curso de Letras - Libras sendo que
no Amapá não existe ainda escolas bilíngues para surdos? Um problema a se refletir.
Para levantar subsídios sobre essa área, foi criado o grupo de pesquisa do curso de
Letras - Libras/Português com o tema: "Linguagem, cultura e identidade surda". Além de
suas várias linhas de pesquisas como "Ensino - aprendizagem de Libras”; “Ensino -
aprendizagem de Português como segunda língua"; "Estudos da tradução e interpretação da
Libras - Português”; “Cultura e Movimentos sociais surdos" dentre outras linhas de
pesquisa. Há ainda vários projetos de extensão em execução na Universidade Federal do
Amapá - UNIFAP tais como: Cursos de Libras, Curso de Português para surdos e o Curso
de informática para surdos. Além de eventos já realizados em 2014 como o 1º Fórum de
educação e surdez e o 1º Encontro Amapaense de surdos. E também projetos para o ano de
2015 como o 2º Fórum de Educação e Surdez e o 1º Encontro de Tradutores - Intérpretes de
Libras - português do Estado do Amapá.
Na palestra o Professor elucidou questões acerca do vestibular especial do curso
de Letras - Libras, em especial sobre como seria realizada a avaliação dos candidatos
surdos. Essa avaliação é feita por uma banca especializada na linguística da Libras,
capacitada para realizar uma avaliação adequada aos indivíduos surdos.
Encontro Amapaense de Surdos
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Audismo x Deafhood
Prof. Esp. Gabriel Lélis Cordeiro do Carmo
O Professor iniciou explanando o conceito de Deafhood, em português
literalmente raduzido "Ser surdo", expressão que se refere ao orgulho de ser surdo, de
sua cultura e se identificar como tal. Já a expressão Audism, teve sua criação feita pelo
pesquisador Tom Humphries no de 1975, uma vez que ele procurou criar um termo que
expressasse plenamente a opressão que os surdos sofrem da comunidade ouvinte. E para
que o conceito Audismo ficasse mais elucidado, o Professor fez uma analogia a outros
termos mais conhecidos tais como: Racismo, Sexismo, Heterosexismo e Machismo.
Assim o Audismo, se refere a o comportamento dos ouvintes em relação aos surdos, se
sentirem superior a eles por possuírem a capacidade de ouvir, enquanto os surdos
utilizam a Língua Brasileira de Sinais para se comunicar. Para a maioria dos ouvintes, a
fala é e sempre será superior aos Sinais dos surdos.
Em seguida, o palestrante abordou algumas instancias em que ocorre o Audismo,
iniciando pelo âmbito familiar, onde os surdos sofrem com a falta de comunicação com
seus parentes, e isso resulta no desconhecimento por parte do surdo de informações que
circulam nesse meio. Em continuidade o Professor explicou que os surdos quando
reconhecem sua identidade, desenvolve relações interpessoais em especial com sua
própria comunidade. E citando o pesquisador americano Paddy Ladd (1993), o
professor disse que os surdos sempre se identificam com outros surdos,
independentemente do seu estado ou nacionalidade.
Após este esclarecimento, o palestrante encerrou sua fala relatando a visita que
fez a Universidade Gallaudet nos Estados Unidos, onde ficou aturdido com o ambiente
ali. Todos, desde o porteiro a reitoria, se comunicavam por meio da Língua de sinais,
um ambiente que promove o "ser surdo" e não o Audismo.
Encontro Amapaense de Surdos
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Esportes dos surdos
Gustavo de Araújo Perazzolo
O professor Gustavo Perazzollo possui uma extensa trajetória esportiva, o qual
já atuou como Futebolista, Jogador de Basquetebol, Vôlei de Praia, Natação em alto
Mar, e além disso foi Membro do PANANDES, atualmente atua como triatleta e
Presidente da Confederação Brasileira de Desportos Surdos.
Mas será o professor Gustavo, surdo de capacidade excepcional aos demais?
Como se encontra atualmente a comunidade surda dentro do âmbito esportivo? A parte
majoritária da sociedade desconhece os eventos o 1º Jogo sul-americano de surdos que
ainda ocorreria, informou os presentes sobre as Olímpiadas de surdos que ocorreu em
2009 e 2013 na China e na Bulgária respectivamente e os resultados obtidos pelos
atletas brasileiros. E aproveitou o ensejo para informar sobre as Olímpiadas de 2017 que
será realizada na Turquia. Além disso, apresentou a delegação brasileira de surdos,
equipe de voleibol, natação, handebol, Futsal, Futebol de campo,
Em seguida deu instruções de como alavancar o esporte local, iniciando por
fundar Associações municipais, a Federação do Amapá e vincular-se a Confederação
nacional. Em continuidade mostrou os estados que já possuem associações e federações,
e neste momento destacou o Amapá negativamente por ainda está atrasado em relação
aos demais, pois não possui associação e federação de desportos surdos.
Assim, o palestrante finalizou apresentando algumas estatísticas da delegação brasileira de surdos nas últimas olimpíadas para surdos realizadas.
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Associações de Surdos: Criação, desenvolvimento e sua importância
Prof. Esp. Marcus Vinicius Calixto
O Palestrante iniciou sua fala explicando o papel fundamental que a Associação
de surdos tem dentro dos movimentos surdos. E em continuidade, enunciou a história da
associação de surdos de Goiânia e o processo para sua fundação, seus objetivos, suas
conquistas, filiações.
Sobre o histórico destacou a fundação da Associação de surdos de Goiânia em
1975, as equipes de esportes formadas, como as de futsal, futebol e voleibol, os eventos
que realiza, como os aniversários a cada cinco anos, além de oficinas realizadas como a
de produção de costura, informática, serigrafia, também destacou a inauguração da
quadra de esportes em 1995, do prédio de oficinas profissionalizantes em 2002, do salão
recreativo em 2005, a reforma frontal em 2011, as obras no futebol de campo society, a
construção de salas administrativas em 2011, dentre outras obras realizadas. Em 2011,
na copa de futsal na Suécia, quatro atletas goianos faziam parte da seleção brasileira de
surdos.
Em seguida, explanou sobre a estrutura administrativa da associação de Goiânia,
e as atividades que exerce anualmente, sendo necessário a apresentação de relatórios
em assembleias gerais realizadas. Assim, encerrou sua palestra mostrando um balanço
geral do que havia sido realizado em 2014 até aquele momento.
Encontro Amapaense de Surdos
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Educação bilíngue para surdos e políticas públicas
Prof. Msc. kátia Lucy
A professora iniciou sua palestra relatando alguns marcos históricos na educação de
surdos. Começando por um personagem famoso historicamente na educação de surdos, o
professor surdo francês chamado Eduard Huet, que foi convidado em 1855 por Dom Pedro.
Na época não havia escolas especializadas no ensino para surdos. Em 1856 Eduard Huet
ajudou a fundar o INES -Instituto Nacional de Educação de surdos no Rio de Janeiro. Deste
momento em diante se passou a dar atenção a educação de surdos no País.
Outro acontecimento marcante na história educacional dos surdos, foi a
fundação da FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos surdos, que é
conveniada a Federação Mundial de Surdos, que por sua vez está conveniada a ONU -
Organização das Nações Unidas. A Feneis está sempre presente em eventos e
assembleias que discutem políticas públicas para surdos. Além disso, destacou um
documento importante para a educação de surdos, a Declaração de Salamanca,
enfatizando o artigo de 09 que trata especificamente da Acessibilidade dos surdos.
Neste ponto, ela tratou de elucidar a cerca da formação que os tradutores de Libras -
Português devem ter, dirimiu dúvidas a respeito desse tema.
A seguir a palestrante explicou a diferença entre Ensino Bilíngue e o Bilinguismo.
Enunciando que até o ano de 1999 não se falava em ensino bilíngue no Brasil, até a
realização do congresso internacional de surdos em Porto Alegre, onde surdos de todo o
país estavam presentes para a criação de propostas para escolas bilíngues. E como ponto de
partida foi criada a primeira escola bilíngue para surdos em Fortaleza no mesmo ano
supracitado. E seis anos depois, foi criado o decreto 5.626/2005 que veio fortalecer e
solidificar a luta da comunidade surda pela escola bilíngue. E fez uma crítica a alguns
pontos do decreto, além de evocar a carência de materiais para o ensino de Português como
segunda língua para surdos no Brasil, conforme prevê o decreto mencionado.
Em conclusão, a palestrante explicou o papel crucial que a associação de
Fortaleza exerceu na criação do Instituto Cearense de Surdos, que adotou a metodologia
do bilinguismo em 1999. E após esse momento agradeceu a todos os presentes e a
comissão organizadora do evento.
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ECOS DO SILÊNCIO: experiências de surdos em sociedades ouvintes
CAMPOS, Ronaldo Manassés Rodrigues1
FEITOSA, Adileide Santos2
BARBOSA, Bianca Correa3
FRANÇA, Érika Cristiane Guedes4
Este trabalho constitui um excerto do Projeto de Tese intitulado Ecos do Silêncio: como
se forma a identidade dos surdos na sociedade ouvinte no Amapá? Assim discute-se a
condição do surdo nessa sociedade, seu apagamento social como ator cotidianamente
excluído no Amapá e no Brasil. Usando como metodologia a análise qualitativa, a partir
da pesquisa participante e como instrumentos de pesquisa o diário de campo, fez-se
análise inicial de fatos do cotidiano, especificamente a categoria lazer esta descrita no
projeto de tese, de um casal de surdos. Como base teórica as obras de Boaventura de
Souza Santos, A Gramática do Tempo, especificamente o capítulo que trata da
Sociologia das Ausências e das Emergências e de outros teóricos como Goldfeld, 2002;
Pereira, 2008 e ainda Goffman, 2004. Como lócus da pesquisa as cidades de Macapá e
Santana (municípios do Amapá). Como sujeitos da pesquisa um casal de surdos. E
como resultados preliminares constatou-se que a vida da comunidade surda amapaense
se relaciona diretamente com a lógica da produção social, aquela mencionada por
Santos, 2006, porque estão sendo extirpados socialmente e colocados como inferiores
socialmente frente aos demais atores sociais.
Palavras chave: Sociologia das Ausências e das Emergências. Estigma. Surdos. Exclusão Social
Eixo-temático: Língua, Identidade e Cultura Surda.
1Professor de Libras e Educação Especial Mestre em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade Federal
do Amapá e acadêmico do Programa de Doutorado em Sociologia da Universidade Federal do Ceará. 2Acadêmico do Curso de Pedagogia da UNIFAP. 3Acadêmico do Curso de Pedagogia da UNIFAP. 4Acadêmico do Curso de Pedagogia da UNIFAP.
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CRIAÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE SINAIS EM LIBRAS PARA DOENÇAS
SEXUALMENTE TRANSMISSIVEIS: Visando atender os surdos do Amapá.
PEREIRA, Abymael da Silva1
SOUZA, Celso Pantoja de2
MOURA FILHO, Edmundo de Souza3
PENA, Francineide Pereira da Silva4
MORENO, Scherdelândia de Oliveira5
SILVA, Valéria Raissa Oliveira da6
INTRODUÇÃO: De acordo com a literatura, as pessoas surdas têm pouco conhecimento
da assistência em saúde, incluindo menor compreensão dos programas preventivos como
DST/AIDS e visitam com menor frequência os médicos, comparados com pessoas que
ouvem[1]
. Neste contexto, foi observada pelos acadêmicos de enfermagem em seu campo
prático a ausência de profissionais da saúde habilitados para atender a população surda,
ficando estes dependentes de parentes, amigos e intérpretes para ter acesso aos serviços de
saúde. Além da ausência de profissionais habilitados, existem poucos sinais da LIBRAS,
língua natural dos surdos, no âmbito da saúde e a produção de materiais que abordem a
temática ainda é pequena. Este trabalho é um recorte de resultados preliminares que está em
desenvolvimento, cujo título “PROFISSIONAIS DA SAUDE
E A COMUNIDADE SURDA: O uso de uma tecnologia facilitadora no atendimento da
atenção básica de saúde.” OBJETIVO: Elaborar material com sinais de LIBRAS
facilitador para atendimento de surdos na atenção básica de saúde, referente às doenças
sexualmente transmissíveis-DST. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um
estudo de campo com abordagem qualitativa, com utilização de metodologias ativas, aqui
eleita a roda de conversa. Foram trabalhadas 4 etapas: 1. Reunião para levantamento das
temáticas da saúde que os surdos gostariam de ter sinais elaborados, onde comunidade
surda foi convidada a participar de uma roda de conversa agendada na Universidade Federal
do Amapá no dia vinte e três de julho de dois mil e quatorze. 2. Elaboração de uma lista
com as temáticas e seleção por prioridade que a comunidade surda apontou, sendo o
primeiro tema escolhido foram as principais doenças sexualmente transmissíveis. 3.
Realização da oficina com a primeira temática DST/AIDS. Após cada temática apresentada
a comunidade surda discutia entre si e elaboraram os sinais para cada uma, os sinais foram
filmados, fotografados e editados para fazerem parte de um glossário e material multimídia
que serão disponibilizados ao termino do estudo. 4. Elaboração de lista de sinais referentes
às DST. RESULTADOS: Foram elaborados primeiramente os sinais em LIBRAS
específicos da área das doenças sexualmente transmissíveis: sífilis, cancro mole, condiloma
acuminado, tricomoníase, gonorréia, herpes, hepatite,
1Professor do Curso de Licenciatura em Letras LIBRAS da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Especialista em
Educação especial e inclusiva- FAAT. 2Acadêmico do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem/UNIFAP. 3Professor do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem/UNIFAP; Especialista em Saúde Pública-
FIOCRUZ; Enfermeiro no Centro de Referência em Doenças Tropicais. 4Professora Adjunto II do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem/UNIFAP; Coordenadora do Grupo de
Pesquisa em Diabetes Mellitus; Tutora do Programa de Educação Tutorial- PET/Enfermagem. 5Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem/UNIFAP. 6Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem/UNIFAP. Bolsista do Programa de Educação
Tutorial – PET/Enfermagem, Membro do Grupo de Pesquisa em Doenças Crônicas-GPDCRON/UNIFAP
Encontro Amapaense de Surdos
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linfogranuloma venéreo, donovanose, clamídia. O sinal da Síndrome da
Imunodeficiência adquirida já tem sinal reconhecido pelos surdos e foi mantido.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A roda de conversa possibilitou a observação dos
sinais já existentes e utilizados referentes a temática e da necessidade da criação de
novos sinais para vocábulos que contribuam no atendimento da comunidade surda. Ao
buscar um serviço de saúde a comunidade surda encontra como principal barreira a
comunicação com a equipe de saúde e a elaboração e popularização de sinais no âmbito
da saúde proporciona o aprimoramento da LIBRAS e o seu uso no âmbito da atenção
básica é um mecanismo facilitador do atendimento. REFERÊNCIA: 1Chaveiro N;
Barbosa MA; Porto, CC. Revisão de literatura sobre o atendimento ao paciente surdo
pelos profissionais da saúde. Rev. Esc. Enferm. USP, 42(3):578-83, 2008.
PALAVRAS CHAVE: LIBRAS, surdez, doenças sexualmente transmissíveis, atenção básica.
EIXO: Produção de material didático
Encontro Amapaense de Surdos
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O BILINGUISMO NA VISÃO DO SURDO EM SUAS RELAÇÕES FAMILIARES
CARMO, Gabriel Lélis Cordeirodo1
MENDONÇA, Natália Cruz de2
MORENO, Scherdelândia de Oliveira3
NETO, Amadeu Leôncio de Pelegrin4
INTRODUÇÃO: Compreender a vivência do surdo em sociedade pressupõe analisar suas
diversas esferas de interação social. A interação primária, a familiar, é a vertente que está
pesquisa procura explorar em caráter inicial, considerando a perspectiva do sujeito surdo
quanto ao bilinguismo. A família é o alicerce e a estrutura ao desenvolvimento do surdo. O
apoio educacional, emocional e afetivo tem sido o que o surdo deseja de sua família e a
aquisição da LIBRAS por esta tem papel primordial para a efetivação do diálogo entre
ambos e para facilitar a integração deles na sociedade. Este trabalho é um recorte de
resultados preliminares de uma pesquisa em desenvolvimento, cujo título
“SURDO E FAMÍLIA: O bilinguismo nas relações familiares”. Assim o OBJETIVO é
identificar, na visão de indivíduos surdos, a proporção de seus familiares enquadrados
como bilíngues. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de um estudo de campo,
com abordagem quantitativa, em que 28 surdos responderam a um questionário dividido
em 6 tópicos. Estes foram aplicados em ocasião da realização da I Feira de LIBRAS, dia
28 de fevereiro de 2014, na Universidade Federal do Amapá, Como RESULTADOS
preliminares, observou-se que: 1. Conhecimento da LIBRAS pelo Surdo: 56% muito
bom, 22% ótimo, 22% pouco e 0% não sabem. 2. Conhecimento da Língua Portuguesa
pelo Surdo: 78% pouco, 13% bom, 5% não sabem, 4% ótimo 3. Conhecimento da
LIBRAS pela família: 42% pouco, 40% não sabem, 17,14% muito bom, e, 0% ótimo. 4.
Quanto a oralização: 61%não são oralizados, 22% tem pouca oralização, 13% tem ótima
oralização e 4% oralizam muito bem.5.Escolaridade: 38% ensino fundamental, 28%
ensino médio, 19% ensino superior, 14% pós-graduação. Conclusão: No ambiente
familiar, grande parte de pais ouvintes possuem dificuldades de comunicação com os
filhos surdos dada as diferenças linguísticas. A pesquisa demonstrou que o bilinguismo,
aqui entendido como a percepção do conhecimento linguístico pelos próprios sujeitos
surdos e sua experiência familiar em tais âmbitos, é deficiente quando evidencia-se que
1Professor e vice coordenador do Curso de Licenciatura em Letras LIBRAS da Universidade Federal do Amapá
(UNIFAP). Especialista em Práticas Pedagógicas Aplicadas a Pessoas com Necessidades Educativas Especiais. 2Bacharel em Administração e Acadêmica do Curso de Relações Internacionais da UNIFAP. 3Acadêmica do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem da UNIFAP. 4Acadêmico do Curso de Licenciatura em Artes Visuais da UNIFAP.
Encontro Amapaense de Surdos
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o conhecimento da LIBRAS é pouco relevante entre os familiares. Considerando a
LIBRAS como a língua natural do Surdo e as incompatibilidades existentes com a
língua oral de familiares ouvintes, tem-se que as perturbações dessa relação
comunicativa ineficiente afetam os surdos em diversos âmbitos da vida: social,
psicológico, profissional e afetivo. Bibliografia: BARBOSA, M. F. L. A aquisição da
língua brasileira de sinais (LIBRAS) pela família do surdo. Universidade Vale do
Acaraú. Ceará. 2004.
Palavras chave: Bilinguismo; Surdos; Relações Familiares.
Eixo-temático: Língua, Identidade e Cultura Surda.
Encontro Amapaense de Surdos
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A ACESSIBILIDADE DA PESSOA SURDA EM FACE AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA NOS ÓRGÃOS
JURISDICIONAIS DO MUNICÍPIO DE MACAPÁ
SANTOS, Rodrigo Ferreira dos1
SILVA, Fernando Fernandes da2
No Brasil estima-se que sejam aproximadamente segundo censo do IBGE 2010, 45
milhões de brasileiros com deficiência, dentre eles, 347.481 mil são surdos. Todavia,
apesar de possuirmos um grande número de leis que têm por objetivo a proteção e a
garantia dos direitos das pessoas surdas, na prática, esse direito não está sendo
assegurado. O estado tem um papel fundamental na garantia e no cumprimento das leis
e dos princípios, principalmente o princípio básico que rege as relações sociais, que é a
dignidade da pessoa humana, visando garantir os direitos de todos que se sentirem
prejudicados. No Brasil e especificamente na cidade de Macapá, os surdos encontram
muitas barreiras para buscarem seus direitos. Este trabalho tem por objetivo mostrar o
descumprimento do princípio da dignidade da pessoa humana e a ineficácia das leis
brasileiras no que tange a acessibilidade das pessoas surdas no município de Macapá e
as dificuldades encontradas por estes na comunicação dentro dos órgãos da justiça de
Macapá. Os dados populacionais foram retirados do censo realizado no ano de 2010
pelo IBGE. A metodologia utilizada para produção do presente trabalho foi uma
pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo com entrevistas e questionários dirigidos
aos servidores do judiciário, através de questionários semi-aberto. Constatamos que a
realidade ainda não condiz com o que mostra nossas leis, entretanto os resultados
obtidos confirmaram a falta de cumprimento das leis que dizem respeito à
acessibilidade das pessoas surdas. Os resultados esperados visavam obter positivamente
a comprovação do atendimento eficaz da pessoa surda em Língua de sinais, contudo as
pesquisas comprovaram a falta de acessibilidade para pessoa surda nos órgãos
jurisdicionais de Macapá, de modo que a passos lentos essa realidade do surdo que
procura por seus direitos vem mudando, devido a políticas públicas de muitas
instituições, principalmente as Universidades e o centros de atendimentos que vem
difundindo a qualificação dos profissionais de diversas áreas em LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais), e trabalhando para a implementação e adaptações locais para o
atendimento humanizado para as pessoas surdas.
Palavras-Chave: Acessibilidade, Dignidade, Língua Brasileiras de Sinais, Surdo.
1Bacharel em Direto 2Pedogogo
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