Zubiri e Sua Crítica Ao Conceito Aristotélico de Natureza_Discusiones Filosóficas

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ZUBIRI E SUA CRÍTICA AO CONCEITO ARISTOTÉLICO DE NATUREZA  Zubiri y su crítica al concepto ar istotélico de natur aleza  Zubiri and his c ritique of A ristotle’ s conc ept of nature  Everaldo Cescon ∗ RESUMO: Num primeiro momento pretende-se expor as ideias zubirianas acerca da história da filosofia e aplicar este esquema à análise do conceito de natureza. Num segundo momento, analisa- se o que Zubiri entende por natureza à luz da sua ideia de realidade, pois o filósofo madrilenho não aborda o tema direta e tematicamente. artindo de sua ideia de realidade e de intelig!ncia, as antigas distin"#es entre entes naturais e entes artif iciais são insustentá$eis, inclusi$e porque %á dispomos de tec nol ogi a par a produzir art ific ial men te entes na tur ais . Zub iri con sid era que a distin"ão ente natural-ente artificial & precedida primária e radicalmente por uma outra' a distin"ão coisa real-coisa sentido. ortanto, analisa-se o que Zubiri entende por realidade e como, a partir desta perspecti$a, são definidas as no"#es de natureza e de t&cnica. PALAVRAS-CHAVE: Zubiri( )ristóteles( Natureza( *enomenologia( +etafsica. RESUMEN: n un primer momento se piensa exhibir las ideas zubirianas referentes a la historia de la filosof a aplicar este proecto al análisis del concepto de naturaleza. n el momento siguiente, se analiza qu& el filósofo de +adrid entiende por naturaleza a la luz de su idea de la realidad, pues &l no aborda el tema directa tematicamente. artiendo de su idea de realidad de int eli gen cia , las ant iguas dis tin cio nes ent re los se res nat ura les los ser es art ific ial es son insostenibles, tambi& n por que ha cemos us o de tec nol og a par a pro duc ir los seres nat urales artificialmente. Zubiri considera que la distinción ente natural/ente artificial es precedida primaria radicalmente por otra' la distinción cosa real/cosa sentido. or lo tanto, se analiza qu& Zubiri entiende por realidad como, de esta perspecti$a, se define las nociones de naturaleza t &cnica. PALABRAS CLAVE ' Zubiri( )ristóteles( Naturaleza( *enomenologa( +etafsica. ABSTRACT: *irstl it is intended to expose the Zubirian0s ideas about the histor of philosoph and appl this scheme to the analsis of the concept of nature.1econdl it analzes 2hat Zubiri meant b nature to light their idea of realit, as the +adrid0s philosopher does not address the topic directl and thematicall. 1tarting from our idea of realit and intelligence, the old distinctions  bet2een natural and artificial beings are unsustainable , including because 2e alread ha$e technolog to produce artificall natural beings. Zubiri considers that the distinction bet2een natural-artificial entit is preceded b another radicall elementar' the distinction real thing/sense thing. 3herefore, it analzes 2hat Zubiri meant b realit and ho2, from this perspecti$e, are defined the concepts of nature and technique. KEYWORDS: Zubiri( )ristotle( Nature( henomenolo g( +etaphsics. Introd!"o  Nosso principal ob%eti$o & analisar o que 4a$ier Zubiri entende por natureza à luz da sua ideia de realidade, procurando e$idenciar a rele$5ncia da sua concep"ão na supera"ão da dicotomia entes naturais/entes artificiais, não mais sustentá$el após a re$olu"ão biotecnológica ocorrida no s&culo 44. 6 filósofo basco não aborda o tema da natureza tematicamente, mas contamos com o seu artigo 78a idea de Naturaleza' la nue$a fsica9, publicado em :;<=, e do qual, em :;>?, no   ós-doutor em *ilosofia. Aoutor em 3eologia. rofessor no rograma de ós-Bradua"ão em *ilosofia na Cni$ersidade de Daxias do 1ul, E1, Frasil. -mail' e$eraldocesconGhotmail.com

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ZUBIRI E SUA CRÍTICA AO CONCEITO ARISTOTÉLICO DE NATUREZA Zubiri y su crítica al concepto aristotélico de naturaleza

 Zubiri and his critique of Aristotle’s concept of nature

 Everaldo Cescon∗ 

RESUMO: Num primeiro momento pretende-se expor as ideias zubirianas acerca da história da

filosofia e aplicar este esquema à análise do conceito de natureza. Num segundo momento, analisa-se o que Zubiri entende por natureza à luz da sua ideia de realidade, pois o filósofo madrilenho nãoaborda o tema direta e tematicamente. artindo de sua ideia de realidade e de intelig!ncia, as antigasdistin"#es entre entes naturais e entes artificiais são insustentá$eis, inclusi$e porque %á dispomos detecnologia para produzir artificialmente entes naturais. Zubiri considera que a distin"ão entenatural-ente artificial & precedida primária e radicalmente por uma outra' a distin"ão coisa real-coisasentido. ortanto, analisa-se o que Zubiri entende por realidade e como, a partir desta perspecti$a,são definidas as no"#es de natureza e de t&cnica.PALAVRAS-CHAVE: Zubiri( )ristóteles( Natureza( *enomenologia( +etafsica.

RESUMEN: n un primer momento se piensa exhibir las ideas zubirianas referentes a la historia

de la filosofa aplicar este proecto al análisis del concepto de naturaleza. n el momentosiguiente, se analiza qu& el filósofo de +adrid entiende por naturaleza a la luz de su idea de larealidad, pues &l no aborda el tema directa tematicamente. artiendo de su idea de realidad deinteligencia, las antiguas distinciones entre los seres naturales los seres artificiales soninsostenibles, tambi&n porque hacemos uso de tecnologa para producir los seres naturalesartificialmente. Zubiri considera que la distinción ente natural/ente artificial es precedida primaria radicalmente por otra' la distinción cosa real/cosa sentido. or lo tanto, se analiza qu& Zubirientiende por realidad como, de esta perspecti$a, se define las nociones de naturaleza t&cnica.PALABRAS CLAVE' Zubiri( )ristóteles( Naturaleza( *enomenologa( +etafsica.

ABSTRACT: *irstl it is intended to expose the Zubirian0s ideas about the histor of philosophand appl this scheme to the analsis of the concept of nature.1econdl it analzes 2hat Zubirimeant b nature to light their idea of realit, as the +adrid0s philosopher does not address the topicdirectl and thematicall. 1tarting from our idea of realit and intelligence, the old distinctions

 bet2een natural and artificial beings are unsustainable, including because 2e alread ha$etechnolog to produce artificall natural beings. Zubiri considers that the distinction bet2eennatural-artificial entit is preceded b another radicall elementar' the distinction real thing/sensething. 3herefore, it analzes 2hat Zubiri meant b realit and ho2, from this perspecti$e, aredefined the concepts of nature and technique.KEYWORDS: Zubiri( )ristotle( Nature( henomenolog( +etaphsics.

Introd!"o

 Nosso principal ob%eti$o & analisar o que 4a$ier Zubiri entende por natureza à luz da sua

ideia de realidade, procurando e$idenciar a rele$5ncia da sua concep"ão na supera"ão da dicotomia

entes naturais/entes artificiais, não mais sustentá$el após a re$olu"ão biotecnológica ocorrida no

s&culo 44. 6 filósofo basco não aborda o tema da natureza tematicamente, mas contamos com o

seu artigo 78a idea de Naturaleza' la nue$a fsica9, publicado em :;<=, e do qual, em :;>?, no

 @

 ós-doutor em *ilosofia. Aoutor em 3eologia. rofessor no rograma de ós-Bradua"ão em *ilosofia na Cni$ersidadede Daxias do 1ul, E1, Frasil. -mail' e$eraldocesconGhotmail.com

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 prólogo à edi"ão inglesa de  Naturaleza, Historia y Dios dirá' 7Diertamente mantengo la idea de

naturaleza entonces expuesta.9. ortanto, este será um texto de refer!ncia para a nossa in$estiga"ão.

3radicionalmente, o tema da natureza tem sido enquadrado como sendo ontologia regional.

Hsto &, o ente natural & tomado como um ente %unto a outros, na especula"ão metafsica por 

excel!ncia. )ssim se expressa Zubiri I:;;;, <<JK'Lu& se entiende por naturalM Lu& es naturalezaM Cma proposición que respondiera a estas

 preguntas sera uma afirmación que acotara, dentro del mundo de lo que ha, aquellosentes que caen dentro de la región de lo natural. or lo tanto, tendra uma doble dimensión.Ae un lado, mirara al mundo entero de lo que ha, de otro, al interior de uma región de &l.n el primer aspecto, seme%ante afirmación sera uma negación metódica de todo lo que noes esa nue$a región por lo tanto, dentro de su negati$idad, constituira para la ontologa, el

 problema de discernir las regiones del ser. ero, mirado desde el segundo aspecto, sera unaafirmación que dara sentido primario a cuanto ha en esa nue$a región. 1era pues, lo que

 permitira establecer o poner cosas en ella sera el principio de su positum, de la positi$idad, un principio positi$o, esto es, permitira dar sentido un$oco al $erbo existir dentro de esta región habra dado lugar a una ciencia positi$a.

Ae$emos analisar a natureza ou realidade natural a partir do que se%a a realidade. )ssim,

de$emos considerar que, para Zubiri, a realidade não & um contedo de consci!ncia, mas algo que

se atualiza na apreensão humana. 7Eealidad es O para Zubiri O todo sólo aquello que acta sobre

las demás cosas o sobre s mismo en $irtud, formalmente de las notas que posee9. IZubiri, :;;>,

:?=K. Luando algo não atua em $irtude de suas próprias notas, mas fundando possibilidades para a

$ida humana, Zubiri o denomina coisa-sentido. ) sua condi"ão de coisas-sentido faz delas

 possibilidades para a $ida do homem. Donsequentemente, as possibilidades são sempre

 possibilidades do real.) diferen"a em rela"ão às posi"#es fenomenológicas reside no fato de a coisa-real ser 

anterior à possibilidade nas próprias coisas, mas tamb&m para a apreensão impressi$a. 6 sentido &

sempre algo ulterior e com caráter ad$entcio.

# A d$%&r&n'$(!"o physis/tékhnè

6 termo physis significa, em grego, nascer, surgir, etc. m latão, o uso mais frequente do

termo & como 7maneira de ser9, como 7caractersticas próprias9 e como 7natureza uni$ersal9. m)ristóteles, & empregado no sentido de 7princpio interno de mo$imento9. Eefere-se a uma região

do ente e designa o ser desta região do ente. P um modo de ser( aquilo que tem em si mesmo o

 princpio de seu próprio mo$imento, de seu próprio 7$ir-a-ser9.

) especula"ão acerca da physis &, portanto, uma especula"ão acerca do princpio ou arké

dos entes cu%o modo de ser caracteriza. 8ogo, physis se identifica com a realidade fundamental. )o

mesmo tempo, designa o próprio processo do emergir, sempre que o processo sur%a do próprio ser 

que emerge. Physis & um princpio de mo$imento.

Q

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6 interesse de )ristóteles & examinar internamente a própria  physis. ara tal, estabelece, a

ser$i"o de tal análise, a contraposi"ão physis/tékhnè. Tékhnè & um termo de ampla significa"ão no

grego antigo. 1ignificou arte, indstria, ofcio.: Aesigna$a, em ltima inst5ncia, um modo de fazer 

algo e, como tal, um m&todo ou con%unto de regras. ara ele, tékhnè se distingue de outras formas

de saber por ser um 7estado de capacidade para fazer algo9, sempre que implique um m&todo. 6saber da tékhnè & muito superior ao da emperia, %á que, aquele que possui tékhnè, o tékhnites, sabe

o porqu!. 6 conhecimento por causas & próprio da tékhnè!" )ssim, está estreitamente ligado à

epistéme, %á que o saber t&cnico & um saber por causas.

ara )ristóteles, a fun"ão própria da tékhnè & a imita"ão da physis, por&m a imita"ão não &

concebida como uma rela"ão descendente do modelo à cópia, como seria no platonismo. ) imita"ão

aristot&lica & uma rela"ão ascendente. ) tékhnè & um esfor"o por realizar, com os meios dispon$eis,

a perfei"ão do mundo supralunar. Hmitar a natureza não & duplicá-la, mas completá-la, utilizar aconting!ncia do mundo sublunar para aproximar-se da ordem que reina no c&u.

Lue rela"ão há, então, entre o que & por tékhnè e o que & por physisM

Domenta Zubiri I:;;>, RRK'

ara )ristóteles los entes artificiales I tékhnè ontaK no son en rigor entes ni tienen, propiamente hablando, esencia. Cna cama de castaSo no es, en rigor, un ente. 8a pruebaestá en que si o la plantara en tierra pudiera germinar, no brotaran camas sino castaSos.l ente es el castaSo, no la cama. ara los griegos la tékhnè, eso que mal expresadollamamos nosotros t&cnica, es algo inferior a la naturaleza. n todo caso la t&cnica de losgriegos no hace lo que la naturaleza hace, sino lo que &sta no hace( a lo sumo auda a la

naturaleza en su hacer. 8o $erdaderamente entitati$o es la naturaleza. or tanto, sólo de losentes naturales ha esencia.

) tékhnè & um fazer no qual o artfice tira as ideias de si mesmo. Na  physis a ideia não &

algo externo mas um princpio interno. Cma $ez produzida, a  physis de cada coisa consiste naquele

 princpio interno a si mesma do qual emergem as suas opera"#es.

) Cr*t$'(+ ,$r$(n(+ (o 'on'&$to (r$+tot./$'o d& physis 'o0o ousía

m sua reflexão, Zubiri efetua uma s&rie de crticas, que passaremos a expor a seguir, à

concep"ão aristot&lica da natureza, como m&todo de análise e contextualiza"ão de seu pensamento

em rela"ão à no"ão de natureza.

)ristóteles entende a physis como ousa, como um modo de presencia"ão. ) ousa & aquilo

de que depende o restante, a causa do ser para todas as coisas. m geral & traduzida com o termo

subst5ncia e, com ele, se expressa o caráter subsistente do su%eito ontológico.: 1egundo Taeger IQ??:K, a pala$ra tekhnè, em grego, faz refer!ncia a toda profissão prática baseada em determinadosconhecimentos especiais. ortanto, não só à pintura e à escultura, à arquitetura e à msica, mas tamb&m à medicina, àestrat&gia da guerra ou à arte da na$ega"ão. +uitas $ezes, corresponde a teoria, na terminologia de latão e )ristóteles,

especialmente quando contraposta à mera experi!ncia.Q ) este respeito, $er Zubiri, :;>J, <<<-<<J.

<

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) estrutura radical da realidade & concebida, em )ristóteles, a partir da subst5ncia

entendida como substrato. 1ó a subst5ncia tem ess!ncia em sentido estrito. P o su%eito ltimo de

toda predica"ão. 1omente dela há, a rigor, defini"ão, pois só as subst5ncias t!m ess!ncia. IZubiri,

:;;>, RU-;RK e definir algo & explicitar a ess!ncia de uma subst5ncia.

)ristóteles se aproxima do real pela $ia da defini"ão que le$a a reduzir o essencial aoespecfico, pois a pergunta pela ess!ncia de algo & a pergunta pelo qu! e a resposta $em dada pela

sua defini"ão. ) ess!ncia não se identifica com a subst5ncia mas & algo da subst5ncia. 3udo o que,

na subst5ncia, não & ess!ncia são caracteres inespecficos' os acidentes ou momentos indi$iduais. )

ess!ncia como momento real da subst5ncia & um momento fsico de especificidade. Aa o duplo

sentido de ess!ncia como correlato real da defini"ão e como momento real da subst5ncia.

Aiante do exposto, Zubiri I:;;>, >QK conclui que, em )ristóteles, se imp#e a $ia do lo#os,

isto &, a $ia predicati$a, sobre a $ia da physis'n nuestro problema, ha en el fondo, un claro predominio del lo#os sobre la physis, de la

 predicación sobre la naturaleza. +ás an, la misma apelación a la  physis se lle$a a cabo para polemizar con latón que fue %ustamente el gran teórico del 7lo#os del $n9, el que planteó el problema del eidos, lo planteó %ustamente en t&rminos de lo#os. or eso)ristóteles no dice tmidamente que $a a comenzar 7segn el lo#os9 I %o#ikosK. orque si

 bien es $erdad que quiere determinar lo que es la esencia de algo por $a de la  physis, sinembargo, en cuanto intenta aprehender positi$amente lo que es la esencia de una cosanatural lo que hace es, sencillamente, $olcar sobre la cosa natural, en cuanto 7natural9aquellos caracteres que sólo le con$ienen en cuanto le#$menon, esto es, como t&rmino de

 predicación, como ob%eto de lo#os. 8o cual enturbia el concepto de esencia.

Visto a questão em )ristóteles estar assim organizada O:WK 6 5mbito do essenciá$el & a natureza(

QWK 6 ente essenciado & a subst5ncia natural(

<WK ) própria ess!ncia radica em sua especificidade O 

Zubiri desen$ol$e a sua in$estiga"ão sobre a ess!ncia em tr!s planos sucessi$os'

:WK Aetermina"ão do 5mbito do essenciá$el(

QWK ) realidade essenciada(

<WK ) própria ess!ncia do real.

a& ' (m)ito do essenci*vel 

ara )ristóteles, o essenciá$el & a physis e o delimita contrapondo-o à tékhnè.

ara Zubiri, no entanto, o 5mbito do essenciá$el coincide com o 5mbito da realidade. or 

isso & cuidadoso na hora de delimitar o domnio da realidade de outros domnios, introduzindo a

distin"ão entre coisa-realidade e coisa-sentido. 1egundo ele, as coisas-sentido carecem de ess!ncia.

6 que acontece & que estas coisas-sentido, como possibilidades para a $ida humana, se fundam

tanto nos interesses humanos como nas coisas reais que as sustentam. 8ogo, a busca da ess!ncia

=

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remete a uma pr&$ia tarefa desconstruti$a dos sentidos.

)& + realidade essenciada

ara )ristóteles, só as subst5ncias t!m, em sentido estrito, ess!ncia, %á que a subst5ncia & o

$erdadeiro ente. ) subst5ncia tem um caráter sub%etal, & o su%eito ltimo de predica"ão e osacidentes são unicamente afec"#es dela.

Zubiri, no entanto, considera esta concep"ão não %ustificada, nem por $ia da  physis, nem

 por $ia do lo#os!

:WK 1er su%eito enquanto termo do lo#os não & ser fisicamente uma realidade-su%eito.

 No es lo mismo O afirma Zubiri O ser su%eto de atribución que poseer lo atribuido como propiedad fsica de un su%eto. IXK 8a identidad de la $a no en$uel$e la identidad de laestructura real de aquello a lo que esta $a conduce, es decir, no todas las realidades que sonsu%eto de predicación son, por eso, su)-ectum en cuanto realidad. IZubiri, :;;>, >Q-><K.

QWK 3ampouco a $ia da  physis soluciona o problema da sub%etualidade da realidade

substancial. Zubiri chama a estrutura radical de toda a realidade de substanti$idade. )

substanti$idade expressa a plenitude da autonomia entitati$a. ara ele, o 5mbito do essenciá$el & a

realidade( dentro dele só as indi$idualidades substanti$as t!m ess!ncia. 6 conceito de

indi$idualidade zubiriana difere da concep"ão clássica pelo menos em tr!s elementos' a fun"ão da

indi$idualidade não & diferenciar o indi$duo, mas constitui-lo em indi$duo( o indi$duo &

irredut$el e positi$o e a esp&cie surge do indi$duo como consequ!ncia de sua capacidade de

especia"ão( a indi$idualidade & uma unidade de sistema intrinsecamente dimensionada,caracterizada pela concatena"ão interna de notas interdependentes e com fechamento circular ou

cclico.

c& + ess.ncia do real 

6 fato de que somente o especfico possa ser definido não significa que o inespecfico não

se%a essencial. ) ess!ncia não consiste no que pode ser definido' 7Cn indi$iduo puede poseer 

muchos caracteres esenciales para &l que no sean especficos. I...K Cna cosa es a$eriguar qu& es loesencial de algo, otra que lo a$eriguado sea formalmente una definición9 IZubiri, :;;>, ;?K. )

fun"ão que os caracteres essenciais desempenham num indi$duo & estruturante e não especificante.

8a esencia se hallará en el sistema de caracteres o notas que forman fsicamente estasustanti$idad, como principio fundante de ella, es decir, de aquello por lo que una cosa esreal acta como real, es, por tanto, realidad YnaturalY, en el concepto de naturaleza queexpuse al comienzo, a saber, las cosas en cuanto actan sobre las demás por propiedadesque poseen en por s mismas, sea cualquiera su origen. IZubiri, :;;>, :RJK.

)ristóteles não distingue ess!ncia abstrata de ess!ncia fsica, %ustamente porque o su%eito

de atribui"ão dos predicados & o su%eito das notas reais. ara Zubiri, a ess!ncia fsica & aquela que

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faz de cada coisa algo determinado e circunscrito. )quilo que constitui o perfil de sufici!ncia formal

de uma coisa como realidade própria. ) ess!ncia real, por outro lado, se determina na análise das

estruturas reais, 7de sus notas de la función que &stas desempeSan en el sistema constitucional de

la sustanti$idad indi$idual tanto estricta como singular. s la esencia como momento YfsicoY de la

cosa real9 IZubiri, :;;>, :RRK.Zubiri busca a ess!ncia fsica e não metafsica. ess!ncia entendida na linha aristot&lica

Zubiri chama ess!ncia concepti$a. ) ess!ncia 7fsica9 & um momento fsico da coisa. ) ess!ncia em

Zubiri & algo fsico e não meramente conceitual( & um momento entitati$o( & um con%unto de notas

com fun"ão própria indi$idual de ordem constitucional e que concerne à substanti$idade. P

sufici!ncia constitucional.

1e, para )ristóteles, a realidade, em sentido pleno, & a subst5ncia e a sua ess!ncia & uma

forma substancial que atualiza uma mat&ria-prima, para Zubiri, esta concep"ão & insuficiente por dois moti$os' :WK ntre momentos essenciais não há rela"ão hilemórfica( numa estrutura como a

substanti$idade, todos os momentos se codeterminam mutuamente( e QWK ) subst5ncia não & o real

 por excel!ncia. 6 real não &, primeiro e por si mesmo, sub%etal mas substanti$o.

Cn organismo O pensa Zubiri O no es una sustancia( tiene muchas sustancias, sustanciasreno$ables( mientras que no tiene sino una sola sustanti$idad, siempre la misma. 8a esenciade un ser $i$o es una estructura. or eso es por lo que la estructura no es una formasustancial informante' porque sus notas se codeterminan mutuamente, porque laestructura no es sustancia sino sustanti$idad. IZubiri, :;;>, U:<K.

3oda substanti$idade & um sistema com estrutura interna, ntima concatena"ão e

interdepend!ncia de suas notas. P o que confere unidade ao sistema' a interdepend!ncia indica que,

em caso de dissocia"ão, o sistema desaparece( a concatena"ão de notas interdependentes indica a

fun"ão que cada nota desempenha em rela"ão às demais. 3anto a posi"ão, quanto a conexão

sistemática das notas são caracteres fsicos e não conceituais. 3oda substanti$idade possui unidade

constitucional que & 7una unidad primaria cuas distintas notas no son sino momentos

concatenados, posicionalmente interdependentes en forma clausurada9 IZubiri, :;;>, :=JK.

1 Cr*t$'(+ d& Z$r$ (o 'on'&$to (r$+tot./$'o d& physis 'o0o morphé 2hylé 3

ara )ristóteles, a mat&ria e a forma são dois modos de ser physis, ainda que reconhe"a

certa superioridade da morphé  sobre a hylé. )ssim se expressa )ristóteles num texto da  sica

I:;<b J-;K' 7nquanto ao que está composto de mat&ria e forma, por exemplo um homem, isto não

& natureza, mas Ypor naturezaY. ) forma & mais natureza do que a mat&ria, porque dizemos que uma

coisa & o que & quando existe atualmente mais do que quando existe em pot!ncia9.

) mat&ria & considerada como algo que perde a forma, & a pri$a"ão da forma. ortanto, o

 princpio de $ir-a-ser re$ela uma triplicidade'

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:WK ) forma que & o que surge no processo do $ir-a-ser e que se manifesta como atributo.

QWK ) mat&ria como su%eito do $ir-a-ser.

<WK ) pri$a"ão que & o su%eito como aus!ncia de forma.

ara )ristóteles, a mat&ria & algo indeterminado em rela"ão à realidade em ato. )quilo que

configura a mat&ria & a forma. 3oda subst5ncia material tem um momento de mat&ria-prima e ummomento de forma substancial. ) ess!ncia da materialidade &, pois, a mat&ria-prima. ) mat&ria-

 prima não & designá$el, nem como subst5ncia, nem como quantidade, nem como nenhuma outra

categoria do ser. P indetermina"ão absoluta. P a base de todas as coisas materiais, mas não subsiste

enquanto tal separada da forma.

ara Zubiri, no entanto, a concep"ão aristot&lica da materialidade & insustentá$el porque a

realidade não & subst5ncia sub%etal mas substanti$idade estrutural e porque as realidades

substanti$as são sistemas de propriedades ou notas. Hsto significa que a substanti$idade & umsistema de propriedades. 3oda nota numa coisa & uma nota-de, isto &, um momento do sistema total.

7l momento YdeY es un momento no concepti$o sino real( dir& que es un momento fsico en el

sentido de real a diferencia de concepti$o. I...K l YdeY pertenece a la cosa Yde suoY, es por tanto un

momento de su realidad9 IZubiri, :;><, :;-Q?K.

) substanti$idade material, para Zubiri, & algo indeterminado, mas em rela"ão ao que

chama 7dar de s9. 7Aar de s9 & uma capacidade determinada de compor outras realidades. )ssim, a

materialidade & algo positi$amente qualificado. Zubiri qualifica estas capacidades de

 potencialidades.

otencialidade não & pot!ncia passi$a, isto &, aquilo cu%o ato & uma determina"ão recebida.

3ampouco & pot!ncia ati$a com capacidade para atuar. P, antes, uma capacidade estrutural de 7dar 

de s9. 3amb&m se diferencia de possibilidade. )s possibilidades pertencem sempre à ordem

operati$a, enquanto as potencialidades concernem à ordem constituti$a. ortanto, a mat&ria, para

Zubiri, & princpio de ato, sendo as suas potencialidades modos de ser deste princpio.

m suma, a materialidade não & pura indetermina"ão, com pensa$a )ristóteles, mas &

 poli$al!ncia da substanti$idade material, em rela"ão ao seu 7dar de s9. IZubiri, :;><, =U?K.

4 Cr*t$'(+ (o 'on'&$to (r$+tot./$'o d& physis 'o0o dynamis/energeia-entelequía

)ristóteles centra o problema do conhecimento da physis na análise das causas. ) pergunta

 pela  physis se con$erte na pergunta pelas causas. Aentre todas as causas, a mais importante, pelo

fato de se referir à physis, & a causa final. ) physis & uma das causas finais.

) finalidade tem em )ristóteles um caráter imanente, %á que a physis & um princpio interno

de mo$imento. or&m, não um mo$imento de dire"ão arbitrária mas um mo$imento dirigido pela

R

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causa final. )ssim, a natureza seria caracterizada como uma teleologia imanente. ) physis & um fim

imanente em si mesmo considerado, ou se%a, atua sempre em $ista de um ob%eti$o. 3al fim &,

sinteticamente, a própria natureza, a qual se $olta sobre si mesma em todas e em cada uma das suas

opera"#es' a iman!ncia implica um processo que se fecha intrinsecamente sobre si mesmo. Neste

5mbito, a teleologia & um princpio de racionalidade para entender a din5mica da natureza e a própria estrutura do ente natural.

m )ristóteles nada passa da pot!ncia ao ato se não esti$er sob a a"ão de um ser %á em ato,

de um ser que possui a forma que constitui o fim do mo$imento. ortanto, estabelece-se a primazia

do ato sobre a pot!ncia, assim como se reconheceu a primazia da forma sobre a mat&ria. ara ele, o

fato de estar composto de ato e pot!ncia & condi"ão indispensá$el para que se d! o mo$imento.

Donsequentemente, pode-se definir a physis como arké kineseos $isto ser causa da mutabilidade dos

entes naturais. Physis & a causa que atualiza o ser potencial. Physis & o aut!ntico ser das coisas.)ristóteles subordina o conceito de $ir-a-ser ao de mo$imento, entendido como mudan"a.

1ó há mo$imento porque há um su%eito que permanece como su%eito de $aria"#es. Na concep"ão

aristot&lica pode-se distinguir as seguintes classes de mo$imento' um mo$imento quantitati$o que

consiste num aumento ou diminui"ão, um crescer ou decrescer da subst5ncia em questão( um

mo$imento qualitati$o que consiste numa altera"ão( e um mo$imento local que consiste numa

mudan"a de lugar.

ara Zubiri esta di$isão tripartida & imprecisa por $ários moti$os'

:K ara )ristóteles o mo$imento local & um mo$imento mec5nico, o que & falso. [á

mo$imentos locais que não são de caráter mec5nico, como por exemplo as $aria"#es de lugar de um

campo eletromagn&tico. ara Zubiri a $aria"ão local & a estrutura din5mica básica do que acontece

na realidade. 6 espa"o no qual se dá toda $aria"ão não & um espa"o absoluto, como o pensa$am

)ristóteles e Ne2ton. 7l espacio es la respecti$idad de las cosas reales por razón del lugar 

ocupado por ellas9 IZubiri, :;>;, ::=K. 6 lugar de uma coisa & sempre respecti$o aos lugares das

demais coisas. Cma das formas de $aria"ão & o mo$imento, que não consiste, como pensa$a

)ristóteles, numa capacidade do mó$il, mas na respecti$idade de um corpo com rela"ão aos outros.

QK )ristóteles concebe o mo$imento como se emergisse ati$a ou passi$amente das

subst5ncias que comp#em o uni$erso. ara Zubiri, isto não faz sentido, partindo da sua concep"ão

de substanti$idade e da considera"ão da estrutura do espa"o como respecti$idade.

1e trata, por conseguinte, de partir de una estructura básica primaria de la respecti$idaddel uni$erso, una respecti$idad en la cual, e$identemente las sustanti$idades están enrespecti$idad son acti$as por s mismas. \ manteniendo %untos este carácter de respecti$o de acti$o por s mismo, que queda actualizado precisamente en la totalidad de larespecti$idad, es cuanto tenemos %ustamente la estructura misma del dinamismo

$ariacional. IZubiri, :;>;, :::K.

>

8/19/2019 Zubiri e Sua Crítica Ao Conceito Aristotélico de Natureza_Discusiones Filosóficas

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Luanto ao mo$imento substancial, o que permanece & o substrato ou mat&ria ltima ao

qual )ristóteles denomina mat&ria-prima, que & em si indeterminada por ser potencialmente

qualquer tipo de subst5ncia natural. ) este respeito, Zubiri reflete da seguinte forma'

[a otro tipo de transformaciones sustanciales, por e%emplo, en el caso de la generación, lacual consiste en que una forma sustancial distinta, por lo menos num&ricamente de la

 primera, aparezca en la realidad. ero, en qu& realidadM n el su%eto subacente a ella.)hora bien, como se trata de una sustancia, no ha un su%eto sustancial entero. \ )ristótelestiene que for%ar esa sutil mara$illosa idea, que ha pasado al lengua%e corriente, de lamateria prima. 8a materia prima que no es una materia, una cosa determinada, sino que esel principio potencial, indeterminado, en $irtud del cual esa materia que pierde esa formasustancial, adquiere por influencia de la primera una nue$a formalidad sustancial. Ae estamanera la transformación sera para )ristóteles, rigurosamente hablando unatransmutación. IZubiri, :;>;, :<=-:<UK.

m que consiste propriamente esta transforma"ãoM 3rata-se da transforma"ão de uma

forma substancial em outra. o su%eito ltimo desta transforma"ão & a mat&ria-prima. 6 que se

transforma em ltima inst5ncia & o composto substancial no qual ocorre uma substitui"ão de

formas.

ara Zubiri, esta concep"ão aristot&lica & insuficiente e err]nea por duas raz#es'

:K Na ordem da natureza, o termo de transforma"ão não & o su%eito substancial mas uma

substanti$idade.

\ una sustanti$idad O escre$e Zubiri O que está constituida formalmente por um carácter estructural, no por un carácter sub%etual, de unos accidentes. Ni tan siquiera de unas formassustanciales. 1ino que formalmente hablando es una estructura, por consiguiente para quela transformación sea $erdaderamente transformación, lo que tiene que hacer es transformar la estructura. No simplemente sustituir estructuras sobre una materia prima. IZubirii :;>;,:<JK.

QK m $irtude do caráter substanti$o da realidade, o que chamamos transforma"ão não & o

resultado da substitui"ão de umas formas por outras. ) $erdadeira transforma"ão & a transforma"ão

de umas estruturas em outras. Não há necessidade de postular um su%eito de mudan"a. )ssim ocorre

nas transforma"#es de mat&ria em energia ou numa transforma"ão de fótons que, pelo choque com

el&trons, produzem, por materializa"ão, um el&tron. Lual & o su%eito e a mat&ria-primaM de fato

hou$e uma transforma"ão estrutural. ) no$a estrutura está caracterizada por no$as propriedades

sistemáticas.8a transformación no consiste O declara Zubiri O en que una sustancia, una materia prima,est& dotada sucesi$amente de formas sustanciales diferentes. Donsiste en que unaestructura, ella, desde s misma, en tanto que estructura, d& lugar desde s a una estructuracompletamente distinta.

^..._

8a transformación es el dinamismo de una estructura que da de s otras estructuras. IZubiri,:;>;, :<;( :=?K.

Con'/+"o

) nosso $er, Zubiri analisa o $ir-a-ser da realidade de um modo muito mais radical e

;

8/19/2019 Zubiri e Sua Crítica Ao Conceito Aristotélico de Natureza_Discusiones Filosóficas

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 profundo do que o fizera )ristóteles' partindo de seus conceitos de substanti$idade e respecti$idade.

)s realidades, para Zubiri, são estruturas que 7de-suo-dan-de-s9.

)ssim, numa filosofia não conceitualista e não substancialista como a filosofia zubiriana, a

clássica contraposi"ão physis/tékhnè %á não & $álida. Não só pelo no$o conceito de realidade que

determina in$aria$elmente o conceito de natureza, mas pela no$a concep"ão da t&cnica dado o n$elde desen$ol$imento qualitati$o alcan"ado por esta, sobretudo no s&culo 44. Zubiri substitui esta

contraposi"ão pela distin"ão coisa-real/coisa-sentido estabelecendo, neste ponto, o diálogo, %á não

com a tradi"ão clássica, mas com a fenomenologia de [usserl e [eidegger, que são os seus

aut!nticos interlocutores.

6 conceito de realidade zubiriano, apesar dos paralelismos e diferen"as assinalados, não

surge do conceito aristot&lico de natureza mas do conceito fenomenológico de coisa-sentido. Doisa-

real significa 7de suo9, entendido como meramente real, distinguindo-se de coisa-sentido. 6 7desuo9 está dado na apreensão primordial. or&m, o importante & $er que este 7de suo9 está dado

7em fazer9, como transcendental que se concretiza com contedos mundanos. sta concep"ão

rompe definiti$amente com a unidade  physis/lo#os  que constitua uma $isão naturalista

necessitarista da natureza e do homem.

) concep"ão zubiriana da realidade & marcadamente din5mica e aberta, o que permite que

realidade e sentido se distingam, por&m, não se oponham. Cma ess!ncia aberta, isto &, a ess!ncia

humana, o & pelas suas notas fsicas, por&m, ao ser din5mica a realiza"ão desta abertura, que

consiste numa apropria"ão de possibilidades, acrescenta à coisa-real um 5mbito do sentido que,

como tal, não & nenhuma nota fsica e que permite ele$ar-se acima de suas próprias notas fsicas.

) questão se concretizará, então, numa realidade din5mica que dá de si por suas próprias

notas fsicas coisas que formalmente não se definem por suas notas fsicas( coisas-sentido.

R&%&r5n'$(+:

Taeger, `. `. Paidéia' a forma"ão do homem grego. =.ed. 1ão aulo' +artins *ontes, Q??:.

Zubiri, 4. 0o)re la esencia! +adrid' 1ociedad de studios ublicaciones, :;JQ( +adrid' )lianza

ditorial, :;;>.

 . 0o)re el hom)re! +adrid' )lianza ditorial, :;>J.

 . Estructura din*mica de la realidad! +adrid' )lianza ditorial, :;>;.

 . 1nteli#encia y 2az$n. +adrid' )lianza ditorial/1, :;><.

 . Naturaleza, Historia, Dios. ::. ed. +adrid, :;;;.

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