Raízes filosóficas da psicologia

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RAÍZES FILOSÓFICAS (A gênese da psicologia) Stefanie Ferreira Facebook.com/stefanie.educa

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RAÍZES FILOSÓFICAS (A gênese da psicologia)

Stefanie FerreiraFacebook.com/stefanie.educa

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INTRODUÇÃO Os primeiros filósofos da Grécia antiga já procuravam

respostas sobre o mundo que nos rodeia, sobre o nosso modo de pensa e agir.

Os diversos campos da ciência evoluíram da filosofia e, a partir do século XVI, tomaram impulso até culminar na “revolução científica” que ocorreu na Era da Razão, ou Iluminismo, no século XVIII. Embora os avanços do conhecimento cientifico já tivessem respostas para muitas perguntas sobre este mundo, ainda não eram capazes de explicar o funcionamento da mente.

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SEPARANDO O CORPO DA MENTE O filósofo e matemático René Descartes, foi uma

das principais figuras da revolução científica do século XVII. Descartes afirmava que todos os seres humanos tinham uma existência dual – um corpo que funciona como uma máquina e uma mente pensante e material, ou alma.

Pensadores da psicologia que o sucederam, entre eles Johann Friedrich Herbart, ampliaram a analogia com a máquina para incluir também o cérebro e passaram a descrever os processos mentais como um cérebro-máquina trabalhando.

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O NASCIMENTO DA PSICOLOGIA Em 1879, Wilhelm Wundt fundou o primeiro

laboratório de psicologia experimental na Universidade de Leipzig, na Alemanha; ao mesmo tempo, começaram a surgir departamentos de psicologia em outras universidades da Europa e dos Estados Unidos.

As últimas duas décadas do século XIX presenciaram o rápido crescimento da nova ciência da psicologia e o estabelecimento de uma metodologia científica para o estudo da mente muito semelhante à praticada pela fisiologia e disciplinas correlatas para estudar o corpo.

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OS 4 TEMPERAMENTOS DA PERSONALIDADEGaleno (c.129-c.201 d.C) ABORDAGEM: Humorismo

(c.400 a.C) O médito Grego Hipócrates afirma que características dos quatro elementos têm correspondência nos fluidos

corporais. (c.325 a.C) O filósofo grego

Aristóteles elenca quatro fontes da felicidade: sensual (hedone), material (propaietari), ética (ethikos) e lógica (dialogike).

(1543) O anatomista Andreas Vesalius publica, na Itália, De humani corporis fabrica. O livro aponta falhas de Galeno, e Versalius é acusado de heresia.

(1879) Wilhem Wundt afirma que os temperamentos se desenvolvem em diferentes proporções sobre dois eixos: “mutabilidade” e “emocionalidade”.

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SEGUNDO GALENO... As características dos quatro elementos básicos –

Terra (fria e seca), ar (quente e húmido), fogo (quente e seco) e água (fria e úmida) – poderiam explicar a existência de todas as substâncias.

Hipócrates(460-370 a.C.), “o pai da medicina”, desenvolveu um modelo médico baseado nesses elementos básicos e atribuiu suas características a quatro fluidos do corpo. Tais fluidos eram chamados de “humores” (do latim umor, fluido corporal)

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DUZENTOS ANOS MAIS TARDE... Galeno expandiu a teoria do humorismo para

uma teoria da personalidade; para ele, havia uma relação direta entre os níveis dos humores no corpo e as inclinações emocionais e comportamentais – ou “temperamentos”.

Os quatro temperamentos de Galeno –sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico – Estão relacionados ao equilíbrio dos humores no corpo.

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DUALISMO MENTE/CORPO

Século IV a.C. O filósofo grego Platão afirma que o corpo pertence ao mundo material, mas a alma (ou mente) pertence o mundo imortal das ideias.

Século IV a.C. O filósofo grego Aristóteles diz que alma e corpo são inseparáveis: a alma na verdade pertence ao corpo.

1710 Em tratados sobre os princípios do conhecimento humano, o filósofo anglo-irlândes George Berkeley afirma que o corpo é apenas a percepção da mente.

1904 Em Existe consciência?, William James defende que a consciência não é uma entidade separada, mas uma função de experiências particulares.

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Foi o filósofo René Descartes, o primeiro a descrever em detalhes a relação entre corpo e alma. Descartes escreveu em 1633, seu primeiro trabalho filosófico, De Homine (Do homem), no qual apresenta o dualismo entre mente e corpo: a mente imaterial, ou “alma”, afirma ele, faz o seu trabalho de pensar, instalada na glândula pineal do cérebro, enquanto o corpo é uma máquina operada por “espíritos animais”, ou fluidos, que percorrem o sistema nervoso, provocando os movimentos.

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Descartes explicou em carta para o filósofo francês Marin Mersenne, que a glândula pineal é a “sede do pensamento” e, portanto, deveria ser a morada da alma, uma vez que não se pode separá-los. Descartes imaginava mente e corpo interagindo por meio da percepção dos espíritos animais que supostamente fluíam pelo corpo.

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DORMEZ! Abade Faria – (1756-1819)

Muitas culturas antigas, entre elas a egípcia e a grega, não eram estranhas a prática de levar doentes a “templos de sono” para que fossem curados enquanto dormiam, sugestionados a sacerdotes especializados e treinados para isso.

Com base no sono lúcido de Faria o cirurgião escocês James Braid cunhou o termo “hipnose”, em 1843, a partir do grego hypnos, isto é, “sono”, acrescido de osis, ou “condição”.

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Braid concluiu que a hipnose não é um tipo de sono, mas, sim, um estado de concentração do indivíduo numa única ideia, o que resulta numa maior propensão a ser sugestionado. Após sua morte, o interesse em hipnose foi definhando até o neurologista francês Jean-Martin Charcot começar a usar o hipnotismo sistematicamente no tratamento de histeria traumática. O fato chamou a atenção de Josef Breuer e Sigmund Freud, que depois questionaram as motivações do indivíduo hipnotizado e descobriram o poder do inconsciente.

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ESTRUTURALISMO

1704 O filósofo alemão

Gottfried Leibniz analisa as petites perceptions (percepções sem consciência) em novos ensaios sobre o entendimento humano.

1869 O flósofo alemão Eduard von Hartmann publica o célebre Filosofia do inconsciente.

1895 Sigmundo Freud e Josef Breuer publicam Estudos sobre a histeria, introduzindo a psicanálise e suas teorias sobre o inconsciente.

1912 Carl Jung escreve Psicologia do inconsciente, propondo que todos os indivíduos têm um inconsciente coletivo definido culturalmente.

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Johann Herbart foi um filósofo alemão que se dedicou à investigação do funcionamento da mente – em especial, como ela administra ideias e conceitos. De acordo com Herbart, as ideias formam-se pela combinação das informações provenientes dos sentidos. O termo que usou para ideias – Vorsfellung – egloba pensamentos, imagens mentais e inclusive estados emocionais. Esses elementos compõem todo o conteúdo da mente, e Herbart não os via como elementos estáticos, mas, sim, dinâmicos, capazes de se transformar e interagir entre si.

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Herbart via o inconsciente como um depósito para ideias fracas ou subjugadas. Ao propor uma consciência de duas partes, dividida por uma fronteira bem demarcada, Herbart buscava encontrar uma solução estrutural para o mecanismo de administração de ideias de numa mente saudável. Mas Sigmund Freud enxergaria um sistema muito mais complexo e revelador do que esse. Freud associaria os conceitos de Herbart às suas próprias teorias sobre os impulsos inconscientes e construiria os alicerces da abordagem terapêutica mais importante do século XX: a psicanálise.

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EXISTENCIALISMO

Século V a.C. Sócrates afirma que a chave para a felicidade é descobrir o “verdadeiro eu”.

1879 Wilhelm Wundt faz da autoanálise uma abordagem à pesquisa psicológica.

1913 John B. Watson desencoraja a prática de autoanálise na psicologia e afirma que “a introspecção não é parte essencial do método”.

1951 Carl Rogers publica Terapia centrada no cliente e, em 1961, Torna-se pessoa.1960 O livro O “eu” dividido, de R. D. Laing, redefine o termo “loucura” e propõe a análise existencial de conflitos internos como terapia.1996 Rollo May baseia seu livro O significado da ansiedade na obra O conceito de ansiedade, de Kierkegaard.

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Sócrates, acreditava que a função central da filosofia era tornar o indivíduo mais feliz por meio da autoanálise e do autoconhecimento e proferiu a famosa frase: “uma vida irrefletida não vale a pena ser vivida”.

O desespero humano, publicado por Soren Kierkegaard em 1849, oferece a autoanálise como uma ferramenta para entender o problema do “desespero”, que ele considerava derivar não da depressão, mas da alienação do “eu”.

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Kierkegaard tomou como exemplo um homem que queria tornar-se imperador e demonstrou que, por ironia, mesmo que ele conseguisse alcançar seu objetivo, teria na verdade abandonado o seu antigo “eu”. Tanto em seu desejo quanto em sua conquista, ele queria “livrar-se” de si mesmo. Essa negação do “eu” é dolorosa: é avassalador o desespero de um homem que quer se afastar de si, que “não possui a si mesmo; que não é ele mesmo”. Kierkegaard concluiu que um homem poderia sentir a paz e a harmonia internas se tivesse coragem de ser seu verdadeiro “eu”.

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BIOPSICOLOGIA

1690 O filósofo britânico John

Locke diz que a mente de toda criança é uma tabula rasa, ou uma folha em branco, e, portanto, somos todos iguais ao nascer.

1859 O biólogo Charles Darwin afirma que todo desenvolvimento humano é fruto de adaptação ao ambiente.

1890 William James anuncia que as pessoas têm tendências individuais herdadas geneticamente, ou “instintos”.

1925 O behaviorista John B. Watson assevera que “não” se herda capacidade, talento, temperamento ou constituição mental”.

Anos 1940 A Alemanha nazista tenta criar uma “raça ariana superior” por meio da eugenia.

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AS CARACTERÍSTICAS GRUDAM NAS FAMÍLIAS. (FRANCIS GALTON)

Francis Galton tinha parentes muito talentosos, entre eles o biólogo evolucionista Charles Darwin. Galton tinha interesse em descobrir até que ponto as habilidades são herdadas ou aprendidas. Galton foi o primeiro a ver “natureza” e “criação” como entidades distintas, cujos efeitos podiam ser medidos e comparados, e a afirmar que as duas eram as únicas responsáveis pela formação da personalidade.

Ele afirmou que quando natureza e criação são obrigadas a competir, a natureza sempre vence. Aspectos externos podem influir, segundo ele, mas nada consegue “apagar as marcas profundas da personalidade individual”.

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AS LEIS DA HISTERIA SÃO UNIVERSAIS (JEAN-MARTIN CHARCOT 1825-1893) ABORDAGEM: CIÊNCIA NEUROLÓGICA

1900 a.C. O Papiro de Kahun, de origem egípcia, relata casos de mulheres com distúrbios comportamentais causados por “úteros móveis”.

C.400 a.C. O médico grego Hipócrates cunha o termo “histeria” para designar algumas doenças femininas descritas em seu livro On the sideases of woman.

1662 O médico inglês Thomas Willis realiza autópsias em mulheres “histéricas” e não encontra indícios de patologias uterinas.

1883 Alfred Binet passa a trabalhar com Charcot no Hospital Salpêtrière, em Paris, e mais tarde escreve sobre o método hipnótico de Charcot para tratar histeria.

1895 Sigmund Freud, que tinha sido aluno de Charcot, publica Estudos sobre a histeria.

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Conhecido como o fundador da neurologia moderna, o médico francês Jean-Marie Charcot queria compreender a relação entre psicologia. Durante as décadas de 1860 e 1870, estudou a “histeria”, termo então utilizado para descrever comportamentos emocionais extremos nas mulheres, os quais se pensava serem decorrentes de problemas no útero (hystera, em grego). Os sintomas eram choro ou riso excessivos, contorções e movimentos corporais descontrolados, desmaios, paralisia, convulsões e cegueira ou surdez temporárias. Charcot afirma que a histeria era uma condição herdada que durava a vida toda e cujos sintomas eram provocados por situações de choque. Alguns acreditavam que as pacientes histéricas de Charcot agiam induzidas pelas sugestões do médico. Contudo, Sigmund Freud, um dos alunos de Charcot, estava convencido de que a histeria era uma enfermidade física, e interessou-se por ela. Seria a primeira doença descrita por ele em sua teoria psicanalítica.

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UMA ESTRANHA DESTRUIÇÃO DAS CONEXÕES PSÍQUICAS INTERNAS. (EMIL KRAEPELIN 1856-1926) ABORDAGEM: PSIQUIATRIA MÉDICA

c.50 a.C. O poeta e filósofo romano Lucrécio usa o termo “demência” para designar “estar fora da própria mente”.

1874 Wilhelm Wundt, tutor de Kraepelin, publica Fundamentos da psicologia fisiológica.

1908 O psiquiatra Eugen Bleuler cunha o termo “esquizofrenia”, do grego Skhizein (dividir) e phren (mente).

1948 A organização mundial da saúde (OMS) inclui as classificações de doenças mentais sugeridas por Kraepelin na Classificação Internacional de Doenças (CID).

Anos 1950 Clorpromazina, a primeira droga antipsicótica, é usada no tratamento de esquizofrenia.

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O médico alemão Emil Kraepelin, visto por muitos como o fundador da medicina psiquiátrica moderna, acreditava que a maioria das doenças mentais tinha origens biológicas. Em 1883, Kraepelin descreveu a demência precoce, hoje conhecida por esquizofrenia, como “uma série de estados clínicos cujo denominador comum é uma destruição peculiar das conexões internas da personalidade psíquica. As classificações de Kraepelin ainda são base para o diagnóstico da esquizofrenia. Além disso, investigações post mortem comprovaram a existência de anormalidades estruturais e bioquímicas, assim como de problemas funcionais, nos cérebros de pacientes que sofriam de esquizofrenia. A crença de Kraepelin nas origens estritamente biológicas de grande número de doenças mentais teve impacto duradouro no campo da psiquiatria, e muitos distúrbios mentais continuam sendo tratados com medicação nos dias atuais.

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Stefanie Ferreira – Ano 2013.1

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