ZIZEK_A Realidade Do Virtual

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ZIZEK, A realidade do virtual, 2003, Londres. Disponvel em http://www.youtube.com/watch?v=1xR_g4G5RsU

Realidade virtual: reproduzir numa outra mdia a realidade de nossas vidas

A realidade do virtual: efeitos reais produzidos por algo que no existe no atual

Trs perspectivas:Imaginrio virtual: ao lidar com outra pessoa (fenomenologicamente): apaga-se certas caractersticas do outro (no esto l)Isso no faz parte da imagem que tenho de voc. Lidamos com uma imagem virtual do outro (como interagimos com outras pessoas)

Simblico virtual:ex. experincia de autoridade (paterna): Autoridade efetiva precisa de ser virtual, simblica, se a autoridade colocada em ao, paradoxalmente, perde a sua fora. Algo de ridculo e impotente. real apenas como virtual, se atual auto-destrutiva.

ex. crenas atribuidas aos outros. Virtual pq se pressupe que a outra pessoa acredita. Ex. Natal; Vida poltica: Era cnica: ningum acredita na democracia para precisa-se manter a aparncia. Inocncia, ignorncia. Se nngum acrdita, pressuposto que todos acreditem, mantendo-se virtla e com efeitos. Se acreditado muito diretamente tem algo de monstruoso na pessoa.

Real virtual:Noo de real:RSI: trade de um n e vnculo, estrelaados entre eles (o trio se reflete em cada um dos termos)

Imaginrio realImagens que so muito fortes, traumticas, que so reais. Ex.: catstrofes de tirar o flego, monstros, A coisa em fico cientficas, muito fortes para serem diretamente confrontados

Simblico realFsica quantica: resiste simbolizao (incluso no universo do sentido): frmulas que funcionam mas no podem ser traduzidas na realidade ordinria (tempo correndo para trs, universos paralelos): coisas que no fazem sentido em relao nossa experincia comum da realidadeMquinas funcionais sem sentido

Real realNo o primeiro real (mais comum)Dois nveis:1) Perto do simblico: tudo o que segue o simblico numa cena obscura (unidades de exrcito: ordem simblica, realidade obscura: cantos de marcha (rimas sem sentido, com perverses sdicas)

2) The Sound of Music (filme): Austracos democrticos lutando contra ocupaso nazista. Realidade virtual: austracos como pequenos fascistas contra facistas cosmopolitanosResistncia democrtica contra nazismo, textura virtual: Fascistas honestos resistindo decadente tomada judia

Shotcuts (Robert): nvel narrativo: histria simples: vida desesperada da classe mdia de Los Angeles; no nvel de textura virtual: celebrao dos encontros

Real virtualDonald Rumsfeld: maro de 2003, pouco antes da guerra no Iraque, correlao entre o conhecido e o desconhecido: H conhecidos conhecido (coisa que sabemos que sabemos); conhecidos desconhecidos (coisas que sabemos que no sabemos); deconhecido desconhecido (coisas que no sabemos que no sabemos); ele parou.Para Zizek, h tambm: deconhecidos conhecidos: coisas que ns no sabemos que conhecemos.Ns as conhecemos, elas fazem parte de nossa identidade, elas determinam nossa atividade, mas no sabemos que sabemos delas.Inconsciente: fantasias, preconceitos inconscientes

Real Real: verdadeiro real O real mais virtualReal o campo, uma forma abstrata que estrutura a disposio dos elementos existentes em torno dela

O significado de trauma em psicanliseFreud: mudou de posio Trauma como presena bruta de algum real que invade o simblico e o curva (impacto): algumas coisas no podem ser simbolizadas (lacuna)Algumas coisas estranhas: Anlise de homem dos lobos: cena traumtica a criana 1 ano e meio viu o coito dos pais. Ele na primeira idade, no tinha nada de traumtico, depois com 3-4 anos, ao desenvolver suas teorias sexuais no conseguiu simbolizar a cena (ressucitao)Einstein muda de posio na teoria da relatividadeEspao curvoA presena da densidade da matria que curvou o espao: espao originalmente como vazio, simtrico, e a presena da matria o curvou.

A curvatura do espao era primordial e o que percebemos como matria uma apresentao fetichista da curvatura do espao

O fato primordial um desequilbrio formal, o simblico j desequilibrado, antagnico, e ao relacionar isso a algum real, o real do trauma aparece

Para polticaFenmenos polticos de ideologia

Funcionamento do anti-semitismoNa verso fascista: anti-semitismo (a figura do judeu, a conspirao judaica) um trauma externo que invade brutalmente pertubando o espao social

A sociedade era harmoniosa, a ordem natural

Antagonismo social, luta de classes vem primeiro, o espao social j curvado, desequilibrado, a fim de dar conta dele, imaginariamente, inventamos a figura do judeu (projetamos a causa no judeu)

Crtica da modernidade alternativaA ideia: que existem inconsistncias na modernidade, mas esses elmentos no fazem parte a toda a modernidade, msa apenas ao anglo-saxo, europeu modeloAlternativas: modernizao sem a alienao, sem processos de explorao, catrastrofes ecolgicasModernidades locais

Problema: a lgica subliminar: no modernidade enquanto tal s as especficasAtravs disso: o antagonismo reduzido a uma particular, j no a modernidade. Alternativa no sculo XX: fascismo: desenvolvimento sem alienao

Outro modelo: algum antagosnismo (luta de casses, dialtica do esclarescimento) potencial no projeto capistalista moderno

Ideologia: salva imaculada a modernidade

Ao contrrio: h antagonismo inerente modernidade e as espcies particulares no so apenas exemplos, mas reaes a eles (eles lutam contra esse universal)Tentativas de resoluver o impasse

Dialtica: o sinal de luta o antagonismo com o primeiro. Universaidade

Virtual e real: tudo o que existe so apenas formas particulares de modernizaoMas para compreend-las deve-se referir causa ausente, antagonismo

Concluso: real uma categorai formal, lacura estrutural, categoria no substancialDiferena pura: diferena anterior ao que os difereNo a diferena entre dois termos: os termos positivos aparecem depois na tentativa de dominar, de lidar com a tenso da diferena pura

Distino poltica entre Esquerda e DireitaSe se perguntar um de direito dir que a sociedade organizada e que pertubada por esquerdas como intrusos esternos, e os de esquerda diro a luta como central no corao da estrutura social.No h ponto central. de um ponto ou de outro.

Diferena sexual a mesma coisa em LacanDiferena vem em primeiro lugar

Filosofia (puro formalismo)Crtica censura de que se est num idealismo: a matria em seu estado positivo, de presena inerte primordialDeleuze: multitude primordial como fato ontolgico definitivo

Noo de materialismo puramente formal (da diferena)Existe uma diferena pura: h uma rachadura, um antagonismo na ordem do um.O fato primordial a pura auto-diferenaMultitude j um efeito da inconsistncia de um com ele mesmoO um no pode coincidir consigo mesmoNo h uma polaridade primordial

Lacan: o significante binrio primordialmente reprimido, o segundo elemento est sempre ausente e esta falta de contraponto, pe em gerao a multiplicidade

Woody Allem: Amor e morteUma pardia de TolstoiNo h Dostoiveski. O outro: complentoEm uma cena: fala-se diversos ttulos do dost.

Lio ontolgica: um no pode coincidir consigo mesmo, diferena pura, e como efeito secundrio, a multiplicidade explode

Materialismo e idealismoIdealismo: inrcia da experincia da matria, espiritual

O puro formalismo do materialismo radical: virtual e real

I. Kant:Primeiros escritos: distino entre julgamento negativo e julgamento indeterminadoVoc no humano e Voc desumanoSignifica simplesmente que voc externo humanidade, fora, mas o segundo: afirmar um no predicado: no humanidade, um excesso de humanidade est na humanidade em si.Zumbis: morto-vivo (em ingls): voc est vivo, precisamente como morto

Liberdade humana tem esse status

O que as proibies simblicas no a animalidadeMas o excesso inumano de nvel-zeroMonstruoso inerente ao humanoPan de Lacan: o ncleo de estima da humaninadadeNatureza e cultura: uma terceira ordem (a diferena)

O que seria uma poltica da diferena puraO que no :A poltica da identidade (do reconhecimento das diferenas): tolernciaMulticultarilismo etcA lgica da luta: incmodoEstabelecer um campo aberto que aceite todas as identidadesLivres para prosperarCada grupo tnico, religiosos, polticoCampo de abertura para o outro: horizonte tico definitivo

Ex. luta de classes: o objetivo final no os proletrios permitirem a burguesia ou o inversoO objeto aniquilar o inimigo (antagonismo)Outra noo de universalidade: da luta em siUm paradoxo nessa luta: no significa a posio de um particular, abandonando a noo universal de verdade: isso vai muito bem com a noo de abertura do reconhecimentoH uma verdade universal de uma situao particular, mas essa verdade s acessvel apenas por um ponto de vista (engajado na luta)No abstrao de nossa luta, objetividade, etc, ao contrrio, deve-se assumir at o fim o paradoxo: a verdade universal s acessvel por uma posio parcial e engajadaColetivo em trs prticas: religiosos messinicos, revolucionrios e comunidades psicanalticas

Poltica da pura diferena oposta poltica do real (o real do superego)Determinao do superego: injuno para gozar (identificao social)

Antiga funo da tica da moderao: faa mas no excessivamente (medida adequada)

Hoje: uma tica que permite o consumo ilimitado (sem moderao): pq o objetivo j est privado de sua substncia danosaCaf descafeinado, cerveja sem alcool, aucar sem aucarInjuno: beba o quanto voc quiser porque o mal j t resolvido

campo socialO tema da tolerncia: estrutura do chocolate laxante: um modo de aparncia da intolernciaTolerar as diferenas, no me incomode: no chegue muito perto de mim, se voc chegar com seu gozo excessivo, voc me pertubaAssdio: aproximao excessiva de outro ser humano (intolerncia)Vamos tolerar um ao outro significa vamos manter uma distncia adequada entre ns

Riqueza: exploraes financeiras e ajudas filantrpicas: ao e contra-ao

Guerra: pacifismo militarista, militarismo humanitrio: guerras pela paz

Campos de Concentrao: caso exemplar coletivo do sculo XX: isolar o inimigo e concentrar as pessoas para ajud-las

O que isso significaO consumo hoje menor do que nunca, se consumo tomar os riscosO que terrvel fumar sos os perigosDependentes txicos, fumantes, figuras do horror

A injuno tica fundamental: para apreciar at o fimCulpa: no chegar at o fimPapel da psicanlise: mais real que nuncaMudou sua funoNo incio: sexualidade frustrada pelas leis da cultura, psicanlise: libert-lo dessas proibies e faz-lo gozarHoje: voc se sente culpado se voc no consegue gozar (ter o prazer)Psicanlise: a mensagem Badiou: voc deve aprender a ser um censor de voc mesmoAbrir um espao em que voc no pode desfrutar (gozar)Voc autorizado a no gozar

Confrontao do paradoxo do superego: falsa liberdadePermisses e regulaes mais que nunca: no comer de mais, exerccios, alimentaoO oposto: fundamentalismo emergente: introduzir um espcie de abertura falsa da liberdadeLacan inverso de Dostoinveski: se Deus existe, tudo permitidoReinventar utopia:Utopia clssica: No imaginar um mundo melhor etc: repblica de Plato, Utopia, More, Sade: filosofia da ancovaUtopia capistalista: necrfilos, cadastramentos etc: nada acontece: novos desejos

Utopia: realNo um exerccio de imaginao (mundos ideais)Inventar algo novo quando voc no pode faz-lo de outra forma algo a ser decretado quando no h outra alternativaFazer o que dentro das coordenadas simblicas dadas aparece como impossvelAssumir os riscos, mudar as coordenadasA verdadeira utopia no uma ordem diferente, a ideia de que a presente ordem pode funcionar diferentemente, indefinidamenteO real da histria est de voltaUma questo de sobrevivncia: O futuro ser utpico ou no haver um