XV Curso Nacional de Atualização em...

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1 - 8:15-8:40 - Introdução. Onde estamos no Controle do Tabagismo. Prioridades. Luiz Carlos Corrêa da Silva -8:40-9:05 - Cigarro eletrônico e Narguilé o que o Pneumologista deve saber. José Miguel Chatkin -9:05-9:25 - Fumantes ocasional e compulsivo dicas para o dia a dia do Pneumologista. Alberto Araújo - 9:25-9:50 - Fumante hospitalizado oportunidade para intervenção. Alberto Araújo - 9:50-10:00 DISCUSSÃO CNAP 2014 - Módulo Tabagismo XV Curso Nacional de Atualização em PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 - Búzios, 25/Abril/2014 Apresentação do Palestrante - Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva - Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho (Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica da Santa Casa de Porto Alegre) - Doutor em Medicina: Pneumologia (UFRGS) - Título de Especialista em Pneumologia pela SBPT - Organizador de Livros de Pneumologia: Compêndio, 1981, 1991, Condutas, 2001, Princípios e Prática, 2012, Tabagismo Doença que tem Tratamento, 2012------------------------------------------------------------------------------------------------------------ - Membro do Conselho Deliberativo da SBPT - Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- - Colaborador em Programas e Comissões de Controle do Tabagismo: - Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT (2013-2014) - Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Santa Casa de Porto Alegre - Membro do Conselho Consultivo da ACTBr (Aliança de Controle do Tabagismo) - Membro da Comissão de Tabagismo da AMB ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- - Médico Tisiologista da Secretaria da Saúde do Estado RS (1972-1995) - Professor de Pneumologia: UFRGS (1974-2011); UFCSPA (1979-2010); UPF (1973-2011) - Presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) (2000-2002) - Presidente da SPTRS (Soc. Pneumologia e Tisiologia do RS) (1980-81; 1981-83); (1997-99) - Diretor Científico da AMRIGS (Associação Médica do RS) (2002-2005, 2005-2008) - Fundador do Projeto Fumo Zero da AMRIGS (2003) e da UniAMRIGS (2006) DECLARAÇÃO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSE (seguindo norma da ANVISA) Não tenho conflitos de interesse...Luiz Carlos Corrêa da Silva Aliás, tenho grandes conflitos com o Setor Político que não assume seu papel e com a Indústria do Tabaco!” E um enorme interesse de controlar o Tabagismo!

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- 8:15-8:40 - Introdução. Onde estamos no Controle do Tabagismo. Prioridades.

Luiz Carlos Corrêa da Silva

-8:40-9:05 - Cigarro eletrônico e Narguilé – o que o Pneumologista deve saber.

José Miguel Chatkin

-9:05-9:25 - Fumantes ocasional e compulsivo – dicas para o dia a dia do Pneumologista.

Alberto Araújo

- 9:25-9:50 - Fumante hospitalizado – oportunidade para intervenção.

Alberto Araújo

- 9:50-10:00 DISCUSSÃO

CNAP 2014 - Módulo Tabagismo

XV Curso Nacional de Atualização

em PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 -

Búzios, 25/Abril/2014

Apresentação do Palestrante - Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva

- Pneumologista do Pavilhão Pereira Filho(Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica da Santa Casa de Porto Alegre)

- Doutor em Medicina: Pneumologia (UFRGS)

- Título de Especialista em Pneumologia pela SBPT

- Organizador de Livros de Pneumologia:“Compêndio, 1981, 1991”, “Condutas, 2001”, “Princípios e Prática, 2012”,

“Tabagismo – Doença que tem Tratamento, 2012”------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Membro do Conselho Deliberativo da SBPT

- Membro da Academia Sul-Riograndense de Medicina

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Colaborador em Programas e Comissões de Controle do Tabagismo:

- Coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT (2013-2014)- Coordenador do Programa de Controle do Tabagismo da Santa Casa de Porto Alegre

- Membro do Conselho Consultivo da ACTBr (Aliança de Controle do Tabagismo)

- Membro da Comissão de Tabagismo da AMB

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Médico Tisiologista da Secretaria da Saúde do Estado RS (1972-1995)

- Professor de Pneumologia: UFRGS (1974-2011); UFCSPA (1979-2010); UPF (1973-2011)

- Presidente da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia) (2000-2002)

- Presidente da SPTRS (Soc. Pneumologia e Tisiologia do RS) (1980-81; 1981-83); (1997-99)

- Diretor Científico da AMRIGS (Associação Médica do RS) (2002-2005, 2005-2008)

- Fundador do Projeto Fumo Zero da AMRIGS (2003) e da UniAMRIGS (2006)

DECLARAÇÃO SOBRE CONFLITOS DE INTERESSE

(seguindo norma da ANVISA)

“Não tenho conflitos de interesse...”

Luiz Carlos Corrêa da Silva

Aliás, tenho grandes conflitos com o

Setor Político que não assume seu papel

e com a Indústria do Tabaco!”

E um enorme interesse de controlar

o Tabagismo!

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COMISSÃO DE TABAGISMO

Coordenador:

-Luiz Carlos Corrêa da Silva (RS)

Comissão Científica:

-Alberto Araújo (RJ)

-Antonio Dórea (BA)

-João Paulo Becker Lotufo (SP)

-Keyla Medeiros Maia (MT)

-Luis Suarez Halty (RS)

-Maria Vera Cruz de Oliveira (SP)

Participantes: mais de 200 associados da SBPT

SOCIEDADE BRASILEIRA DE

PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA

COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT

NOSSA MISSÃO:

Desenvolver ações para reduzir a Epidemia do Tabagismo

no Brasil, dentro do espectro de atuação da SBPT.

Setores de atuação:

-comunicação (informações científicas, entrevistas)

*Forum de Tabagismo da SBPT – Prof. José Rosemberg

-trabalho em rede com setores afins (INCA, ACTBr, etc.)

-político (“advocacy”)

-defesa profissional (“melhor remuneração para o tabacologista”)

-capacitação do Pneumologista (e, dentro do possível, de

todos que se interessem) para tratamento do tabagismo-capacitação do Pneumologista

COMISSÃO DE TABAGISMO SBPT

PRINCIPAIS AÇÕES PARA 2014:

-CNAP 2014 (Búzios, 25/Abril)

-SBPT 2014 (Gramado, Outubro)

Curso Pré-Congresso, 4 turnos de atividades científicas

-PECs (em organização, diversas regiões)

-Datas do Tabagismo (31/Maio, 29/Agosto)

-Ações de Advocacy, geralmente em parceria com ACTBr,

INCA, MS, CONICQ, e outras instituições.

-Inserções na Mídia sobre Tabagismo e seu Controle

(entrevistas, notícias, artigos, etc.)

Informações sobre a Comissão de Tabagismo: site da SBPT

-CNAP 2014 (Búzios, 25/Abril)

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XV CURSO NACIONAL DE ATUALIZAÇÃO

EM PNEUMOLOGIA - CNAP SBPT 2014 -

Búzios, 25/Abril/2014 - 8h15-8h35 -

TABAGISMOIntrodução

Onde estamos

Atuais prioridades

Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva

O TABACO é um produto comercializado

na forma de cigarros e outros derivados.

Representa uma grande fonte de renda,

principalmente para a Indústria do Tabaco,

e outros setores envolvidos nesta cadeia.

O TABAGISMO é uma doença gerada

pelo tabaco. Causa de graves problemas

de Saúde a Alta Mortalidade.

TABACO E TABAGISMO

TABACO

TABAGISMO

COMÉRCIO

IMPOSTOS

DOENÇAS E

CONSEQUÊNCIAS

TABACO E DESFECHOS

▼CONSUMO◄

= NEGÓCIO

PARA A

INDÚSTRIA

E OUTROS

= DANOS À

SAÚDE.

MORTES.

PREJUÍZO

PARA

TODOS

GANHOS RÁPIDOS,

PARA POUCOS

GASTOS E PERDAS

LENTAS,

PARA MUITOS

4

U.S. Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and

Prevention Morbidity and Mortality Weekly Report. Vol. 63 / No. 13 - April 4, 2014.

CDC Grand Rounds: Global Tobacco ControlSamira Asma, Yang Song, Joanna Cohen, Michael Eriksen, Terry Pechacek, Nicole Cohen, John Iskander.

- Século XX: tabaco contribuiu para 100 milhões de mortes.

- 2011: 6 milhões de mortes (superior à AIDS + TB + Malária).

- 2030: 8 milhões de mortes (impedir isto é O DESAFIO!).

- Produção mundial: (1880 => 2009) = 10 bilhões => 6

trilhões de cigarros, anualmente.

- Cinco países consomem 58% do total: China=38%,

Rússia=7%, EEUU=5%, Indonésia=4%, Japão=4%.

- O Brasil é o maior exportador de folha de tabaco.

- 500 milhões de pessoas, vivas hoje, morrerão por fumar.

O Pneumologista deve “apropriar-se”

das questões relativas ao tabagismo.

O MÉDICO / PNEUMOLOGISTA

PRECISA ATUAR COM A MAIOR

INTENSIDADE NO TABAGISMO!

Deve ser um líder!

Deve ser um exemplo!

Promover, incessantemente, ambientes

100% livres do tabaco!

- Nos locais de trabalho: ambulatório,

clínica, hospital, etc.

- Nos ambientes sociais: amigos e cidadãos

- Nos ambientes políticos: praticar o advocacy!

Para os pacientes fumantes, sempre fazer

pelo menos uma abordagem mínima!

PAPEL DO PNEUMOLOGISTA

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OPORTUNIDADES NO

CONSULTÓRIO

SEMPRE FAZER UMA ABORDAGEM MÍNIMA

(1) Você fuma?Resposta NÃO => é fumante passivo?Resposta SIM => prosseguir

(2) Quer parar?

(3) Como pretende parar?

(4) Quer auxílio?

-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-

cigarettes”):

- pouco se sabe sobre seus riscos;

- são necessários estudos qualificados;

- devem ser proibidos em ambientes fechados, da

mesma forma que cigarros manufaturados;

- não devem prejudicar as políticas de controle do

tabaco e do tabagismo.

MUDANDO PARADIGMAS

Nunca pressupor que o paciente “sabe o

suficiente” sobre Tabagismo. Ele até pode

pensar que sabe, mas sempre poderemos

contribuir...

Explicar oportunamente, em linguagem

simples e clara o que é Tabagismo, como é a

Dependência, que parar de fumar não é

nenhum “bicho de sete cabeças”, e que o

Tratamento é muito eficaz, desde que feito

adequadamente.

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PROPOR SEMPRE AO PACIENTE FUMANTE

UM PLANO PARA CESSAÇÃO

Maneiras de parar de fumar

1.Iniciativa própria – o fumante para por si mesmo

2.Intervenção breve - aconselhamento sistemático

(é importante acompanhar o paciente)

4.Programa de Tratamento multidisciplinar:

(1) terapia cognitivo-comportamental (TCC)

(2) esquema combinado (TRN, BUP, VAR)

(SN: psicoativos para controle de transtornos)

3.Tratamento com recursos recomendados pelas

Diretrizes - INCA, SBPT, etc. (TCC e Medicamentos)

<06%

<10%

20-40%

>40%

Abstinência

12 meses

Programa de Tratamento do Tabagismo

no Consultório (abordagem intensiva)

FASE INTENSIVA (2 meses):

1ª.Consulta: avaliação (aspectos pessoais; histórico do tabagismo;

exames necessários). Entrevista Motivacional. Plano Terapêutico.

2ª.Cons.(2ª.Semana): cont. + escolher esquema (TCC / Medicamentos?).

3ª.Cons.(3ª.Semana): cont. + Dia “D” (preparação).

4ª.Cons.(4ª.Semana): cont. + prevenção recaída + ajustes medic.

5ª.Cons.(5ª.Semana): idem

6ª.Cons.(6ª.Semana): idem

7ª.Cons.(7ª.Semana): idem

8ª.Cons.(8ª.Semana): idem

FASE DE MANUTENÇÃO (tempo?) (6 meses / 12 meses/ ou mais?)

A SBPT JÁ ENVIOU ESTA PROPOSTA

PARA A AMB - EM SEGUIDA PODERÁ

SER ACEITA E INCLUÍDA NA CBHPM

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OPORTUNIDADES NO

HOSPITAL

O TABAGISMO É UMA DOENÇA DE

DEPENDÊNCIA DA NICOTINA (DN).

CONCEITOS PRECISAM SER MELHOR

CONHECIDOS POR TODOS

ALÉM DA DN, HÁ OUTROS FATORES,

PRINCIPALMENTE COMPORTAMENTAIS,

INDIVIDUAIS OU COLETIVOS, QUE INDUZEM A

FUMAR E DIFICULTAM PARAR DE FUMAR.

QUAIS SÃO ESTES FATORES?

Dependência química (NICOTINA)

Dependência psicológica

Automatismos / Gatilhos

Ansiedade / Depressão / outros transtornos

Psicossociais / Culturais / Costumes

Auto-estima baixa

Genética

Censuras / Pressões

Leis “Antifumo”

Outros...

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Nucleus

accumbens

(nAcc)Área

tegmentar

ventral

(VTA)

Nicotina

Dopamina

AUMENTANDO O NÍVEL DA DOPAMINA – ocorrem

“efeitos positivos”,que possibilitam as

sensações gratificantes,percebidas pelo fumante.

“NEUROBIOLOGIA DA

DEPENDÊNCIA DA NICOTINA”

Receptores

α2β4

AS PESSOAS NÃO FUMAM

PORQUE QUEREM!

FUMAM POR SEREM

DEPENDENTES!

TABAGISMO É (VERDADEIRO):

-DOENÇA DE DEPENDÊNCIA

-MULTIFATORIAL

-FATOR DE RISCO PARA DOENÇAS GRAVES

-RELACIONADO COM ALTA MORTALIDADE

TABAGISMO: O QUE É E O QUE NÃO É

“TABAGISMO É” (AINDA É DITO, MAS NÃO É) (FALSO):

-ESTILO DE VIDA

-CHARME

-FATOR DE SOCIABILIDADE

-EXPRESSÃO DE “LIVRE ARBÍTRIO”

-UMA OPÇÃO PARA A VIDA DAS PESSOAS

-VANTAGEM ECONÔMICA PARA GOVERNO E SOCIEDADE

“O TABAGISMO É UMA EPIDEMIA”

Fatores que aumentam a “virulência” do agente (tabaco)

e/ou reduzem a “resistência” do hospedeiro:

-aditivos => odor/sabor agradáveis para atrair a vítima

-amônia => aumenta absorção da nicotina

-artimanhas midiáticas => aumentam indução e impulso

-genótipos => podem facilitar a dependência

“Vetores”:

- “Disseminadores”: indústria e comerciantes

- “Fontes de contágio”: amigos e indutores

“Agente causal”: tabaco (cigarro).

“O TABAGISMO É UMA

VERDADEIRA EPIDEMIA,

POIS ALASTROU-SE PELO MUNDO TODO

E TEM ALTA PREVALÊNCIA!”

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1. Doença de DEPENDÊNCIA, MULTIFATORIAL

2. Costuma relacionar-se com PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS

3. INFLUENCIADA POR COSTUMES - sociais, culturais, familiares...

4. É UM GRANDE NEGÓCIO => MUITO PODER ECONÔMICO para I.T.

5. Forte lobby da indústria do tabaco na MÍDIA e na POLÍTICA

6. É UMA “EPIDEMIA” de controle lento

7. EDUCAÇÃO e PREVENÇÃO geram resultados a médio/longo prazo

8. ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL não é prática habitual das pessoas

9. LEIS ANTIFUMO – difíceis de implantar por interesses setoriais

10.GOVERNO e SOCIEDADE CIVIL têm sido pouco parceiros e sem

consistência para Controle do Tabaco e do Tabagismo

Epidemia do Tabagismo: obstáculos /

situações a considerar para controle

1. TRATAMENTO DO TABAGISMO (TT) => é eficaz

2. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL => é a base do TT

3. Nas intervenções, considerar costumes, fatores sociais e culturais

4. A INDÚSTRIA precisa PAGAR CARO pelos danos que causa

5. POLÍTICOS devem defender o povo e não quem os patrocina

6. ACORDOS INTERNACIONAIS DE COMÉRCIO devem ser ajustados

7. EDUCAÇÃO em Saúde e maior PROTEÇÃO dos jovens

8. ESTILO DE VIDA precisa ser trabalhado com mais consistência

9. SOCIEDADE CIVIL deve atuar mais e exigir mais do GOVERNO

10. LEI ANTIFUMO (Lei Fed. 12.546/2011) é a PRIORIDADE POLÍTICA

NÚMERO UM, pois é a medida de controle mais eficaz a curto prazo

Epidemia do Tabagismo: caminhos /

oportunidades para controle

100 mil jovens

iniciam a fumar

a cada dia

1,3 bilhão

de pessoas

fumam

6 milhões de mortes

/ano, por doenças

tabaco-relacionadas

SITUAÇÃO MUNDIAL (seg. OMS, 2013)

100.000 x 365 = 36,5 Milhões

O consumo do tabaco está aumentando nas regiões mais

pobres do mundo (particularmente, África, Índia e China) e entre

as pessoas mais pobres/menor escolaridade de qualquer lugar.

A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO

MUNDO, ESTÁ AVANÇANDO!

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- A legislação é atualizada, mas falta processo educativo,

decisão política e envolvimento das lideranças.

- 1989: 35% dos brasileiros fumava // 2012: 14% = 24 milhões

- No. ex-fumantes: 26 milhões = muitos fumantes parando!

- Lei antifumo 12.546 (14/12/2011):

- extingue fumódromo,

- aumenta controle da propaganda nos pontos de venda,

- proibe aditivos que suavizam sabor e aroma

- Pontos negativos para o controle do tabagismo:

-enorme movimento financeiro: indústria, impostos, mídia

-políticos / lobistas trabalham para a indústria do fumo

A EPIDEMIA DO TABAGISMO, NO

BRASIL, ESTÁ DIMINUINDO!

MAS, AINDA NÃO FOI REGULAMENTADA!

-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-

cigarettes”):

- pouco se sabe sobre seus riscos;

- são necessários estudos qualificados;

- devem ser proibidos em ambientes fechados, da

mesma forma que cigarros manufaturados;

- não devem prejudicar as políticas de controle do

tabaco e do tabagismo.

CONVENÇÃO QUADRO DA OMS

O Brasil precisa alinhar-se com mais vigor e

seriedade com a Convenção Quadro ...

... e tudo começa pela regulamentação da Lei

Federal Antifumo (12.546, Dezembro/2011)

(Primeiro Tratado Internacional de Saúde Pública)

Esta é uma decisão política!

Substâncias tóxicas da fumaça do cigarro

=> inflamação crônica, danos celulares

=> alterações do epitélio respiratório e do

parênquima pulmonar, da parede vascular,

neoplasias malignas, e outros danos

MECANISMOS ...

Se o paciente for portador de outras condições

inflamatórias => potencializa o dano. P. ex.: asma.

Família, Educadores, Médicos/Pediatras devem atuar

para que o jovem asmático nunca inicie a fumar.

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PARA PREVENÇÃO, O MAIS IMPORTANTE É

DIFICULTAR O ACESSO DO JOVEM AO CIGARRO.

PREVENÇÃO ... O MELHOR REMÉDIO

COMO FAZER?...

- Transmitir aos pais e educadores como inicia aDEPENDÊNCIA DA NICOTINA.

- Recriar a figura do “MELHOR AMIGO”. Será mais legal se elecurtir uma vida saudável e divertida...

- Abordar questões bem práticas: “... também na futuraprofissão, NÃO FUMANTES LEVARÃO VANTAGEM...”

- ATUAR E EXIGIR QUE O GOVERNO CUMPRA SEU PAPEL:

=> proibição da venda de cigarros para menores

=> elevação de preços

=> proibição da propaganda

=> proibição dos aditivos – produtos que dão odor e

sabor agradáveis aos derivados do tabaco, etc.

Eis alguns pontos vulneráveis para

PREVENIR A EXPERIMENTAÇÃO TABÁGICA

DCV – Doença Cardio-Vascular (IAM)

Câncer – Diversos locais (Pulmão)

AVE – Derrame Cerebral

DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

(= Enfisema + Bronquite Crônica)

As principais causas de mortalidade humana (>70%)

são as Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT), muito relacionadas com o Tabagismo:

Parando de fumar, estas doenças diminuem mais de

30%. Câncer de Pulmão e DPOC reduzem 90%. Sem

cigarros, se ganha mais 10-15 anos de Vida e com

melhor Qualidade (QV)!

CONSEQUÊNCIAS DO TABAGISMO

(WHO, 2013)

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GRAU DE MOTIVAÇÃO PARA CESSAÇÃO -

ESTÁGIOS COMPORTAMENTAIS

(Miller e Rollnick) (Prochaska e DiClemente)

GRAU DE DEPENDÊNCIA À NICOTINA

(Escala de Fagerström)

AVALIAÇÃO INICIAL

DIAGNÓSTICO ...

Pré-contemplação

Término

Determinação=

PREPARAÇÃO

Ação =

CESSAÇÃO

Manutenção

Contemplação

Recaída

FASES COMPORTAMENTAIS – A RODA DA MUDANÇA

MILLER, W.R., ROLLNICK, S. - Entrevista Motivacional:

Preparando as pessoas para a mudança de comportamentos

adictivos. Porto Alegre: Artes Médicas, 2001

GRAU DE MOTIVAÇÃO

Na prática, fica caracterizada

Alta Dependência se o paciente:

-fuma≥20cig/dia e

-fuma o 1º. cigarro logo ao acordar

(até 30min)

GRAU DE DEPENDÊNCIA

(Escala de Fagerström modificada)

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PROGRAMA DE TRATAMENTO DO TABAGISMO

Definir se o programa deverá ser:

INDIVIDUAL, GRUPO ou MISTO

No planejamento do PTT, considerar

prioritariamente a realidade do paciente:

-grau de motivação

-grau de dependência

-aspectos comportamentais

-outras dependências

-perfil socio-cultural, crenças, temores

QUATRO PASSOS

PROGRAMA PARA CESSAÇÃO DO TABAGISMO

1. Querer (Desejo / Motivação)

2. Preparar (Apoio técnico)

(TCC: Terapia Cognitivo-

Comportamental, Medicamentos,...)

3. Marcar Dia “D” (Compromisso objetivo)

4. Manter (Prevenção da recaída)

VARIÁVEIS INTERVENIENTES

Dependência química

Dependência psicológica

Automatismo / Gatilhos

Ansiedade / Depressão

Psicossociais / Culturais

Auto-estima baixa

Genética

Outros transtornos

RECURSOS TERAPÊUTICOS

TCC

++++++

FÁRMACOS

+++

TRATAMENTO DO TABAGISMO

-TRN

-Bloq. Recep.

-BUP

Psicoativos

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- Enfocar OBJETIVO(s) para a cessação

- Fortalecer a MOTIVAÇÃO do paciente

- Mudar HÁBITOS (exercícios, alimentação)

- Afastar GATILHOS (situações que levam a fumar)

- Aprender a lidar com FRUSTRAÇÕES

- Desfazer MECANISMOS AUTOMÁTICOS

- Fortificar DECISÃO de parar de fumar

- Reforçar MECANISMOS DE GRATIFICAÇÃO

- Reforçar que está fazendo a COISA CERTA

- Enfatizar BENEFÍCIOS de parar de fumar

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Focar em necessidades individuais

-TERAPIA DE REPOSIÇÃO DE NICOTINA (TRN)

-NICOTINA: ADESIVO / GOMA / PASTILHA

*(spray nasal e inalação)

FÁRMACOS VALIDADOS POR

ENSAIOS CLÍNICOS

-INIBIDOR DA RECAPTAÇÃO DA NORADRENALINA E

DOPAMINA...

-BUPROPIONA

-BLOQUEADOR DE RECEPTOR NICOTÍNICO

-VARENICLINA

- Controlar/reduzir SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA

(a vontade de fumar)

OBJETIVOS DO

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

-pelo controle de TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS

que interferem na cessação do tabagismo, p. ex.,

ansiedade / depressão

-pelo melhor controle de PROBLEMAS PSIQUIÁTRICOS

- Auxiliar a Abordagem Cognitivo-Comportamental:

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-1 de 4 fumantes que faz qualquer tratamento

farmacológico para de fumar;

-TRN, BUP e VAR em uso isolado: 2 a 3 vezes

superior a Placebo;

-Efeito Placebo existe e pode também ser útil;

-Eficácia assemelhada: TRN = BUP < VAR

-Considerar a visão e preferência do paciente

-Considerar as necessidades do caso individual

-Considerar a combinação de fármacos:

TRN + BUP

TRN + BUP + VAR

(outras combinações)

SOBRE FARMACOTERAPIA PARA

TRATAMENTO DO TABAGISMO

MEDICAMENTOS PODERÃO SER USADOS,

OU NÃO, CONFORME A NECESSIDADE DO

CASO INDIVIDUAL.

O SIMPLES USO DE MEDICAMENTO(S),

SEM APOIO PROFISSIONAL - SEM TCC –

NÃO COSTUMA SER EFICAZ.

TRATAMENTO DO TABAGISMO:

AINDA SOBRE MEDICAMENTOS

PARA PARAR DE FUMAR

MOTIVAÇÃO

E MUDANÇACOSTUMAM SER

FATORES FUNDAMENTAIS!

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FUMANTE MICRO

AMBIENTE

MACRO

AMBIENTE

-APOIO P/ PARAR

-TRATAMENTO

-AMBIENTES SEM

FUMAÇA DE

TABACO

-POLÍTICAS DE CONTROLE

= LEIS ANTIFUMO =

CONTROLE DO TABAGISMO: QUADRO GERAL

REFORÇO

MOTIVAÇÃO

NÃO FUMANTE

-PREVENÇÃO

-EVITAR FUMO

PASSIVO

INDIVÍDUO:

-Sobre NARGUILÉ e CIGARROS ELETRÔNICOS (“e-

cigarettes”):

- pouco se sabe sobre seus riscos;

- são necessários estudos qualificados;

- devem ser proibidos em ambientes fechados, da

mesma forma que cigarros manufaturados;

- não devem prejudicar as políticas de controle do

tabaco e do tabagismo.

NOVOS DESAFIOS

Fontes de informação

-Diretrizes da SBPT (www.sbpt.org.br)

-Convenção Quadro da OMS (www.who.int)

-ACTBr (www.act.org.br)

-INCA (www.inca.gov.br)

Tabagismo: a Doença e seu Controle

- Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo – Doença que tem

Tratamento, 2012, Artmed Editora, 309 pgs.

- Corrêa da Silva LC e cols. Tabagismo (12 capítulos). In:

Pneumologia: Princípios e Prática, 2012, Artmed Editora.

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HOMENAGEM A UM SÁBIO PORTUGUÊS

O Pneumologista deve

“apropriar-se” do tabagismo.

MENSAGEM FINAL

Assistir seus pacientes com

a paciência da FORMIGA

e lidar com as políticas

com a bravura do LEÃO.