Neoclassicismo (c.1750 a c.1850)

-O neoclassicismo marca o fim do Antigo Regime e do Absolutismo em França e a formação de uma nova sociedade liberal, equalitária e fraterna. Afirma-se na sequência da Revolução Francesa e da Revolução Industrial, e acompanha a implantação do liberalismo e da sociedade burguesa, industrial e urbana.

-O neoclassicismo foi um período marcado pelo Iluminismo, pelo Cientismo, pelo Academismo, pelo Racionalismo e pelo Historicismo. Surge como reacção à exaltação e retórica do Barroco, considerado demasiado cenográfico e ornamental.

-O Neoclassicismo tenta ajustar o passado às novas realidades e ao novo cenário político, económico, cultural e social. Perante um mundo em mudança, os artistas e historiadores consideram o passado a única referência verdadeira, estável e universal, e entendem a herança clássica como forma de traduzir e enquadrar os ideais da nova sociedade.

- O Neoclassicismo inspira-se na arte greco-romana revelada pelas escavações arqueológicas em Pompeia e Herculanum, por estudos e tratados, pinturas e gravuras. Desenvolve temáticas históricas, alegóricas e mitológicas, evocando heróis contemporâneos (Napoleão). Utiliza uma unidade formal e elementos da linguagem clássica: as ordens arquitectónicas e os princípios da simplicidade, pureza, simetria, sobriedade, austeridade e monumentalidade. Adquire uma expressão universal, expandindo-se por toda a Europa e EUA.

Romantismo (c. 1820 a c.1850)

-O Romantismo constitui a primeira ruptura com a tradição clássica, assumindo a defesa dos ideais e da individualidade do artista. Afirmando-se contra o racionalismo e o academismo neoclássico, os românticos vão privilegiar a emoção, a imaginação, o idealismo e a exacerbação dos sentimentos.

-Para além de um movimento artístico, o Romantismo converteu-se num amplo movimento cultural e num ideal de vida. O ideário romântico combina o imaginário, o patético, o sublime e o pitoresco de forma intensa e dramática.

-A principal fonte de inspiração foi a Idade Média, em particular o Gótico, berço das nações europeias e da espiritualidade religiosa. A arquitectura procurou igualmente outras gramáticas históricas – o Românico, o Islâmico, o Renascimento, o Barroco – traduzida numa prática revivalista e eclética que visava surpreender os sentidos, estimular a imaginação e conduzir ao sonho.

-Recorrendo a temas literários ou históricos, os artistas criam ambientes fantásticos, os artistas criam ambientes fantásticos e imaginários, desenvolvem temáticas inspiradas em civilizações exóticas, em culturas marginais ou na nostalgia da Idade Média. Procuraram a pintura ao ar livre, utilizando a paisagem e o cenário campestre com uma intensidade dramática, de acordo com os seus estados de alma.

Realismo e Naturalismo (c.1840 a c.1870)

-O Realismo é uma proposta artística anti-académica e objectiva, próxima da realidade palpável do mundo contemporâneo. Questiona as teorias convencionais que suportavam a pintura e procura traduzir com a máxima autenticidade e rigor científico a realidade física e humana: a arte deve ter fins sociais e manter uma relação directa com a realidade.

-O Realismo é uma expressão essencialmente francesa que decorre do espírito científico da época, dos ideais filosóficos positivistas, dos novos temas sociais e políticos, das novas descobertas e, especialmente, da invenção da fotografia que motivou um novo olhar sobre a realidade.

-A pintura é concebida como um processo interpretativo da realidade. O pintor sai do atelier e confronta-se com o real: temas de compromisso social, do mundo rural e urbano, da vida quotidiana dos camponeses e operários; tratamentos figurativos de carácter realista.

- O Naturalismo cultivou o gosto pela natureza concreta, pela sua observação e análise directa, e pela sua imitação exacta através de uma pintura de ar livre.