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SEMINÁRIO TEOLÓGICO DE
RESENDE
HIST RIA DAS RELIGI ESÓ Õ
WICCA
Pastor José Roberto
HISTÓRIA DAS RELIGIÕESPr José Roberto
WICCA
A WICCA é uma religião neopagã, mistérica, iniciática e sacerdotal que
tem seu culto destinado a um casal divino cósmico, criador e imanente.
Tornou-se conhecida por meio de Gerald Brusseau Gardner (1884-
1964) que com os conhecimentos obtidos em diferentes sistemas ocultistas e
ramificações de BRUXARIA desenvolveu e compilou aquilo que viria a se
tornar as bases da religião.
As práticas da WICCA são baseadas em diferentes sistemas de
crença, culto, cultura, organização e mistérios dos povos Europeus. A
Religião da forma que a conhecemos hoje é nova, criada por volta da década
de 50, mas a origem de sua estrutura é bastante antiga.
A religião celebra a vida e a morte por meio de festivais sazonais
conhecidos como Sabás, neles os praticantes se reúnem para meditar,
agradecer, dançar, encontrar amigos, prestar culto aos DEUSES, projetar
desejos para o futuro e harmonizar corpo, mente e espírito.
Além dos Sabás, que são relacionados aos ciclos solares, os Wiccanos
se reúnem também nos ciclos lunares para enviar oferendas,
agradecimentos, pedidos, para se conectar com as divindades, fazer
consagrações e purificações e demais práticas comuns a religião.
“A WICCA é a continuação de uma tradição de mistérios muito antiga,
que veio para o ocidente a partir de 4000 a.C., unindo-se aos cultos ainda
existentes e sendo posteriormente assimilada pelos celtas durante sua vinda
para a Europa”. (...)
“Mas se quisermos encontrar as bases da Wicca, devemos procurá-las
nos cultos Paleolíticos da Velha Europa, que se estabeleceram mais tarde
entre os minóicos, os etruscos, os gregos e posteriormente os romanos”.
[MARTINEZ, p. 17]
“Wicca é uma religião de veneração da Natureza e da Divindade,
ambos contendo os aspectos femininos e masculinos. É encontrada nas
raízes espirituais das crenças e práticas Européias pré-cristãs. Quando a
WICCA veio a público pela primeira vez no inicio dos anos 50 através dos
esforços de Gerald Gardner, ela foi retratada como remanescente do antigo
culto de fertilidade Europeu. Os praticantes se referem à WICCA como a
Antiga Religião. Ela também era conhecida como a Arte dos Sábios.
Superficialmente a WICCA moderna parece ser um sistema folclórico de
magia tradicional”. [GRIMASSI, p.294]
“Wicca (nome alternativo para a arte da feitiçaria moderna) é uma
religião de natureza xamanístíca, positi¬va, com duas deidades
reverenciadas e adoradas em seus ritos: a Deusa (o aspecto feminino e
deidade ligada à antiga Deusa Mãe em seu aspecto triplo de Virgem, Mãe e
Anciã) e seu consorte, o Deus Chifrudo (o aspecto masculino)”. [DUNWICH,
p. 08]
“A WICCA é uma religião filosófica (com certeza), mas com
fundamentos e bases inegáveis”. (...) “A WICCA é realmente a religiosidade
que se fundamenta nos ciclos naturais da terra. Uma tentativa do resgate
mesmo que em novos moldes da consciência pagã de outrora”. (...) “Assim, a
WICCA tem seus RITUAIS e filosofia fundamentados nas práticas agrícolas,
pastoris e de respeito à TERRA iniciadas no paleolítico e neolítico”.
O QUE É WICCA?
Este texto retirado do livro de, Claudiney Prieto é, sem dúvida, o mais
completo e simples de ser entendido por aqueles que nada sabem sobre a
Wicca e foi por esta razão que resolvi transcrevê-lo aqui.
A cultura celta foi uma das mais importantes culturas que
predominaram na Europa milhares de anos antes da ascensão e conquista
de Roma. Os celtas surgiram na Europa Central em meados do II milênio
a.C. e provavelmente se originaram dos povos indo-europeus do continente
Asiático, na época do Bronze Tardio e espalharam-se por todo continente
europeu a partir da Idade do Ferro.
Os primeiros relatos da exist6encia dos Celtas na Inglaterra e
Península Ibérica datam de 1000 a. C. Começaram a ocupar as margens do
rio Danúbio e Sul da Alemanha a partir de 600 a. C. O avanço das artes e da
cultura céltica aconteceu na Suíça às margens do rio Neuchâtel e em La
Téne. A partir daí entre os séculos III e V a. C espalharam-se por toda
Europa chegando à Turquia e Ásia Menor. Pesquisadores afirmam que os
Celtas permaneceram na Irlanda até a época de Cromwell, mais ou menos
no século XVII.
Apesar de terem se espalhado por longas distâncias e países
diferentes, a cultura celta jamais se fragmentou, pois haviam forças maiores
que os unia: a língua, a arte e a religião.
A Religião dos celtas era o Druidismo, uma das religiões mais antigas
do mundo. Na organização da sociedade celta, os Druidas exerciam um
papel fundamental e de maior importância, já que eram os ministros da
religiosidade, guardiões das tradições, cultura e da teologia.
O Druidismo era uma religião politeísta e seus ritos sempre eram
realizados ao ar livre, pois os Deuses jamais poderiam ser reverenciados em
templos feitos pelas mãos humanas e assim a natureza era reverenciada
como a Única forma de atingir a essência das divindades.
A raiz filosófico-espiritual dos Celtas era baseada na reverência a duas
Grandes Divindades: a Grande Deusa Mãe e o Deus Cornífero, chamados
de Ceridwen e Cernunos.
Essas duas Grandes Divindades garantiam a prosperidade da
descendência, da agricultura, do gado e o sucesso na guerra. O calendário
céltico tinha uma estreita relação com a agricultura e os ciclos sazonais da
natureza. O Druidismo ou a religião céltica pode ser exprimido como o culto à
Grande Deusa Mãe, a própria natureza, em todas as suas manifestações.
Os Druidas ensinavam sobre a arte da agricultura, da cura com ervas,
da caça entre outras coisas. Realizavam as festas ritualísticas em
homenagem as Divindades, além de iniciarem as pessoas nos preceitos da
arte da Magia.
A iniciação nos mistérios druídicos durava em média 20 anos e os
ensinamentos eram transmitidos oralmente, pois temiam que a palavra
escrita pudesse se tornar veículo de Magia incontrolável. Eram versados na
adivinhação, onde utilizavam bastões oculares chamados de coelbren para
predizer o futuro.
A classe sacerdotal era dividida entre homens e mulheres, mais a
sociedade era extremamente matriarcal. Originariamente o sacerdócio era
totalmente feminino. As Druidesas eram divididas em 3 classes: a primeira
vivia enclausurada para alimentar o constante fogo da Deusa Brigit. As
outras 2 classes se casavam e eram as principais participantes nos rituais
sagrados.
A raiz filosófico-espiritual dos celtas era baseada na reverência à
GRANDE DEUSA MÃE e ao DEUS CORNÍFERO. Os pagãos diziam que o
Universo foi criado à partir do corpo e da mente da Grande Deusa. Ela é o
princípio que simboliza a fecundação e a criação, Mãe de todos os Deuses.
Seu filho e consorte, o Deus Cornífero, representa a fertilização.
No final da Idade de Bronze, que data de 5000 a.C. à 2000 a.C.,
encontramos muitos indícios de culto à Deusa Mãe. Pesquisas arqueológicas
trouxeram à tona diversas obras de arte, da mais antigas, que são
representações humanas do arquétipo da mãe. Estas descobertas se
estendem por toda Europa, África, Escandinávia e diversas outras
localidades.
Estatuetas femininas esculpidas em osso, marfim, barro, argila e pedra
representando mulheres nuas com longos cabelos, grandes ventres e seios,
sempre foram encontradas nas proximidades de lugares sagrados e em
sepulturas, significando algo sagrado e de simbologia religiosa.
Foram encontrados também alguns objetos ritualísticos com desenhos
da Deusa, que pela data constatada através de testes com carbono 14,
datam de 500.000 a.C., o que seriam no paleolítico inferior.
A adoração a Cernunos, filho e consorte da Deusa, também era muito
difundida na Europa. Foram encontradas diversas estátuas na Suécia e em
Mohenio Daro, no vale Indo, com representações do Deus Cornífero com
galhos de cervo e cercado por diversos animais.
Os homens primitivos, nossos ancestrais, sempre consideraram que o
poder divino que presidia a criação era feminino e não masculino, como o
cristianismo impôs ao mundo.
Torna-se evidente que as crenças religiosas centrais da Europa
envolviam a adoração da Grande Deusa Mãe (a Terra e a Lua) e ao Deus (o
sol).
Com o advento do século XXI e conseqüentemente da Era de Aquário,
todos estes velhos conceitos estão voltando à tona e ressurge em todo
mundo com uma força brutal as crenças e todo o poder da Magia dos Antigos
Celtas. A bruxaria é a antiga religião dos povos da Europa, que após quase
2000 anos de exclusão e desaparecimento ressurgiu nos idos de 1940 sob o
nome de WICCA, como muitos usam hoje quando se referem às crenças e
práticas de origem pagãs.
Talvez o mais antigo relato sobre a prática e a continuidade dos cultos
da Bruxaria em nosso século, data de 1921 quando Margaret Murray
publicou o livro “The Witch Cult in Western Europe”. Neste livro a famosa e
respeitada Dra. Murray revelou que os cultos pagãos pré-cristãos ainda eram
conhecidos e realizados em inúmeras partes da Europa. Nesta obra,
mencionou que o culta a Cernunos e Ceridwen, os Deuses primordiais dos
Celtas, tinha sido incorporado por inúmeros grupos Neo-pagãos atuantes da
época.
Quando Robert Graves publicou em 1948 o livro “The White Goddess”,
a Wicca começou a ser reavivada. Mas somente em 1951, quando a última
das leis inglesas contra a Bruxaria foi sancionada e Gerald Gardner publicou
o famoso livros “Witchcraft Today”, que a Bruxaria explodiu e tornou-se uma
religião oficial, constitucional e reconhecida por toda a Inglaterra e de lá
imigrou para todo o mundo.
Desde 1979 o interesse pela Bruxaria cresceu incrivelmente, podemos
notar isto através dos vários livros sobre o assunto que foram publicados
desta época para cá nos EUA e na Europa.
A Bruxaria tornou-se muito conhecida e professada entre os europeus
e norte americanos, porém, nos últimos dois anos houve um crescente
interesse pela Bruxaria no Brasil.
A Magia Wicca surgiu no neolítico nas regiões européias entre os
povos da Irlanda, Inglaterra, País de Gales, percorrendo os povos da Itália e
da França. O povo Celta, ao invadir a Europa, trouxe suas crenças nativas,
que se mesclaram ao conjunto de crendices da população local, dando assim
início às práticas Wiccanianas. Apesar de a Wicca ter criado raízes entre o
povo Celta, é de suma import6ancia ressaltar que a Bruxaria é anterior à
estes povos.
A palavra Wicca vem do saxão witch ou do inglês arcaico wicce que
significa “girar”, “moldar” ou “dobrar”. Alguns estudiosos, porém, afirmam que
esta palavra vem da raiz germânica wit que quer dizer”saber”. Deduzimos daí
que a palavra Wicca significa a “A SABEDORIA DE GIRAR, DOBRAR E
MOLDAR AS FORÇAS DA NATUREZA AO NOSSO FAVOR”, um dos
objetivos da Bruxaria.
Assim como na crença Celta, na Wicca existem duas forças primárias
que são veneradas nos rituais, sortilégios e petições: A Grande Deusa Mãe e
o seu filho e consorte o Deus Cornífero, um ser meio homem, meio animal,
responsável pelos rebanhos e pelas florestas.
A Deusa é o princípio da feminilidade, da fecundidade e da criação.
Seu símbolo é a Lua e na Bruxaria ela é a detentora de 3 personalidades e 3
faces que representam o presente, o passado e o futuro; as 3 fases da Lua
que são veneradas – Crescente, Minguante e Cheia; os 3 ciclos da vida –
Juventude, maturidade e velhice; as 3 cores sagradas da Bruxaria – branco,
vermelho e preto. A Deusa é a Grande trindade feminina de Donzela, Mãe,
Anciã, tão comum nas mitologias de várias culturas antigas.
Para a Wicca, existe um Princípio Criador, que não tem nome e está
além de todas as definições.
Desse princípio, surgiram as duas grandes polaridades, que deram
origem ao Universo e a todas as formas de vida. O primeiro é o Princípio
Feminino ou Grande Mãe.
A Grande Mãe representa a Energia Universal Geradora, o Útero de
Toda Criação. É associada aos mistérios da Lua, da Intuição, da Noite, da
Escuridão e da Receptividade. É o inconsciente, o lado escuro da mente que
deve ser desvendado.
A Lua nos mostra sempre uma face nova a cada sete dias, mas nunca
morre, representando os mistérios da Vida Eterna. Na Wicca, a Deusa se
mostra com três faces: a Virgem, a Mãe e a Velha Sábia, sendo que esta
última ficou mais relacionada à Bruxa na imaginação popular.
A Deusa Tríplice mostra os mistérios mais profundos da energia
feminina, o poder da menstruação na mulher, e é também a contraparte
feminina presente em todos os homens, tão reprimida pela cultura patriarcal!
A Deusa é a Mãe universal.
É fonte da fertilidade, da infinita sabedoria e dos cuidados amorosos.
Segundo a Wicca, ela possui três aspectos: a Donzela, a Mãe e a Anciã, que
simbolizam as Luas Crescente, Cheia e Minguante.
Ela é a um só tempo o campo não arado, a plena colheita e a Terra
dormente, coberta de neve. Ela dá à luz em abundância. Mas, uma vez que a
vida é um presente seu, ela a empresta com a promessa da morte. Esta não
representa as trevas e o esquecimento, mas sim um repouso pela fadiga da
existência física.
É uma existência humana entre duas encarnações. Uma vez que a
Deusa é a natureza, toda a natureza, ela é tanto a tentadora como a velha; o
tornado e a chuva fresca de primavera; o berço e o túmulo. Porém, apesar
de ela ser feita de ambas as naturezas, a Wicca a reverencia como a
doadora da fertilidade, do amor e da abundância, se bem que seu lado
obscuro também é reconhecido.
Nós a vemos na Lua, no silencioso e fluente oceano e no primeiro
verdejar da primavera. Ela é a incorporação da fertilidade e do amor. A
Deusa é conhecida como a rainha do paraíso, Mãe dos Deuses que criaram
os Deuses, a Fonte Divina, A Matriz Universal, A Grande Mãe e incontáveis
outros títulos.
Muitos símbolos são utilizados na Wicca para honrá-la, como o
caldeirão, a taça, o machado, flores de cinco pétalas, o espelho, colares,
conchas do mar, pérolas, prata, esmeralda... para citar uns poucos. Por
governar a Terra, o mar e a Lua, muitas e variadas são suas criaturas.
Algumas incluíram o coelho, o urso, a coruja, o gato, o cão, o morcego,
o ganso, a vaca, o golfinho, o leão, o cavalo, a corruíra, o escorpião, a
aranha e a abelha. Todos são sagrados a Deusa!
A Deusa já foi representada como uma caçadora correndo com seus
cães de caça; uma deidade celestial caminhando pelos céus com pó de
estrelas saindo de seus pés; a eterna mãe com o peso da criança; a tecelã
de nossas vidas e mortes; uma Anciã caminhando sob o luar buscando os
fracos e esquecidos, assim como muitos outros seres. Mas independente de
como a vemos, Ela é onipresente, imutável, eterna.
CANÇÃO DA DEUSA
Sou a Grande Mãe, cultuada por todas as criaturas e existente desde antes
de sua consciência.
Sou a força feminina primitiva, ilimitada e eterna.
Sou a casta Deusa da Lua, Senhora de toda a magia.
Os ventos e as folhas que balançam cantam meu nome.
Uso a lua crescente em minha fronte e meus pés se apóiam sobre os céus
estrelados.
Sou os mistérios não solucionados, uma trilha recém-estabelecida.
Sou o campo intocado pelo arado.
Alegre-se em mim, e conheça a plenitude da juventude.
Sou a Mãe abençoada, a graciosa Senhora da Colheita.
Trajo a profunda e fresca maravilha da Terra e o outro dos campos
carregados de grãos.
Por mim são geridas as temporadas da Terra; tudo frutifica de acordo com as
minhas estações.
Sou o refúgio e cura.
Sou a Mãe que dá vida, maravilhosamente fértil.
Cultue-me como a Anciã, mantenedora do inquebrado ciclo de morte e
renascimento.
Sou a roda, a sombra da Lua.
Controlo as marés das mulheres e dos homens e forneço libertação e
renovação às almas cansadas.
Apesar de as trevas da morte serem meu domínio, a alegria do renascimento
é meu dom.
Sou a Deusa da Lua, da Terra, dos Mares.
Meus nomes e poderes são múltiplos. Distribuo magia e poder, paz e
sabedoria.
Sou a eterna Donzela, a Mãe de tudo, e a Anciã das trevas, e lhe envio
bênçãos de amor sem limite.
A Wicca é uma filosofia mágica de vida baseada nos ciclos da
natureza, incluindo várias formas de Magia Branca e rituais para
harmonização pessoal, através das forças da natureza, envolvendo o poder
das fases lunares e da 4 estações do ano. Como representação primordial
do ressurgimento Pagão numa versão moderna, revive o culto à Grande
Deusa e aos Deuses Antigos através de rituais, quase esquecidos, de
nossos ancestrais.
A Bruxaria foi muito deturpada através dos tempos, principalmente pelo
clero da igreja Católica que se sentiu ameaçada pelo seu poder, já que o
Paganismo era a religião oficial da Europa, antes da chegada do catolicismo.
Devido à forte influência da Bruxaria entre os europeus, a igreja promoveu a
“Caça às Bruxas”, através da Santa Inquisição.
Em 330 d.C., o cristianismo foi estabelecido e imposto como religião
oficial. A partir daí, muitos dos velhos rituais e Deuses que eram venerados
foram abandonados. A aristocracia, sedenta em querer dominar a população
e adquirir riquezas uniu sua força ao poder político da nova religião. Mas os
camponeses, os verdadeiros pagãos se recusavam veementemente em
aceitar a religião cristã e se o fizeram foi por extremada imposição. Mesmo
assim, nunca abandonaram seus ritos, práticas mágicas e continuaram a
cultura seus Deuses.
Na idade média, a bruxaria foi colocada em segundo plano e
marginalizada pela igreja católica. O objetivo principal da Inquisição era
acabar de vez com as crenças wiccanianas, que eram ameaçadoras à nova
religião que se preocupava muito mais em enriquecer e acumular fortunas do
que levar ao mundo o evangelho.
Em nenhum momento a bruxaria foi uma religião maligna ou que
cultuava os poderes do mal, mas apenas uma forte crença arraigada no
coração de todos os antigos europeus e que precisava ser eliminada à
qualquer custo pelo cristianismo que crescia.
Os sacerdotes do início da era cristã adaptaram diversos rituais da
Bruxaria, anulando desta forma o Culto Pagão pela absorção. Assim, mesmo
que de forma disfarçada ocorreu um sincretismo religioso, e massacrando as
Divindades e crenças antigas a religião católica ganhou forças e dominou o
mundo.
A Wicca tenta trazer novamente ao conhecimento público os rituais
antigos. Hoje nada pode ocorrer, além disso, pois muitos dos segredos que a
envolviam foram perdidos quando a Bruxaria era considerada crime. Hoje
também não existe mais uma linhagem de Sacerdotes como antigamente,
mais sim pessoas normais que praticam rituais antiqüíssimos cuja origem se
perde no tempo.
A Wicca é a prática mais antiga do mundo, a mesma que inspirou os
homens a gravar caracteres rupestres nas cavernas. Por ser uma filosofia
centrada na natureza e realidade de vida primitiva, muito do que se era
praticado foi adaptado. Porém sua essência não foi perdida e suas práticas
possuem tanta eficácia quanto às que eram praticadas no Neolítico.
A Wicca prega a liberdade de ação e expressão, ensinando o homem a
compreender sua verdadeira relação com a Terra e com o que a envolve,
pois segundo a crença pagã os Deuses se manifestam através de todas as
coisas.
Celebrando os ciclos da natureza, as estações sazonais, as fases da
Lua, os poderes do Sol e das estrelas, os Bruxos realizam seus ritos mágicos
e adoram as duas grandes forças polares do Cosmos manifestadas como a
Deusa Tríplice do Círculo do Renascimento e o Deus Cornífero, o fecundador
da Vida.
Os Bruxos e Bruxas da Magia Wicca acreditam que essa Deusa e esse
Deus estão presentes dentre e fora de nós mesmos, por isso todas as
formas de vida devem ser respeitadas como expressão da Grande
Divindade. Acreditando que a Terra é a própria manifestação da Deusa, nós
Bruxos amamos e cultuamos a natureza ao contrário da maioria das crenças
patriarcais que fizeram dos homens os maiores exploradores da Terra,
colocando-os contra a natureza.
Na atualidade onde dificilmente há lugar para expressão dos valores
femininos e onde não existe qualquer figura feminina como caráter sagrado
principal, a perspectiva matrifocal da Wicca contribui para o seu crescimento,
tanto junto aos homens como das mulheres.
A cada dia mais e mais pessoas se voltam às práticas Wiccanianas, já
que a Bruxaria é uma filosofia adequada às crises ecológicas, psíquicas e
espirituais do homem moderno. Hoje centenas de milhares de pessoas vêm
participando freqüentemente de Sabás, Esbats e rituais específicos da
Bruxaria. Além disso, a procura por cursos e informações sobre a Wicca
cresceu enormemente.
A Wicca prega o amor incondicional à natureza e por isso tem muito a
oferecer ao homem da atualidade que se encontra perdido em meio ao
avanço científico e tecnológico.
Referências:
GRIMASSI, Raven. Enciclopédia de WICCA e Bruxaria, São Paulo: GAIA,
2004.
MILLENNIUM. “Wicca – A BRUXARIA saindo das Sombras. São Paulo:
Madras, 2004.
MARTINEZ, Mario. WICCA Gardneriana, São Paulo: GAIA, 2005.
PRIETO, Claudiney. Wicca – Ritos e Mistérios da Bruxaria Moderna, São
Paulo: Germinal, 2002.