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FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTORO CURSO DE ENFERMAGEM TASSIANE OLIVEIRA CAMPOS O PAPEL DO CUIDADO HUMANIZADO EM ENFERMAGEM NA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA MOGI GUAÇU 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

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FACULDADE MUNICIPAL PROFESSOR FRANCO MONTOROCURSO DE ENFERMAGEM

TASSIANE OLIVEIRA CAMPOS

O PAPEL DO CUIDADO HUMANIZADO EM ENFERMAGEM NA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA

MOGI GUAÇU

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TASSIANE OLIVEIRA CAMPOS

o papel do CUIDADO HUMANIZADO EM ENFERMAGEM na redução DA MORTALIDADE MATERNA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Municipal Professor Franco Montoro, como requisito para obtenção do título de Graduação em Enfermagem, sob a orientação do Prof. Leonel Riese.

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RESUMO

Alterações ocasionadas pela gestação são consideradas acontecimento natural e fisiológico no decorrer do momento reprodutivo da maior parte das mulheres. Contudo, não obstante serem fisiológicas as modificações que acontecem no corpo materno, elas o colocam nas proximidades da doença, e se não tomados os cuidados devidos, essas modificações poderão evoluir em enfermidades, agravos e ainda no próprio óbito. O presente estudo teve como objetivo compreender o papel da enfermagem na redução da mortalidade materna, por meio da análise de possíveis formas de atuação do profissional durante a gestação e o parto, e de que forma a atenção humanizada pode contribuir para a redução da mortalidade materna. A pesquisa foi feita a partir da revisão de literatura na temática abrangendo livros e artigos de periódicos on-line disponíveis em plataformas como Scielo e Google Acadêmico, enquanto a pesquisa documental valeu-se de informações colhidas de trabalhos públicos e privados. Perante os resultados obtidos, conclui-se que é imprescindível o desempenho do profissional na ação da assistência à saúde da mulher, cuja relevância da enfermagem na prevenção da mortalidade materna é reconhecida, nas portarias do Ministério da Saúde que abordam o assunto, como agente relevante de modificação.

Palavras-chave: Gravidez. Mortalidade Materna. Atuação de Enfermagem. Saúde

Pública. Humanização.

ABSTRACT

Modifications due to pregnancy considered natural and physiological phonomena related to this reproductive moment of most women. However, even though these changes are indeed physiological, the put women’s body close to diseases if appropriate care is not taken, leading to illnesses, worsening and even death. This study’s aim was review of bibliographic sources to better understand the role of nursery on reduction of maternal mortality rates. Research was performed from literature review under this subject, over books and online scientific journal articles available in platforms such as Scielo and Google Academics. Documental research envolved also information colected from public and private Works. From what has been found, the conclusion is that the role of nursing professionals on the assistance of women’s health is extremely important, and its relevance is aknowledged even on Ministry of Health’s decrees related to the subject, being recognized as relevant agent of modification.

Keywords: Pregnancy. Maternal mortality. Nursing practise. Public health.

Humanization.

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Sumário1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................4

3. METODOLOGIA...............................................................................................................................5

5. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................................................5

5.1. MORTALIDADE MATERNA..........................................................................................................5

5.2. PARTO.........................................................................................................................................6

5.2.1. TRABALHO DE PARTO E FISIOLOGIA.......................................................................................6

5.2.2. TIPOS DE PARTO.....................................................................................................................7

5.3. HUMANIZAÇÃO NO PARTO........................................................................................................8

5.4. EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS COMUNS......................................................................................9

5.4.1. TRÍADE DO SANGRAMENTO DO PRIMEIRO TRIMESTRE.........................................................9

5.4.2. ABORTAMENTO......................................................................................................................9

5.4.3. MOLA HIDATIFORME............................................................................................................10

5.4.4. PLACENTA PRÉVIA................................................................................................................11

5.4.5. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTA......................................................................11

6. DISCUSSÃO...................................................................................................................................14

REFERÊNCIAS........................................................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃOAs alterações ocasionadas pela gestação no decorrer do circuito gravídico-

puerperal são estimadas como acontecimento natural e fisiológico no decorrer do momento reprodutivo da maior parte das mulheres. Contudo, não obstante serem fisiológicas, acontecem modificações no corpo materno que o colocam às proximidades da doença, e quando não tomados os devidos cuidados, essas modificações poderão proceder em enfermidades, agravos e ainda no próprio óbito (FERRAZ; BORDIGNHON, 2012).

Mundialmente, a cada minuto, acontece uma morte de gestante em decorrência de agravos da gestação e do parto. O óbito materno compõe um problema à saúde pública. No ano 2000 ao lado de 189 países, o Brasil admitiu um acordo de desempenhar com oito alvos do milênio até 2015. Dentre os alvos, fazia parte a diminuição do óbito materno. Entretanto, apesar desse acordo, o observado é que foram escassos os avanços na ocorrência de óbito materno no país, constituindo imprescindível a procura de soluções para o enfrentamento desse persistente problema (MARTINS, 2006).

As causas mais comuns de óbitos maternos encontradas no Brasil são a hipertensão arterial, as hemorragias, a infecção puerperal e o aborto. Existe escassez de profissionais habilitados no acolhimento à gestação, parto e puerpério e na retaguarda de serviços de emergências, o que prejudica a maternidade segura (FORMENTI, 2014).

Partindo dessa premissa, surgiu o seguinte questionamento e a problemática do estudo: Qual a importância do profissional de enfermagem na redução dos índices de mortalidade materna? A assimilação de agentes de risco relacionados ao acontecimento do óbito é de extrema importância para permitir o direcionamento das atuações e influências de saúde, salientando nesse panorama ainda a relevante função do profissional de saúde de enfermagem, no qual sua função é o cuidado particular e coletivo, abrangendo diversos papeis no cuidar, tais como educacionais, assistenciais, administrativos e científicos (BARBASTEFANO; VARGENS, 2009).

A Organização Mundial de Saúde (OMS), define o óbito materno como morte de uma mulher no decorrer da gestação ou dentro do período de 42 dias após o término desta, independente da localização de ocorrência, desde que haja algum agente relacionado com agravos pela gestação ou por medidas relacionados a ela, ou seja, não podem ser fatores aleatórios ou acidentais (ORGANIZAÇÃO..., 1995).

Diante do exposto, o interesse pelo tema manifestou-se a partir das leituras realizadas abordando o assunto, no qual foi despertada uma curiosidade em compreender as ações de enfermagem na prevenção do óbito materno. É possível notar uma dificuldade de profissionais no âmbito da promoção a saúde e prevenção de agravos na abordagem a esse fenômeno, pela peculiaridade e subjetividade de cada cenário.

Pode-se destacar a relevância da pesquisa e sua contribuição para o eixo acadêmico e profissional, pois tal trabalho está em consonância com a realidade existente em nosso país. O estudo é significativo pois aumentará o conhecimento da população e dos estudantes sobre o tema abordado.

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2. OBJETIVO

O objetivo do trabalho foi compreender o papel da enfermagem na redução da mortalidade materna, por meio da análise de possíveis formas de atuação do profissional durante a gestação e o parto, e de que forma a atenção humanizada pode contribuir para a redução da mortalidade materna.

3. METODOLOGIAO presente trabalho tratou-se de uma revisão na literatura em livros e artigos

científicos. A pesquisa procurou compreender a função da enfermagem frente a mortalidade materna.

Foram utilizadas as bases de dados eletrônicas LILACS, Scientific Electronic Library Online (Scielo), livros e manuais do Ministério da Saúde, utilizando os seguintes descritores: gravidez, mortalidade materna, atuação de enfermagem e saúde pública.

Foram incluídos nesta revisão somente artigos que apresentavam informações sobre mortalidade materna escritos em português e inglês, publicados entre 2010 e 2019, e disponibilizados na íntegra na Internet.

Os critérios de exclusão são artigos que não tinham relevância no tema e não estavam disponíveis na íntegra.

A coleta de dados seguiu da seguinte forma: leitura exploratória de todo o material selecionado, leitura seletiva e registro de informação extraída dos artigos e livros. As publicações relacionadas foram analisadas criteriosamente e interpretadas de forma organizada (Gil, 2007).

A pesquisa levou em consideração os aspectos éticos, respeitando a autoria das ideias, os conceitos e as definições presentes nos artigos incluídos na revisão.

4. RESULTADOSAo todo foram encontrados 58 textos, incluindo artigos de periódicos, livros e

manuais do Ministério da Saúde, dos quais todos foram selecionados. Todos os trabalhos continham informações relevantes ao objetivo deste estudo, e os dados foram compilados na forma de texto.

5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1. MORTALIDADE MATERNANo ano de 1994, a OMS, na 10ª revisão de Classificação Internacional de

Doenças, determinou morte materna como o óbito de mulheres no decorrer da gravidez ou dentro de um período de 42 dias após o fim da gestação, sendo necessária a presença de agente relacionado ou agravado pela gestação ou por

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métodos utilizados durante ela, contudo não devida a agentes aleatórios ou acidentais (BRASIL, 2000).

Para as definições relacionadas, o Manual dos Comitês de Mortes Maternas do Ministério da Saúde do Brasil constituiu determinadas acepções, particularizadas a seguir. Mortes maternas obstétricas diretas estão relacionadas a acontecimentos de agravos obstétricos no momento da gestação, parto ou puerpério devido a influências, tratamento incorreto ou a um ciclo de acontecimentos resultantes de algum desses pretextos (BRASIL, 2000).

A morte materna obstétrica indireta acontece devido a enfermidades que existiam antes da gestação, ou que evoluíram no decorrer dela, não ocasionadas por agentes obstétricos diretos, entretanto agravados pelas decorrências fisiológicas da gestação (BRASIL, 2009).

Morte materna não obstétrica é a decorrência de agentes aleatórios ou incidentais não pertinentes à gestação e seu manejo. (BRASIL, 2009).

Morte materna tardia é o óbito de uma mulher devido aos agentes obstétricos diretos ou indiretos, mas que acontece em um período superior aos 42 dias de puerpério, até um ano do final da gestação. (SOARES, SHOR, TAVARES, 2012).

Esse índice é um apontador sensível e importante da atenção a qualidade da saúde da mulher, procedimento de evolução humana, social e de qualidades de vida da população (MAGALHÃES; TEIXEIRA, 2012).

Para efeitos de cálculo, o indicador relaciona, portanto, somente os óbitos maternos obstétricos diretos e indiretos e os relaciona com o número de nascidos vivos, sendo que o resultado é expresso em uma razão por 100.000 nascidos vivos (SOARES, SHOR, TAVARES, 2012).

Pesquisa realizada demonstra que nos últimos anos aconteceu redução do número de óbitos maternos no Estado de São Paulo, mas foi uma diminuição insuficiente, de 275 óbitos por 100.000 nascidos vivos em 2000 para 249 óbitos por 100.000 nascidos vivos em 2011. Ao mesmo tempo, uma diminuição de 14% nos agentes obstétricos diretos e uma elevação de 41% nos agentes indiretos foram observados no mesmo período. Apesar de o Estado de São Paulo ter indicadores de mortalidade menores que o Brasil como um todo, ainda é um valor alto quando comparado a países desenvolvidos. (MENDES; OSIANO, 2013).

5.2. PARTO5.2.1. TRABALHO DE PARTO E FISIOLOGIA O sistema reprodutivo feminino envolve os órgãos que exercem o papel de

reprodução humana. Nas mulheres, os órgãos reprodutivos interiores incluem vagina, útero, tubas uterinas e ovários. Esses órgãos evoluem e exercem suas funções segundo as influências hormonais. Tais influências atuam diretamente na fertilidade e na manutenção da gravidez (RICCI, 2008).

O parto é um momento em que ocorre o nascimento, e é dividido em etapas. A primeira etapa do parto inicia com as contraturas uterinas regulares e é quando a dilatação do colo do útero ocorre. A segunda etapa do parto compreende ao de

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nascer do feto e inicia com a dilatação total e o apagamento completo do colo do útero chegando até o nascimento propriamente dito (RICCI, 2008).

A distócia constitui problemas de trabalho de parto e é marcada pelo avanço anormalmente lento do trabalho de parto. O mais comum é quando desproporção entre o tamanho fetal e o trajeto do parto. É em decorrência de quatro irregularidades distintas que pode haver problemas (LEVENO et al. 2005).

Irregularidade de força, irregularidades de passagem, irregularidades envolvendo o feto como: tamanho, posição ou desenvolvimento; irregularidades dos tecidos moles do trato reprodutivo que exercem um impedimento à descida fetal (LEVENO et al. 2005).

5.2.2. TIPOS DE PARTOExistem diversos tipos de parto, sendo que os mais frequentes são o normal e

o cesáreo. O parto normal é aquele que acontece por acesso vaginal. Pode ou não ser auxiliado por medicamentos ou instrumentos tais como o fórceps. Por outro lado, o parto cesáreo incide em um artifício cirúrgico de remoção do feto por meio de uma incisão na região abdominal (SILVANI, 2010).

Em algumas definições, classifica-se como parto natural aquele que acontece sem auxílio de medicamentos ou instrumentos (BRASIL, 2013).

Existe ainda o parto domiciliar, o qual é um parto natural realizado na própria casa da grávida, acompanhada por um profissional habilitado. Esse parto pode ocorrer por decisão da gestante, que deseja ter um momento memorável e histórico, com importantes vieses culturais envolvidos, ou mesmo pela carência no acesso a serviços de saúde suficientemente eficientes. (MENEZES; PORTELLA; BISPO, 2012).

Por outro lado, a maior hospitalização do atendimento aos nascimentos acabou levando ao aumento injustificado no número de cesáreas. (LONGO; ANDRAUS; BARBOSA, 2010). Isso acabou levando à tendência pelo retorno aos partos naturais ocorridos fora do ambiente hospitalar, com vistas à redução das intervenções, buscando maior humanização desse momento. (MARTINS; ALMEIDA; DE MATTOS, 2012).

Por conseguinte, há hoje em dia um embate entre gestante e profissionais de saúde com relação à opção pela via de parto, em que nem sempre o desejo da mulher é consentido. Segundo Silvani (2010, p. 3), “o parto cesáreo se volveu tão habitual e distribuído que a probabilidade do parto normal deixou de ser um exercício nas maternidades, ainda sendo uma aspiração da grávida”.

Segundo Cunha, Gomes e Santos (2012) sobre o parto normal, a opção deste tipo de parto pelas mulheres transcorre do anseio pela rápida recuperação pós-parto, receios pertinentes às intercorrências e infecções na cesariana. Por outro lado, há grávidas que optam o parto cesáreo por que não desejarem sentir a dor do parto ou mesmo por quererem aproveitar o ato cirúrgico para realizarem outro tipo de procedimento, como a laqueadura tubária.

Silvani (2010) conclui que existem circunstâncias que são indicativas de cesárea mesmo que a mãe tenha escolhido por um parto normal, como por exemplo,

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a apresentação do feto pélvica, na qual o parto vaginal pode trazer riscos desnecessários, bem como situações de emergência obstétrica, como descolamento prematuro de placenta, em que não é possível esperar a evolução do trabalho de parto.

Entretanto, “a percentagem abusiva de parto cesáreo no país a partir da década de 1980 compõe um pretexto de dificuldade no parto [...] cada cesariana supérflua constitui um risco maior de complicações, como infecção, hemorragia” (NAGAHAMA; SANTIAGO, 2011).

Essas dificuldades supracitadas podem provocar complicações tanto para a gestantes quanto para o feto, até mesmo o óbito de ambos. Cunha, Gomes e Santos (2012) destacam que as puérperas avaliam o parto normal como melhor do que a cesariana, uma vez que a recuperação é mais rápida no pós-parto e é muito mais fácil retornar às suas atividades diárias, bem como manter contato e cuidado com o recém-nascido. Sem contar que é mais simples o ato de amamentar para uma paciente de parto normal, por ela ter menos dor e maior mobilidade nos primeiros dias, fora os hormônios que são liberados durante o período expulsivo do parto. Também há vantagens quanto à redução do uso de medicamentos e duração da internação, reduzindo, portanto, os custos do parto (MENEZES, PORTELLA, BISPO, 2012).

5.3. HUMANIZAÇÃO NO PARTOA palavra Humanização se define como humanizar, volver humano, oferecer

atributo humano a uma atuação (WALDOW, 2010). Essas definições podem ser traduzidas como uma procura incessante pela comodidade física, psíquica e espiritual do paciente, família e equipe, esclarecendo de tal modo a relevância da mesma no decorrer do momento da hospitalização (BOLELA, JERICÓ, 2006). Portanto, engloba um grupo de ações que objetivam a prestação de assistência em saúde, apropriada para adaptar a melhor metodologia disponível com promoção de amparo, deferência ética e cultural do paciente, ambientes de trabalho adeptos à boa pratica técnica e a contentamento dos profissionais de saúde e pacientes (SOARES, SHOR, TAVARES, 2012).

A humanização como estratégia de atuação nas metodologias de trabalho e na preparação de qualidade de saúde, vai ao encontro dos valores do Sistema Único de Saúde, ao ressaltar a necessidade de garantir atenção integral à população, bem como estratégias que aumentem a autonomia e participação das pessoas (POTTER; PERRY, 2013).

Fundamentado em Bedin, Ribeiro e Barreto (2004), nota-se que a humanização necessita incorporar-se à filosofia da enfermagem. O espaço, os recursos materiais e tecnológicos não são mais expressivos do que a essência humana. A humanização necessita direcionar as atividades do enfermeiro em sentido a uma prática mais adequada, que contribua para uma realidade mais humana.

No ano 2000, o Ministério da Saúde criou o Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN) que tem como objetivo garantir a assistência à mulher e à criança desde o pré-natal até o puerpério. O PHPN dá às mulheres direito a um

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atendimento adequado e digno, além de preconizar que todos os cuidados sejam realizados de forma humanizada e segura. (BRASIL, 2012).

No acolhimento à saúde, no Brasil, a humanização do paciente jaz abrangida na Constituição Federal Brasileira de 1988 que garante a todos a promoção da assistência à saúde de modo resolutivo, igualitário e integral. Em 2001 o Ministério da Saúde do Brasil produziu o Programa Nacional De Humanização da Assistência Hospitalar, que visava melhorar os hospitais públicos, capacitando-os para atingir as expectativas dos dos gestores e da comunidade (SOARES, SHOR, TAVARES, 2012).

Sendo assim, faz parte das atividades esperadas do profissional de enfermagem uma atuação mais humanizada, inclusive no período perinatal. O importante é desenvolver definições e metas que tragam modificações para melhor na atuação diante das situações em saúde (SOARES, SHOR, TAVARES, 2012).

5.4. EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS COMUNS As urgências obstétricas são condições que a resolução deve acontecer

imediatamente contando com toda equipe de saúde. Como veremos a seguir, algumas condições são detectáveis já no decorrer da gravidez, mas outras surgem somente nos instantes finais (SMELTZER, BARE, 2009). Por isso, dado ao alto índice de ocorrências dessas condições e da potencial gravidade delas, é necessário que os profissionais estejam capacitados para a identificação e o atendimento imediatos (OLIVEIRA; PERSINOTTO, 2001).

5.4.1. TRÍADE DO SANGRAMENTO DO PRIMEIRO TRIMESTREO sangramento vaginal no primeiros meses de gestações são comuns,

ocorrem em aproximadamente 25% da gestantes. Em muitas gestantes o sangramento é autolimitado, mas existem outras causas tais como cervicites, pólipo endocervical, ectrópio cervical, câncer de colo uterino e trauma vaginal (SASS; OLIVEIRA, 2013).

As cervicites são inflamações que acometem o colo do útero, causados por agentes patógenos, são frequentemente causadas pela Chalamydia trachomatis e a Nesseria gonorrhoeae, e comumente acomete mulheres em idade fértil. (RIBEIRO; ALENCAR JUNIOR, 2014).

Pólipo endocervical, é uma formação de tecido que acomete colo e endométrio, e por isso provoca sangramento (RIBEIRO; ALENCAR JUNIOR, 2014).

Todas as gestantes com sangramento vaginal no primeiro trimestre, devem ser submetidas a exames abdominal, especular e toque, a equipe de enfermagem deverá manter um ambiente calmo, limpo e conforto para com o paciente. (BRASIL, 2012).

5.4.2. ABORTAMENTO O termo abortamento refere a interrupção da gestação, com expulsão ovular

ocorrida antes da vigésima segunda semana, ou, quando o feto apresentar peso inferior ou igual a 500 gramas. (SASS; OLIVEIRA, 2013).

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O abortamento pode ser classificado quanto à forma sendo assim, ameaça de aborto, aborto incompleto, aborto completo e aborto retido.

A ameaça de abortamento é a ocorrência de sangramento uterino discreto, acompanhado ou não de cólicas, útero compatível com a idade gestacional. A atividade cardíaca do feto está presente, colo uterino longo e fechado sem eliminação de tecidos ovulares, e a metade evolui para o aborto completo. (BRASIL, 2012).

O abortamento incompleto acontece a partir de um sangramento intenso, com presenças de coágulos, acompanham cólicas intensas. O útero é compatível com a idade gestacional, colo uterino se apresenta dilatado, porém, não ocorreu ainda a eliminação do conteúdo uterino, que pode ser identificado no canal cervical. (BRASIL, 2000).

No abortamento completo, houve a fase de dilatação e contração, o feto muitas vezes foi eliminado, mas partes dos tecidos ovulares permanecem sua ocorrência acontece quando existe a totalidade de eliminação do conteúdo uterino, ocorre em gravidez superior de oito semanas. O sangramento vaginal reduz, reduzindo também as cólicas após a expulsão. O útero é menor que o esperado para a idade gestacional o colo uterino pode ser aberto ou fechado. (BRASIL, 2012, SASS; OLIVEIRA, 2013).

O abortamento retido ocorre a partir da morte do feto e o mesmo permanece na cavidade uterina, sem ser eliminado, o sangramento pode ser discreto ou ausente, o útero é menor que o esperado para a idade gestacional, na maior parte das vezes o colo se apresenta fechado, existe regressões dos sinais e sintomas de gravidez e a gestação se encontra sem evoluções.(BRASIL, 2000).

Em situações de abortamento provocado, ele pode ser acompanhado de infecções genitais, como exemplo a endometrite, parametrite e peritonite, o que tem relações com a manipulação uterina com instrumentos e técnicas inadequadas. São infecções graves que podem desencadear a septicemia e choque séptico e necessitam ser tratadas independente da viabilidade do feto. Podem estar acompanhadas de febre acima de 38° C, calafrios, taquicardia, taquipneia, sudorese, hipotensão, hemorragias, corrimentos com odor fétido, dores abdominais, eliminações de secreções purulentas e útero amolecido. (BRASIL, 2000).

O abortamento provocado é ilegal no Brasil, exceto por situações de estupro ou risco da vida da gestante. Por ser realizado clandestinamente, leva a alta taxa de morbimortalidade, resultado de perfurações uterinas e vísceras abdominais, em que pode ocorrer presença de hemorragia, infecções localizadas ou sistêmicas, choque séptico e se apresenta a causa mais frequente de esterilidade. (RIBEIRO; ALENCAR JUNIOR, 2014).

A atuação da equipe de enfermagem dependerá do tipo de abortamento, porém, deve-se aconselhar quanto ao repouso, orientar quando existir a probabilidade de internação, manter acesso venoso se necessário, manter controle rigorosos dos sinais vitais, administrar medicamentos conforme prescrição, oferecer conforto e apoio psicológico. (BRASIL, 2000).

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5.4.3. MOLA HIDATIFORMEConsiste em uma complicação também conhecida como doença trofoblástica

gestacional, pode-se apresentar completa ou parcial, que compreende outras formas como comportamentos malignos como neoplasias, coriocarcinomas e tumor trofoblástico do leito placentário. Os sinais e sintomas são um aumento do útero, ausência de rechaço fetal e batimento cardíaco fetal, hiperemese gravídica, comprometimento do estado geral. (BRASIL, 2012).

Na gestação molar pode acontecer sangramentos vaginal indolores e de intensidade progressiva, às vezes conexo à eliminação de vesículas com aspecto de cachos de uva.

O esvaziamento uterino preferencialmente por aspiração manual intrauterina é o método mais apropriado para iniciar o tratamento inicial da mola hidatiforme (BRASIL, 2012).

5.4.4. PLACENTA PRÉVIA O termo placenta prévia, tem como significado placenta primeiro, e conceitua

um distúrbio no qual a placenta se implanta total ou parcialmente no segmento inferior do útero (RICCI, 2008).

A etiologia da placenta prévia é desconhecida, o processo é iniciado pela implantação do embrião no segmento inferior do útero. Nessa localização, a vascularização da placenta se torna imprópria, o que permite que ela penetre no miométrio. A disfunção é multifatorial e está relacionada aos agentes de risco, mencionados pelo Ministério da Saúde (2010), tais como, antecedentes de cesarianas, idade materna avançada, lesões uterinas, placenta previa pregressa, aborto induzido antecedente, miomectomia para remoção de fibroide e tabagismo.

Todos os tipos de placentas prévias se apresentam inicialmente assintomáticos, até que ocorre uma hemorragia, com sangue vermelho vivo, indolor, que acontecem ao segundo ou terceiro trimestre de gestação. O sangramento pode iniciar insidioso e regredir espontaneamente. A consistência do útero é amolecida e não dolorosa a palpação. (EINKIN, 2005). Entretanto, se a hemorragia acontecer no início de trabalho de parto, ela pode se tornar dramática conforme o colo se dilata, e caracterizar verdadeira emergência obstétrica. Além disso, caso o parto vaginal se inicie com uma placenta prévia total, a placenta se destacará antes do bebê nascer, para poder dar caminho para a saída dele. Desse modo, durante todo o tempo em que o feto permanecer no canal de parto, o que pode levar muitos minutos, ele ficará sem receber oxigenação adequada, o que é um risco enorme para a sua vida (BRASIL, 2010).

Os cuidados de enfermagem a pacientes acometidas por tal condição são medidas como posicionar a gestante em decúbito lateral pois tal ato melhora a perfusão placentária, coletar toda anamnese para identificar informações importantes, estabelecer acesso venoso, monitorar debito para a avaliação adequada da perfusão renal; monitorar o volume de sangue perdido, avaliar sinais vitais maternos, monitorar os resultados de exames laboratoriais e promover apoio emocional.(RICCI, 2008).

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5.4.5. DESCOLAMENTO PREMATURO DA PLACENTAO deslocamento prematuro da placenta é o destacamento da placenta da

parede uterina, antes do parto. (RICCI, 2008).A etiologia é desconhecida, porém, existem diversos agentes de riscos, como

gestação tardia ou precoce, nutrição inadequada, tabagismo, gestações multiplicas, pressão intrauterina excessiva ocorrência de hipertensão arterial, deslocamento prematuro pregresso em uma gestação anterior, traumatismo importante. (BRASIL, 2010).

O descolamento da placenta prévia deve ser abordado imediatamente e segundo sua gravidade, a equipe de enfermagem deve auxiliar no melhor desenvolvimento da gestação, a competência da enfermagem é a avaliação da gestante que apresenta dor abdominal ou sangramento vaginal. (RICCI, 2008).

5.5. PAPEL DO ENFERMEIRO

Para uma assistência de enfermagem apropriada, é imprescindível assimilar e reconhecer todos os agentes com potencial de elevar a morbimortalidade, e agir perante eles de modo precoce. (TREVISAN et al., 2002).

Segundo a Resolução COFEN nº 223/1999 declara que perante a ação de enfermeiros no auxílio à mulher no ciclo gravídico-puerperal. Esse auxílio é definido como cuidar, com o desígnio de resguardar, promover e conservar a saúde, representado atenção integral às parturientes no decorrer das intercorrências e agravos obstétricos verificados no trabalho de parto e nascimento. É relevante a análise do enfermeiro na busca ativa por sinais de distócia e sofrimento fetal e ainda nos partos demorados, podendo prever agravos com a detecção precoce desses sinais. Ainda, a percepção de sintomas de hemorragia pós-parto imediata pode colaborar para redução da morbidade e mortalidade materna no decorrer desse momento. O enfermeiro tem indiscutível relevância no monitoramento das parturientes, desse modo que é admissível aperfeiçoar o treinamento, especialmente com no que diz respeito à humanização (CONSELHO..., 1999).

Dentro desse contexto é importante, ressaltar a função do enfermeiro obstétrico, começando pela história da enfermagem obstétrica tem modificado nos últimos anos. Esta decorre sendo conhecida pelo seu desempenho e pelo aperfeiçoamento das suas práticas. Desde o final dos anos 1980, os enfermeiros conquistaram seu local no auxílio ao parto, consequência disso foi a admissão na graduação de enfermagem, no Brasil, como item na grade curricular e em 1994, como pós-graduação. (GONÇALVES et al., 2011; HOGAB, PINTO, 2007).

Na visão de Merighi e Yoshizato (2006), o enfermeiro obstetra possui uma predisposição mais acolhedora com relação à mulher que vivencia o momento do parto, pois concentra todo o conhecimento técnico juntamente com a prática humanizada da assistência. Dessa forma, tem mais condições de analisar os direitos da mulher em momento tão crucial.

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Nas instituições de saúde, a presença da enfermeira obstetra é rara, e quase sempre ela ocorre em funções administrativas. Porém, é imprescindível que aconteça um exercício partilhado entre equipe médica e de enfermagem para oferecer às mulheres um tratamento acolhedor, eficaz e solidário no curso do trabalho de parto, parto e pós-parto. (CALDERON, 2011).

Apesar das conquistas atingidas pela categoria, muitos profissionais não receberam treinamento adequado, e acabaram tendo que estudar a especialidade de maneira informal. (DOTTO; MAMEDE, 2007).

De qualquer forma, não se pode negar que o cuidado em enfermagem para esse tipo de população necessita ser desempenhado de modo rigoroso e com uma visão humanística, vislumbrando o significado daquele momento para a cliente (HOGAB; PINTO, 2007).

A função da enfermagem no contexto de uma assistência humanizada ao parto exige um profissional sem preconceitos, que preste seu serviço livre de influências. Deve ser pautado em respeito, solidariedade, segurança e empoderamento, que são agentes contribuem para o bom sucesso de uma atividade tão séria como essa (HOGAB; PINTO, 2007).

O acompanhamento pela enfermeira desde o pré-natal até o puerpério e o estímulo oferecido para a amamentação materna exclusiva traz intensa relevância para a adequada afinidade com a grávida e puérpera, e todos os profissionais necessitam ter uma visualização humanística dessa atenção, abrangendo toda a circunstância emocional convivida pela grávida, e não vê-la somente como mais uma paciente na sala de parto (CASTRO; CLAPIS, 2005).

Fornecer o conforto necessário para o bom andamento do parto; prestação de auxílio voltado para as necessidades individuais de cada grávida; o uso de metodologias não farmacológicas e não instrumentais para alívio da dor; o estímulo da amamentação materna imediatamente após o parto; o incentivo ao o contato pele a pele do bebê com sua mãe; a ligação entre os vários profissionais envolvidos nessa assistência; o acolhimento das particularidades culturais, religiosas e individuais de cada paciente; a relação entre equipe e gestantes especialmente sobre o que acontecerá no decorrer do parto, esclarecendo dúvidas; e o cumprimento do direito de acompanhante durante o parto são algumas das funções esperadas do enfermeiro durante a assistência humanizada ao parto (SOUZA; GAIVA; MODES, 2011).

A afinidade dos enfermeiros com suas pacientes exige dinamismo, para que os saberes da paciente sejam aliados à informação científica, para que sua autonomia seja conservada (RABELO; OLIVEIRA, 2010).

Por fim, o enfermeiro detém o ensino em saúde como uma das pertinências relacionadas a sua profissão. É relevante desmistificar a cultura da cesárea e destacar para as gestantes as benfeitorias de um parto normal e sem influências, quando admissível, para que esta possa deliberar com mais consciência sobre a via a ser escolhida (BRUZADELLI; TAVARESII, 2010).

As gestantes incorporaram a cultura de que o parto normal traz sofrimento e problemas. Compete ao enfermeiro, como instrutor, amparar essa gestante a

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abranger melhor sobre o parto normal e seus benefícios (PRAGIANTI; COSTA, 2008).

Além de atividades assistenciais, os enfermeiros obstétricos apresentam tarefas fundamentais quando se aborda a questão administrativa, na qual o enfermeiro encarregado da função de gerente pode fornecer à alta gestão da entidade os recursos imprescindíveis para o correto manejo da unidade (DIAS; DOMINGUES, 2005).

O enfermeiro obstétrico também depara muitas dificuldades no seu desempenho, seja pelas imposições impostas pelas estruturas físicas das maternidades, ou por rotinas hospitalares limitantes, em um modelo de cultura institucional que preconiza uma atuação muito mais forte por parte dos médicos (SOUZA; GAIVA; MODES, 2011).

Em um momento em que a atuação do médico é bastante forte, o papel da enfermeira acaba sendo ocultado nas instituições, levando a uma desvalorização dessa profissional, mesmo apesar de sua formação abrangente na área. (GONÇALVES et al., 2011).

Mas não se pode negar que a atuação multiprofissional integrada é essencial para uma atenção mais humanizada, segura e eficaz no sentido de proporcionar uma experiência de parto tranquilizadora e com menor risco de complicações, reduzindo inclusive os óbitos registrados.

6. DISCUSSÃO

Os artigos analisados demonstram o imprescindível papel do profissional de enfermagem na ação de assistência à saúde da mulher, cuja relevância na prevenção de mortalidade materna é reconhecida inclusive por documentos normativos do Ministério da Saúde como eficaz agente modificador.

As mudanças graduais no contexto da atuação de enfermeiros no sentido de promover humanização ao atendimento contribuem para o reconhecimento, por parte da sociedade e dos demais profissionais que participam desse cuidado, que o enfermeiro tem sim condições de melhorar a assistência e contribuir para melhoria dos resultados.

A partir de novas formas de capacitação, desde os cursos de graduação até pós-graduação, bem como a regulação para o registro profissional da categoria, enfermeiros obstetras puderam ter maior atuação nesses casos.

O cuidado da enfermagem a uma gestante que apresente algum quadro de urgência, envolve certas atuações da equipe de enfermagem que podem auxiliar em uma melhor resposta de recuperação. O enfermeiro precisa conhecer os sinais e sintomas de alerta para doenças hemorrágicas e outras ameaçadoras de vida, para que medidas possam ser prontamente tomadas, a fim de garantir o melhor desfecho possível. A atividade na atuação de enfermagem nos episódios de urgências ou emergências obstétricas será um diferencial para o sucesso do final, conservando a vida da mãe e do filho com qualidade.

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7. CONCLUSÃOCom o presente estudo, pôde-se compreender que o papel do enfermeiro é,

por meio de uma abordagem mais humanizada e individualizada da assistência, procurar um cuidado mais digno e focado nas reais necessidades. Dessa forma, permita atingir maior precocidade no diagnóstico de situações ameaçadoras, com consequente melhor chance de bons resultados. Tudo isso, em última instância, se refletirá na diminuição dos indicadores de mortalidade materna.

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