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“O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov” in Magia e técnica, arte e política. Obras Escolhidas vol. 1 (6ª edição), Editora Brasiliense, São Paulo, 1993, pp. 197-221.

Ou “O narrador: observações acerca da obra de Nicolau Leskow” in Walter Benjamin, Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Jürgen Habermas, Textos Escolhidos (2ª edição), Abril Cultural, São Paulo, 1983, pp. 57-74.

Texto original: 1936.

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Nikolai Leskov, escritor e jornalista russo. Nasceu em Orjol, em 1831.Morreu em São Petersburgo, em 1895.

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Walter Benjamin nasceu em Berlim (1892) e morreu

em Port Bou (1940).

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Descrever Leskov

como narrador não

significa trazê-lo

para perto de nós e

sim aumentar a

distância que nos

separa dele.

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A experiência dessa

distância é a de que a arte

de narrar está em vias de

extinção.

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Tudo acontece como se

estivéssemos privados de

uma faculdade que nos

parecia segura e

inalienável: a faculdade de

intercambiar experiências.

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Se “dar conselhos” parece hoje algo

antiquado, é porque as experiências

estão deixando de ser

comunicáveis. O conselho tecido na

malha viva da existência tem um

nome: sabedoria.

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A arte de narrar está definhando

porque a sabedoria – o lado épico

da verdade – está em extinção.

Esse processo tem se desenvolvido

com a evolução das forças

produtivas.

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O primeiro indício do que

vai culminar com a morte

da narrativa é o

surgimento do romance no

início do período

moderno.

Benjamin estudou em Berlín e na Turíngia. En 1918, defendeu sua tese em Berna: O conceito de crítica de arte no romantismo alemão.

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A origem do romance é o

indivíduo isolado, que não

pode mais falar

exemplarmente sobre suas

preocupações, que não

recebe mais conselhos,

nem sabe dá-los.

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Na descrição da vida

humana, o romance leva o

incomensurável a seus

últimos limites.

O romance anuncia a

profunda perplexidade de

quem vive.

Se quiser ler um pouco mais, veja “Alguns temas de Baudelaire” (publicado em 1939) e “Paris, capital do século XIX” (publicado em

1955).

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O primeiro grande livro do gênero,

Don Quixote,

mostra como a grandeza da alma, a

coragem e a generosidade de um dos

mais nobres heróis da literatura são

totalmente refratárias ao conselho e

não contêm a menor centelha de

sabedoria.

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Os primeiros

exemplares de Don

Quixote saíram da

tipografia em

janeiro de 1605.

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Com a consolidação da burguesia – da qual a imprensa,

no alto capitalismo, é um dos instrumentos mais

importantes – destacou-se uma nova forma de

comunicação.

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Ela é tão estranha à narrativa como o romance, mas é

mais ameaçadora e provoca uma crise no próprio

romance. Essa nova forma de comunicação é a

informação.

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Cada manhã, recebemos notícias de todo o mundo, mas

somos pobres em histórias surpreendentes. Os fatos já

chegam acompanhados de explicações. Eles são

informação.

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O texto mais conhecido de Benjamin é “A obra de arte na

época da sua reprodutibilidade técnica” (1936). São também

muito conhecidos: “Para a crítica da violência” (1921), “O

papel do tradutor” (1923) e “As origens do drama barroco

alemão (1928).

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Metade da arte da

narrativa está em evitar

explicações.

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O extraordinário, o

miraculoso são narrados com

a maior exatidão, mas o

contexto psicológico da ação

não é imposto ao leitor.

Ele é livre para interpretar a

história.

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Todo episódio

narrado atinge uma

plenitude que não

existe na informação.

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Com a ascensão de Hitler,

Benjamin refugiou-se em

Paris. Com a ocupação da

França, tentou asilar-se na

Espanha, de onde iria para

os Estados Unidos.

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A narrativa não está

interessada em transmitir o

“puro em si” da coisa

narrada, com se fosse uma

informação ou um relatório.

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Para Paul Valéry, as coisas

perfeitas que encontramos

na natureza são produtos

preciosos de uma longa

cadeia de causas.

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Antigamente, os homens – como os narradores – cultivavam essa paciência [para compreender longas cadeias de causas]. Os homens de hoje não cultivam o que não pode ser abreviado.

Paul Ambroise Valéry. Sète, 1871 – Paris, 1945.

Benjamin lembra Valéry:

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O romance não é significativo por descrever

pedagogicamente o destino de uma vida, mas o seu

leitor procura personagens nos quais possa ler o

“sentido da vida”.

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O que seduz o

leitor é a

esperança de

aquecer sua vida

gelada com a

morte descrita

no romance.

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O leitor de

um

romance é

um

solitário.

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Persistem até hoje,

dúvidas sobre como ele

morreu. Versão mais

difundida: ameaçado de

ser entregue aos nazistas

pela polícia espanhola,

ele teria se suicidado em

um vilarejo da fronteira.

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Trechos de

Jeanne Marie Gagnebin, “Prefácio: Benjamin ou a história aberta” In Magia e técnica, arte e política. Obras Escolhidas vol. 1 (6ª edição),Editora Brasiliense, São Paulo, 1993, p. 7-19.

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Nos textos fundamentais dos anos 30, Benjamin retoma a questão da “Experiência”, no capitalismo moderno: o fortalecimento da “Erlebnis” – experiência característica do indivíduo solitário – em detrimento da experiência anteriormente vivida, a “Erfahrung”.

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“O depauperamento da arte de contar parte (...) do declínio de uma tradição e de uma memória comuns, que garantiram a existência de uma experiência coletiva, ligada a um trabalho e um tempo partilhados, em um mesmo universo de prática e linguagem.”

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“A degradação da “Erfahrung” descreve o mesmo processo de fragmentação e secularização que Benjamin, na mesma época, analisa como a “perda da aura” em seu célebre ensaio sobre ‘A obra de arte na época de sua reprodutibilidade técnica’”

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“No momento em que a experiência coletiva se perde, em que a tradição comum já não oferece nenhuma base segura, outras formas narrativas tornam-se predominantes. Benjamin cita o romance e a informação jornalística. Os dois têm em comum a necessidade de encontrar uma explicação para o acontecimento real ou ficcional.”

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“Enquanto a narrativa antiga se caracterizava por sua abertura, o romance clássico, em sua necessidade de resolver a questão do significado da existência, visa a conclusão.

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Essa oposição, desenvolvida em “O Narrador”, é entretanto recolocada em causa no romance contemporâneo, como o próprio Benjamin vai demonstrar em seus ensaios literários. Selecionarei aqui dois exemplos privilegiados desse não-acabamento, os de Proust e Kafka.