Wallon - As Origens Do Caráter Da Criança-crop

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  • "De algum modo, o indivduo e a opinio constir ndois plos opostos. A opinio .- fr.. lls indivduo, ,,presenta um papel de regulao, de constrangimc,,,,,

    ,^:::1":p?id." porm convenincia de ordem" ,o.,,t,oepende de tatres indicadores da esffutura, das ten,l, rrcias de uma determinada socieda.-o., d. um r,rlpo social. Sob pena de se. marginrtirui-o indivduo oi ,,ajustar-se opinio, ,ubo.diir._r. -1, "r,rru exign, r,.,. 19r seus desejos, aos seus apetites ou, pelo . , ,.,tormalizar sus_ aperncir,

    . objeio, f maneira ,r(.a satisfao dos mesmcs seja aprovada ;; ;;;, ,:essa opinio. p:, conseguinte, o q"" ,;;;dJ,, \primir e a conhece. do, ,.ur-d.r.;,

    .ii.r.nr, a s{,.1do aspecto socializado. T"d";-;.ud" ,ro.r, ,,,,bora provisriamente sem utiliza" ;;; aplicaes 1,, ,,soais, adotado pelo indivduo, ui.ruer-u opinio, cor, ,itui a indispens{vel moeda . ;;; _.r.o, .,,, ,,tualmenre, funciona

    .orno *o.1"r-.-""f"s da ai,,..

    ASORICENSDOCARATERNACWAHENRI WALLON

    ::::.a::

    ..4.,

  • ASORIGEI\S DO CARTER

    NA CRIAI.{AOs Preldios do Sendmento de

    Personalidade

    Traduo dePppno le Srr,va Dlxres

    HBNRI WALLON

    DIFUSO EUROPIA DO LIVRORua Bento Ereitss, 362

    -

    6.0Rua Ma,rqus de ftu, ?9

    SO PAUT

  • Copyright byPresees Antergot.alres d,a Franca, Patis

    Dtreltos exclusivos para a tlngua portugusa:Dusa Europia il,o I'iuro, So Paulo

    PRLOGO

    As s prtes componentes dste livro constituem a reptoduo de trs estudos vindos luz do seguinte modo: oprimeiro, na Reaae de Cours et Confrences, m 1930, repre-lentadg por setg atigos; o segundo e o rerceiro, publicdoinoIgyrnal le Psycbologie (novembrodezembro de I9L e de 19j2).lm disso, tais parts nada mais so do que o resultado decursos proeridos na Sorbonne durante os perodos de 1929-30e t-930-31. p te4tq passoil apenas por discrtos retoques quanto orma e foi subdividido e captulos. Algumas notasl sim,ples rcferncis ou notas explicativas, s captulos, ou- seja:ste prlogo, a concluso da primeira parte 1 as conclusesgerais, constituram as aegas dste volume.

    A reunio ern volume de artigos ou coleo de trabalhosescritos, a princpio com inteno de terem, mais ou menos,vida prpria, prsenta vantagefls e inconvenincias. Em ge-ral, revelam-se as primeiras n sua maior diversidade de cn-cfpes e na maior facilidade para o tratamento de cada temade modo atual. As inconvenincias talvez residam, de um lado,na falta de unidade e na disperso e, do outro, nas repetieou redundncias.

    A unidade dste liwo deve-se, contudo, harmonia dasidias que nle se contm. Todavia, a unidae da apresentaopqd.t4 enco-ntrar uma garantia no fato de que a ordm em quetais idias foram aqui desenvolvidas, lembia, mais ou ..r,a unidade conceitual dos cursos dos quais foram extradas.Quanto ao risco de repeties, o remdio teria sido recorrera cortes e supresses: ste recurso no nos paleceu possvel.Pot certo, em sua composio, as ms p.rt r o vro presen-tam uma espcie de paralelismo. O rtrno s fontes prim.

    1971

    ru

  • rias da vida psquica rpresenta o marco inicial de cada umadelas. Abeirando-se, mto em,bora nas mesms maniestaes,recoe cada uma de modo ferente a essas origens primeiras.De certo modo, e ao mesmo temlo, damos nfase substn-cia comum de onde ptocedem as dierentes realizaes da vidapsquica aqui estudadas, e s delimitaes e diferenciaes precocssimas por elas suscitadas. Para maior evidncia dessasmanifestaes, o melhor seria estudar cada'uma delas ern seumomento prcciso,

    Pois bem, qual a utidade desta rcedio? ntes detudo, vale a pena infotmar que se esgotaram os diversos nmeros da Revue des Cours et Confrencas, onde surgiram os arti-gos relativos primeira seo desta obra. Alm do mais, muitasdas idias nles ventiladas, ou anteriormente, em L'Efiantturbulent, tais como: a distino ntr emoo e automatismo,a grande capacidade das emoes pala criat associaes condi-cionais, as relaes do mdo com o equilbrio(r), tetomadasdepois, umas

    outras, por alguns autores, izeram-me parecerolloftuno lembrar, no seu coniunto, os fatos e as concepesque me induziram a semelhantes interpretaes, as quais sem-pre se insinuaram como sua melhor demonsftao. Finalmente,o enfeixe dstes trs estudos, lanados separadamente, teu.lizaum nvo conjunto. Pois, les no se limitam a se justapor:conpletan-ae mtuamente. E no s no sentido da incidnciade cada uma dessas idias em um dos ffs grandes aspectosalcanados pelas realizaes psquicas da criana duranre osts primeiros nos, mas tambm, pelo ato de revelarem osencadeamentos e concordncias surgidas entre aquelas reali-zaes.

    Poder-se- comprovar, com freqnci, nesta obra, a ten-dncia a no estudar os atos em srie echada, mas, antes, aencarr-los em vrios dos dierentes coniuntos dos quais podemprticipar, Por exemplo, o coniunto cronolgico dos us pri-meiros anos,

    -

    conte!do primacial dste volume -

    , ali6s,estudado em suas relaes com as origens do carter. Ns o

    (1) Quanto a egta ltima -

    a,s relees do mdo com oequlltbrlo, -1- fot o assunto discutido no mesmo ano, 192, porqc 9m c'L'Enlan turbulent" e por J. B. \{atson, PeiL. $etn.,IOOCII, p, 82E-346 e 349-371.6

    delimitamos ern funo dsse conjunto mais aqplo. Noobstante, ourros ainda interviro no decorrer de.teJ ort"iotttais

    -como, os do comporrmnto histrico da espcie t.r"a;os do co.mportamento- animal, os das gneses . a, t.gr"r*"funcionais, os dos ciclos psicofisiolgis etc.

    Contudo, o domnio prprio da psicologia da ciana pa-rece suficientemente vasto pra atender aos- mais ambiiioss.Afigura-se-nos difcil,-no presente, algum llercorrer semelhantedomnio n sua totalidade, mzo Dela qul seus exoloradoresno cessaro de lhes estender os -mites.- A oretens. oorm.de se ixar ntimamente em um dsses marcos, c-ulminri^

    ^pr-nas. com a redao de inventrios, enumeraes cronolgiiase 6rmples descnoes,

    . -fsso,-por-cerro, seria um alvo jamais atingido. A colheitade.fat-os jamais puramente mecnica; ,possui*sempre um sig.

    nificado mais ou enos explcito. O faio em si o existe;?sempre legularmente modeldo por aqule que o verifica. Res-pold9, desta

    -maneira, mais a ecalques rotins que indi.viduali"fCo- .h6eignte de traos rnecidos pela experincia.Na realidade, um, fato revela intersse o"

    -did" em oue determinado, e s o serd pelas relaes com alguma cois queo sobrepuja, ou

    .seja, com um conlunto o qal, de alguinaforma, possa ser incorporado. , pois, ,rm "niunto de isionomia e definio peculiares e que,- pelos seus eiementos com-

    pohentes, se liga. a outros conjtoJ mais elernentares. Distoresulta que, confrontar um fato com todos os sistemas a ledacionados, signiica no snente uat.lo consoante su natu-teza, mas tarnbm considerar como melhor observador aquleque souber utilizar o maior nmero de sistemas, de modosucessivo, a fim de o individualizar e de o explicar.

    psicologia, crtamente, constitui um dos domnios ondea excessiva diviso estnque dos fatos estudados acarreta in-convenincias, Com efeito, medida que seu obieto mais sedistancia da-s condies elementares,

    -

    isle , daquelas geral-?ente qualificada-s de matcriais , * para ingresjar n aprecaodos conjuntos de qualificao g'"is partcuhr, a iinotnciatrnante coffentemente, Iro estudo dstes ltinos, o am,puta& suas condies determinantes. &melbante oosico rore.reltgl", p$ lemplo, o desconhecimenro, por'exmplo,'d"uoidade indissolvel enrr a crirna e o adtq entr o'hem

  • e a sociedade. , no obstante, a espcie no pode encontrarsua tazo de set seno no tipo adulto e a criana tende para oadulto como o sistema para o equibrio. Da mesma orma,cindir o homem da sociedade, opor, como alis freqente, oindivduo sociedade, significa lhe descortinar o crebro. Poisse o desenvolvimento e a configurao de seus hemisftios ce-rebrais constituem,, por assim dizer, os elementos que seguta-mente estabelecem a distino enr'e a espcie humana e asespcies vizias, sse desenvolvimento e essa configuraodevem-se ao aparecimento de campos corticais; a exemplo danguagem, a implicar presena da sociedade, como os pul-mes de uma esffcie area supem a existncia da atmosfea.

    Pata o homem da sociedade uma necessidade, uma rea-lidade orgnica. No significa zer que estea tda oryanizadano su otganismo; da mesma orma inexiste nos cenffos delinguagem, um sistema qualquer de lngua falada antes de suaaprendizagem. ao se faz em sentido conrrio. Da socie-dade o indivduo recebe suas determinaes; so para le umcomplemento necessrio; propende tambm p^ra a vida socialcomo para o estado de equilbrio. bviamente, seria suprluoo acrscimo da inexistncia de sociedades sem os indivduos quea compusessem, nem tarnpouco sociedades humanas sem ohomem e a sua organizao psicofisiolgica. Temos a umaspecto da questo do qual o psiclogo no tem aplicaesteis a extrair, constituindo o indivduo o objeto de seu estudo.

    Dificuldades surgm em rzizo dos conjuntos natutais nosquais a vida psquica se inscreve no terem sido levados emconsiderao. Por certo a reside a origem de oposies, comoas do mecanismo e as da inalidade, diante dos quais tantorudo se tem feito pois, afinal de contas, tudo no passa, tal-vezn de um banal rtfato. Decapitar um sistema de suas condies de equilbrio, auavs de um corte, signiica admitir-senos ragmentos um princpio ntimo que os leva a evoluir dointerior, por uma espcie de autocriao. Enmetanto, qual o sistema ene os mais elementafes, entfe os entlgues, co-mumente, s leis mecnicas da matna, no qual a mesma ope-tao no provocada conseqncias semelhantes?

    Nos fatos do desenvolvimento humano, como tambm nosenmenos vitais, por certo, intervm uma dificuldade que tal-vz no lhes ceja especial, sendo porm a mais apanente: refe-

    8

    rimonos extenso das etapas ao se encamiarem par oestado de equilbrio. Vistoi numa espcie de cmar lentatendem a se fragmentar em momentos ou realidades distintas.Tais etapas se justapem em perodos ou en estados estticos.Entre elas inexiste verdadeira continuidade. A durao, o tem-po lhes so exteriores. O tempo na explicao das coisas assumeuma noo abstrata, um absoluto, m simples veculo semparticipao real (2).

    A finalidade, provvelmene, representa a desforra dssetem,po- absolutoi- por sua vez investida de um papel destinadoa explicar aquilo que, esrricamenre, inexpiicZvel. papelautnomo e absoluto, pois no h medida comum com, os e-mais atres convocados pata a explicao das coisas. Porconseguinte a oposio do mecanismo e da finalidade, dentfodos nossos sistemas

    .de conhecimento, seria a conseqnciada dissociao, operada por tateios, do pensamento nas toma-das com o real, diverso e mutvel entre as coisas possveis defixao em imagens ou em conceitos estticos pelo pensamentoe o tempo. como as coisas que se enconam em plocessode nan-sformao contnua foram separadas do seu der ficouste substitudo por uma simples scesso. Mas em cmpen-sao o devir aparece como existente em s mesmo e comodotado do poder de autocriao, ou seja, o de ciar, em defini-tivo,

    -as coisas. Antinomia entre realidade do ser e aquilo

    que dle nos cognoscvel.O pensamento, mediante sua iluso constante, affibui

    natuteza das coisas as discordncias devidas imperfeio dosseus processos. Ao se tornar evidente o desacrdo entre tisprocessos e as exigncias do conhecimento, os msmos so sem-pre revogveis. o exemplo que a sica est em via de nosoferecer ao operar a reviso dos seus princpios.

    Nossa poca, talvez em todos os domnios do conheci-mento, nos levanta problemas a exigirem reviso, em tudo se-

    (2) Frdrie Rauh tivera a percuciente intuio da insufl-cincia gue apresenta essa atitude em psicologia, o se esforarpara definir os estados de ,,tendncia". Suas definies, entre-tanto, so puramente verba.is. Faltaram os fatos a ste precur-sor.

    ^ Ainda hoJe, preeiso reuni-los, isto , antes de tudo reco-

    nhec-Ios e os conceber. Yer; ,.De e mthode iluns la prychoto-gle ilcs senti,mnts", Paris, Atcan, 1899.

  • melhante s distines antigas ou categorias. No campo dapsicologia isso se demonstra pela insatisfao de tantoJ esp-ritos, levandoos a incursionar nas reas da metafsica. Oia,o pouco oferecido pela anlise dessas especulaes, representaexatamente as noes do dever criador e da participao dosconjuntos onde o homem, ao se adentrar em si mesm, deveriadescobrir as lazes da existncia. Escoimados dos impulsosmsticos, so, precisamente, aqules pafa os quais vimos quenos orientam as necessidades da pesquisa cientfica. odaviaonde a metafsica, enamorada pelo-absoluto e pela imobidade,ope o ser ao conhecimento, a cincia essencialmente relativistase aplica tessitura de novas relaes entre todos os sistemas;nestes se reparte nossa experincia das coisas e da vida, afundi-los, cada vez mais uni nos outros e, segundo a exignciade unificao para o conhecimento, apontad por essa-obra,teremos de reformular ou abolir as antigas distines ou cate-gorias intelectuais, as quais, por certo, viriam se opor a essacolocao telativista.

    Fazer estas constata&s no significa apresentar uma soluo.Sem embargo, a fsica dispondo de mtods rigorosos e j comum acrvo de rcsultados bem mais controlados que as cinciasbiolgicas e, sobretudo, psicolgicas, constitui um exemplo decomo so extremas as dificuldades apresentadas numa revisodessa ordem. Tal considerao no implica no delineamento deum programa de pesquisas; pretende apenas indicar uma dire-o e responder aos que, num ffabalho dsse porte, se vissemseduzidos a realar "digresses"

    O PROBLEMA DO CARTER

    Os mtodos da psicol'gia uadicional, cuias pesquisas soainda muito tateantesf revelam-se insuficientes o drtuo da psi-cologia do carter, gmbora para esta a da criana possa ofereteruma decisiva contribuio.

    Durante muito tempo o estudo sisterntico do carter con-sistiu. em decomplo- na sgma de qualidades ou ,propriedadesprovveis e_ ptos a defini-lo. Subme-lo a essa

    "naUr" signii-caria tom-lo em estado puo, como um conjunto estvel, porassim dizer acabado. Os elementos, para os quai,s tend aanlise, representam noes inteligveis cja fOrm verbal, de-ver set assaz corrente e consagrada a fim de rcsponder, emcada conscincia, a um julgameto aceitvel ou

    "

    ^om mtivoplausvel. Os_ julgamenioJ relacionam-se, ncessriamente, ao

    uso ou moral, em geral aceita; a casustica social ou a de-gru-pos, mais ou mnos particulares e restrito se baseia nos moti-vos costumeiros dsses julgamentos. Em definitivo, o carterse reduz os ttmos dependentes, muito menos do- que in-rnseco ao indivduo, do que da opinio.

    -

    De algum modo, o indivduo e a opinio constituem dois1los opostos. A-opinio em ace dos-indivduos represenraup papel de regulao, de consrrangimento; correspode po-rm convenincia de ordem social: depende de fatres iidi-cadores da estrutura, das tendnciai de-uma determinada so-cieda4g oy de um grupo social. Sob pena de se marginalizar,o indivduo deve ajustar-se opinio-, subordinar,se -s suai

    INTRoDUo

    10 11

  • exigncias, aos seus desejos, aos seus -apetites ou,. pelo nnos,

    forlmalaat suas apetncias e objetos de tal m-aneira que a sa'tisfao dos mestnos seja aprovada

    .ou tolerada por e.ssopitao. Pot conseguinte, o qe aprende

    -a exptimir e I 99n!e-cr dos seus desejoi r.preteni" a ioma do aspecto socializado'Todo o actvo de nos, embora provisriamente sem iliza-o nem aplicaes pessoais, adotado pelo indivduo, atravsa opinio, lonstitui indispensvel

    -moeda de troca ou mesmo,eventnalmnte, funciona como modelos e veculos de ao.

    No seu af de autoconhecer-se o homem sabe, apenas, potconseguinte, aplicat a si prprio uma opinio, cuja otigem nem," .notru"'trle n.rn noi dmais; tal pinio, porm, a todos imposta, pelo meio social e, atlavs ds-te, pelas condese formas atais da existncia social. Com freqncia, critica-secom nfase a esueiteza do fundamento puramente individualdo mtodo inffospectivo; critica-se a necessidade do mesmode estendJo a qaisquer pssoas a im de atingir as noesaerais; critica-se ssa

    -extenso, sem provas, graas simples

    i*puii" ou Einfblung, daquilo que setia, em sua origgm,um verdade, irredutvelmente individual; pois bem, tais cticasperfazem ,r* ..otntt inexata. Na realidade-, seu ptejuzo b.Pmaior. A inuospeco parte no do indivduo mas do que no inerente, p..oii^r- a go*, porque obrigatrio para todos.Pretende ela, nessa mentdadef de certo modo imposta, acharas fras vivas do invduo, os fatres de sua conduta ou de,.r, ."it"t. Seria considerar os quadros nos quais a atividadebusca se inscrever como a prptia atividade e catalogar, sobum qualificativo opaco, uma rcalidade psquica que, com fre-qnia, protesta, e modo singular, contra uma significaomitigada por um disfarce habitual.

    O mtodo inspita-se, precisamente, no dos esteritipos po-pulares segundo o qual aJ virtudes e os vcios so evocadosgraas s igutas alegricas e emblemas inscritos- nos e$p$osircunscritos sados da boca dos desenhos em quadrinhos. Dis-pe em detredor do indivduo, como de um busto ou de umasttua, outras tantas sttuas a personificarem seus mritos.Exemplifiquemos. Num monumento a Tor,srot, sem dvida,iguraiia Bondade, Entretanto, na realidade, tal evocaons enganaria, em face do seu esro pata alcanat aqulesentimento.

    72

    O ptprio escitot assim como seus prximos izeramdeclaraes sbre a sua vida; ern t:rzo daquele esfro, zsofrer, rudemente, seu crculo de amizades; compoftava apenasasperzas inslitas sua doura evanglica. Aprofundandesemis essa apreciao, descortina-se uma espcie de fetocidadeem alguns ds seus tosr no decorrer de uma caada, por xem-plo, a encurralat a prsa nle irrompia uma conttao facial uma espcie de remor de volpia saciada. Sem dvida, se'melhana das velhas legendas deve-se evitar a oposio do de-mnio ao anjo, potm necessrio reduzir ao mesmo fundo desensibilidade seu gsto ern constranget a criatura no ctculo dobem e do mal. Em tda piedade, dizia MrcnsLET, existe acrueldade. o se let a obra de Tomror surge a certez de quele no teria criado tal atmosfera de vida entre as sus perso'ngens e, em cada uma delas, tanta vibrao e tantos impulsospessoais, se no houvesse, experimentado como que uma curioiidade agada, que o totnava sequioso tanto do sofdmento, comoa alegia alheia. Seu gsto pelo homem e pel? vida ultra-passav as distines entie a smpatia e a crueldade. Sob aanalidade da palavta, reveladora daquilo que a opinio con-serva de um homem ou de uma obra, se dissipa ptecisamenteo que poderia explic-los: a readade da ao psquica, coisaalii q essa palavra, em neum grau, poderia exprimir.

    Ao estudar o desenvolvimento da inteligncia e do coe-cimento da ctiana ( 1) deftontamo-nos com o mesmo mo domtodo precedente. Ainda 1 podet-se-ia na aparncia justifi-cJo mais intensamente. Pois o desenvolvimento da inteli-gncia, em grande patte, funo do meio social. Para queela possa uanspor o nvel da experincia ou da inveno ime-diat e concreta, tornam-se necessrios instrumentos de origemessencialnrente social, como a linguagem, e os difetentes siste-mas simblicos surgidos dsse meio. Constituem seus obietivosa aquisio ou o desenvolvimento de noes e de coecimentosexisientes fota do indivduo e que representam o patrimniodo gtupo. No seria, portanto, impossvel a priori fazet atransmisso do patrimnio, do grupo para o indivduo, de ma-

    (1) Consultar: 'cLes Orgittcs ile ls Pan'se ch'ez T0nont"'2 vol. P.U.F., 1945.13

  • neira rnais ou menos latetal. Alis ena comum possuir averdade uma evidncia prpria e que a into dessa verdadepossa sff fulminante e imediata. A prtica pedaggica, emgeml, ainda repousa nessa convico. no flagrante, pois omais simples e otineiro de nossos coecimentos exige doesptito uma orma patticular de adaptao. O exemplo dacdana nos mostrou no ser uma noo qualquer assimilvelnem por si mesma, nen como vinda aps outras noes quecom ela formariam uma espcie de srie complementar, umacadeia de verdades, de conhecimentos, de conseqncias inte-lectuais. No h simples questo de contedo. A compreensotem condies mais profundas e no possui nenhuma seme-lhana aparente com o objeto prticular do pensamento.

    Os progressos impostos ao pensamnto da criana dizemrespeito a sua diferenciao em planos distintos, atravs dosquais se rcahzam tdas as dissociaes interpostas enffe a expe'rincia concreta e tais ou quais sistemas de representaes ede smbolos ai superpostos pelo conhecimento. Enquanto per'manece incapaz de operat as transposies facilitadoras da evo,luo do seu pensamento auavs dos campos povoados de sm-bolos; enquanto substitui ao campo das impresses sensveis eatuais uma espcie de espao ou de meio vital e virtual, perma-necer o pensamento refratrio comprcenso das relaes quepodem servir para unir suas imptesses, objetivJas e explic'-las. Possui muitos graus essa aptido de cdao de um espa-o mental, onde o esprito esteja vte para se otientar. Desdelogo torna-se necessrio estabelecer a distino dsses graus;ceitas leses cerebtais mostrarn as conseqncias advindasentre a percepo das relaes que as coisas sustentam, efetiva-met, enne si no espo atual e o podet de lhes dar uma posi-o prescrita ou de tmar, ela mesma, uma direo definida (2).Nesse momento a imagem deve precedet o fato. Ao percebidose ope o que ainda virtual. A orientao no espao realdepende da supetposio de uma eqpcie de espao mental.ste espao mental ainda mais necessrio formao de umaimagem que sobteviva ao objeto e o substitua, e ao estabele-cimento de analogias ene s imagens, a fim de troc-las por

    uma srie de noes e de smbolos que fazem da experinciavrvida o universo pensvel. sse progresso liga-se, realmente,ao desenvolvimento e matutao dos cenffos nervosos, po'dendo, todavia, ser comprometido por leses vrrias, como alis,icou ievelado por anliies recenteJ em meio aos fatos da agno'sia, afasia e simbolismo (3).

    As crenas ou as modalidades de pensar veriicadas nacriana, as qais, num lance de una lgia av"rtrtureita, podemlembiar cerias concepes dos primitivos, indicam as etapasdessa evoluo. Inteieisam mens pelo seu contedo que pelassripostas implicaes existentes entr noes ou realizaes- men'tais tornads dissociveis pelo pensamento adulto. , impgt-tncia dos graus dessa iferenciao confere'lhes relevncia,pois o pensamento bern pode se desenvolvet, progressiYaPentg'm opeaes distintas, sua unidade nem- por is-so deixa de'subsisir, primordial. essencial. O pomorfismo de suas apli'caes a bletos variveis torna'se vivel, gras a um graucoirelativo de organizao. Por mais completo que se torne,pelo menos no indivduo normal, o pensamento conserva suaioerncia fundamental e, enquanto no se ancilosar deinitiva-mente ou estorvado por um montoado de estereotipias, h demanter seu poder d tenovao e d.e adaptao. Por conse'suinte. ao cntrrio das teorias realistas e atomistas, sensua-f,st.r,'e associacionistas, explica-se a atividade mental no poruma iusta'posico ou a coalscncia de elementos, de incio se-paradbs e^mltiplos, a exemplo do que se verifica ao se. partire ,rm pensamento i rcaltzado nesses objets,

    -

    mas, sim poruma espcie de desenvolvimento orgnico.

    Em telao ao catef, ainda so mais inaceitveis as dou-inas antigas. Pois, em definitivo, o coecimento tende a seuniformizai enue os indivduos e a diversidade dos meios paraassimilJo deve ser pesquisada entre os resultados que oscilam,necessriamente, m trno de uma norma comum; nquantomister se taz entendet por carter o que, de modo exato, dis'tinsue os indivduos, embora as suas condies de existnciaou

    -os resultados de sua atividade o paream muito dieren'

    (2) Consultar, entre outros, PERBE MruE e BEEAcUE, 8e.Neurologfi4ua, Janelro, 1919.

    14

    (S) Consultar GELB e e.oLDsrErN, citados por CASSIRER, notornel fu PWchologie, mato-Juro, Julho-outubro, 1929.

    l ,.tI-

    .

    I . ii-,* -:-:,t1 .-:?-E 1t

  • tes, Da mesma forma que a intelignci a, o carter no com-posto de partes distintas, de tomos ou de radicais diversa-mente teunidos e combinados. Parz cada indivduo, le cons-titui a maneira habitual ou constante de reagir, condioporm de no se entender por modo de agir uma certa ormade reaes, particulares e sempre semelhantes a si mesmas, m,asantes uma espcie de parentesco latente, unindo as reaes entfesi, mesmo que seja aavs das circunstncias e das mais va-riadas situaes. Alm disso, uma reao afkma os traosixos do catter ao tempo em que capaz de modific-los. Eiso domnio onde, de modo mais diteto, suge a necessidade deencarar a petsonalidade total a Ganzbeit, conforme Srrnxexige para tdas as reaes psquicas, mesmo aquelas de aspectoindierente ou episdico.

    Com tda cetteza, no se ffata de se ater a essa noo detodo invisvel da qual seria impossvel exttair-se alguma coisa.Contudo, em funo dsse todo precisaremos encarar o carter,uma vez que ste, em cada manifestao, exprime, de modopreciso, a totalidade da pessoa. Em face das circunstncias esituaes exteriotes le representa o ndice individual de cadaun. Ora, tal ndice no traduz uma pura abstrao. Condiesinternas e pessoais existem a se defrontaem com as condiesexternas e objetivas, e estas s podem se tornar matria decoecimento quando reduzidas, elas mesmas, s condiesobjetivas. Logo, totnar-se-ia necessria a decomposio do todoem fattes distintos, o que, talvez, num certo sentido, fsseconttaditrio. A menos que se no limite a uma mera descri-o, a uma simples enumerao de qualidades e de proprieda-des, as quais vimos no oerecetem nenhuma relevncia; a me-nos que se no restdnja a uma singela nanao de traos par-ticulares de reaes habituais a permitirem superar o planodas manifestaes conctets; pois bem, no se reduzindo ape-nas a isso, tda pesquisa em, trno do carter exige de ns adescoberta nle, tal como se exprime, de fatres determinados.-

    Nesse sentido, o primeiro esfro consiste na pesquisa dosfatrcs fundamentais, dos quais o carter poderia sr o reflexo.E por uma tendncia natural em basear o mais complexo e omais fugidio no que se afigura estvel, consisrente e objetivo,-

    da mesma forma que acreditamos basear a funo na exis-

    16

    tncia do 619o, -

    ao cattet, deu-se-lhe como alicerce o tem-petamento, a com,pleio fisiolgica. Remontam a uma datamuito distante os ensaios dsse gnero. Algumas teorias, nas-cidas dsses ensaios, atravessaram sculos e -chegaram at ns,apenas modificadas: por exemplo, a teoria dos emperamentos

    . sangneo, nervoso, leugmtico e melanclico, Entre a predo-minncia de um certo tipo isiolgico e certo comportentohaveria identidade, de tal sorre que o rr,po isiolgco coman-daria o psicolgico. Parte-se, em suma, os mais elementarespara se conseguir, por deduo ou combinao, as manifesta-es nas quais a personalidade total do indivduo se exterioriza,olr pof outfas palavras, reduz-se o conjunto ao simples jgo doselernentos, hiptese insustentvel em biologia e com maior ra-ro, em psicologia, pois dois fatos essenciais se encontrariam,de certo modo, eliminados de golpe, isto , o da adaptao aomeio e o da continuidade especica ou individual.

    Sob uma forma mais recente, ou seja, a da simples corre-lao, as relaes entre o temperamento e o cattf'f, nesses lti-mos tempos ensejaram numerosos ffabalhos. A princpio, asdiferenas de temperamentos relacionavam-se s diferenas mor-folgicas. Tais correspondncias foram estudadas, sistemtica-mente, entfe outfos, por KnrtscHEMER, no seu livto "Korper-bau und Character". Distinguiu le, quanto forma, quatotipos: o pcnico, o atltico, o astnico, o displsico. Sobo ponto de vista psicolgico, sepaou dois aspectos essenciaisdo catter correspondentes numa orma mitigada s duas gran-des categorias da patologia mental: a consrituio esquizidee a constituio ciclide. H f.alta de rigot nessa equivalncia,visto como s a constituio esquizide se abre em trs tiposfsicos, o atltico, o astnico, o displsico; enquanto que, entreo ciclide e o pcnico, a coincidncia seria mais relevante,No sse o momento de enveredarmos nos pormenores dssesexemplos. Pretenderamos tosmente lev-los a verificar ainexistncia de alguma tazo, pnt assim dizet intrnseca, a pos-tular a ligao enme si dos tipos sicos e psquicos. Os quecorrespondem constituio esquizide, mfolgicamente noso diferentes, ms com freqncia opostos entre si; por exem-plo, o atltico e o astnico. Apenai o lidar freqente com aconstituio esquizide, ora com o tipo atltico, ora com oa-stnico ou displsico, nos permite afirmar sua relao, a qualdis, consiste numa ,mera omelao.

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    17

  • Limita-se a corelao a registrar urn encontro mais oumenos rcpetido. E dessa reptio deduzimos a probabi-lidade do ncontro. O ndice dessa ptobabilidade estabelecerro grau ou o valot de uma correlao entre dois fenmenos oudus sries de fatos. A correlao existe quando um encontroocorre com fteqncia superior rcsultante de um simplesacaso. Alm disso, haver correlao ,positiva ou negativa per-mitindo.nos titat a concluso de uma afinidade ou de exclusorecproca das duas sries. Dessa forma, a antiga noo decausalidade eficiente d lugar a uma noo de concomitnciatda relativa, um^ vez que o ndice de correlao pode se dis-tanciar, mais ou menos, da unidade, que seria o quociente deuma concomitncia constante, e descer abaixo de un nvel cor-respondente ao do rro provvel e, a partir do qual se tomarimpossvel afirmar-se a existncia da correlao.

    A necessidade dessa substituio revela duas razes. Pri'meiro, a complexidade dos fatos estudados em psicologia, adesaiar a an,lise. Apenas possvel atingitem-se resultados,mais ou menos globais ou patciais. Pretender resolv-los nosseus fattes elementares levatia a tegresses indefinidas sordens de fatos, completamente heterclitos e para os quais,tem,porriamente, impossvel a apreenso do pormenor, dasreaes recptocas e do conjunto. Acrescenta-se po1m a essal:rzo de orem pt,tica uma outr.a, mais fundamental. Trata-seda natuteza dos fatos biolgicos ou psicolgicos. A explicaodstes no poderia ser deduzida das leis prprias, regentes dofattes elerientares, nem das composies de fra disso resul-tantes, pols a vida adaptao. Na sua evoluo, ela integrainumerveis reaes e inluncias exteriotes e acidentais. Mes-mo certas modificaes, talv, na aparncia espontnes e intei-ramente novas, sejam a conseqncia de reaes ou condiesde existncia que ainda no foram encontradas, donde a for-osa impreviso das altetaes mais tarde produzidas. Poroutra pate, produzir-se-o tambm, em psicologia, alteraesno equilbrio do sistema que, em biologia, culminam em mu-tafts. necessrio ver a parte que cabe a sses acidentes emuta$es, Por conseguinte, sendo possvel fazer-se o invent-rio completo dos fatres elementares e combinat entte si suasconseqncias, o resultado a todo instante se alterat pela in-terveno de uma eventual reao ou de uma mutao. Pois

    18

    tal inventrio oferece a'enas uma certa .probabidade. Aspossibilidades de varia sbita so ainda- maiores em psico-logia, na qual a adaptao constantenente enrentar as'con-es muito mais initveis e muito mais dierentes entre si.E pois- da prpria_ natyteza da psicologia a substituio danoo da causalidade pela de correlao. - E na ,psicologia, oestudo do. indivduo,. estudo do qu nle h d mais -pessoal,:- gu. seja seu cattet,

    -

    que torna, na maioria dal v&es,inevitvel a pesquisa pura e simples de correlaes.

    Semelhante atitude porrn no implica na afirmao deque as comelaes devam se bastar a si mesmas. ,o conftrio, um p_togresso necessrio, isto , o de procurar, oculto poidetrs de uma conelao, o fatot ou us iircunstncias qn oexplicam; nesse caso, ser o domnio de um fio a mais ttd .ro-rnela{o da vida psqulca, ser a aqsio da capacidade de lheseguir a ao alm dos nicos encontros proprcionados pelaobservao; com reqncia, mesmo, f.azet a preisao dos efeitos,ainda inditos, ou reduzir unidade tais ftos, at ento ofe-recidos sob um aspecto discordante.

    Por us da comelao morfologia

  • humor e os gestos do sexo otr)osto. Essa dupla maniestao,no campo somtico e no campo psquico, das aes endcrinasdemonstra ser um fator fundamentalmente universal.

    No obstante ^

    vog atual e as grandes espernas dispen-sadas s teorias humorais, no se pode descurat o estudo diretodos demais atres do temperamento e do comportarDento. Noincio, sero estudadas as particularidades da vida vegetativaem geral, as funes reguladotas da atividade do sistema sim-ptis sr autnomo. Suas relaes com a atividade das gln-duhs endcrinas, em geral estritas, no as impedem de revelatno seu prprio campo fotmas de manifestaes peculiares, e dentreter outras relaes com efeitos dependentes mais direta-mente da atividade psquica. Nas relaes interfuncionais, asfunes mais ntimamente associadas possuem conexes quelhe so inetentes, de modo a no poderem ser encaradas comosimples rplica uma da outra, isto , sob duas apancias ecomo que em duas lnguas diferentes; eis porque o "paralelis-mo psicofisiolgico" uma noo artificial. Das duas funes,aquela cujas condies de existncia dependem da outra, per-tence, ao mesmo tempo, u outro plano de otganizao;cortesponde s necessidades superiores de adaptao e se pro-pe exercer sbre a outra uma ao reguladora, inibidora ouestimuladora segundo as necessidades. A esuututa e a histriado sistema netvoso repesent, exatssimamente, pot intermdioda espcie e, at cetto ponto, tambm aavs do desenvolvi-mento de cada indivduo, uma transposio das funes maisprimitivas e mais elementares por aquelas cujo advento cores-ponde a meios de adaptao mais poderosos, mais sutis oumais polivalentes. Em cada invduo, porm, o equilbdo obtidopode oferecet, em cada estgio, certas diferenas, cujas teper-usses no deixam de se fazer sentir no edifcio inteiro desuas disposies e de sua conduta.

    Particularidades cuja influncia detetminante sbre o ca-rter so apontadas por Helr,uurr{ BocENc (5): velocidade eritrno espontneo das reaes, quer motoras e afetivas quer per-ceptivas e mentais; gneto uiual do humor e da atividade;aptido para rcalizat, mais ou menos profundarnente, as ex)e-

    rincias e impresses da vida; grau-varivel de ligao e deaplicao susctados em cada um pelos objetos da-ao e osestmulos oriundos dessa prpria o, nastem do resso doindivduo. e corespondem. sse too-organizado, o qrt; p;;graus, vai das mutaes qumicas maior-ou meor uiu".idd.cas rmagens e dos pensamentos.

    Se algumas dessas funes conservam, em nveis alis de-siguais, a atividade do sistema nervoso sob sua dependncia,elas o tm tambm como

    ,regulador, sendo possvel ira crian-

    como ensaiamos fazJo (6 ) seguir, simultneament,a. maturao progressiva dos centros nervosos e a predominn-cia sucessiva dos diferentes comportamentos. Esia sucesso,porm, no dgorosamenre comparvel, de um indivduopara o ouffo. Casos existem de retardamento e de precocidadeque atingem_ssa ou aquela funo; e tais diferenaj de sincro-nismo,- devidas a: insuficincias, por vzes durveis, por elasreveladas; ormas de compensa ou de por vze ior elasprovocadas; hbitos com freqncia definitivos por els desta-cados, tudo isso nos impe possibilidade de, iob atos, cujosresultados tornarm-se -exterirmente semelantes, .*rtir,ornecanismos variveis. Dessa maneira, a diversidae de tiposindividuais pode surgir de um estudo gentico da criana. ier-tos autores procuraram determinar no adulto

    -

    como ouostipos morfolgicos

    -

    tipos de compleio motora, correlacio-nados com determinadas formas de carter. Gounrvtrcrr. oorexe.mplo,-distingue cinco tipos: a debidade motora de ppi4o infantilismo moror de HounuRct& a insu{icincia extr--piramidal de Horununcen-GounnvrrcH, a insuficincia fron-tal de GounEvrrcl, a insuficincia cerebelosa de TarloN (?).. .

    No que tange a esss caractersticas dependentes da cons-tituio prg1a do indivduo, outros autorej insistiram, de ummodo especial, sbre situaes em que se lhe tor"" n.rr,ariouma adaptao

    -e -sbre a maneira e o azer. Na teadJe, to impossvel deduzir-se um comporramento de disposiespor mais fundamentais e imperiosas que se;am quanto ddu-

    (5) V.e Conf. fnternationale de Psychotechnique, C. R., pp.78-82.

    20

    (6) Ll&nfant turbwlent, 1.a parte.g) Para as lacunas e impropriedades apresentadas, a meuY6r, por esta clessificao -- alis-muito intelessante _'cnsul-tat Awtml,es Md,ico-Psgchologiquos, 1992, t. L, p, Ir2-L46.

    21

  • zir-se uma funo dos atres mais elementares por ela integrados. E quanto mais cresce, com a complexidade d9 umatividade, a diversidade das circunstncias a que tem de res'ponder, meos possvel ssociat esta atividade dessas cir-cunstncias e encar-la isoladamente. Isto , precisamente, oque se observa nas relaes do homem com aquilo queGrpse (s) qualifica de materiais por intermdio dos quais sercaliza sua tividade. Segundo se trate: seja de sua vida coti-diana e nesta de sua atividade profissional ou familiar, de seushbitos pessoais ou de costumes sociais; seja de situaes no'vas e imprevistas, tais como incndio, morte de um parente,perda da-catteira, gao na loteria ou, seja-ainda, pata o adgiescente, de sua'piimeira cigateira, o modo de teagir pode,no mesmo indivduo, apresentr uma grande diversidade' Damesma orma sua atirude em face dos fetentes objetos ofere'cidos sua atividade mental: idias, cultura, nadio, tcnicase conhecimentos de tda natureza; ou ento em face de ouffoshomens. A hostilidade, a simpatia, o desdm, a complacnciaque le lhes testemunha de acrdo com sua situao ou cte-doria social. e de acrdo com as circunstncias; suas maneiras. ,"t e o tom de suas convetsaes com cada um dles, aesto outros tantos traos capazes de se combinatem diferen-temente.

    O carter' tesultaria da soma dsses elementos, ou antes,de sua repetio. Dir-se-ia a impresso dles na pessol'

    -Nestavem atingir .

    " t. fixat maniras de teagir- cuja explicaio

    repous n complexo indissocivel fotmado pelas situae-s de-teiminadas . peas disposies do indivduo. O ato de

    -adapta-o que os une entte si representa o fato inicial. Tudo maisno - passa de anlise. Em biologia, porm, existe um proce'dimenio de anlise que no corre o risco de dissolver as uni'dades essenciais: o estudo gentico dos stes e das funes,Por meio dsse estudo vetific-se, particularmente, de como acdana, ao se desenvolver, elabora de etapa em etpa essaespcie de ndice individual que se chama cartet.

    Pnrrvrnrna Pentr

    O COMPORTAMENTO EMOCIOI{AL

    CAPTULO I

    AS PREMISSAS PSICOFISIOLGICAS DVIDA AFETIVA

    As situaes s quais o indivduo deve reagir ou se adaptat, esto entte os fatres essenciais do seu cattet; na criana,einda bem pequena, no parece, enffetanto, que j se possaalar em carer. Pois extrernamente circunscrito o meib desuas daes, oferecendo-lhe apenas situaes muito uniformese de uma espcie pouco propcia s manifestaes originais oupessoals.

    Se o carter compofta uma certa constncia nas maneirasde reagir, temos ainda a uma condio difcil de ser enconuadana criana. No smente porque o nmero das ocasies a elaoetecidas e as expetincias por que passou permanece muitofestrito para ter conseguido nela gmvar disposi$es particulares,mas tambm em nzo da descontinuidade essencial observadacm. seu com.portamento. Nada mais lbil que suas possibili-dades ou veleidades de ao. Nada persiste nela e nda sabeptosseguir. A existncia de temas que se repetem e do ailuso de uma certa constncia to smente um sinal de pe-nria. Na tealidade, incapaz de desenvolver ou recordafteis rcmas. Suas aspiraes so essencialmente intermitentes.No podendo se mnter, evoluir, nem progedir, desfazem-seto logo se fotmem e so reduzidos por excitaes semelhantespu pda raridade e o rpido desaparecimento daqueles susce-tfucis de os substituir. A incoerncia apresentada pela con-dtrta da criana decorre do fato de no ser observada na simi-lltudc de suas diversas manifestaes, mas sim, em sua sucessohut.

    22

    (8) V.e co,nf. Int. de Psychotechnique, C. R., p. 88-90.23

  • Por fim, durante seu ctescimento, de modo sucessivo v-sedominada por uma das funes prestes a nascer ou a se tevelar.Pois, antes de se integrar em sua atividade, conea pot preen-ch-la com suas variaes e exerccios sem objetivo e sem fim.Parece .azer a prova de suas possibilidades em tda a extensode seus mecanismos e de suas ligaes: dessa maneira, sonsproduzidos pela mera ginstica dos aparelhos orais e fonatdosso indeinidamente moficados; o ouvido, ao ser despertadoe educado por sses sons, logo assume a direo. Da mesmaforma, a criana se compraz em rcalizat pequens acrobaciasno incio da marcha a fim de conquistar o equilbrio. Nessemomento, ao invs de disposies ou de pteferncias indivi-duais, ffata-se sobretudo de manifestaes relacionadas com odesenvolvimento uncional. Eis que tambm do ponto de vistagentico e analtico lcito o reconhecimento das afinidadesde uma funo e a observao das redues sucessivas atravsdas quais ela tecebe uma direo determ.inada e aiusta-se aoequilbrio da personalidade em formao. As linhas de ratendentes a se denearem e atuantes na evoluo ulterior dosujeito adquirem dessa maneira um maior realce quando encer-radas nos traos fixos do carter.

    Alm disso, inexiste etapa desprovida de coerncia e designificao peculiares. As situaes diante das quais a ctianateage so exatamente as correspondentes aos seus meios. Al-gumas seguem penas o crescimento a extenso ptogressivadas outtas. A cada idade cotresponde um tipo de comporta-mento e todo comportamento se otganiza em trno de certasatividades undamentais, cujas teis aparecem de modo maisentico, quando ainda isoladas e prepondetantes, do que nasposteriores complicaes da vida psquica. O estudo da crianair nos tacilitar melhor decirao.

    INAPTIDO DO LACTENTE PARA TIVIDADE DE RELAOA observao de que o lactente, no incio do seu desen-

    volvimento, apenas apto paa uma vida ou atividade pura-mente afetivas implica no enunciado de uma constatao banale que s tem intersse quando reduzida a trnos mais precisos.Sem dvida a i^na, pelo menos na espcie humana, perma-nece longos meses sem 'possvel acesso vida de relao. to24

    tncapaz de manter, com o meio fsico, relaes ativas quanto opinto na sua casca. Fazem-lhe falta ao objetivo no smente osmovimentos de execuo, os movimentos coordenados e apreptiados, como tambm os indispensveis a uma percepocorteta do mundo exterior.

    A vista, por exemplo, muito embora no primeiro pla-no dos sentidos necessrios distino e direo entre as coi-sas, perm.anece durante muito tempo imprpria pat^ a funo.Por certo, desde o nascimento, os olhos reagem clatidadepela conttao pupilar e pelo echamento das plpebras; vol-tm-se para as fontes luminosas cuja intensidade no os ofenda.Contudo, enre sse reflexo e a verdadeita fixa$o do olhar,tecoecivel pela capacidade de se deter num mancha lumi-nosl com excluso de outta, existe uma diferena apenas ven-cida depois do dcimo dia. Alis, at o dcimo primeiro dia,PnrvBn ( I ) obsetvou nos movimentos oculares plpebrasuma incoordenao opondo, a todos os instntes, um obstculo fixao dos objetos. Os globos oculares ficam fixos e asplpebras no se abrem, ao mesmo tempo. Ainda ao cabo deum ms, abrem-se desigualmente e nem sempre simultnea-nente, Durante os trs primeitos meses, ocorte-lhes no maisoeguirem o deslocamento dos globos oculares, salvo no seu mG.vimento para baixo. Smente no 98.o dia haveria concomi-tncia entre a elevao do olhar e o enfi.rgarnento da fronte.Em compensao, outras sinergias so rnais precoces, po-dendo se produzir fora de propsito. Assim, da 2," 6.' sema-na, a contrao pupilar, pouco importando sua causa, provocaa dos msculos ciliares, aumentando a curvatura do cristalino,assim como a contrao dos msculos retos internos, fazendosonvergir os olhos. Ora, sse conjunto acomodativo convmgpenas viso dos objetos prximos. No 23.o dia o olhar seguepcdeitamente um objeto que se desloca e na 10.a semaa procuraa origem de um rudo to-smente pelo movimento doJ olhos.

    Com efeito, os movimentos da cabea tornam-se possveisrpenas mais trde. Na 11." semana ainda est sujeita a penderde um lado para outro e no permanece irme; antes do 4.",t.o ou mesmo 6.o ms se, incapaz de se orientr, con um

    (1) A,me il.a Venfant, trad. Varigny, Paris, Alcan, 1887.25

  • movimento contnuo, nas diferentes ditees do espao. Aao conjugada entre a cabea e os olhos , no entanto, to ne_ce_s-sria xplorao do campo visual a ponto de ser reguladapor aparellios especiais e coiresponde aos sistemas ptimitivos deonexes nervoss. No sistema nervoso, sses centtos de coot-denao esto situados relativamente baixo, isto , pertencema et;pas j recuadas da evoluo e, pot conseqncia, devemser de um desenvolvimento um tnto plecoce no compofta-mento do indivduo.

    A utilizao e mesmo a percepo do espao, conformeapuou I7. StrnN, esto na dependncia estreita do movimento.H cortespondncia exata de seus estgios. O espao da cian-a permanece puramente bucal, enquanto no possuir

    -qwi'mentos coordendos, salvo, claro, bs da bca e dos Lbios'Atinge ao consentimento do "espao ptximo" medida emque se totna capaz de coordenar os gestos das mos e dos6raos; supondole, portanto, uma estabilidade e uma siner-gia- j sufiientes doJ ombros e do uonco. Enfim, a marchaIhe'confere a capacidade de juntar, avaliar entre sses gestosos ragmentos de espao prximo onde se desdobram seus atosde preenso e de iecusa, transformandeos, dsse modo, emespao nico, no qual ser possvel a coexistncia de todos osobjetos.' ntes, potm, ds quatro meses ainda no pode 'erstir o expao prximo por la mesma visto, como

    -qn4ano seor ot novimentos que lhe permitam: a estabilidadedo tronco; modificar a direo e a posio dsses movimenos;virar-se ou se sentar, como se a tivessem colocado de acecontra o cho, cama etc. Nessa idade de qutro meses, por umsincronismo sem dvida no simples coincidncia, a crianaadquire a capacidade de regular sua prpria posio no espao;iss porque s telexos labrnticos, it ento livres do conttledo crebto, deixam de se produzir automticamente, uma veztealizadas as condies perifricas; tais rcflo

  • seis hotas, isto , muito mais tempo que o habitual. A faiga a causa' do sono. ste, no recm-nascido, seria ainda favo-recido pela insuficincia da hematose, relacionada que est comseu fraco volume sangneo e sua respirao superficial, assimcomo pela grande quahtidade de oxignio solicitada pelos pro-dutos da digesto L'ctea.

    Assim, pois, no seu comportamento, o sono mantm umlugar de eleio. Ota, o sono no aquela r9ao negativaou neutra que habitualmente se pretende crer (a). No-cons-titui uma simples parada da atividade. Trata-se de- uma funo qual coresponem centros etvosos localizados, precisa'mente, na mesma regio onde se encontram os cenos re-gu-ladotes da nuttio tissular e do metabolismo, ou sej-a na- faceinferiot dos hemisfrios cerebrais, na regio do infundbulo.Ttaduz-se maneira de um reflexo e sua ao se estende, aomesmo tempo, aos centros da vida vegetativa,

    -

    circulaoe respirao sobretudo,

    -

    e sbre os centros -motores, nos

    quais-ess ao no se limita a inibir. Na realidade' no sonoclmo e repousante, a intcia muscular relativa e muito va'rivel. A titude dos que dormem bem, o tevela' O recm--nascido etoma ptimeiio a posio encolhida, reto-rcida dofeto; mais tarde sta posio-persiste apenas em telao- aosmembros inferiores; em seguid, surgem atitudes reveladotasdas mais variadas fotmas, apresentando, porm, habitualmente,uma certa constncia no mesmo indivduo e, por vzes, indicandopeculiaridades familiares. Longe, por conseguinte, de seremonsidetadas indierentes, visto poderem traduzir disposiesgadas hereditariedade. Alguni psiclogos pretenderam vin'ar a atitude do dormente dierentes tipos relacionados compleio psicomotora: titude encolhida, attaca^-do 31'sios o inflda do homem cheio de coniana em si. Sem d-vida, em cada caso, trt-se de sistemas musculares diferentesa permanecerem em estado de contratura latente, em vigilncia.

    Tda atitude ou postura, no sono como na viglia, de'pende da atividade tnica, isto , a atividade que

    -empresta aosinsculos um grau de consistncia e uma forma determinadas;vetemos, no dcorrer dste estudo, qual ser a sua importncia

    (4) Retatrto de TounN.w e LrmMIrrE, R8'. Neu'r,, L927,t. I, p. 71 e segulntes.28

    grqca. Da mesma maneita que essa funo tnica mantm aparelho muscular nesses estados variveis de acomodao,que traduzem as atitudes, o sono pfece possuir uma aogloga sbre os outros centros da atividade e, pot exemplo,os da vida intelectual. Da, talvez, a diversidade encontradaane os sonhos e os sonhadores. Todavia, o sonho est longe

    ,,,i,'. de representat t6da a atividade mental do sono. do conhe-,i,i., cimento geral que a inteno de saber, ao despertat, uma o.:,. mal aprendida na vspera conuibui para que essa lio, durantei' o sono se fixe, efetivamente, na memria. Muitas ordens

    recebidas do prprio indivduo ou de outio, ntre as quais a' de despertar na hora certa, so fielmente executadas pelo dor-

    .:;t. mente. E. quantos problemas encontraram soluo durante o'.:;. sono? Na atividade de cada um o sono mantm um lugar espe'::,.. , dal. O rtmo de suas alternncias com viglia varia-segunoj:, es idades, como vatia, alis, segundo as espcies animais, nas

    quais com freqncia est, longe de responder ao ritmo nicte-_

    m*al. Por cetto estar muito mais propenso a variar ene',i.,' os indivduos infensos

    .ao constrangimento dos costumes e da'., vlda social. Todavia, por vzes, ise ritmo dominado pelas

    *igncias da atividade. De-. Napoleo .e de oltra-s . figuras,

    ' @nta-se que, em pleno abalho conseguiam, voluntriamente,dormir a fim de buscarem um repouso fugaz, oa ento para

    ,:;,,. cncontrar no sono a soluo de uma dificuldade.,,r,,.:. Pelo emprgo dos hipnticos, demonstrar-se- a diversi-:'i.',, dnde de aes que o sono capaz de exercet nos diferentes. ': iiglmas funcionais; alguns oferecem um sono com resoluoa.. mrecular completa, e outros com contraturas, isto , um exa-,11; fro da ao tnica, possvel de ser diversamente disuibuda;a::, '. Ouos parecem produzir um sono sem soos e alguns susci-.rr,,. Uram soos de uma espcie determinada. bem plausvel,-..' dl$ociaes mesno eficincias particulares possam ser obti-.: &r graas a quaisquer excitaes condicionais e, sobretudo,-,;;; lttrvr de excitaes psquicas, seguindo mtodos semelhantesffi;:,,lol doo hipnotizadores. Mesmo sendo um gnero de pesquisa:*...- ': .,sf ':rl- .l;.--,''{$r,',-- ., () Pavlov.l...]]:,. 29

  • onde a iluso e a fraude podem se imiscuir, nem por isso dei-xam de ser concebveis,

    Antes de set mecanizado, como acontece, mais ou menosem, tu,o das necessidades da ao, o sono na criana comeapor ser uma das grandes funes, em trno da qual se orga-nizam sua vida e sua atividade. Algumas v&es, no adulto,le se torna preponderante. Ern todo cso permanece um dosdois moments ssenciais de tda atividade. Se esta atividadese exaure faz-se mistr uma restaurao; sua fase catablicadeve comesponder uma anablica. A relao, porm, dessasduas fases, segundo os indivduos mesmo adultos, pode setmuito diferente. Levando-se em considerao os casos extte-mos e sem encarr as mltiplas combinaes de titmo, de nvel,de durao relativa, de variaes peridicas, chegar-se- con-cluso de que o consumo tende, indefinidamente, a ultrapassaras fesevas ou estas a se acumularem por excesso de sono oude torpor. Em. certos indivduos, a sonolncia est sempre apostos par compensar o esfro. O sono permanece, comona criana, o importante ordenadot da existncia. Constituio sono uma das formas assumidas pelo instinto de conservao.

    Talvez haja tambm intersse em comparat a descendnciados grandes dormentes com a dos insones.

    A) _ AS REAES DE ORIGEM INTEROCEPTIVQuando no dotme, o tecm-nascido mama, a menos que

    chore. Se no mama, no digere, e chora ao voltar a fome.Dessa forma, as unes de nutrio ssumem no seu compor'tamento um lugar, pelo menos, igual ao do sono. O contraste televante entre a perfeio dos movimentos complexos erigorosamente cootdenados que executzrm ao pegar o seio, l-bios, lngua, abbada do palato, faringe, e a agitao imegularde seus membtos no espao.

    No ser exagto saentat a n fi$e?., inata de alguns dssesmovimentos e o nmero de meses necessrios para que, comouttos, le possa iniciat a aprendizagem. Estando uma ctianaa nascef, e apenas com a cabea aparecendo, Pnrvnn verificougue a ponta de um lpis intoduzida entte os lbios da mesma,

    t0

    :*;&cta desctio, o mais intetessante no o fato de sim'

    Os lbios se amoldam' ao mamilo, a lngua e o

    um movimento de suco com expresso de prazer,que, a cada uma das compresses devidas s cona-

    do tiabalho do parto, cotrespondia uma fisionomia dercnto. le realou, com rigorismo, a dierenciao dosos provocada pelo toque na cavidade em suas diferentes

    :fua, enquanto que os lbios se alongam em forma dee as pupilas se dilatam indicando prazeti da resultando

    nnic coireipondente, -

    segundo a expresso de Pnevsn,., I sensao de "doce". Se a excitao da lngua vai at o

    de sua parte superior, os olhos se fecham, apertados, asrs e os cantos da bca se elevam. Atingida a base daou o palato, h esto de vmito co a b&4 t{a

    *r, a lngua projetada para diante, a laringe levantada, sali-o abundante e a mmica correspo{rdente_ sensao dettgot", mmica rnuseosa e enjoada do adulto.

    l bcr sbre o jato do leite, o qual, por sua vez, alcan--r , hringc provoca a deglutio. Tais contxas, atn-f rueccao do lquido absorvido, resuingindese e seM nle so em tudo semelhantes s conttaes do

    lf&'do tubo digestivo que toma contato com o exteriot.f.,$!tG!uittt, no nos surpreende possurem essas cona-ll dctd o nascimento, a rnesma perfeio que a motilidade!du m vsceras.Mb obrtmtc essa sucesso de atos segmentafes e, de algu-lofmr, metrmricos, nada os impedi de ser simultna-

    lr cotraes peristlticas do intestino. Elas consti-ur orma mais dierenciada, como convm a est extre-

    qr mlldrlamente modificveis.- Suas ondas de contra-De nodificar o sentido, alterando a direo , segundo asH produddss em crrtos e determinados pontos do tubo$ro, crnrormat e ddutio em vmito. A est uma

    qGr no edulto, 5llrce n accrtudo tegresso, talves,31

  • m bafte conseqncia de inibies gadas decadncia ou ao de';;":*A'-;;ditio.' a htente-nada tm de excepcional ei""nt idiota"s, smehana dos ruminantes, continuam-iapl-,. d. fazer vokar o contedo do seu estmago. bca (:)' 1r'"".itufiUa.ae

    de cada segmento est sob -a dependncia de

    outros: a repleo do estmago, por exemplo, abole ou alteraa dos lbios-e a lngua, os quais no- mais reagem-ao co.ntatoou apens por rcflexos de ocluso e de esquiva'- tr^-eteltoslstircia q,t. s. superpem s excitaes e reaes locals' ui"to aig.itiuo, a pariir dos lbios at o nus, se comporta;;;

    ""_ resrvatSrio de comunicaes intermirenres com o

    .r.ti* b"tto tais, pott.t.* excitabilidade e motilidade espe-ciais. isto . uma excitabilidade um motilidade estteitamente'rr*ita't."' il;; ;;l"tponat distenso de suas-paredesi

    "-" .ontr"cao toni.--iealizada no prprio local. Tambm

    iossui uma sensibilidade intersegmentr, particularmente naxtremidade bucal.

    Como sustenta FnBUp, existe na criana um-perodo^otal'-anal. Dutante muito tempo, ela levat todo objeto bca ,eorovar todos les com a bca, da mesma forma que sr atrloail;.'.i;;;et--a"titudas por seu nus' Bca e nus so';il:

    ^-;J t.ntibilidadei que a podern absorver' Ela con'

    il;it; rtntt-r,"t "

    s.rcciotai tto polegat e, se tais.tentativas;;^t;.- r"prirnidut, chega, a introduzir no prptio nusuma vareta ou a ensaiat faz-lo em um dos companherfos...tJ;.;. ooe a criana experimenta por s-se- gnero de sensaes"il*.ttt" se ttansformat em curiosidade, pelos serrs rgaos;;.t do outro. No existe, todavia, nenhuma tazo pan..se#'"t rgt"a"' "ti. ao fo*e inter.sse que. as,sen.sibi-lidades orgnicas suscitam na ctiana:. a idade onde ela alnda;"d.;.";i;oo camuflar os inrersses ou as satisfaes;t;;;;-o;; tudo aqo que encon*a no mundo das realid-a-fi";rv;.--* =J,iuid, o' prazeres que disso extrai' pelofato d no setem limitados por outros' podero. se .lhe alt-zurar mais tarde, a distncia, como tendo sido pelados de tooos, pt"r.t.t possveis, inclusive o erotismo' Porm' se an[es deta f"t.n.iao o ptazet pertence' com efeito, a uma cate-

    -(O)A"stasingularidatlecleuSEcLAsonomedem'eric4ttrto'g^'iaitnt-'t*iv*unt, r[r Parte, encontram'se exemplos'32

    ,,goria mpar, constitui um abuso identiicar-lhe as origens com:ma de -suas posteriores dierenciaes.: O lugar, por assim dizer central,-que a atividade do tubo, digestivo * no comportamento- do lactente resultS, sufi''

    nt.m"ntu, os perodoi pelos quais passa sua atividade entre.r fome e a sacieade; dal freqentes manifestaes digestiv.as

    " u. r,t*tuer", solro, regurgifaes ou ccas; da capacidade,, i ptincpio exclusiva,-que posJuem o seio ou a mamadeira para,,,.Jqp"ttt na sua fisioioma e nos. seus gestos a expresso. dod"rio, do contentamento; e, pot im de ?irigir scus primeitosoui.ntor no espao, os doi lbios proq.rra do mamilo, os

    ,i',ihs mos, cispads -sbre

    o seio ou estendidas par3 a mlma'ii&it". Evidenemente, medida que vo surgindo outras fun'--d*, essa ptonderncia se apa{a, e particularmente aquelas1 irue'" pern em relao com o meio exterior. Mas seu mtuo;;dt;tq segundo os indivduos, pd9. ser. vativel.. Algu-i:F:'.tat-crianas aem depender tda sua vida do tubo-digestivo'

    .1..'. la=*iito"tiu.t de seu ilr.ot, as ases de sua atividade, o riveli.i ''ro6 aptides esro na dependncia estfeita das necessidades,- b..oTifao"s alimentaes. Ariuilo que em tdas menos obser-]'l'.*1, qo. no entanto apresent-a intersse caprta!- so-as

    rdptot variveis do iubo digestivo nas manifestaesr vUa psquica, sobretudo nas e-moes' No apenas sta oulf,u& de t.t ieaes tnicas, glandulares e sensitivas liga'se;';il ou quela .tp.i" de emofo, como tambm a qualidade

    :. i - otqiierr.ias'patticulares e ,tma mesma egoeo.podern,.",. ,.mcnaet da* r.to.t digestivas, as mais especficas de cada, - htiotduo. Dessa {otma, de estgio em estgio, as funes,- Offii"Sr entfam nos sistemas de onexes, onde a influncia., p elas exercida sbre o-tempetmento e sbre o comporta-..' krto compensa a perda de sua autonomia.'i11 A depleo da bexiga, incontrolada durante os primeiros

    tnc3e!, coistiiui um belo o

  • sfra aghaAo por vzes considervel e no c-oqsegu-e satisfaz--lo seno ps-muitos esforos e incetezas. Colocada fF posi'o adequaa a aiana deve ser ainda solicitada por difetentesxcitas sensoriais, particularmente auditivas,

    -antes que .aao ie localize, exataente, no rgo intetessado e que. seia,stada a inibio. O espetculo asiume tda a-sua amptude.o- o cachorrinho, no qal a excitao se raduz por

    -saltos,cotridas, eventuais'ganids de inquietao at que,- a-o farcjat,aqui e 'ali, parece lnfim se,aperieber da necessidade gue.oatrmentava, no instante plecis em que comea a satisfaz-ta.A mico aliada ao faro constitui uma de suas mais freqentesmanifetaes de intersse. A necessidade de mico

    -complicatambm a criana, e mesmo no adulto, os estados de e1P-ec-tativa, de incerteia, de ansiedade e por vzes de

    -desejo. Mas,ainda aoui. parecem prematutas e foradas as interpretaesde Fnnuo.' A sensibiiidade da uretra, mais perifrica e porconseguinte mais viva, mais diferenciada- que a da bexiga, notem, nicialmente, nada de ertico, ainda que com a- seqn-cia 'de excitaes manuais, ela possa ptecocement degenerarem es,pasmo venteo, e, com o

    -

    tmpo, sse espasmo gvocafimptes-ses, imagens que alis, freqentemente no incio somais masoquistas que sexuais.

    O grito a primeira manifestao de vida do recm-nas-cido. S'inal de alio, segundo Lucncro, diante da misriada existncia humana. Smbolo de angstia, cujo nascimento,qae f.az passar da existncia anttica pam a atea, setia pata*",ro, o prottipo jamais supetado pelas piores angstias davida. 'Fisilgicamente o grio um espasmo espiratrio;acompanha o primeiro reflexo tespiratrio, no-instante em queuo ,J t.p"rr -da me, devem os prprios pulmes da crianalhe assegurar a hematose. Algumas vzes, sse grito subs'titudo lelo espino, reflexo explosivo da rvote respitatria,cujo ponto de iartia pode ser uma irritao da mucosa.nasal,ms cuja caus principal , como

    -para ! primeiro .gtito, abrusca queda da temperatura, qual, se submete a cnana, aopassar d claustro uterino pm o ar livre,

    A respirao do recm'nascido permanece dutante diversassemans sem ielao com as suas reaes psquicas. N-o incio de intensidade muito irregular, com pausas aps cada cinco

    34

    ou seis atos tespirattios. Em seguida, ela torna-se alternati-vanente profunda e ligeira, e assulne, enfim, uma periodici'dade que parece corresponder a um regulao puramente ve-getativa. No entanto, aprcsenta em relao aos sons uma exci'-tebilid"d" reflexa que precede o momento onde ser, j naiana, a funo mais sensvel s variaes dos estadospsquicos.- -

    Pat:a ela, o grito constitui o preldio palavta' cons'trangendo as paredes das cavidades respiratrias sbre o atespiiado, escalnando-se do diafragma os lbios, que se pro'dz o grito. E ao modelJo com uma extema diversidadeentre elas preparam a linguagem dos sons, entre os quais ster que escolher. O espasmo inicial poder se resolver e oscenos que'a evoluo supetpot s contraes viscerais da'ro aos movimentos da articulao uma agilidade de sucessoe de combinao que parecer faz-la distanciar, de ,muito, asconaes tnicas dos msculos respiratrios; contudo, de suaao proceder a palavra. Esta filiao no indiferente.Mostr como a expresso verbal, provendo o pensamento desmbolos indispensveis, tern por substncia a mesma motili-dade plstica da qual so feitos o jgo das vsceras e o dasatitudes. A proximidade da voz com o espasmo em certoscasos, pode ser reconhecida. medida que relincha o asnoentr em contratura, de tal forma que seu grito acaba por seapag num estado de cispao generalizada. Num indivduoatacado de encefalit e letrgica, observamos o mesmo f.ato;nle, o mesencfalo se enconttava mais ou nenos privado deseu contrle sbne os centros do tono: a palavn era, rpida-tnente, interrompida por um enrijecimento ampliado a cadaemisso de som.

    No mesmo sentido, interpretar-se- uma observao dePnrven. Este observou patecerem os gritos da criana dimi-nuir as sensaes desagradveis que podem the causar uma luzrefulgente, uma substncia amatga, sem contudo substituJopor um estado agtad6,vel. Qual poderia ser o mecanismo dessainluncia anestesiante, seno o antagonismo que patece existirntre o hipertono e a sensibilidade s excitaes perifticas?Voltaremos a sse assunto. Pois um fato provvelmentecapital no estudo da vida aetiva e na explicao das emoes.Eie potque importa realar essas particulatidades funcionais,dcsde sua ptimeira apatio e sob sua fotma mais elementar.

    35

  • B) -

    S REAES DA ORIGEM PROPRIOCEPTIVA

    O recm-nascido ofetece pois um perfeito contraste enttes,ra ativiade de relao,

    -'abs nunia, atividadefuncional, j em pleno exerccio e cuja influncia em seu com'Dortamento total. De um lado, gestos no espao que se asse-melham a sirnples descargas mototas, sem objetivo exterior'Douffo lado, sistemas bem harmnicos de contaes mlscu-lares. emDreitam aos rgos a forma e o grau de consistncianeceisrio a fim de qt . ot mesmos, dilatando'se, acomodemo contedo para compfimi-lo, expulsJo

    .-ou modificar o seu

    "oot"o. um ctto, inaptido a sensibilidade a reahzat apercepo dos objetos paia os quais parece ditigida; nouuoaso,nio estreit da snsibilidade conrao cuio grau.aya-lia. ' Pois a sensibilidade dos rgos ocos ou eservatrios,conesponde a seu estado de tenso ou de distenso, isto-, ao; d" zuas fibras musculares. Atividade e sensibilidadetnicas encontram'se numa constante dependncia mtua' Adistncia observada na motidade da criana, ene a- incoe-rncia dos seus gestos exteriores e o pleno trabalho de suasuirtrt, se verifia, portanto, entre o que SHennrNctow cha-mou d sensibilidad exteroceptiva e sensibidade interoceptiva. A oposio, porm, dsss dois sistemas no implica

    .se'rem les iotul*"nt. heterogneos e disjuntivos. No recm--nascido existem outras mnifestaes impossveis de seremreduzidas a qualquet dessas duas sensibidades, ou pelo menosuma atende aos rgos produtores daquelas qalifestaes eoutra atende sua aturdza. Enre a sensibilidade exterocep-tiva e a sensibilidade interoceptiva, SHrnnINcroN distinguiuuma terceita, a sensibilidade proprioceptiva.

    Diante do grito da criana a me, pot convenincia, aoinvs de ,.t-"n't-I., pode sutstituir seus gritos pelo sono e,assim de modo instintio, a embala, lateralmente ou de cimaoara baixo. segundo uma ou outra dessas posies se mostr-i.- ."or".t di acalmJa. Essas manobras outro efeito nopoit".tit seno o de agir sbre a sensibilidade, cujo ponto deLartida so os canais- semicirctrlares e o labirinto, ou seja,^ua aao direta sbre o aparelho do equilbrio, elaborado pamrecistrr a otientao vativel do corpo e os seus movimentosde" translao no opao. As impreJses ligadas ao exerccio

    36

    dessa sensibilidade no so eficazes apenas no lactente; em(ertos idiotas, crrja vida de relao petmnece nula ou rudi-mentar, elas assumem uma espcie de exclusividade rude econtribuem para que les passem horas inteirs a se balanarou a girarcm sbre si mesmos frenticamente (? ). Tais impres-ses servem aos religiosos muulmanos para, na veftigem, en-contrrem o xtase. Utilizam-se muitas danas sagradas, nas'de aquiescncia, nos diversos divertimentos como na gangorr,no carrocel, na montanha russa, no tobogan etc. Ainda no ocasio para se investigat suas conexes aetivas, pertencentesa um nvel ulterior de otganizao e de complexidade men-tais (8). Tod'avia, o nmero das invenes apropriadas patamoviment-las um testem.unho inconteste de sua influncianos estados'e disposies psquicas.

    A sensibilidade proprioceptiva, semelhana das outras,no existe por si mesma. Ela, como as demais, tem sua razode ser nas relaes correspondentes. mesmo consecutiva srcaes que seguem s excitaes labirnticas mas no ime-diatamente subseqente a essas excitaes. Por conseguinte,assemelha-se mais sensibilidade visceral que a dos rgos sen'soriais, cuja excitao origem direta de sensaes. Asseme-lha-se ainda sensibilidade das vsceras pela natureza das rea-es a que se liga, pois os efeitos de uma excitao labirnticaio variaes do tono, cujo domnio, na realidade, no se li-mita s vsceras, aos apatelhos circulattio, respiratrio, diges-tivo, gnito-urindo; na sua totalidade estende-se tambm ao*irtema muscular, isto , aos msculos do esqueleto: quelesque efetuam os deslocamentos dos membtos

    _

    e do corpo no*pro. A sses movimentos de grande amplitude correspon-dem encunamentos ou alongamentos btuscos e considerveisda fibta musculat, contra&s chamadas fsicas, sob m'uitospontos distintas das conftaes tnicas. Porm, os mesmos ms-'arjos revelam a sede de um atividade tnica ou plstica, que lhespropotciona, a cada instante, um grau de consistncia e umaorma em relao com s ases sucessivas do gesto executadoolt que, interompido o gesto, conserva o corpo n sua atitude

    (?, Ver exemplos em A&nlfant tw'bulant, IIf Parte.(8) Ver captulo VI: .4s origens e oc orm.ae da' emodal* alltqa,t p. 9 e seguintes.37

  • atual. As atitudes repousam na atividade tnica, assim comoos movirnentos das vscerasl motivo pelo qual SrmnnrNctoNfz do seu conjunto uma mesma funo undamental sob onome de funo postural.

    To distintos quanto possarn ser seus efeitos- aparentes,distinta sua sede e -variadai suas diferenciaes, ainidades euma solidatiedade ntimas continuam a uni-los. Dessa ormapodem se explicar muitos mecanismos da vida psquica.

    Assim as excitaes do labirinto, ao provocarem modi'ficaes do tono, modiicam, sem dvida, a atividade visceral;mas so, sobretudo, a origem das atitudes que diferem com ,osentido da excitao labirntica. Desde o primeiro ms devida, SrnnN obsetvou que uma criana ptojeta os braos loar como que procura de apoio, no momenlo eP que 9 .ps-odo adulto-faz t\tft, bruscamente, a cama onde ela est deitadaou mesmo ao ser colocada na banheira (e). Entretanto, dizSrrnN, ela ainda iamais correr o tisco de cair ou de se afogat. Na sua opinio, o que independe da experincia s sepode explicar como um reflexo inato do mdo' Mas essa inter-iretaao, por cetto, antecede o desenvolvimento real da cdan-ia. Aind no 41.o dia, Pnnvnn obsetvou ato semelhante, semr. r criana despertasse ( 10 ). Retirandese, lentamente, olnol sbre

    -o qoal estava deitada, seus btaos se agitavam aprincpio viva sim,ultneamente paa a cabea, depois emientid inverso. Igualmente '!il. FnrrueNN (r1) notou- que oorpo de uma criaa proietadq no ar se endjece, a cabea securva Data tts. a coluna vertebral entfa em extenso, as pef'nas se separam, os dedos dos ps e os braos ficam em abdu'o, os ctovelos ligeiramente-letidos, as mos abertas, coms dedos separados.- Essas atitudes correspondem s descitaspor MecNu e Kr,rrJN com o nome de Liftbewegangen, mo'uitn.ntot de elevadot; ptoduzem uma queda ou uma eleva-o bruscas; a extirpa dos dois labitintos, as- supdme. Tra-ia-se, pois,

    -de simples reflexos labirnticos. Qualquer que seja

    r,rr r.*"lh.na co as manifestaes exteriores do r-ndg, q9r-tencem a urn- perodo anterior. No feto j se pode obtJos

    e sua apario deixa de set automtica partir do qoarto ms.trsto ,

    -sob,revm nessa idade, atividades mais complexqs, que

    as integtam, conuolam e podem inibi-las total ou parcialmente.Contudb, a ao inibidora suscitada, mgslng nesses casos, ostransforma em componentes de reao global e com sse gmude orsanizaco, reagem sbre a sensibilidade de conjunto e setornrri o prirrcpiJde certas emoes (12)'

    A importncia das atitudes, na expresso, como -na orien-

    tao do omportamento e, pela sua repetio, na- determina-a do tipo i;dividual, de tal ordem gue estudar os seus*.."oir-o't teguladores signiica emontar aos atres elemen-tares da vida lpsquica. s excitaes labirnticas- podem mo-dificJos, nao ao porm as nicas a f.az-lo e sobretudo per'manecem, numa certa medida, secundrias ou ocasionais-,-vists serem petcebidos atvs dessas prprias atitudes. No re'cm-nascid existe um reflexo, basianie complexo, ."

    -ftqncia numerosos autoles notaram, o bocejo. Sinal denfado ou de lassido no adulto, cotresponde, entretanto, nosprimeitos dias de vida, a estados- puamente- fisiolgicos.Pnsvsn v nisso uma simples modificaes respirattia, umarespirao mais profunda, - subseqente e compensadot"

    .d"unta srie de inspiraes superficiais. Entretanto, o suspiroque, em semelhate caso, Je produz pata ativat a hematose' boceio, ao contrrio, no essencialmente um ato respra-trio; csiste, sobretuo, na distenso prxima de uma ordemde funes bem, diferentes. De contraes lentas e tnicas obocejo tende a dilatar o tx,, imobilizando-o; sua ao.inte-ress, igualmente, nuca, coluna vertebtal e aos membfos,os quail se pem em extenso forada e tealizam, mais oum.nt, a charnada atitude de rigidez decerebrada. s plpe'bras, iecundriamente, se crispam sbr-e os glo.b-ot oculare.s,cuja' comptesso , por vzeq acrescida artificialmente peloauxlio dos dedos.

    sensibilidade, posta em ao nesse caso, a das arti-culaes, as quais pasiam por uma srie de deslocamentos len'tos ou espasmdics e peimanecem fixadas nas posies mais

    (9) Psgch.ologb iler frhan Klnd.helt.(10) rdem.(11) Encphatre, fevereiro, 1924.(L2) Consultar cap. VI: As orlgens e as lotnns ila' em'oda

    w, crlama, p. 95 e seguintes; e o cap. W.: Natureao il,qs e"na-Nec, p, 5 e seguintes.

    38 39

  • u menos foradas. possvel que essas variades genetaliza-das da sensibilidade articular provoquem estmulos numa ati-vidade que se entorpece ou ento liqidem certas impress&sde prolongado constrangimento. O bocejo no se produz exclu-sivamente nos estados de lassido e de combate ao sono, querantes de dormir, quer ao despertar: com freqncia sucedetambm simples expectativa ou indica impacincia fsica. provvel que o bocejo, como a presso dos globos oculates,freqentemente seu satiire ou, em certos indivduos seu subs-tituto, provoque modificao, maneira do reflexo culo-car-daco, no equilbrio das fras nervosas que regulam, pot in-termdio dos sistemas simptico e parassimptico, a atividadevisceral e as funes vegetativs. Sua influncia se deve, emgrande parte, s impresses articulares pois, outtos indivduospodem substituir o alongamento total distendendese ou com-primindo-se at conseguir estalat as articulaes dos dedos.Assim procedem paa melhor se porem em ao no decortet ouno incio de uma tatefa consuangedora ou algo desagradvel.Dsse modo, a sensibilidade aticular parece possuit uma in-luncia estim,uladora ou modificadora, em nossas disposiesprofundas. Provvelmente est tambm presente nas contor-ses de algumas crises convulsivas ou emotivas, ctise histrica,crise de desespro, crise de clera.

    Alm disso, como o labirinto, comanda sistemas mais oumenos limitados de conffaes, os quais como conseqnciaintegram-se em atividades mais complexas, sendo privados potconseguinte, de suas manifestaes autnomas. Tais como osteflexos ptofundos do pescoo, cuja existncia foi tevelada porMecNus e Kr,rryN nos animais amputados de seus ctebrcse no feto. Mas delas sobretudo, que depende o sentido dasatitudes e, em conseqncia, intervm em tdas as situaespsquicas que sofrem sua inluncia. Na realidade, apenas oscontatos variveis das superfcies articulares e o telaxamentoou a tenso dos ligamentos que os unem ao tono dos msculospodem, combinando-se com as impresses ligadas, exprimir aposio tecproca do tronco, dos membros e de scus segmntos.

    Essa sensibilidade, annima normalmcnte, gubordinada;todavia, como tda uno em seus primrdior, comea porse exercer independentemente e, no adulto, num momentooportuno, pode se torn um tema de atividrdc. Incontestvel

    4A

    a satisfao de tda criancinha ao sentir plena liberdade dee_nsaiar em mltiplas contorses, o jgo de suas articulaes.Certos idiotas igualmente se entregam com tal incidncia asemelhantes contorses, que suas aiticulaes acabam por serelaxar o necessrio pra se desconjuntarem vontade. En-fim, no Oriente regisffamos, particu'larmente, danas tidas comouma sucesso lenta de atitudes requintadas,

    'pondo em ao asensibilidade articular como outras- danas evidenciam aJ ten-saes de equilbrio. O corpo e os membros em cada um deseus segmentos so attavessados por uma onda que os desloca,rninuciosarnente, e os manobra at o limite ex*mo das possi-bidades articulares, sses movimentos so comparados as daatetose, definida por su vez como uma seqnia de atitudesem movimento. Ota, a atetose se produz ern conseqnciade leses nervosas isolando o plido de suas conexes pto-.r-aiadas. Portanto, sempre regio sub-hemisfrica do cre-bro, que se reduzem as funes e manifestaes preponderantesdo recm-nascido, as quais viro a constituir o fundamentoda vida af.etiva do adulto.

    c) -

    AS REAES DE ORIGEM EXTEROCEPTTVAO comportamento funcional tal como se observa na esp-

    cie humana, no recm-nascido, exclusivo de tda relao di-tela, ativa como o ambiente, com o espao e os objetos ou asfontes de excitaes com as quais povoado. Sem dvidapelos orifcios naturais se operm as trocas necessrias vida;e por certo, tambm, o corpo ocupa seu lugar no mundo, lugarsse por le modi{icado medid m qu o jgo de suas ati-tudes o .az mudat de forma. Tdas ssas reaes porm sercalizam como em circuito fechado. As contiaes das vs-cetas sensibilidade interoceptiva, atitudes segmentares liga-.{ls sensibildade proprioceptiva no ultrapasam de moalgum

    _as impresses que produzem e as quais, po! seu turno,as medem, as regulam, as propagam segundo cdnexes em re-lao imediata e exclusiva com a prpri funo. essa regrano-escapam as excitaes labirnticas. Ainda que resultemde deslocamentos no espao, possuem ltgao direta apenas com_o-

    pso -e com as aes derivadas, tais como a fra centrfuga.No ofetecem,, por conseguinte, neuma aberiura paa- o

    41

  • spaco exterior nem sbre seu contedg, e sensibilidade quedepertam, simples sensibilidade postural, permanece fechadasbre elas.

    Existem vrias teto.tsses interfuncionais. s funesno se resingem a manifestaes sucessivas no comporta-mento, reagind umas sbre as outtas. Se a digesto estimulao sono, n se

    ^paga, todavia, diante dle- Bem ao contttio:

    sua coexistncia -constitui

    uma espcie de colaborao cont'nua, uma stie de modificaes mtuas e ntimas. No hvariaes respitatrias sem variaes correlativas do

    -pulso. Oisolaento de incio aparente d cemas funes cede rpida-mente lugar mais sensvel das solidatiedades. Enretalto,dessas corbinaes ou sinergias funcionais nada podetia- advirque superasse seu conjunto. -Difcil concebet-se-como poderiamsejai formas superiores de organizao psqrria, ou propcia atvidade de relo sem fattes superajuntados.

    Por certo, atravs dos tgos dos sentidos, o mundo exte-rior, fonte de'excitaes mlti"plas, age sbre o recm-nascido.Em meio a vtios autores, CeNesrnINr, buscou determinar suaimportncia e precocidade relativas. Em otdem {e importnciasr'rin.- as sensaes sustativas: os sabotes salgados agitam,os ,rcatadot acuitnu*f o amargo e o cido provocam intensasr*".t motoras. As excitaes olfativas, ao conttrio, somri, o., menos incuas. Segndo as regies e o gnero deexcitao, vativel a sensibilidade cutnea. Os lbios r.?gem,sobretldo ao contato. O ftio provoca pertutbaes imediatas:distrbios motoes, - lentido da respirao e' por

    -

    vzes dopulso, aumento do'volume celebral. O calor do b-a9 poduluma xcitao mensageira de tdas as aparncias da alegda. sensibilidadl visual mita-se s impresses luminosas. Desdeo primeiro dia, seus efeitos so acentuados e se assemelham,qundo bem intensas, aos do temor no adulto: aumento doriolume cerebral, modificao e osci'lao respiratrias, agitaoou, muito rarmente, rettno calma. Apesar da ocluso pal-peral, sobrevm at no sono e aumentam de intensidade com tepetio da excitao. As rcaes aos sons lembram as daatenio no adulto: lentido da respirao que se torna

    -irregu-hrmnte profunda, depois aceletao compensadora, maior tre'qncis do pulso;'aumento do volume ceicbral. Ae cxcitaesuditivas qando violentas como por cxem'plo ao provocadas

    42

    por uma luz deslumbrante ptoduzem reaes simutradoras depavot; moderadas, acalmam a criana agitada. Porm contr-tiamente s excitaes visuais, em se repetindo, perdem., demodo gradual sua inluncia. Diante das excitaes perifricas,a sensibilidade dolorosa deveras obtusa.

    Acalmia ou agitao genemzada, modificaes do pulso,da respitao, do volume cerebral: so difusas ou funcionaistdas as reaes observadas. As compataes suscitadas porelas so de ordem af.etiva: alegtia, mdo, ateno.

    Devet-se-ia atribuir sses resultados, nicamente, ao m-todo de CeNrstnrNr, ou seja, ao registro das variaes de ten-so cerebral ao nvel da ontanela, do pulso e da respirao?Entretanto, na realidade, inexiste no tecm-nascido reflexo lo.cal salvo, apenas, alguns de defesa tendo as mucosas comoorigem e cuj grande precocidade, sem dvida, se deve

    ^o f^to

    de que les dependem sobretudo da sensibilidade orgnica.Dess forma, o contto do dedo com a conjuntura crnea, algu-mas vzes com os clios, ou simplesmente o do ar sopradotrvs de um tubo ptovocam a ocluso das plpebras; o mes-mo acontece com o da gua, no antes potm da segunda se-mana e isso porque o tecm-nascido ttaz consigo, ainda recente,uma impresso do contato ccm o lquido anitico. o con-rio, em dertedot da 7." ou 8." semana que poximao,ainda que pequena, da mo ou do dedo ao lho provoca opestanejar. Ligeiro toque da mucosa nasal ocasiona, iunta-mente com um estremecimento generalizado, reaes parti-cularmente acentuadas na zona irritada: franzimento da fronte,piscadelas, espirro, lactimejamento, (portanto, numa idade ondea criana ainda no chora), e mesmo o gesto de esfregar orosto, ou seja, um te{lexo orientado.

    Todavia nada de semelhante produz uma excitao cutneaou sensorial . Pata o aparecimento de reao na pele ptecisoque a regio excitada esteja distendida: picadas de agulhas,suficientemente profundas para fazer surgir uma gta de san-gue, segundo GsNz^,rBn no prococan: quase neuma reao,A resultante de uma excitao cutnea se produz por vzes, adistncia: por exemplo, a excitao da planta do p s provo"car uma careta. Muitas vzes se verifica agttao difusa egritos. Os efeitos indiferenciados produzidos ,por um contatopenoso so os mesmos provocados pela umidade, gaa ou rio.

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  • No recm-nascido o rudo pode originar reaes conside'rveis, embora, para SrrnN a sensibilidade auditiva, seia amais lenta a se manifestar: as pesquisas de Fr,ncrrsrc no tmrevelado que, de tdas as fibras sensoriais, as ac4sticas so,- aonscer, aqelas cuja mielinizio (isto , capacidade para fun'cionar) mais se retarda? Sem embargo, o prprio SrunN,observou que, desde o segundo dia de vida, a criana-se so-bressalta diante de um rudo. Pot cefto, parz a consideraodessas aparentes contradies impem-se vtias distines' Apsrnais de vinte horas do nascimento a ctiana, por motivos m'cnicos, pode icar imune s excitaes acsticas, isto , o l'quido que enchzu, durante a fase fetal, as cavidades abertaso orgnismo, ainda no pde ser completamente expulso dacman timpnica pelos efeitos combinados da respirao ,eda degluti. A data das primeiras reaes auditivas, segundoos utores, muito varivel: para Crratr.nxr'v produzir-se-iamna qurta semana; para Pnrvrn essa data um limite extremo;e a criana q,re a ranspuser, sem ainda ter reagido ao rudo,colre o risco de ser um futuro surdo-mudo, Para Kussrvreur-decorrem vrios dias antes que a aiana seja sensvel aos misviolentos ou aos mais harmoniosos sons. Fer-seuscg viu recm--natos, j aos trs dias, estremeceem dutante o sono, em meioao sicio, ao rudo de palmas. MolnrNH.e.usrR obselvououtf,os reagirem, menos de doze hotas aps o nascimento, aosom esffidente, elevado, ou discordante, emitido por um ins-trumento que.lembra o cricri do

    -grilo; GnNzvrrn, gras aum pequeno sino, conseguiu resultados semelhantes e em ctian-as de penas um ou dois dias. Contudo, como verifica Crrervrp-uv, plimeira vista sd provocam reaes os rudos acompa'nhados de vibrao.

    Por certo, riesses casos, se ta de excitaes mais primi-tivas que as da audio prpriamente dita. O sobressalto ouo tremor produzidos por la so, em todo caso, reaes globais,de um tipo seguramente atcaico. Com os msculos dos mem-bros, elas pem em jgo, os do tronco, isto agrr1es qrreasseguram posio em' p, cuja atividade tegulada pelosrgos e centros do equilbrio, os quais, pot conseguinte, pos'suem funes sobretudo tnicas. Assemelham-se a essas sacudi-delas bruscas com as quais os peixes reagem aos estmulos doseu aparelho otoltico, e tambm quelas produzidas, quando

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    a invaso sbita do sono vem, sem transio, libetar os ctnostonigenos de todo conrle. Na viglia do adulto, o sobressaltotambm pode reaparecet, seja de cettos estados de distraoe dle devaneio, os quais, semelhana do sono, suspendern, maisou menos, a sinetgia da atividade psquica e das reaes som-ticas; seja, em seguida a exitaes emotivas,- cujos efeitos, du'rante muito tempo, reduzidos e reprimidos acabaram

    - -poracumular nos cenlros subcortcais, uma intensa energia, liber-tada ao mnor choque: ota sob a forma ainda de sobressaltose de tremores repeiidos, ora sob a forma mais livre de con-vulses tnicas. -s crises emotivas ou histricas, obsetvadasparticulatmente durante a gurra, com freqncia tm essarigem ( a ). As sacudidas e sobressaltos plenamerte presentesnesias crises aproximam-se das descargas tnicas do tecm'nas-cido e iustificriam a definio dada histeria, ou seja, umaregress ao estgio de manifesta$es infantis.

    Ao lado do simples esttemcimento, as excitaes auditi-vas produzem tambd, na musculatura, reaes ptolongadas, deinterisidade varivel, mas sempr de aspecto Penoso e difuso;divetsas ctispaes faciais, dos membros, do ffonco ou mesmobrusca rcsolo muscular, estados de hiper ou hipotonia, aosquais lorrnNFELD feconheceu, em ceftos csos, os cafactefeso .hoq,r. nervoso. De ato interetsante a evoluo pot lettaada-dsses caractetes, no curso. das idades sucessivas dolaciente. Muito embora, por volta do segundo ms, le tivessepodido pormenorizar crca de quarenta reaes, elementares,'o

    r.r.t n*.to no ultmpassa 16 o 8.o ms, tendendo sua du'l:lo a decrescer

    ^ Fmtir do terceiro ms. A essa redge9 1o

    espao e no tempo corespondem a apari$o e a prcpondernciagrdual de reflexos bem diferentes. Com. efeito enue a 3." 4,' semanas que os olhos, depois a caba, comeam a seorientar na direo do rudo, como a lhe buscar a origem.Basta apenas ser a excitao mais intensa pra que, ainda- du'rante muito temtr)o, se reproduzam as reaes tnicas e difusasdo tipo arcaico. - Portanto, existem entte os dois sistemas ss-tituies tecprocas, isto , antagonismo e no filiao. Trata-sede uas formas de atividade -cuja significao , realmente,

    ti

    ii:

    (13) Ilenri Wallon, *ne Pwcltotrognqua, )CI(I, p. 2L6'236i)O(II, p. 143-166; ,Iournal de Pryclwlogb' ja,neiro-abril, 1920.45

  • difetente. A atividade conespondente vida de relaes eque deve estat ligada sensibilidade exteroceptiva, consiste,necessriamente, em teflexos orientados e localizados.

    Significa que o movimento retorna regio excitada sese trata de contato, e pma a fonte de excitao se se ffata deexcitao visual, auditiva ou olfativa. Orientao e locahza-o no se som.am ao relexo, 'pois lhe so inerentes. Delasdepende a existncia do reflexo; da admitir-se, com PrnoN,estrem inscritas nos centfos nefvosos o mesmo tempo que oreflexo.

    Mas, na espcie humana, deveras relevante que o apa-recimento dsses reflexos seja precedido por um perodo dereaes cujos caracteres so bem opostos. Ao invs de retor-nat pata o local da exatao, elas so difusas e, por vzes, seproduzem, a distncia, Freqentemente so obteno maisviolenta ou mais cil na criana adormecida que na acordada.Consistem mis em sacudidelas ou estados de tigidez, do queem gestos. Provocam tambm, algumas vzes, fenmenos in-versos. Pois h excitaes cujo efeito a supresso sbita detda agitao. Assim, notou PREvER que em seu filho, enreo terceiro e o sexto ms bastaria tocar-lhe a orelha, par sus-pender, instantneamente as reaes mais violentas e os maisvibrantes gritos. Ao se debater no banho, a mesma excitaorevela idntico tesultado, mesmo quando no mais gritava.Dsse modo, torna-se impossvel invocar a sutprsa, que tetiaexperimentado ao perceber, diferentemente, os seus ptpriosgritos, no momento em que um.a excitao exterior se exerciana sua orelha. Alis em ouas crianas a excitao deve inci-dir, no sbre a otelha, mas sbte uma outta parte do rosto.Aps seis meses, sse gnero de excitaes perde todo poder.Portanto, pertencem a um sistema de sensibilidade e de rea-es temporrio. No obstante, em que circunstncia vit ase totnar, ocasionalmente, eficaz Nas antigas manifestaesde histeria por exemplo, as famoss zonas histergenas ouinibidotas da crise no oram seno um puro produto de su-gesto, ou mesno a prpa sugesto, freqentemente, no en-controu seus temas na revivescncia de sensibilidades abolidas?Por fim essas sensibilidades tongenas ou tonprivas, observ-veis nas ptimeiias idades da vida, no possuem alguma seme-lhana ou parenrcsco com os reflexos de imobilizao descrita

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    por Rlaluo nos insetos e aos quais o estudo das emoes nosda' a oportunidade de voltar?

    Se a predominncia da atividade tnica sbte o compor-tamento, segundo Veu lfonnxoM, sinnimo de regresso, seela deduz, mais ou menos monentneamente, o indivduo aoestgio onde o lactente estava exclusivamente submetido simpresses orgnicas e s dispunha de reaes tnicas, restariaIlor conseguinte explicar porque no homem sse perodo pre-cede, durante to longos meses, a atividade de relao, Narealdade, tudo se relaciona com sua evoluo ulterior, com asfases actescidas no seu desenvolvimento quelas onde pararamas espcies inferiores. No podemos entrtanto nos limitar banal verdade de que organismo tanto menos senhor de suasfunes, desde o momento do nascimento, e um funo menosapta a exercet-se quanto mais amplos os progressos e maior avariedade de ada,ptaes diversas comportadas pelo seu porvit,ficando, por conseguinfe, reservado experincia um papel maisdecisivo: se a trto nos limitssemos estaramos deixandode lado o problema essencial. O que preciso encarar soas provveis relaes entre a fase afetiva cuja importncia nohomem mede-se pela sua durao e o desenvolvinaento deaptides ultetiores encontradas entre as mais catactetsticas daespcie humana.

    Admite-se com freqncia a existncia do aperfeioam,entoe da filiao contnuas desde as primeiras at as mais elevadasmanifestaes obsetvveis no adulto. Aos balbucios do inciosucederia uma atividade cada vez mais desligada e complexa,cada vez melhor adaptada, cada vez mais informada. De certornodo, da agilidade nasceria a inteligncia, do automatismo oconhecimento. Mas em meio s primeiras teaes difusas dorccm-nascido e de seus primeiros momentos orientados noespao, vimos a pesen de uma duaiidade de natureza e deantagonismo. Da mesma f.otma, ns o veremos entre os meca-nismos mototes que o colocam em telao com o meio e suaatividade intelectual entre seus automatismos e sua atividadeintencional ou voluntria.

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  • CAPfTULO U

    AS FORMAS DE ATIVIDADE DE RELAOAUTOMATISMO E REPRBSENITAO

    Na maiotia das espcies, desde o nascimento, se produ-zem movimentos que colocam o animal em condies de rcagirsegundo seus apetites e necessidades, s drferentes citcunstn-ciis do meio. Pr cemo em um nv