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PREOCUPADOS COM O alarde e boatos na cida- de em relação à violência, o Valença em alença em alença em alença em alença em Questão Questão Questão Questão Questão apurou como realmente está a situação da segurança para apresentar à socie- dade valenciana. Tratamos dos problemas relacionados com as drogas, sejam elas o álcool ou as ilícitas e como são propulsoras da violência, a questão do porte de arma de fogo, os problemas dos furtos que estão aumentando em Valença e a situação da carceragem. Também apresentamos as propostas que a sociedade vem buscando para tentar amenizar o problema. Páginas 4 e 5. Ano I n.º 2 Valença, maio de 2005 Segurança Pública Entrevista [email protected] Desconto para leitores NESTA EDIÇÃO EM que tratamos de Seguran- ça Pública em Valença, conversamos com a especialista sobre o tema, Elizabeth Sussekind, integrante do conselho de De- fesa dos Direitos da Pessoa Humana, liga- do à presidência da República e ao Minis- tério da Justiça. Preocupada com as questões que cau- sam a violência, ela explica que a única solução para combater a criminalidade é através da prevenção. E isso só acontece com uma educação de qualidade. ”É fun- damental investir em escolas que ocupem os alunos com atividades de integração e solidariedade”, afirma com conhecimento de causa. Nos resta aprender com a experiência e tentar seguir os seus conselhos. Página 7 EM PARCERIA COM a Vídeo Avenida e a Cia. do Livro, o leitor do Valença alença alença alença alença em Questão em Questão em Questão em Questão em Questão , apresentando um exemplar da publicação consegue 10% de desconto no livro indicado, e 50% de desconto na locação de DVDs de filmes nacionais até o final de junho. Aproveite! Página 8 Valença em Questão Valença em Questão VEM AÍ O 1º FESTIVAL DE INVERNO DE VALENÇA! Clube do Samba e Choro de Valença DIA 21 DE maio, no restaurante Portal, os presentes contaram com muito samba e choro. Destaque para a empolgação com o ritmo, quando o pes- soal caiu no samba. Página 6.

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Desconto para leitores Entrevista D IA 21 DE maio, no restaurante Portal, os presentes contaram com muito samba e choro. Destaque para a empolgação com o ritmo, quando o pes- soal caiu no samba. Página 6. Ano I n.º 2 Valença, maio de 2005 [email protected]

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PREOCUPADOS COM O alarde e boatos na cida-de em relação à violência, o VVVVValença emalença emalença emalença emalença emQuestãoQuestãoQuestãoQuestãoQuestão apurou como realmente está a situação da segurança para apresentar à socie-dade valenciana. Tratamos dos problemas relacionados com as drogas, sejam elas o álcoolou as ilícitas e como são propulsoras da violência, a questão do porte de arma de fogo, osproblemas dos furtos que estão aumentando em Valença e a situação da carceragem.Também apresentamos as propostas que a sociedade vem buscando para tentar amenizaro problema. Páginas 4 e 5.

Ano I n.º 2 Valença, maio de 2005

SegurançaPública

Entrevista

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Desconto para leitores

NESTA EDIÇÃO EM que tratamos de Seguran-ça Pública em Valença, conversamos coma especialista sobre o tema, ElizabethSussekind, integrante do conselho de De-fesa dos Direitos da Pessoa Humana, liga-do à presidência da República e ao Minis-tério da Justiça.

Preocupada com as questões que cau-sam a violência, ela explica que a únicasolução para combater a criminalidade éatravés da prevenção. E isso só acontececom uma educação de qualidade. ”É fun-damental investir em escolas que ocupemos alunos com atividades de integração esolidariedade”, afirma com conhecimentode causa.

Nos resta aprender com a experiência etentar seguir os seus conselhos. Página 7

EM PARCERIA COM a Vídeo Avenida ea Cia. do Livro, o leitor do VVVVValençaalençaalençaalençaalençaem Questãoem Questãoem Questãoem Questãoem Questão, apresentando umexemplar da publicação consegue10% de desconto no livro indicado,e 50% de desconto na locação deDVDs de filmes nacionais até o finalde junho. Aproveite! Página 8

Valença em QuestãoValença em Questão

VEM AÍ O1º FESTIVAL DE INVERNO DE VALENÇA!

Clube do Samba e Chorode Valença

DIA 21 DE maio, no restaurante Portal, ospresentes contaramcom muito samba echoro. Destaque paraa empolgação com oritmo, quando o pes-soal caiu no samba.Página 6.

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2 maio de 2005 Valença em Questão

editorial

ExpedienteEdição, Reportagens, Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica:Vitor Monteiro de Castro. Mat: 2003.1.02178-12Essa publicação é um Projeto Experimental de Monografia daFaculdade de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade doEstado do Rio de Janeiro (Uerj).Tiragem: 1.000 exemplaresImpressão: Gráfica PC Duboc Ltda. (24)2453-4222

Painel do LeitorEnvie críticas, matérias, sugestões,

comentários, eventos, reclamações, etc.,para o correio eletrônico

[email protected], oupor carta para Rua Francisco Di Biasi, 26,

Torres Homem, Valença-RJ, CEP 27.600-000.

Para Anunciar ou ColaborarEntrar em contato pelo correio eletrônico

[email protected],com Assunto “Anúncio” ou “Colaborar”, ou ligar

para o telefone (21) 9505-6656.

LANÇAMOS A SEGUNDA edição. A primeira re-percutiu positivamente, embora a tiragemfosse de apenas 500 exemplares. Já no se-gundo número dobramos o número da pu-blicação. E a tendência é justamente essa,informar a cada vez mais pessoas.

Em relação ao primeiro número, recebe-mos algumas mensagens eletrônicas peloemail [email protected] sugestões, comentários e crí-ticas, que foram e são muito bem vindos.Mas o que mais recebemos foram elogiospela iniciativa. E isso nos dá mais força paracontinuar com esse propósito de melhorara qual idade de vida da populaçãovalenciana. Este é apenas um meio – deinformação – que junto com diversas ou-tras iniciativas irão colaborar para queValença saia desse marasmo que se en-contra.

Esperamos cada vez mais que pessoascom iniciativas nos procurem para quepossamos informar à população valencianaque muitas coisas vem acontecendo nacidade. Muitas coisas boas inclusive.

Nesta edição, pela preocupação que asociedade tem destinado à segurança nacidade, procuramos esclarecer a situaçãoreal nesse quesito. E ao mesmo tempo queinformamos procuramos pessoas que pos-sam trazer soluções. O exemplo desta edi-ção é a entrevista com a especialista emsegurança pública Elizabeth Sussekind,que apresenta algumas alternativas. Se-gundo ela a sociedade tem que agir emvárias frentes concomitantemente paraque o problema seja sanado.

Além da entrevista e da matéria espe-cial sobre a segurança na cidade, temosvárias notícias boas. Lembramos que há aformação de uma Rede Jovem na cidade,que vai procurar articular as atividades eações dos vários grupos existentes, para

que os objetivos sejam atingidos de for-ma mais rápida e geral; o Programa Esco-las de Paz, retratado na edição anterior,voltou para o Colégio Benjamin Guima-rães; foram criadas duas bibliotecas co-munitárias em bairros mais afastados docentro; o Birô Cultural realizou um eventocom exposição e apresentação da culturanegra; e um jovem valenciano conseguiu pro-duzir o segundo evento de samba e chorinhona cidade em apenas quatro meses.

E para quem gosta de economizar, masnão dispensa a compra de um bom livro e deassistir a um bom filme, o VVVVValença emalença emalença emalença emalença emQuestãoQuestãoQuestãoQuestãoQuestão em parceria com a Vídeo Aveni-da e a Cia. do Livro conseguiu um descontono livro indicado de mais de 10% e a loca-ção de qualquer DVD nacional com 50% dedesconto durante todo o mês de junho. É sólevar um exemplar que o desconto é conce-dido. Esperamos com isso estimular a leiturae a cultura em Valença.

Contamos com a participação dos leitoresna confecção da publicação, e para isso,vocês só precisam enviar informações, su-gestões de pauta, material, e qualquer coisaque acharem interessante ser noticiado. Atéporque vocês são os grandes incentivadoresdesse projeto que é de Valença. Um abraço,e até o próximo número.

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Valença em Questão maio de 2005 3

Escolas de Paz volta ao Benjamin BibliotecasComunitárias

Regionais

Exposição Afro no Birô CulturalO BIRÔ CULTURAL de Valença

apresentou no dia 11 demaio, em homenagem à se-

mana que se comemora a aboliçãoda escravatura, Exposição de ArteNegra. A Vernissage contou comapresentações do Mestre Cid e suacapoeira, degustação de cachaçasda região e foi servido feijão ami-go para os presentes. Quem qui-ser conhecer mais sobre a cultura

negra em nosso país e na nossacidade, uma oportunidade é atra-vés do CD-Livro do Jongo SãoJosé, de Santa Izabel do Rio Pre-to, distrito de Valença, à venda noestabelecimento.

O Birô Cultural fica na Rua Ex-pedicionário Arlindo dos Santos 76,Centro, próximo à Telemar. Os te-lefones para informações são 2453-3043 e 2453-2602.

Apresentação de capoeira, com MestreCid, e armas utilizadas por colonizadores

para evitar fugas de escravos

Antônio, com suasanfona. Ele e ou-

tros sanfoneiros seencontram todos os domingospela manhã, próximo à feira Mu-nicipal, para conversar e tocar umpouco de música nordestina.

Sanfona emValença

Biblioteca Comunitáriada Varginha, Canteiroe Chacrinha (acima) e

a dos bairros PonteFunda, Osório e João

Bonito (abaixo)

NA EDIÇÃO PASSADA do VVVVValença emalença emalença emalença emalença emQuestãoQuestãoQuestãoQuestãoQuestão noticiamos o cancela-mento da parceria da Unesco-Bra-sil com a secretaria Estadual deEducação no andamento do Pro-grama Escolas de Paz que vinhaacontecendo no Colégio BenjaminGuimarães. Segundo a diretora doBenjamin, Maria das Graças, erapara reorganizar o Programa. “Aquias atividades estavam indo muitobem, mas em alguns locais isso nãoestava acontecendo”, explica. Des-de o dia sete de maio o Programavoltou a ser realizado no Colégio.A diretora ainda diz que já tiverammuitas crianças nessa reestréia.Paralelo a toda essa atividade, osalunos do Benjamin produziram umvídeo sobre a Oficina de Capoeira

e uma apresentação em slides, queforam enviados para o Projeto Odis-séia Esperança que serão apresen-tados na França, aproveitando-se daoportunidade do Ano do Brasil nes-se país. Parabéns à direção, aos vo-luntários e ao Mestre Cid, que vemministrando aulas de capoeira noColégio antes mesmo do ProgramaEscolas de Paz.

SEIS BAIRROS

AFASTADOS docentro deValença agorapossuem umabiblioteca co-munitária re-gional. Em de-zembro de2004 foi inau-gurada a Bibli-oteca Comuni-tária Regionalda Varginha,Chacrinha eCanteiro. Emabril passadofoi a vez da Bi-blioteca daPonte Funda,Osório e JoãoBonito.

O idealiza-dor do projeto,Walter Pecoraroacredita que faltam estímulos paraa leitura no Brasil e conseqüente-mente no município. Ele convida atodos para “visitar as bibliotecas epegar um livro ou revista para lerem casa”.

O acervo das bibliotecas foi con-seguido através da doação de ami-gos. Há quase dois anos Walter vemtrabalhando nesse projeto. As princi-pais carências são obras de literatu-ra, estantes metálicas paraarmazenamento e voluntários paraque possam funcionar todos os dias.Atualmente elas ficam abertas pelomenos duas vezes por semana e têmo apoio das Associações de Morado-res, dos comerciantes, da comunida-de e de voluntários.

As Bibliotecas Regionais ficam lo-calizadas na Varginha (Rua Veríssimodo Nascimento 45, próximo ao pos-to de saúde); e na Ponte Funda (RuaMariano José da Silva 3.520, próxi-mo à Escola Tancredo Neves). Paraentrar em contato com o responsá-vel o telefone é (24) 2452-0541.

Alunos da Escola de Paz nas aulas deinformática (acima) e de capoeira (abaixo)

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4 maio de 2005 Valença em Questão

APESAR DE VÁRIOS pro-blemas que a cida-

de enf renta ,Valença semprefoi considerada

segura e tranqüila. Infeliz-mente os índ ices decriminalidade têm aumenta-do nos últimos anos. Comotambém vem acontecendo noresto do país. É uma tendên-cia geral. O próprio desenvol-vimento gera mais violência.E Valença apresenta o princi-pal agravante, a má distribui-ção de renda. São poucos osque têm uma condição finan-ceira razoável com a grandemaioria passando por dificul-dades econômicas. E issotambém não é exclusivo dacidade.

Durante o mês de abril atéo dia 10 de maio a Delegaciade Valença (91º DP) registrou102 ocorrências, e o princi-pal problema é em relação afurtos, representando maisde 34% do total de ocorrên-cias. Seguindo aparecem Le-são Corporal (22%) e Amea-ça (22%). O juiz titular daVara Criminal da Comarca deValença, Cláudio GonçalvesAlves confirma. Segundo ele,Valença ainda traz um ar desegurança se comparado àscidades vizinhas, “Valença é

uma Comarca calma. Na mai-oria dos crimes não há o usoda violência”. Lembra aindaque o número de furtos re-almente está preocupando,mas acredita que a políciatem tomado as providênciascabíveis. “Tanto a Polícia Mi-litar como a Civil são muitoefetivas. Valença até hojenão é violenta pela eficiên-cia das polícias que são mui-to bem preparadas”, afirma.

COMBINAÇÃO PERIGOSA

Outro problema levantadopelo titular da Vara Criminalé o uso de drogas. Sejamelas lícitas ou ilícitas. E com-binada com armas de fogoesse problema é ainda mai-or. Nos finais de semana, onúmero de ocorrências depessoas que chegam em casaalcoolizadas e que por teremarma, acabaram dando umtiro, é muito grande. Cláudioconf i rma: “O

homicídio está proporcional-mente ligado à bebida, prin-cipalmente na periferia da ci-dade”.

Na Justiça, até o dia novede maio havia 57 processossobre porte de arma e 48 dehomicídios, simples e quali-ficados. As drogas ilegaistambém estão presentes nacidade, com muitos usuári-os estudantes das faculda-des de Valença, comprova-do pelo declínio de consumonos meses de férias. Até odia nove de maio eram 38processos relativos a tráficode entorpecentes e 21 a por-te de drogas.

FURTOS, O MAIOR PROBLEMA

Em pr imeiro lugar nasocorrências na justiça crimi-nal aparece furto, com 146processos até o dia nove demaio. Apesar do número ele-vado, o fato de não ser pra-ticada a violência aparenta

“um pseudo-ar de segu-rança”, afirma Cláu-

dio. Somente no

Como anda asegurança em Valença

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Valença em Questão maio de 2005 5

mês de abril até o dia 10 de maio foramfeitas 41 queixas de furto, de objetos 35,em interior de residência três, e de veícu-los três.

É preciso que sejam tomadas medidaspreventivas para evitar o aumento e coibiresse t ipo de crime. Segundo El izabethSussekind, especialista em segurança pú-blica (ver entrevista na página 7), a cidadedeve contar com várias medidas ao mesmotempo, “umas coercitivas, outras de cria-ção de novas alternativas de lazer e a aber-tura de novos mercados de trabalho”. E fri-

EM PESQUISA REALI-ZADA pela revista

Carta Capital de 15de dezembro de

2004, ficou constatadoque 54% dasinternações provocadaspor armas de fogo entrejovens de até 14 anos,

são causadas por aciden-tes, ou seja, sem intenção. Os

jovens encontram a arma e acaba dispa-rando acidentalmente. Em segundo lugarestava a tentativa de homicídio com 38%.

Perigo em casa

Acâmara dos Dirigentes Lojistas (CDL),com apoio da Associação Comercial eIndustrial de Valença (ACIVA), enca-

minhou ao secretário estadual de SegurançaPública, Marcelo Itagiba, o projeto Guaritas,que consiste na construção de guaritas poli-ciais nas saídas da cidade, com policiamento24 horas por dia. O objetivo é, segundo odocumento entregue ao secretário, proporci-onar segurança para ser “sentida e vista”.

A idéia em si tem o seu valor, mas cabeaveriguar se essa é realmente a melhor me-dida a ser tomada. A questão da segurançaser “vista” pela população, e a imagem depoliciais em todos os locais possam trazer,ao contrário, sensação de insegurança. Comobem analisado pela especialista em Seguran-ça Pública Elizabeth Sussekind (veja na pági-na 7), é preciso tomar diversas medidas aomesmo tempo, principalmente focar na edu-cação. Seria interessante averiguar os custosda construção dessas cabines e ao mesmotempo estudar se a prevenção, realizada atra-vés da criação de frentes de trabalho, de fo-cos de turismo, ecoturismo e artesanato, compossibilidades reais de desenvolvimento sus-tentável para as pessoas que se dedicassema essas atividades, não seria economicamentemais viável e resolveria o problema de formamais consistente. Valença tem diversospotencias que podem ser explorados.

Projeto Guaritas

sa que o mais importante é a questão daeducação: “Que a escola seja um lugar quese ensine muito mais que português, histó-ria e geografia, mas que depois do horáriotenha outra programação de integração ede solidariedade”.

CARCERAGEM

Outro problema, em parte resolvido, é aquestão carcerária de Valença. Até março de2005 a carceragem estava servindo comoconcentradora de presos de toda a região SulFluminense, em especial das Comarcas de VoltaRedonda, Barra Mansa e Resende, que possu-em um índice de criminalidade estatisticamen-te maior que o de Valença. O Ministério Públi-co encaminhou uma ação civil pública com pe-dido de liminar para desativar a carceragemda cidade à 2ª Vara da Comarca de Valença. Ojuiz Cláudio Alves deferiu parcialmente o pedi-do do MP e determinou a transferência dospresos cuja sentença já tenha transitado emjulgado para um estabelecimento adequado.Ainda proibiu o envio de presos oriundos deoutras comarcas que não as de Valença, Vas-souras, Rio das Flores e Barra do Piraí para aDelegacia de Valença.

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6 maio de 2005 Valença em Questão

FAtOSvq vq

Rede JovemValenciana

Clube do Samba eChoro de Valença

A REDE ESTÁ se formando. No primeiro sábado de maio,em encontro no Colégio Sagrado Coração de Jesus,foi proposta a criação de uma rede de relacionamen-tos entre os grupos de jovens existentes em Valençaque buscam alternativas para a cidade e principal-mente que trabalhem com o tema juventude. Estive-ram presentes movimentos juvenis e membros deDiretórios Acadêmicos, entre outras pessoas que com-partilham da idéia de projetos da Rede JovemValenciana.

Procurando articular todos os grupos e jovens quetêm o interesse de multiplicar as ações voltadas paraa melhoria de Valença, a Rede Jovem Valenciana sur-ge para interligar grupos e pessoas, trocar experiên-cias e idéias, desenvolvendo atividades em conjunto.A Rede se propõe a apresentar e realizar projetos eeventos na cidade, através da iniciativa destes gru-pos que a compõe e de suas redes de contato. Essesjovens, juntos, irão discutir as melhores estratégiase apresentar soluções de forma rápida e objetiva.

A parceria entre as diversas frentes jovens emValença é fundamental e o primeiro passo foi dado.Convocamos todos os grupos e interessados que seidentificam com este espírito de trabalho em equipepara entrar em contato com esta teia jovem para pro-mover ações em conjunto que irão beneficiar direta-mente a todos os cidadãos valencianos.

A CULTURA EM Valença está sendo resgatada. No dia 21de maio, o Clube do Samba e Choro de Valença realizouo seu segundo evento, no restaurante Portal, com umanoite de chorinho e samba, onde presentes puderamse divertir, inclusive relembrando velhos tempos de car-naval em Valença. O grupo Raízes do Samba fez juz aonome e fez uma bela apresentação.

O organizador Breno Slade está trabalhando em umprojeto de escola de música popular em Valença. Se-gundo ele, “a música popular brasileira de Valença estáesquecida e é preciso fazer alguma coisa para virar essejogo”. O projeto do Clube do Samba e Choro é justa-mente esse, resgatar a cultura musical da cidade.

Ainda no início deste ano, em 15 de janeiro, o Clubeapresentou o primeiro evento, com uma noite dechorinho com o grupo Amigos do Choro, também norestaurante Portal. Para quem não compareceu e mes-

mo para quem es-teve presente, res-ta esperar para apróxima oportuni-dade. E torcer paraque ela não tarde.

O evento contoucom a participa-

ção do valencianoAntonio Carlos

CONGRESSO APROVA CRIAÇÃO DA

CPI DOS CORREIOS

A comissão que vai investigardenúncias de corrupção nos Cor-reios foi aprovada no Congressodia 26 de maio. Uma gravação emvídeo publicada pela imprensa nodia 15 de maio denunciou a su-posta existência de corrupção en-volvendo funcionários na Empre-sa Brasileira de Correios e Telégra-fos (ECT). Na gravação, o diretordo Departamento de Contrataçãoe Administração de Material dosCorreios, Maurício Marinho, citanomes de outras pessoas que es-tariam envolvidas no esquema depropina, entre eles o ex-diretor deAdministração dos Correios, Antô-nio Osório Batista, o assessor daDiretoria de Administração da es-tatal, Fernando Godoy, e o presi-dente nacional do Partido Traba-lhista Brasileiro (PTB), deputadoRoberto Jefferson (RJ).

MST EM MARCHA

O Movimento dos TrabalhadoresRurais Sem-Terra (MST) realizouuma marcha com 12 mil militantes,que caminharam durante 15 diasaté chegar a Brasília. O MST che-gou na capital federal dia 17 demaio e entregou ao presidente daRepública um documento com 16reivindicações específicas sobre aquestão agrária, mudança na polí-tica econômica do governo e mu-danças na política em geral. Da reu-nião com Lula, os sem-terra saíramcom um pacote de promessas. Opresidente deu garantias que vai li-berar os recursos necessários (es-timados em R$ 700 milhões) paraassegurar o assentamento de 115mil famílias ainda este ano e reafir-mou que alcançará o total de 400mil assentadas até o fim de 2006.

GAROTINHO INELEGÍVEL

Dia 29 de outubro, a dois diasdo segundo turno das eleições mu-nicipais, a Justiça eleitoral encon-trou R$ 318.470 na sede do PMDBna cidade de Campos. Não era di-nheiro de doações legais, mas di-nheiro para compra de votos e semorigem comprovada, decidiu ajuíza Denise Apollinária na senten-ça do dia 13, que tornou AnthonyGarotinho e Rosinha inelegíveis atéo ano de 2007, e também anuloua eleição na cidade com a cassa-ção do prefeito Carlos AlbertoCampista, do PDT. Dia 25 de maio,a juíza manteve a decisão que tor-nou inelegíveis por três anos o ca-sal Garotinho. Eles foram senten-ciados por crime eleitoral de abu-so de poder político e econômico.A sentença da juíza expôs as cha-gas da corrupção no processo elei-toral com o uso criminoso da ad-ministração pública.

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Valença em Questão maio de 2005 7

entrevistaentrevistaentrevistaentrevistaElizabeth Sussekind

PROFESSORA DA PUC-RJ de Direitos Humanos e Criminologia,chefe do setor de pesquisa da Fundação Casa de Rui Bar-bosa, integrante do conselho de Defesa dos Direitos daPessoa Humana, Elizabeth Sussekind é especialista em Se-gurança Pública desde 1972. Foi professora convidada naUniversidade de Winsconsin nos Estados Unidos por qua-tro anos, trabalhou no Ministério da Justiça em 1985 e1986 e foi Secretária Nacional de Justiça entre 1999 e 2002.

DROGAS E VIOLÊNCIA: A procura pelas drogas é causadapela falta de alternativas. Hoje as pessoas não têm opçõese acabam buscando a droga, que se transformou no lazer.O problema é o que elagera em cada pessoa.Vem aquele barato, maso que ela vai deixandoem termos de falta departicipação, de desâni-mo, de depressão e ví-cio é uma questão problemática. Ela é um propulsor decomportamentos onde você não tem controle. Umpercentual impressionante dos crimes no Brasil é cometidopor cidadãos que estavam sobre o efeito de entorpecentes.A droga tem sido um apoio ao crime.

PORTE DE ARMAS: Na residência onde há armas, há mui-to mais chances de opressão sobre os membros de umafamília. Além de vizinhos que vão se armar para num mo-mento de perigo tentar se defender. As pessoas vão assi-milando essa cultura de porte de armas como forma dedefesa, o que não é. O número de acidentes com arma emcasa é monstruoso, inclusive em lares de pessoas que astêm profissionalmente, como policiais. A cultura da arma éaltamente negativa numa sociedade.

POLÍTICA: Nossos políticos procuram alcançar os cargospara se garantir, como se fosse um emprego fixo. Se reele-gem ou escolhem seu sucessor, ficando aquela alternâncianegativa nos cargos políticos. E o grande objetivo de umcargo político é e sempre foi servir o povo, para se ter umplanejamento daquela comunidade. Mas eles querem ape-nas o poder, nomeando seus amigos, afiliados, e vão viverdisso como se fosse um trabalho. E cargo pú-blico não é emprego! Quando você o ocupa épara beneficiar a comunidade e cumprir aquiloque prometeu, se não você é uma fraude etem que ser substituído por outra pessoa queadministre isso em prol da sociedade.

INICIATIVAS: Numa cidade com alto índicede criminalidade, ou pelo menos de medo, é importanteque haja uma prevenção disso, através da criação de em-pregos, de frentes de trabalho, industrializar o que é preci-so, criar focos de turismo, de ecoturismo, de artesanato.Procurar os potenciais da cidade. Nenhuma medida únicaresolve. Por exemplo, se você só criar emprego ou aumen-tar o número de policiais ou então fechar todos os bares apartir de oito da noite, a violência não vai acabar. O admi-nistrador de uma cidade tem que contar com uma série demedidas. Umas coercitivas, outras de planejamento e cria-ção de novas fontes de lazer, de mercados de trabalho e a

questão da educação que é fundamen-tal. Investir em escolas que ocupem osalunos com atividades de integração esolidariedade. Deve-se formar um con-selho na comunidade onde esteja pre-sente o juiz, os secretários da pre-feitura, os órgãos de religião, dejovens, da associação de mora-dores, e se decida o que é maisnecessário naquele momento,para se criar diversas políticas públicas.

PENITENCIÁRIAS: Hoje as pessoas saem piordo que quando entraram na prisão. Faz parteda política criminal moderna evitar de todasas formas que cidadãos sejam presos e quesó estejam na prisão os que ameacem a soci-edade. No Brasil é permitido que pessoas quecometam delitos de menor gravidade, cuja

pena não é superior a quatro anos, que não praticaramviolência e são primárias, cumpram suas penas de formaalternativa, representando um ganho para a sociedade.Você pode mandar um apenado trabalhar numa escola ourecolher livros nas casas para montar uma biblioteca. Estepreso vai ser supervisionado e o juiz vai averiguar se estásendo positivo ou não. Caso não esteja funcionando o juizdeve tomar outra providência. Mas esse tipo de pena cos-tuma ser muito efetiva e isso só traz beneficio para o pre-so, para família e à comunidade.

PAPEL DA SOCIEDADE: É importante que a população saibaque ela tem um papel na violência da sua cidade. A corrupção,o imposto de renda que você tenta fraudar, o guarda detrânsito que você tenta burlar, um voto que você vende.Isso tudo é violência. Esses são exemplos de como o cida-dão troca as possibilidades de melhoria geral por interessesparticulares. Enfim, a sociedade tem uma parcela de culpa,tem que evitar as pequenas fraudes. A criminalidade estáem todos os lugares e não só entre as pessoas que sãoetiquetadas como criminosas. Pelo contrário. Estima-se queno máximo sete por cento das pessoas que cometem crime

estejam numa peniten-ciária, o resto continuacometendo crimes. Aprevenção é a única ma-neira de você lidar coma criminalidade.

ALTERNATIVAS: A so-ciedade precisa pensar em alternativas que ainda não es-tão malhadas de 20, 30 anos de política, de rotatividadeno governo e que não fizeram nada. Se tivessem feito al-guma coisa, a situação estaria melhorando e não pioran-do. Nós sabemos se está funcionando esse grupo de polí-tica que se reveza vendo resultados! Valença está melho-rando? Valença está com mais escolas, melhores hospitais,mais empregos, os jovens estão mais ocupados em apren-der profissões, estudar, ou estão na praça puxando fumo ese embebedando? E o resultado qualquer pessoa pode ver.A cidade está caminhando pra frente ou está regredindo?

Tem que criar frentes de trabalho,industrializar o que é preciso, criarfocos de turismo, de ecoturismo,

de artesanato.

O objetivo de um cargo político ée sempre foi servir o povo,

beneficiar aquela comunidade ecumprir aquilo que prometeu.

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8 maio de 2005 Valença em Questão

Retrato do BrasilTV abertaSUPER TUDO - QUARTA, TVE, 21H;DOMINGO, ÀS 22H30 - Revista ele-trônica dirigida ao público jovem.Traz notícias, entretenimento e di-ferentes atrações culturais, comopré-estréias de cinema, espetácu-los de dança, lançamentos de li-vros, teatro, música e tendênciasda moda. Abrange também o uni-verso do comportamento e quali-dade de vida, além de divulgar osprojetos sociais que vêm sendo re-alizados por ONGs nas comunida-des carentes. Também não deixade dar destaque às iniciativas desucesso na área de educação.Além das reportagens, o Supertudoconta com o quadro Saltimbanco,com uma crítica bem-humorada aocotidiano.

culturalculturalculturalculturalculturalcultural

EM UM ROMANCE de ex-clusão social, FreiBetto consegue com-por um caleidoscópiodo Brasil de hojenuma surpreendentetrama policial. No an-tigo Bairro da Lapa,no Rio de Janeiro, umvelho hotel é palco deum mistério macabro:um de seus hóspedesaparece morto. Sempistas, a polícia tateiano escuro. Cada mora-dor do hotel torna-se,ao mesmo tempo, suspeito e víti-ma em potencial.

O autor, através de uma galeriade personagens que vai dacafetina, passa pela faxineira, peloassessor da Assembléia Legislativa,o travesti, chegando ao interioranoCândido, com olhar singelo e tam-

bém perspicaz, queprocura sobreviver nametrópole. Este temo destino cruzadocom Bia, uma meni-na de rua. Com talen-to narrativo, FreiBetto cria um retratosem retoques da vidana metrópole, abor-dando temas polêmi-cos como a violênciapolicial, as drogas, a

marginalização dos mi-seráveis e a situaçãoda infância carente

Numa narrativa instigante, quemescla tramas amorosas e polici-ais, literárias, esotéricas e filosófi-cas, Hotel Brasil ultrapassa as fron-teiras do suspense para ofereceraos leitores, num estilo preciso econtundente, um retrato em mini-atura do país em que vivemos.

Hotel Brasil de FreiBetto. Editora Ática

REDENTOR (BRASIL) 2004 –Rio de Janeiro, década de 70.Repórter de um jornal cariocaé escalado para cobrir umescândalo imobiliário. Paraapurar o caso é obrigado areencontrar um amigo deinfância, filho de um famosoempreiteiro que se suicidou, e queenrolou o pai do repórter nãoentregando um apartamento numcondomínio da Barra da Tijuca.Anos depois, os moradores dafavela vizinha, que trabalharam nocondomínio e nunca receberamum tostão resolvem apropriar-sedaquilo que construíram. Aí o filho

do empreiteiro, agora àbeira da falência, cooptao repórter por 5 milhõesde dólares. Mas o tiro saipela culatra. Culpado earrependido, o repórterenlouquece e parte embusca de Deus. Para suasurpresa, encontra-o. A

salvação divina virá em troca deuma missão: convencer oempreiteiro a doar toda a suafortuna aos pobres. Não vai serfácil. Mas Deus vai dar umamãozinha! Entre os artistas estãoPedro Cardos, Miguel Falabela,Fernando Torres, FernandaMontenegro, Camila Pitanga,Stênio Garcia, entre outros.

Deus existe

PublicaçãoCARTA CAPITAL - semanal. R$ 7,00.trata de assuntos de economia, po-lítica e cultura. Tem um diferencialem relação à Veja, IstoÉ e Época,tratando de temas socialmentemais importantes.

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