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  • catlogode Plantas e fungosdo brasil

    voluMe 1

  • Presidncia da rePblicaLuis Incio Lula da Silvapresidente

    Ministrio do Meio aMbienteIzabella Mnica Vieira Teixeiraministra

    Jos Machadosecretrio-executivo

    instituto de Pesquisas JardiM botnico do rio de JaneiroLiszt Vieirapresidente

    JardiM botnico do rio de JaneiroRua Jardim Botnico 1008Jardim Botnico, Rio de Janeiro, RJ22460-180

    Realizao

    ciP brasil. catalogao na fonte sindicato nacional de editores de livrosP714 catlogo de Plantas e fungos do brasil

    C355

    v.1

    Catlogo de plantas e fungos do Brasil, volume 1 / [organizao Rafaela Campostrini Forzza... et al.]. -

    Rio de Janeiro : Andrea Jakobsson Estdio : Instituto de Pesquisas Jardim Botnico do Rio de Janeiro, 2010.

    2.v. : il.

    Inclui bibliografia

    ISBN 978-85-88742-42-0

    1. Botnica Brasil Catlogos. 2. Plantas Brasil Catlogos. 3. Fungos Brasil Catlogos. I. Forzza,

    Rafaela Campostrini, 1972-.

    10-3934. CDD: 581.981

    CDU: 582(81)

    11.08.10 11.08.10 020773

  • catlogode Plantas e fungosdo brasil

    voluMe 1

  • JardiM botnico do rio de Janeiro, 2010.

    catlogo de Plantas e fungos do brasil

    coMit organizador do ProJeto lista do brasilRafaela Campostrini Forzza, Paula Moraes Leitman, Andrea Costa, Anbal Alves de Carvalho Jr., Ariane Luna Peixoto, Bruno Machado Teles Walter, Carlos Bicudo, Daniela Zappi, Denise Pinheiro da Costa, Eduardo Lleras, Gustavo Martinelli, Haroldo Cavalcante de Lima, Jefferson Prado, Joo Renato Stehmann, Jos Fernando A. Baumgratz, Jos Rubens Pirani, Lana da Silva Sylvestre, Leonor Costa Maia, Lucia G. Lohmann, Luciano Paganucci, Marcos Silveira, Marcus Nadruz, Maria Cndida Henrique Mamede, Maria Nazar C. Bastos, Marli Pires Morim, Maria Regina Barbosa, Maringela Menezes, Mike Hopkins, Ricardo Secco, Taciana Cavalcanti, Vincius Castro Souza

    editores do catlogoRafaela C. Forzza, Jos Fernando A. Baumgratz, Carlos Eduardo M. Bicudo, Anbal A. Carvalho Jr., Andrea Costa, Denise P. Costa, Mike Hopkins, Paula M. Leitman, Lucia G. Lohmann, Leonor Costa Maia, Gustavo Martinelli, Maringela Menezes, Marli P. Morim, Marcus A. Nadruz Coelho, Ariane L. Peixoto, Jos Rubens Pirani, Jefferson Prado, Luciano P. Queiroz, Vincius C. Souza, Joo Renato Stehmann, Lana S. Sylvestre, Bruno M. T. Walter & Daniela Zappi

    ilustraesAna Lucia Souza: pgs. 12/13 e 42; Carmen Zocchio Fidalgo: pg. 43; Emiko Naruto: pg. 568; Malena Barretto: pg. 570 e colofo dos volumes 1 e 2; Maria Alice de Rezende: pgs. 61, 452, 522 e 879; Paulo Ormindo: capa, pgs. 6, 13, 15, 17, 21, 78 e 877; Renato de Carvalho Moraes: capa, pgs. 1, 3, 4, 5, 7, 14, 16, 18, 19, 69, 90, 91, 873, 875 e 876; Fungo pg. 93 e Algas pgs. 49 e 262 reproduzidos de Martius, C.P.F. et al. 1833, Flora brasiliensis pars prior; Gimnosperma: pg. 75 reproduzida de Martius, C.P.F. et al. 1895, Flora brasiliensis 4(1).

    Produo editorialAndrea Jakobsson Estdio EditorialProjeto grfico Erika Martinsassistente editorial Renata Aroucaeditorao eletrnica Marcelo Botelhoreviso e padronizao Rachel Valenaimpresso e acabamento Grfica Santa Marta

  • Parabenizo a todos os botnicos que contriburam para completar o presente catlogo. O Brasil o pas que provavelmente possui a maior flora do mundo, portanto, a produo de uma lista completa dessa flora uma extensa tarefa. Os coordenadores mobilizaram uma grande equipe de pessoas para compilar a lista, e timo ver que este projeto, diferentemente do que se observa em outros pases, foi coordenado no Brasil. Isto demonstra o alto nvel e a capacidade da comunidade botnica brasileira que se desenvolveu rapidamente nas ltimas dcadas. Este catlogo, por ter sido preparado na sua maioria por especialistas dos grupos estudados, mostra quais espcies so correntemente aceitas pelos botnicos envolvidos. As espcies foram padronizadas por meio da citao de materiais-voucher, a maioria dos quais foi coletada por brasileiros e est alojada em herbrios do Brasil. A informao a respeito da distribuio geogrfica de cada espcie ser extremamente til para fins de conservao, e interessante notar o nmero expressivo de espcies endmicas do Brasil. Este catlogo certamente ser utilizado por estudantes de diversas reas envolvendo botnica, ecologia e outras, e tenho certeza de que a sua existncia estimular futuras pesquisas a respeito de plantas brasileiras e que a sua verso on-line o manter atualizado. O desafio agora conservar os muitos ecossistemas diferentes nos quais estas espcies ocorrem, para manter a diversidade botnica do pas.

    Congratulations to the many botanists who have put together this checklist. Brazil probably has the largest flora of any country in the world and so it is no mean task to produce such a comprehensive checklist of all known plants and fungi. The coordinators have mobilized a team of many people to compile this work, but it is good to see that this project, unlike the checklist of species of many other countries, was generated and coordinated in Brazil. This demonstrates the high level and the skills of the Brazilian botanical community that have developed so rapidly over the past few decades. Because this catalogue has been prepared largely by specialists in the various plant families it is accurate and shows which species the botanists involved accept. Most species are standardised through the citation of a voucher specimen the majority of which have also been collected by Brazilians and housed in Brazilian herbaria. The information on the geographic distribution of each species will be invaluable for conservation. It is interesting to note the large number of endemic species that exist in Brazil. This catalogue will be of great use to many users of plants and especially for conservation. I am sure that the existence of this catalogue will stimulate much further research on Brazilian plants and the existence of it on line will enable it to be kept up-to-date. The challenge now is preserve the many different ecosystems in which these species occur and to maintain the botanical diversity of Brazil.

    Professor Sir Ghillean Prance FRS

    Prefcio

  • aPresentao

    O lanamento da edio impressa do Catlogo de Plantas e Fungos do Brasil apelidada de Lista do Brasil pelos prprios autores representa um extraordinrio marco no estudo da biodiversidade brasileira, sob vrios aspectos. Primeiramente, tem um incrvel significado histrico, pois constitui a primeira iniciativa de se rever e compilar os dados da flora nacional aps 106 anos da publicao da monumental obra Flora brasiliensis, editada por Karl Friedrich von Martius e colaboradores, que contou com a participao de vrios naturalistas da poca.

    O significado cientfico da Lista do Brasil tambm notvel, uma vez que todas as estimativas feitas at o presente sugerem que ocorrem, no territrio brasileiro, mais espcies de plantas do que em qualquer outro pas do Globo. A presente edio da Lista do Brasil, hoje com cerca de 41.000 espcies validadas e com tendncia de forte crescimento em funo da existncia de grandes pores do territrio nacional ainda inexploradas, confirma que neste pas ocorre a maior diversidade florstica do planeta. A presente publicao deve ser vista como o incio, e no o fim, de um longo processo para sistematizar o conhecimento da vegetao brasileira. Esta uma obra que dever ser continuamente atualizada nos prximos anos e dcadas, conforme o conhecimento sobre a flora nacional seja incrementado, com a descrio de novas espcies e a incorporao de novos dados sobre distribuio geogrfica e demografia das plantas.

    O lanamento deste livro tem tambm outro forte significado, relacionado com o amadurecimento cientfico brasileiro. Grandes objetivos, a princpio intangveis devido ao gigantismo das tarefas, podem ser alcanados quando h atuao coordenada, colaborativa e sistmica. O sucesso na elaborao deste imenso catlogo da flora nacional deve-se em grande parte exemplar capacidade de articulao da comunidade de botnicos, que permitiu a unificao dos esforos e do conhecimento de mais de 400 especialistas trabalhando em rede. A formao deste grande crebro foi o segredo para que o pas de maior diversidade florstica do mundo produzisse, em um espao de tempo relativamente curto, sua lista nacional da flora.

    O ttulo de campeo mundial em diversidade de plantas, confirmado com a publicao desta obra, no deve somente nos encher de orgulho. De fato, este prmio nos foi auferido graciosamente pela Natureza. Para permanecermos indefinidamente com o ttulo, precisamos ter a responsabilidade e o compromisso de conservar e usar de forma racional os habitats, os ecossistemas e os biomas que abrigam este gigantesco patrimnio representado por nossos recursos genticos vegetais. A publicao da primeira edio da Lista do Brasil um imenso passo nesta direo, afinal, para conservar e usar racionalmente preciso, antes de tudo, conhecer.

    Rogrio GribelDIRETOR DE PESQUISAS CIENTFICAS

    JARDIM BOTNICO DO RIO DE JANEIRO

  • agradeciMentos

    Aos inmeros naturalistas e botnicos que contriburam, por meio de suas coletas e pesquisas, para o aumento do conhecimento relativo biodiversidade brasileira. Do mesmo modo, aos curadores de colees e s suas instituies que salvaguardam e disponibilizam esses registros, possibilitando assim a compilao desta lista.

    A realizao deste Catlogo foi possvel graas ao apoio de vrias instituies e pesquisadores que enviaram seus dados, muitos ainda inditos, para compor a base inicial do sistema. A estes agradecemos a confiana em ns depositada.

    Ao Ministrio do Meio Ambiente, Projeto Nacional de Aes Integradas Pblico-Privadas para Biodiversidade (PROBIO II) e ao Global Environmental Fund (GEF) que, atravs do Centro Nacional de Conservao da Flora (CNCFLORA), financiaram o projeto e a publicao desse Catlogo.

    A todas as agncias financiadoras, Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES), Fundaes de Amparo de Pesquisa Estaduais (FAPE), que subsidiam as pesquisas dos botnicos que participaram desse projeto. Ao Bentham & Moxon Trust pelo apoio para a visita de Rafaela C. Forzza ao Royal Botanic Gardens, Kew (Inglaterra) para finalizar a redao e editorao do presente trabalho.

  • adriana de Mello gugliotta Instituto de Botnicaadriana guglieri Universidade Federal de Mato Grosso do Suladriana lobo Universidade Federal do Esprito Santoadriana Mayumi Yano-Melo Universidade Federal do Vale do So Franciscoalain chautems Conservatoire et Jardin botaniques de la Ville de Genve alessandra dos santos Instituto de Botnicaalessandro rapini Universidade Estadual de Feira de Santanaalexa araujo de oliveira Paes coelho Universidade do Estado da Bahiaalexandre indriunas Instituto de Botnicaalexandre quinet Jardim Botnico do Rio de Janeiroalexandre salino Universidade Federal de Minas Geraisallan carlos Pscheidt Instituto de Botnicaallyne christina gomes silva Universidade Federal de Pernambucoana claudia arajo Royal Botanic Gardens, Kewana flora de novaes Pereira Universidade Federal de Pernambuco ana luiza andrade crtes Universidade Estadual de Feira de Santanaana Maria giulietti Universidade Estadual de Feira de Santanaana M.g.a. tozzi Universidade Estadual de Campinasana odete santos vieira Universidade Estadual de Londrinaana Paula fortuna Perez Universidade Estadual de Campinasana zanin Universidade Federal de Santa Catarinaanderson alves-araujo Universidade Federal de Pernambucoanderson ferreira Pinto Machado Universidade Estadual de Feira de Santanaandrea costa Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacionalandra de arajo Universidade Estadual do Maranhoandrea onofre araujo Universidade Federal do ABCandrea Pereira luizi Ponzo Universidade Federal de Juiz de Foraandra Pozetti spina Universidade Estadual de Campinasandr gil Universidade Estadual de Campinasandreia silva flores Fundao Estadual do Meio Ambiente, Cincia e Tecnologia de Roraimaandre luiz c. M de a. santiago Universidade Federal Rural de Pernambuco UASTandr luiz gaglioti Instituto de Botnicaandre Marcio araujo amorim Universidade Estadual de Santa Cruzandr o. simes Universidade de So Pauloandrew Henderson New York Botanical Gardenangela borges Martins Universidade Estadual de Campinasangela lucia bagnatori sartori Universidade Federal de Mato Grosso do Sulangela M.s.f. vaz Jardim Botnico do Rio de Janeiroangelo schneider Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    anbal alves de carvalho Jr. Jardim Botnico do Rio de Janeiroanna carolina Mendona Pereira Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacionalanna luiza ilkiu-borges Museu Paraense Emilio Goeldiantnio elielson s. rocha Museu Paraense Emilio Goeldiariane luna Peixoto Jardim Botnico do Rio de Janeiroaristnio Magalhes teles Universidade Federal de Goisarline souza de oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacionalarmando carlos cervi Universidade Federal do Paranaugusto csar Pessa santiago Universidade Federal de Pernambucobenjamin M. torke New York Botanical Gardenbenoit loeuille Universidade de So Paulobente b. Klitgaard Royal Botanic Gardens, Kewberenice chiavegatto Universidade Federal de Juiz de Foraberyl simpson University of Texasbruno Machado teles Walter Embrapa/Cenargenbruno tomio goto Universidade Federal do Rio Grande do Nortebruno Wallnfer Naturhistorisches Museumcaetano troncoso oliveira Universidade Federal de Minas Geraiscarla gabriela vargas ramos Instituto de Pesquisa Jardim Botnico do Rio de Janeiro, IP/JBRJcarlos alonso Maya lastra Universidad del Quindocarlos eduardo de Mattos bicudo Instituto de Botnicacarlos Wallace nascimento Moura Universidade Estadual de Feira de Santanacarmen lidia amorim Pires-zottarelli Instituto de Botnicacarmen slvia zickel Universidade Federal Rural de Pernambucocarolyn Proena Universidade de Brasliacssia Mnica sakuragui Universidade Federal do Rio de Janeirocecilia c. Xifreda Universidad Nacional de La Platacecilia ezcurra Universidad Nacional del Comahuecharlotte taylor Missouri Botanical Gardencntia Kameyama Instituto de Botnicacntia luiza da silva luz Universidade de So Pauloclarice loguercio leite Universidade Federal de Santa Catarinaclarisse odebrecht Universidade Federal do Rio Grandeclaudenir simes caires Universidade de Brasliacludia elena carneiro Universidade Estadual de Feira de Santanacludia Petean bove Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacionalclaudine M. Mynssen Jardim Botnico do Rio de Janeirocludio augusto Mondin Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sulclaudio nicoletti de fraga Jardim Botnico do Rio de Janeiroclenia Pessoa Universidade Federal de Viosacyl farney catarino de s Jardim Botnico do Rio de Janeirocynthia sothers Royal Botanic Gardens, Kewdaniela sampaio Universidade Presbiteriana Mackenzie

    autores e instituies

  • daniela santos carneiro-torres Universidade Estadual do Sudoeste da Bahiadaniela zappi Royal Botanic Gardens, Kewdaniele Monteiro Universidade Federal de Juiz de Foradartanh J. soares Embrapa / Algododebora Medeiros Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacionaldenise Monte braz Universidade Federal Rural do Rio de Janeirodenise Pinheiro da costa Jardim Botnico do Rio de Janeirodieter Wasshausen Smithsonian Institutiondomingos b.o.s. cardoso Universidade Estadual de Feira de Santanadora ann l. canhos Centro de Referncia em Informao Ambientaldouglas c. daly New York Botanical Gardeneduardo b. almeida Jr. Universidade Federal Rural de Pernambucoeduardo da silva leal Jardim Botnico do Rio de Janeiroeduardo lleras Embrapa/SCTefignia de Melo Universidade Estadual de Feira de Santanaeimear nic lughadha Royal Botanic Gardens, Keweliana ramos Instituto Agronmico de Campinaseliane de lima Jacques Universidade Federal Rural do Rio de Janeirolide P. santos Universidade Federal do Paranelisandro ricardo drechsler-santos Universidade Federal de Pernambucoelisete arajo da anunciao Instituto de Botnicaelizabeth Woodgyer Royal Botanic Gardens, Kewelnatan bezerra de souza Universidade Estadual Vale do Acaraelsa cabral Instituto de Botnica del Nordesteelsie franklin guimares Jardim Botnico do Rio de Janeirolvia rodrigues de souza Universidade Estadual de Feira de Santanaemerson de Paula lima Universidade Federal de Pernambucoenide eskinazi-lea Universidade Federal de Pernambucoenrique forero Universidad Nacional de Colombiaeric Koiti okiyama Hattori Universidade Federal de Uberlndiaerika Medeiros Jardim Botnico do Rio de Janeiroerika ramos Martins Instituto de Botnicaevelin andrade Manoel Jardim Botnico do Rio de Janeiroeve lucas Royal Botanic Gardens, Kewfabiana luiza ranzato filardi Jardim Botnico do Rio de Janeirofabin a. Michelangeli New York Botanical Gardenfabiane nepomuceno costa Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucurifbio de barros Instituto de Botnicafabola feres Universidade Estadual de Campinasftima otavina de souza-buturi Instituto de Botnicafatima regina gonalves salimena Universidade Federal de Juiz de Forafelipe bastos Universidade Federal do Rio de Janeirofelipe fajardo villela antolin barberena Jardim Botnico do Rio de Janeirofernando bittencourt de Matos Centro de Pesquisas do Cacaufernando rgis di Maio Universidade Estcio de Sfernando rivadavia

    fiorella Mazine Universidade Federal de So Carlosflvia c.P. garcia Universidade Federal de Viosaflvio frana Universidade Estadual de Feira de Santanafranklin vinhos Instituto de Botnicagabriela Hoff silveira Universidade Federal do Rio Grande do Sulgenise v. somner Universidade Federal Rural do Rio de Janeirogerleni esteves Instituto de Botnicagerson oliveira romo Universidade de So Paulo Esalqghillean t. Prance Royal Botanic Gardens, Kewgisela Pelissari Instituto de Botnicagisela sancho Universidad Nacional de La Platagisele oliveira silva Instituto de Botnicagislayne cristina Palmeira borges Universidade Federal de Pernambucogladstone alves da silva Universidade Federal de Pernambucogracineide almeida Universidade do Estado da Bahiagreta aline dettke Universidade Federal do Rio Grande do Sulgustavo Heiden Universidade de So Paulogustavo Martinelli Jardim Botnico do Rio de Janeirogwilym P. lewis Royal Botanic Gardens, KewHaroldo cavalcante de lima Jardim Botnico do Rio de JaneiroHeimo rainer University of ViennaHelen Maria Pontes soto Museu Paraense Emlio GoeldiHerison Medeiros de oliveira Universidade Federal do AcreHilda M. longhi-Wagner Universidade Federal do Rio Grande do SulHiltje Maas-van de Kamer Nationaal Herbarium Nederlandins cordeiro Instituto de Botnicaingrid Koch Universidade Federal de So Carlosiuri goulart baseia Universidade Federal do Rio Grande do Norteiva carneiro leo barros Universidade Federal de Pernambucoivanilza Moreira de andrade Universidade Federal do PiauJadergudson Pereira Universidade Estadual de Santa CruzJefferson Prado Instituto de BotnicaJimi nakajima Universidade Federal de UberlndiaJoo batista baitello Instituto Florestal de So PauloJoo bernardo de azevedo bringel Jr. Jardim Botnico de BrasliaJoo luiz Mazza aranha filho Universidade Estadual de CampinasJoo Marcelo alvarenga braga Jardim Botnico do Rio de JaneiroJoo Paulo santos condack Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu NacionalJoo renato stehmann Universidade Federal de Minas GeraisJoo ricardo vieira iganci Universidade Federal do Rio Grande do SulJoel campos de Paula Universidade Estadual do Rio de JaneiroJomar gomes Jardim Universidade Federal do Rio Grande do NorteJorge Pedro Pereira carauta Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu NacionalJosaf carlos de siqueira Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro

  • Jos alves siqueira filho Universidade Federal do Vale do So FranciscoJos de ribamar de sousa rocha Universidade Federal do PiauJos eduardo lahoz da silva ribeiro Universidade Estadual de LondrinaJos eduardo Meireles Duke UniversityJos fernando a. baumgratz Jardim Botnico do Rio de JaneiroJos floriano Pastore Universidade Estadual de Feira de SantanaJose f. M. valls Embrapa/CenargenJos iranildo Miranda de Melo Universidade Estadual da ParabaJos luis bezerra Universidade Estadual de Santa CruzJos Maria cardiel Universidad Autnoma de MadridJos Martins fernandes Universidade Federal de ViosaJos rubens Pirani Universidade de So PauloJuan tun garrido Universidad Autnoma de YucatnJucicleide cabral de lima Universidade Federal de PernambucoJuliana de Paula souza Universidade de So Paulo EsalqJuliana dos santos guedes Instituto de BotnicaJuliana g. rando Universidade de So PauloJuliana lovo Universidade de So PauloJuliana silva dos santos Universidade Federal Rural de PernambucoJuliana souza Marques Instituto Agronmico de PernambucoJuliano M. baltazar Universidade Federal de PernambucoJulie H. a. dutilh Universidade Estadual de CampinasJulio antonio lombardi Universidade Estadual Paulista - Rio ClaroKarina fidanza rodrigues bernardo Universidade Estadual de Campinas Ktia cavalcanti Porto Universidade Federal de PernambucoKikyo Yamamoto Universidade Estadual de Campinaslaise de Holanda cavalcanti andrade Universidade Federal de Pernambucolana da silva sylvestre Universidade Federal Rural do Rio de Janeirolara regina Parra Universidade de So Paulolarissa cavalheiro da silva Universidade Federal do Mato Grossolarissa trierveiler Pereira Universidade Federal de Pernambucolarry noblick Montgomery Botanical Gardenlaura cristina Pires lima Universidade Estadual de Feira de Santanaleandro giacomin Universidade Federal de Minas Geraisleandro Jorge telles cardoso Jardim Botnico do Rio de Janeiroleila carvalho da costa Universidade de Braslialeila Macias Universidade Federal de Pelotasleonor costa Maia Universidade Federal de Pernambucoleticia ribes de lima Universidade Federal de So Carloslidyanne Yuriko saleme aona Universidade Federal do Recncavo da Bahialigia queiroz Matias Universidade Federal do Cearlilian auler Mentz Universidade Federal do Rio Grande do Sullilian eggers Universidade Federal do Rio Grande do Sullvia echternacht Universidade de So Paulo

    lvia godinho temponi Universidade Estadual do Oeste do Paranluana s. b. calazans Universidade Federal do Rio de Janeirolucas almeida vicente de barros Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Uniriolcia g. lohmann Universidade de So Pauloluciana H. Yoshino Kamino Universidade Federal de Minas Geraisluciano Paganucci de queiroz Universidade Estadual de Feira de Santanalcia rossi Instituto de Botnicaluci senna valle Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu Nacionalluisa senna Instituto Federal da Bahialuis carlos bernacci Instituto Agronmico de Campinaslus fernando Paiva lima Universidade da Regio da Campanhalus fernando Pascholati gusmo Universidade Estadual de Feira de Santanaluiza sumiko Kinoshita Universidade Estadual de Campinasluiz Jos soares Pinto Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu NacionalMara angelina galvo Magenta Universidade Santa CecliaMara lisiane tissot-squalli Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do SulMara rejane ritter Universidade Federal do Rio Grande do SulMarccus alves Universidade Federal de PernambucoMarcela eugenia da silva cceres Universidade Federal de SergipeMarcelo alusio sulzbacher Universidade Federal de Santa MariaMarcelo dias Machado vianna filho Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu NacionalMarcelo Monge Universidade Estadual de CampinasMarcelo reginato City University of New YorkMarcelo souza Jardim Botnico do Rio de JaneiroMarcelo trovo Universidade de So PauloMrcia carla ribeiro da silva Instituto Nacional de Pesquisas da AmazniaMarcia creed Jardim Botnico do Rio de JaneiroMrcia vignoli-silva Universidade Federal de Cincias da Sade de Porto AlegreMarcos Honorato da silva Universidade Federal de PernambucoMarcos Jos da silva Universidade Estadual de CampinasMarcos sobral Universidade Federal de So Joo del ReiMarcus alberto nadruz coelho Jardim Botnico do Rio de JaneiroMaria alice neves Universidade Federal da ParabaMaria anglica Kieling-rbio Universidade Federal do Rio Grande do SulMaria beatriz de barros barreto Universidade Federal do Rio de JaneiroMaria beatriz rossi caruzo Instituto de BotnicaMaria bernadete costa-e-silva Instituto Agronmico de PernambucoMaria candida Henrique Mamede Instituto de BotnicaMaria carolina de abreu Universidade Federal Rural de PernambucoMaria da conceio valente Jardim Botnico do Rio de Janeiro

  • Maria da glria gonalves da silva cunha Universidade Federal de PernambucoMaria das graas lapa Wanderley Instituto de BotnicaMaria de ftima agra Universidade Federal da ParabaMaria de ftima de oliveira carvalho Universidade Federal Rural de PernambucoMaria de ftima freitas Jardim Botnico do Rio de JaneiroMaria de lourdes abruzzi a de oliveira Fundao Zoobotnica do Rio Grande do SulMaria de lourdes soares Instituto Nacional de Pesquisas da AmazniaMaria do carmo estanislau do amaral Universidade Estadual de CampinasMaria do carmo Mendes Marques Jardim Botnico do Rio de JaneiroMaria do co r. Pessoa Universidade Federal da ParabaMaria do socorro Pereira Universidade Federal de Campina GrandeMaria fernanda cali Universidade de So PauloMaria iracema bezerra loiola Universidade Federal do CearMaria leonor del rei souza Universidade Federal de Santa CatarinaMaria luiza silveira de carvalho Universidade Estadual de Feira de SantanaMara Mercedes arbo Instituto de Botnica del NordesteMaria Mulgura Instituto DarwinionMariana Machado saavedra Jardim Botnico do Rio de JaneiroMara natividad snchez de stapf Smithsonian Tropical Research InstituteMaringela Menezes Universidade Federal do Rio de Janeiro Museu NacionalMaria regina barbosa Universidade Federal da ParabaMaria salete Marchioretto Universidade do Vale do Rio dos SinosMaria silvia ferrucci Instituto de Botnica del NordesteMaria teresa Menezes szchy Universidade Federal do Rio de JaneiroMarilene felipe santiago Universidade Federal de PernambucoMarlia cristina duarte Instituto de BotnicaMarina capelari Instituto de BotnicaMarina vaz stefano Universidade Federal do Rio de JaneiroMarisa campos santana Universidade Federal de Santa CatarinaMarli bergesh Universidade Federal do Rio GrandeMarli Pires Morim Jardim Botnico do Rio de JaneiroMarlon Machado Universidade Estadual de Feira de SantanaMarta camargo de assis EmbrapaMarta dias Moraes Universidade Federal do AcreMassimiliano dematteis Instituto de Botnica del NordesteMassimo g. bovini Jardim Botnico do Rio de JaneiroMaurcio takashi coutinho Watanabe Universidade de So PauloMaximilian Weigend Institut fr Biologie Systematische Botanik und Pflanzengeographie, Freie Universitt Melanie diniz Instituto de BotnicaMichaele alvim Milward de azevedo Universidade Federal do Esprito Santo

    Michael nee New York Botanical GardenMicheline carvalho-silva Universidade de BrasliaMichel Joo ferreira barros Jardim Botnico do Rio de JaneiroMikael Pric freitas Universidade de So PauloMike Hopkins Instituto Nacional de Pesquisas da AmazniaMilton groppo Faculdade de Filosofia, Cincias e Letras de Ribeiro PretoMizu Kirizawa Instituto de BotnicaMutue toyota fujii Instituto de Botnicandia chukr Parque Municipal Teresa Maianadia roque Universidade Federal da Bahianancy Hensold Field Museumnara furtado de oliveira Mota Universidade Federal de Minas Geraisnarcsio costa bigio Universidade Federal de Rondnianataly oleary Instituto Darwinionnathlia de Paiva Krauss silva Universidade Federal do Rio de Janeironathan P. smith New York Botanical Gardenneusa taroda ranga Universidade Estadual Paulista So Jos do Rio Pretonigel taylor Royal Botanic Gardens, Kewnilda Marquete Jardim Botnico do Rio de Janeironorma catarina bueno Universidade Estadual do Oeste do ParanPaula leitman Jardim Botnico do Rio de JaneiroPaul e. berry University of MichiganPaul Hiepko Botanic Garden and Botanical Museum Berlin-Dahlem Paul Maas Nationaal Herbarium NederlandPaulo eduardo aguiar saraiva camara Universidade de BrasliaPaulo g. Windisch universidade Federal do Rio Grande do SulPaulo Jos f. guimares Jardim Botnico do Rio de JaneiroPaulo labiak Universidade Federal do ParanPaulo takeo sano Universidade de So PauloPedro acevedo rodrguez Smithsonian InstitutionPedro bond schwartsburd Instituto de BotnicaPedro fiaschi Universidade de So PauloPedro germano filho Universidade Federal Rural do Rio de JaneiroPedro lus rodrigues de Moraes Universidade Estadual de Feira de SantanaPedro l. viana Universidade Federal de Minas GeraisPeter W. fritsch California Academy of SciencesPolyana noronha soares Universidade Federal de UberlndiaPriscila P.a. ferreira Instituto de Botnica rafaela campostrini forzza Jardim Botnico do Rio de Janeirorafael augusto Xavier borges Jardim Botnico do Rio de Janeirorafael barbosa Pinto Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Uniriorafael trevisan Universidade Federal do Rio Grande do Sulraquel fernandes Monteiro Jardim Botnico do Rio de Janeiroraquel ludtke Universidade Federal de Pelotasraul gutierrez Arizona State University raymond Harley Royal Botanic Gardens, Kew

  • regina clia de oliveira Universidade de Brasliaregina c. v. Martins da silva Embrapa/Cpatu regina Helena Potsch andreata Universidade Santa rsularegina t. shirasuna Instituto de Botnicaregina Y. Hirai Instituto de Botnicarenata Moura de liro Universidade Federal da Bahiarenata sebastiani Instituto de Botnicarenato de Mello-silva Universidade de So Paulorenato goldenberg Universidade Federal do Paranrene H. fortunato Instituto de Recursos Biolgicos Cirn-Intareyjane Patricia oliveira Universidade Estadual deFeira de Santanaricarda g. riina Real Jardn Botnico, Madridricardo couto Jardim Botnico do Rio de Janeiroricardo Kriebel New York Botanical Garden ricardo secco Museu Paraense Emilio Goeldirita baltazar de lima Universidade Federal da Parabaroberta gomes chacon Jardim Botnico de Brasliaroberto Manuel salas Instituto de Botnica del Nordesterobson daumas ribeiro Jardim Botnico do Rio de Janeirorodrigo augusto camargo Universidade Estadual de Campinasrodrigo augusto santinelo Pereira Universidade de So Paulorodrigo duno de stefano Centro de Investigacin Cinetfi ca de Yucatnrodrigo schtz rodrigues Universidade Federal de Roraimaronaldo Marquete Jardim Botnico do Rio de Janeirorosa Mara borges da silveira Universidade Federal do Rio Grande do Sulrosana conrado lopes Universidade Federal do Rio de Janeirorosana romero Universidade Federal de Uberlndiarosngela simo-bianchini Instituto de Botnicaroseli b. torres Instituto Agronmico de Campinasroseli lopes da costa bortoluzzi Universidade do Estado de Santa Catarina CAVrubens luiz gayoso coelho Universidade Estadual de Campinasrubens teixeira de queiroz Universidade Estadual de Campinassamir Khader Universidade Estcio de Ssandra Maria alves-da-silva Fundao Zoobotnica do Rio Grande do Sulscott a. Mori New York Botanical Gardensrgio romaniuc neto Instituto de Botnicasheila r. Profi ce Jardim Botnico do Rio de Janeiroshirley graham Missouri Botanical Gardensidnei de souza Centro de Referncia em Informao Ambientalsilvana aparecida Pires de godoy Universidade de So Paulosilvana c. ferreira Universidade Estadual de Feira de Santanasilvia Maia Pita beauclair guimares Instituto de Botnicasilvia t. s. Miotto Universidade Federal do Rio Grande do Sulsimon Mayo Royal Botanic Gardens, Kewsonia Maria barreto Pereira Universidade Federal Rural de Pernambucosonia Marisa He er Universidade Federal do Rio Grandetaciana barbosa cavalcanti Embrapa/Cenargentnia Maria de Moura Universidade Estadual de Campinas

    tania regina dos santos silva Universidade Estadual de Feira de Santanatarciso s. filgueiras Universidade Estadual de Campinastatiana b. gibertoni Universidade Federal de Pernambucotatiana tavares carrijo Jardim Botnico do Rio de Janeirothaisa vilar Universidade de Brasliathais elias almeida Universidade Federal de Minas Geraisthais scotti do canto dorow Universidade Federal de Santa Mariathamis Meurer Universidade Estadual do Oeste do Parantoby Pennington Royal Botanic Garden Edinburghvagner gularte cortez Universidade Federal do Paranvalria cassano Universidade Estadual do Rio de Janeirovalquria f. dutra Universidade Federal de Viosavera lcia gomes Klein Universidade Federal de Goisvera regina Werner Fundao Zoobotnica do Rio Grande do Sulveronica thode Universidade Federal do Rio Grande do Sulvictor steinmann Instituto de Ecologa, A.C.vidal f. Mansano Jardim Botnico do Rio de Janeirovincius antonio de oliveira dittrich Universidade Estadual do Sudoeste da Bahiavincius castro souza Universidade de So Paulo Esalqvincius trettel rodrigues Universidade Braz Cubasvitor fernandes oliveira de Miranda Universidade Estadual Paulista Jaboticabalviviane renata scalon Universidade Federal de Ouro Pretovolker bittrich Universidade Estadual de CampinasWayt thomas New York Botanical GardenWilliam rodrigues Universidade Federal do ParanXavier cornejo New York Botanical Garden

  • lista de esPcies 91

    fungos LATO SENSU 93

    HYPHocHYtrioMYcota 93 Hyphochytriales 93

    labYrintHuloMYcota 93Thraustochytriales 93

    MYXoMYcota 94Ceratiomyxales 94Echinosteliales 94Liceales 94Physarales 96Stemonitales 100Trichiales 102

    ooMYcota 104Albuginales 104Haptoglossales 104Incertae sedis 104Leptomitales 105Olpidiopsidales 105Peronosporales 105Pythiales 106Rhipidiales 110Rozellopsidales 110Saprolegniales 110

    PlasModioPHoroMYcota 113Plasmodiophorales 113

    fungos STRICTO SENSU 113

    ascoMYcota 113Anamrficos 113Arthoniales 140Candelariales 142Capnodiales 142Diaporthales 142Dothideales 142Erysiphales 143Helotiales 143Hypocreales 144Incertae sedis 144Lecanorales 146Meliolales 149Ostropales 149Peltigerales 156

    Prefcio 5aPresentao 6 agradeciMentos 7

    introduo 19

    1. sntese da diversidadebrasileira 21 2. os fungos do brasil 433. as algas do brasil 494. as brifitas do brasil 615. as saMaMbaias e licfitas do brasil 696. as giMnosPerMas do brasil 757. as angiosPerMas do brasil 78

    ndice

    voluMe 1

  • algas 262

    bacillarioPHYceae 262Charophyceae 310Chlorophyceae 335Chrysophyceae 352Cryptophyceae 354Cyanophyceae 356Dictyochophyceae 366Dinophyceae 366Euglenophyceae 383Phaeophyceae 404Prasinophyceae 409Prymnesiophyceae 409Raphidophyceae 415Rhodophyceae 416Synurophyceae 436Ulvophyceae 438Xanthophyceae 448

    brifitas 452

    antceros 452Anthocerotaceae 452Dendrocerotaceae 452Notothyladaceae 452

    HePticas 453Acrobolbaceae 453Adelanthaceae 453Aneuraceae 453Arnelliaceae 454Aytoniaceae 454Balantiopsidaceae 454Calypogeiaceae 454Cephaloziaceae 455Cephaloziellaceae 455Chonecoleaceae 456Corsiniaceae 456Fossombroniaceae 456Frullaniaceae 456Geocalycaceae 458Gymnomitriaceae 459Herbertaceae 459Jungermanniaceae 459Lejeuneaceae 460Lepicoleaceae 471Lepidoziaceae 471Lunulariaceae 473Marchantiaceae 473Metzgeriaceae 474Monocleaceae 475Oxymitraceae 475Pallaviciniaceae 475Pelliaceae 475Plagiochilaceae 475Pleuroziaceae 477Porellaceae 477Radulaceae 477Ricciaceae 478Scapaniaceae 479

    Pertusariales 156Pezizales 157Phyllachorales 157Pleosporales 158Pyrenulales 158Rhytismatales 159Teloschistales 159Verrucariales 160Xylariales 160

    basidioMYcota 168Agaricales 168Atheliales 180Auriculariales 181Boletales 182Cantharellales 185Corticiales 186Dacrymycetales 187Doassansiales 187Geastrales 187Gloeophyllales 188Gomphales 188Hymenochaetales 189Hysterangiales 194Phallales 195Polyporales 196Pucciniales 210Russulales 242Thelephorales 244Trechisporales 244Tremellales 245Urocystidiales 245

    blastocladioMYcota 245Blastocladiales 245

    cHYtridioMYcota 246Chytridiales 246Incertae sedis 249Lobulomycetales 249Monoblepharidales 249Rhizophydiales 250Spizellomycetales 251

    gloMeroMYcota 251Archaeosporales 251Diversisporales 252Glomerales 255Paraglomerales 257

    zYgoMYcota 257Dimargaritales 257Entomophthorales 257Mortierellales 257Mucorales 258Zoopagales 261

  • Rhacocarpaceae 514Rhizogoniaceae 514Rigodiaceae 514Rutenbergiaceae 514Seligeriaceae 514Sematophyllaceae 515Sphagnaceae 517Splachnaceae 520Splachnobryaceae 520Stereophyllaceae 520Symphyodontaceae 520Thuidiaceae 521

    saMaMbaias e licfitas 522

    Anemiaceae 522Aspleniaceae 525Blechnaceae 527Culcitaceae 529Cyatheaceae 529Dennstaedtiaceae 530Dicksoniaceae 531Dryopteridaceae 531Equisetaceae 537Gleicheniaceae 537Hymenophyllaceae 538Isoetaceae 541Lindsaeaceae 541Lomariopsidaceae 542Lycopodiaceae 543Lygodiaceae 545Marattiaceae 545Marsileaceae 546Metaxyaceae 546Oleandraceae 546Ophioglossaceae 546Osmundaceae 547Plagiogyriaceae 547Polypodiaceae 547Psilotaceae 552Pteridaceae 552Saccolomataceae 559Salviniaceae 559Schizaeaceae 560Selaginellaceae 560Tectariaceae 562Thelypteridaceae 562Woodsiaceae 566

    giMnosPerMas 568

    Araucariaceae 568Ephedraceae 568Gnetaceae 568Pinaceae 568Podocarpaceae 569Zamiaceae 569

    Sphaerocarpaceae 479Targioniaceae 479Trichocoleaceae 479

    Musgos 480Adelotheciaceae 480Amblystegiaceae 480Andreaeaceae 480Anomodontaceae 480Archidiaceae 480Aulacomniaceae 481Bartramiaceae 481Brachytheciaceae 482Bruchiaceae 483Bryaceae 483Calymperaceae 486Campyliaceae 488Catagoniaceae 488Cryphaeaceae 488Daltoniaceae 489Dicranaceae 489Diphysciaceae 492Ditrichaceae 492Entodontaceae 492Ephemeraceae 493Erpodiaceae 493Eustichiaceae 494Fabroniaceae 494Fissidentaceae 494Fontinalaceae 497Funariaceae 497Grimmiaceae 497Hedwigiaceae 498Helicophyllaceae 498Hookeriaceae 498Hydropogonaceae 498Hypnaceae 499Hypopterygiaceae 500Lembophyllaceae 500Leskeaceae 500Leucobryaceae 501Leucodontaceae 501Leucomiaceae 501Meteoriaceae 501Mniaceae 502Myriniaceae 503Neckeraceae 503Orthodontiaceae 504Orthotrichaceae 504Phyllodrepaniaceae 506Phyllogoniaceae 506Pilotrichaceae 506Plagiotheciaceae 508Polytrichaceae 508Pottiaceae 509Prionodontaceae 512Pterigynandraceae 512Pterobryaceae 512Ptychomitriaceae 513Ptychomniaceae 513Racopilaceae 513Rhabdoweisiaceae 513Rhachitheciaceae 513

  • voluMe 2Connaraceae 879Convolvulaceae 882Costaceae 895Crassulaceae 896Cucurbitaceae 896Cunoniaceae 901Cyclanthaceae 902Cymodoceaceae 903Cyperaceae 903Cyrillaceae 922Dichapetalaceae 923Dilleniaceae 923Dioscoreaceae 926Droseraceae 930Ebenaceae 931Elaeocarpaceae 932Elatinacae 934Ericaceae 934Eriocaulaceae 938Erythroxylaceae 959Escalloniaceae 962Euphorbiaceae 963Euphroniaceae 989Fabaceae 989Gelsemiaceae 1102Gentianaceae 1102Geraniaceae 1107Gesneriaceae 1107Goodeniaceae 1114Goupiaceae 1114Griseliniaceae 1114Gunneraceae 1114Haemodoraceae 1115Haloragaceae 1115Heliconiaceae 1115Hernandiaceae 1116Humiriaceae 1117Hydnoraceae 1118Hydrocharitaceae 1119Hydroleaceae 1119Hypericaceae 1120Hypoxidaceae 1121Icacinaceae 1121Iridaceae 1122Ixonanthaceae 1128Juncaceae 1128Juncaginaceae 1129Krameriaceae 1129Lacistemataceae 1129Lamiaceae 1130Lauraceae 1146Laxmanniaceae 1159Lecythidaceae 1159Lentibulariaceae 1163Limnocharitaceae 1166Linaceae 1166Linderniaceae 1167Loasaceae 1167Loganiaceae 1168Loranthaceae 1172Lythraceae 1177

    angiosPerMas 570

    Acanthaceae 570Achariaceae 585Achatocarpaceae 585Adoxaceae 585Agavaceae 586Aizoaceae 586Alismataceae 586Alliaceae 588Alstroemeriaceae 588Amaranthaceae 590Amaryllidaceae 596Anacardiaceae 599Anisophylleaceae 602Annonaceae 602Apiaceae 614Apocynaceae 617Apodanthaceae 644Aquifoliaceae 644Araceae 646Araliaceae 662Arecaceae 665Aristolochiaceae 675Asteraceae 678Balanophoraceae 750Basellaceae 750Bataceae 750Begoniaceae 751Berberidaceae 758Bignoniaceae 758Bixaceae 772Bonnetiaceae 773Boraginaceae 773Brassicaceae 777Bromeliaceae 778Brunelliaceae 816Burmanniaceae 817Burseraceae 818Cabombaceae 821Cactaceae 822Calceolariaceae 832Calyceraceae 832Campanulaceae 833Canellaceae 835Cannabaceae 835Cannaceae 836Capparaceae 836Cardiopteridaceae 838Caricaceae 839Caryocaraceae 839Caryophyllaceae 840Celastraceae 842Ceratophyllaceae 847Chloranthaceae 847Chrysobalanaceae 847Cistaceae 857Clethraceae 857Clusiaceae 857Combretaceae 864Commelinaceae 867

  • Salicaceae 1600Santalaceae 1603Sapindaceae 1606Sapotaceae 1621Sarraceniaceae 1629Schlegeliaceae 1629Schoepfiaceae 1629Scrophulariaceae 1629Simaroubaceae 1630Siparunaceae 1631Smilacaceae 1632Solanaceae 1633Sphenocleaceae 1649Staphyleaceae 1649Stemonuraceae 1649Strelitziaceae 1649Styracaceae 1649Surianaceae 1650Symplocaceae 1650Taccaceae 1651Tetrameristaceae 1652Theaceae 1652Theophrastaceae 1652Thismiaceae 1652Thurniaceae 1653Thymelaeaceae 1653Trigoniaceae 1654Triuridaceae 1655Tropaeolaceae 1655Turneraceae 1655Typhaceae 1661Ulmaceae 1661Urticaceae 1662Valerianaceae 1666Velloziaceae 1666Verbenaceae 1672Violaceae 1683Vitaceae 1685Vivianiaceae 1687Vochysiaceae 1687Winteraceae 1693Xyridaceae 1693Zingiberaceae 1699Zygophyllaceae 1699

    Magnoliaceae 1183Malpighiaceae 1183Malvaceae 1201Marantaceae 1227Marcgraviaceae 1234Martyniaceae 1235Mayacaceae 1236Melastomataceae 1236Meliaceae 1278Menispermaceae 1281Menyanthaceae 1285Molluginaceae 1286Monimiaceae 1286Moraceae 1287Muntingiaceae 1295Musaceae 1295Myoporaceae 1295Myristicaceae 1295Myrsinaceae 1297Myrtaceae 1301Nyctaginaceae 1330Nymphaeaceae 1332Ochnaceae 1333Olacaceae 1339Oleaceae 1341Onagraceae 1342Opiliaceae 1344Orchidaceae 1344Orobanchaceae 1426Oxalidaceae 1428Passifloraceae 1432Pentaphylacaceae 1436Peraceae 1437Peridiscaceae 1438Phyllanthaceae 1438Phytolaccaceae 1442Picramniaceae 1443Picrodendraceae 1444Piperaceae 1444Pittosporaceae 1460Plantaginaceae 1460Plumbaginaceae 1464Poaceae 1464Podostemaceae 1520Polygalaceae 1523Polygonaceae 1531Pontederiaceae 1534Portulacaceae 1535Potamogetonaceae 1536Proteaceae 1536Putranjivaceae 1537Quiinaceae 1538Quillajaceae 1539Ranunculaceae 1539Rapateaceae 1539Rhabdodendraceae 1541Rhamnaceae 1541Rhizophoraceae 1543Rosaceae 1543Rubiaceae 1545Ruppiaceae 1591Rutaceae 1591Sabiaceae 1599

    Vochysiaceae 1687Winteraceae 1693Xyridaceae 1693Zingiberaceae 1699Zygophyllaceae 1699

    Pittosporaceae 1460Plantaginaceae 1460Plumbaginaceae 1464Poaceae 1464Podostemaceae 1520Polygalaceae 1523Polygonaceae 1531Pontederiaceae 1534Portulacaceae 1535Potamogetonaceae 1536Proteaceae 1536Putranjivaceae 1537Quiinaceae 1538Quillajaceae 1539Ranunculaceae 1539Rapateaceae 1539Rhabdodendraceae 1541Rhamnaceae 1541Rhizophoraceae 1543Rosaceae 1543Rubiaceae 1545Ruppiaceae 1591Rutaceae 1591Sabiaceae 1599

  • introduointroduo

  • Introduo

    O interesse em estimar a riqueza da fl ora mundial comeou em meados do sculo XVIII, quando Linnaeus (1753) previu que, no planeta, haveria por volta de 10 mil espcies de plantas. Sem dvida ele fi caria surpreso se soubesse que, 250 anos mais tarde, ainda h muitas sendo descobertas e que mais de 2.600 espcies novas foram descritas em 2009 (International Plant Names Index 2009). Tambm fi caria intrigado e talvez desapontado ao descobrir que, apesar de ter legado uma base slida de conhecimento da fl ora, publicando cerca de 6.000 binmios (Jarvis 2007), no existe ainda uma lista completa das espcies conhecidas para a cincia.

    A necessidade de obter uma lista foi reconhecida h muito tempo por aqueles que estudam a diversidade de plantas (ex. Hooker 1893). Devido falta de informaes slidas e s difi culdades histricas de compilao, as estimativas sobre o nmero de espcies de fungos e plantas variaram muito at o incio do sculo XXI, tanto no que se refere s espcies j publicadas como tambm s estimativas totais (espcies descritas somadas s espcies por descrever). Entre as tentativas contemporneas de calcular a diversidade mundial, principalmente nos trpicos, destaca-se o trabalho de Prance (1977), que estimou cerca de 150.000 espcies de plantas e fungos para a Amrica tropical. Posteriormente, Wilson (1988) produziu e editou um trabalho clssico, no qual nmeros sobre a diversidade biolgica mundial foram compilados e as discusses sobre as agresses humanas biodiversidade ganharam mais corpo fora do meio acadmico. No fi nal da dcada de 1980, a necessidade de priorizar reas para conservao levou criao do conceito de hotspots, que defi ne regies com alta riqueza em espcies e endemismos, sujeitas a um alto grau de ameaa (Myers 1988, Mittermeier et al. 1998). Na mesma dcada, considerando que um nmero pequeno de pases, principalmente aqueles tropicais, concentra uma grande proporo da biodiversidade mundial, foi criado o conceito de pas megadiverso, em que o Brasil, a Colmbia, o Mxico, a Repblica Democrtica do Congo (antigo Zaire), Madagascar e a Indonsia foram os primeiros expoentes (Mittermeier 1988). Esse conceito vem promovendo a conservao dentro das diferentes realidades de cada governo e 17 pases so considerados megadiversos (Mittermeier et al. 1997).

    O Brasil possui uma rea de 8.514.877 km2, cuja maior parte se encontra entre o trpico de Capricrnio e a linha do Equador (516N 3345S, 3447W 7359W). Quanto altitude, h desde terras no nvel do mar, basicamente na costa atlntica do pas, at outras atingindo 3.014 m, no Pico da Neblina, norte do estado do Amazonas. O Brasil apresenta seis grandes Domnios Fitogeogrfi cos (Veloso et al. 1991): a Amaznia (que ocupa 49,29% do territrio), o Cerrado (23,92%), a Mata Atlntica (13,04%), a Caatinga (9,92%), o Pampa (2,07%) e o Pantanal (1,76%) (IBGE 2010). Apenas a Caatinga exclusivamente brasileira, ao passo que a Mata Atlntica tem cerca de 95% de sua rea (Stehmann et al. 2009) em

    SnteSe da dIverSIdade BraSIleIrarafaela c. Forzza, Jos Fernando a. Baumgratz, carlos eduardo m. Bicudo, dora ann l. canhos, anbal a. carvalho Jr., andrea costa, denise P. costa, mike Hopkins, Paula m. leitman, lucia g. lohmann, eimear nic lughadha, leonor costa maia, gustavo martinelli, maringela menezes, marli P. morim, marcus a. nadruz coelho, ariane l. Peixoto, Jos rubens Pirani, Jefferson Prado, luciano P. Queiroz, Sidnei de Souza, vincius c. Souza, Joo renato Stehmann, lana S. Sylvestre, Bruno m. t. Walter & daniela zappi

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira22

    territrio nacional e o Cerrado a sua quase totalidade, possuindo extenses marginais, porm contnuas, no nordeste do Paraguai e leste da Bolvia (AbSaber 1983). Mesmo considerando a Caatinga, com seus 844.453 km2 de clima semirido, no existem verdadeiros desertos ou semidesertos no territrio brasileiro. Dentro de cada Domnio Fitogeogrfico, h uma grande variedade de tipos de vegetao, fitofisionomias, hbitats e micro-hbitats que so ocupados por uma ampla diversidade tanto de plantas e fungos como de animais.

    Considerada a maior obra florstica realizada na regio neotropical (Daly & Prance 1989), a Flora brasiliensis1 (1840-1906) conta com descries de 22.767 espcies de plantas terrestres. Destas 19.629 tinham, na poca, ocorrncia confirmada para o Brasil (Urban 1906), enquanto 3.138 espcies eram conhecidas apenas em reas limtrofes, mas foram includas nos tratamentos taxonmicos, como o caso, por exemplo, de Lygodium micans J.W. Sturm, anotada como Verisimiliter etiam in Brasilia septentrionalis. Em alguns casos, o autor elaborou um tratamento completo para as espcies da Amrica do Sul (ex. Engler 1874).

    No decorrer de mais de 100 anos, houve um aumento considervel do conhecimento da flora, com muitas espcies de plantas descritas e novos registros assinalados para o Brasil. Entretanto, no surgiram outras tentativas com abrangncia semelhante da Flora brasiliensis, ou mesmo listas consistentes e publicadas sintetizando as espcies brasileiras.

    Muitos foram os autores que tentaram estimar a biodiversidade ocorrente no territrio brasileiro. Lewinsohn & Prado (2002), compilando estimativas de outros autores, projetaram um nmero entre 63.114 e 70.014 espcies de plantas e fungos, das quais 44.315 a 49.515 seriam plantas terrestres (angiospermas, gimnospermas, samambaias, licfitas e brifitas). Segundo Shepherd (2005), o nmero de plantas terrestres no pas poderia atingir quase 55.000 espcies (descritas e no descritas), considerando angiospermas com 50.000, gimnospermas com 16, pteridfitas com 1.400 e brifitas com 3.125 espcies. O intervalo de fanergamas j registradas foi estimado por Shepherd (2005) entre 40.000 45.000, o que representaria algo em torno de 16 20% da flora mundial. Heywood & Davis (1997) sugeriram a ocorrncia de aproximadamente 56.000 plantas vasculares no Brasil (angiospermas, gimnospermas, samambaias e licfitas), estimativa tambm utilizada por Giulietti et al. (2005).

    O presente catlogo teve como objetivo registrar o conhecimento atual das espcies de fungos e plantas do Brasil, listando os nomes aceitos e a sua ocorrncia em termos de Regio, estado e Domnios Fitogeogrficos, acompanhados de vouchers ou referncias bibliogrficas.

    HIStrIco e metodologIa

    O Brasil, como pas signatrio da Conveno sobre a Diversidade Biolgica (CDB), assumiu uma srie de compromissos perante a comunidade internacional. Dentre eles, est a Estratgia Global para Conservao de Plantas (GSPC), adaptada da Conferncia das Partes da CDB em abril de 2002, que tem por objetivo facilitar o consenso e a sinergia nos nveis global, regional e local, a fim de impulsionar o conhecimento e a conservao das plantas. Das 16 metas estabelecidas pela GSPC, a primeira a elaborao de uma lista amplamente acessvel das espcies conhecidas de plantas de cada pas. Para atingir essa meta, o Jardim Botnico do Rio de Janeiro (JBRJ) foi designado em 2008, pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), para coordenar a realizao do catlogo aqui apresentado.

    O incio do projeto Lista de espcies da flora do Brasil deu-se com uma reunio realizada no JBRJ, em 18 e 19 de setembro de 2008, que contou com a participao de 17 taxonomistas de diferentes instituies de todo o Brasil, alm de um especialista em sistemas de informao. Nessa reunio foi proposta a incluso no s de plantas vasculares como tambm de brifitas, algas e fungos, e indicaram-se os membros do comit organizador e os coordenadores de cada grupo taxonmico. As prioridades da lista em termos dos dados a serem preenchidos foram discutidas a partir dos campos mnimos do species2000, adaptados para a realidade do Brasil.

    Para o desenvolvimento de um sistema de informao que viabilizasse o gerenciamento, a atualizao colaborativa e a gerao do catlogo aqui apresentado, estabeleceu-se uma parceria com o Centro de Referncia em Informao Ambiental (CRIA), que j havia desenvolvido o prottipo da Flora brasiliensis revisitada. Alm dessa experincia, outras iniciativas tambm foram estudadas como o species2000, i-Plants e World Checklist of Selected Plants Families do Royal Botanic Gardens, Kew, para se chegar a um desenho final do sistema.

    1 Martius et al. (1833) na pars previa descrevem 80 algas, 177 liquens e 79 hepticas e antceros.

  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 23

    Foi definido que os trabalhos seriam realizados em duas etapas: a primeira consistiria na anlise, harmonizao e importao de listas estaduais e regionais ou de um determinado grupo de organismos, bem como de tratamentos taxonmicos j existentes. A segunda etapa seria a reviso e atualizao da informao sobre cada txon, diretamente pelos especialistas e exclusivamente via internet.

    As principais obras utilizadas para compor a base de dados inicial foram Barbosa et al. (2006), Cceres (2007), Daly & Silveira (2009), Gradstein & Costa (2003), Hennen et al. (2005), Mendona et al. (2008), Oliveira et al. (2007), Procopiak et al. (2006), Queiroz et al. (2006) e Stehmann et al. (2009). A lista de txons presentes na Flora brasiliensis revisitada (2009) tambm foi cedida pelos respectivos autores para uso neste catlogo. Alm disso, por meio de uma parceria firmada entre o JBRJ e o Kew foi possvel incluir no sistema todos os nomes de espcies referidas para o Brasil que constam no World Checklist of Selected Plant Families (2009) e a lista padronizada de autores de nomes botnicos, inicialmente criada por Brummitt & Powell (1992) e disponvel atravs do stio do The International Plant Names Index/IPNI (Authors of Plant Names 2009). Em alguns grupos tambm foram includas listas ainda no publicadas, mas cedidas por especialistas. Para um maior detalhamento desse processo em cada grupo, ver a metodologia para compilao dos dados dos captulos 2 a 7.

    Cada lista recebida possua contedo, estruturas e formatos diferentes (MS-Excel, MS-Word ou em formato texto). Para cada uma delas foi desenvolvido um programa para interpretar os campos e formatos, convert-los para o padro do novo sistema e integrar os dados no banco de dados hierrquico em PostgreSQL.

    Uma vez terminada a fase de importao de dados, uma interface web foi disponibilizada para que os especialistas pudessem fazer a atualizao e reviso de cada txon. Cada colaborador teve acesso a uma determinada parte da rvore taxonmica (i.e., acesso s listas dos grupos taxonmicos em diferentes nveis hierrquicos, como famlia e gnero) por meio de fornecimento de identificao e senha. Ferramentas de auxlio no preenchimento de cada campo do banco de dados, assim como relatrios de verificao automtica de erros e estatsticas foram implementados. A linguagem de programao utilizada foi Perl em ambiente Linux. Foi dada especial ateno agilidade e clareza das telas, uma vez que o sistema seria utilizado por centenas de pesquisadores simultaneamente. Como a rede de colaboradores conta com especialistas do Brasil e do exterior, as telas foram disponibilizadas em ingls e portugus. Ferramentas de controle de usurios, atribuio de autoria e correes globais de erros foram tambm desenvolvidas para a coordenao do projeto. Mdulos de exportao da informao em planilhas e gerao de relatrios em RTF (Rich Text Format) foram implementados para facilitar a edio deste catlogo.

    Durante o ano de 2009, 413 taxonomistas completaram, adicionaram e validaram fichas organizadas de maneira hierrquica em uma base de dados nica e de acesso restrito on-line (fig. 1). O sistema foi aberto ao grupo de especialistas no dia 7 de abril de 2009, com cerca de 90 mil nomes para serem avaliados, alm da possibilidade de haver novas incluses, e foi fechado em 31 de dezembro de 2009. Durante esse perodo foram avaliados 78.723 nomes. Aps o encerramento desse processo, a lista de nomes aceitos foi revisada pelo corpo editorial deste catlogo e uma interface de acesso pblico foi criada para permitir a busca e recuperao da informao registrada pelos pesquisadores no banco de dados. A verso 2010 da

    Figura 1 Ficha de espcie utilizada no sistema on-line.

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira24

    lista foi disponibilizada no website http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010 a partir de 21 de maio de 2010, integrada a uma base cartogrfica, permitindo assim a gerao dinmica de mapas de distribuio das espcies. Preconiza-se que, aps a publicao deste catlogo, a lista dever ser atualizada na forma on-line, com novas verses anuais.

    organIzao do catlogo

    Este catlogo foi organizado de acordo com os grandes grupos de organismos tradicionalmente estudados pelos botnicos, a saber:

    Fungos. A lista das espcies de fungos est subdividida em dois grupos, fungos lato sensu e fungos stricto sensu. Abaixo dessa subdiviso as espcies esto organizadas alfabeticamente em filos, ordens e gneros (ex. Fungos stricto sensu, Ascomycota, Arthoniales, Arthonia Ach., Arthonia bossalis Nyl.). Sob cada ordem aparecem listados os autores do tratamento.

    algas. Para as algas so reconhecidas 17 classes (incluindo procariticas e eucariticas), contendo os gneros e espcies em ordem alfabtica (ex. Charophyceae, Chara L., Chara compressa Kunth). Sob cada classe aparecem listados os autores do tratamento.

    Brifitas. As brifitas esto organizadas em trs divises: Anthocerotophyta (antceros), Marchantiophyta (hepticas) e Bryophyta (musgos). Dentro das divises, as famlias, gneros e espcies esto organizados em ordem alfabtica [ex. Antceros, Dendrocerotaceae, Dendroceros Nees, Dendroceros crispus (Sw.) Nees]. Sob cada diviso aparecem listados os autores do tratamento.

    Plantas vasculares. As plantas vasculares encontram-se organizadas em grandes grupos (samambaias e licfitas, gimnospermas e angiospermas) em ordem alfabtica de famlia, gnero e espcie [ex. Dennstaedtiaceae, Hypolepsis Bernh., Hypolepsis repens (L.) C. Presl]. Sob cada famlia aparecem listados os autores do tratamento. Dependendo da coordenao e da organizao taxonmica, algumas famlias possuem diviso de autoria por gnero, e o conjunto de todos os autores, precedidos pelo coordenador, aparece no incio da famlia.

    Para maiores esclarecimentos sobre a classificao utilizada em cada um desses grandes grupos, consultar a metodologia de compilao dos dados nos captulos 2 a 7.

    Informao dos sumrios. No incio de cada nvel hierrquico (filo, diviso, classe, ordem, famlia e gnero) sumarizado o nmero de espcies no Brasil, com o total de endemismos entre parnteses, seguidos de txons infraespecficos organizados da mesma maneira.

    nomes aceitos e sinnimos. Neste catlogo so apresentados apenas os nomes aceitos e de ocorrncia registrada no Brasil. No foi possvel citar a vasta bibliografia utilizada para documentar a circunscrio das espcies utilizada nas listas individuais. Esta se encontra dispersa sob as fichas tanto de gneros como de espcies includas no website http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2010. Os autores de famlias (em plantas vasculares) ou de ordens, classes e divises (em fungos, algas e brifitas) foram os responsveis pela incluso dessas bibliografias (artigos cientficos, revises taxonmicas, floras, monografias e teses), atribuindo, dessa forma, crdito aos autores dos tratamentos utilizados. Sinnimos e nomes erroneamente citados para o pas, que ampliariam sobremaneira este catlogo, podem ser encontrados no contedo disponvel do website supracitado.

    referncias bibliogrficas x vouchers (espcimes-testemunho). As listas de fungos e algas foram organizadas com base em referncias publicadas, portanto a citao de vouchers (materiais de herbrio) ocorre apenas ocasionalmente. Para as listas de brifitas, samambaias e licfitas, gimnospermas e angiospermas, preferiu-se o uso de vouchers por vrias razes: a citao de espcimes uma prtica corrente e universal entre os taxonomistas de plantas vasculares e de brifitas; o espcime citado no catlogo pode constituir o primeiro registro de um txon nunca antes referido para o Brasil; ao contrrio das referncias bibliogrficas, os espcimes oferecem a possibilidade de se conferir o conceito de espcie do taxonomista que listou o nome para o Brasil; e a possibilidade de ligao com catlogos on-line atualmente disponveis facilitando a futura disponibilizao de imagens das espcies tratadas. Por uma questo de uniformizao, foi considerado apenas o coletor principal e seu nmero de coleta.

  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 25

    Na ausncia deste, foi includo o nmero de registro de herbrio quando possvel2. Coletores adicionais e a expresso et al. foram retirados no processo de editorao. As referncias citadas no contexto das listas esto apresentadas de forma completa, no havendo necessidade de compilar uma bibliografia.

    distribuio dos txons. Os txons foram classificados como nativos/subespontneos, sendo o termo subespontneo utilizado de modo a abranger os sentidos de naturalizado, adventcio e invasor, conforme Spellerberg & Sawyer (1999). No foram includos no catlogo txons exticos encontrados apenas em cultivo. Os txons tambm foram classificados como endmicos ou no do Brasil. As espcies, subespcies e variedades ainda desprovidas desse tipo de informao aparecem como endmica (?), e esses registros, por ainda serem imprecisos, foram excludos das anlises apresentadas neste captulo e nos subsequentes. Em relao distribuio dos txons no Brasil, foram indicadas as regies polticas (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) e as respectivas unidades da Federao. Em alguns casos de txons com distribuio pouco conhecida ou duvidosa foi possvel sugerir a regio poltica de ocorrncia, sem incluir a unidade da Federao em questo.

    Adicionalmente, apresentado o Domnio Fitogeogrfico onde cada txon efetivamente ocorre. No caso de informao ainda no disponvel, a espcie aparece como Domnio desconhecido. No tratamento das algas, os txons foram classificados tambm como marinhos ou epicontinentais, e somente neste ltimo caso informado o Domnio. Os grandes Domnios Fitogeogrficos brasileiros (segundo Veloso et al. 1991, fig. 2) no se referem s fitofisionomias ou hbitats nos quais as espcies ocorrem. Por exemplo, uma espcie encontrada em mata de galeria dentro da rea do Cerrado listada como ocorrendo no Domnio do Cerrado; uma espcie que ocorra em campos altimontanos sobre os afloramentos rochosos costeiros est listada como ocorrendo no Domnio da Mata Atlntica. Infelizmente, o mtodo de compilao de dados usado ainda no permite um maior refinamento com relao a certos ambientes ricos em endemismos, como, por exemplo, os campos rupestres da Chapada Diamantina, na Bahia, que foram considerados como pertencentes ao Domnio da Caatinga.

    2 A numerao dos espcimes de herbrio no um padro adotado internacionalmente, sendo que muitos espcimes antigos (ex. tipos) no possuem nmero de coletor nem nmero de herbrio.

    Figura 2mapa dos domnios Fitogeogrficos do Brasil, segundo o IBge (2010).

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira26

    a dIverSIdade daS PlantaS e FungoS do BraSIl

    Como resultado deste trabalho foi documentado para o Brasil um total de 40.989 espcies de plantas e fungos, das quais 18.932 (46,2%) so endmicas do pas (tab. 1). As angiospermas so o grupo com maior nmero de espcies, detendo 76% da diversidade total amostrada. Em termos de endemismo, destacaram-se as angiospermas e as samambaias e licfitas, sendo que as algas apresentaram a menor taxa de endemicidade (tab. 1).

    gruPo total de eSPcIeS total de endmIcaS % endemIcIdade

    Fungos 3.608 523 14,5Algas 3.496 52 1,5

    Brifitas 1.521 275 18,1Samambaias e licfitas 1.176 450 38,3

    Gimnospermas 26 2 7,7Angiospermas 31.162 17.630 56,6

    Total 40.989 18.932 46,2

    Tabela 1 total de espcies nativas e subespontneas de plantas e fungos, total de espcies endmicas e taxa de endemicidade no Brasil.

    Em termos gerais, o total registrado neste catlogo excede o citado na obra mais completa anteriormente apresentada, a Flora brasiliensis (Martius et al. 1833, Urban 1906). Por outro lado, situa-se significativamente abaixo da maior parte das estimativas mais recentes3.

    registros atuais e estimativas prvias

    Como era de se esperar, passados mais de cem anos de desenvolvimento da pesquisa em botnica, desde o trmino da publicao da Flora brasiliensis, uma comparao com os nmeros apresentados por Martius et al. (1833) e Urban (1906) mostra um acrscimo marcante em todos os grupos. Na Flora brasiliensis, menos de 5% do nmero de fungos e algas e apenas 17,6% do nmero de espcies de brifitas foram descritos, enquanto o nmero de samambaias e licfitas atinge 49% e o de gimnospermas 42,3%. Nas angiospermas o aumento foi menor, quando comparado com os grupos mencionados anteriormente, com mais da metade do nmero de espcies descritas (60,5%) naquela obra (tab. 2). De fato, esses dados mostram que o nmero de espcies documentadas para a flora do pas desde a concluso da Flora brasiliensis maior do que o previsto por Linnaeus (1753) para a flora mundial. Logicamente, esta comparao apenas numrica, pois os txons sofreram diversas mudanas nomenclaturais e de circunscrio ao longo do tempo.

    Devemos destacar que o nmero total de espcies do catlogo (40.989) atinge apenas 58% a 67% das estimativas recentemente publicadas para plantas e fungos brasileiros (tab. 2), que variam entre 61.710 e 70.208 (Lewinsohn & Prado 2005).

    Analisando os grupos individualmente, principalmente fungos, algas e brifitas, possvel observar que os resultados aqui registrados se encontram abaixo dos intervalos das estimativas publicadas previamente (tab. 2). O exemplo mais extremo est nos fungos, onde as 3.608 espcies correspondem a apenas 24-27% do montante sugerido por Lewinsohn & Prado (2005). Da mesma maneira, as 3.496 espcies de algas representam 60-83% das estimativas de Lewinsohn & Prado (2005). Para as brifitas, as estimativas variavam ainda mais (1.660-3.200 espcies), sendo que o total de 1.521 espcies registradas ficou apenas um pouco abaixo do valor estimado por Costa (2009), que representa o limite inferior da estimativa encontrada.

    Por outro lado, os resultados sobre as plantas vasculares so mais prximos dos valores publicados previamente. As estimativas de 1.200-1.400 espcies de samambaias e licfitas foram consistentemente citadas por vrios trabalhos, e o resultado de 1.176 espcies ficou ligeiramente abaixo do limite

    3 As diversas estimativas existentes na bibliografia, tanto para o Brasil como para o mundo, foram compiladas numa srie de tabelas apresentadas no apndice deste captulo.

  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 27

    inferior estimado (84-98% das estimativas de Prado 1998, Shepherd 2005, Lewinsohn & Prado 2005, MMA 1998). A riqueza de gimnospermas, anteriormente estimada em 14-16 espcies (Shepherd 2005), passou a 26, das quais trs so espcies subespontneas de Pinus. As angiospermas (31.162 espcies) contriburam com o maior nmero de espcies do catlogo, estando ligeiramente acima da estimativa prvia mais baixa publicada, mas muito aqum das estimativas recentes que giravam em torno de 40.000-45.000 espcies, um intervalo frequente na bibliografia. Dessa maneira, o resultado obtido para as angiospermas representa entre 69% (Shepherd 2005, Lewinsohn & Prado 2005 e outros) e 103,9% (Thorne 1973 apud Shepherd 2005) dos totais indicados em estimativas anteriormente publicadas.

    Tabela 2 Sntese das estimativas de espcies registradas para o Brasil confrontadas com o nmero de espcies registradas na Flora brasiliensis (martius et al. 1833, urban 1906)

    e com o presente catlogo. * O termo no presente sentido refere-se soma de algas e plantas terrestres.

    representatividade da flora brasileira no contexto global

    Uma vez que os nmeros totais de espcies de plantas e fungos registrados no Brasil so mais baixos do que os anteriormente previstos pela maioria dos autores, de grande importncia reavaliar a contribuio do pas para a diversidade desses grupos no mundo. Cabe destacar, no entanto, que a maioria dos pases provavelmente dever reavaliar as suas estimativas do mesmo modo que foi feito no Brasil. As anlises realizadas aqui possuem um vis determinado por estimativas mundiais que consideravam o nmero anterior (exagerado) para o Brasil, que agora est sendo corrigido.

    Baseados em estimativas mundiais relativamente moderadas, combinando plantas e fungos, Lewinsohn & Prado (2005) chegaram a um intervalo de 414.066-429.966 espcies, das quais o subtotal brasileiro (63.456-73.956 espcies) representaria entre 15 e 17% da diversidade mundial. Porm alguns autores, como Giulietti et al. (2005) e Shepherd (2005), nas suas estimativas de espcies descritas e esperadas, sugeriram taxas de at 19-20% da flora mundial.

    O nmero de espcies registrado no presente catlogo sugere uma porcentagem mundial de plantas e fungos do Brasil entre 9,5 e 9,9%, portanto menor do que as estimativas vigentes (tab. 3). Essa porcentagem ainda mais baixa no caso de fungos e algas (cerca de 5% e 4,7-8,7%, respectivamente). Esses nmeros mais baixos podem ser compreendidos pela soma de dois fatores: um deles que o nmero de espcies conhecidas de fato menor do que as estimativas publicadas recentemente; o outro que o nmero de algas e fungos est realmente subestimado. No caso das listas de algas e fungos,

    todo

    s os g

    rupo

    sfu

    ngos

    alga

    s

    plan

    tas*

    plan

    tas t

    erre

    stre

    sbr

    ifit

    as

    plan

    tas c

    om se

    men

    tes

    gim

    nosp

    erm

    asan

    gios

    perm

    as

    plan

    tas v

    ascu

    lare

    ssa

    mam

    baia

    s e li

    cfit

    as

    Flora BraSIlIenSIS

    19.958 177 80 19.781 19.701 268 19.433 576 18.857 11 18.846

    eStImatIvaS PrvIaS maIS BaIxaS Para o BraSIl

    61.710 13.503 4.180 47.195 43.015 1.660 41.215 1.200 35.664 14 30.000

    eStImatIvaS PrvIaS maIS altaS Para o BraSIl

    70.208 14.923 5.770 55.285 49.515 3.200 56.000 1.400 45.015 16 45.000

    catlogo 2010 40.989 3.608 3.496 37.381 33.885 1.521 32.364 1.176 31.188 26 31.162% do nmero de eSPcIeS rePreSentadaS na Flora BraSIlIenSIS

    48,7 4,9 2,3 52,9 58,1 17,6 60 49 60,5 42,3 60,5

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira28

    devemos acrescentar que muitos desses organismos, em grande parte microscpicos e pouqussimo estudados, possuem ainda muitos problemas de coleta, anlise e delimitao taxonmica (vide captulos 2 e 3), dispondo de metodologias distintas e por vezes no compatveis com aquelas utilizadas na taxonomia e catalogao das plantas terrestres. A incluso de dados ainda no aferidos (vide captulos 2 e 3, metodologia) e a realizao de um maior nmero de coletas e estudos certamente ir aumentar o nmero desses organismos registrados no Brasil.

    eStImatIvaS PrvIaS maIS BaIxaS Para o mundo

    414.066 70.000 400.00 264.460 13.370 250.000 9.000 223.000 806 240.000

    eStImatIvaS PrvIaS maIS altaS Para o mundo

    429.966 74.331 73.829 379.599 18.000 366.229 12.838 422.127 1.391 421.968

    catlogo 2010 - % eStImatIvaS PrvIaS maIS BaIxaS

    9,9 5,2 8,7 12,8 11,4 12,9 13,1 14 3,2 13,0

    catlogo 2010 - % eStImatIvaS PrvIaS maIS altaS

    9,5 4,9 4,7 8,9 8,5 8,8 9,2 7,4 1,9 7,4

    Tabela 3 estimativas mundiais baseadas em dados publicados para fungos e plantas, comparadas com o presente catlogo.

    J no caso das plantas terrestres em geral, as espcies brasileiras perfazem entre 8,8 e 12,8% do total mundial. As propores dos grupos individuais so geralmente semelhantes, variando entre 8,5 e 11,4% para as brifitas, 9,2 a 13,1% para samambaias e licfitas e entre 7,4 a 13% para as angiospermas. A nica exceo encontrada foram as gimnospermas, um grupo com maior diversidade em regies frias e temperadas, no qual as espcies brasileiras contribuem com apenas 1,9 a 3,2% do total mundial. As dimenses da lacuna de conhecimento de certos grupos de organismos ficam ainda mais claras quando comparamos os nmeros obtidos para o Brasil, no presente catlogo, com as estimativas que levam em conta espcies ainda no descritas (tab. 4). Os fungos registrados at agora no Brasil, por exemplo, poderiam representar somente 0,2 e 3% da micota mundial, enquanto as algas registradas representariam entre 0,9 e 20,6% desse grupo no mundo. Admitindo-se os extremos mais arrebatados de estimativas para angiospermas no planeta (750.000, segundo Groombridge 1992), o nmero de espcies desse grupo registradas no Brasil representaria apenas 4,2% do total. Nossa estimativa no leva em conta o nmero de espcies ainda no descritas. Por exemplo, foram descritas 2.875 novas espcies de angiospermas para o Brasil entre 1990 e 2006 (Sobral & Stehmann 2009), perfazendo cerca de 8% das espcies descritas no mundo. Considerando que a maioria dos grupos apresentados neste catlogo contribuem com cerca de 10% da flora mundial, de se esperar que o nmero de espcies novas descritas acompanhe taxas semelhantes.

    Pode ser que essas estimativas mundiais sejam muito artificiais, baseadas em expectativas irreais sobre a existncia de espcies que nunca sero confirmadas ou talvez caream de validao dos nomes, como o que se fez neste catlogo. Talvez estejamos ainda longe de conhecer a nossa flora, ou mesmo a do planeta.

    todo

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  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 29

    FungoS algaS BrIFItaSSamamBaIaS

    e lIcFItaSgImnoSPermaS angIoSPermaS

    Estimativas mundiais mais altas

    1.600.000 400.000 23.000 13.600 750 750.000

    Estimativas mundiais mais baixas

    120.000 17.000 14.000 10.000 600 240.000

    Catlogo 2010 % estimativas mundiais mais alta

    0,2 0,9 6,6 8,6 3,5 4,2

    Catlogo 2010 % estimativas mundiais mais baixas

    3 20,6 10,9 11,8 4,3 13

    Tabela 4 estimativas mundiais baseadas em dados esperados para fungos e plantas, comparadas com o presente catlogo.

    diversidade e endemismo nos pases megadiversos

    Os nmeros encontrados demonstram que a riqueza de plantas e fungos do Brasil representa uma proporo importante da diversidade mundial, mas necessrio analis-los no contexto daqueles existentes para outros pases, especialmente os considerados megadiversos (Mittermeier 1988, Mittermeier et al. 1997) ou que apresentam altos nveis de endemismo.

    Infelizmente ainda no ser possvel uma comparao direta entre o conhecimento a respeito de todos os organismos registrados neste catlogo, pois este, no caso das algas, fungos e brifitas, ainda no est disponvel no padro da maioria dos pases megadiversos. Podemos, no entanto, efetuar comparaes utilizando os dados j acessveis para as plantas vasculares. De fato, a maioria dos endemismos registrados no presente catlogo est concentrada neste grupo, refletindo a contribuio das angiospermas, com 17.630 espcies endmicas (56,6%), enquanto o endemismo nos outros grupos (e.g. 1,5% nas algas e 18,1% nas brifitas) muito menor (tab.1).

    A tabela 5 mostra que, apesar de o nmero de espcies registradas no Brasil ter ficado abaixo daquilo que foi previamente estimado, o pas ainda inclui dentro de seu territrio o maior nmero de espcies de plantas vasculares do mundo (32.364), estando 9% a 10% acima do nmero de espcies indicado para a China e para a Indonsia, os dois mais prximos em megadiversidade. Sete dos pases megadiversos possuem menos da metade das espcies de plantas vasculares registradas para o Brasil (tab. 5).

    Os resultados do presente catlogo demonstram que o Brasil continua frente, no somente nos totais de plantas vasculares, mas tambm em nmeros absolutos de espcies endmicas.

    A tabela 6 apresenta os pases megadiversos no contexto de outros pases com alta taxa de endemismo de plantas vasculares. O Brasil detm o maior nmero de espcies de plantas vasculares endmicas (18.082), o que representa 27% a mais que a Austrlia e 29% a mais do que a China. No geral, porm, a taxa de endemismo brasileira (56%) a oitava maior do planeta, sendo ultrapassada por algumas floras de pases insulares, a saber: Austrlia e Papua Nova Guin (ambas com 91%), Nova Calednia (88%), Nova Zelndia (81%), Madagascar (74%) e Polinsia Francesa (58%). A frica do Sul (65%) o nico exemplo continental diretamente comparvel ao Brasil, englobando um bioma extremamente biodiverso (Fynbos) que constitui a Regio Florstica do Cabo, que detm o mais elevado grau de endemismo de plantas no mundo (somente nessa provncia h 9.086 espcies de plantas vasculares, das quais 6.226 so endmicas, com uma taxa de endemismo de 68,5% (Goldblatt et al. 2005). Os megadiversos China e Indonsia, com nmeros totais de espcies mais prximos aos do Brasil, possuem taxas de endemismo menores, de 47%.

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira30

    PaS rea(km2) total de eSPcIeS eSPcIeS endmIcaS taxa de endemISmo %

    Brasil 8.514.880 32.364 18.082 56China 9.598.088 29.650 14.013 47Indonsia 1.904.570 29.375 13.750 47Mxico 1.964.380 25.036 11.250 45Colmbia 1.141.750 24.500 10.500 43frica do Sul 1.219.090 20.407 13.265 65Estados Unidos 9.632.030 18.737 4.036 22Peru 1.285.220 18.055 5.676 31ndia 3.287.260 17.832 6.113 34Equador 283.560 17.517 4.179 24Venezuela 912.050 15.820 2.964 19Austrlia 7.741.220 15.638 14.182 91Malsia 329.740 15.250 3.600 24Papua Nova Guin 462.840 14.522 13.250 91Repblica Dem. Congo 2.344.860 11.004 1.100 10Madagascar 587.040 9.753 7.250 74Filipinas 300.000 8.931 3.500 39

    Tabela 5 os 17 pases megadiversos ordenados por riqueza de espcies de plantas vasculares (modificado de giam et al. 2010). Nmeros do Brasil atualizados segundo o presente catlogo, da frica do Sul segundo von Staden et al. (2009) e da

    Colmbia segundo Bernal (2009).

    PaS rea (km2) eSPcIeS endmIcaS total de eSPcIeS taxa de endemISmo (%)

    Brasil 8.514.880 18.082 32.364 56

    austrlia 7.741.220 14.182 15.638 91

    china 9.598.088 14.013 29.650 47

    Indonsia 1.904.570 13.750 29.375 47

    frica do Sul 1.219.090 13.265 20.407 65

    Papua nova guin 462.840 13.250 14.522 91

    mxico 1.964.380 11.250 25.036 45

    colmbia 1.141.750 10.500 24.500 43

    madagascar 587.040 7.250 9.753 74

    ndia 3.287.260 6.113 17.832 34

    Peru 1.285.220 5.676 18.055 31

    equador 283.560 4.179 17.517 24

    estados unidos 9.632.030 4.036 18.737 22

    Bolvia 1.098.580 4.000 17.367 23malsia 329.740 3.600 15.250 24

    Filipinas 300.000 3.500 8.931 39

    Cuba 110.860 3.227 6.514 50venezuela 912.050 2.964 15.820 19

    Nova Calednia 18.580 2.876 3.286 88Tailndia 513.120 2.742 11.313 24Chile 756.630 2.698 5.250 51Nova Zelndia 267.710 1.942 2.391 81Fiji 18.270 786 1.573 50Polinsia Francesa 4.000 560 959 58Ilhas Mauritius 2.040 318 718 44Ilhas Seychelles 460 135 250 54Santa Helena 308 55 165 33

    Tabela 6 os 27 pases com maior nmero de espcies endmicas ou maiores taxas de endemismo de plantas vasculares. Pases megadiversos destacados em negrito (modificado de Giam et al. 2010). Nmeros do Brasil atualizados segundo

    o presente catlogo, da frica do Sul segundo von Staden et al. (2009) e da Colmbia segundo Bernal (2009).

  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 31

    diversidade e endemismo nas regies e domnios do Brasil

    Conforme referido no contexto da diversidade brasileira e mundial, a deficincia no conhecimento de algas e fungos afeta, sobremaneira, os resultados registrados at o momento e tambm as comparaes dentro do Brasil. Foi difcil analisar a diversidade tanto por regio poltica (fig. 3) quanto por Domnio Fitogeogrfico (fig. 4). As regies que concentram um grande nmero de pesquisadores ativos, coletando e registrando espcies, coincidem com o Domnio brasileiro reportado como o mais diversificado, a Mata Atlntica, corroborando Stehmann et al. (2009). Particularmente os fungos, com grupos de pesquisa em Recife e no eixo Rio-So Paulo, mostram essa tendncia, sendo que os nmeros registrados para o Nordeste do Brasil ultrapassam os do Sudeste (tab. 7), enquanto o Domnio da Caatinga, inesperadamente, ultrapassa em nmeros tanto a Amaznia quanto o Cerrado (tab. 8, fig. 4).

    FungoS algaS BrIFItaSSamamBaIaS

    e lIcFItaSgImnoSPermaS angIoSPermaS total

    Norte 743 703 585 441 16 12.127 14.615Nordeste 1.749 1089 609 385 2 10.220 14.054Centro-Oeste

    296 343 460 328 7 8.516 9.950

    Sudeste 1.411 2.721 1.205 789 6 15.550 21.682Sul 1.320 1.700 796 194 7 7.333 11.350

    Tabela 7 nmero de espcies de fungos, algas e plantas terrestres por regio Poltica do Brasil.

    Figura 3 riqueza de fungos, algas e plantas terrestres nas regies Polticas do Brasil. Gimnospermas e angiospermas combinadas sob plantas com sementes.

    Para quase todos os grupos estudados a maior riqueza de espcies foi registrada na Regio Sudeste, com a nica exceo das gimnospermas. Um padro semelhante observado quando considerados os Domnios Fitogeogrficos, nos quais todos os grupos possuem maior nmero de espcies na Mata Atlntica, exceto gimnospermas. O nmero de espcies de plantas terrestres (16.146) registrado aqui para a Mata Atlntica (tab. 8) supera aquele registrado na lista de Plantas da Floresta Atlntica (15.782) (Stehmann et al. 2009).

    Os Domnios Amaznia e Cerrado, por sua vez, encontram-se prximos em riqueza total de espcies de angiospermas, mas a Amaznia parece apresentar maior diversidade de fungos, algas, brifitas, samambaias e licfitas e gimnospermas do que o Cerrado (tabs. 7 e 8, figs. 3 e 4). difcil traar comparaes usando os nmeros encontrados na Amaznia, por falta de trabalhos listando as espcies nesse Domnio Fitogeogrfico de modo geral.

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul

    Samambaias e lictas

    Britas

    Algas

    Fungos

    Plantas com sementes

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira32

    Para o Cerrado, porm, considerando as 12.070 espcies de plantas terrestres aqui registradas (tab. 8) e os nmeros da flora vascular nativa recentemente listados por Mendona et al. (2008), com 11.627 espcies, fica evidente que este Domnio muito mais diverso do que comumente se previu. O nmero de espcies do Cerrado est mais prximo das florestas Atlntica e Amaznica (especialmente desta) em um patamar muito superior ao da Caatinga, Pampa e Pantanal (tab. 8). Esta riqueza foi um dos fatores que levaram este Domnio a ser considerado um dos dois hotspots brasileiros, juntamente com a Mata Atlntica (Mittermeier et al. 1998, 2004).

    A Caatinga, com 5.218 espcies de fungos e plantas, aparece em quarto lugar entre os Domnios Fitogeogrficos. Estimativas publicadas para este Domnio no sentido mais estrito do que o aqui utilizado (excluindo campos rupestres e outros ecossistemas menos ridos inseridos no Domnio da Caatinga) sugerem a ocorrncia de 2.130 espcies de angiospermas (Gamarra-Rojas & Sampaio 2002).

    FungoS algaS BrIFItaSSamamBaIaS

    e lIcFItaSgImnoSPermaS angIoSPermaS total

    Mata Atlntica

    1.664 1.545 1.333 834 7 13.972 19.355

    Amaznia 519 444 561 428 16 11.349 13.317Cerrado 291 308 433 245 8 11.384 12.669Caatinga 734 44 93 25 2 4.320 5.218Pampa 1 505 107 5 1 1.345 1.964Pantanal 28 130 179 18 0 885 1.240

    Tabela 8 nmero de espcies de fungos, algas e plantas terrestres por domnio Fitogeogrfico no Brasil.

    0

    5000

    10000

    15000

    20000

    25000

    Mata Atlntica Amaznia Cerrado Caatinga Pampa Pantanal

    Samambaias e lictas

    Britas

    Algas

    Fungos

    Plantas com sementes

    Figura 4riqueza de fungos, algas e plantas terrestres por domnios Fitogeogrficos no Brasil.Gimnospermas e angiospermas combinadas sob plantas com sementes.

    O inventrio da Mata Atlntica , presumivelmente, o mais completo entre os Domnios Fitogeogrficos, e a proporo de cada um dos grupos (fig. 5) comparvel, grosso modo, quela encontrada em escala mundial. De acordo com os dados deste catlogo, a Amaznia, o Cerrado e a Caatinga so proporcionalmente dominados pelas plantas com sementes, sugerindo que ainda existe grande parte da biodiversidade a ser inventariada para os outros grupos.

    Dois dos grupos de plantas mais bem estudados, as brifitas e as samambaias e licfitas, ocorrem sabidamente em ambientes tropicais midos e montanhosos, dependendo de diferentes formas de disponibilidade hdrica (precipitao, condensao, neblina). Com efeito, eles apresentaram maior diversidade na Mata Atlntica (Prado 1998, Costa 2009, Salino & Almeida 2009), sendo comparveis s Bromeliaceae, Orchidaceae e outras plantas vasculares epifticas (Martinelli et al. 2008, Menini Neto et al. 2009, Stehmann et al. 2009). As samambaias e licfitas e as brifitas certamente apresentam um nmero proporcionalmente menor de espcies ocorrendo em reas com estaes secas mais

  • catlogo de plantas e fungos do Brasil 33

    Figura 5contribuio proporcional de fungos, algas e plantas terrestres por domnio Fitogeogrfico no Brasil. Gimnospermas e angiospermas combinadas sob a categoria plantas com sementes.

    pronunciadas, como o Cerrado ou o Pampa, ou mesmo em clima semirido, como a Caatinga. Por outro lado, considerando a grande disponibilidade hdrica na Amaznia, no parece haver barreiras para a ocorrncia mais representativa de brifitas no vasto Domnio Amaznico, especialmente quando levamos em conta a representatividade relativa das mesmas no Pantanal.

    possvel traar um paralelo entre a situao das brifitas e o caso dos fungos e algas, respectivamente com 519 e 444 espcies na Amaznia, sendo que os resultados encontrados parecem apontar com certa segurana para a falta de coletas e estudos intensivos nesse Domnio.

    O nmero total de espcies endmicas por Domnio Fitogeogrfico (tab. 9, fig. 6) mostra claramente a contribuio da Mata Atlntica para o endemismo no Brasil na grande maioria dos grupos. Apesar de estar totalmente includa no territrio nacional, a Caatinga menos expressiva em termos de endemismo do que o Cerrado e a Amaznia (ambos com reas alm do territrio brasileiro). Com efeito, apenas 318 angiospermas endmicas da Caatinga foram listadas por Giulietti et al. (2002), enquanto neste catalogo foram registradas 744 espcies (tab. 9). A diferena no nmero de espcies endmicas da Caatinga deve-se metodologia aqui adotada, onde os campos rupestres da Bahia foram tratados dentro do grande Domnio da Caatinga.

    FungoS algaS BrIFItaSSamamBaIaS

    e lIcFItaSPlantaS com

    SementeStotal

    Mata Atlntica

    100 (50,5%) 22 (61,1%) 189 (83,3%) 321 (79,7%) 7.014 (50,2%) 7.646

    Cerrado 7 (3,5%) 0 9 (4%) 48 (11,9%) 4.151 (29,7%) 4.215Amaznia 35 (17,7%) 8 (22,2%) 24 (10,6%) 31 (7,7%) 1.948 (13,9%) 2.046Caatinga 56 (28,3%) 0 2 (0,9%) 2 (0,5%) 744 (5,3%) 804Pampa 0 6 (16,7%) 2 (0,9%) 0 76 (0,5%) 84Pantanal 0 0 1 (0,4%) 1 (0,2%) 46 (0,3%) 48

    Tabela 9 nmero de espcies endmicas de fungos, algas e plantas terrestres por domnio Fitogeogrfico e sua porcentagem em relao ao nmero de espcies endmicas do Brasil. Gimnospermas e angiospermas combinadas sob plantas com sementes.

    Para calcular as porcentagens foram consideradas apenas as espcies indicadas como

    endmicas de um nico Domnio.

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Pantanal

    Samambaias e lictas

    Britas

    Algas

    Fungos

    Plantas com sementes

    Mata Atlntica Amaznia Cerrado Caatinga Pampa Pantanal

  • Introduo Sntese da diversidade brasileira34

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    Fungos Algas Britas Samambaias elictas

    Plantas comsementes

    Pantanal

    Pampa

    Caatinga

    Amaznia

    Cerrado

    Mata Atlntica

    Figura 6 Percentagem de espcies endmicas de fungos, algas e plantas terrestres por domnio Fitogeogrfico. Gimnospermas e angiospermas combinadas sob plantas com sementes.

    Tendo em vista as 18.932 espcies indicadas no catlogo como endmicas do Brasil (tab. 1), existem diferenas significativas entre os Domnios e os grupos (fig. 6, tab. 9). Entre elas, vale a pena ressaltar o padro distinto registrado em fungos, o nico grupo cujo endemismo relativo na Caatinga maior (28,3%) do que na Amaznia (17,7%). As taxas relativas de endemismo mais altas encontradas foram aquelas das brifitas e das samambaias e licfitas (83,3% e 79,7%, respectivamente) na Mata Atlntica, corroborando Costa (2009), Prado (1998) e Salino & Almeida (2009).

    A tabela 10 apresenta o nmero de espcies por unidade da Federao. Minas Gerais o estado com maior riqueza, devido forte influncia das angiospermas, sem a contribuio das quais os estados de So Paulo e Rio de Janeiro estariam equiparados em posio mais elevada.

    Os estados da Bahia e do Amazonas, situados em quarto e em quinto lugar em termos de diversidade (tab. 10), tambm possuem maior nmero de registros de angiospermas do que So Paulo e Rio de Janeiro, mas a participao expressiva de fungos, algas, brifitas e samambaias e licfitas fez com que SP e RJ ultrapassem BA e AM, mesmo com as suas extensas reas geogrficas, somados ao fato de a Bahia apresentar a maior extenso costeira do Brasil. Esta pode ser mais uma expresso da soma de fatores considerados anteriormente, na qual a concentrao de estudiosos desses grupos especficos e a diversidade do Domnio da Mata Atlntica parecem atuar de maneira combinada no registro das espcies locais. possvel que os nmeros atuais estejam exagerando a proporo da diversidade desses estados, quando comparados a outros inseridos em outros Domnios.

    Uma comparao do nmero de espcies endmicas por unidade da Federao (tab. 11) revela uma situao um pouco distinta da que foi discutida para o nmero total de espcies (tab. 10). Isso possivelmente decorre da combinao do endemismo conhecido para o Domnio da Mata Atlntica (Stehmann et al. 2009) com o dos campos rupestres (Giulietti et al. 1987, Giulietti & Pirani 1988, Pirani et al. 2003, R