Você Sabia que - Administração A · administrativas que se aplicam a uma área de atuação da...

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FNC FACULDADE NOSSA CIDADE DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PROF. VICENTE RAMOS 1 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO Professor: Vicente Ramos e-mail: [email protected] Carapicuíba: 2012

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FNC – FACULDADE NOSSA CIDADE DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PROF. VICENTE RAMOS

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FUNDAMENTOS

DA

ADMINISTRAÇÃO Professor: Vicente Ramos

e-mail: [email protected]

Carapicuíba: 2012

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Sumário Descritivo da disciplina, 3 Prefácio, 4 1 – O papel, perfil e responsabilidade do administrador, 5 1.1 – Perfil do administrador, 5 1.2 – Habilidades do administrador, 6 1.3 – Conhecimento do administrador, 6 2 – Conceituação sobre administração, 8 2.1 – Definição sobre administração, 8 2.2 – Conceito sobre a evolução da administração, 10 3 – Antecedentes históricos da administração, 13 3.1 – A influência dos filósofos, 13 3.2 – A influência da igreja Católica, 14 3.3 – A influência da organização militar,14 3.4 – A influência da Revolução Industrial, 15 3.5 – A influência dos economistas liberais, 17 4 – Escola Clássica, 19 4.1 – Teoria da Administração Científica, 20 4.2 – Teoria do Processo Administrativo, 22 4.3 – Teoria da Burocracia, 26 5 – Escola Humanística, 28 5.1 – Teoria das Relações Humanas, 29 5.2 – Teoria Comportamentalista, 33 5.3 – Teoria Estruturalista, 38 5.4 – Teoria do Desenvolvimento Organizacional, 41 6 – Escola Sistêmica, 42 6.1 – Teoria de sistemas, 42

7 – Escola Contingencial, 49 7.1 – Teoria da A.P.O – Administração por Objetivos, 49 7.2 – Teoria da Contingência, 50

8 – Escola Moderna, 52 8.1 – Teoria da Administração por Processos, 52 8.2 – Teoria da Excelência das Organizações 9 – Considerações, 57 10 – Referências bibliográficas, 58

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DESCRITIVO DA DISCIPLINA

1 - METODOLOGIA DE ENSINO:

Aulas expositivas, exercícios e trabalhos em classe

2 – SISTEMA DE AVALIAÇÃO:

Avaliações periódicas, atividades e trabalhos individuais e em grupo, culminando

com a avaliação semestral de acordo com as normas da Instituição.

3 – OBJETIVO GERAL: Fornecer subsídios teóricos/ práticos que competem à

disciplina Fundamentos da Administração que facilitem a interação às teorias

administrativas voltadas ao mercado interno/externo.

Proporcionar ao aluno a vontade pelo aperfeiçoamento contínuo da empresa, das

pessoas através da ética profissional, social e empresarial.

4 – OBJETIVO ESPECÍFICO:

Prover e contribuir para a sólida formação de graduados multifuncionais capazes de

realizar as diversas atividades no setor administrativo, mostrando atitude, eficiência

e eficácia.

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Orientação:

Este material foi elaborado mediante aspectos de grande relevância para moderna administração das organizações. Dentre estes aspectos destaco:

A compilação, de forma resumida, facilitando a compreensão das diversas escolas e teorias da administração que proporcionam a sustentação da administração moderna das organizações;

Explanação de forma estruturada das teorias;

Abordagem dos principais conceitos, finalidades e aplicação da prática das funções da empresa;

Prover a interdisciplinaridade junto às demais disciplinas correlatas ao curso de Administração de empresas.

Importante:

Este material servirá como apoio à bibliografia referenciada, não substituindo, de

alguma, os livros indicados pelo docente, bem como outras recomendações.

As Teorias da Administração apresentadas neste material, estão dispostas de

maneira resumida e com as seguintes características:

Precursores ou idealizadores

Aplicação (metodologia ou técnica aplicada apoiando a tomada de decisão

nas organizações)

Apreciação crítica.

Enfim, o material ora preparado objetiva o desenvolvimento do conhecimento e o

envolvimento com os fatores históricos que permeiam a administração nas

organizações.

Sucesso.

Prof. Vicente Ramos

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1 – O PAPEL, PERFIL E RESPONSABILIDADE DO ADMINISTADOR:

Segundo Oliveira (2009), “Administrador é o profissional que otimiza os resultados

das empresas pela atuação, individual ou coletiva, das pessoas que trabalham sob

sua orientação”.

Conclui-se, portanto, que os resultados geradores de sucesso nas empresas são

obtidos por pessoas e através das pessoas.

Para isto, precisamos compreender que o administrador tenha:

a) Conhecimento da metodologia e técnicas administrativas;

b) Aplicação correta de seu trabalho, bem como de seus subordinados para a

interação com as demais áreas da empresa;

c) Capacidade de prover um ambiente motivador para que os seus subordinados

possam gerar resultados esperados para a empresa através da qualidade e

comprometimento.

Vamos elencar alguns pontos importantes para evidenciar a responsabilidade do

administrador visando facilitar o entendimento das práticas contemporâneas através

das teorias administrativas e de suas funções.

Obter através de pessoas os resultados almejados;

Estabelecer itens prioritários;

Promover a interligação entre as atividades pelas empresas;

Através do bom senso e buscando, se possível, o consenso;

Poder de realização;

1.1 – PERFIL DO ADMINISTRADOR:

Considera-se como desejável que o perfil do administrador apresente-se com as

seguintes características:

Formação Humanística;

Visão Holística (global);

Possuir habilidades e capacidade de atuar ativamente no desenvolvimento da

empresa;

Possuir conhecimento dos conceitos, metodologias e boas práticas da

administração;

Buscar através de um processo de autodesenvolvimento e de

desenvolvimento corporativo a consolidação e otimização dos resultados

individuais e organizacionais;

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Aplicar os valores e princípios éticos e morais da empresa.

1.2 – HABILIDADES DO ADMINISTRADOR:

Segundo Oliveira (2009): “Habilidade é o processo de visualizar, compreender e

estruturar as partes e o todos dos assuntos administrativos das empresas,

consolidando resultados otimizados pela atuação de todos os recursos disponíveis”.

Há pelo menos três tipos de habilidades necessárias para que o administrador possa

executar eficazmente o processo administrativo:

- Habilidade técnica: Consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e

equipamentos necessários para a realização de suas tarefas específicas, através

de sua instrução, experiência e educação.

- Habilidade humana: consiste na capacidade e no discernimento para

trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma

liderança eficaz.

- Habilidade conceitual: consiste na habilidade para compreender as

complexidades da organização global e o ajustamento do comportamento da

pessoa dentro da organização. Esta habilidade permite que a pessoa se comporte

de acordo com os objetivos da organização total e não apenas de acordo com os

objetivos e as necessidades de seu grupo imediato.

1.3 – CONHECIMENTO DO ADMINISTRADOR:

Segundo a luz do mesmo autor: “Conhecimento é a capacidade de entender o

conceito e a estruturação de um assunto administrativo, bem como saber consolidar

sua aplicação em uma realidade específica da empresa” ( Oliveira, 2009).

A empresa deve fomentar e proporcionar a geração de idéias, buscando elaborar

uma análise crítica, ordenada e inovadora para os assuntos correlatos do mundo

corporativo.

Além do conhecimento, geração de idéias entre outros fatores de suma importância

para a administração da empresa, assinala-se pelos profissionais da administração o

aprendizado.

Aprendizado é a forma de indexar ao comportamento do administrador, aquilo que

lhe foi atribuído como tarefa ou atividade da empresa.

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A Administração do conhecimento é o processo que visa à obtenção e

manutenção, de forma estruturada, as experiências, conhecimentos dos

profissionais administradores com o intuito de melhorar a informação, promovendo o

desempenho eficaz das atividades e da organização.

Se consolidássemos todos estes conceitos e pudéssemos atribuir “alguma” forma

aritmética, teríamos:

A Capacitação Administrativa é a competência para obter e aplicar e realizar de

forma sustentável, um conjunto de conhecimentos, metodologias e técnicas

administrativas que se aplicam a uma área de atuação da empresa.

Portanto, a profissão “Administrador” apresenta-se como a capacidade de exercer

atividades administrativas com o intuito de gerar a satisfação, a realização pessoal e

profissional.

Efetividade = Eficácia Eficiência Onde: Eficiência: é a otimização de todos os recursos da empresa para a obtenção dos

resultados desejáveis pelas empresas.

Eficácia: são os resultados obtidos para o alcance dos objetivos estabelecidos

pela empresa em seu processo de planejamento.

Efetividade: é a resultante equilibrada e otimizada entre a eficiência e eficácia ao

longo do tempo pela a empresa.

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2 – CONCEITUAÇÃO SOBRE ADMINISTRAÇÃO

A palavra administração tem origem no latim e significa: administratione

Ad = (direção para, tendência, junto de)

Minister = Comparativo de inferioridade, o sufixo ter (subordinação e obediência)

aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem. Função que se

desenvolve sob o comando de outro, um serviço que se presta a outro.

A administração tem como tarefa, interpretar os objetivos propostos pela empresa e

transformá-los em ação empresarial através do planejamento, organização,

direção e controle de todos os esforços realizados, em todas as áreas e em todos

os níveis da empresa, a fim de atingir tais objetivos.

A administração é uma condição indispensável para o sucesso de cada empresa.

A administração representa a solução da maior parte dos problemas que afligem a

humanidade nos dias de hoje. Na realidade não existem países desenvolvidos ou

subdesenvolvidos, mas países bem ou mal administrados. (Peter Drucker)

Segundo MORAES (2001) a tarefa da Administração envolve a interpretação de

objetivos a fim de transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento,

da organização, da direção e do controle.

2.1 – DEFINIÇÃO SOBRE ADMINISTRAÇÃO

É o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos

membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para

alcançar os objetivos propostos.

Administração revela-se nos dias de hoje como uma das áreas do conhecimento

com elevado grau de complexidade e de desafios. O profissional que utiliza a

Administração como meio de vida pode trabalhar em vários níveis de uma

organização: desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de

dirigente máximo da organização.

Cada organização possui seu objetivo ( missão, visão e valores), seu ramo de

atividade, seus dirigentes e seu pessoal, seus problemas internos e externos, seu

mercado, sua situação financeira, sua tecnologia, seus recursos básicos, sua

ideologia etc.

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Em cada organização, o administrador soluciona problemas, dimensiona recursos,

planeja sua aplicação, desenvolve estratégias, efetua diagnósticos de situações

exclusivos daquela organização.

Portanto, administrar é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar os

recursos organizacionais para a obtenção de determinados objetivos. Para que se

possa “tangibilizar” de maneira eficiente e eficaz estes resultados, utiliza-se de

pessoas por meio do processo de delegação, acompanhamento e principalmente o

monitoramento destas ações.

Organização: Compreende-se por qualquer empreendimento estruturado e

constituído legalmente para um determinado fim, não importando o seu ramo de

atividade, a sua constituição legal ou sua finalidade;

Empresa é uma organização social constituída por uma ou mais pessoas, coma a

finalidade de prestar serviços à comunidade, seja através de bens ou serviços. Tem

como finalidade a obtenção de lucros.

Podemos atribuir ao conceito administração como uma ciência ou até mesmo uma

arte, mas o mais importante é que ela resulta em uma profissão, que será importante

para no mercado de trabalho.

“Administração é o sistema estruturado e intuitivo que consolida um conjunto de

princípios, processos e funções para alavancar, harmoniosamente, o processo de

planejamento de situações futuras desejadas e seu posterior controle e avaliação de

eficiência, eficácia e efetividade, bem como a organização e a direção dos recursos

alocados nas áreas da empresa, orientados para os resultados esperados, com a

minimização dos conflitos interpessoais” (Oliveira 2009)

Conclui-se, portanto, que:

No futuro próximo, o mundo observa novas forma de condução organizacional e o

surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas para o melhor

gerenciamento. Essa previsão baseia-se no princípio evolucionário de que cada

época desenvolve uma forma organizacional apropriada às suas características.

O administrador encontrará novos problemas e com um grau de complexidade maior

que necessitará, ainda mais, de sua atenção dentro e fora da empresa.

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A sociedade moderna vivencia grandes transformações, por tendências genéricas,

cujos reflexos na administração das empresas serão profundas e marcantes. As

tendências e seus reflexos na administração contemporânea são:

A – Da sociedade industrial para a sociedade de informação:

Inovações nas diferentes formas de comunicação. Trata-se, portanto, de uma nova

forma de comunicação suportada pelas diversas formas de convergência.

B – Da tecnologia simples para a alta tecnologia: estão surgindo tecnologias

genuinamente novas e não simples desdobramentos das atuais tecnologias através

da virtualização e convergências digitais. A transformação da tecnologia em

produtos ou serviço acabado e disponível para a utilização e consumo será cada vez

mais rápida.

C – Da economia nacional para a economia mundial: os países estão deixando de

atuar simplesmente em termos de mercados domésticos (internos) para se

projetarem em negócios globais.

D – Do curto prazo para o longo prazo: as empresas devem empenhar-se em fazer o

próximo trimestre ser melhor do que o anterior e o correspondente do ano passado.

E – Da democracia representativa para a democracia participativa: “As pessoas

cujas vidas são afetadas por uma decisão devem fazer parte do processo de se

chegar a esta decisão”.

F – Das hierarquias para a comunicação lateral e intensiva: a comunicação lateral

intensiva será a maneira de garantir o suprimento do recurso então mais importante:

a informação.

Caberá ao administrador inteligente ter a percepção aguçada e principalmente o

raciocínio para antecipar ações para enfrentar estas situações.

2.2 – CONCEITO SOBRE A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO:

A Teoria Geral da Administração começou com o que chamaremos de “ênfase nas

tarefas" (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), com a Adminis-

tração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a “ênfase

na estrutura" com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de

Weber, seguindo-se mais tarde a Teoria Estruturalista.

A reação humanística surgiu com a “ênfase nas pessoas", por meio da Teoria das

Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela

Teoria do Desenvolvimento Organizacional.

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A "ênfase no ambiente" surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela

Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a "ênfase na tecnologia".

Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e

tecnologia provocaram há seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando

um gradativo passo no desenvolvimento da TGA.

Para facilitar o entendimento deste material descreve-se os principais termos de

relevância sobre a Teoria Geral da Administração:

Teorias: São explicações ou mesmo interpretações sobre a adminsitrção e as

organizações. A própria definição de que Administração é o processo de planejar,

organizar, dirigir e controlar é uma teoria.

Ao longo deste material vamos aprender as principais Teorias que influenciaram o

processo administrativo e sua evolução.

Enfoque: pode-se conceituar também como abordagem ou ênfase. Entende-se

como um aspecto particular das organizações ou a maneira que se “ enxerga” seu

posicionamento: Ex: Enfoque sistêmico ou comportamental.

Escola: Conjunto de autores que utilizaram a mesma linha de pensamento ou

enfoque, culminando com aspectos específicos ou adotaram o mesmo raciocínio.

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Figura 1 As principais teorias administrativas e seus principais enfoques

ÊNFASE TEORIAS

ADMINISTRATIVAS

PRINCIPAIS ENFOQUES

Nas Tarefas Administração Científica Racionalização do Trabalho no Nível

Operacional

Na Estrutura

Teoria Clássica

Teoria Neoclássica

Organização Formal.

Princípios Gerais da Administração.

Funções do Administrador.

Teoria da Burocracia Organização Formal Burocrática.

Racionalidade Organizacional

Teoria Estruturalista

Múltipla Abordagem:

Organização Formal e informal.

Análise Intra-Organizacional e Análise

Interorganizacional

Nas Pessoas

Teoria das Relações

Humanas

Organização Informal.

Motivação, Liderança, Comunicações e

Dinâmica de Grupo.

Teoria do Comportamento

Organizacional

Estilos de Administração.

Teoria das Decisões.

Integração dos Objetivos

Organizacionais e Individuais.

Teoria do Desenvolvimento

Organizacional

Mudança Organizacional Planejada.

Abordagem de Sistema Aberto.

No Ambiente

Teoria Estruturalista

Análise Intra-Organizacional e Análise

Interorganizacional.

Abordagem de Sistema Aberto.

Teoria da Contingência Análise Ambiental (Imperativo Ambiental).

Abordagem de Sistema Aberto.

Na Tecnologia Teoria da Contingência Administração de Tecnologia

(Imperativo Tecnológico).

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3 – ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO

Primeiramente vamos entender que ao longo da história da humanidade, a

Administração se desenvolveu de forma extremamente lenta. A partir do século XX é

que a Administração começa a ganhar “maior musculatura” e força.

Ao findar do século XIX, as organizações eram poucas e pequenas e predominavam

as pequenas oficinas, artesãos independentes, pequenas escolas, profissionais

autônomos (como médicos, advogados, que trabalhavam por conta própria), o

lavrador, o armazém da esquina etc..

3.1 – A INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS:

Ao longo dos séculos desde a longínqua Antigüidade até o início da Idade Moderna,

a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos problemas

administrativos.

Francis Bacon (1561-1626), filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna

baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação prática de se

separar experimentalmente o que é essencial do que é acessório. Bacon antecipou-

se ao princípio administrativo da "prevalência do principal sobre o acessório".

O maior expoente da época foi René Descartes (1596-1650). Filósofo, matemático e

físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna. Criou as coordenadas cartesianas

e deu impulso à Matemática e Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-se pelo

livro O Discurso do Método, no qual descreve seu método filosófico denominado

"método cartesiano", cujos princípios são:

a). Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: Consiste em não aceitar

como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência - clara e

distintamente –aquilo que é realmente verdadeiro. Com a dúvida sistemática evita-se

a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que seja

evidentemente certo.

b). Princípio da Análise ou de Decomposição: Consiste em dividir e decompor

cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e

necessárias à sua solução, a fim de resolver cada uma separadamente.

c). Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente

os pensamentos e o raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e

simples de se conhecer, para passar gradualmente aos mais difíceis.

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d) Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer verificações e

revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado.

Vários princípios da Administração, como os da divisão do trabalho, da ordem e do

controle, são decorrências dos princípios cartesianos.

3.2 – A INFLUÊNCIA DA IGREJA CATÓLICA:

Através dos séculos, as normas administrativas e os princípios de organização

pública foram aos poucos se transferindo das instituições dos Estados (como era o

caso de Atenas, Roma etc.) para as instituições da Igreja Católica e organizações

militares. Isso porque a unidade de propósitos e objetivos - princípios fundamentais

na organização eclesiástica e militar - nem sempre é encontrada na ação política dos

Estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido, dirigente ou classe

social.

A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente que a sua enorme

organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o

Papa, cuja autoridade coordenadora lhe dado por uma autoridade divina superior. A

estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações

que incorporaram seus princípios e normas administrativas.

3.3 – A INFLUÊNCIA DA ORGRANIZAÇÃO MILITAR:

A organização militar influenciou as teorias da Administração ao longo do tempo. A

organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos da

Antigüidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual

cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo central das organizações

militares. A hierarquia - ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o

grau de autoridade - provém da organização militar. Com o passar dos tempos, na

medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce; também a

necessidade de delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização militar

Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por meio do qual

todo soldado deve saber o que se espera dele e o que ele deve fazer.

Esse tratado considerava a disciplina um requisito fundamental para a organização.

Toda organização requer planejamento, no qual as decisões devem ser científicas e

não intuitivas.

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3.4 – A INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:

Com a invenção da máquina a vapor por James Watt (1736-1819) e a sua aplicação

à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente

a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças

de ordem econômica, política e social que, num lapso de um século, foram maiores

do que as mudanças havidas em todo o milênio anterior. É a chamada Revolução

Industrial, que passou por duas épocas distintas:

1780 a 1860: 1- Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro.

1860 a 1914: 2 - Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade.

A 1a Revolução Industrial apresenta quatro fases distintas:

1a fase: Mecanização da indústria e da agricultura, com o aparecimento da máquina

de fiar, do tear hidráulico, do tear mecânico e do descaroçador de algodão, que

substituíram o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal

ou da roda de água.

2a fase: Aplicação da força motriz à indústria. As máquinas a vapor transformam as

antigas oficinas em fábricas.

3a fase: Desenvolvimento do sistema fabril. O artesão e sua pequena oficina

patronal desaparecem para ceder lugar ao operário e às fábricas e usinas baseadas

na divisão do trabalho. Surgem as indústrias em detrimento da atividade rural. A

migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das

fábricas provoca a urbanização.

4a fase: Espetacular crescimento dos transportes e das comunicações. A navegação

a vapor, os locomotivos a vapor e novos meios de transporte e de comunicação

apareceram com surpreendente, rapidez. O telégrafo elétrico, o selo postal e o

telefone impelem os fortes desenvolvimentos econômicos, sociais, tecnológicos e

industriais e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma

velocidade maior.

A 2a Revolução Industrial começa por volta de 1860, provocada por três

acontecimentos importantes: o novo processo de fabricação do aço (1856); o

aperfeiçoamento do dínamo (1873) e a invenção do motor de combustão interna

(1873).

As características da 2a Revolução Industrial são as seguintes:

1- Substituição do ferro pelo aço como material industrial básico.

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2- Substituição do vapor pela eletricidade e derivados do petróleo como fontes

de energia.

3- Desenvolvimento da maquinaria automática e da especialização do

trabalhador.

4- Crescente domínio da indústria pela ciência.

5- Transformação radical nos transporte e comunicações. As vias férreas são

ampliadas. Em 1880, Daimler e Benz constroem automóveis artesanais na

Alemanha, Dunlop aperfeiçoa o pneumático em 1888 e Henry Ford inicia a

produção do seu modelo "T" em 1908. Em 1906, Santos Dumont faz a

primeira experiência com o avião.

6- Surgem novas formas de organização capitalista. As firmas de sócios

solidários que tomavam parte ativa na direção dos negócios deram lugar ao

chamado capitalismo financeiro. O capitalismo financeiro tem quatro

características principais:

a) Dominação da indústria pelas instituições financeiras e de crédito, como na

formação em 1901 da J.P. Morgan & Co.

b) Formação de acumulações de capital, provenientes de trustes e fusões de

empresas.

c) Separação entre a propriedade particular e a direção das empresas.

d) Aparecimento das “holding companies” para coordenar e integrar negócios.

7- Expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental e o Extremo

Oriente.

Da calma produção do artesanato, onde todos se conheciam, passou-se

rapidamente para regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes

fábricas. Houve uma súbita modificação da situação provocada por dois aspectos, a

saber:

1- A transferência da habilidade do artesão para a máquina, que passou a produzir

com maior rapidez, maior quantidade e melhor qualidade, possibilitando a redução

nos custos de produção.

2- A substituição da força do animal ou do músculo humano pela maior potência da

máquina a vapor (e posteriormente pelo motor), permitindo maior produção e maior

economia.

Assim, a Revolução Industrial provocou profundas modificações na estrutura

empresarial e econômica da época. Mas não chegou a influenciar os princípios de

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administração das empresas então utilizados. Os dirigentes de empresas trataram

de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida

expansão e tinham por modelo as organizações militares ou eclesiásticas nos

séculos anteriores.

A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial graças a

fatores como:

a. A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média;

b. O avanço tecnológico, graças à aplicação dos progressos científicos à

produção, com a descoberta de novas formas de energia e a enorme

ampliação de mercados;

c. A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção.

3.5 – AS INFLUÊNCIAS DOS ESCONOMISTAS LIBERAIS:

As idéias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os princípios

básicos do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith (1723-1790) é o

fundador da economia clássica, cuja idéia central é a competição. Em seu livro A

Riqueza das Nações, publicado em 1776, Adam Smith apregoa que a origem da

riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas,

preconizando o estudo dos tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth

iriam desenvolver como a base fundamental da Administração Cientifica.

Karl Marx(1818-1883) e Friedrich Engels(1820-1895), criadores do socialismo

cientifico e do materialismo histórico, publicam o manifesto comunista em 1848. Aqui

eles discutem os diversos regimes econômicos e sociais e a sociedade capitalista,

concluindo que a luta de classes é o motor da história. Marx, em 1867 publica O

Capital e mais adiante sua teoria a respeito da “mais valia, ou trabalho não pago, de

onde são tirados os lucros dos capitalistas” com base na teoria do valor-trabalho.

No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo passam a obrigar o capitalismo

a procurar o aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos e na sua

adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida pelas exigências

proletárias, observa-se a redução das injustiças e mais acelerado se configura o

processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, surgem os

primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e

processos de racionalização do trabalho.

Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa definida.

Poucas empresas exigiam serviços de um administrador - ou coisa parecida - em

tempo integral, pois eram muito pequenas. Em geral, eram negócios de família, em

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que dois ou três parentes cuidavam das atividades principais. As empresas da época

- agropecuárias, mineradoras, indústrias têxteis, estradas de ferro, construtoras, a

caça e o comércio de peles, os incipientes bancos - faziam parte de um contexto

predominantemente rural, que não conhecia a administração. O presidente era

tesoureiro, comprador ou o vendedor e atendia aos agentes comissionados. Se o

negócio prosperava, os agentes se tornavam sócios da firma, o que permitia integrar

produção e distribuição.

Nesse período começam a surgir os grandes conglomerados. Os "criadores de

impérios" passaram a comprar seus concorrentes mais próximos, seus fornecedores

ou distribuidores com a finalidade de garantir seus interesses. Juntamente com as

empresas e instalações vinham também os antigos donos e respectivos

empregados. Surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados de empresas

que se tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos

familiares. Os empresários preferiam ampliar a produção a organizar uma rede de

distribuição e vendas. Os grandes grupos de produção, ainda eram administrados de

forma amadora sem técnica científica adequada.

Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuição e vendas. Os

meios de reduzir custos diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado foi-se

tornando saturado e as empresas começam a procurar novos mercados por meio da

diversificação de produtos. A velha estrutura funcional começou a emperrar. Surge a

empresa integrada e multidepartamental.

O final do século XIX revelou o crescimento dos impérios corporativos e a expansão

da indústria. A preocupação dominante se deslocou para os riscos do crescimento

sem uma organização adequada. Entre 1860 a 1900 ocorre a "idade heróica das

invenções”, que provocou um grande desenvolvimento tecnológico. O primeiro

laboratório de pesquisas surgiu com a síntese da aspirina realizada por Adolf Von

Bayer (1835-1917) em 1899. O sucesso mundial da aspirina convenceu a indústria

química da necessidade da pesquisa e o da tecnologia.

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4 – A ESCOLA CLÁSSICA:

A Escola Clássica possui uma característica muito importante, pois corresponde ao

primeiro estudo da administração de forma estruturada. Seus principais

idealizadores foram: Frederick Taylor (1903), Henry Gantt (1910), Frank Gilbreth

(1912), Harrigton Emerson (1912), Hugo Munsterberg (1913), Henry Ford (1914).

As principais razões para seu surgimento e consolidação podem ser resumidas em:

a) Elevado grau de complexidade da administração nas organizações em virtude

de:

Crescimento da economia em “escalas galopantes”,

concomitantemente a isto, das organizações;

Dificuldade em ordenar as condições administrativas das organizações,

decorrentes do fato anterior;

b) A busca do maior rendimento possível:

Este fato se deu pelo surgimento da elevada concorrência e foi gerada pelos

fatores:

Necessidade de elevara a eficiência e a produtividade considerarando as

pessoas como simples instrumentos de produção;

Aprimorar os processos produtivos das organizações, analisando tarefas,

tempos e métodos, adequação ao maquinário etc. e

Os fatores descritos influenciaram o meio básico de remuneração da

época ao qual se relacionava ao dia trabalhado e às peças produzidas

sendo que esta modalidade não proporcionava benefício aos níveis mais

baixos da estrutura.

A escola Clássica se constitui em duas teorias da administração.

Teoria da Administração Científica: iniciada em 1903, sob a liderança de

Frederick Taylor, nos EUA;

Teoria do Processo Administrativo: iniciada em 1906, sob a liderança de

Henri Fayol, na Europa;

Teoria da Burocracia: iniciada em 1909, sob a liderança de Max Weber

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4.1 – TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA:

Frederick Winslow Taylor (1856-1915), o fundador da Administração Científica,

nasceu em Filadélfia, nos Estados Unidos. Veio de uma família “quaker” de

princípios rígidos e foi educada dentro de uma mentalidade de disciplina, devoção

ao trabalho e poupança. Nos seus primeiros estudos, tomou contato direto com os

problemas sociais e empresariais decorrentes da Revolução Industrial

Iniciou sua carreira profissional como Capataz, contramestre, Chefe de oficina, e

culminando a Engenheiro em 1885.

Henry Ford (1863-1947), iniciou sua vida como mecânico, chegando a engenheiro-

chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um modelo de carro e fundou, em 1903, a

Ford Motor Co. Sua idéia era fabricar carros -antes artesanais e destinados a poucos

milionários - a preços populares dentro de um plano de vendas e assistência técnica.

Revolucionou a estratégia comercial da época.

Princípios Básicos de Ford:

Talvez o mais conhecido de todos os precursores da moderna Administração, Henry

Ford (1863-1947), fez uma das maiores fortunas do mundo graças ao constante

aperfeiçoamento de seus métodos, processos e produtos.

Ford adotou três princípios básicos:

Princípio de intensificação: consiste em diminuir o tempo de produção com o

emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do

produto no mercado.

Princípio da economicidade: consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque

da matéria-prima em transformação. A velocidade da produção deve ser rápida.

Princípio da produtividade: consiste em aumentar a capacidade de produção do

homem no mesmo período (produtividade) através da especialização e da linha de

montagem.

O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de um trabalho

ritmado, coordenado e organizado.

Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a grande inovação do século XX: A produção em

massa. Embora não tenha inventado o automóvel e nem mesmo a linha de

montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de

produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível.

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4.1.1 – APLICAÇÃO:

Para Taylor, a organização e a administração devem ser estudadas e tratadas

cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao

planejamento e o empirismo, à ciência. Sua obra deve ser analisada, principalmente,

pela importância da aplicação de uma metodologia sistemática na análise e na

solução dos problemas de organização, no sentido de baixo para cima.

Sua preocupação era eliminar o desperdício e perdas nas indústrias ainda aumentar

o nível de produtividade, aplicando métodos da engenharia industrial.

Destacam-se, portanto:

a) A estruturação e bases para a especialização dos trabalhos;

b) Condições sobre a planta da industria, promovendo maior produtividade.

c) Análise da produção em massa;

d) Estudo dos tempos e movimentos;

e) Padronização de processos e instrumentos;

f) Planejamento de cargos e tarefas;

g) Especialização do operário;

h) Estudo da fadiga humana

i) Estrutura de remuneração baseada na produção;

j) Criação de planejamento.

Com a ênfase nas tarefas, Taylor criou um método de trabalho que tornou possível a

criação da administração científica através da aplicação dos conceitos abaixo:

Racionalização do tempo e divisão do trabalho;

Abandono do empirismo e adoção do planejamento e ciência;

ORT – Organização Racional do trabalho;

Cronometragem e tempo padrão

4.1.2– APRECIAÇÃO CRÍTICA:

As críticas apresentadas são elencadas a partir dos diversos momentos vividos

neste período

a) Elevado enfoque nos aspectos da estruturação e da execução de tarefas;

b) Elevado nível de ansiedade ocupacional;

c) Desqualificação da criatividade organizacional no âmbito produtivo;

d) Inadequada visão entre produtividade e motivação

e) Consideração da questão salarial como o principal fator de motivação;

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f) Equívoco na interpretação do bom funcionário, onde o fator produtivo era a

“régua” de avaliação;

g) Crescentes tensões sociais e pessoais;

h) Interpretação da mão de obra como mecanicista;

4.2 – TEORIA DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:

Enquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Cientifica nos

Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espalhando-se rapidamente pela

Europa, a Teoria do Processo Administrativo. Se a Administração Cientifica tinha

ênfase na tarefa executada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela

ênfase na estrutura que a organização deveria possuir para ser eficiente.

O objetivo de ambas as teorias era o mesmo: a busca da eficiência das

organizações. Segundo a Administração Cientifica, essa eficiência era alcançada por

meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiências

individuais. Tratava-se de uma microabordagem ao nível individual de cada operário

em relação à tarefa em uma visão analítica e detalhista.

Tal Teoria, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para garantir

eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos (como seções,

departamentos etc.) ou pessoas (os executores de tarefas).

A abordagem é bastante ampliada no nível da organização como um todo em

relação à sua estrutura organizacional.

Os principais idealizadores foram: Henri Fayol (1911), Oliver Sheldon (1923), James

Mooney (1931), Lyndall Urwick (1946), Luther Gulick (1950)

Fayol, um engenheiro francês, partiu de uma abordagem sintética, global e universal

da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutura que rapidamente

suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor.

Administração Geral

Administração 3 Administração 2 Administração 1

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Henri Fayol (1841-1925), vivendo as conseqüências da Revolução Industrial e, mais

tarde, da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em engenharia de minas e entrou

para uma empresa metalúrgica e carbonífera onde fez sua carreira. Fayol expôs sua

Teoria de Administração no livro Administration lndustrielle et Générale, publicado

em 1916.

4.2.1 – APLICAÇÃO:

Esta teoria da administração contribuiu com três principais instrumentos para o

desenvolvimento das organizações, sendo que são apresentados da seguinte forma:

A) Estrutura das funções administrativas;

B) Estrutura das funções da organização.

C) Estudo do papel e da função dos executivos.

Sendo que:

A) Estrutura das funções da administração:

Planejar: visualizar o futuro e traçar o programa de ação.

Organizar: constituir o duplo organismo material e social da empresa.

Comandar: dirigir e orientar o pessoal.

Coordenar: ligar, unir, harmonizar todos os atos e todos os esforços

coletivos.

Controlar: verificar que tudo ocorra de acordo com as regras

estabelecidas e as ordens dadas.

Estes são os elementos da Administração que constituem o chamado processo

administrativo. Estão presentes no trabalho do administrador em qualquer nível ou

área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o gerente, os chefes,

como o supervisor - cada qual em seu nível, desempenham atividades de previsão,

organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas

essenciais.

B) Estrutura das funções da organização:

Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber:

Funções técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da

empresa.

Funções comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação.

Funções financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais.

Funções de segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos

bens e das pessoas.

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Funções contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços,

custos e estatísticas.

Funções administrativas: relacionadas com a integração de cúpula das

outras cinco funções. As funções administrativas coordenam e sincronizam as

demais funções da empresa, pairando sempre acima delas.

Fayol considera uma proporcionalidade da função administrativa, isto é, ela se

reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta

direção. Em outros termos, a função administrativa não se concentra somente no

ápice da empresa, é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis

hierárquicos.

Ainda que, considerando o emprego da palavra Administração como sinônimo de

organização, Fayol faz uma distinção entre ambas às palavras. Para ele,

Administração é um todo do qual a organização é uma das partes gerando um

conjunto de processos entrosados e unificados - engloba aspectos que a

organização por si só não envolve, tais como os da previsão, comando e controle

C) Estudo do papel e da atuação dos executivos

Fayol considerava que, se as funções da administração estiverem na seqüência

lógica e bem executadas, os executivos teriam condições de estabelecer objetivos e

metas, atribuir responsabilidades e autoridades, tomar decisões, indicar prioridades.

Em suas atividades rotineiras, os executivos devem ter a garanti de que os 14

princípios de administração, estejam sendo respeitados pela organização, o que

possibilita que todos os profissionais possam exercer adequadamente as suas

responsabilidades básicas.

1. Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para

aumentar a eficiência.

2. Autoridade e responsabilidade: Autoridade é o direito de dar ordens e o poder

de esperar obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da

autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas

entre si.

3. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e

respeito aos acordos estabelecidos.

4. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens de apenas um

superior. É o princípio da autoridade única.

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5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades

que tenham o mesmo objetivo.

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da

empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.

7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os

empregados e para a organização em termos de retribuição.

8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da

organização.

9. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais

baixo em função do princípio do comando.

10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem

material e humana.

11. Eqüidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.

12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a

eficiência da organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo,

tanto melhor para a empresa.

13. Iniciativa: A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu

sucesso.

14. Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas são grandes forças

para a organização.

4.2.2– APRECIAÇÃO CRÍTICA:

Considera-se de forma resumida, críticas ao Processo da Teoria Administrativa:

1) Abordagem simplista e incompleta da organização

2) Teoria sem a flexibilidade adequada com foco em um sistema fechado

3) Apresenta elevado nível de mecanicismo administrativo

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4.3 – TEORIA DA BUROCRACIA:

Max Weber idealizou um tipo de organização, o qual se denomina Burocracia.

Segundo o próprio Weber “a Burocracia é a organização racional e eficiente por

excelência.”

A rápida evolução e a grande complexidade das empresas passou a exigir modelos

organizacionais mais rigorosos e estruturados.

Além de Max Weber, tivemos notáveis idealizadores como: Philip Selznich (1947),

Robert Merton(1952), Peter Blau (1956), Robert Michels (1959) e Amitai Etzioni

(1960) – este em especial, contribuiu para a análise do poder nas organizações.

4.3.1 – APLICAÇÃO:

Caracterizado por um sistema claro de divisão do trabalho, a Burocracia determina

uma hierarquia claramente e bem definida, com regras e regulamentos detalhados e

relações impessoais. O sistema também reconhecia a separação entre donos e

gerentes legitimando assim o status de gerentes!

Junto com essa autoridade hierárquica, devem ser consideradas a quantidade de

poder e a qualidade de persuasão.

Há que de ressaltar: poder não é autoridade, mas inclui o controle de uma

situação, quer seja por ameaças, coações ou manipulações.

Persuasão é a capacidade de a habilidade de uma pessoa influenciar a atuação e,

até, a decisão de outra pessoa.

Impostas por um sistema autocrático, as empresas eram sustentadas por qualidade

administrativa limitada.

A democracia apresenta-se como a forma mais adequada de se administrar, porem,

requer maior esforço e controle.

As características da estrutura burocrática segundo Weber estão relacionadas a

seguir:

Divisão do trabalho: Uma sistemática divisão do trabalho, permitindo um alto

grau de especialização profissional.

Hierarquia de autoridade: os cargos são organizados e remunerados

segundo a hierarquia. A autoridade é bem definida, sendo que há postos

inferiores coordenados e supervisionados pela hierarquia.

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Regras e regulamentos: Para promover a uniformidade e regulamentar as

ações dos funcionários, os gerentes devem recorrer contantemente as regras

organizacionais formais: Regras e procedimentos formais e escritos garantem

a segurança do processo e minimizando decisões arbitrárias e regulando a

ação dos empregados.

Comunicação formalizada: Toda e qualquer comunicação é feita por meios

escritos e documentados.

Impessoalidade: Regras e controle uniformes. A ênfase é colocada no cargo

e não no empregado, promovendo assim a coordenação das ações.

Competência profissional: A admissão e a carreira são baseados e tempo

de serviço e competências técnicas e profissionais.

4.3.3 – APRECIAÇÃO CRÍTICA:

As principais críticas são:

Exagerada ênfase nos métodos e procedimentos;

Inchaço das organizações;

Excessivo racionalismo das organizações.

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5 – A ESCOLA HUMANÍSTICA:

Decorrente de inúmeros fatores relaciona-se abaixo os principais fatores para o

surgimento da Escola Humanística:

Críticas à Escola Clássica, incrementando a este os estudos com sociologia e

psicologia como requisitos

Adequação da estrutura organizacional às necessidades dos negócios e das

equipes de trabalho das organizações;

Equipes multidisciplinares são consolidadas;

Estudos sobre a motivação e a qualidade da administração

Desmembra-se a Escola Humanística de acordo com as Teorias:

Teoria das Relações Humanas: iniciada por Elton Mayo em 1932;

Teoria Comportamentalista: iniciada por Herbert Simon em 1947;

Teoria Estruturalista: em 1964 por Amitai Etzioni

Teoria do Desenvolvimento Organizacional: iniciada Em 1969 por Richard

Beckard e Warren Bennis

A psicologia administrativa, segundo Mary Follett, deve ser utilizada no sentido de

reconciliar os indivíduos com a organização. A administração precisa compreender

as pessoas, os grupos humanos e a comunidade na qual está situada a empresa. O

objetivo básico da ação administrativa é obter a integração das pessoas e a

coordenação da suas atividades.

A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas

ou mais pessoas. A cooperação é essencial para a organização. Uma organização

somente existe quando:

- Há pessoas capazes de se comunicarem entre si (interação).

- Elas estão dispostas a contribuir com ação (cooperação).

- Elas cumprem um propósito comum (objetivos).

As organizações são formadas por pessoas para sobrepor suas limitações

individuais. Com as organizações, a limitação final para alcançar muitos objetivos

humanos não é mais a capacidade individual, mas a habilidade de trabalhar

eficazmente com os outros.

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5.1 – TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS:

A Teoria das Relações Humanas (também denominada como Humanística) surgiu

nos EUA como conseqüência direta às conclusões obtidas na Experiência de

Hawthorne, desenvolvida por Elton Mayo e seus colaboradores. Resume-se como

um movimento de reação e oposição à Teoria Clássica da Administração.

Os autores transitivos têm em comum é a tentativa de aplicação pioneira de certos

princípios da Psicologia (como Ordway Tead, Mary Follett, Chester Barnard, Kurt

Lewin, Robert Tannenbaum e Harold Leavitt) na teoria administrativa, até então

relutante e talvez indiferente quanto à aplicação de princípios baseados nas ciências

humanas.

Para Tead, a administração é um conjunto de atividades próprias de certos

indivíduos que têm a missão de ordenar, encaminhar e facilitar os esforços coletivos

de um grupo de pessoas reunidas em uma entidade, para a realização de objetivos

previamente definidos. O administrador é, para Tead, um profissional e um

educador, pois seu papel na influenciação do pessoal exige uma contínua e intensa

atividade educativa.

Tead preocupou-se bastante em conceituar a liderança, bem como estudar os

processos de “influenciação” do líder sobre os subordinados. Para Tead, o líder é um

agente moral e, principalmente, o símbolo da democracia dentro da organização.

5.1.1 - Psicologia da Organização

A psicologia administrativa, segundo Mary Follett, deve ser utilizada no sentido de

reconciliar os indivíduos com a organização. A administração precisa compreender

as pessoas, os grupos humanos e a comunidade na qual está situada a empresa. O

objetivo básico da ação administrativa é obter a integração das pessoas e a

coordenação da suas atividades.

5.1.2 - Organização como um Sistema Social

Em 1938, um executivo americano, Chester Barnard, antecipando-se à sua época,

propôs-se a elaborar uma teoria da cooperação na organização formal. Para Barnard

os seres humanos não atuam isoladamente e sim por interações com outros seres

semelhantes. Este tipo particular de interação Barnard chama de “relações sociais”.

Todavia, as pessoas têm limitações pessoais que impedem que cada pessoa possa

alcançar sozinha certos objetivos. Assim, surge a necessidade de cooperação entre

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as pessoas para sobrepujar as limitações pessoais e a ação isolada de cada um: a

união faz a força.

A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas

ou mais pessoas. A cooperação é essencial para a organização. Uma organização

somente existe quando:

- Há pessoas capazes de se comunicarem entre si (interação).

- Elas estão dispostas a contribuir com ação (cooperação).

- Elas cumprem um propósito comum (objetivos).

As organizações são formadas por pessoas para sobrepor suas limitações

individuais. Com as organizações, a limitação final para alcançar muitos objetivos

humanos não é mais a capacidade individual mas a habilidade de trabalhar

eficazmente com os outros.

5.1.3 - A Experiência de Hawthorne

Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma experiência em uma

fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne,

cuja finalidade também era a de determinar a relação entre a intensidade da

iluminação e a eficiência dos operários, medida com base na produção. Essa

experiência se tornaria famosa, foi coordenada por Elton Mayo, e logo se estendeu

também ao estudo da fadiga, dos acidentes no trabalho, da rotatividade do pessoal

(turnover) e do efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos

empregados.

Conclusões da Experiência de Hawthorne.

Dentre as principais conclusões temos as seguintes:

a) Nível de produção é resultante da integração social – verificou-se

que o nível de produção não é determinado pela capacidade física ou

fisiológica do empregado, mas por normas sociais e expectativas que o

envolvem.

b) Comportamento social dos empregados – permitiu verificar que o

comportamento do indivíduo se apóia totalmente no grupo.

c) As recompensas e sanções sociais: o Homem Social – constatou-se

que os operários que produziam muito acima ou muito abaixo da norma

socialmente determinada perderam a afeição e o respeito dos colegas. O

comportamento dos trabalhadores está condicionado a normas e padrões

sociais.

d) Grupos informais – a empresa passou a ser visualizada como uma

organização social composta de diversos grupos sociais informais, cuja

estrutura nem sempre coincide com a organização formal da empresa.

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e) As relações humanas – cada indivíduo é uma personalidade

altamente diferenciada que influi no comportamento e atitudes dos outros com

quem mantém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciado pelos

outros.

f) A importância do conteúdo do cargo – a maior especialização ( e

portanto a maior fragmentação) do trabalho não é uma forma mais eficiente

de divisão do trabalho.

5.1.4 – APLICAÇÃO:

Obtêm-se como contribuições da Teoria das Relações Humanas para a prática da

administração os seguintes aspectos:

Maior participação e contribuição dos diversos profissionais da empresa,

independentemente de seu nível hierárquico;

Elevação do nível nas comunicações entre todos os níveis hierárquicos;

Convencimento da necessidade e validade dos programas estruturados de

capacitação das habilidades dos profissionais nos diversos níveis da empresa

Aplicação de pesquisas e das ciências comportamentais, bem como uma

abordagem de atuação humanística e democrática nas empresas

Os estudos decorrentes da Teoria das Relações Humanas proporcionaram a

solidificação dos seguintes instrumentos administrativos:

Comunicação:

Liderança

Criatividade

O quadro abaixo demonstra as principais diferenças entre as Teorias Clássica e

Relações Humanas.

Teoria Clássica Teoria das Relações Humanas

- Trata a organização como uma máquina. -Trata a organização como grupo de pessoas.

- Enfatiza as tarefas ou a tecnologia. - Enfatiza as pessoas.

- Inspirada em sistemas de engenharia. - Inspirada em sistemas de psicologia.

- Autoridade centralizada. - Delegação plena de autoridade.

- Linhas claras de autoridade. - Autonomia do empregado.

- Especialização e competência técnica. - Confiança e abertura.

- Acentuada divisão do trabalho. - Ênfase nas relações humanas entre as pessoas.

- Confiança nas regras e nos regulamentos - Confiança nas pessoas.

- Clara separação entre linha e staff. - Dinâmica grupal e interpessoal.

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5.1.5 – APRECIAÇÃO CRÍTICA:

As principais críticas sofridas foram:

Exacerbada limitação no tipo de organização pesquisada;

Limitação na amplitude da análise;

Elevada importância para a atuação em equipe e tratando de maneira

inadequada e incompleta o indivíduo;

Interpretação superficial sobre Felicidade x produtividade;

Considerações

De qualquer forma, a Teoria das Relações Humanas apresentou grande importância

para os estudos da administração, principalmente quando só podemos considerar

“evolução” quando temos algo à comparar.

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5.2 – TEORIA COMPORTAMENTALISTA:

Com o advento da Teoria das Relações Humanas, uma nova linguagem passa a

dominar o repertório administrativo: fala-se agora em motivação, liderança,

comunicações, organização informais, dinâmicas de grupo etc. Os antigos conceitos

clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho,

departamentalização, princípios gerais da Administração etc, passam a ser

duramente contestados. Seus principais influenciadores foram: Herbert Simon

(1947), Abraham Maslow (1954), Frederick Herzberg (1959), Douglas McGregor(

1960), William Ouchi (1982)

Também conhecida como Behaviorista, essa Teoria surgiu no final da década de 40,

nos EUA, e pode ser entendida como a evolução da Teoria das Relações Humanas,

pois enfatizou os estudos da psicologia organizacional ou do trabalho no âmbito do

indivíduo e seu comportamento na organização.

Com a Teoria das Relações Humanas, surge uma nova concepção sobre a natureza

do homem, o homem social:

1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, com sentimentos,

desejos e temores. O comportamento no trabalho é uma conseqüência de

muitos fatores motivacionais.

2. As pessoas são motivadas por certas necessidades e alcançam suas

satisfações primárias nos grupos com os quais interagem.

3. O comportamento dos grupos pode ser influenciado por um adequado

estilo de supervisão e liderança.

4. As normas do grupo funcionam como mecanismos reguladores do

comportamento dos membros.

5.2.1 – APLICAÇÃO:

Podem ser considerados cinco instrumentos administrativos decorrentes dos

estudos sobre a Teoria Comportamentalista.

a) Estudo das necessidades humanas;

b) Estudo sobre o clima organizacional

c) Psicologia Organizacional;

d) Dinâmica de grupo

a) Estudo das necessidades humanas;

Abraham Maslow em 1954 procurou compreender e explicar o que energiza dirige e

sustenta o comportamento humano. Para ele, o comportamento é motivado por

necessidades atribuindo, portanto, a Teria da Motivação.

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34

Maslow identificou cinco necessidades básicas do indivíduo, sendo alocadas em

uma seqüência lógica, sustentada e acumulativa e, à medida que estas

necessidades são supridas, os indivíduos ficam mais motivados e mais produtivos.

A seqüência das necessidades, das mais imediatas para as subseqüentes, é:

Necessidade fisiológica: representam o nível mais baixo, porém, de vital

importância para a sobrevivência e preservação da espécie.

Necessidade de segurança: referem-se à manutenção do equilíbrio e

são representadas por necessidades de preservação do emprego, da saúde e

pelo afastamento de ameaças à estabilidade.

Necessidades sociais: surgem estando as anteriores atendidas e se

referem à aceitação do indivíduo pelo grupo (amizades e afeto);

Necessidades de estima: representam a maneira como o individuo se vê

e se avalia, envolvem, portanto, aspectos ligados à autoconfiança, à

aprovação social, tais como estima, prestígio e status;

Necessidade de autorrealização, que corresponde ao topo da pirâmide

das necessidades humanas e se caracteriza pela necessidade de o indivíduo

realizar-se, de promover o seu próprio potencial em contínua expansão.

Necessidade de autorrealização

Secundárias

Necessidade de estima

Necessidades sociais

Primárias

Necessidades de segurança

Necessidades fisiológicas

Figura: Hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow

Fonte: Maximiano (2008)

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O pensamento de Maslow, em sua Teoria Motivacional, procurou lançar luz sobre as

questões relacionadas às necessidades interiores dos indivíduos e moldam seu

comportamento para satisfazer tais necessidades.

Tanto que em 1959, Frederick Herzberg evoluiu os estudos de Maslow e estruturou

a “Teoria da abordagem dos dois fatores” em que concluiu que a satisfação

aumenta o nível de motivação das pessoas; entretanto, a insatisfação não diminui o

nível de motivação

Fatores higiênicos:

Fatores motivacionais:

De fato, o ideal é que as organizações trabalharem, conjuntamente, com as

abordagens de Maslow e de Herzberg quando a sua preocupação for a aplicação

das questões e dos níveis de motivação existentes a serem aperfeiçoados.

Contribuindo para os estudos do comportamento humano na Administração,

Douglas McGregor, conceituado autor Behavorista, elaborou os estilos aos quais

chamou de Teoria X e de Teoria Y, baseadas nas convicções da teoria

administrativa. Uma Teoria é calcada na visão clássica (Teoria X), mecanicista e

pragmática, e outra baseada na concepção mais moderna da visão

comportamentalista.

b) A organização e seu clima

Também conhecido como clima organizacional apresenta relacionamento entre:

nível de moral, valores, bem como o comportamento e atitudes dos profissionais das

organizações.

Valores são representados pelos princípios, crenças e questões éticas defendidas

pela empresa;

Moral: conjunto de regras de conduta necessárias, independentemente de tempo ou

lugar, quer para uma pessoa ou grupo de pessoas na organização;

No que tange a integração entre valores e moral, correlaciona-se como valores os

aspectos organizacionais, e a moral corresponde ao contexto do comportamento

individual de cada pessoa.

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Ao comportamento atribui-se o conjunto de atitudes e reações de cada indivíduo,

perante as situações apresentadas nas organizações ou demais ambientes sociais.

No entanto, atitude é a explicação do comportamento gerado de acordo com cada

fato apresentado e sua maneira de agir se posicionar.

Estilo administrativo apresenta-se como o contexto geral de atuação de uma

organização no que tange a tomada de decisão, sendo, portanto, mais

centralizadora ou menos centralizadora.

OBS: Melhorar o clima organizacional não é uma tarefa simples, mas algumas

ações podem minimizar possíveis problemas com o clima organizacional como:

Consolidar maior interesse entre as pessoas,

Compartilhar objetivos com as pessoas;

Rapidez e equidade na solução de problemas;

Identidade e personalidade da organização

c) Psicologia Organizacional:

Segundo Oliveira (2009): “Psicologia Organizacional é o estudo da interação e da

interdependência entre a organização e os seus empregados, na busca da

otimização das relações interpessoais e dos resultados da organização”.

d) Dinâmica de grupo:

Dinâmica é a “soma de interesses” dos componentes de um determinado grupo em

uma atividade específica. O grupo não é apenas um conjunto de pessoas. O grupo é

certo número de pessoas que interagem umas com as outras e que se percebem

psicologicamente como membros de um grupo. Os membros de um grupo

comunicam entre si de maneira direta e face a face, razão pela qual cada membro

influencia e é influenciado pelos outros membros do grupo em uma atividade

específica.

Os grupos se caracterizam pelas relações humanas entre seus membros. Saber

lidar com pessoas, individualmente ou em grupos e passou a ser um dos maiores

problemas da empresa, no sentido de obter maior rendimento de mão-de-obra,

dentro do máximo de satisfação e do mínimo de desgaste. O administrador de

empresa deve, de um lado, ser capaz de criar condições para que sua empresa

atinja da melhor forma seus objetivos e, de outro lado, que o seu pessoal atinja os

seus objetivos individuais.

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Cabe ao administrador, em todos os níveis de supervisão, aprender a influenciar e a

orientar o sentido das relações entre os indivíduos na empresa e propiciar um clima

positivo e favorável às boas relações humanas, para que a empresa possa realizar

as suas funções principais. Um programa de relações humanas tem por objetivo

fomentar a cooperação eficaz entre todos os membros de uma comunidade de

trabalho.

5.2.2 – APRECIAÇÃO CRÍTICA:

Existem contestações de alguns autores sobre críticas à Teoria comportamentalista,

uma vez que ela somente de ofertou bases para estudos sobre o comportamento

humano e conseqüentemente uma evolução da Teoria das Relações Humanas.

Análise incompleta dos fatores de influência das necessidades humanas: os

estudos não se aprofundaram aos fatores externos e incontroláveis pelas

empresas, o que foi aprofundado na Teoria de Sistemas.

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5.3 – TEORIA ESTRUTURALISTA:

Estruturalismo é a teoria que se preocupa com o todo e com o relacionamento das

partes na constituição do todo. A totalidade, a interdependência das partes e o fato

de que o todo é maior do que a simples soma das partes são suas características

básicas

A Teoria Estruturalista se solidificou na administração das organizações ao

considerar, os seguintes aspectos:

Analisar a administração em um contexto amplo e interativo;

Aprofundar e comparar organizações;

Identificar alterações em outras partes da organização através de alterações

efetuadas;

Ampliar o campo de análise das organizações ( formais e informais);

Rever os postulados até então apresentados;

Seus principais precursores foram: Victor Thompson (1961), Talcott Parsons (1961),

Peter Blau e Richard Scott ( 1962), Philip Salznick (1963) e Amitai Etzioni (1964).

5.3.1 – APLICAÇÃO:

Podem ser identificadas as seguintes aplicações junto a Teoria Estruturalista:

a) Estrutura organizacional formal;

b) Estrutura organizacional informal;

c) Níveis de organização

d) Estudo do ambiente organizacional;

e) Interação entre organizações;

a) Estrutura organizacional formal:

Estrutura organizacional formal é representada pela própria estrutura da empresa,

através da distribuição de responsabilidades e autoridades pelas unidades ou áreas

da organização.

A estrutura formal é representada pelo organograma (representação gráfica da

estrutura da organizacional).

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b) Estrutura organizacional informal:

Estrutura informal é a rede de interrelações sociais e pessoais que não é a

formalmente estabelecida pela organização e que se desenvolvem inerentemente à

vontade da empresa.

c) Níveis da organização:

Identificou-se a importância de se estabelecer diferentes níveis da organização

onde:

Nível institucional: alta administração e conseqüentemente a organização como

um todo;

Nível gerencial: nível intermediário da organização;

Nível operacional: nível de funcionários onde há a realização do trabalho com a

supervisão do nível gerencial e estabelecido pelo nível institucional.

d) Ambiente organizacional

Ambiente é tudo o que envolve externamente e internamente uma organização.

Uma organização depende de outras organizações para seguir seu caminho e atingir

seus objetivos. Assim, o importante não é somente a análise organizacional, mas

também a análise Interorganizacional, que está voltada para as relações externas

entre uma organização e outras organizações no ambiente.

e) Interação entre organizações:

Decorrentes da análise de diversos fatores identificados nos ambientes da empresa,

os primeiros estudos sobre benchmarking foram desenvolvidos.

As organizações utilizam da força do benchmarking como um instrumento de

observação das boas práticas para obter força competitiva.

Algumas considerações:

Benchmarking competitivo: compara as funções da empresa com a de seus

concorrentes;

Benchmarking interno: compara funções semelhantes dentro da empresa;

Benchmarking funcional: analisa como as atividades semelhantes são

desenvolvidas em diversos departamentos da empresa.

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5.3.2 – APRECIAÇÃO CRÍTICA:

A Teoria Estruturalista padeceu de algumas críticas a saber:

O Estruturalismo não se constitui em uma Teoria Específica;

O Estruturalismo é apenas uma teoria de transição do processo evolutivo da

administração.

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5. 4 – TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL (D.O) :

Considera-se que a Teoria do Desenvolvimento Organziacional ( D.O), começou a

se estruturar em 1945, com Richard Bechard, sendo que seus principais precursores

foram: Kurt Lewin e Willian White (1945), Rensis Likert (1946), Eric Trist e Fred

Emery ( 1960), Edgard Schein (1965), Warren Bennis (1966), Paul Lawrence e Jay

Lorsh (1967), Cris Argyris (1968) e Paul Hersey e Kenneth Blanchard (1972).

Segundo Oliveira (2009): “Desenvolvimento Organizacional é o processo estudado

para consolidar a mudança planejada dos aspectos estruturais e comportamentais

nas organizações com a finalidade de otimizar o processo de resolução de

problemas e resultados...”

5.4.1 – APLICAÇÃO:

Observam-se quatro instrumentos para a sua devida aplicação:

a) Diagnóstico organizacional,

b) Equipes multidisciplinares;

c) Cultural organizacional.

Sendo:

a) Diagnóstico organizacional: Processo através de análise e avaliação de

uma situação e o planejamento mais adequado para consolidar a mudança

organizacional.

b) Equipes multidisciplinares: conjunto de profissionais, com diferentes

habilidades e conhecimentos prontos a contribuir em um determinado projeto

ou ação mediante necessidade da organização.

c) Cultura organizacional: Conjunto estruturado de valores, crenças, hábitos e

regras que permeiam a organização.

5.4.2 – APRECIAÇÃO CRÍTICA:

Considerações ou colocações da Teoria do Desenvolvimento Organizacional já existiam em outras teorias:

OBS: Vale ressaltar que a Teoria D.O caracterizou-se por aplicar todos os assuntos correlacionados aos processo de planejamento e mudança.

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6 – A ESCOLA SISTÊMICA:

Emergindo em 1951 a Escola Sistêmica provocou inúmeras modificações no estudo

da administração das organizações, onde sua principal contribuição focou a

abrangência dos assuntos administrativos, a saber:

a) Integração de todas as abordagens até então estudadas;

b) Visualização da organização através de um contexto ecológico;

c) Necessidade de uma adequação das partes e questões administrativas

perante o todo da organização.

6.1 – TEORIA DE SISTEMAS:

A Teoria de Sistemas apresentou as organizações como “seres vivos e abertos”,

onde, há interações e múltiplas interações com o ambiente externo.

Seus idealizadores foram Ludwig Von Bertalanffy (1951), Kenneth Boulding (1956),

C.W.Churchman (1960), Richard Johson (1963), Paul Lawrence (1963), Russel

Ackoff, Norbert Wiener.

6.1.1 – APLICAÇÃO:

A Teoria de Sistema considera os principais aspectos de maior relevância:

a) Estrutura de sistemas:

Sistema: Conjunto de elementos que interagem e se interligam, formando um todo

organizado:

Sistema Aberto: É aquele que possui ambiente, ou seja, seus elementos interagem

como outros elementos do ambiente externo. Propicia a sinergia.

Sistema Fechado: É aquele que não possui interação com o ambiente externo.

Ambiente entrópico

Figura: Representação dos componentes do sistema:

Equilíbrio Homeostático: É o equilíbrio mantido entre necessidades internas e

externas. Funciona com o Sistema Aberto para manter a empresa competitiva.

Entrada (input) Saída(output)

Ambiente

Retroação

(feedback)

Processamento (throughput)

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b) Sistema de informação:

Processo de transformação de dados em informações que fornecerão subsídios

para a tomada de decisão gerencial.

c) Tecnologia da Informação: Interação estruturada de hardware e o sistema

de software para apoiar as decisões baseadas em arquivos e informações

nele contidos.

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7 – A ESCOLA CONTINGENCIAL:

A Escola Contingencial confere que nada é absoluto nas organizações, sendo que

“tudo” é relativo e esta sujeito às realidades do ambiente organizacional e do saldo

das negociações realizadas pelas pessoas que detém o poder de decisão nas

organizações.

No entanto, para que a Escola Contingencial possui duas Teorias da administração

consolidadas:

Teoria da Administração por Objetivos ( APO) – Peter Drucker ( 1954) como

precursor; e

Teoria da Contingência: Joan Woodward em 1958

7.1 – TEORIA DA A.P.O – ADMINISTRAÇÃO POR OBJETIVOS: Seus principais idealizadores foram: Peter Drucker (1954), George Odione (1965), Douglas McGregor( 1967) e John Humble ( 1969). A Administração por Objetivos é a técnica de negociação e interação dos objetivos individuais e os objetivos organizacionais.

7.1.1 – APLICAÇÃO:

O processo de administração por objetivos deve respeitar os seguintes aspectos:

a) Estabelecimento de metas e objetivos:

Análise detalhada do cenário atual da organização;

Análise da situação idealizada da organização;

Determinar objetivos da organização;

Estabelecimento dos objetivos das áreas envolvidas;

Interligação de todos os departamentos mediante objetivo apresentado;

Estabelecimento dos meios para que o objetivo seja realizado;

Consolidação de critérios de medição e aferição dos objetivos determinados,

7.1.2 – CRÍTICAS: As principais críticas são:

Possibilidade de avaliações subjetivas;

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Dificuldade de comparar os padrões de desempenho entre diferentes áreas da empresa,

7.2 – TEORIA DA CONTINGÊNCIA: As questões da Teoria da Contingência surgiram, de forma estruturada em 1972 e

estavam baseadas no princípio de que, nas organizações, nada é absoluto, pois

tudo é relativo e, portanto, depende de algo que geralmente é incontrolável pelas

organizações, pois estão em seu ambiente, que é externo.

Seus precursores foram: Joan Woodward (1958), Tom Burns(1961), Alfred Stalker

(1962), Warren Bennis (1964), Igor Ansoff (1965), James Thompson (1967), Paul

Lawrence (1969), Howard Carlisle (1973), Michael Porter ( 1985), C.K.Prahalad

(1987), Henry Mintzberg (1988)

7.2.1 – APLICAÇÃO:

Consideram-se quatro itens de grande relevância para esta Teoria:

a) Planejamento Estratégico, Tático e Operacional onde:

Planejamento Estratégico: norteia o rumo da organização e de todos os seus

componentes.

Normalmente é o planejamento mais amplo e abrangente da organização contendo

tais características: projeto para longo prazo e envolve a empresa como um todo -

recursos, áreas e atividades – e geralmente é definido pela cúpula da organização.

Planejamento tático: baliza-se nas atribuições e implementações de médio prazo:

Normalmente é realizado pelos níveis departamentais da empresa. Projetado para

médio prazo (anualmente), envolvimento dos departamentos diretamente

relacionados e, o mais importante, o planejamento tático de estruturado dentro do

planejamento estratégico.

Planejamento operacional: Elaborado para cada tarefa ou atividade, projeta-se

para curto prazo e cada tarefa ou atividade têm sua meta específica.

b) Estratégias: técnicas e cenários.

Estratégias são as ações “mais adequadas” e, com características inovadoras e

diferenciadas para a resultante dos objetivos e metas da organização.

Cenários estratégicos são critérios avaliados e medidos para a preparação do

futuro da organização. Os cenários estratégicos possibilitam identificar e interpretar

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as mudanças no ambiente organizacional. Consolidar a visão do negócio através de

dos cenários apresentados.

Técnica estratégica é o “refinamento” das informações básicas para a tomada de

decisão estratégica.

c) Análise externa da organização: Análise S.W.O.T

Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats, onde Forças, Fraquezas,

Oportunidades e Ameaças consolidam a ferramenta que se utiliza para considerar

todas as variáveis ambientais e, assim, contribuir para uma amplitude maior de

possibilidades de solução dos problemas organizacionais.

- No ambiente Externo temos as Oportunidades e Ameaças

- No ambiente Interno temos os pontos Forças e Fraquezas

d) Modelos organizacionais:

Como decorrência desta Teoria pode ser considerada duas novas formas de

departamentalização:

- Departamentalização matricial;

- Departamentalização por Unidade Estratégica de Negócio (UEN)

7.2.2 – CRÍTICAS:

Dificuldade de se avaliar o desempenho e os resultados efetivos globais e parciais das organizações em forte interação com as variáveis externas;

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8 – A ESCOLA MODERNA

Procura-se neste capítulo consolidar as últimas abordagens e aplicações em que as

organizações estão considerando como condições de desenvolvimento de seus

negócios.

Elencam-se abaixo os principais fatores da consolidação da Escola Moderna ou

Contemporânea:

a) Novo cenário competitivo, tanto no âmbito entre nações como organizações;

b) Mudança nos comportamentos e necessidade das pessoas;

c) Desenvolvimento de novos modelos de administração das organizações;

A Escola Moderna pode ser estruturada em duas Teorias da Administração:

Teoria da Administração por Processos – William Deming ( 1951) quanto a

qualidade total nas organizações; e

Teoria da Excelência das Organizações – consolidada em 1990 através da

evolução da Administração.

8.1 – TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO POR PROCESSOS: Nesta Teoria são abordados os principais aspectos da Teoria da Administração por Processos onde as resultantes foram processos estruturados e interligados fomentando assim, inúmeras aplicações à Teoria. Dentre seus inúmeros precursores temos: Joseph Juran (1951), Armand Feigenbaum (1956), Kaoru Ishikawa (1985), Michael Hammer e James Champy (1993) entre outros. 8.1.1 – APLICAÇÃO:

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a) Desenho de processos: processo de metodologia estruturada que leva em

consideração os diversos públicos envolvidos (clientes, fornecedores,

funcionários, governos, comunidade);

b) Qualidade Total: Capacidade de um produto atender e satisfazer as

necessidades do cliente seja ele externo ou interno. Vale ressaltar os

desdobramentos de qualidade através das certificações ISO.

c) Qualidade Segundo E.W.Deming é satisfazer o consumidor excedendo suas expectativas;

d) Qualidade segundo Juran é a adequação ao uso, onde o objetivo é satisfazer o consumidor na medida certa, a um custo justo;

e) Crosby atribui qualidade como sendo o atendimento às especificações;

f) Qualidade segundo Feigenbaum como sendo o valor do bem ou serviço;

g) Ishikawa define qualidade como sendo o desenvolvimento, projeto e a fabricação de um produto de maneira econômica e satisfatória do ponto de vista do consumidor

h) Melhoria contínua: Tornar o processo mais eficaz utilizando de plena

capacidade os recursos disponíveis da organização;

i) Inovação: Tornar o processo mais eficaz, introduzindo recursos “ainda” não

disponíveis. Vale ressaltar que toda a inovação é bem vinda e necessária,

porém, antes, deve haver um estudo de viabilidade.

j) Produtividade: é utilização de todos os recursos da organização de maneira

a obter os melhores rendimentos e resultados;

k) Reengenharia: nasceu da necessidade “das” empresas se mostrarem mais adaptadas ao seu ambiente. A aceleração do ritmo do desenvolvimento da tecnologia da informação funcionou como “mola” de impulsão do modelo. Para Hammer e Champy, reengenharia significa “analisar e abandonar procedimentos consagrados”, ou seja, propor a reestruturação radical dos processos empresariais. Leia mais em Maximiano (2008)

l) “Downsizing” – Com o acirramento da competição organizacional as grandes organizações necessitaram rever o processo de estrutura organizacional. O downsizing surgiu, nesse, contexto, como uma alternativa sustentável para rever e eliminar cargos e posições, cujos impactos se fazem sentir e redução de custo, reestruturação da empresa e nova focalização dos negócios.

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m) Empowerment – função gerencial das mais importantes, pois contribui para o

aumento da produtividade, delegando aos colaboradores de sua estrutura poderes e responsabilidades gerando um melhor aproveitamento de suas habilidades.

n) Logística: Processo integrado que permeia a organização matricialmente, interligando todas as áreas da organização, transformando insumos e produtos ou serviços, vendas, entregas (logística externa), pós-venda entre outros.

8.1.2 – CRÍTICAS:

Dificuldade em obter resultados através da revisão de processos complexos.

Rotulação e descrença em processos mal aplicados pelas organizações.

8.2 – TEORIA DA EXCELÊNCIA DAS ORGANIZAÇÕES:

Sucintamente a Teoria da excelência das organizações atribui o conceito de “retirar”

as “melhores partes” de todas as teorias anteriores. Observa-se na APLICAÇÃO,

que muitos conceitos já foram apresentados em outras Teorias, porém, agora de

maneira atualizada, conforme pode ser esperado em virtude da evolução da

administração.

Dentre inúmeros precursores citam-se: Michael Porter (1980), Phillip Kotler (1980),

C.K. Prahalad (1990), Peter Senge (1992), Paul Sarbanes e Michael Oxley (1999),

Sydney Finkelstein (2003), Chris Anderson (2006) , Pankay Ghemawart (2006) etc.

Considera-se também como Teoria do Conhecimento.

8.2.1 – APLICAÇÃO:

A) Administração participativa: Em maior ou menor grau, a participação das

pessoas nas categorias: aprimoramento da informação, participação do

processo decisório, participação na direção e participação de resultados estão

presentes em muitos modelos de Administração existentes.

Muitos autores tratam a aplicação da Administração participativa como uma

filosofia e não como uma modelo de Administração.

B) Administração Estratégica: voltada para o futuro, visa de forma estruturada

e sistematizada a aplicação dos recursos, normas e procedimentos alavancar

através do planejamento estratégico a situação desejada da organização

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mantendo o monitoramento dos fatores ambientais internos e externos da

organização

Planejamento estratégico, direção estratégica, estruturação estratégica e

controle estratégico constituem os principais conceitos da Administração

Estratégica;

C) Tecnologia da Informação: Combinação de sistemas softwares e hardwares

usando registro, tratamento e transmissão de dados e informações,

possibilitando, rapidez, vantagem competitiva e auxílio na tomada de decisão.

- Evolução da T.I – Década de 60 – Início das aplicações em T.I

- Softwares de apoio ao controle e decisão no âmbito da produção – Décadas

de 70 e 80 – Aplicação dos MRP ( Materials requirements planning).

- Softwares de apoio a gestão – Década de 90 – ERP ( entreprise resources

planning)

- Década de 90 até hoje – aplicação da internet para a eficiência e apoio a

transações, comunicações e tomada de decisões.

D) Administração Virtual: Forma estruturada e suportada pela Tecnologia da

Informação (T.I), de interação entre pessoas e organização.

- redes virtuais de colaboração;

- redes virtuais sociais;

- trabalhadores virtuais;

E) Empreendedorismo: Processo evolutivo e inovador de identificar

oportunidades agarrá-las e buscar recursos para transformá-las em negócio

lucrativo.

- Empreendedor externo ou entrepeneur – pessoa que empreende um novo

negócio;

- Empreendedor interno ou intrapreneur – pessoas que empreende

internamente em uma organização;

(Saiba mais em Maximiano 2008)

F) Responsabilidade Social e ética – Abordagem como instituições sociais e

presentes em ao mesmo contexto proporcionando auxílio ao meio em que

atuam. Ética: conjunto de valores e idéias que orientam o posicionamento das

pessoas das organizações (código de ética), da sociedade e do meio comum.

G) Governança Corporativa: Modelo de administração pautado pela interação

dos acionistas, quotistas, conselhos, auditorias (externas ou internas),

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diretoria buscando efetivar a atratividade da empresa perante o mercado

através da transparência de informações, tanto no âmbito de prestação de

contas como ao respeito às leis.

H) Administração do conhecimento: Conhecimento é o principal fator de

incentivo e de sustentação da evolução das organizações, onde as

competências essências da organização promovem o conjunto de

habilidades e conhecimentos para sustentar a vantagem competitiva da

organização;

I) Educação corporativa: Consolidar conhecimento e capacitação profissional

considerando as condições das pessoas como seres humanos profissionais e

sociais.

Para Peter Senge (autor do Bestt Seller – A quinta Disciplina) a

aprendizagem organizacional ( learning organizations) será um fator para a

manutenção da vantagem competitiva do negócio numa economia global.

“Sem o indivíduo não há organização. A organização não pode ser separada

do indivíduo, mas o indivíduo pode ser separado da organização”.

8.2.2 – CRÍTICA:

Dificuldade e ou falta de interesse em se disseminar conhecimentos: O grande

desafio está em promover “em todos os níveis da organização” a conscientização

em disseminar conhecimento.

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09– CONSIDERAÇÕES:

Que possamos fazer da nossa profissão a verdadeira razão de ser, honrando e valorizando a escolha de ser um Administrador.

Boa Sorte

Professor Vicente Ramos

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10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHIAVENATO, Idalberto. Introdução á Teoria Geral da Administração. São Paulo; Editora Campus; 2000. DRUCKER. Peter F. Prática da administração de empresas. São Paulo. Pioneira, 1981. MAXIMIANO, Antonio Cesar Amarau. Teoria Gerald da Administração; 1ª Ed.- 4ª reimpr.; São Paulo; Atlas; 2008. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Introdução à Administração: edição compacta: São Paulo: Atlas, 2009 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Teoria Geral da Administração: edição compacta: São Paulo: Atlas, 2009 COMPLEMENTAR:

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amarau . Teoria Geral da Administração: Da revolução Urbana à Revolução Digital; 1ª Ed.- 4ª reimpr.; São Paulo; Atlas; 2008.

LACOMBE, Francisco: HEIBORN, Gilberto. Administração – princípios e

Tendências. São Paulo; Saraiva, 2004

FERREIRA, Ademir Antonio; REIS, Ana Carla Fonseca; PEREIRA, Maria Isabel.

Gestão Empresarial: de Taylor aos nossos dias; São Paulo: Pioneira: 1997