Você Fala Javanês
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Transcript of Você Fala Javanês
Tiago de Melo AndradeIlustrações de Lúcia Brandão
Tiago de Melo Andrade
Ilustrações de
Lúcia Brandão
Ilustrações: Lúcia BrandãoProjeto gráfico e diagramação: Desenho
2004 Tiago de Melo Andrade
Direitos de publicação: 2004 Editora Melhoramentos Ltda.
2.ª edição, 4.ª impressão, março de 2014ISBN: 978-85-06-05806-0
Atendimento ao consumidor:Caixa Postal 11541 – CEP 05049-970 – São Paulo – SP – BrasilTel.: (11) [email protected]
Impresso no Brasil
Edição revisada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa
Tiago de Melo Andrade nasceu em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, e foi criado em Uberaba, Minas Gerais, onde mora. O jovem escritor foi vencedor do Prêmio Jabuti em 2001 como autor revelação, e seus livros integram também acervos básicos da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ). Em Você fala Javanês?, Tiago retrata com humor uma fábula moderna contra o autoritarismo.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Andrade, Tiago de Melo Você fala javanês? / Tiago de Melo Andrade; ilustrações de Lúcia Brandão. – São Paulo: Editora Melhoramentos, 2006. – (Conte outra vez)
ISBN 85-06-04314-X
1. Literatura infantojuvenil I. Brandão, Lúcia. II. Título. III. Série.
06-1695 CDD-028.5
Índices para catálogo sistemático:1. Literatura infantil 028.52. Literatura infantojuvenil 028.5
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Era uma vez um lugar muito distante – uma cidade chamada Lacônia.Para alguém chegar àquele lugar de nome estranho,bastava que tomasse estradinha estreita e tortuosa (ela mais lembrava rastro de cobra), situada lá atrás dos montes. Estradinha ruim de andar, de poeira fina, levantando fumaça quando se passava por ela. Parecia até que se estava chegando lá de foguete.
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Percorrida aquela distância, havia de se chegar a Lacônia. E, logo à entrada, deparava-se uma vistosa tabuleta que recepcionava o forasteiro:
Logo depois, vinha outra placa, maior ainda, que dizia:
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Era apenas isso que se escutava naquela estranha cidade:...
...Nada! Nem um pio! Não se ouviam risos daqueles:
– Rá! Rá! Rá!Nem aquela gargalhadinha tímida: – Ri! Ri! Ri!Tampouco se ouvia o BLÁ-BLÁ-BLÁ das
comadres ou o BLÓ-BLÓ-BLÓ dos doutores. O silêncio era total. Estranho? Deixe que eu explico...
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Sabe, nem sempre Lacônia foi assim silenciosa. Verdade! Já foi, outrora, uma cidade falante, animada por poetas, escritores e cantadores... As pessoas adoravam conversar, falavam sobre tudo! Música e poesia pairavam no ar feito poeira, fofocas se deitavam à sombra dos prédios, e compridas ladainhas se enroscavam nas pernas das pessoas.
Era um blá-blá-blá generalizado. Contudo havia alguém que não gostava muito daquele blá-blá-blá, não! Essa pessoa geniosa era a Rainha Doidivanas...
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A monarca era muito dorminhoca; gostava de dormir até tarde. Mas não tinha jeito: logo cedo, era acordada pelo blá-blá-blá que vinha lá da praça. As palavras do povo trazidas pela brisa entravam pelas frestas da janela do palácio e logo enchiam o quarto de toda espécie de sons: blá-blá-blás, risadinhas, zum-zuns, gargalhadas, exclamações, cochichos, gritos, murmúrios... A princípio Doidivanas tentava ignorar a presença dos ruídos, escondendo a cabeça sob a coberta; contudo algumas palavras mais abelhudas sempre achavam um jeito de penetrar pelos buraquinhos da trama do tecido, e logo a cama estava inundada de barulheira! A Rainha acordava arrancando os cabelos de raiva:
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