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Blog de Filosofia Sexta-Feira

13 de Maio de 2011

Responsabilidade EcológicaRodrigo Graças

O Homem é o criador do seu próprio ambiente e tem o poder de o modificar em seu próprio benefício (melhor qualidade de vida, …). Como consequência disso e do progresso das ciências e das tecnologias, o Homem abusa desse poder e modifica o seu meio de inúmeras maneiras e em escala sem precedentes.

A responsabilidade ecológica é a obrigação de responder por actos próprios ou abstractos suportando as consequências.

ctualmente, a questão ecológica assume, globalmente, uma tamanha importância porque a responsabilidade é de todos. Inserindo a questão ecológica no contexto da paz na sociedade humana, melhor nos damos conta

que é importante prestar atenção àquilo que a Terra e a atmosfera nos divulgam. Existe no Universo uma ordem que deve ser respeitada e o Homem dotado da possibilidade de livre escolha, tem uma grave responsabilidade na preservação desta ordem e também em função do bem-estar das gerações futuras. Com este artigo, pretendendo demonstrar, os aspectos desta responsabilidade e comprovar que a crise ecológica é um problema que afecta a nossa relação com a Natureza e de certa forma a sociedade humana. Mostrarei também, a perspectiva do filósofo Hans Jonas sobre este tema.

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A questão ecológica: uma responsabilidade para todos!

A sociedade serve-se da Natureza com objectivos puramente materiais e tecnológicos. Mas não somos assim tão fortes para a conseguir dominar e o nosso individualismo só nos transforma em pequenos bichos urbanizados, enraizados na ignorância. As cidades actuais têm-se transformado em verdadeiros lugares agitados e sobrelotadas, com falta de espaços verdes!

Enquanto seres humanos e racionais somos responsáveis pela Natureza. A actualidade tem-nos demonstrado que o desenvolvimento da humanidade faz-se à sua custa, sendo um desses exemplos a industrialização, consequência do progresso tecnológico e a evolução do homem. Essa industrialização origina degradação da biodiversidade, o que põe em risco o equilíbrio ecológico e a cadeia alimentar.

O planeta revela sinais de desequilíbrio em consequência da intervenção humana e consumo excessivo de recursos naturais como o petróleo e o gás natural. Assim o homem desrespeita a natureza, tratando-a como fonte de rendimentos.

A protecção e a melhoria do ambiente são questões de maior importância, que afectam o bem-estar das populações e o desenvolvimento económico do globo.

Nos países em desenvolvimento, a maior parte dos problemas do ambiente são causados pelo subdesenvolvimento. Milhões de pessoas continuam a viver muito abaixo dos níveis mínimos compatíveis com uma vida humana decente, privados do que se considera essencial no que se refere à alimentação, vestuário, habitação, educação, saúde e higiene.

Nos países industrializados, os problemas do ambiente estão geralmente relacionados com a industrialização e o desenvolvimento tecnológico.

O crescimento natural da população coloca ininterruptamente problemas de preservação do ambiente e os Estados devem, por isso, adoptar políticas e medidas apropriadas para os resolver. Nós somos elementos preciosos no mundo. Nós impulsionamos o progresso social, criamos a riqueza, desenvolvemos a ciência e a tecnologia

Hans Jonas (1903-1993)

Foi um filósofo alemão que escreveu O Princípio da Responsabilidade, cujo assunto é sobre os problemas éticos e sociais criados pela tecnologia. Sustenta que a sobrevivência humana depende dos esforços para cuidar do nosso planeta e do seu próprio futuro.

O que é o Princípio daResponsabilidade segundo H. Jonas?

É a articulação entre duas realidades, uma subjectiva e outra objectiva. É composta pela fusão entre o sujeito e a acção. Ao mesmo tempo há, também, um aspecto de descoberta que se revela na acção propriamente dita e suas consequências. A ordem ética está presente, não como realidade visível, mas como um apelo prudente que pede calma, juízo e equilíbrio.

O Homem define-se pela responsabilidade que assume em proveito das gerações futuras.

Para H. Jonas, o Homem passou a manter com a natureza uma relação de responsabilidade, porque ela encontra-se sob o seu poder. Esse novo poder impõe alterações na própria natureza da Ética levando á manipulação do património do ser humano que poderá introduzir alterações duradouras de imprevisíveis consequências futuras.O Homem não pode construir o seu destino baseado numa ordem ofuscada de fenómenos de grande poder de transformação e destituída de valores éticos.

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e, mediante muito trabalho, somos nós também que transformamos continuamente o ambiente!

Encontramo-nos num momento histórico em que devemos orientar as nossas acções no mundo inteiro tomando em maior consideração as suas repercussões no ambiente.

Podemos causar, por ignorância ou indiferença, prejuízos consideráveis e irreversíveis no meio ambiente, do qual dependem a nossa vida e o nosso bem-

estar.

Poderemos conquistar para nós próprios e para os nossos descendentes uma vida melhor, num ambiente mais adaptado às necessidades e aspirações humanas.

Existem perspectivas para a melhoria da qualidade do ambiente e para a criação de condições para uma vida feliz. É necessário, para isso, entusiasmo, calma e um trabalho intenso e coordenado. Para usufruir livremente dos benefícios da Natureza, o Homem deverá tirar partido dos seus conhecimentos, com o fim de criar, em colaboração com a própria natureza, um ambiente melhor.

A continuação deste objectivo implica que todos, sejam cidadãos ou colectividades, empresas ou instituições, e a qualquer nível, assumam as suas responsabilidades e compartilhem, equitativamente, os esforços comuns.

Caberá às autoridades locais e aos governos, a responsabilidade principal das políticas e da acção a realizar em assuntos de ambiente, nos limites da sua jurisdição. Há também a necessidade da cooperação internacional para aumentar os recursos que permitam ajudar os países em desenvolvimento e cumprir as suas responsabilidades neste domínio.

Os problemas ambientais, em número cada vez mais elevado, exigirão uma vasta cooperação entre as nações e que os órgãos internacionais actuem no interesse de todos.

Nós continuaremos a abusar da Natureza enquanto não formos participantes activos na luta contra este problema.

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Deste modo finalizo a minha opinião sobre a responsabilidade ecológica. Assim o meu objectivo foi cumprido: sensibilizar os meus leitores ao expor este artigo levando-os a perceber a nossa responsabilidade que temos com o ambiente. Aqui fica um excerto de Hans Jonas:

(…)”A fronteira entre a cidade e a natureza tem sido apagada: a cidade dos homens, uma vez que um enclave no mundo “não-humano”, se espalha por toda a natureza terrestre e rouba o seu lugar. A diferença entre o artificial e o natural desapareceu, o natural é engolido pela esfera do artificial, e, ao mesmo tempo, a peça total (obras do homem que se tornaram "o mundo" e, como tal envolvem seus fabricantes) gera uma "natureza" própria, ou seja, uma necessidade com a qual a liberdade humana tem que lidar num sentido inteiramente novo.” (…)

…pensem nisto…