Viabilidade econômica da irrigação por pivô central um estudo de caso

82
CURSO: ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS ___________________________________________________________ RICARDO JUNGES VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO ________________________________________________________ Medianeira - PR 2007

description

 

Transcript of Viabilidade econômica da irrigação por pivô central um estudo de caso

CURSO: ADMINISTRAÇÃO COM HABILITAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS

___________________________________________________________ RICARDO JUNGES

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO

________________________________________________________

Medianeira - PR

2007

RICARDO JUNGES

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de graduação em administração com habilitação em agronegócios como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em administração na Faculdade Educacional de Medianeira - FACEMED.

Prof. Edson Luiz da Silva. esp.

Medianeira JUNHO - 2007

2

A todos que acreditam em seus sonhos e possuem força de vontade para realizá-lo.

3

Agradeço, em primeiro lugar a Deus, pois sem ele nada seria possível. Ao meu professor orientador Edson Luiz da Silva por total apoio e incentivo. Aos meus pais Elemar e Anita, meu sogro e sogra Dorvalino e Domingas. A minha esposa Rosani Fappi que esteve presente nos momentos difíceis para a formação deste trabalho.

4

Para cada esforço disciplinado há uma retribuição múltipla.

Jim Roh.

5

VIABILIDADE ECONÔMICA DA IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL - UM ESTUDO DE CASO

Por

RICARDO JUNGES

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado para a obtenção do grau de Bacharel em Administração no Curso de Administração com habilitação em Agronegócios, pela banca examinadora formada por:

Presidente: ________________________________________________

Prof. Edson Luiz da Silva, Esp – Orientador

Membro: ________________________________________________

Prof. Carlos Laércio Wrasse, MSc.

Membro: ________________________________________________

Profº. Marcio Becker, MSc.

Medianeira, ___/_______________/____. (data da aprovação da banca)

__________________________________

Coordenador do Curso de Administração

Profº. Marcio Becker, MSc

6

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo geral estudar a viabilidade econômica do sistema irrigado por pivô central na propriedade do agricultor Orlando Antonio Bremm, localizada no município de missal, oeste do Paraná. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva em um estudo de caso com método quantitativos e qualitativos, cujos dados e informações foram coletadas através de levantamento da quantidade de produção e preços, que o produtor, município e o mercado atuavam na época dos embasamentos dos preços utilizados para as comparações. Buscou-se inicialmente, por meio de uma pesquisa bibliográfica debater conceitos sobre a administração, administração rural, agronegócios, viabilidade econômica, contabilidade, custos, sistemas de irrigação e irrigação por sistema pivô central. Para alcançar os resultados fez-se comparações do valor adquirido pela propriedade com a do município, destacando a produção antes e depois da implementação do sistema de irrigação, demonstrando no seu decorrer comparações entre a área irrigada e a mesma área sem irrigação, também calculando a depreciação e de maneira hipotética foi calculado esse valor rendendo em uma caderneta de poupança, o retorno do investimento e também comparado com o custo que o próprio sistema utiliza comparado a outras áreas que não há possuam, que é a energia elétrica utilizada para sua movimentação e funcionamento. Conclui-se que a viabilidade ficou destacada nas hipóteses levantadas. Portanto o perímetro irrigado demonstrou-se inviável em curto prazo, mas viável a médio e longo prazo.

Palavra-chave: Administração, Agronegócios, Irrigação e Viabilidade econômica.

7

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 - ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL.....................21

QUADRO 02 - ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA. .......................22

QUADRO 03 - COMPARATIVO DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO. .....29

QUADRO 04 - ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ..............................31

QUADRO 05 - VARIAS MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL ..........35

QUADRO 06 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO ..........................................................45

QUADRO 07 - TIPOS DE IRRIGAÇÃO......................................................................50

QUADRO 08 - PIVÔ CENTRAL PERMITE ................................................................53

8

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁGICO 01 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 1998 A 2002...................................65

GRÁFICO 02 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 2003 A 2007 ....................................66

GRÁFICO 03 - COMPARAÇÃO ANTES DA IRRIGAÇÃO E DEPOIS DA

IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA...................................................................................66

GRÁFICO 04 - FATURAMENTO X DEPRECIAÇÃO/ ENERGIA ELÉTRICA.............67

GRÁFICO 05 - COMPARAÇÃO DE FATURAMENTO LIQUIDO MENOS A

DEPRECIAÇÃO E O INVESTIMENTO ......................................................................68

GRÁFICO 06 – RENDIMENTO DO INVESTIMENTO APLICADO A UMA

POUPANÇA ...............................................................................................................69

GRÁFICO 07 – FATURAMENTO DA PROPRIEDADE MENOS INVESTIMENTO E

RENDIMENTO DA POUPANÇA ................................................................................69

9

LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - VALOR DO INVESTIMENTO NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO .............60

TABELA 02 – PRODUÇÃO FATURAMENTO MILHO ...............................................61

TABELA 03 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA. ..........................................61

TABELA 04 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO........................................61

TABELA 05 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO .........................................62

TABELA 06 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................62

TABELA 07 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO........................................62

TABELA 08 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO .........................................63

TABELA 09 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................63

TABELA 10 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO. ........................................64

TABELA 11 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA ...........................................64

TABELA 12 – RETORNO DE INVESTIMENTO.........................................................70

10

SUMARIO

RESUMO......................................................................................................................6

LISTA DE QUADROS..................................................................................................7

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................8

LISTA DE TABELAS ...................................................................................................9

SUMARIO ..................................................................................................................10

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................12

1.1 PROBLEMA.......................................................................................................13

1.2 OBJETIVOS.......................................................................................................13

1.2.1 Objetivo Geral ..............................................................................................13

1.2.2 Objetivos Específicos..................................................................................13

1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................16

2.1 ADMINISTRAÇÃO.............................................................................................16

2.2 ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA ..........................................................................18

2.3 ADMINISTRAÇÃO NEOCLÁSSICA ................................................................22

2.4 ADMINISTRAÇÃO MODERNA ........................................................................25

2.5 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA ................................................................30

2.6 ADMINISTRAÇÃO RURAL............................................. ...................................31

2.6.1 Administrador Rural ....................................................................................33

2.7 AGRONEGÓCIOS ........................................ ....................................................36

2.7.1 Contexto Gobal ............................................................................................37

2.7.2 Agronegócio Brasileiro ...............................................................................38

2.7.3 Agronegócio no Paraná ..............................................................................40

2.7.4 Agronegócio no Oeste Paranaense ...........................................................41

2.8 CONTABILIDADE .................................... .........................................................42

2.8.1 Contabilidade de Custos.............................................................................43

2.8.2 Contabilidade Rural .....................................................................................45

2.9 VIABILIDADE ECONOMICA .............................................................................47

2.10 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO ................................... ..........................................48

2.10.1 Tipos de Irrigação........................................................................................49

2.10.2 Irrigação Sistema Pivô Central...................................................................51

11

3 METÓDOS E TÉCNICAS DA PESQUISA..........................................................54

3.1 TIPO DE PESQUISA .........................................................................................54

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS......................................................55

3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS. ....................................................55

3.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.........................................................................56

4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA.......................................57

4.1 HISTÓRICO ................................................. .....................................................57

5. ANALISE E DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS...................................................60

5.1 INVESTIMENTOS NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO.............................................60

5.2 DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 2003 A 2007...............................................60

5.2.1 Produção da Propriedade...........................................................................61

5.2.2 Produção do Município ...............................................................................62

5.3 DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 1998 A 2002 ...........................62

5.3.1 Produção da Propriedade ...........................................................................63

5.3.2 Produção do Município...............................................................................63

5.4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS DADOS OBTIDOS DO MUNICÍPIO E DA

PROPRIEDADE ................................................... .............................................64

5.4.1 Propriedade X Município 1998 A 2002 .......................................................64

5.4.2 Propriedade X Município 2003 A 2007.......................................................65

5.4.3 Propriedade X Propriedade........................................................................66

5.5 ANALISE COMPARATIVA ENTRE O FATURAMENTO DA PROPRIEDADE E

DE OUTROS INDICADORES ........................... ................................................67

5.5.1 Faturamento X Depreciação/ Energia Elétrica ..........................................67

5.5.2 Faturamento X Investimento em Instituições Financeiras.......................68

5.5.3 Retorno de Investimento.............................................................................70

6 CONCLUSÃO/ RECOMENDAÇÕES..................................................................71

6.1 CONCLUSÃO ......................................... ..........................................................71

6.2 RECOMENDAÇÕES..................................... ....................................................73

REFERÊNCIAS ........................................... ..............................................................74

APÊNDICES ..............................................................................................................78

12

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que em um sistema administrativo engloba ciências como

matemática, economia, psicologia, marketing que auxilia o administrador levantar

dados expressivos, possibilitando assim que a empresa se destaque através da

administração com eficiência e eficácia. A partir do momento em que os dados são

levantados o responsável parte para a tomada de decisão escolhendo qual

investimento será economicamente viável. A tomada de decisão então é

previamente analisada para que não haja investimentos que possam gerar o prejuízo

ou o baixo lucro.

Segundo Barros Neto (2001), a administração na atualidade é a mais

importante atividade humana, pois através dela viabiliza-se todas as demais, afinal,

sem uma administração eficiente, geram-se desperdícios, gastos, prejuízos ao meio

ambiente e extinção dos recursos produtivos. De maneira geral, não existem

organizações improdutivas ou subdesenvolvidas, mas sistemas bem ou mal

administrados e os resultados obtidos são reflexos diretos da qualidade da

administração.

Através destas constatações vê-se a necessidade de uma boa aplicação

administrativa também nos setores agrícolas, para o seu total aproveitamento de

riquezas produtivas e financeiras; e principalmente para novos investimentos de

garantias de produção.

Neste contexto existe a administração rural, que visa o uso mais eficiente

dos recursos, para obter os resultados mais proveitosos e contínuos em inúmeros

meios de extração, sendo um deles o da irrigação.

Estudando a teoria das irrigações chega-se a determinadas considerações,

que é o aproveitamento das águas para a obtenção de produção, mas é preciso uni-

las com as teorias econômicas onde se destaca a viabilidade.

Segundo Hirschfeld (2000) a viabilidade de um empreendimento é

examinada dentro de um prazo de interesse no qual deseja-se saber se o esforço

produtivo a ser realizado vale mais do que a simples aplicação dos valores

envolvidos a taxas mínimas de atratividade.

13

Por esses inúmeros itens, deve-se fazer uma análise profunda antes de

realizar um novo negócio ou mesmo melhorá-lo, a ponto de encontrar um resultado

onde o empreendimento é considerado economicamente viável. Se os resultados

não forem satisfatórios, é de grande importância refazer os planos de investimentos.

Neste caso procurar-se estudar dados de uma propriedade agrícola na qual

existe um sistema de irrigação por pivô central e analisar nesse empreendimento a

viabilidade econômica.

1.1 PROBLEMA

O sistema de irrigação por pivô central é economicamente viável para a

propriedade rural?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Estudar a viabilidade econômica do sistema irrigado por pivô central.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Diagnosticar os investimentos necessários para implantação de um

sistema de irrigação com pivô central;

b) Demonstrar os índices de produtividade da propriedade antes e depois

da implantação do sistema de irrigação com pivô central;

c) Comparar a produção e produtividade da propriedade com a

produtividade media do município de Missal, no mesmo período;

14

d) Analisar a viabilidade econômica para implantação do sistema, em

comparação com outros investimentos.

1.3 JUSTIFICATIVA

Considerando as razões pela qual este estudo esta sendo elaborado,

propõem-se uma busca fundamentada na valorização do capital investido e em

contra partida um retorno esperado; pois é preciso saber se tal montante está dando

retorno desejado ou poderia dar um melhor retorno em um outro investimento.

No decorrer dos anos houve um aumento expressivo da população e na

produção, mas um tema que está sendo levado em conta para os produtores e

empreendedores, é a viabilidade de todos esses processos de produção.

Segundo Magalhães (1999) devem-se sempre analisar economicamente, os

efeitos de um planejamento, e para tal, dispõe-se de uma série de condições que

deverão ser satisfeitas:

a. a análise dos custos reverte-se de grande importância, porque esses

indicadores podem tornar um planejamento inviável quando passam a

representar dispêndios que ultrapassam as disponibilidades. Dessa forma

exeqüível, procurando a forma mais racional de utilizá-los;

b. as receitas deverão ser estimadas de forma criteriosa, porque se forem

superestimadas, poderão levar a resultados incompatíveis com aqueles

esperados;

c. deve-se sempre procurar a melhor relação custo/benefício (receita

total/custo de produção). Quanto maior for essa relação, maiores serão

os retornos das atividades componentes do plano. Esta relação é de

grande utilidade na avaliação e seleção de projetos e indica o retorno que

será obtido pelo emprego de cada unidade monetária em determinado

processo de produção;

d. devem ser feitas as previsões de recursos a serem gastos durante a

execução do planejamento e das fontes de financiamento e, até certos

limites, procurar as condições que promovam o autofinanciamento.

15

Segundo Hirschfeld (2000) a análise da viabilidade de um empreendimento

passa por vários aspectos como: objetivo e aspectos legais, aspectos jurídicos,

administrativos, mercadológicos, técnicos, econômicos e contábeis além dos

aspectos financeiros.

Sendo assim, o planejamento econômico surge como fator indispensável em

qualquer situação. Para existir a viabilidade é necessário que, nos instantes

verificados, os benefícios resultantes sejam superiores aos custos empregados.

(HIRSCHFELD, 2000).

Por isso os autores descrevem como sendo de fundamental importância o

estudo da viabilização econômica e financeira para o melhor aproveitamento de

todos os recursos financeiros a serem implantados em novos projetos ou de

melhoria dos mesmos.

Segundo Batalha (2001) a solução para os produtores, que possuem

irrigação, passa pela elaboração de estratégias de viabilização do agronegócio. É

imperativo que os produtores adotem o processo de aprendizagem de todo um

conjunto de atividades pouco usuais nos modos tradicionais de produção. Além da

utilização de tecnologia e novas formas de organização coletiva, e também é

imprescindível trabalhar com a gestão do empreendimento.

Justifica-se assim a realização da presente pesquisa, a qual tem como

objetivo principal avaliar economicamente a atividade, demonstrando dados que

depois de expostos, serão avaliados para detectar a sua viabilidade econômica.

16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ADMINISTRAÇÃO

O estudo da administração é um desdobramento da história das

transformações econômicas, sociais, políticas e necessidades que o homem tem em

sua natureza que precisam ser satisfeitas através de esforços organizados.

(KWASNICKA. 1989).

A industrialização é relativamente recente. Antes dela as organizações

humanas eram fundamentalmente a família, tribos, igrejas, exército e o estado.

Desde o principio o homem sentiu necessidade de organizar-se para as campanhas

militares, para os problemas familiares, para a administração governamental e para

a operação de sua religião, decorrendo daí as primeiras noções de organização.

Examinando-se a administração pré-industrial, dois temas aparecem

constantemente que são as noções relativamente limitada das funções

administrativas e a pouca consideração pela atividade comercial. (KWASNICKA.

1989).

Através da história antiga nota-se acontecimentos que permitiram a evolução

das antigas civilizações com base em princípios administrativos que são até hoje

utilizados por grandes teóricos da administração.

Os egípcios desenvolveram projetos arquitetônicos e de engenharia, como

as pirâmides, grandes canais para a irrigação e outras edificações de grande porte.

Alguns dos mais antigos documentos escritos no mundo foram encontrados

na civilização Suméria, de 5.000 anos atrás, e se constituem em provas das práticas

de controle administrativo. Os sacerdotes dos templos Sumérios, por meio do

imenso sistema tributário, coletavam e administravam grandes somas de bens e

valores, incluindo rebanhos, propriedades rurais e rendas. Esses sacerdotes eram

solicitados a prestar contas de sua gestão ao sacerdote, o que era uma prática de

fiscalização administrativa. (SILVA, 2004).

17

O código de hamurábi, governador da Babilônia no período de 2000 a 1700 a.C. constituiu um texto de leis que orientou o povo no principio de trabalho; instituiu o principio da paga mínima, contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam controlar as transações comerciais. (KWASNICKA, 1989 p.12).

Os hebreus registraram alguns princípios administrativos básicos na bíblia.

O Êxodo, empreendido por Moisés, foi uma tarefa gerencial, foi utilizada uma política

de descentralização de decisões em que se esboçavam os primeiros contornos dos

organogramas atuais. Roma desenvolveu um sistema semi-industrial de manufatura

para sua legião. A china foi uma nação de homens sábios e nos deu grandes lições

de administração. Uma das obras foi “A Arte da Guerra” de Sun Tzu, considerado o

mais antigo tratado militar do mundo. (KWASNICKA, 1989).

Por ser muito nova, a administração apropriou-se do conhecimento de varias outras ciências e absorveu a contribuição de inúmeros filósofos, matemáticos, físicos, economistas, políticos, empresários, engenheiros, empreendedores, historiadores, psicólogos, instituições e organizações diversas, tornando-se talvez uma das mais ecléticas ciências modernas. (BARROS NETO, 2001, p.12).

Para a formação da ciência da administração, várias foram às contribuições

mas as principais surgiram com o princípio de hierarquia e que a igreja católica

estruturou em cinco níveis: papa, cardeais, arcebispos, bispos e párocos que

perdura a quase 2000 anos. (KWASNICKA, 1989).

Através das descobertas com as navegações e das invenções, que deram o

inicio assim o que podemos chamar de primórdios da revolução industrial. Assim em

1494 Luca Pacioli, escreveu o primeiro sistema de partidas dobradas decorrente da

necessidade de os mercadores saberem suas posições de créditos e débitos,

fornecerem posição de caixa e inventário. (KWASNICKA, 1989).

Depois da primeira publicação sobre esta nova ciência surgiram vários

conceitos sobre administração. Administração é um conjunto de atividades dirigidas

à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou mais

objetivos ou metas organizacionais. (SILVA. 2004).

Dando mais um salto na história, passamos agora para a fase dos primeiros estudos formais; enquanto teoria de administração que se situa nos séculos XIX e XX, surgiu a chamada administração cientifica, com publicações dos princípios da administração cientifica, em 1911, por Frederick Winslow Taylor, chamado pai da administração cientifica.( KWASNICKA, 1989, p.16).

18

Conseguir fazer as coisas certas no momento certo, pelas pessoas certas é

o grande problema que a TGA (Teoria Geral da Administração) nos ajuda resolver.

Cabe a administração compreender a organização, interpretar seus objetivos e

concretizá-los através da ação das pessoas que compõem direta ou indiretamente

essa organização. Administrar é obter sucesso organizacional através do esforço

das pessoas. (BARROS NETO, 2001).

Administração significa, em primeiro lugar, ação. A administração é um

processo de tomar decisões e realizar ações que compreende quatro processos

principiais interligados: planejamento, organização, execução e controle.

(MAXIMIANO, 2000).

2.2 ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA

A administração começou a nascer com corpo independente de

conhecimentos na Europa do século XVIII, durante a revolução industrial. No livro “A

Riqueza das Nações”, de 1776, Adam Smith evidenciou as vantagens do princípio

da divisão do trabalho. Ele acentuou que operários especializados poderiam ser

mais eficientes, fabricando quantidade muito maior de alfinetes do que se cada um

tivesse que fabricar o alfinete completo. (MAXIMIANO, 2000).

Em termos de desenvolvimento das escolas ou teorias da administração, a escola clássica é a mais velha, tendo se iniciado com a teoria da administração cientifica, estabelecida por Frederick w. Taylor.(SILVA, 2004, p. 117).

A personalidade de Taylor, pode ser examinada em três aspectos:

• como experimentador e pesquisador;

• como autor e divulgador dos seus experimentos;

• como formador de uma equipe e linha de pensamento. (SILVA. 2004).

A pessoa que transformou o debate sobre a eficiência num conjunto de princípios e técnicas foi Frederick Winslow Taylor, líder de um grupo que promoveu o movimento da administração cientifica. Em

19

essência, os princípios e as técnicas criados por esse movimento procuravam aumentar a eficiência dos trabalhadores por meio da racionalização do trabalho. As contribuições que Taylor deixou contavam-se entre as mais importantes da historia das teorias e praticas da administração. (MAXIMIANO, 2000, p.56).

Em 1903 Taylor escreveu Administração de oficinas (shop management), em

1906 alem de publicar a arte de cortar metais, foi eleito presidente da associação

americana de engenheiros mecânicos, em 1911, já famoso, publicou princípios de

administração cientifica vindo a falecer quatro anos depois. (BARROS NETO. 2001)

Em seu primeiro trabalho na Administração de oficinas Taylor compreendia

quatro princípios:

a) O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter baixos

custos de produção;

b) Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de

pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas;

c) Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e

treinados, de maneira que as pessoas e as pessoas e as tarefas

fossem compatíveis.

Deveria haver uma atmosfera de intima e cordial cooperação entre a

administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente psicológico favorável à

aplicação desses princípios.(MAXIMIANO, 2000).

Essas idéias vieram a ser expostas com maior clareza e de forma mais simples no livro Princípios de administração cientifica, em 1911. Taylor também apresentou uma idéia extremamente importante: ele insistiu na distinção entre a filosofia (conjunto de princípios) e as técnicas (mecanismos) da administração cientifica. Os mecanismos, ou técnicas eram: Estudos de tempos e movimentos, Padronização de ferramentas e instrumentos, padronização de movimentos e sistemas de pagamento de acordo com o desempenho. (MAXIMIANO, 2000, p.56-57). .

Taylor entendia as técnicas da eficiência como formas de colocar em prática

os princípios da administração cientifica, a qual era para ele uma revolução mental,

uma maneira de encarar o trabalho e as responsabilidades em relação à empresa e

aos colegas. (MAXIMIANO, 2000).

Outra grande contribuição para a administração foi feita por Henry Ford,

fundador da Ford Motor Company e criador da linha de montagem móvel. Ford, com

20

a linha de montagem móvel estabeleceu o padrão de organização de processos

produtivos que se tornaria universal. (MAXIMIANO, 2000).

Com sua filosofia de produção em massa, preços baixos, altos salários e

organização eficiente do trabalho, destacando-se a rapidez de fabricação, Henry

Ford apresentou ao mundo o maior exemplo de administração eficiente individual

que a história conhece. (SILVA, 2004).

Ao lado de Taylor e Ford, Fayol é um dos contribuintes mais importantes do desenvolvimento do conhecimento administrativo moderno. Fayol chegou a diretor geral de uma empresa de mineração em 1888. A empresa estava a beira da falência, mas quando fayol se aposentou, em 1918, sua situação financeira era sólida. (MAXIMIANO, 2000, p.60).

Segundo Silva (2004) Henri fayol é considerado o pai da administração

moderna e das suas experiências como executivo chefe de uma empresa integrada

no processo de larga escala, fayol começou a desenvolver suas idéias sobre

administração.

Em 1900, num folheto apresentado no congresso internacional de mineração e metalúrgica, ele disse: “todos os empregados numa organização participam, num maior ou menor grau, da função administrativa...(e) têm oportunidade para exercitar suas faculdades administrativas e ser reconhecidos por isto. Aqueles que são particularmente talentosos podem subir dos degraus mais baixos aos mais altos, da hierarquia da organização. ( SILVA 2004, p. 144).

Henry Fayol segundo Silva (2004) estabeleceu que todas as atividades ou

operações de uma empresa poderiam ser divididas em seis grupos, conforme

descrito a seguir:

GRUPOS DE ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL

Atividades técnicas Relacionadas com a transformação e produção de bens (produtos e serviços)

Atividades comerciais

Relacionadas com as transações de compra, venda e permuta.

Atividades financeiras

Relacionadas com a captação e bom uso do capital

Atividades de segurança

Relacionadas com a preservação e proteção das pessoas e dos bens

Continua

21

Conclusão GRUPOS DE ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL

Atividades contábeis

Relacionadas com os controles e registros das despesas organizacionais (como inventários, balanços, custos e estatísticas)

Atividades administrativas

Relacionadas com a integração de todas as operações da organização ; as atividades administrativas coordenam e sincronizam as atividades anteriores, tendo portanto interferência / influencia sobre elas.

FONTE: SILVA, 2004. QUADRO 01 - ATIVIDADES ESTABELECIDAS POR HENRY FAYOL.

Esta seqüência de atividades que se relacionam entre si, traz funções de

todos os setores de uma empresa que necessitam de um entrosamento para a ótima

permanência no mercado, que é uma gradativa escada onde qualquer um dos

funcionários pode subir de cargo como descer.

O quarto integrante da escola clássica é Max Weber, um importante cientista social e jurista alemão, que se ocupou de inúmeros aspectos das sociedades humanas. Na década de 20, Weber publicou estudos sobre o que ele chamou o tipo ideal de burocracia. (MAXIMIANO, 2000, p. 62).

A administração burocrática propriamente dita constitui-se na determinação

clara de um tratado onde são definidos aspectos como:

OS ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA

Um conjunto de normas

Em que são especificados rigorosamente deveres, responsabilidades e autoridades daqueles que ocupam o cargo, ou seja, a cada cargo está associado um conjunto de deveres, responsabilidades e autoridades e quando um individuo ocupa aquele cargo ele assume esse conjunto de atributos.

O principio de hierarquia

Os cargos obedecem a uma hierarquia de importância e essa hierarquia é conhecida pelos elementos que os diferenciam. Esses elementos são o poder de mando e o valor da remuneração atribuído ao cargo.

Continua

22

Conclusão OS ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA

A competência profissional Associada à divisão clara de tarefas e, dessa forma, definida a competência de cada um, a preparação formal das pessoas para que desempenhe suas tarefas, segundo os padrões esperados. Com isso garante-se a forma, também definida de acesso a cargos superiores, baseado exclusivamente na capacidade.

O conhecimento técnico: Entende-se aqui por conhecimento técnico todas as regras que definem o sistema social em que o individuo está envolvido e que determinam o desempenho do cargo.

FONTE: KWASNICKA,, 1989. QUADRO 02 - ASPECTOS DA ADMINISTRAÇÃO BUROCRÁTICA.

Os aspectos citados acima formam como as normas onde todos se

enquadram para as seguintes leis estabelecidas: a hierarquia, onde existe a

obediência para com os superiores, o profissional baseia-se no comprimento das

tarefas seguindo um padrão; já o técnico é considerado como determinação para

todos os tipos de cargos como uma maneira de à exercer.

A burocracia é uma forma de organização das atividades humanas é muito

antiga, entretanto, a teoria desenvolvida com objetivos específicos só aconteceu a

partir de Max Weber. (SILVA, 2004).

2.3 ADMINISTRAÇÃO NEOCLÁSSICA

A teoria neoclássica nada mais é que uma redenção e atualização, agora

ampliada e mais abrangente, dos princípios e idéias que foram defendidas pelo

clássico décadas atrás. De fato, as abordagens surgidas após o Taylorismo e o

Fayolismo tiveram a característica comum de se não negar completamente os

pressupostos clássicos, pelo menos o intuito de descredenciá-los ou no mínimo pôr

em dúvida o que tinha sido dito até então. Relações humanas, só para ficar em um

exemplo, praticamente negam todos os princípios clássicos, adotando uma visão

completamente oposta aos teóricos anteriores. (BARROS NETO, 2001).

Os aspectos organizacionais mais importantes se concentram no homem e

seu grupo social, isto é, a preocupação passa dos aspectos técnicos e formais para

os aspectos psicológicos e sociológicos. O movimento das relações humanas foi um

esforço combinado dentre teóricos e práticos, para fazer os gerentes mais sensíveis

23

às necessidades dos empregados. Isto veio como um resultado de circunstâncias

especiais que ocorreram durante a primeira metade do século XX. (SILVA, 2004).

Elton Mayo é freqüentemente reconhecido como o “pai das relações humanas”. O seu famoso experimento na Western Eletric Company, em Hawthorne, marcou época na historia da administração, quando os empregados começavam a terem direitos. A transição aconteceria de qualquer maneira, porem as descobertas de Mayo convenientemente coincidiram com a mudança de atitude dos empregadores, o que torna difícil dizer quem contribui com o que. Trata-se, portanto, de um esforço conjunto. (KWASNICKA, 1989, p. 73).

Esse projeto começou com a aplicação de métodos da psicologia

experimental, introduzidos nos Estados Unidos por Hugo Munsterberg.

(MAXIMIANO, 2000).

Aumentava-se a intensidade da luz e a produção aumentava. Diminuía-se a luz e a produção aumentava também! Em seguida, os pesquisadores ofereceram benefícios: lanches e intervalos de descanso. A produção continuou aumentando. Finalmente, todos os benefícios foram retirados, a produção, em vez de cair, subiu para uma quantidade espantosa. Elton Mayo, Australiano radicado nos Estados Unidos, foi chamado para ajudar a explicar o que estava acontecendo. (MAXIMIANO, 2000, p. 66).

As experiências em Hawthorne permitiram à administração compreender

que o desenvolvimento da produção estava trazendo um grande desgaste no

sentimento natural de cooperação; e que a colaboração nas organizações não

poderia ser deixada ao acaso.(BARROS NETO, 2001).

Maximiano (2000) ressalta que as conclusões mais importantes de Mayo são

a qualidade do tratamento dispensando pela gerência aos trabalhadores e as

influências do bom tratamento, bom desempenho.

Ainda segundo Maximiano o sistema social formado pelos grupos determina

o resultado do individuo, que é mais leal ao grupo do que à administração. Se o

grupo resolver ser leal à administração, o resultado é positivo para a empresa. O

resultado é negativo para a empresa quando o grupo resolve atender a seus

próprios interesses.

Confirmou-se que o trabalho é uma atividade grupal e que o grupo é fator

decisivo para a produtividade, pois o trabalhador não reage como uma pessoa

isolada, mas como membro de um grupo. Logo, a organização precisa, para o seu

24

sucesso, de uma administração capaz de compreender e de se comunicar com

aqueles que realmente executam o trabalho, pois o ser humano é basicamente

motivado pela necessidade de pertencer ao grupo e ser reconhecido nele.(BARROS

NETO, 2001).

A escola comportamentalista estabelece criticas à teoria clássica e aos

princípios gerais por ela estabelecidos, pela sua rigidez e mecanicismo. O

comportamentalismo também critica a teoria da burocracia pelo seu “modelo de

máquina. (SILVA, 2004)”.

As conclusões de Mayo lançaram as bases de uma nova filosofia de

administração: a filosofia das relações humanas. Outros autores, alguns dos quais

vinham desenvolvendo trabalhos anteriores, produziram outras contribuições que se

juntaram para compor o moderno enfoque comportamental.(MAXIMIANO, 2000).

Para a administração é fundamental conhecer as necessidades humanas e

compreender o comportamento dos membros da organização a fim de utilizar a

motivação como importante instrumento para melhorar a gestão empresarial, a

eficiência organizacional e a qualidade de vida e trabalho de todos os membros da

organização.(BARROS NETO, 2001).

Maslow propôs que as necessidades básicas sejam estruturadas numa

hierarquia de predominância e probabilidade de surgimentos. Sua teoria baseada na

afirmação de que os indivíduos se comportam no sentido de suprir as suas

necessidades mais imediatas, que estão priorizadas na seguinte escala:

necessidades fisiológicas, necessidade de segurança, necessidades sociais,

necessidades de estima e de auto-realização.(SILVA, 2004).

É fácil perceber a lógica extremamente fria no raciocínio de Maslow: um

homem com fome (necessidade fisiológica) dificilmente vai preocupar-se, por

exemplo, com aceitação grupal (necessidade social). É necessário primeiro matar a

fome para passar a se preocupar a se preocupar com as necessidades mais altas,

ou seja, à medida que as necessidades mais “baixas” vão sendo satisfeitas, é que

vão surgindo as necessidades mais “altas”. É lógico que não se trata de uma

satisfação completa, mas de uma satisfação suficiente para deixar de preocupar –se

excessivamente com uma pessoa e permitir que ela se concentre em outro tipo de

necessidade.(BARROS NETO, 2001).

A teoria de Herzberg divide o conceito em motivação e satisfação, e

estabelece que a motivação origina de fatores do trabalho, tais como:

25

reconhecimento, responsabilidade, oportunidade de progresso, obtenção de

resultados e do próprio cargo. Esses fatores de satisfação são unipolares, ou seja,

tem pouco efeito na insatisfação do trabalho, quando qualquer deles não ocorre. Em

contrapartida, um estado de insatisfação pode ser gerado pela presença de fatores

de supervisão, relações interpessoais, salário, condições de trabalho. Segundo

Herzberg, a satisfação aumenta a motivação, porém a insatisfação não a

diminui.(KWASNICKA, 1989).

Segundo Barros Neto (2001) Chester Barnard, outro estudioso de

administração, também behaviorista, definiu que as organizações são sistemas

cooperativos onde há interação entre duas ou mais pessoas cooperando para atingir

um objetivo comum, desde que haja justificativa para esse esforço. Naturalmente

quando a organização é pequena, os objetivos pessoais confundem-se com os

organizacionais.

Chris Argyris, admitiu que é perfeitamente possível a integração de

interesses pessoais e organizacionais, o que permitiria às empresas atingir alta

produtividade. Desse modo a responsabilidade para criar e manter este clima de

cooperação e integração de esforços é da administração que deve e pode gerir a

organização de modo a contribuir enormemente com o desenvolvimento do potencial

individual e da própria organização.(BARROS NETO, 2001).

2.4 ADMINISTRAÇÃO MODERNA

A expressão teoria moderna da organização não implica que a teoria

neoclássica esteja ultrapassada. De fato, as duas coexistem, interagem e em alguns

pontos são indistintas. Entretanto, a teoria moderna é mais arrojada, menos

obstruída pela teoria clássica e menos comprometida com uma ainda não realizada

integração de seus componentes em um sistema unificado.

A teoria moderna quebrou a rigidez, amenizou os aspectos mecânicos da

estrutura clássica e está preocupada com a visão organizacional dos organismos

vivos, os quais estão constantemente em um processo de movimento, mudança e

adaptação.(KWASNICKA, 1989).

26

A solução de problemas atualmente exige um amplo enfoque para um

sistema, mais do que a obsessão de aprofundamento do problema particular em

questão. Isto significa olhar o problema sob uma perspectiva mais ampla, ou seja,

sob um ponto de vista de sistemas, um ponto de vista holístico. A visão do problema

como um todo é denominado visão de sistemas ou abordagem de sistemas. A falta

dessa maneira de analisar os problemas pode ser catastrófica.(SILVA, 2004).

A teoria geral dos sistemas, que explora “todos” e totalidades”, tem duas

idéias básicas. A realidade é feita de sistemas, que são feitos de elementos

interdependentes. A realidade não é feita de elementos isolados, sem qualquer

relação entre si; e para compreendê-la, é preciso analisar não apenas elementos

isolados, mas sua inter-relação, por meio de enfoque interdisciplinar. (MAXIMIANO,

2000).

A Cibernética passou a manifestar-se em todos os campos do conhecimento

humano como uma metodologia de transferência direta de conhecimentos de uma

disciplina para outra.(BARROS NETO, 2001).

A Cibernética é definida como a ciência da comunicação e do controle, voltada para os objetivos, e seu campo de estudo são os sistemas, pois é a comunicação que os integra e o controle que regula seu funcionamento. ( BARROS NETO, 2001, p. 77).

Todas as coisas podem ser vistas como sistemas. Um automóvel é um

sistema mecânico de centenas de peças; uma flor é um sistema botânico, bem como

um animal é um sistema zoológico; um ser humano é um sistema fisiológico e

psicológico, constituído de células, órgãos, atitudes, expectativas e muitos outros

elementos. Uma empresa de negócios é um sistema sócio-técnico porque combina

organização humana com a tecnologia das máquinas, materiais, processos e assim

por diante.(SILVA, 2004).

A visão de contingência procura entender as relações dentro e dentre os

subsistemas, bem como entre a organização e seu ambiente, procura definir

padrões de relações ou configurações de variáveis. Esta visão enfatiza a natureza

multivariada das organizações e tenta entender como as organizações operam sob

condições variáveis e em circunstâncias especificas.(SILVA, 2004).

Contigencial significa alguma coisa que pode ou não acontecer, algo incerto,

mas que deve ser considerado. Em administração essa palavra é muito cara, pois

27

lidando com competição acirrada, novas tecnologias surgindo a cada dia, mercados

instáveis, capitais extremamente voláteis, consumidores cada vez mais exigentes e

conscientes de seus direitos é praticamente impossível para o administrador agir

com certeza absoluta, saber exatamente que rumo tomar ou traçar planos inflexíveis.

(BARROS NETO, 2001).

Ainda ressalta o autor que o meio ambiente hoje é muito pouco estável,

contigencial mesmo. A todo o momento ocorrem situações que não foram ou não

podiam ser exatamente previstas e de qualquer jeito tem de ser enfrentadas. Por

isso, a abordagem contigencial é tão importante para a ciência administrativa.

O desenvolvimento do pensamento contigencial não é produto de um

indivíduo ou mesmo grupo de indivíduos, mas podemos perceber, ao longo do

desenvolvimento das várias abordagens teóricas da administração que havia

necessidade de certa adaptação a situações. A falta de clareza na percepção

dessas situações é o perigo de mudar o certo para o incerto. A partir dessa visão,

podemos estabelecer que a organização deve ser composta de fatores ou padrões

temporários em que seus membros procuram modificar-se e adaptar-se a novas

necessidades e problemas.(KWASNICKA, 1989).

Essa escola afirma que tudo é relativo, e que é o meio ambiente que vai

determinar as teorias e as técnicas a serem utilizadas pelo administrador, bem como

quais devem ser as melhores alternativas de ação administrativa a serem adotadas.

(BARROS NETO, 2001).

Cita Kwasnicka (1989), que em primeiro lugar, a palavra chave deverá ser

temporário. Organizações deverão ser adaptativas, sistemas temporários de

mudanças rápidas. Segundo, deverão ser organizadas em torno de problemas a

serem resolvidos. Terceiro, esses problemas serão resolvidos por grupos de

pessoas relativamente estranhas, que representem uma diversidade de habilidades

profissionais. Quarto, dada a necessidade de coordenação de vários projetos, há

que haver a ligação de grupos diferenciados. Quinto, os grupos serão conduzidos

em uma linha orgânica e não mecânica, serão emergentes e adaptativos aos

problemas, e liderança e influencia estarão com aqueles que demonstrarem

capacidade de solucionar problemas. As pessoas deverão ser diferenciadas de

acordo com suas habilidades e treinamento, e não de acordo com a hierarquia ou

papel desempenhado na organização.

28

Uma forma comum de estabelecimento de metas usada nas organizações é

a Administração por Objetivo – APO. Essa técnica consiste em estabelecer objetivos

de maneira participativa, na qual superior e subordinado acordam suas metas em

estreita consonância com os objetivos de cada departamento, de tal forma que todos

os objetivos na organização sejam consensuais e estejam interligados.(BARROS

NETO, 2001).

Este processo é uma tentativa de alinhar metas pessoais com a estratégia

do negócio, por meio do aumento da comunicação e percepções compartilhadas

entre a gerência e os subordinados, seja como indivíduos ou como um grupo, pela

conciliação do conflito quando este existir.(SILVA, 2004).

Segundo Barros Neto (2001) todo o planejamento (estratégico, tático e

operacional) é definido com base na mensuração e no controle, de modo a permitir o

permanente acompanhamento da evolução do cumprimento das metas vinculadas

aos objetivos estabelecidos. Os planos são, portanto, continuamente avaliados,

revisados e, se necessário, modificados para garantir o efeito acompanhamento do

desempenho organizacional como um todo.

Objetivos que definem a relação de longo prazo da organização com seus

clientes ou usuários são chamados missões ou negócios. As organizações também

têm objetivos de curto prazo, como produzir e vender certa quantidade de veículos

no mês que vem ou atender a certo número de pessoas no próximo

ano.(MAXIMIANO, 2000).

A Administração por objetivos pode ser definida como um estilo ou sistema de administração que relaciona as metas organizacionais com o desempenho e desenvolvimento individual, por meio do envolvimento de todos os níveis administrativos. (SILVA, 2004, p. 433).

A APO melhora o planejamento, moral e a motivação porque deixa claro os

objetivos e os padrões de controle. Por outro lado, é preciso cuidado para não

transformá-la em meio de coerção e intimidação dos funcionários, acabando por

degenerar em simples pressão pó aumento de lucros.(BARROS NETO, 2001).

Segundo Biagio (1996), nos anos 90 surgiu uma nova corrente de

pensamento, denominada Reengenharia, que prometia fazer verdadeiros milagres

dentro das empresas; destacando-se ganhos de até 80% em produtividade após a

implementação das mudanças no processo produtivo, porém depois de algum tempo

29

descobriu-se que a reengenharia não passava da velha e conhecida “Organização

Racional do Trabalho”, somente que desta vez ela estava sendo aplicada à

processos adaptados às novas exigências dos consumidores.

Quase que imediatamente, a nova tendência foi criticada pelos adeptos da

chamada re-administração, que condenavam os métodos utilizados pela

Reengenharia quanto à forma com que ela tratava os participantes da organização,

repetindo os mesmos conceitos desenvolvidos pela teoria das Relações.

Humanas.Se estabelecermos um quadro comparativo entre os princípios da

Reengenharia e da Readministração, teremos a seguinte situação:

PRINCÍPIOS COMPARATIVOS DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO

Critério Reengenharia Readministração

Objetivo Busca vantagem competitiva, satisfazendo os clientes.

Busca vantagem competitiva satisfazendo tanto os clientes como os membros da organização.

Responsabilidade Social

Ausente Preocupação com o impacto social e ético das ações realizadas.

Horizonte de Tempo Curto prazo. Longo prazo, combinando com as ações de curto e médio prazo.

Foco Técnico Social, técnico e ecológico.

Alcance Parcial, sistêmico. Sistêmico, holístico.

Abordagem gerencial Revolucionária, para melhoria drástica e isolada.

Evolucionária, admitindo revoluções dentro de uma visão maior e programada.

Estratégia Um questionamento dos processos com um enfoque de base zero

Soluções incrementais e definidas situacionalmente.

Recursos Humanos Objeto do processo Sujeito do processo

Motivação Precisa ser adaptada às novas propostas

Parte integral das novas propostas.

Estrutura Poucos níveis de autoridade Estruturas adaptadas com poucos níveis de autoridade.

Informação Elemento crítico e essencial Elemento de relevância crescente FONTE: CARAVANTES, (2006). QUADRO 03 - COMPARATIVO DE REENGENHARIA E READMINISTRAÇÃO.

A aplicação de qualquer uma das duas poderá trazer benefícios para a

empresa, porém optar entre as duas é a mesma questão de optar pela teoria das

Relações Humanas ou pela Administração Científica, e irá depender do tipo de

empresa, seu mercado, da cultura e dos valores de seus membros.

30

2.5 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Estratégia é a seleção dos meios, de qualquer natureza, empregados para

realizar objetivos. O conceito de estratégia nasceu da necessidade de realizar

objetivos em situação complexa, principalmente nas quais um concorrente procura

frustrar o objetivo de outro. A finalidade da estratégia, segundo Aristóteles, é a

vitória.

No campo da administração das organizações, a estratégia abrange os

objetivos da organização na relação com seu ambiente: a seleção dos produtos e

serviços e a seleção dos mercados e clientes com os quais a organização pretende

trabalhar.(MAXIMIANO, 2000).

O conceito de administração estratégica mudou muito e continuará a mudar.

Como resultado, tem-se uma perceptível falta de consenso sobre o que,

precisamente, o termo significa. Apesar do impasse, a administração estratégica é

adotada em diversas organizações, e muitas se beneficiam dela

significativamente.(CERTO, 2005).

Planejamento estratégico é o processo de elaborar uma estratégia (ou plano estratégico), com base na analise do ambiente e nos sistemas internos da organização. Administração estratégica é o processo que compreende planejamento, implementação e controle da execução da estratégia. (MAXIMIANO, 2000, p. 203).

As organizações são entidades sociais criadas para alcançar objetivos em

um ambiente mutável e dinâmico e, para isso elas precisam realocar, reajustar e

reconciliar continuamente seus recursos disponíveis com as oportunidades

percebidas no seu ambiente de operação a fim de aproveitar as brechas nos

mercados e neutralizar as ameaças de seus concorrentes. Para tanto, as

organizações procuram desenvolver seus negócios e operações de uma maneira

coerente e consistente por meio de estratégias que garantam seu plano sucesso

nessa empreitada. As constantes mudanças e transformações no ambiente de

operações produzem uma forte pressão no sentido de ações ágeis e de reações

rápidas para aproveitar prontamente as novas oportunidades que surgem e para

escapar das dificuldades, restrições e limitações impostas pelo ambiente. A

estratégia organizacional constitui o primeiro e principal passo para a organização

31

articular e alcançar esta capacidade de manobra em um cenário cada vez mais

complexo e dinâmico.(CHIAVENATO, 1999).

Segundo Certo (2005), define a administração estratégica como um

processo ou uma série de etapas:

ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

Analise do ambiente

é o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar as oportunidades e os riscos atuais e futuros.

Diretrizes organizacionais

é a razão pela qual ela existe. Os objetivos são as metas que a organização possui.

Formulação da estratégia

é definida como um curso de ação para garantir que a organização alcance seus objetivos.

Implementação da estratégia

essa etapa deve por em ação estratégica que emergiram de etapas anteriores dentro do processo de administração estratégica.

Controle estratégico

concentra-se no monitoramento e na avaliação do processo de administração estratégica para melhora-lo e assegurar-lhe um funcionamento adequado.

FONTE: CERTO (2005)

QUADRO 04 - ETAPAS DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA

2.6 ADMINISTRAÇÃO RURAL

Segundo Hoffmann (1981), administração rural é o estudo que considera a

organização e operação de uma empresa agrícola visando ao uso mais eficiente dos

recursos para obter resultados compensadores e contínuos.

Observa-se que a administração rural implica em duas funções distintas:

a) organização, que se refere especificamente á função de criar o

esquema geral ou plano de produção.

b) coordenação e supervisão de atividades operacionais, em oposição á

atividade organizacional, que se refere à administração propriamente

dita, é quando o administrador bota em prática tudo o que foi

planejado, seus ajustamentos necessários, a fim de tirar o maior

proveito no rendimento econômico relativo à empresa agrícola.

32

Segundo Magalhães (1999), os produtores rurais, responsáveis pelo

processo de tomada de decisões sobre o que, quanto e como produzir defronta

sempre com as incertezas inerentes aos fatores naturais aleatórios que se sujeita à

atividade agrícola e com aqueles que advêm do desconhecimento de

comportamento do mercado para seus produtos.

Além dessas barreiras, sua decisão encontra-se condicionada aos seus

objetivos pessoais, graus de tradicionalismo e aprendizado, às condições de infra-

estrutura da propriedade e, sobretudo, expectativas de lucro.

Diz ainda Hoffmann (1981), que a administração rural é uma divisão da

economia rural que visa contribuir para responder a questões como:

a. que combinação cultural deve ser adotada;

b. quais espécies de animais devem ser escolhidas;

c. quanto de recurso será necessário destinar para atingir maior

produção, por hectare ou por animal;

d. quais as melhores praticas a se empregar nas culturas e criações e

seu melhor fator produtivo;

e. que tamanho de propriedade será necessário para meu tipo de

exploração;

f. que programa de trabalho com as maquinas devemos tomar;

g. que estilo de construção será mais adequado a propriedade;

h. o tipo de manejo do solo para sua conservação;

i. como localizar no tempo nossa produção.

A administração rural segundo Magalhães (1999), comparada a outras

ciências nota-se nela a procura de resultados, tanto é que as ciências técnicas

encontram respostas as perguntas. A fitotecnia pode nos esclarecer sobre os

rendimentos físicos relativos a variedades, mas cabe a administração rural orientar a

seleção da cultura que mais contribuirá para aumentar os lucros, de determinada

fazenda.

Cita Gassen (1997), o gerenciamento de uma propriedade agrícola é

necessário a fim de que se tenha uma maior eficiência, uma alocação de recursos

(que são limitados) mais adequada a fim de se atingir um conjunto de objetivos

previamente determinados.

Ainda Gassen (1997), o gerenciamento de uma propriedade agrícola,

envolve conhecimentos técnicos, econômicos e sociais, tais como:

33

• tipos de solo, planta e animal;

• rendimentos das máquinas;

• disponibilidade de mão-de-obra;

• meio-ambiente.

O gerenciamento, num ambiente dinâmico, com mudanças físicas e

econômicas constantes, além de um alto grau de incerteza (por exemplo: chuvas,

seca, doenças e preços) pode ser compreendido como um conjunto de três

atividades principais: planejamento, implementação, controle.(MAGALHÃES,1999).

A necessidade de acompanhamento das atividades se faz não apenas

evidente, mas também necessária a fim de que se possam realizar os ajustes

necessários, fazendo com que um processo de revisão seja realizado

constantemente.(DURAN, 1998).

Diz Magalhães (1999), o produtor rural, para orientar com maior segurança

sua decisão, carece de informações tanto sobre a composição dos investimentos e

da produção quanto sobre os processos de produção possíveis de ser utilizados.

Essas informações devem ter o sentido mais amplo possível. Devem

contemplar tecnologias de produção disponíveis de serem produzidos e

investimentos necessários.

2.6.1 Administrador Rural

Nos tempos remotos as propriedades rurais eram familiares, orientadas para

satisfação das exigências de produção e consumo da própria família não sendo

necessário o lucro.

Segundo Magalhães (1999), no decorrer dos tempos, em razão da divisão

do trabalho e do desenvolvimento do comércio, deu-se a dissociação entre o

progresso produtivo e o de consumo, quando o agricultor deixou de se limitar a

produzir unicamente para o seu consumo e de sua família, mas especialmente para

venda no mercado consumidor. Surgindo então as características essenciais da

atividade agrícola, quais sejam:

a) obediência à natureza econômica = custos das várias operações a

serem realizadas;

b) obediência à técnica = quando se estudam as possibilidades de

cultivação de determinadas espécies ou animais.

34

Cita Gassen (1997), ainda que os agricultores de modo geral, podem ser

agrupados em viáveis (20%), em marginalizados (50%) e em transição (30%).Os

agricultores viáveis possuem infra-estrutura, escala de produção, adoção de

tecnologia e gerenciamento com renda que viabiliza a atividade economicamente.

Os agricultores em transição continuam as mesmas atividades desenvolvidas nas

ultimas décadas, percebem a redução de renda, não entenderam as mudanças que

ocorrem no agronegócio e demonstram não ter perspectiva de melhora.

Os marginalizados, podem ser classificados como favelados rurais e

constituem ameaça social no meio urbano. A baixa qualidade dos produtos, a

reduzida escala da atividade e a qualificação da mão-de-obra, colocam a maioria

dos pequenos produtores tradicionais à margem do desenvolvimento econômico e

social. (GASSEN, 1997).

Segundo Hoffmann (1981), os princípios econômicos que se aplicam à

industria e ao comércio, são também válidos, em geral, para a agricultura. E ressalta

que, esta tem certas características que devemos ter presentes ao estudar a

economia de um estabelecimento agrícola:

• a terra como fator de produção;

• o clima e as estações do ano;

• a produção associada: são os bens provenientes de um mesmo individuo

biológico, plantas animais. Não há produção de leite ou ovos sem a

simultânea produção de carne e esterco;

• a produção agrícola é obtida em um número grande de pequenas

unidades: isto representa dificuldades para aproveitar possíveis vantagens

da economia de escala, significa sérios problemas para que os

conhecimentos técnicos cheguem aos produtores, dificulta a

comercialização, etc;

• especial importância do sistema de posse da terra. A manutenção da

fertilidade da terra implica normalmente em sacrificar parte dos lucros

atuais em benefícios dos lucros futuros;

• oferta estacional para uma demanda permanente;

• produtos perecíveis;

• riscos: a agricultura esta exposta a grandes perdas imprevisíveis por

calamidades meteorológicas e biológicas.

35

Mas entre todos os métodos da administração da atividade rural deve-se

sempre ter a mesma conduta ou procedimentos que qualquer empresa para seu

sucesso.

Segundo Bedra (1992), a forma de administrar uma propriedade rural

consiste em varias maneiras de manejá-la: com planejamento da mesma e sem

planejamento.

MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL Planejamento Empírico Na cabeça do dono ou administrador,

tornando-o insubstituível na atividade. Na falta deste causa a desorganização dos negócios.

Planejamento com controle Escrito e com rotina de trabalho, de modo a permitir a substituição de seus elementos sem interrupção dos negócios, porque as normas escritas podem ser interpretadas e cumpridas por outra pessoa.

Organização como pessoa física Envolve os negócios financeiros de sua organização agrícola, das demais atividades e as obrigações familiares; em compensação é mais versátil e desburocratizada perante as instituições.

Organização como pessoa jurídica Adquire maior característica empresarial: a empresa passa a ser mais importante que seus proprietários.

FONTE: BEDRA (1992)

QUADRO 05 - MANEIRAS DE MANEJAR UMA EMPRESA RURAL

Segundo Duran (1998), para um planejamento adequado, deve-se ter uma

base de dados confiável com estimativas de preços dos produtos dos insumos, bem

como uma base de dados confiável contendo índices de produção esperados. Deve-

se ter um conhecimento adequado, também, a respeito do solo (tipo, declividade,

fertilidade, etc) e do clima (temperatura, precipitação pluvial, etc), além do

conhecimento das culturas adequadas á propriedade (em função do solo, em função

da região e conseqüente potencial de comercialização) Deve-se considerar, ainda a

disponibilidade de mão de obra regional (familiar, contratada, regular, sazonal, geral,

especializada, etc.) e os períodos de pico de demanda da mão de obra.

Citando Duran (1998), os períodos em que ocorrem os picos de mão de obra

são bastantes críticos e a consideração desse fator é um dos fatores mais

importantes, quando do estabelecimento de um plano de atividades para a

propriedade. A maquinaria a ser utilizada é um outro fator muito importante a ser

36

considerado no planejamento, devido ao alto custo envolvido. Os custos

operacionais (combustíveis, lubrificantes, manutenção, etc.) também afetam as

decisões a serem tomadas.

Ainda segundo Duran (1998), o capital envolvido é outro fator limitante e

determinante ao se determinar um plano de produção para a propriedade, face ás

instalações, reformas e melhorias necessárias, além das dificuldades de execução

de um plano devido ao fluxo de caixa. Finalmente fatores agronômicos e biológicos

devem ser considerados, tais como possíveis rotações de cultura (com as

conseqüentes pragas e doenças, além da queda de produção), fertilidade e manejo

do solo (construção de terraços, plantio em nível, etc.).

2.7 AGRONEGÓCIOS

O agronegócio tem se mostrado nos últimos anos como um setor

fundamental para as economias mundiais, mas principalmente para o Brasil onde o

percentual de participação das exportações esta entre as maiores comparadas com

os outros setores.

Nesse contexto econômico de transformações estruturais, no qual se aprofundam gradativamente as relações tecnologias, produtivas e financeiras, a agricultura deixou de ser um setor econômico distinto, passando rapidamente a se integrar à dinâmica da produção industrial, naquilo que ficou conhecido como agribusiness. (MONTOYA, 2002, p. 13).

A noção conceitual do termo agribusiness indica que ele se constitui pela

soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas; as

operações de produção nas unidades agrícolas e o armazenamento, processamento

e distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos com eles. Dessa forma, o

agribusiness engloba os fornecedores de bens e serviços à agricultura, os produtos

agrícolas, os processadores, transformadores e distribuidores envolvidos na geração

e no fluxo dos produtos agrícolas até o consumidor final. Participam também nesse

sistema os agentes que efetuam e coordenam o fluxo dos produtos, tais como o

37

governo, os mercados, as entidades comerciais, financeiras e de

serviços.(MONTOYA, 2002).

Cita Montoya (2002), o termo agribusiness, dependendo da conotação

econômica e do uso dado, tem recebido diversas traduções e/ou derivações, tais

como sistema agroindustrial, complexo agroindustrial, negócios agrícolas e

alimentares, complexo rural e agroindustrial, economia da alimentação, complexo

agrário, complexo agrícola, etc. No entanto, foi a partir dos anos de 1990 que, no

Brasil, se oficializou o termo agronegócio, como tradução de agribusiness.

2.7.1 Contexto Global

Ao longo das ultimas décadas, na economia mundial, os sistemas produtivos

agrícolas sofreram transformações importantes em virtude da era da mecanização

agrícola (1920 a 1950), que permitiu aos fazendeiros aumentarem à produtividade

do fator de produção trabalho; da era da agricultura química (1950 a 1980), que deu

o suporte tecnológico para a chamada revolução verde, através do desenvolvimento

e uso de defensivos e fertilizantes químicos, que aumentaram a produtividade do

fator de produção terra, e da era da biotecnologia e da tecnologia da informação (a

partir de 1980), cujos reflexos se fizeram presentes como o surgimento de grandes

conglomerados agroindustriais e uma forte expansão das industrias de manufaturas

destinadas á fabricação de máquinas agrícolas e insumos químicos.(MONTOYA,

2002).

O paradigma da economia dos países industrializados baseia-se no

emprego de pequena parcela da população economicamente ativa na agricultura; na

redução persistente do número de agricultores e, finalmente, na perda de

importância da agricultura para o produto interno bruto, em relação ao que ocorre

dentro da porteira da fazenda. Ha duas razões principais que explicam essas

transformações. A industrialização ampliou, substancialmente, as oportunidades de

emprego, permitindo às cidades abrigar a maior parte da população, enquanto a

tecnologia possibilitou à agricultura expandir sua produção além dos limites dos

sinais de demanda, a preços constantes. Esses dois movimentos nunca se

sincronizam no tempo, já que ora predominam os efeitos de um, ora de outro. No

38

longo prazo, foi mais profundo o efeito da tecnologia em eliminar postos de emprego

e agricultores. A desordenada migração rural-urbana agravou as crises de

desemprego das cidades, principalmente nas depressões.(GOMES, 1999).

2.7.2 Agronegócio Brasileiro

A atividade agrícola vem respondendo por uma quantia muito grande na

renda do país e é considerada a maior entre todas as demais receitas.

O agronegócio, nos últimos anos, vem sendo considerado como um conjunto de atividades fundamentais para o desenvolvimento econômico brasileiro. Isso porque os produtos do agronegócios brasileiro no mercado internacional vêm se inserindo de forma eficiente em conseqüência de ganhos de produtividade e econômica de escala seja em época inflacionarias com instabilidade econômica, que caracterizaram a década de 1980, seja em períodos com estabilidade econômica, característica da época de 1990.(MONTOYA, 2002, p. 7).

Segundo Rodrigues, o agronegócio gera 37% do total dos empregos no

Brasil e representam 40% das exportações, razão pela qual é um setor superavitário

da economia. Considerando uma das últimas grandes fronteiras agrícolas com

disponibilidade de solos livres para o cultivo na ordem de 40 milhões de hectares, o

Brasil tem no agronegócios o setor mais estratégico.(REIS et al, 2001).

Segundo Reis et al (2001) o EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária) realizou um importante seminário para debater o impacto da

tecnologia agropecuária na economia do Brasil. Segundo Roberto Rodrigues,

presidente da Aliança Cooperativa Internacional, as conclusões poderiam ser

resumidas em uma frase: ”o progresso do setor agropecuário por meio da aplicação

de novas técnicas e tecnologias determina aumentos importantes na renda dos

demais setores, aumento da qualidade de vida, resulta em aumento das

exportações, redução das importações, e trouxe, nos últimos 25 anos, uma redução

de 5,2% ao ano nos preços dos produtos agrícolas para os consumidores,

aumentando, desta forma, o poder de compra dos menores salários, pagos à maior

parcela da população brasileira”.

39

O Brasil tem pouco a reclamar do desempenho do setor agrícola em matéria

de produtividade dentro das circunstâncias existentes. A questão que se coloca aos

agentes econômicos é que os investimentos para gerar ganhos de produtividade têm

que gerar renda superior ao aumento respectivo nos custos. O preço de venda e a

liquidez são importantes para fechar positivamente a equação. A soja teve preço

remunerador e liquidez, nos últimos 30 anos, não obstante alguns tropeços, já o

milho, quase sempre foram o contrario. Assim, o produtor foi induzido a utilizar

tecnologia de ponta na soja e não no milho. Porém, é necessário examinar

cuidadosamente os custos e as projeções de preços.(SANTO, 2001).

Segundo Reis (2001) na metade da década de 70, a produtividade média de

soja, no Brasil, estava em torno de 1,2 a 1,5 ton./ha. No final da década de 90, este

patamar médio elevou-se para 2,5 ton./ha, sendo que um produtor com uso intensivo

de tecnologia pode chegar a 4 - 4,2 ton./ha. Somos, hoje, o segundo produtor

mundial de soja, com uma área plantada que atingiu 13 milhões de hectares no ano

2000. No Brasil os padrões de produtividade são comparáveis e até superiores aos

melhores do mundo, com um custo de produção competitivo. Isto é resultado de um

investimento em pesquisa não apenas para aumentar níveis de produtividade, mas

também para conferir resistência a doenças e pragas o que proporcionou menor uso

de insumos agrícolas. Também foi devido ao esforço na área de pesquisa que se

desenvolveram tecnologias que propiciaram a adaptação da soja ao clima tropical. A

cultura de soja é a matéria-prima essencial para movimentar industrias como farelo,

óleo, lecitina e outras, geradoras de divisas e de milhares de empregos diretos e

indiretos.

Atualmente o agronegócio tem sido a principal locomotiva da economia

brasileira, respondendo por um em cada três reais gerados no país, moderno,

eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é uma atividade prospera, segura e

rentável, como Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Instituto Agronômico de

Campinas (IAC), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),

Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI)

e outras, bem como uma substancial contribuição das empresas privadas. O

aumento da produtividade e a melhoria da qualidade dos cultivos, pelo

melhoramento das sementes, sem duvida, foram fatores determinantes para este

progresso.(REIS, 2001).

40

2.7.3 Agronegócio no Paraná

Destaca Costa (2005) as atividades agrárias são de extrema importância,

desde a segunda metade do século XX, o Paraná tomou a dianteira na produção de

café, posição esta tradicionalmente ocupada por São Paulo até o fim da primeira

metade do século. O milho é um dos principais produtos, estando o Paraná entre os

primeiros produtores no Brasil. Outros produtos são a soja, algodão, batata, trigo,

mandioca, feijão e arroz e as principais atividades econômicas são Industrial,

mineral, agricultura, pecuária, avicultura e pesca.

Ainda de acordo com Costa (2005), o estado do Paraná tem na atividade

agropecuária um dos pilares de sua economia, estando consolidada em

praticamente todo o seu território. A dinâmica de setores como a indústria e o

comércio são estimulados pela produção e pelo crescimento deste setor. A

expansão da agricultura e da pecuária paranaense ocorreu em nível superior ao da

média nacional, nos últimos anos, tendência que deve se confirmar para as próximas

safras, o que justifica o ambiente de otimismo entre os envolvidos no agronegócio

regional.

Em 2002, com safra recorde, a produção agrícola paranaense representou

25% da safra brasileira. O estado era o segundo maior produtor de soja, com 21%

de participação, liderava a produção de milho, com 30% do mercado brasileiro, e

também a de trigo, com 56%, perdendo apenas para Estado do Mato Grosso do Sul.

Na pecuária, o Paraná liderava a produção de frangos com 19% de participação;e

era o terceiro na criação de suínos, com 21% de mercado; e o terceiro em leite, com

11% da oferta brasileira. (COSTA, 2006).

Em 2007 o Paraná continuou com muitos dos números levantados em 2002.

O Paraná é o maior produtor de milho do Brasil (responde por 27% da produção

nacional), de trigo (51%), feijão (23%), casulo de seda (90%), e de frango (22%). O

Estado também ocupa o segundo lugar na produção de soja (18%) e de orgânicos

(25%). No ranking nacional, é o terceiro na produção de mandioca (15%), suínos

(13%) e leite (11%). (AEN, 2007).

De acordo com o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

(2007) a safra nacional de grãos deve chegar a 121,97 milhões de toneladas, e

41

confirma o Paraná como o maior produtor de grãos do país, com uma produção de

24,9 milhões de toneladas. O Paraná deve responder por 20,2% da produção

nacional, de acordo com o Instituto, que se baseou na pesquisa do Departamento de

Economia Rural (Deral) do Estado. Segundo o Levantamento Sistemático da

Produção Agrícola (LSPA) de março, a estimativa é inferior às previsões feitas em

janeiro e fevereiro, mas mantém a expectativa de uma safra nacional melhor do que

a anterior, de 112,454 milhões de toneladas.

A estimativa inicial do Deral apontava uma colheita paranaense de 29,3

milhões de toneladas de grãos, e as perdas financeiras devem chegar a R$ 1,57

bilhão. Mas técnicos lembram que mesmo com a redução de 4,4 milhões de

toneladas, o Estado continua sendo o maior produtor brasileiro. O levantamento,

com dados pesquisados até o dia 20 de março, foi realizado por técnicos da

Secretaria da Agricultura.(AEN. 2007).

Além dos grãos, o estado do Paraná destaca-se na produção de álcool e

açúcar, como o segundo maior produtor, atrás de São Paulo; e o maior produtor de

farinha de mandioca e de fécula de mandioca, segundo dados do Ministério da

Agricultura. Em relação às vendas ao mercado externo, o Paraná é o terceiro maior

exportador de produtos do agronegócio. Em 2003, as exportações totais do Paraná

atingiram US$ 7,2 bilhões e o agronegócio respondeu por 70% deste montante, ou

US$ 5 bilhões, elevando o Estado à categoria de um dos mais desenvolvidos do

país.(COSTA, 2006).

2.7.4 Agronegócio no Oeste Paranaense

De acordo com IBGE (2002) a Região Oeste do Paraná possui uma área

total de 22.840 km2 , equivalente a 11,74% da área total do Estado que é de

199.281,70 km2 , e uma população de 1.164.272 habitantes, posicionando-se entre

as maiores densidades demográficas do Paraná, com 47,22 habitantes por km2

Conforme dados da AMOP (2007) o grau de urbanização da Região é de

77,02% e está em crescimento nas últimas décadas, especialmente em Foz do

Iguaçu e Cascavel, crescendo em médias superiores às demais regiões. Por outro

lado, aproximadamente 20% de seus municípios perdem população, em especial

nas áreas rurais.

42

As principais potencialidades da região oeste na dimensão econômica são

como, extrema fertilidade do solo, importância da receita fiscal derivada do

recebimento dos royalties, direcionado aos municípios lindeiros ao lago de Itaipu,

grande potencial turístico, posição geográfica privilegiada ao Mercosul,

disponibilidade de mão-de-obra qualificada e cooperativismo atuante. Na dimensão

ambiental também leva grandes vantagens como a disponibilidade de recursos

hídricos, existência de áreas de preservação de fauna e da flora, conscientização

quanto a queimadas, e baixo índice de poluição urbana com cidades arborizadas.

Na dimensão infra-estrutura, tem-se a existência de boa malha viária, disponibilidade

de energia elétrica, cidades próximas facilitando as informações e recursos,

disponibilidade de serviços de transportes no estado, nacional e internacional, e a

existência da ferroeste e também um aeroporto internacional.(PEREIRA, 2001).

Uma forte característica é a produção de grãos, o estado possui no total do

Estado a maior participação no valor da produção agrícola e também da pecuária. O

cultivo mecanizado tem grande qualidade, sendo que 82% de suas principais

culturas estão em commodities. São importantes também: moderna cotonicultura,

mandioca em processo de agroindustrialização e café, especialmente com cultivo

adensado. A região especializa-se na produção de aves e suínos, como também na

produção de leite com alto nível tecnológico e forte integração agroindustrial em

regime cooperativo. Industrialmente, apresenta elevado grau de concentração de

atividades na agroindústria, com foco na produção de alimentos (17,06%),

posicionando-se no terceiro lugar do Estado.(AMOP, 2007).

A participação da produção do oeste paranaense representa perante o

estado do Paraná as seguintes percentuais: soja participação é de 29,4%, milho

19,9%, trigo 30,7 %, feijão 4,6%, mandioca 31,4%, fumo 6,5%, aves 38,4%, suínos

26,7 e bovinos 9,2%. (PEREIRA, 2001).

2.8 CONTABILIDADE

Na Contabilidade cabe ao contador registrar os fatos ocorridos, controlar as

operações e os custos e solucionar problemas típicos ou específicos da empresa.

A tarefa dos registros dos fatos está ligada á contabilidade geral ou

financeira. O controle das operações e dos custos e a solução de problemas

43

específicos estão ligados à contabilidade gerencial, que é um ponto de apoio

fundamental para o administrador da empresa.

Cita Marion (2004), que a contabilidade é o estudo e o controle do

patrimônio das organizações. Registra todos os fatos relacionados com a formação,

com a movimentação e com as variações do patrimônio, fornecendo informações

para os administradores, proprietários e terceiros sobre como a organização está

desenvolvendo as suas atividades econômicas para alcanças os seus fins.

Através destas informações levantadas pelo setor contábil o administrador

tem em suas mão a base para a tomada de decisões que permitem alcançar ou não

os objetivos de qualquer empresa.

A contabilidade é muito antiga, pois há muitos anos atrás utilizavam para

saber quais eram as ovelhas de seus rebanhos, quantos tinham morrido,

desaparecido e assim saber o que fazer para que não ocorra novamente e até

descobrir quem possa telas eventualmente as roubado, ocasionando assim uma

tomada de decisões.(MARION, 2004).

O consumo de bens e a utilização de serviços são necessidades inerentes à

própria condição humana, o que remonta aos primórdios da civilização. No inicio,

com ferramentas muito rudimentares, o homem só utilizava os bens naturais no

mesmo estado em que eram encontrados na natureza ou com pequeno

beneficiamento executado pelo próprio consumidor ou por membros de sua

família.(DUTRA, 2003).

2.8.1 Contabilidade de Custos

A contabilidade de custos, por fazer parte da contabilidade gerencial, não

está presa aos requisitos legais ou fiscais, nem a convenções

padronizadas.(CREPALDI, 1999).

Contabilidade de custos é uma técnica utilizada para identificar, mensurar e

informar os custos dos produtos e/ou serviços.

Contabilidade de custos surgiu da contabilidade geral, justamente pela

necessidade de se ter um controle maior sobre os valores a serem atribuídos aos

estoques de produtos na industria e, também, pela necessidade de tomar decisões

quanto ao que, como e quando produzir.(CREPALDI, 1999).

44

Segundo Crepaldi (1999) a contabilidade de custos dispõe de técnicas que

são aplicadas não somente às empresas industrias, mas também a outras

atividades, inclusive empresas públicas e entidades sem fins lucrativos, não estando

restrita ás formalidades legais da contabilidade geral.

Ainda Crepaldi (1999) a contabilidade de custos auxilia na determinação dos

custos dos fatores, dos custos dos fatores de produção, dos custos de determinado

setor da empresa; no controle e observação dos desperdícios, horas ociosas de

trabalho, equipamentos mal utilizados; na qualidade exata de matéria-prima

utilizada, entre outros.

A contabilidade de custos desenvolveu-se com a revolução industrial, e teve

que se adaptar à nova realidade econômica, com o surgimento das maquinas e a

conseqüente produção em grande escala. Até então, as empresas apenas

compravam e revendiam mercadorias, ou seja, dedicavam-se apenas ao comercio.

Para apurar o resultado de suas operações com mercadorias, bastava calcular o

custo das mercadorias vendidas – CMV -, que é apurado por meio da formula:

CMV = ETOQUE INICIAL + COMPRAS LIQUIDAS – ESTOQUE FINAL.

(CREPALDI, 1999).

Segundo Dutra (2003) o custo está inserido na vida de todo indivíduo desde

seu nascimento, ou mesmo desde sua vida intra-uterina, até sua morte, uma vez que

todos os bens necessários a seu consumo ou a sua utilização têm um custo. E é

classificado como:

45

CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO

Preço é o valor estabelecido e aceito pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um bem.

Receita de um bem é seu preço de venda multiplicado pela quantidade vendida.

Gasto é o valor pago ou assumido para obter a propriedade de um bem.

Desembolso é o pagamento de parte ou do total adquirido.

Custo é a parcela do gasto que é aplicada na produção ou em qualquer outra de custo, gasto esse desembolsando ou não.

Despesa é a parcela do gasto que ocorre desligada das atividades de elaboração dos bens e serviços.

Perda é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem intenção de obtenção de receita.

Doação é um gasto voluntário efetuado sem intenção de obtenção de receita e sem qualquer ligação com as atividades para as quais a empresa foi criada.

FONTE: DUTRA, 2003)

QUADRO 06 – CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO.

2.8.2 Contabilidade Rural

Existem outros vários itens que compõem a contabilidade de custos voltados

a agricultura, segundo Marion (1996) depreciação, normalmente, é aplicada a cultura

permanente, às florestas ou árvores e a todos os vegetais de menor porte, dos quais

são extraídos apenas os frutos, sendo ainda empreendimento da própria empresa.

Por outro lado, fala-se em exaustão quando a própria árvore é cortada ou

extraída do solo, sendo também o empreendimento de propriedade da empresa. É o

caso de reflorestamento, cana-de-açúcar, pastagem.(MARION, 1996).

Cita Marion (1996) o termo amortização é destinado aos casos de aquisição

de direitos sobre empreendimentos de propriedades de terceiros. Neste caso é o

contrato que determina o tempo de exploração da cultura e a amortização será em

função deste prazo.

46

No caso da propriedade rural, a contabilidade varia de acordo com o tipo de

cultura a ser implantada. Dependendo desta é feito os levantamentos de custos,

depreciação para se atingir a demonstração do resultado do exercício.

Ainda Marion (1996) culturas temporárias são aquelas que oferecem apenas

uma colheita e, normalmente, o período de vida é curto. Exemplos: soja, milho,

arroz, feijão e outros mais.

Neste tipo de cultura, os custos são acumulados no ativo circulante numa

subconta, dentro do grupo de “estoques”. Terminada a colheita, o saldo desta conta

comporá o valor da conta de “estoques – produtos agrícola”, separado por produto,

também no ativo circulante.

Todos os custos posteriores à colheita, tais como beneficiamento,

acondicionamento, silagem, congelamento, serão acrescidos a esta conta –

“produtos agrícolas”, transferindo seu valor para a conta “custo do produto vendido”.

O custo de armazenamento, normalmente, é tratado como despesa de

vendas dentro das despesas operacionais, quando o produto é armazenado já

pronto para venda.

Diz Marion (1996) culturas permanentes caracterizam-se por oferecer mais

de uma colheita ou produção e durar mais de um ano. Exemplos: cana-de-açúcar,

citricultura, cafeicultura e frutas arbóreas (maçã, pêra, uva).

Nestas culturas, os custos são acumulados no imobilizado numa conta

provisória de “culturas permanente em formação” sujeita à atualização através de

correção monetária.

Quando a cultura se encontra pronta para a primeira produção segundo

Marion (1996), o valor acumulado da conta, “cultura permanente em formação”, é

transferido para a conta “cultura permanente formada”. Na fase produtiva, os custos

são tratados como estoques em formação, acumulados por produtos no ativo

circulante, numa conta denominada “colheita em andamento”. Nesta conta, serão

acumulados todos os custos da realização da colheita, tais como mão-de-obra

utilizada em todos os processos (poda, capina, aplicação de herbicidas, desbrota,

raleamento), produtos químicos, custos com irrigação, seguro agrícola, custo de

combate á formigas e a própria depreciação da cultura permanente formada.

Afirma Marion (1996) se os custos aumentarem a vida útil da cultura

permanente ou melhorarem a produtividade, tais valores deverão ser imobilizados

para não sobrecarregarem a safra do ano.

47

Efetuadas a venda, baixa-se à conta de “produtos agrícolas”, transferindo

seu valor para a conta “custo do produto vendido”.(MARION, 1996).

2.9 VIABILIDADE ECONOMICA

Os estudos de viabilidade econômica e financeira têm como principal

objetivo à redução do risco associado à incerteza sobre o retorno dos investimentos

a efetuar. A realização deste tipo de estudo é particularmente necessária sempre

que os montantes envolvidos ou o grau de importância para o futuro da empresa é

elevado. Além de constituírem uma importante ferramenta de avaliação dos

investimentos.(NUNES, 2006).

A viabilidade esta relacionada com a decisão de investimento, segundo

Braga (1995), as decisões acertadas podem assegurar uma confortável posição no

mercado durante muitos anos. Entretanto, se algo sair errado, o volume de recursos

envolvidos poderá comprometer irremediavelmente a liquidez e a rentabilidade. A

importância dessas decisões requer processo especifico para determinar onde,

quando e quanto investir. Esse processo está compreendido no orçamento de

capital, cujo escopo é a seleção de um conjunto de investimentos que seja mais

vantajoso em termos de retorno e risco.

Cita Santos (2001) que as analises de investimentos mais utilizadas são as

de projetos de investimentos, que é uma aplicação de capital com o objetivo de

obtenção de um beneficio econômico compensador na forma de lucro ou redução de

custos. Fluxo de caixa são dados que seqüencialmente dispostos em períodos de

tempo, começando no momento zero, onde é registrado o investimento inicial. A vida

útil de alguns ativos são denominados ativos os bens usados na operação de uma

empresa, como terrenos, imóveis, maquinas, equipamentos, marcas, para um ativo

não sujeito á manutenção, a vida útil é a sua própria duração. Valor residual de um

ativo, que é o valor estimado de venda do ativo no final de sua vida útil. E por ultimo

o período de analise, que serve para cálculos da rentabilidade de um projeto de

investimento em um período estabelecido. O período não significa a duração do

negócio, que tem tempo indeterminado.

Segundo Basso (2006), a organizações em todo o mundo fazem estudos de

viabilidade de seus projetos, quer seja de ampliação da operação, aquisição de

concorrente, entrada em novos negócios, troca da frota de veículos, investimentos

48

imobiliários, enfim, são investimentos que exigem desembolsos financeiros e

precisam ser rentabilizados. Este conteúdo tem por objetivo levar ao conhecimento

dos participantes as principais técnicas de análise de projetos de investimentos,

visando à tomada da decisão mais adequada para a empresa. Nem sempre as

propostas de investimentos que surgem agregam valor para a companhia. É tarefa

do administrador financeiro ou gestor de projetos realizar as análises, para garantir

que somente propostas com valor presente líquido positivo e taxa de retorno acima

da expectativa dos acionistas sejam aprovadas, ou ainda, decidir qual proposta deve

ser implementada, em função do custo de capital da empresa.

O método utilizado para verificar a viabilidade econômica é principalmente o

do valor presente liquido (VPL). O VPL de um projeto de investimento pode ser

definido como a soma algébrica dos valores descontados do fluxo de caixa a ele

associado. Conceitualmente, a viabilidade econômica de um projeto analisado por

este método é indicada pela diferença positiva entre receita e custos, atualizados a

determinada taxa de juros. (OLIVEIRA, 1998).

2.10 SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO

A história da irrigação tem muito a haver com a historia da civilização. Pode-

se dizer que ela começou com o antigo Egito, há 5.000 anos atrás. Rodeado por

desertos, o Egito reserva apenas uma estreita faixa de terra para o homem viver. O

Saara está em toda parte, com suas dunas, suas tempestades de areia, seus solos

calcinados, que tornam impossível a existência de qualquer vegetal. No meio do

deserto, porém, corre o rio Nilo. Graças as suas águas, ali floresceu uma das mais

imponentes civilizações de que se tem notícia. (BRASIL, 1987)

Todos os anos, as águas do Nilo, engrossadas pelas chuvas que caem em

setembro e outubro nas cabeceiras, cobrem as margens e se espalham pelo Egito.

Quando baixam, deixam uma camada de húmus fertilíssimo, onde os camponeses

plantam trigo e pastoreiam seus animais. Havia, entretanto, um grave inconveniente:

se a cheia era muito alta, causava devastação; se for fraca, restava menos terra fértil

para semear – e os alimentos escasseavam, tornava-se vital controlar essas cheias.

Sob o comando do faraó Ramsés III, os egípcios ergueram diques que imprensaram

49

o rio em um vale estreito, elevando suas águas e represando-as em grandes

reservatórios, de onde desciam aos campos, através de canais e comportas, na

quantidade desejada. O homem começava a dominar a ciência da irrigação – e se

dava conta da sua importância para o progresso.(BRASIL, 1987).

Após tantos anos torna-se imprescindível a evolução dos sistemas de

irrigação, devida a tecnologia desenvolvida, os diversos estudos e as descobertas

cientificas.

Para Hernandez (2006) irrigação é uma técnica utilizada na agricultura que

tem por objetivo o fornecimento controlado de água para as plantas em quantidade

suficiente e no momento certo, assegurando a produtividade e a sobrevivência da

plantação. Complementa a precipitação natural, e em certos casos, enriquece o solo

com a deposição de elementos fertilizantes.

Ainda Hernandez (2006) o método de irrigação é a forma pela qual a água

pode ser aplicada às culturas. Os principais métodos são por escorrimento, a partir

de canais onde a água desliza, sendo o seu excesso recolhido por uma vala

coletora. Por submersão, em terrenos planos. Por infiltração, a partir de sulcos

abertos entre as fileiras de plantas, e por aspersão, método semelhança da chuva,

pois a água é lançada ao alto para ai cair sobre as plantas. Cada método tem um ou

mais sistemas associados.

A escolha do método mais adequado depende de diversos fatores como a

declividade do terreno, tipo de solo conforme infiltração, da cultura e do clima como

a freqüência e quantidade de precipitações, temperatura e efeito do vento. Além

disso, a vazão e o volume total de água disponível durante o ciclo da cultura devem

ser analisados.

A eficiência de um sistema de irrigação refere-se ao porcentual da água de

fato absorvida pela planta.

2.10.1 Tipos de Irrigação

Existem vários tipos de irrigação para poder dar sustentação a todas as

plantas e tamanhos de áreas entre as varias estão os principais sistemas de

irrigação utilizados no momento:

50

Gotejamento Este sistema é formado por tubos que levam a água para irrigar as raízes das plantas com pouco volume de água, mas periodicamente. Seu aproveitamento é de 90%, da água aplicada. È utilizada na produção de hortaliças, flores, frutas e outras culturas perenes.E é de um alto custo de implementação. (HERNANDEZ, 2006).Gotejamento e microaspersão são dois tipos de irrigação que chamamos localizada, justamente por ser feita ao pé da planta, na região de suas raízes. (BRASIL, 1987).

Aspersão convencional Neste sistema a água é lançada para o alto que cai sobre as plantas e o solo, requer muita mão-de-obra, pois necessita de muita mudança nas ramificações dos canos que ficam deitados no solo. Apos terem molhado o suficiente faz-se a mudança. Algumas propriedades possuem tubulações subterrâneas diminuindo assim o serviço de mudança das ramificações. É utilizado nas pastagens e plantações de áreas pequenas como nas hortaliças.(HERNANDEZ, 2006). Um dos métodos mais usados na atualidade – a aspersão – destaca-se entre os demais pela possibilidade do seu emprego as diversas culturas, em diferentes tipos de solo e topografia. Neste sistema, a água passa por dispositivos mecânicos chamados aspersores, que borrifam as plantas sob a forma de chuva artificial.(BRASIL, 1987).

Canhão hidráulico É utilizado um aspersor grande ou canhão, sua utilização é prejudicada na aplicação em áreas de muito vento. Este sistema também conhecido como autopropelido ou carretel, que funciona automaticamente para o recolhimento do canhão que faz um trajeto definido. É utilizado nas plantações de cana-de-açúcar para irrigação e na distribuição da vinhaça.(HERNANDEZ, 2006). São maquinas que irrigam faixas de terra longas e estreitas, utilizando somente um aspersor, que se movimenta automaticamente ao longo do campo, ligado ao sistema de distribuição de água.(BRASIL, 1987).

Sulco A distribuição da água se dá por gravidade através da superfície do solo. Tem menor custo fixo e operacional, e consome menos energia que os métodos por aspersão. É o método ideal para cultivos em fileiras. Deve ser feito em áreas planas. Exige elevado investimento em mão-de-obra. Possui baixa eficiência, em torno de 30 a 40% no máximo.(HERNANDEZ, 2006). Para Brasil (1987) irrigação por sulcos consistem na distribuição da água através de pequenos canais ou sulcos paralelos as fileiras das plantas. A água infiltra-se no fundo e nas laterais do sulco, proporcionando a umidade necessária ao crescimento do vegetal.

Hidroponia As plantas são irrigadas e também alimentadas através de uma lâmina d'água, impulsionado por uma bomba d'água ligada a um sistema de tubos ou caneletas devidamente dimensionadas e programadas por um temporizador, fazendo com que as plantas não necessitem de terra para sua sobrevivência. A hidroponia não é um sistema de irrigação, mas sim uma técnica de cultivo. Por exemplo, pode-se cultivar em hidroponia utilizando um sistema de irrigação por micro-aspersão ou por gota a gota.(HERNANDEZ, 2006). Segundo Barcelos (2006) os sistemas hidropônicos podem ser classificados quanto à movimentação da solução nutritiva nas raízes das plantas. As plantas ficam flutuando numa espécie de piscina com solução nutritiva. Em geral, são apoiadas em placas de isopor com furinhos. Exige muita água e um excelente sistema de aeração. São próprios para regiões de clima de calor intenso e é difícil e caro fazer a troca total da solução. FONTE: BRASIL (1987), .HERNANDEZ (2006) e BARCELOS (2006)

QUADRO 07 - TIPOS DE IRRIGAÇÃO

51

2.10.2 Irrigação Sistema Pivô Central

Segundo Brasil (1987) o sistema pivô central consiste em uma linha de

aspersores montada sobre armações metálicas com rodas (torres), tendo uma

extremidade (entrada de vazão) fixada em uma estrutura (pivô) e a outra se

movendo continuamente em torno do pivô durante a aplicação de água.

Um conjunto de pivô central é constituído das seguintes partes: pivô (corpo

principal), linha de distribuição (tubulação, aspersores e torres), adutora de conexão

e conjunto motobomba.

A tubulação de distribuição ou tubulação aérea, com diâmetro de 168mm

(aço zincado), onde são conectados os aspersores, é suspenso por torres equipadas

com pneus tipo trator, suportado por treliças ou cabos de aço. Mantêm-se a uma

altura prefixada do solo, conservando um vão livre de 2,70 metros para as culturas

normais, ou 3,70 metros para as culturas de porte mais elevado como cana-de-

açúcar. .(BRASIL, 1987).

As torres distanciadas umas das outras de 24,4 a 76,2 metros, ao longo da

linha lateral, porem variar de 61 a 792 metros de comprimento.

Cada torre é dotada de um sistema propulsor constituído de um motor

redutor de ½, ¾ ou 1 HP,que transmitirá o movimento, mediante eixo carda, aos

redutores de rosca-sem-fim extra-reforçados das rodas.

A velocidade de rotação de cada torre e do avanço da linha de distribuição é

determinada pela velocidade da ultima torre externa, que é regulada na caixa central

de controles. (BRASIL, 1987).

Segundo Andrade (2006) o pivô central consiste de uma única lateral, que

gira em torno do centro de um círculo (pivô). Segmentos da linha lateral metálica são

suportados por torres em formato de "A" e conectados entre si por juntas flexíveis.

Um pequeno motor elétrico, colocado em cada torre, permite o acionamento

independente destas. O suprimento de água é feito através do ponto pivô,

requerendo que a água seja conduzida até o centro por adutora enterrada, ou que a

fonte de água esteja no centro da área. Pivôs podem ser empregados para irrigar

áreas de até 117 ha. O ideal, todavia, é que a área não ultrapasse 50 a 70 ha,

embora o custo por unidade de área tende a reduzir à medida que aumenta a área.

Quanto a limitações de topografia, alguns autores afirmam que, para vãos entre

52

torres de até 30 metros, declividades de até 30% na direção radial podem ser

suportadas, enquanto outros autores indicam que essa declividade máxima só pode

ser tolerada na direção tangencial (ao longo dos círculos).

Ainda Andrade (2006) pivôs centrais com laterais muito longas, quando não

corretamente dimensionados em função da taxa de infiltração da água no solo,

podem apresentar sérios problemas de erosão no final da lateral, devido à alta taxa

de aplicação de água necessária nessa área. Podem também apresentar problemas

de "selamento" (impermeabilização) da superfície, em função da textura do solo. São

sistemas que permitem alto grau de automação.

A velocidade e o perfeito alinhamento das demais torres são comandados

pelas caixas de controle individual existentes em cada torre – cada uma com seu

dispositivo de alinhamento. Portanto, o movimento da ultima torre propaga uma

reação de avanço em cadeia, a começar da segunda torre e a partir do anel externo

do pivô, progredindo para o centro. Se o sistema de alinhamento falhar e alguma

unidade desalinhar excessivamente, um dispositivo de segurança será acionado e o

sistema parará automaticamente. (BRASIL,1987).

Segundo Brasil (1987) apropulsão do pivô central é, em geral, acionada por

energia elétrica, operando a uma tensão especial de 480V ou 440V, trifásico, 60Hz,

o que torna necessária a aquisição de um transformador.

A adutora de conexão entre a tomada de água e a unidade do pivô é

composta de uma motobomba com seus acessórios e uma tubulação de adução

com diâmetro dimensionado de acordo com a vazão, comprimento da linha, perda

de carga por atrito e pressão de serviço. Esta tubulação pode ser feita de vários

materiais, como aço zincado, fibrocimento e ferro fundido, entre outros.

No sistema de pivô central, a taxa de aplicação da água é baixa perto do

centro, elevando-se progressivamente em direção à extremidade externa.

Ainda Brasil (1987) as taxas de aplicação variam ao longo da linha de

distribuição porque a velocidade no extremo do circulo é maior do que na área

próxima ao pivô. Isto faz com que o intervalo de tempo em que a água é aplicada

por unidade da linha diminua do pivô para o anel externo. Este problema é corrigido

pela escolha correta dos aspersores, de seus espaçamentos e da pressão de

serviço.

53

O PIVÔ CENTRAL PERMITE

Vantagens

Desvantagens

• Grande economia de mão-de-obra, devido ao elevado nível de automação. • Maior uniformidade de irrigação. • Se abastecido com água de poço profundo, prescindir da tubulação principal. • Irrigar varias culturas, independentes do ciclo de cada uma e da qualidade de água aplicada. • Irrigar 24 horas por dia. • A irrigação de uma área por tempo determinado e reposicionamento para irrigar outra área. • Grande economia de mão-de-obra, devido ao elevado nível de automação. • Maior uniformidade de irrigação. • Se abastecido com água de poço profundo, prescindir da tubulação principal. • Irrigar varias culturas, independentes do ciclo de cada uma e da qualidade de água aplicada. • Irrigar 24 horas por dia. A irrigação de uma área por tempo determinado e reposicionamento para irrigar outra área.

• Requer elevado investimento inicial. • Perda de área nos cantos do campo irrigado, correspondendo aproximadamente 20% do total. • Nos pivôs de baixa pressão, a intensidade de irrigação é relativamente alta. • Não é recomendável para solos argilosos e com baixa capacidade de infiltração.

Fonte: BRASIL (1987).

QUADRO 08 - PIVÔ CENTRAL PERMITE

Através deste quadro tornam-se visíveis quais as reais vantagens e

desvantagens que o pivô central apresenta. Com estas constatações tem como se

ter o conhecimento de qual o sistema a se instalar em uma propriedade com seu

tamanho, relevo, disponibilidade de água e energia, para a cultura que será irrigada.

54

3 METÓDO E TÉCNICAS DA PESQUISA

Para formular métodos e técnicas da pesquisa é necessário entender o que

é pesquisa.

Cita Richardson (1999). O conceito de pesquisa é definido, como “um

procedimento racional sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas

aos problemas que são propostos”. Assim, a pesquisa é realizada quando se

necessita aprofundar o conhecimento da realidade onde existe a problemática

pesquisa deve ser desenvolvida mediante procedimentos cuidadosos que tem como

meta á apresentação dos resultados.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Para a presente pesquisa, foi utilizada o método quantitativo, qualitativo, de

modo descritivo com base em um estudo de caso com característica exploratória.

Segundo Richardson (1999) o método quantitativo representa, em principio,

a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de analises e

interpretações, possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança

quanto ás inferências.

A pesquisa qualitativa objetiva o esclarecimento de uma situação para a

tomada de consciência pelos pesquisadores dos seus problemas e de condições

que os geram, a fim de elaborar os meios e estratégias de resolvê-las. (CHIZZOTTI,

2000).

A descrição, segundo Richardson (1999), é realizada com o propósito de

fazer afirmações para descrever aspectos de uma população ou analisar a

distribuição de determinadas características ou atributos. Deve-se ter em

consideração que não se pretende explicar as diferenças, mas descreve-las.

55

Segundo Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar

maior familiaridade como o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou a

construir hipóteses.

3.2 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS.

O instrumento de coleta de dados utilizados para se chegar aos resultados foi

o estudo de caso, pesquisa documental e bibliográfica.

Segundo Gil (1999) o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e

exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento

amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de

delineamentos considerados.

A pesquisa documental segundo Chizzotti (2000) é a reunião e a seleção

criteriosa da documentação bibliográfica sobre o problema de uma pesquisa que

permite conhecer o seu estado atual, as investigações já realizadas, seus

resultados, as explicações dadas, as questões controversas e os dos a serem

pesquisados.

A pesquisa bibliográfica ainda segundo Chizzotti (2000), é a listagem

exaustiva ou seletiva de documentos gerais ou especializados, de âmbito nacional e

internacional. As bibliografias podem reunir publicações recentes sobre o tema ou

publicações sobre um período determinado de tempo.

3.3 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS.

O procedimento utilizado para a coleta de dados foi através das anotações

que o produtor possui para os lançamentos de controle, tanto como da produção

como dos preços. Os dados da produção do município foram obtidos não instituto

Paranaense de assistência técnica e extensão rural (EMATER) do município de

Missal, e a secretaria da agricultura e do abastecimento do Paraná. (SEAB).

Os preços foram pesquisados na cooperativa local, empresas agrícolas e em

notas fiscais de fatura de produtos. Os dados dos investimentos foram extraídos das

notas de compra e embasamento em uma empresa local.

56

3.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa foi feita na propriedade do produtor Orlando Antonio Bremm no

município de Missal, no estremo Oeste do Paraná às margens do Lago de Itaipu, a

propriedade fica a 11 (onze) quilômetros da cidade.

A pesquisa foi feita entre os meses de fevereiro a meados de junho de 2007,

onde foram recolhidos os dados.

.

57

4 CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE PESQUISA

Nome do produtor: Orlando Antonio Bremm.

Segmento Atuação: Agricultura e Hortifrutigranjeiro.

Titular/sócios: Orlando Antonio Bremm e Adriano Paulo Bremm.

Endereço: Linha Padre Feijó, zona rural.

Município: Missal, Pr.

Telefone: 0(**) 45 3244-1123

FIGURA 01 – IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL

4.1 HISTÓRICO

O agricultor Orlando Antonio Bremm começou suas atividades agrícolas em

Missal, no ano de 1970, onde adquiriu uma área de 40 hectares que se destinou ao

58

plantio de girassol e trigo. No ano de 1985 começou a trabalhar com

hortifrutigranjeiros, plantando tomate e cebola, juntamente com a produção de ovos,

revendia toda produção no Ceasa de Foz do Iguaçu. Neste mesmo ano já tinha

adquirido um sistema de irrigação, somente para a horta.

Em 1989 aumentou a área irrigada instalando um carretel que era movido a

diesel, tendo assim um custo alto optou para a instalação de um motor elétrico, feito

à liberação para a obtenção da água e da área dentro da reserva de Itaipu, e

enterrando os canos para uma melhor eficiência do sistema.

Produzindo então milho para semente, tendo percebido que a mão-de-obra

era muito alta observaram um outro sistema que diminuísse a mão-de-obra,

aumentasse o aproveitamento da água e com isso aumentando também a produção,

comprando assim um pivô central no ano de 2003.

O incentivo para a compra surgiu pelas oportunidades de cultivo de milho

verde para conserva, aumentando seus ganhos no tempo de colheita do milho que

fica em torno de 90 a 100 dias, podendo assim fazer mais safras no ano e

garantindo suas plantas do estresse hídrico ou da falta de água.

4.2 DIAGNÓSTICO

Ao decorrer dos anos a propriedade se desenvolveu e possui 35 hectares

irrigados onde se planta milho doce, feijão e soja, fazendo rotação de cultura sobre a

mesma, aumentando assim o potencial de produtividade da lavoura.

Também plantam banana com uma área própria de 37 hectares e 16

hectares arrendados. Toda a produção é voltada a venda in natura ao atacado nas

regiões oeste e sudoeste. No sudoeste a comercialização é feita com uma empresa

da cidade de Pato Branco, que a distribui para vários locais inclusive a exportação

para a Argentina. No oeste a negociação é feita no Ceasa de Foz do Iguaçu e de

Cascavel.

São produzidos em torno de 2200 ton/ano de banana, empregando

diretamente 12 funcionários registrados, fora os temporários. A renda da banana,

segundo o proprietário, alcança o patamar de 70% do total do faturamento da

propriedade. A participação por tanto da área irrigada é de 30% aproximadamente.

59

FIGURA 02 – IRRIGAÇÃO POR PIVÔ CENTRAL

60

5. ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS.

5.1 INVESTIMENTOS NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Neste capítulo, desenvolveu-se a descrição e apresentação dos dados

coletados, concernente à produção da propriedade, do município bem como os

investimentos feitos para a implantação do sistema, nesta primeira abordagem os

resultados foram demonstrados através de tabelas conforme segue:

Quantidade R$/ und Valor PIVO R$ 125.000.00 TUBULAÇÃO 150 MM 230 CANOS R$110,00 R$ 25.300,00 PADRÃO DE LUZ TRIFÁSICO R$ 15.000,00 MOTOR 75 KW R$ 7.000,00 BOMBA 5 ESTÁGIOS R$ 10.000,00 TOTAL R$ 182.300,00 TABELA 01 - VALOR DO INVESTIMENTO NO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Na tabela 01, apresentou-se a descrição dos investimentos realizados na

propriedade, pertinentes à implantação do sistema de irrigação, constando os itens;

instalação de padrão de energia, tubulação, motor, bomba e o sistema de pivô

central bem como os custos de mão de obra, inclusos no valor de cada item e

equipamentos.

5.2 DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO APÓS A IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA

DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 2003 A 2007

Destaca-se nas demonstrações a seguir os dados coletados na propriedade

e também no município, nas mesmas épocas consideradas.

61

5.2.1 Produção da Propriedade

Neste sub-Ítem, houve a demonstração dos dados levantados, em relação à

produção da propriedade entre os anos de 2003 e 2007. Os dados foram extraídos

dos livros de lançamento do proprietário, com as respectivas datas e toneladas

colhidas. O preço foi obtido em empresas agrícola e cooperativa local, na qual

consta em seus sistemas virtuais, o valor referente aos dias de fechamento de cada

colheita, proporcionando veracidade à pesquisa. Conforme apresentados nas

tabelas 02, 03 e 04.

Safras Sc/ha Sc/ 34 ha R$/sc Faturamento

2003 135,74 4615,38 R$ 14,30 R$ 66.000,00

2004 165,30 5620,44 R$ 13,70 R$ 77.000,00

2005 103,52 3520 R$ 17,50 R$ 61.600,00

2006 184,12 6260,16 R$ 12,30 R$ 77.000,00

2006 167,61 5698,80 R$ 16,60 R$ 94.600,00

2007 157,14 5342,82 R$ 14,00 R$ 74.800,00

Total R$ 451.000,00

TABELA 02 – PRODUÇÃO FATURAMENTO MILHO

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2004 61,76 2100 R$ 53,00 R$ 111.300,00 2005 53,52 1820 R$ 30,00 R$ 54.600,00 Total R$ 165.900,00 TABELA 03 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA.

Safra Sc/ha Sc/34 ha R$/sc faturamento 2006 38,29 1302 R$ 42,00 R$ 54.684,00 Total R$ 54.684,00 TABELA 04 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO

62

5.2.2 Produção do Município

Da mesma forma feita na propriedade, buscou-se informações quanto a

produção municipal na mesma época, bem como a mesma consideração de preços,

possibilitando desta forma o mesmo parâmetro para a análise , os dados foram

obtidos juntos à EMATER do Município de Missal, e do SEAB, conforme segue as

tabelas 05, 06 e 07.

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2003 98,82 3360 R$ 14,30 R$ 48.048,00 2004 114,88 3906 R$ 13,70 R$ 53.512,20 2005 49,41 1680 R$ 17,50 R$ 29.400,00 2006 102,11 3472 R$ 12,30 R$ 42.705,60 2006 49,41 1680 R$ 16,60 R$ 27.888,00 2007 90,58 3080 R$ 14,00 R$ 43.120,00 Total R$ 244.673,80 TABELA 05 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2004 49,41 1680 R$ 53,00 R$ 89.040,00 2005 32,94 1120 R$ 30,00 R$ 33.600,00 Total R$ 122.640,00 TABELA 06 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

Safra Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 2006 10 340 R$ 42,00 R$ 14.280,00 Total R$ 14.280,00 TABELA 07 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DO FEIJÃO.

5.3 DEMONSTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ANTES DA IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA DE IRRIGAÇÃO NO PERÍODO DE 1998 A 2002

Destaca-se aqui a produção da propriedade e do município antes da

implementação do sistema, utilizando os mesmos critérios de avaliação para ambos

os casos.

63

5.3.1 Produção da Propriedade

Neste sub-ítem, buscou-se demonstrar os dados levantados, em relação a

produção da propriedade entre os anos de 1998 e 2002. Os dados foram extraídos

dos livros de lançamento do proprietário, com as respectivas datas e toneladas

colhidas. O preço foi obtido da cooperativa local e empresas agrícolas, na qual

consta em seus sistemas virtuais, o valor referente aos dias de fechamento de cada

colheita, proporcionando valore reais à pesquisa. Conforme tabelas 08 e 09.

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 1998 125 4250 R$ 9,10 R$ 38675,00 1999 100 3400 R$ 11,00 R$ 37400,00 2000 95 3230 R$ 10,00 R$ 33915,00 2001 130 4420 R$ 7,60 R$ 33592,00 2002 131,94 4485,95 R$ 10,70 R$ 47999,77 Total R$ 191.581,77 TABELA 08 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 1998 42,5 1445 R$ 19,20 R$ 27744,00 1999 38 1292 R$ 31,50 R$ 40698,00 2000 45 1530 R$ 18,00 R$ 27540,00 2001 52 1768 R$ 22,00 R$ 38896,00 2002 60 2040 R$ 33,70 R$ 68748,00 Total R$ 203.626,00 TABELA 09 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

5.3.2 Produção do Município

Da mesma forma feita na propriedade, buscou-se informação quanto à

produção municipal na mesma época, bem como a mesma consideração de preços,

possibilitando o mesmo parâmetro para a análise, os dados foram obtidos juntos à

EMATER do Município de Missal, e do SEAB, conforme segue nas tabelas 10 e

11.

64

Safras Sc/ha Sc/34 ha R$/sc Faturamento 1998 125 4250 R$ 9,10 R$ 38.675,00 1999 100 3400 R$ 11,00 R$ 37.400,00 2000 95 3230 R$ 10,50 R$ 33.915,00 2001 130 4420 R$ 7,60 R$ 33.592,00 2002 131,94 4485,96 R$ 10,70 R$ 47.999,77

Total R$ 191.581,77 TABELA 10 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DE MILHO.

Safras Sc/ha Sc/34ha R$/sc Faturamento 1998 45 1530 R$ 19,20 R$ 29.376,00 1999 40 1360 R$ 31,50 R$ 42.840,00 2000 49,58 1685,72 R$ 18,00 R$ 30.342,96 2001 61 2074 R$ 22,00 R$ 45.628,00 2002 58,22 1979,48 R$ 33,70 R$ 66.708,48 Total R$ 214.895,44

TABELA 11 - PRODUÇÃO/ FATURAMENTO DA SOJA

5.4 ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE OS DADOS OBTIDOS DO MUNICÍPIO E

DA PROPRIEDADE

Após o levantamento dos dados da produção e da renda, destaca-se a

seguir a comparação do desempenho financeiro do município com o desempenho

financeiro da propriedade nos mesmos anos.

5.4.1 Propriedade X Município 1998 a 2002

Conforme demonstrado a seguir no gráfico 01, entre os anos de 1998 a

2002, a propriedade teve um faturamento bruto de R$ 395.207,77, o município na

mesma proporção apresentou um faturamento de R$ 394.873,25. A diferença

percebida entre o município e a propriedade foi de R$ 334.53, destacando que as

áreas comparadas possuíam as mesmas condições de produção.

65

395.207,77 394.873,25

334,53

-

50.000,00

100.000,00

150.000,00

200.000,00

250.000,00

300.000,00

350.000,00

400.000,00

propriedade diferençade

faturamento

propriedade

município

diferença defaturamento

GRÁFICO 01 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 1998 A 2002

5.4.2 Propriedade X Município 2003 a 2007

Conforme demonstrado no gráfico 02, entre os anos de 2003 a 2007 a

propriedade teve um faturamento bruto de R$ 671.584,00, o município na mesma

proporção apresentou um faturamento de R$ 374.453,80. A diferença percebida

entre o município e a propriedade foi de R$ 297.130,20 destacando que entre as

áreas comparadas apenas a propriedade detém o sistema de irrigação.

66

671584

374453,8297130,2

0

100000

200000

300000

400000

500000

600000

700000

1

Rentabilidade após sistema

propriedade município diferença alcançada

GRÁFICO 02 - PROPRIEDADE X MUNICÍPIO 2003 A 2007

5.4.3 Propriedade X Propriedade

No gráfico 03, á a comparação feita na propriedade antes da irrigação nos

de 1998 a 2002, e depois da implantação do sistema nos anos de 2003 a 2007, no

qual percebe-se uma diferença notória de R$ 276.376,23 proporcionada à

propriedade devido a implementação do sistema de irrigação.

Comparativo de produção antes e depois da irrigação e a diferença obtida

R$395.207,77

R$671.584,00

R$276.376,23

diferença

com irrigação

sem irrigação

GRÁFICO 03 - COMPARAÇÃO ANTES DA IRRIGAÇÃO E DEPOIS DA IMPLANTAÇÃO DO

SISTEMA

67

5.5 ANALISE COMPARATIVA ENTRE O FATURAMENTO DA PROPRIEDADE E

DE OUTROS INDICADORES

Fez-se necessário indicar outros investimentos proporcionando uma análise

mais aprofundada em relação à viabilidade na pesquisa realizada.

5.5.1 Faturamento X Depreciação/ Energia Elétrica

O valor adquirido pela propriedade foi de R$ 276.376,23 subtraindo R$

40.000,00 de energia elétrica, apresenta um resultado líquido de R$ 236.376,23, do

qual deve ser descontado o investimento realizado no sistema que foi de R$

182.300,00.

depreciação do investimento

R$119.607,03

R$62.692,97

R$182.300,00

R$54.076,23

valor liquido

depreciação

valor residual

investimento

Série1

GRÁFICO 04 - FATURAMENTO X DEPRECIAÇÃO/ ENERGIA ELÉTRICA

De acordo com demonstração realizada acima no gráfico 04, o valor líquido

percebido na propriedade antes da depreciação foi de R$ 54.076,23. A seguir, houve

a demonstração do valor após a consideração da depreciação de R$ 62.692,97

(conforme apêndice), respeitando o mesmo período em que o levantamento foi feito

da produção com o sistema de irrigação.

68

Comparação do valor adquirido menos a depreciação e investimento

R$ 8.616,74

R$ 62.692,97

R$236.376,23

R$182.300,00

saldo negativo

depreciação

investimento

valor adquirido

Série1

GRÁFICO 05 - COMPARAÇÃO DE FATURAMENTO LIQUIDO MENOS A DEPRECIAÇÃO E O INVESTIMENTO

Observou-se um saldo negativo de R$ (8.616,74). Na comparação de

faturamento liquido menos a depreciação e o investimento, nos primeiros quatro (4)

anos.

5.5.2 Faturamento X Investimento em Instituições Financeiras.

Levando em conta alguns fatores para análise, é de grande importância

destacar a aplicação em uma instituição financeira na qual considerou-se um juro

médio mensal de 0,711115% (conforme apêndice). Para obtenção do resultado,

foram considerados 48 meses de aplicação, o valor do investimento de R$

182.300,00 com um rendimento de R$ 73.848,22, apresenta um montante final de

R$ 256.148,22 conforme demonstrado no gráfico 06.

69

rendimento do investimento aplicado a uma poupança

R$ 73.848,22

R$256.148,22

R$182.300,00

rendimento

valor atualizado

investimento

Série1

GRÁFICO 06 – RENDIMENTO DO INVESTIMENTO APLICADO A UMA POUPANÇA

Importante demonstrar o lucro total e com os rendimentos relacionados no

gráfico 06.

No gráfico 07, destaca-se o valor liquido adquirido pela propriedade de R$

236.376,23, descontando da mesma o valor do investimento de R$ 182.300,00 e o

seu rendimento de R$ 73.848,22 que através de aplicação bancária renderam.

Alcançando assim um resultado e o demonstrando.

Faturameto da propriedade menos investimento e rendimento da poupança

R$182.300,00

R$ 19.771,99

R$236.376,23

R$ 73.848,22saldo negativo

rendimentos

investimento

valor adquirido

Série1

C

GRÁFICO 07 – FATURAMENTO DA PROPRIEDADE MENOS INVESTIMENTO E RENDIMENTO DA POUPANÇA

O gráfico 07 destaca um resultado negativo, entre o faturamento da

propriedade, comparado com o investimento e o rendimento que a poupança

proporcionou. Porém a produtividade continuou aumentando.

70

5.5.3 Retorno de Investimento

Dada a tabela 12, destaca o período de payback que é o tempo que a

empresa leva para recuperar o investimento, neste caso dividiu-se a renda em

quatro anos tendo assim um valor anual para o retorno do investimento.

Retorno de investimento Faturamento anual Investimento

1º ano R$ 59.094,06 R$ 182.300,00

2º ano R$ 59.094,06 R$ 123.205,94

3º ano R$ 59.094,06 R$ 64.111,89

4º ano R$ 59.094,06 R$ 5.017,83

Total R$ 236.376,23 R$ (54.076,23) TABELA 12 – RETORNO DE INVESTIMENTO

Segundo os dados da tabela 12, o investimento precisou um pouco mais de 3

(três) anos para se pagar, dos 48 meses pesquisados apenas 38 meses do

faturamento foram necessário para recuperar o investimento inicial.

Na analise e interpretação dos dados levantou-se varias hipóteses de maneira

que demonstre resultados para obtenção da viabilidade ou inviabilidade econômica

da irrigação por pivô central.

71

6 CONCLUSÃO/ RECOMENDAÇÕES.

6.1 CONCLUSÃO

Com a realização do presente trabalho, houve a demonstração das

principais maneiras e parâmetros no que tange a análise da viabilidade em

investimentos, neste caso específico uma propriedade rural, visando o

embasamento para tomada de decisão mais adequada para a empresa. Nem

sempre as propostas de investimentos que surgem agregam valor para a empresa,

neste caso é tarefa do administrador realizar as análises, para garantir que somente

propostas com valor presente líquido positivo acima da expectativa sejam

aprovadas, ou ainda, decidir qual proposta deve ser implementada, em função do

custo de capital da empresa.

Esta análise quando feita em propriedades rurais atinge grandes resultados

econômicos, pois poucos administradores rurais fazem esses projetos de viabilidade

em seus empreendimentos. No caso deste projeto foram analisados os dados com

vistas ao alcance do problema e objetivos propostos na pesquisa.

A primeira avaliação notável foi a das grandes estiagens que sofreram os

produtores da região, diminuindo bastante as receitas dos mesmos, mas a área

pesquisada conseguiu manter uma grande produtividade. Assim mantendo um

equilíbrio financeiro.

Nos dados levantados uma avaliação de grande importância é a análise da

depreciação do investimento de R$ 182.300,00, que após quatro anos atinge um

valor residual de R$ 119.607,03, sendo assim a depreciação em quatro anos foi de

R$ 62.692,97. Considerando que o valor de R$ 276.376,23 é um valor bruto, pois o

valor a se atribuir que possa causar diminuição da receita é a energia elétrica, que

teve no decorrer dos quatro anos um custo de R$ 40.000,00. Atribuindo esse valor

ao montante teremos R$ 236.376,23 de valor liquido. Somando o investimento mais

o valor depreciado chega-se a R$ 244.992,97 menos o valor liquido da propriedade,

o saldo ao proprietário e de R$ 8.616,74 negativos. Esta analise destaca a

inviabilidade do investimento, neste período analisado, porém deve considerar-se

que o investimento já foi pago e ainda grande parte da depreciação. Ressalta-se

72

ainda que o valor da depreciação é importante para a contabilidade e que a cada

ano o valor depreciado diminuirá, e que a propriedade continuará produzindo

bastante, pois a irrigação proporciona segurança, justificando assim que após a

finalização dos cálculos de depreciação haverá um ganho da mesma proporção,

Viabilizando o empreendimento.

Outra análise de grande importância é a consideração hipotética da

aplicação do investimento em uma caderneta de poupança, o valor adquirido com o

rendimento foi de R$ 73.848,22, atingindo um acumulado de R$ 256.148,22. A

propriedade apresentou um valor menor do que o da aplicação da poupança, e em

comparação aos resultados, teve um montante de R$ 19.771,99 negativos ao final

do exercício. Destacando que se partisse desta análise, seria melhor o proprietário

investir na poupança, pois aumentaria suas rendas assim o sistema é considerado

inviável dentro deste espaço de tempo. É importante ressaltar que o investimento

feito na propriedade aumentou em grande escala a produção da mesma, tendo

assim em um longo prazo, um aumento expressivo do faturamento da propriedade

em relação à poupança, desta maneira destaca a viabilidade neste comparativo.

Quanto ao retorno de investimento, dos 48 meses pesquisados a

propriedade precisou apenas de 38 meses do seu caixa para a quitação do

investimento.

Assim o trabalho destacou que, se considerar apenas o período analisado,

evidencia-se a inviabilidade econômica no sistema de irrigação por pivô central.

Porém deve considerar-se que a propriedade continuará a produzir em escala de

alta produtividade e de preços negociáveis, pois terá uma segurança na colheita

devido ao sistema implantado, e que a depreciação do investimento a cada ano

diminuirá, até atingir os dez anos. Quanto às comparações nota-se que os valores

atingidos pela propriedade foram de grandes proporções, podendo atingir o dobro do

que se produzia antes, e que os valores negativos não foram tão expressivos, pois a

propriedade basicamente precisou somente de 3 (três) anos para resgatar o retorno

de investimento, fortificando ainda mais o empreendimento. Desta maneira conclui-

se que através da pesquisa realizada, o investimento realizado na implantação do

sistema na propriedade é viável.

73

6.2 RECOMENDAÇÕES

Este trabalho destacou a viabilidade econômica do empreendimento de pivô

central no município de Missal, sendo que para os municípios lindeiros ao lago de

Itaipu a viabilidade de plantio sem a irrigação não da segurança produtiva, note-se

que há uma grande deficiência na produtividade, não conseguindo assim atingirem

lucros adequados aos valores dos investimentos, que os demais produtores

possuem como tratores, colheitadeiras, semeadoras, caminhões, terras e o

investimento nos insumos. O que gera assim uma margem de lucro muito baixo

quanto ao capital investido.

Destacando algumas recomendações para futuros trabalhos, uma é a

analise da viabilidade de plantio de grãos na região lindeira do lago de Itaipu, pois a

região possui temperaturas muito altas e que podem influenciar na não formação de

nuvens para chuvas através do espelho d’água que prejudicam as plantas de

inúmeras maneiras, destacando ainda mais o uso do sistema de irrigação, e o

segundo é a maneira com que os produtores comercializam seus produtos, pois

quase sempre negociam em épocas erradas, não tendo assim uma media boa de

receitas podendo inviabilizar o negocio nos dois casos apresentados.

74

REFERÊNCIAS

AGENCIA Estadual de Noticias. IBGE confirma o Paraná como o maior produtor de grãos do Brasil. Curitiba, 2007. Disponível em <http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=19737> . Acesso em: 20 mar. 2007.

AGENCIA Estadual de Noticias. Plano de cargos e carreiras beneficia funcionários da Emater e do Iapar. Curitiba, 2006. Disponível em <http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=25904> . Acesso em: 20 mar. 2007.

ANDRADE, Camilo de Lelis Teixeira de. IN. BRITO, Ricardo. A.L. Irrigação: cultivo do milho e métodos de irrigação. Goiás, 2000. Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicações/milho/imetodos.htm.> Acesso em: 26 set. 2006.

BARCELOS, Jorge. Sistemas de cultivos em hidroponia. Florianópolis, UFSC, 2006. Disponível em <http://www.labhidro.cca.ufsc.br/sistem_cultivo.htm>. Acesso em: 16 nov. 2006.

BARROS, Neto João Pinheiro de. Teorias de administração: curso compacto: manual prático para estudantes e gerentes profissionais. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.

BASSO, Carlos. Viabilidade econômica de investimentos. São Paulo, 2006 . Disponível em:< http://www.crbasso.com.br/index.asp?link=94&cur=GF09>. Acesso em: 01 mar. 2007.

BATALHA, Mário Otávio. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo : Atlas, 2001.

BEDRA, Marcilio. Planejamento de empresas rurais. Apostila 01. Palmas: Facipal, 1992.

BIAGIO, Luiz Arnaldo. Reengenharia X readministração. São Paulo. 1996. disponível em<http://www.intellecto.com.br/artigo_ver.asp?cod=159>. Acesso em: 11 set. 2006.

BOAS, Márcio Antonio Vilas. Hidráulica da irrigação por superfície. Cascavel, Edunioeste, 2002.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1995.

75

BRASIL. Tempo de irrigar: manual do irrigante. Programa Nacional de Irrigação, PRONI. São Paulo: Mater, 1987.

CARAVANTES, G. R. Readministração em ação. São Paulo: Makron Books,1996.

CERTO, Samuel C. IN: PETER, Paul J., CARVALHEIRO, Marcondes Reinaldo, ROUX, César Maria Roux. Administração estratégica: planejamento e implantação da estratégia. 2. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2005.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. 4. ed. São Paulo. Cortez. 2002.

CORRÊA, Henrique L. Just in time, MRP II e OPT: um enfoque estratégico. IN: GIANESI, Irineo G. N. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993.

COSTA, Maristela. Agronegócio e crescimento econômico paranaense. Paraná. 2005. Disponível em: < http://www.agronline.com.br/artigos.php?id=259&pg=1&n=10>. Acesso em: 21 set. 2006.

CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso básico de contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 1999.

DURAN, Michel Caceres. Elementos do planejamento. UNICAMP. Disponível em: <http://www.agr.unicamp.br/proglinear/elemento>. Acesso em: 16 abr. 2006.

DUTRA, René Gomes. Custos: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

GASSEN, Dirceu N. Perspectivas para a pequena propriedade. IN. I encontro de plantio direto na pequena propriedade. Frederico Westphalen: Aldeia Norte, 1997.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.

________________. Métodos e técnicas da pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,1999.

GOMES, Maciel F. Marilia Equilíbrio econômico e agronegócio. IN: Fransisco Armando da Costa. Viçosa: UFV DER, 1999.

76

HERNANDEZ, Fernandes Braz Tangerino. Manejo da irrigação. Perreira Barreto, São Paulo. 2004. Disponível em <http://www.irrigaterra.com.br/manejo.php>. Acesso em: 22 jun. de 2006.

HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia econômica e analise de custos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

HOFFMANN, Rodolfo. Et al. Administração da empresa agrícola. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1981.

KWASNICKA, Eunice Laçava. Teoria geral da administração: uma síntese. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. MAGALHÃES, Carlos Augusto. Planejamento da empresa rural: métodos de planeja mento e processos de avaliação. Viçosa: UFV, 1999.

MARION, José Carlos. Contabilidade básica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MARION, José Carlos. Et al. Contabilidade e controladoria em agribusiness. São Paulo: Atlas, 1996.

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução á administração. 5. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2000.

MONTOYA Antonio. O agronegócio brasileiro e dos estados da região Sul.Dimensão econômica e tendências estruturais. Passo Fundo: UPF, 2002.

NUNES Paulo. Estudos de viabilidade. Rio de Janeiro, 2006. Disponível em <http://pcnunes.no.sapo.pt/servicos/estudos_viabilid.htm>. Acesso em: 01 mar. 2007.

OLIVEIRA, Antonio Donizette de. Avaliação econômica da vegetação de cerrado. Minas Gerais: Lavras, 1998. Disponível em: < http://www.dcf.ufla.br/Cerne/revistav4n1-1998/art03.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2007.

PEREIRA, Reinalda Blanco. Perfil do empreendedor de sucesso do oeste do Paraná. Florianópolis, 2001. Disponível em: <http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/7974.pdf>. Acesso em: 20 mar. 2007.

REIS, Bricio dos Santos. Negociações internacionais e propriedade intelectual no agronegócio. Viçosa: UFV e DER, 2001.

RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

77

SANTO, Benedito Rosa Espírito. Caminhos da agricultura brasileira. São Paulo. 2. ed. Evoluir, 2001.

SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média empresa. São Paulo: Atlas, 2001.

SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. 1. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learnig, 2004.

STONER, F. James A.; FREEMAN R. Edward. Administração. 5. ed. Rio de Janeiro, 1999.

78

APÊNDICES

79

APENDICE – 01 – DEPRECIAÇÃO DO INVESTIMENTO

DEPRECIAÇÃO DO INVESTIMENTO Montante depreciação Depreciação anual R$ 182.300,00 1º ano R$18.230,00 R$ 164.070,00 2º ano R$ 16.407,00 R$ 147.663,00 3º ano R$ 14.766,30 R$ 132.896,70 4º ano R$ 13.289,67 R$ 119.607,03 5º ano R$ 11.960,70 R$ 107.646,33 6º ano R$ 10.764,63 R$ 96.881,69 7º ano R$ 9.688,17 R$ 87.193,52 8º ano R$ 8.719,35 R$ 78.474,17 9º ano R$ 7.847,42 R$ 70.626,76 10º ano R$ 7.062,68 R$ 63.564,08

80

APENDICE 02 - RENDIMENTO APLICADO A UMA POUPANÇA

Mês anos juros Valor mensal R$ 182.300,00 % junho 2003 0,9673 R$ 1.763,39 R$ 184.063,39julho 2003 0,9187 R$ 1.690,99 R$ 185.754,38agosto 2003 1,0492 R$ 1.948,93 R$ 187.703,31setembro 2003 0,9058 R$ 1.700,22 R$ 189.403,53outubro 2003 0,8381 R$ 1.587,39 R$ 190.990,92novembro 2003 0,8229 R$ 1.571,66 R$ 192.562,59dezembro 2003 0,6785 R$ 1.306,54 R$ 193.869,12janeiro 2004 0,6908 R$ 1.339,25 R$ 195.208,37fevereiro 2004 0,6286 R$ 1.227,08 R$ 196.435,45março 2004 0,546 R$ 1.072,54 R$ 197.507,99abril 2004 0,6787 R$ 1.340,49 R$ 198.848,47maio 2004 0,5878 R$ 1.168,83 R$ 200.017,31junho 2004 0,6554 R$ 1.310,91 R$ 201.328,22julho 2004 0,677 R$ 1.362,99 R$ 202.691,21agosto 2004 0,6962 R$ 1.411,14 R$ 204.102,35setembro 2004 0,7015 R$ 1.431,78 R$ 205.534,13outubro 2004 0,6737 R$ 1.384,68 R$ 206.918,81novembro 2004 0,6114 R$ 1.265,10 R$ 208.183,91dezembro 2004 0,6152 R$ 1.280,75 R$ 209.464,66janeiro 2005 0,7412 R$ 1.552,55 R$ 211.017,21fevereiro 2005 0,6889R$ 1.453,70 R$ 212.470,91março 2005 0,5967 R$ 1.267,81 R$ 213.738,72abril 2005 0,7648 R$ 1.634,67 R$ 215.373,39ma 2005 0,7013 R$ 1.510,41 R$ 216.883,81junho 2005 0,754 R$ 1.635,30 R$ 218.519,11julho 2005 0,8008 R$ 1.749,90 R$ 220.269,01agosto 2005 0,7588 R$ 1.671,40 R$ 221.940,41setembro 2005 0,8483 R$ 1.882,72 R$ 223.823,14outubro 2005 0,765 R$ 1.712,25 R$ 225.535,38novembro 2005 0,711 R$ 1.603,56 R$ 227.138,94dezembro 2005 0,6939 R$ 1.576,12 R$ 228.715,06janeiro 2006 0,728 R$ 1.665,05 R$ 230.380,10fevereiro 2006 0,7338 R$ 1.690,53 R$ 232.070,63março 2006 0,5729 R$ 1.329,53 R$ 233.400,16abril 2006 0,7083 R$ 1.653,17 R$ 235.053,34maio 2006 0,5859 R$ 1.377,18 R$ 236.430,51junho 2006 0,6897 R$ 1.630,66 R$ 238.061,18julho 2006 0,6947 R$ 1.653,81 R$ 239.714,99agosto 2006 0,676 R$ 1.620,47 R$ 241.335,46setembro 2006 0,7448 R$ 1.797,47 R$ 243.132,93outubro 2006 0,6529 R$ 1.587,41 R$ 244.720,34novembro 2006 0,6884 R$ 1.684,65 R$ 246.405,00dezembro 2006 0,6288 R$ 1.549,39 R$ 247.954,39

81

janeiro 2007 0,653 R$ 1.619,14 R$ 249.573,53fevereiro 2007 0,72 R$ 1.796,93 R$ 251.370,46março 2007 0,5725 R$ 1.439,10 R$ 252.809,56abril 2007 0,6885 R$ 1.740,59 R$ 254.550,15maio 2007 0,6278 R$ 1.598,07 R$ 256.148,22 meses média Valor a mais Total 480,711115 R$ 73.848,22 R$ 256.148,22