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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE SISTEMAS DE TERMINAÇÃO DE CORDEIROS Leize Tatiane da Silva Ciências Econômicas CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL 2015

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO

E GESTÃO AGROINDUSTRIAL

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE SISTEMAS

DE TERMINAÇÃO DE CORDEIROS

Leize Tatiane da Silva

Ciências Econômicas

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

2015

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO

E GESTÃO AGROINDUSTRIAL

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE SISTEMAS

DE TERMINAÇÃO DE CORDEIROS

Leize Tatiane da Silva

Orientador: Prof. Dr. Guilherme Cunha Malafaia Coorientador: Prof. Dr. José Alexandre da Costa Agiova

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em nível de Mestrado Profissional em Produção e Gestão Agroindustrial da Universidade Anhanguera-Uniderp, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Produção e Gestão Agroindustrial.

CAMPO GRANDE – MATO GROSSO DO SUL Abril– 2015

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DEDICATÓRIA

Ao Daniel Thomas.

Dedico o amor mais profundo,

puro e verdadeiro.

Ser sua mãe é um presente de

Deus.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo amparo, sustento, fé e força.

À minha mãe Alice Taborda pelo cuidado, amor, incentivo em todos os

minutos da minha vida.

Ao meu noivo Cleomar Berselli, em cada noite perdida, compartilhando

junto cada descoberta dos nossos estudos. Tenho muito orgulho de você.

Aos meus irmãos, pelo apoio e carinho.

Aos meus gestores Wellington Moia, Heriberto Liberatti e Lucia Batista

pela liberação da empresa, sem a ajuda dessas pessoas seria impossível

realizar esse sonho.

Ao Profº Dr. Guilherme Cunha Malafaia, meu orientador, obrigada pelo

direcionamento, paciência e confiança.

Ao Pesquisador Dr.º José Alexandre Agiova da Costa, coorientador, uma

inspiração de dedicação e paixão no que faz, minha profunda gratidão.

Ao Pesquisador Fernando Reis, pelo incentivo, paz e serenidade.

Ao Profº. Dr. Celso Correa, Prof.º Dr. José Francisco, Profº. Dr. Marcos

Barbosa Ferreira minha admiração pelo ensinamento e desenvolvimento de

minha pesquisa.

Aos meus colegas de sala, que fizeram parte de mais uma conquista da

minha vida acadêmica.

A todos os Professores da Universidade Anhanguera-Uniderp, que

compartilharam de seus conhecimentos.

A Coordenadora do Programa de Mestrado Prof.ª Dr.ª Denise Renata

Pedrinho, sempre disposta a me ajudar.

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SUMÁRIO

Página

LISTA DE ABREVIATURAS............................................................................ viii

LISTA DE QUADROS...................................................................................... x

LISTA DE TABELAS........................................................................................ xi

LISTA DE FIGURAS........................................................................................ xii

RESUMO......................................................................................................... xiii

ABSTRACT...................................................................................................... xiv

1. INTRODUÇÃO GERAL................................................................................ 1

2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA.......................................................... 4

2.1. Ovinocultura no Brasil............................................................................ 4

2.2. Ovinocultura no Centro-Oeste............................................................... 7

2.3. Ovinocultura em Mato Grosso do Sul.................................................... 9

2.4. Ovino Pantaneiro................................................................................... 12

2.5. Sistema de Produção............................................................................. 13

2.5.1. Sistema de Terminação de Cordeiros........................................... 14

2.6. Custo de Produção na Ovinocultura...................................................... 16

2.6.1. Conceito do Custo de Produção.................................................... 17

2.6.2. Composição do custo de produção................................................ 18

2.6.3 Custo de Oportunidade................................................................... 19

2.7. Indicadores de rentabilidade econômica................................................ 20

2.8. Indicadores da eficiência econômica..................................................... 21

2.9. Indicadores de Viabilidade Econômica.................................................. 22

2.10. Análise de Sensibilidade...................................................................... 23

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GERAIS.............................................. 25

4. ARTIGO 1.................................................................................................... 31

RESUMO......................................................................................................... 31

ABSTRACT...................................................................................................... 32

4.1. Introdução.............................................................................................. 33

4.2. Material e Métodos................................................................................ 34

4.3. Resultados e Discussão......................................................................... 43

4.4. Conclusões............................................................................................ 54

4.5. Referências Bibliográficas...................................................................... 55

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ANEXO............................................................................................................. 58

ANEXO A1: Planilha do Inventário do Pasto +2% Suplementação (Ano

1)............................................................................................. 59

ANEXO A2: Planilha do Inventário do Confinamento (Ano 1)......................... 60

ANEXO A3: Planilha do Inventário da Propriedade do Pasto + 2% de

Suplementação (Ano 2)............................................................. 61

ANEXO A4: Planilha do Inventário do Confinamento (Ano 2)......................... 62

ANEXO A5: Planilha de Formação do Volumoso............................................ 63

ANEXO A6: Planilha da Formação da Pastagem............................................ 64

ANEXO A7: Planilha da Manutenção da Pastagem........................................ 65

ANEXO A8: Planilha de Encargos Sociais e Benefícios do Trabalhador

rural............................................................................................ 66

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LISTA DE ABREVIATURAS

% - Percentual

a.a.- ao ano

ARCO – Associação Brasileira de Criadores de Ovinos

ASMACO – Associação Sul-Matogrossense de Criadores de Ovinos

ASPACO - Associação Paulista dos Criadores de Ovinos

ASSIM – Associação Sul-Matogrossense de Criadores de Santa Inês

CF-Custo Fixo

CNA - Confederação Nacional de Agricultura

CO- Centro Oeste

COE- Custo Operacional Efetivo

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

COT- Custo Operacional Total

CT- Custo Total

CTO – Centro Tecnológico de Ovinocultura

CV- Custo Variável

Embrapa- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Famasul- Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul

GMD- Ganho médio diário

ha- Hectare

IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEL - Instituto Euvaldo Lodi

IL Índice de Lucratividade

kg- Quilograma

L - Lucro

m- metros

MB – Margem Bruta

ML – Margem Líquida

MS- Mato Grosso do Sul

NDT -

NRC- National Research Council

OPG – Ovos por Grama

PDOA - Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate

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PN - Ponto de Nivelamento

PTF - Produtividade Total dos Fatores

PV- Peso Vivo

R$ - Reais

RL – Renda Líquida

RT- Receita Total

SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Mato Grosso do Sul

SNA – Sociedade Nacional da Agricultura

TIR – Taxa Interna de Retorno

TMA – Taxa Mínima de Atratividade

TR – Taxa de retorno

UEMS – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados

UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Unicetex- Centro de Inovação Tecnológica e Extensão Universitária

USP – Universidade de São Paulo

VPL – Valor Presente Líquido

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LISTA DE QUADROS

Página Quadro 1. Organizações que apoiam o desenvolvimento da ovinocultura no

Estado de Mato Grosso do Sul, em 2014.…………………………

~

11

Quadro 2. Fórmula da Ração do Confinamento………………………………. 35

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LISTA DE TABELAS

Página

Tabela 1. Rebanho ovino nos estados brasileiros…………………………... 07

Tabela 2. Efetivos dos rebanhos ovinos do Brasil e regiões nos anos de

1990, 2002 e 2012………………………………………………….. 08

Tabela 3. Municípios com maiores rebanhos, participação dos

municípios e evolução do rebanho ovino no Estado de Mato

Grosso do Sul de 2005 a 2012……………………………………. 10

Tabela 4. Resultados Produtivos obtidos nos Sistemas de Terminação

experimentais com 50 Cordeiros…………………………………. 43

Tabela 5. Resultados Produtivos obtidos na simulação dos Sistemas de

Terminação ciclo de produção anual…………………………….. 44

Tabela 6. Comparativo dos custos anuais de sistema de terminação de

cordeiros- (Valores em R$)………………………………………... 45

Tabela 7. Indicadores de Rentabilidade do Sistema de Terminação

de Cordeiros…………………………………………………………. 47

Tabela 8. Indicadores de Eficiência Econômica do Sistema de

Terminação de Cordeiros…………………………………………... 49

Tabela 9. Fluxo de Caixa do Confinamento………………………………….. 52

Tabela 10. Fluxo de Caixa do Pasto…………………………………………... 53

Tabela 11. Indicadores de Viabilidade econômico-financeira dos

sistemas de produção de terminação de cordeiros……………. 54

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LISTA DE FIGURAS

Página

Figura 1. Distribuição geográfica do rebanho ovino no Brasil segundo a

participação de cada região………………………………………... 05

Figura 2. Consumo de Carne Ovina no Brasil (kg/habitante/ano)……….. 06

Figura 3. Participação das Mesorregiões do Estado de Mato Grosso do

Sul……………………………………………………………………… 09

Figura 4. Variação dos preços médio, mínimo e máximo do cordeiro no

estado de São Paulo, de 2009 a 2014 (R$/Kg Vivo)……………... 40

Figura 5. Valores absolutos do custo total (dados experimentais)………… 46

Figura 6. Lucro por kg vivo…………………………………………………….. 48

Figura 7. Lucro por cordeiro vivo (cabeça)…………………………………… 48

Figura 8. Análise de Sensibilidade dos Sistemas de Terminação de

Cordeiros……………………………………………………………… 51

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VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE SISTEMAS DE

TERMINAÇÃO DE CORDEIROS

RESUMO:O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho técnico e

econômico-financeiro de sistemas de terminação de cordeiros em pasto e em

confinamento, visando oferecer ao ovinocultor um método de controle de seus

custos de produção, para comparar sistemas de produção que propiciem lucro,

por meio de análises de rentabilidade, eficiência econômica e sensibilidade.

Foram realizados dois experimentos: 1º) Sistema A:cordeiros confinados, com

dieta limitada de suplementação a 2% do peso vivo(concentrado energético-

proteico com 15% PB e 70% NDT), e silagem de sorgo ad libitum. 2º) Sistema

B:animais terminados em pastagem de capim-piatã, vedada por seis meses ao

pastejo ovino, em sistema de pastejo contínuo, com suplementação a 2% do

peso vivo. Os dois sistemas de produção apresentaram rentabilidade positiva,

a margem bruta de 34% no confinamento e 24% no pasto, a margem liquida de

31% no confinamento e 21% no pasto e o índice de lucratividade de 24% no

confinamento e 16% no pasto. A PTF foi de R$1,25 no confinamento e R$1,17

no pasto, o que indica que os sistemas de produção são rentáveis e eficientes.

A análise de sensibilidade apontou que o Lucro foi negativo no confinamento e

no pasto quando o preço teve declínio de 20% e 30%. A análise de

investimento dos sistemas de produção mostra que atividade é

economicamente viável, remunerando todos os fatores de produção e o capital

investido a uma taxa interna de retorno de 13% no confinamento e 11% no

pasto.

Palavras-chave: avaliação econômica; custo de produção; ovinocultura;arranjo

produtivo.

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FINANCIAL AND ECONOMIC VIABILITY OF LAMB FINISHING SYSTEMS

ABSTRACT: The objective was to evaluate the technical and financial

development of termination systems of lambs on pasture and confinement.

Which aims to provide the ovinocultor a control method of their production

costs. Furthermore, to compare production systems that provide profit through

profitability analysis, economic efficiency and sensitivity. Two experiments were

performed: System A: Lambs with limited diet supplementation to 2% of body

weight (energy-protein concentrate with 15% CP and 70% TDN) and sorghum

silage “ad libitum”; System B: Animals confined in “Piata” grass pasture, fenced

for six months to grazing sheep in continuous grazing system with

supplementation to 2% of body weight. The two production systems showed

positive profitability, with the gross margin of 34% in confinement and 24% in

the pasture. The net margin of 31% in confinement and 21% in the pasture.

24% in confinement and 16% in the pasture. The PTF was R$ 1,25 in

confinement and R$ 1,17 in the pasture, which indicates that production

systems are effective and efficient costs. The sensitivity analysis showed that

the income was negative in the feedlot and pasture when the price decreased in

20% and 30%. The investment analysis of production systems shows that

activity is economically viable, returning a profit of 13% in confinement and 11%

in the pasture.

Keywords: economic evaluation; cost of production; sheep breeding;

production arrangement.

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1. INTRODUÇÃO GERAL

A criação de ovinos está disseminada por todo o território brasileiro. Das

558 microrregiões do país, 547 têm algum registro de ovinos em suas áreas, ou

seja, 98% das microrregiões brasileiras têm a presença dos ovinos. Na região

Nordeste, concentra-se a maior criação desses pequenos ruminantes, com

participação de 57% dos rebanhos dos ovinos do Brasil. Dos dez maiores

estados produtores, cinco estão situados na região do Nordeste (Bahia, Ceará,

Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), dois na região Sul (Rio Grande do

Sul e Paraná), dois na região do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e Mato

Grosso), um na região Sudeste (São Paulo). A participação do Estado de Mato

Grosso do Sul é de 3% do rebanho dos ovinos no Brasil (MARTINS;

ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2012).

A região Centro-Oeste detém cerca de 6% do rebanho nacional,

contando com 1.078.316 milhão de cabeças (IBGE, 2012). A região Sudeste

concentra grande parte do mercado de carne ovina, enquanto a região Centro-

Oeste comporta potencial favorável em razão da inserção da ovinocultura nos

sistemas integrados de produção de bovinos de corte (COSTA; GONZALEZ,

2012). O Estado do Mato Grosso do Sul possui um grande potencial para a

produção de carne ovina, devido a sua localização geográfica, condições

climáticas e perfil para produção em larga escala.

A definição de modelos de produção que promovam maior taxa de

ganho de peso das crias, menores intervalos de partos e períodos de serviços,

representa um pilar básico para o desenvolvimento e o crescimento da

ovinocultura com sucesso (CUNHA; SANTOS; BUENO 2008). Segundo Costa

e Gonzales (2012), o produtor que deseja investir na ovinocultura de corte deve

buscar um aumento nos índices zootécnicos dos cordeiros promovendo

melhorias no manejo alimentar, reprodutivo e sanitário com condições que se

ajustem a cada sistema de produção e por meio de alternativas tecnológicas e

gerenciais com maior viabilidade técnico-econômica, visando à produção de

carne com mais qualidade.

A produção de cordeiro pode ser de ciclo completo ou com finalidades

específicas, como a recria de fêmeas para reprodução de matrizes, a formação

genética de plantel ou apenas a terminação para abate. Uma vez definida a

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preferência por essa categoria animal no mercado local, cabe ao produtor

buscar medidas a fim de se adequar, com eficiência, o custo de produção ao

valor pago na comercialização do produto final (REIS, 2011).

As características zootécnicas dos ovinos apresentam uma maior

aceleração na escala da produção, dentre as quais, podemos citar: a gestação

da ovelha dura cinco meses, as fêmeas jovens tornam-se aptas à reprodução

com oito meses e os cordeiros podem ser abatidos com idade variando entre

90 e 150 dias, tornando-se possível a criação de cordeiros em pequenas

propriedades com uma escala econômica de produção (SORIO, 2009). O maior

giro financeiro para o produtor é alcançado por meio de um ciclo de terminação

de cordeiro em pasto durante cinco meses com suplementação alimentar, onde

se elimina o problema da entressafra devido à precocidade no abate e aos

menores custos de produção (COSTA; GONZALEZ, 2012).

Para Oliveira et al. (2002), a terminação de cordeiros em confinamento

apresenta benefícios, como menor mortalidade dos animais devido à menor

incidência de verminoses e maior controle da parte nutricional; isso proporciona

abate precoce e carcaças com alta qualidade, o que se reflete em melhor preço

pago pelo mercado consumidor e garante ao produtor retorno mais rápido do

capital investido. Contudo, esses benefícios implicam maiores custos com

instalações, mão de obra, maquinários e nutrição, o que eleva o custo de

produção, na maioria das vezes, inviabilizando a produção, principalmente, na

alimentação, o que constitui um fator determinante no aspecto financeiro.

Muitos percalços e entraves ocorrem, desde o nascimento do cordeiro

até ao consumidor final, dificultando os criadores o estabelecimento efetivo na

atividade. Um dos maiores desafios é manter a sanidade e a produção a custos

que não venham comprometer a viabilidade econômica da criação (RAINIERI,

2012).

O presente estudo teve como objetivo avaliar o desempenho técnico e

econômico-financeiro de dois sistemas de terminação de cordeiros, sendo um

em pasto e outro em confinamento. Nesse sentido, visa-se oferecer ao

ovinocultor um método de controle de seus custos de produção, auxiliando-o a

encontrar as condições que lhe propiciem lucro. Os objetivos específicos do

estudo são:

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Descrever os sistemas de produção de c ordeiros terminados em

pasto e em confinamento;

Calcular os custos de produção dos sistemas de terminação;

Realizar a análise de rentabilidade e eficiência econômica dos sistemas

de terminação;

Realizar análises de sensibilidade dos indicadores econômicos, diante

da variabilidade dos preços da carne ovina;

Analisar a viabilidade econômica dos sistemas de terminação.

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2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA

2.1. Ovinocultura no Brasil

Nos últimos vinte anos no Brasil, verificou-se um aumento expressivo na

demanda da carne ovina, principalmente, nos grandes centros urbanos. Essa

realidade tem impulsionado a produção de cordeiros para abate, provocando a

expansão da ovinocultura (GERON et al., 2012). Segundo França (2006), a

comparação da produção mundial de ovinos com a nacional indicou que o

Brasil apresenta uma participação muito pequena, mas com grande potencial

para expansão da atividade, devido, principalmente, à vastidão do território

brasileiro com grande produção de forragens, além de ser um dos maiores

produtores mundiais de grãos.

Segundo IBGE (2012), o Brasil está entre os 20 maiores produtores

mundiais de ovinos, representando 1,6% do rebanho mundial. O rebanho

nacional é de 16.789.492 milhões de cabeças e o maior efetivo de ovinos

encontra-se na região Nordeste com 55,5% do rebanho nacional com finalidade

de produção de carne e leite. Na região Sul, concentra-se 30% do plantel

nacional, sendo o Rio Grande do Sul o estado com maior número de animais. A

região Centro-Oeste concentra 6,5%, o Norte, 3,5% e o Sudeste, 4,43%,

conforme se pode verificar na Figura 1.

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Figura 1. Distribuição geográfica do rebanho ovino no Brasil segundo a participação de cada região.(FONTE: Adaptado de IBGE, 2012).

A produção nacional de ovinos é insuficiente para atender a demanda

interna do país. O Brasil importa ovinos vivos, carcaças congeladas e carne

desossada para suprir o mercado interno. O principal fornecedor de carne

ovina para o Brasil é o Uruguai e outros fornecedores esporádicos são Nova

Zelândia, Argentina e Chile (SORIO; FAGUNDES; LEITE, 2008). Isso

demonstra que existem oportunidades reais para os produtores desenvolverem

a cadeia produtiva da ovinocultura (SORIO; CARFANTAN; MARQUES, 2010).

Associada à alta informalidade no setor, a cadeia produtiva da

ovinocultura apresenta fragilidades, devido à falta de mão de obra qualificada e

de conhecimento técnico. O que dificulta o aumento da produção. Sorio e Rais

(2010) afirmam que os abates de ovinos representam apenas 10% dos abates

totais realizados no Brasil, e que o mercado da carne e dos animais é

totalmente diferente daquele das demais espécies como bovinos, suínos e

aves.

O consumo de carne ovina no Brasil é muito baixo, em média 700

gramas por habitante/ano, bem abaixo dos 39 kg de carne bovina, 44,5 kg da

carne de frango e 13 kg de carne suína, conforme a Figura 2.

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Figura 2.Consumo de Carne Ovina no Brasil (kg/habitante/ano).(FONTE:

Adaptado do ANUALPEC, 2011). Mesmo com um consumo interno baixo em comparação aos demais

tipos de carne, o Brasil apresenta um excesso de demanda, determinando

assim, a necessidade de compra do produto no mercado externo, segundo

Alves et al. (2014). As cadeias da bovinocultura, suinocultura e avicultura são

mais eficientes, por meios de estruturação, tecnificação e ampliação de suas

receitas. Para se tornar competitiva, a cadeia da ovinocultura deve seguir

essas lições a fim de crescer na quantidade e qualidade da oferta de carne de

animais jovens, mantendo-se, portanto, competitiva no mercado.

Segundo Rainieri (2012), além dos obstáculos técnicos enfrentados

dentro da porteira, há os desafios advindos da baixa organização dessa nova

cadeia agroindustrial, como a pouca coordenação entre seus elos. Há, por

exemplo, muito a se aperfeiçoar na comunicação entre produtores e frigoríficos.

Ao mesmo tempo, ainda não há consistência nos preços pagos ao criador, e

muitos intermediários atuam nessa negociação. Tendo em vista esse cenário,

um dos principais desafios do setor é verificar sua competitividade em termos

de custos e preços, bem como disponibilizar recursos e ferramentas que

permitam indicar quais condições deveriam ser satisfeitas para a sua

viabilização.

A ovinocultura está presente em todos os estados brasileiros. Na Tabela

1 pode-se observar que os dez principais criadores concentram 86% do

rebanho do Brasil.

Ovina

Bovina

Frango

Suino

0,700

39

44.5

13

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Tabela 1. Rebanho ovino nos estados brasileiros.

Estado 2012 Participação no Brasil

Rio Grande do Sul 4.095.648 24,40%

Bahia 2.812.360 16,80%

Ceará 2.071.096 12,30%

Pernambuco 1.652.883 9,80%

Piauí 1.240.423 7,40%

Paraná 638.923 3,80%

Rio Grande do Norte 558.563 3,30%

Mato Grosso do Sul 498.064 3,00%

São Paulo 426.957 2,50%

Mato Grosso 377.904 2,30%

Subtotal 10+ 14.372.821 85,60%

Demais Estados 2.416.671 14,40%

Total 16.789.492 100% (FONTE: Adaptado de IBGE,2012).

Dentre os dez maiores estados na produção de ovinos no Brasil, dois

são da região Centro Oeste: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Esses dois

estados representam 81% do rebanho.

2.2. Ovinocultura no Centro-Oeste

Segundo o IBGE (2012), o rebanho ovino brasileiro, desde 2002, teve

um incremento de quase 18% no efetivo, quando a tendência de crescimento

se iniciou. Desde então, todas as regiões demonstraram expansão do rebanho.

A Tabela 2 apresenta os efetivos das regiões do Brasil, a região Centro

Oeste nos últimos vinte e dois anos, foi a que obteve o maior crescimento com

174% de variação positiva.

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Tabela 2. Efetivos dos rebanhos ovinos do Brasil e regiões nos anos de 1990, 2002 e 2012.

1990 2002

Variação (1990-2002)

2012 Variação

(1990-2012) Variação

(2002-2012)

Brasil 20.014.505 14.277.061 28,7% 16.789.492 -16,1% 17,6%

Norte 252.838 367.373 45,3% 598.643 136,8% 63,0%

Nordeste 7.697.746 8.012.130 4,1% 9.325.885 21,2% 16,4%

Sudeste 405.277 457.368 12,9% 744.426 83,7% 62,8%

Sul 11.265.818 4.687.119 -58,4% 5.042.222 -55,2% 7,6%

Centro-Oeste

392.826 753.071 91,7% 1.078.316 174,5% 43,2%

(FONTE: Adaptado, IBGE, 2012).

A ovinocultura foi introduzida na região Centro-Oeste e Norte devido à

movimentação do rebanho bovino em direção às terras menos valorizadas

economicamente (primeiro em direção ao Centro-Oeste e depois rumo ao

Norte). Atualmente, essa atividade apresenta importância nessas regiões,

fomentando um novo mercado para esse tipo de carne (RAINIERI, 2012).

Na região Centro-Oeste, o período de outubro a abril é favorável em

termo de produção em pasto devido às altas temperaturas e, principalmente, às

chuvas. Esse é um dos motivos encontrados pelos criadores da região para

aumentar seus rebanhos de ovinos. No período seco, porém, o criador de

ovinos tem dificuldade de alimentar os animais, pois o pasto cresce mais

lentamente. Isso ocasiona diminuição do ganho ou até mesmo perda de peso

dos cordeiros, o que implica diretamente a diminuição das taxas de prenhez,

parição e desmama (SORIO, 2012). Mesmo assim, as condições favoráveis

superam as dificuldades, e o rebanho aumenta.

A ovinocultura de corte tem se apresentado como boa alternativa de

produção para pequenos, médios e grandes produtores, em função de sua

nobreza e qualidade. No entanto, para maximizar sua produção com baixo

custo, é necessário fazer uso dos coprodutos da agroindústria. Os custos totais

representam de 50 a 70% nos gastos com alimentação na produção dos

ovinos, tornando-se um grande impacto sobre a rentabilidade da criação,

conforme Yoshihara (2010).

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2.3. Ovinocultura em Mato Grosso do Sul

O Estado de Mato Grosso do Sul conta com um rebanho de 498 mil

cabeças de ovinos em crescimento contínuo desde a década de 1990, sendo o

oitavo maior rebanho ovino entre os estados brasileiros.

Dentre as mesorregiões de Mato Grosso do Sul, a região Sudoeste é a

maior produtora, constituindo 42% do rebanho do estado. Na atividade

destacam-se os municípios de Ponta Porã, Bela Vista, Dourados, Amambaí,

Bonito, Nioaque e Caracol. Na região Leste, com participação de 25%, estão os

municípios de Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas, Água Clara, Paranaíba,

Inocência, Santa Rita do Rio Pardo e Nova Andradina. Na região Centro Norte

com 20%, encontram-se Campo Grande, Rio Verde e Sidrolândia. E na região

do Pantanal sul-mato-grossense, compreendendo 13% do rebanho, aparecem

Corumbá e Porto Murtinho, conforme Figura 3.

Figura 3. Participação das Mesorregiões do Estado de Mato Grosso do Sul. (FONTE: IBGE,2012).

Os municípios que apresentam os maiores rebanhos de ovinos são

Corumbá, com 3,9%; Ponta Porã, com 3,4% e Campo Grande, com 3,2% de

participação. Na Tabela 3 podem ser visualizados os municípios que contam

com mais de oito mil cabeças de ovinos em Mato Grosso do Sul.

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Tabela 3. Municípios com maiores rebanhos, participação dos municípios e evolução do rebanho ovino no Estado de Mato Grosso do Sul de 2005 a 2012.

Posição Município 2005 2012 Participação do

município no MS

Variação (2005-2012)

1º Corumbá 19.535 19.478 3,90% -0,30%

2º Ponta Porã 14.950 17.120 3,40% 14,50%

3º Campo Grande 10.308 15.866 3,20% 53,90%

4º Ribas do Rio Pardo 14.100 15.810 3,20% 12,10%

5º Bela Vista 13.600 15.282 3,10% 12,40%

6º Rio Verde de Mato

Grosso 14.934 15.166 3,00% 1,60%

7º Porto Murtinho 14.385 15.121 3,00% 5,10%

8º Três Lagoas 13.964 14.449 2,90% 3,50%

9º Dourados 5.802 13.541 2,70% 133,40%

10º Aquidauana 11.816 12.706 2,60% 7,50%

11º Amambai 12.822 12.520 2,50% -2,40%

12º Bonito 11.031 11.802 2,40% 7,00%

13º Nioaque 10.906 11.739 2,40% 7,60%

14º Caracol 11.250 10.765 2,20% -4,30%

15º Água Clara 7.919 10.000 2,00% 26,30%

16º Paranaíba 7.962 9.245 1,90% 16,10%

17º Inocência 7.787 8.871 1,80% 13,90%

18º Santa Rita do Pardo 7.363 8.800 1,80% 19,50%

19º Nova Andradina 7.397 8.572 1,70% 15,90%

20º Sidrolândia 4.845 8.101 1,60% 67,20%

(FONTE: Adaptado de IBGE, 2012).

O município de Mato Grosso do Sul que obteve maior crescimento foi

Dourados, com 133%, seguido de Sidrolândia, com 67% e de Campo Grande,

com 54%. O município de Corumbá, que ocupa a 1ª posição, teve um

decréscimo de 0,3%.

Mato Grosso do Sul possui condições favoráveis para ser um dos

maiores produtores de ovinos do Brasil. Tem tradição em outras atividades

pecuárias e abundância na produção de grãos, fato que ajuda a baratear uma

das etapas mais onerosas na produção de cordeiro - a terminação – fase em

que, frequentemente, se utilização a suplementação. Outro diferencial é a

posição geográfica, pois o Mato Grosso do Sul está a poucas horas do principal

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consumidor de carne ovina, o estado de São Paulo, responsável pelo consumo

de 80% de toda produção nacional (FARMPOINT, 2014).

Por meio da implantação do sistema Propriedade de Descanso de

Ovinos para Abate (PDOA), criado pela Federação da Agricultura e Pecuária

do MS (Sistema Famasul), os ovinocultores do Mato Grosso do Sul têm

encontrado maior facilidade na hora de embarcar animais para o abate do

Estado para frigoríficos regionais mais próximos e até para outras localidades

do país. Chegando à PDOA, os ovinos são pesados, registrados e

inspecionados para que não haja discrepâncias no processo de seleção, pois

geralmente os animais embarcados têm idade e peso semelhantes entre outras

características (SNA, 2014). Um exemplo positivo e oportuno da PDOA é que,

anteriormente, se o ovinocultor tivesse doze cabeças para negociar, ficaria

inviável embarcar um número tão pequeno de animais; com a PDOA, o

ovinocultor leva quantos animais quiser e o frigorífico busca a carga em dia e

horário combinados.

Com intuito de desenvolver a ovinocultura, Mato Grosso do Sul conta

com o apoio das seguintes organizações, conforme o Quadro 1.

Quadro 1. Organizações que apoiam o desenvolvimento da Ovinocultura no Estado de Mato Grosso do Sul, em 2014.

ORGANIZAÇÕES DESCRIÇÃO

ASMACO (Associação Sul-mato-Grossense de Criadores de Ovinos). Tem como objetivo promover iniciativas de fomento à ovinocultura no estado.

ASSIM (Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Santa Inês), com técnicos de registro da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos.

ARCO Associação Brasileira de Criadores de Ovinos – ARCO, que se encontra em diversas regiões do estado.

SENAR-MS

Tem à disposição dos produtores um programa de treinamento de mão de obra para ovinocultura, chamado de Manejo Básico de Ovinos, que é ministrado em todo MS, conforme a demanda dos sindicatos rurais.

Câmara Setorial Consultiva de

Ovinocaprinocultura de MS.

A Câmara Setorial Consultiva de Ovinocaprinocultura de MS, fundada em 2003, foi a primeira desta atividade no país e inspirou a criação da Câmara Nacional, em 2005.

PDOA

O sistema, denominado Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate visa organizar a ovinocultura do Estado, possibilitando reunir os animais a serem abatidos, facilitando o escoamento para as indústrias frigoríficas. A 1ª PDOA está localizada na BR 060 entre Campo Grande e Sidrolândia.

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No setor de pesquisa, ocorreu a instalação pela Embrapa do Núcleo

Centro-Oeste de Caprinovinocultura em Campo Grande no ano de 2005. Ao

mesmo tempo, são realizadas pesquisas com ovinos na Universidade Federal

de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul

(UEMS), Universidade Anhanguera - Uniderp e também na Universidade

Federal da Grande Dourados (UFGD).

2.4. Ovino Pantaneiro

O ovino pantaneiro é um grupamento genético com origem na região do

Pantanal, ambiente que exerceu, durante décadas, seleção natural intensa de

animais domésticos naturalizados. Esses ovinos, em condições ambientais

muitas vezes inóspitas, desenvolveram características de adaptabilidade e

produtividade que favoreceram a conservação do grupo genético (COSTA et

al., 2013).

As características fenotípicas prevalecentes nesse grupamento genético

representam o resultado de uma seleção natural entre raças lanadas do Sul e

deslanadas do Nordeste do Brasil (GOMES et al., 2007). Ao longo do tempo,

pequenos plantéis foram conservados em unidades produtivas isoladas do

Pantanal. Porém, o sistema produtivo, com ausência de manejo sem controle

reprodutivo e sanitário, favoreceu o processo de seleção natural e,

consequentemente, promoveu a adaptação desses animais remanescentes às

condições ambientais da região (VARGAS JÚNIOR et al., 2011).

As principais características de adaptação são a prevalência de animais

de pequeno a médio porte, em virtude da baixa oferta de alimentos,

favorecendo a sua sobrevivência frente à baixa exigência calórica, bem como a

sua precocidade sexual aliada à poliestria anual, ausente nas raças

convencionais conhecidas, o que garante às fazendas do Pantanal a existência

de animais jovens para o abate durante todo o ano (FERREIRA et al., 2012).

Os ovinos pantaneiros nascem com peso médio de 3 kg e, quando

submetidos a sistemas intensivos como confinamento ou semi-confinamento,

respondem razoavelmente bem, sendo abatidos por volta dos cinco meses de

idade (COSTA et al., 2013).

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Por essas e outras características, esse grupamento animal despertou

interesse de produtores e pesquisadores e começou a ser investigado desde o

ano de 2005, por pesquisadores da Uniderp (Anhanguera-Uniderp) – Centro

Tecnológico de Ovinocultura (CTO), Embrapa, e, posteriormente, pela

Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), no intuito de identificar e

manter esse grupamento genético para evitar a extinção e o risco de essa raça

ser substituída por raças exóticas (VARGAS JÚNIOR et al., 2011).

2.5 Sistema de Produção

Na ovinocultura, os sistemas de produção variam dos extensivos aos

intensivos, a escolha do sistema depende da região na qual os animais estão

inseridos, dos investimentos realizados e dos objetivos do produtor.

Costa e Gonzalez (2012, p.190) define os sistemas de produção da

seguinte forma:

Na pecuária, é usual chamar-se de extensivo todo sistema que tem como principal característica a exploração de grande extensão de terra com poucos insumos, equipamentos e mão de obra. O baixo nível tecnológico desse sistema implica em baixa produtividade da terra, no caso ocupada com pastagens. Os sistemas semi-intensivos são aqueles em que os animais recebem algum tipo de suplemento alimentar na pastagem. Por fim, os sistemas intensivos são aqueles em que se tem um grande número de animais por hectare, em pastagens com alta capacidade de suporte ou em confinamento.

No setor agropecuário, define-se sistema de produção a partir do

conjunto de insumos utilizados e produtos gerados. Fixados os produtos, o que

diferencia dois sistemas de produção é a lista de insumos utilizados. Mudanças

qualitativas de insumos implicam novos sistemas de produção. No

levantamento de informações, deve-se levar em conta o mínimo necessário no

que diz respeito a benfeitorias, máquinas e equipamentos para a realização

das operações sem ociosidades, caso contrário, não é possível chegar ao

custo médio mínimo daquele sistema, em virtude disso, a análise de viabilidade

econômica ficará comprometida (GUIDUCCI et al., 2012).

O aumento da demanda pela carne ovina e por outros produtos desse

gênero requer melhorias nos sistemas de produção, particularmente no

desempenho produtivo do rebanho, exigindo estudos que permitam estabelecer

dietas que atendam às necessidades dos animais, observando o tipo de

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alimento empregado e o custo de aquisição. A alimentação é o principal

componente do custo de produção e representa um fator limitante à produção

de carne ovina (PINTO et al., 2005).

Para o produtor rural administrar o seu sistema de produção como uma

empresa, é de suma importância o conhecimento de quanto custa produzir um

determinado bem (carne ovina, neste caso específico). O custo de produção é

uma ferramenta importante da análise econômica, mas, não raro, ignorado pela

maioria dos produtores brasileiros. Essas informações são indispensáveis para

o processo de tomada de decisões (IEL/CNA/SEBRAE, 2000).

2.5.1. Sistema de Terminação de Cordeiros

Os estudos sobre sistemas de terminação de cordeiros devem ser

realizados considerando os aspectos produtivos, econômicos e de

sustentabilidade, com objetivo de o produtor permanecer na atividade

(BARROS et al., 2009).

É possível encontrar vários trabalhos analisando os diferentes sistemas

de terminação de cordeiros, porém, pela complexidade que envolve a avaliação

econômica, pouco é descrito sobre a viabilidade da terminação de cordeiros a

pasto e em confinamento, haja vista que nem sempre aquilo que parece ser

lucrativo no momento vai permitir uma sustentabilidade da atividade para as

gerações futuras.

A maneira mais econômica de se produzir carne é a terminação de

cordeiros em pastagem, porém, quando se avalia a máxima produção por

hectare é possível que não seja a mais rentável. Para Sá et al. (2007), os

ovinos são criados em sistemas que variam desde os extensivos até os mais

intensivos. Um exemplo disso são regiões áridas ou campos nativos onde a

taxa de lotação pode variar de uma ovelha para 3 a 5 hectares até seis ou sete

ovelhas por hectare em pastagens cultivadas. Observa-se, assim, que há uma

tendência para a intensificação da criação tornando o sistema mais eficiente,

mas, a intensificação dependente de forrageiras de elevada qualidade e

suplementação com concentrados.

Conhecendo as exigências nutricionais das categorias ovinas, pode-se

permitir o acesso às pastagens em diferentes épocas (SILVA SOBRINHO,

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2007). Nas diferentes regiões do Brasil e mesmo dentro de uma única região,

as curvas de crescimento das forragens são diferentes; porém, independente

dessa variabilidade, as categorias mais exigentes sempre são as de ovelhas

em final de gestação e início de lactação (NRC, 1985). Portanto, bastaria, em

tese, que a maior oferta de pastagem coincidisse com essas fases produtivas

do rebanho para solucionar o problema causado pela estacionalidade da

produção forrageira. Isso pode ser alcançado em parte com o uso de sistemas

de integração lavoura-pecuária, e o requerimento nutricional, complementado

com técnicas de suplementação.

É por falta de tecnologia adequada, principalmente para as condições do

Cerrado, que a terminação em pastagem tem-se mostrado ineficaz, fato

também comentado por Carvalho e Siqueira (2001) para as regiões Sul e

Sudeste e, por Barroso et al. (2006), para o semiárido. Além da questão da

estacionalidade da produção forrageira, pode-se dizer que outro fator foi

fundamental para despertar o interesse na terminação de cordeiros em

confinamento, principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil: a verminose.

De acordo com Macedo, Siqueira e Martins (2000), nos países de clima

tropical, a verminose é, sem dúvida, o maior desafio à produção de carne de

cordeiros, principalmente, porque o processo de produção de carne ovina tem

como princípio a criação do cordeiro ao pé da ovelha, ambos submetidos ao

sistema de pastejo.

No trabalho realizado por Siqueira, Amarante e Fernández (1993),

cordeiros confinados apresentaram ganho de peso médio diário (153 g)

superior aos animais mantidos em pastagem de coast cross1 (88 g), apesar de

a disponibilidade de matéria seca no pasto estar acima das necessidades dos

animais. O grupo de animais que permaneceu na pastagem apresentou altas

infecções de verminoses e a taxa de mortalidade de cordeiros mantidos a pasto

foi alta (16,23%), quando comparada com a do confinamento (0%). Baseado

nesses resultados é que se recomenda fazer a recria de cordeiros em

confinamento, principalmente, em propriedades que possuam pastagens que

1O coast-cross é uma gramínea forrageira tropical que apresenta, entre suas importantes

características, capacidade para produzir elevada quantidade de forragem com boa relação folha-colmo.

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proporcionem alto índice de verminose em cordeiros desmamados, submetidos

ao pastejo nas áreas infectadas.

Os negócios agropecuários exigem cada vez mais do produtor rural uma

nova visão da administração dos seus negócios. Assim, é notória a

necessidade de abandonar a posição tradicional de fazendeiro para assumir o

papel de empresário rural, independente do tamanho de sua propriedade e do

sistema de produção de ovinos. A necessidade de analisar economicamente a

atividade é extremamente importante, por meio dela, o produtor passa a

conhecer com detalhes e a utilizar, de maneira inteligente e econômica, os

fatores de produção (terra, trabalho e capital). Dessa forma, é possível localizar

os pontos de estrangulamento e depois concentrar esforços gerenciais e

tecnológicos para obter sucesso na sua atividade e atingir os seus objetivos de

maximização de lucros ou minimização de custos (LOPES et al., 2003).

Não existem sistemas de produção de ovinos desenvolvidos para Mato

Grosso do Sul, e de resto, para o Centro-Oeste. Isso leva a que sistemas de

terminação em confinamento sejam utilizados como alternativa, devido ao

maior controle de fatores de produção (manejo, produção de alimentos,

sanidade, etc.). Essa estrutura, porém, na grande maioria dos casos, inviabiliza

economicamente a produção. Dessa forma, a expansão e a viabilidade da

ovinocultura dependem de sistemas de produção, que incluam a terminação de

cordeiros a pasto, mais econômicos, viabilizando técnica e economicamente a

atividade (COSTA; GONZALEZ, 2012).

2.6. Custo de Produção na Ovinocultura

Desde a década de 2000, a ovinocultura vem apresentando destaque em

resposta ao giro rápido do capital investido com alta lucratividade. Em

contrapartida, os produtores frequentemente não realizam controle das

finanças da propriedade, e, quando o fazem, não utilizam todos os itens que

devem compor o custo total de produção (RAINIERI, 2012).

Estudos sobre os custos de produção da ovinocultura são escassos, e

poucos abordam uma avaliação criteriosa dos custos de ovinos de corte.

Alguns exemplos são: Otto et al. (1997), Macedo, Siqueira e Martins (2000),

Siqueira, Simões e Fernandes (2001), Wander e Martins. (2004), Almeida

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Junior et al. (2004), Santello et al. (2006), Viana e Silveira (2008), Barros et al.

(2009), Sousa Neto (2012), Ranieri (2012), mas ainda são raros os trabalhos

que avaliam a rentabilidade de investimento na referida atividade.

2.6.1. Conceito do Custo de Produção

Segundo Crepaldi (2005, p.23), “Sistema de custos é o conjunto de

procedimentos administrativos que registra, de forma sistemática e contínua, a

efetiva remuneração dos fatores de produção empregados no processo”.

Conforme Santos, Marion e Segatti (2009, p.45), “Os custos para tomada de

decisão trazem informações de relevância estratégica”.

Os custos de produção são os gastos realizados pela empresa na

aquisição dos fatores fixos e variáveis que foram utilizados no processo

produtivo (CESAR, 2001). Em termos econômicos, os componentes são

agrupados nas categorias: custos fixos, custos variáveis, custo fixo operacional

e custo total, conforme descrito abaixo (CONAB, 2010):

a. Custos variáveis: são aqueles que contabilizam a compra dos fatores

variáveis, parcela dos custos totais que depende da produção e por

isso muda com a variação do volume de produção, representam as

despesas realizadas com os fatores variáveis de produção.

b. Custo fixo operacional: é composto de todos os itens de custos

variáveis e a parcela dos custos fixos, diretamente associada à

implementação da criação.

c. Custo total de produção: é composto do somatório do custo

operacional com a remuneração atribuída aos fatores de produção.

O horizonte de análise pode ser de curto e longo prazo. No curto prazo,

devemos considerar os custos fixos e variáveis; no longo prazo todos os

fatores variam, portanto, apresentando somente custos variáveis (VIANA;

SILVEIRA, 2008).

A utilidade dos custos é permitir verificar o valor dos recursos

empregados por unidade produzida e compará-lo ao preço do produto. A partir

da comparação entre esses dois valores, é possível inferir sobre a rentabilidade

da atividade e, consequentemente, sobre a viabilidade econômica. Nota-se que

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o objetivo do cálculo do custo de produção é justamente determinar o custo

mínimo para fins de análise econômica. O custo de produção é a compensação

que os donos dos fatores de produção (terra, trabalho, capital) e dos recursos

financeiros de custeio utilizados por uma empresa para produzir determinado

bem devem receber, para que esses fatores continuem sendo fornecidos. Os

custos de produção das atividades agropecuárias servem de base para

subsidiar decisões gerenciais de curto prazo, medem a sustentabilidade de um

empreendimento em longo prazo e a capacidade de pagamento da atividade

(BARROS et al., 2009).

2.6.2. Composição do custo de produção

Para realizar a análise econômica da produção ovina, mensalmente há

coleta dos dados de todas as despesas contraídas, as receitas provenientes

dos produtos comercializados e os valores referentes aos produtos consumidos

na propriedade rural durante o período estudado.

É de extrema importância a realização de inventários patrimoniais

(maquinários, equipamentos e benfeitorias) no início e no fim do período

analisado. Juntamente com o inventário patrimonial, realizam-se inventários do

rebanho ovino da propriedade: no início, na metade, e no fim do período de

análise. A finalidade do inventário é calcular o custo fixo de depreciação de

benfeitorias e máquinas e a evolução do rebanho ovino (capitalização ou

descapitalização) dos ativos fixos de produção (VIANA; SILVEIRA, 2008).

Os dados referentes para os cálculos dos custos de produção estão

categorizados conforme a metodologia proposta por Matsunaga et al. (1976) e

adotada pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), da Secretaria de Agricultura

do Estado de São Paulo. O cálculo de custos de produção foi efetuado

separando-se o Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total

(COT) e Custo Total (CT), onde:

a) Custo Operacional Efetivo (COE): Considerou-se como COE as

despesas diretas da atividade e alguns custos fixos representados

pelo dispêndio de recursos financeiros (desembolsos) que, em sua

maioria, variam diretamente com o aumento ou diminuição da

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produção, tais como mão de obra, insumos agrícolas, insumos para

alimentação animal, entre outros.

b) Custo Operacional Total (COT): Foi composto pelo COE

acrescentado das despesas com mão de obra familiar e capacidade

gerencial, além das depreciações com máquinas, equipamentos,

benfeitorias e, no caso específico da ovinocultura, depreciações com

os reprodutores. No local da mão de obra familiar pode-se

considerar o pró-labore do empresário, quando for o caso.

c) Custo Total (CT): Foi obtido pelo acréscimo ao custo operacional

total (COT) do valor da remuneração do capital investido na

atividade e do custo oportunidade da terra. Os recursos produtivos

para análise da pesquisa são classificados como: terra, capital (fixo

e circulante) e trabalho.

2.6.3.Custo de Oportunidade

Para avaliar a viabilidade econômica de um sistema de produção é

fundamental o conhecimento do custo de produção, que permite a identificação

da real viabilidade do sistema produtivo. Assim o produtor passa a conhecer os

resultados financeiros obtidos de cada atividade da empresa rural.

Mediante esses resultados econômicos, o produtor pode tomar

conscientemente suas decisões e encarar o seu sistema de produção de

ovinos como uma empresa, Cezar, Costa e Pereira (2004). Porém, é

necessário que o produtor tenha postura empresarial e realize a avaliação dos

custos inerentes à produção e da rentabilidade do negócio, com informações

precisas do investimento inicial, receita bruta de acordo com a previsão de

produção, dos custos fixos e variáveis (BARROS et al., 2009).

A taxa de juros comparativa e pré-fixada é chamada de taxa mínima de

atratividade (TMA). A taxa de juros que o dinheiro investido proporcionará, via

de regra, deverá ser superior a uma taxa prefixada com a qual, mentalmente,

fazemos a comparação (HIRSCHFELD, 2000).

No momento do planejamento da atividade, o produtor tem a liberdade

para decidir seus investimentos. Se o produtor decide investir na criação de

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ovinos, incorre o custo de oportunidade, já que o produtor poderia investir seu

dinheiro em outra atividade, ou mesmo vender tudo e aplicar o dinheiro a juros

no banco. Para Hoffmann et al. (1981), os juros incidem sobre todo o capital

empregado na produção, quer de propriedade do empresário, quer obtido por

via de crédito.

2.7. Indicadores de rentabilidade econômica

Para a análise de rentabilidade da produção ovina, os dados serão

desmembrados em indicadores de rentabilidade: receita total, margem bruta,

margem líquida, índice de lucratividade e, finalmente o lucro. Adotou-se a

metodologia utilizada por Campos (2003).

a) Receita total: A receita total, relativa a determinado exercício,

compreende o valor de todos os produtos obtidos como resultado

do processo de produção da empresa durante um ano agrícola.

b) Margem bruta: É a diferença entre a receita bruta total e o custo

operacional efetivo. A MB representa a capacidade de a empresa

rural remunerar os custos diretos com a produção, sem levar em

conta os custos fixos e de oportunidade, a manter sustentabilidade

da empresa no curto prazo.

c) Margem líquida: É a diferença entre a RT e o custo operacional

total, incluindo assim o custo de oportunidade da terra e do capital.

d) Índice de lucratividade: Mostra a relação entre a margem líquida e

a receita total em percentual, esse percentual indica a renda

disponível da atividade, após o pagamento do COT (custo

operacional total).

e) Lucro: É a diferença entre a receita total menos o custo total.

Para Medeiros et al. (2004), no caso do custo total, foram incorporados

os custos de oportunidade, ou seja, a remuneração do capital investido. Pode-

se concluir o seguinte:

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21

i. O lucro positivo (L>0): significa que a opção do agricultor em alocar

seus recursos para a ovinocultura proporciona melhor retorno em

relação ao que obteria, caso tivesse adotado o uso alternativo.

ii. Para lucro igual a zero (L=0): o retorno capital investido na

ovinocultura proporcionou o mesmo retorno, se o produtor tivesse

optado pelo uso alternativo.

iii. Lucro menor que zero (L<0): há prejuízo, porém, o produtor, no

mínimo, deixou de ganhar ao optar pelo emprego dos recursos

produtivos na ovinocultura, pois teria melhor resultado, se tivesse

adotado o uso alternativo.

2.8. Indicadores da eficiência econômica

Para a análise da eficiência econômica, serão utilizados os indicadores:

ponto de nivelamento, produtividade total dos fatores, taxa de retorno do

empreendedor e renda da família, adotada pela metodologia de Guiducci et al.

(2012), conforme explicitado a seguir:

a) Ponto de nivelamento: corresponde a um nível de produção no qual o

valor das vendas se iguala aos custos totais. Essa é a produção que

maximiza a renda líquida gerada e permite a estabilidade do

empreendimento a longo prazo, caso contrário, não se sustentará.

b) Produtividade total dos fatores: é a medida pela razão entre receita

total e custo total. A produtividade total dos fatores deve ser, no

mínimo, igual a um para que o sistema de produção se sustente.

Porém, quanto mais alta for a PTF, melhor a rentabilidade do

investimento e mais eficiente é o sistema de produção.

c) Taxa de Retorno: A renda líquida fornece um importante indicativo

que é o resultado da atividade, que é a taxa de retorno. Dividindo a

renda líquida pelo custo total, obtém-se uma medida do retorno da

atividade, ou seja, a proporção em que cada unidade monetária

gasta na atividade resulta em lucro ao empreendedor.

d) Renda da Família: além da renda líquida, o produtor tem à sua

disposição a renda relativa à mão de obra familiar utilizada na

produção. Quando ele é o dono do montante investido (ou parte

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dele), terá a sua disposição o recurso relativo ao custo de

oportunidade do investimento, ou seja, os juros sobre os recursos

próprios investidos.

2.9.Indicadores de Viabilidade Econômica

Para avaliar a viabilidade econômica de um sistema de produção é

fundamental o conhecimento do custo de produção, que permitem a

identificação da real viabilidade do sistema produtivo. Assim o produtor passa a

conhecer os resultados financeiros obtidos de cada atividade da empresa rural.

A decisão de um investimento é a estimativa do retorno esperado ao

grau de risco associado a esse retorno. Os projetos de investimento para efeito

de análise serão representados por um diagrama denominado Fluxo de caixa.

O fluxo de caixa pode ser representando por meio de estimativas de

prováveis valores e prováveis cenários. Pode ser representado da seguinte

maneira:

Entradas de caixa: serão compostas pela receita bruta e

recuperação do capital;

Saídas de caixa: irão compor as saídas de caixa, as despesas de

custeio, investimentos em equipamentos, benfeitorias, animais,

terra, entre outros;

Taxa de juros: representa o valor do dinheiro no tempo do fluxo

de caixa.

Para se chegar a um conhecimento mais amplo da análise de

investimento dos sistemas de produção de forma segura e eficaz, é preciso

analisar todos os indicadores financeiros e econômicos. Cada um dos

indicadores estão definidos a seguir (GUIDUCCI et al., 2012):

a) Valor Presente Líquido (VPL)= tem como finalidade determinar um

valor no instante considerado inicial, a partir de um fluxo de caixa

formado de uma série de receitas e dispêndios trazidos para valores

do período zero. Em virtude de se usar a expressão desconto em

uma operação em que se determina o VPL, a taxa mínima de

atratividade (TMA). A referência para se definir a TMA é a taxa de

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juros praticada no mercado. O investimento só é viável se o VPL for

maior que zero.

b) Taxa Interna de Retorno (TIR)= é a taxa que torna o VPL de um

fluxo de caixa igual a zero. A TIR representa a taxa de desconto que

iguala a soma dos fluxos de caixa ao valor de investimento. O

investimento é viável se a TIR for superior à taxa mínima de

atratividade do mercado.

c) Período de Retorno do Capital (Payback) = É o período de tempo

necessário para a recuperação de um investimento. É de cálculo

simples e imediato; fornece uma primeira ideia da segurança e da

liquidez do projeto (GOUVEIA; HADDAD; RIBEIRO, 2006).

2.10.Análise de Sensibilidade

A análise de sensibilidade permite identificar os limites em que o preço

do produto pode variar sem comprometer a viabilidade econômica do sistema

de produção. É uma ferramenta essencial para o processo de tomada de

decisão no agronegócio, pois permite ao produtor rural visualizar o

comportamento econômico-financeiro de uma determinada atividade produtiva

diante da variação de determinado parâmetro técnico ou mercadológico

(GUIDUCCI et al., 2012).

A fim de verificar em que nível de preços (ou nível de produção) um

determinado sistema de produção é viável, propõe-se a análise de

sensibilidade para análise de viabilidade econômica do investimento. Dessa

forma, traçar diversos cenários e verificar até que ponto a viabilidade do projeto

se mantém em face às alterações propostas, servindo como base para análises

de risco: quanto maior a alteração dos resultados econômicos dadas as

mudanças nas variáveis mais suscetível será o risco do projeto

(SAMUELSON;MARKS, 2003; KAY et al., 2008).

Diante do exposto, verifica-se que algumas alternativas técnicas para a

produção de carne de cordeiros já foram concebidas, dentre elas o

confinamento como solução tecnológica para as condições tropicais. São

escassos, porém, estudos que comprovem a eficácia da terminação em

sistemas de suplementação a pasto e que comparem a qualidade da carne que

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chega ao consumidor. Além disso, o estudo da viabilidade econômica dos

sistemas de terminação de cordeiros permite o criador fazer sua opção de

maneira objetiva.

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3. REFERÊNCIAS GERAIS

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4. ARTIGO

VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE SISTEMAS DE

TERMINAÇÃO DE CORDEIROS

RESUMO: O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho técnico e

econômico-financeiro de sistemas de terminação de cordeiros em pasto e em

confinamento, visando oferecer ao ovinocultor um método de controle de seus

custos de produção, para comparar sistemas de produção que propiciem lucro,

por meio de análises de rentabilidade, eficiência econômica e sensibilidade.

Foram realizados dois experimentos: 1º) Sistema A:cordeiros confinados, com

dieta limitada de suplementação a 2% do peso vivo(concentrado energético-

proteico com 15% PB e 70% NDT), e silagem de sorgo ad libitum. 2º) Sistema

B:animais terminados em pastagem de capim-piatã, vedada por seis meses ao

pastejo ovino, em sistema de pastejo contínuo, com suplementação a 2% do

peso vivo. Os dois sistemas de produção apresentaram rentabilidade positiva,

a margem bruta de 34% no confinamento e 24% no pasto, a margem liquida de

31% no confinamento e 21% no pasto e o índice de lucratividade de 24% no

confinamento e 16% no pasto. A PTF foi de R$1,25 no confinamento e R$1,17

no pasto, o que indica que os sistemas de produção são rentáveis e eficientes.

A análise de sensibilidade apontou que o Lucro foi negativo no confinamento e

no pasto quando o preço teve declínio de 20% e 30%. A análise de

investimento dos sistemas de produção mostra que atividade é

economicamente viável, remunerando todos os fatores de produção e o capital

investido a uma taxa interna de retorno de 13% no confinamento e 11% no

pasto.

Palavras-chave: avaliação econômica, custo de produção, ovinocultura,

arranjo produtivo

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FINANCIAL AND ECONOMIC VIABILITY FOR LAMB FINISHING SYSTEMS

ABSTRACT: The objective was to evaluate the technical and financial

development of termination systems of lambs on pasture and confinement.

Which aims to provide the ovinocultor a control method of their production

costs. Furthermore, to compare production systems that provide profit through

profitability analysis, economic efficiency and sensitivity. Two experiments were

performed: System A: Lambs with limited diet supplementation to 2% of body

weight (energy-protein concentrate with 15% CP and 70% TDN) and sorghum

silage “ad libitum”; System B: Animals confined in “Piata” grass pasture, fenced

for six months to grazing sheep in continuous grazing system with

supplementation to 2% of body weight. The two production systems showed

positive profitability, with the gross margin of 34% in confinement and 24% in

the pasture. The net margin of 31% in confinement and 21% in the pasture.

24% in confinement and 16% in the pasture. The PTF was R$ 1,25 in

confinement and R$ 1,17 in the pasture, which indicates that production

systems are effective and efficient costs. The sensitivity analysis showed that

the income was negative in the feedlot and pasture when the price decreased in

20% and 30%. The investment analysis of production systems shows that

activity is economically viable, returning a profit of 13% in confinement and 11%

in the pasture.

Keywords: economic evaluation, cost of production, sheep breeding,

production arrangement

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4.1. INTRODUÇÃO

A criação de ovinos está disseminada por todo o território brasileiro, das

558 microrregiões do país, 547 têm algum registro de ovinos em suas áreas, ou

seja, 98% das microrregiões brasileiras têm a presença dos ovinos. A região

Nordeste concentra a maior criação desses pequenos ruminantes, com

participação de 57% do rebanho dos ovinos do Brasil. Dos dez maiores

estados produtores, cinco estão situados na região do Nordeste (Bahia, Ceará,

Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), dois na região Sul (Rio Grande do

Sul e Paraná), dois na região do Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul e Mato

Grosso), um na região Sudeste (São Paulo). A participação do estado de Mato

Grosso do Sul é de 3% da produção de Ovinos no Brasil (MARTINS;

ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2012).

A região Centro-Oeste representa cerca de 6% do rebanho nacional,

contando com 1.078.316 milhões de cabeças (IBGE, 2012). A região Sudeste

concentra grande parte do mercado de carne ovina, enquanto a região Centro-

Oeste comporta potencial favorável em razão da inserção da ovinocultura nos

sistemas integrados de produção de bovinos de corte. O Estado de Mato

Grosso do Sul possui grande potencial para a produção de carne ovina

nacional, devido a sua localização geográfica, condições climáticas e perfil para

produção em larga escala (COSTA; GONZALEZ, 2012).

A definição de modelos de produção que promovam maior taxa de

ganho de peso das crias, menores intervalos de partos e períodos de serviço

representam um pilar básico para o desenvolvimento e o crescimento da

ovinocultura com sucesso (CUNHA; SANTOS; BUENO, 2008). Segundo Costa

e Gonzalez (2012) o produtor que deseja investir na ovinocultura de corte deve

buscar aumento nos índices zootécnicos dos cordeiros, promovendo melhorias

no manejo alimentar, reprodutivo e sanitário com condições que se ajustem a

cada sistema de produção e, por meio de alternativas tecnológicas e gerenciais

de maior viabilidade técnico-econômica, conseguir produzir carne de mais

qualidade.

Portanto, o presente estudo teve o objetivo de avaliar o desempenho

econômico-financeiro dos sistemas de terminação de cordeiros a pasto e em

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confinamento, ambos suplementados com 2% do peso corporal, visando

oferecer ao ovinocultor um método de controle de seus custos de produção.

4.2. MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi conduzida no Campo Experimental de Terenos (Fazenda

Modelo) da Embrapa Gado de Corte, em Campo Grande, MS. A área

experimental situa-se nas coordenadas geográficas 20º55’34” S e 54º81’24” W,

altitude de 532 m. Foram realizados dois experimentos nos seguintes períodos

em 2011 e 2012, respectivamente, de 21 de junho a 23 de agosto e de 8 de

agosto a 17 de outubro de 2012. Foram comparados dois sistemas de

terminação de cordeiros:

Sistema A– cordeiros confinados, com dieta limitada de suplementação

a 2% do peso vivo (concentrado energético-proteico com 15% PB e 70% NDT),

e silagem de sorgo ad libitum 2.

Sistema B– animais terminados em pastagem de capim-piatã3, vedada

por seis meses ao pastejo ovino, em sistema de pastejo contínuo, com

suplementação a 2% do peso vivo.

Nos dois experimentos os animais foram vacinados contra clostridioses

e foram realizadas as coletas das fezes para exame de OPG (número de ovos

de nematódeos por grama de fezes). A coleta de fezes foi concomitante às

pesagens, pois os resultados serviram para eventuais alterações na dieta

(proporção de volumoso ou forragem/concentrado).

A área destinada ao experimento A compreendeu um aprisco adaptado

para o confinamento, com área de 200 m² e o experimento B utilizou-se de uma

área de 1,2 ha de pasto formado por capim-piatã.

Os cordeiros apresentaram peso médio na desmama de 16 Kg, aos 60

dias, e foram distribuídos em dois sistemas de terminação, sendo 50 cordeiros

em pasto e 50 cordeiros em confinamento. Nas instalações do confinamento a

área era de 2 m² por animal em piso concretado.

2ad libitum- a vontade. 3Capim-piatã- A planta produz forragem de melhor qualidade; é superior na produção de folhas e talos mais finos; apresenta precocidade produtiva; tolera mais a umidade do solo; é resistente à cigarrinha; e é mais produtiva na seca.

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Os cordeiros dos sistemas A e B receberam suplementação com

concentrado energético-proteico, com os mesmos teores de proteína bruta e

nutrientes digestíveis totais, constituída percentualmente dos seguintes

ingredientes:

Quadro 2. Fórmula da Ração do Confinamento

Ingredientes ANO 1 ANO 2

Farelo de Soja 45% 10,0% 18,5%

Milho grão seco 83,8% 76,2%

Sal Mineral 4,8% 3,4%

Sulfato de Amônia 0,1% 0,9%

Ureia 1,3% 0,9%

Total 100,0% 100,0%

Os animais foram abatidos ao atingirem o peso médio de 26,71 kg em

2011 e de 26,22 Kg no ano de 2012.

As planilhas de cálculos foram montadas com os dados coletados nos

experimentos dos dois sistemas de terminação. Foram elaborados os

inventários patrimoniais (máquinas, equipamentos e benfeitorias), no início e no

fim dos períodos analisados. A finalidade do inventário é calcular o custo fixo

de depreciação de benfeitorias, máquinas e equipamentos (VIANA, 2008). Nos

AnexosA1, A2, A3 e A4constam os inventários dos anos 1 e 2.

Para calcular o custo de oportunidade, que é o mínimo que o produtor

deixa de ganhar em outra atividade para investir na ovinocultura, foi

determinada uma taxa mínima de atratividade de 6% ao ano (taxa real de juros

da caderneta de poupança).

O método utilizado no cálculo da depreciação do capital imobilizado foi o

de cotas fixas (ou linear), com valor residual de 10%, em que se considera o

valor novo, subtraído do valor residual e dividido pela vida útil (HIRSCHFELD,

2000). Logo: Depreciação = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙−𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙

𝑉𝑖𝑑𝑎 ú𝑡𝑖𝑙

Na pesquisa realizada foi considerado o valor de aquisição do hectare

da terra de R$ 8.000,00 (oito mil reais). Segundo Canziani e Guimarães (2009),

a valorização dos preços reais das terras no Brasil oscila entre 3 e 5 % ao ano.

Optou-se por considerar a taxa de 3% ao ano sobre o valor médio histórico da

terra. Essa taxa foi definida pela diminuição da valorização da terra sobre os

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juros do mercado (média 6% ao ano). Nesse sentido, os juros sobre a terra

podem ser calculados da seguinte forma, Silva et al. (2008):

𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎

= 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑥 (6% − 3%)𝑎𝑜 𝑎𝑛𝑜

𝐽𝑢𝑟𝑜𝑠 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑒 𝑜 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 = 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚é𝑑𝑖𝑜 ℎ𝑖𝑠𝑡ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑑𝑎 𝑡𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑥 3% 𝑎𝑜 𝑎𝑛𝑜

Para estabelecer o custo de oportunidade das benfeitorias, máquinas e

equipamentos, os juros por ano foram calculados para cada bem

individualmente pela fórmula (CONAB, 2010):

( % 6 juros de Taxa *)2

alValorIniciValorFinal .

O capital de giro foi composto pela aquisição da compra dos cordeiros.

Como o capital de giro não fica empatado durante todo o período, o cálculo foi

realizado considerando-se a metade desse capital (CANZIANI, 2005),

multiplicado pela taxa de juros de 6% ao ano (custo de oportunidade).

Os custos com o pasto incluíram os insumos utilizados na formação,

como semente de capim, calcário, superfosfato simples, formicida granulado e

herbicida, e o aluguel de máquinas para aplicação de adubos e plantio

conforme anexo (A6 e A7). A depreciação anual da pastagem foi calculada pelo

somatório dos insumos necessários para formação do pasto (capim piatã)

dividido pelo período de dez anos (BARROS e FERNANDES, 2014).

A mão de obra considerada nos dois sistemas de produção foi a de um

funcionário com um salário mínimo regional rural, de R$ 785,00 por mês

(FAMASUL, 2014), mais encargos trabalhistas de 45,59% sobre o total anual

(CONAB, 2010). No Anexo A8, consta o cálculo realizado.

Os preços de aquisição dos insumos utilizados nos sistemas foram os

preços médios de mercado praticados no segundo semestre do ano de 2014,

com base em orçamentos realizados nas empresas de comercialização de

produtos agropecuários na cidade de Campo Grande, no estado de Mato

Grosso do Sul, para a elaboração do custo de produção.

O custo da energia elétrica foi estimado, baseado em informações

obtidas na Empresa Energética do Mato Grosso do Sul (ENERSUL, 2014).

Como se optou por avaliar o sistema de produção dos cordeiros dentro

da porteira, o preço do produto é livre de despesas de comercialização, não

incidem tributos e taxas no preço, trata-se do preço líquido ao produtor, por

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isso, a receita total é aquela efetivamente apurada por ele (MARTINS;

ALBUQUERQUE; OLIVEIRA, 2012).

Para o custo de produção dos ovinos, foi elaborada uma planilha no

programa Excel. O cálculo do custo de produção foi efetuado separando-se o

Custo Operacional Efetivo (COE), Custo Operacional Total (COT) e Custo Total

(CT). Para isso, considerar-se-á como COE as despesas diretas da atividade

que, em sua maioria, variam diretamente com o aumento ou diminuição da

produção, tais como alimentação, sanidade, mão de obra, entre outros. O COT

foi composto pelo COE acrescentado das depreciações com máquinas,

equipamentos, benfeitorias. O CT foi obtido pelo acréscimo ao COT do valor da

remuneração do capital investido na atividade e do custo de oportunidade da

terra.

A determinação dos custos permitiu identificar os indicadores de

rentabilidade e eficiência econômica.

Para os cálculos dos indicadores de rentabilidade foram analisados os

resultados de: Receita total (RT), Margem Bruta (MB), Margem líquida (ML),

índice de Lucratividade (IL) e Lucro (L) ou Renda liquida (RL). A metodologia

adotada foi à utilizada por Campos (2003).

a) Receita Total- As receitas da atividade nos sistemas de terminação

de cordeiros foram compostas pela venda dos cordeiros vivos.

A fórmula é RT= P.q, em que:

P = preço unitário do cordeiro vivo

q = número de cordeiros

b) Margem Bruta- A Margem Bruta é a diferença entre a receita total e

o Custo Operacional Efetivo (COE). A MB representa a capacidade que uma

empresa rural tem de remunerar os custos diretos com a produção, sem levar

em conta os custos fixos e de oportunidade, assim, manter a sustentabilidade

da empresa no curto prazo, é calculada pela fórmula: 𝑀𝐵 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑂𝐸

Em termos percentuais pode ser calculada a Margem Bruta pela

seguinte expressão:

100)(

XCOE

COERTMB

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Quando a MB é superior a zero (RT>COE), a exploração está se

remunerando e sobreviverá pelo menos no curto prazo, caso a MB seja inferior

a zero, ela é considerada antieconômica, (RT<COE), significa que a atividade

está resultando em prejuízo. No caso em que a MB seja igual a zero

(RT=COE), se o produtor não tiver outra atividade, não resistirá por muito

tempo na atividade.

c) Margem Líquida- A Margem Líquida (ML) é a diferença entre a

Receita Total e o Custo Operacional Total (COT). É calculada pela fórmula:

𝑀𝐿 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑂𝑇

Segundo Nogueira et al. (2001), tem-se que:

i. Se a Margem Líquida for positiva, ML >0- significa que o produtor

pode permanecer na atividade no longo prazo, quando a RT é superior ao

COT;

ii. Se o valor da produção das explorações for igual ao total dos custos,

ou seja, ML=0, a propriedade estará no ponto de equilíbrio e em condições de

refazer, no longo prazo, seu capital fixo;

iii. Se a Margem Líquida for negativa, ML<0, RT é inferior ao COT,

significa que alguns fatores de produção não estão sendo remunerados,

indicando que o produtor se encontra em um problema crescente de

descapitalização (prejuízo econômico).

d) Índice de Lucratividade (IL) e Lucro (L) - O índice de lucratividade

mostra a relação entre a Margem líquida e a Receita total em percentual, esse

percentual indica a renda disponível da atividade, após o pagamento do COT

(custo operacional total), é calculada através da fórmula: 100XMB

MLIL

Por fim, o lucro (L) ou renda líquida (RL) é resultante da diferença entre

a receita total e o custo total, é calculada pela fórmula: 𝐿 = 𝑅𝑇 − 𝐶𝑇

No caso do custo total, foram incorporados os custos de oportunidade,

ou seja, a remuneração do capital investido. Pode-se concluir o seguinte:

i. O lucro positivo (L>0) significa que a opção do agricultor em alocar

seus recursos para a ovinocultura proporcionou melhor retorno em relação ao

que obteria caso tivesse adotado o investimento na poupança.

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ii. Para Lucro igual a zero (L=0), o retorno capital investido na

ovinocultura proporcionou o mesmo retorno que o produtor teria, se optasse

pelo investimento na poupança.

iii. Lucro menor que zero (L<0), há prejuízo, porém, o produtor, no

mínimo, deixou de ganhar ao optar pelo emprego dos recursos produtivos na

ovinocultura, teria melhor resultado, se tivesse aplicado na poupança.

Para os indicadores da eficiência econômica, foram analisados:

Produtividade total dos fatores (PTF), taxa de retorno (TR), ponto de

nivelamento (PN) e renda da família. Adotou-se a metodologia utilizada por

(MARTINS et al., 2012).

e) Produtividade total dos fatores (PTF) - a PTF é medida pela razão

entre a receita total e custo total, CT

RTPTF

A produtividade total dos fatores deve ser no mínimo, igual a um para

que o sistema de produção se sustente. Porém, quanto mais alta for a PTF,

melhor a rentabilidade do investimento e mais eficiente é o sistema de

produção.

f) Taxa de Retorno (TR)- A Renda líquida fornece um importante

indicativo que é o resultado da atividade ou taxa de retorno. Dividindo a renda

líquida pelo custo total, obtém-se uma medida do retorno da atividade, ou seja,

a proporção em que cada unidade monetária gasta na atividade resulta em

lucro ao empreendedor. A TR pode ser obtida pela PTF menos um,

1 PTFCT

RLTR

g) Ponto de Nivelamento (PN) - O PN calcula quantas unidades do

produto é necessário produzir para cobrir o custo de produção, Py

CTPN , onde:

PN= Ponto de Nivelamento

CT= Custo total de produção

Py= Preço unitário de venda do produto (R$/cabeça)

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Se produzir abaixo do nível do PN, o sistema de produção terá renda

líquida negativa e não se sustentará.

h) Renda da família - Além da renda líquida, o produtor tem à sua

disposição a renda relativa à mão de obra familiar utilizada na produção.

Quando ele é o dono do montante investido e não recorre a financiamentos,

terá à sua disposição o recurso relativo ao custo de oportunidade do

investimento, ou seja, os juros sobre os recursos próprios investidos.

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑓𝑎𝑚í𝑙𝑖𝑎 = 𝑅𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑎 + 𝑐𝑢𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑝𝑜𝑟𝑡𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 + 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑜 𝑓𝑎𝑚𝑖𝑙𝑖𝑎𝑟

Os cordeiros para terminação foram adquiridos pelo preço médio de

R$ 5,96 por kg de peso vivo, segundo o Centro de Inovação Tecnológica e

Extensão Universitária da Faculdade de Engenharia de Alimentos e Zootecnia

da USP, que realiza levantamentos semanais dos preços praticados para

comercialização de cordeiros para abate, nas principais regiões produtoras e

consumidoras do estado de São Paulo.

Os preços de venda para o cálculo da receita foram estabelecidos com

base naqueles praticados tanto na região de São Paulo quanto no estado do

MS (CORREA et al., 2015) de R$ 5,96 o quilo vivo conforme Figura 4.

Figura 4. Variação dos preços médio, mínimo e máximo do cordeiro no estado

de São Paulo, de 2009 a 2014 (R$/Kg Vivo). (FONTE: Adaptado de

UNICETEX/FZEA/USP, 2014).

Observa-se que o preço do cordeiro do ano de 2009 a 2014 teve um

aumento no preço médio de 60%, a maior variação no preço foi no ano de 2010

comparado com o ano de 2009, crescimento de 31% de variação, no ano de

PR

O

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2012 para o ano de 2013, obteve uma queda no preço de 2,53%, do ano de

2013 para o ano de 2014, crescimento na variação de preço de 19%.

Os preços cotados são de animais de todas as raças, de 25 a 40 kg e,

no máximo, com 160 dias de idade. Para um rendimento de carcaça de 45%,

as informações obtidas com o informativo semanal do indicador de preço do

cordeiro paulista são repassadas na forma de boletins mensais, como mailing

eletrônico, sites de associações de criadores e mídia impressa.

Para a análise de sensibilidade, que permite identificar os limites em que

o preço do cordeiro vivo pode variar sem comprometer a viabilidade econômica

dos sistemas de produção, foram considerados os preços em três níveis

desfavoráveis {-10%, -20%, -30%} e em três favoráveis {+10%, +20%, +30%},

para os sistemas avaliados.

As planilhas de custo de produção e do fluxo de caixa foram montadas

com os dados coletados nos experimentos, oriundos de 50 cordeiros

terminados em pastagem e 50 no confinamento. No ano 1, o período de

terminação dos dois sistemas foi de 63 dias e, no ano 2, o período de

terminação foi de 70 dias. Entretanto, para que os resultados pudessem ser

comparados e realizar a análise de viabilidade econômica da atividade,

considerou-se o valor médio dos dois anos no confinamento e no pasto com a

capacidade máxima de produção de cada sistema no período de um ciclo anual

de produção (365 dias).

Para elaboração da simulação da viabilidade econômica da atividade

dos referidos sistemas de produção, foram definidos o aumento das áreas dos

experimentos de acordo com a estrutura e a capacidade máxima de produção.

Nas instalações do sistema de confinamento, o espaço utilizado por animal foi

de 0,5m², segundo Embrapa Caprinos (2005) e a área do sistema em pasto foi

de 6 há, pastagem formado por capim-piatã. Ainda para tornar viável a análise

econômica considerara-se no sistema de confinamento quatro ciclos de

produção, cada ciclo com a quantidade de 500 cordeiros, totalizando 2.000

cordeiros no ano. Para o sistema em pasto, foram considerados três ciclos,

sendo dois ciclos no período das águas, com 500 cordeiros cada e um ciclo no

período seco com 250 cordeiros, totalizando 1.250 cordeiros no ciclo anual de

produção.

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O fluxo de caixa foi realizado para dez anos. As entradas de caixa foram

compostas pela receita total (vendas dos cordeiros vivos) e o valor residual do

investimento. As saídas foram compostas pelo investimento inicial (instalações,

máquinas e equipamentos, terra) e capital de giro (GUIDUCCI et al., 2012). Do

ano 1 ao 9, o saldo nominal foi obtido, deduzindo-se o COE (despesa) da RT

(recebimento).O saldo nominal foi corrigido ano a ano pela taxa de juros de 6%.

Realizou-se o seguinte cálculo: [𝑆𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑁𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙

(1+0,06)𝑛], em que n é o número de anos

decorridos desde o ano zero. No 10º ano do projeto, somou-se à receita das

vendas dos cordeiros vivos e o valor residual do investimento, sendo subtraído

desse valor o COE. Essa metodologia foi descrita por Noronha (1987).

A partir do fluxo de caixa, foram considerados três indicadores de

viabilidade econômica: Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno

(TIR) e o Período do Retorno do Capital (Payback), em que:

a) VPL= tem como finalidade determinar um valor no instante

considerado inicial, definido como a soma dos saldos do fluxo de caixa,

descontados a TMA de 6%, adotada pela pesquisa. O investimento só é viável

se o VPL for maior que zero.

VPL=-C0+ ∑𝑎𝑖

(1+𝑇𝑀𝐴)𝑖

𝑛𝑖=1

Em que:

C0= investimento inicial no período 0.

𝑎𝑖= fluxo de rendimento no período i.

TMA= taxa mínima de atratividade

i= período, em que i = 1, 2..., i.

b) TIR= É a taxa anual de retorno do capital investido. O investimento é

viável se a TIR for superior à TMA de 6% a.a. Para esse cálculo utilizou-se o

software Excel 2010® (Microsoft Corporation), através do comando =

𝑇𝐼𝑅 (𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑎𝑛𝑜 𝑧𝑒𝑟𝑜: 𝑠𝑎𝑙𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑒𝑧), que fornece o

valor da TIR em percentual.

c) Período do Retorno do Capital (Payback)= Indica os períodos (anos)

necessários para que o produtor recupere o capital investido.

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𝑃𝑒𝑟í𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑜 𝑅𝑒𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 = 𝐼𝑛𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜

𝑅𝑒𝑛𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙

4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Primeiramente, será apresentada uma análise comparativa dos sistemas

determinação com 50 cordeiros, com área de 200 m² no confinamento e a área

de 1,2 ha de pasto formado por capim-piatã no período de 67 dias (Tabela 4).

Tabela 4. Resultados Produtivos obtidos nos Sistemas de Terminação experimentais com 50 Cordeiros.

Sistema de terminação/Resultado Confinamento Pasto

Peso Médio Vivo Inicial (Kg) 15,76 15,87

Peso Médio Vivo do abate (kg) 26,60 26,33

Ganho médio diário (g) 163,17 157,43

Números de dias na terminação 67 67

Rendimento de carcaça (%) 45 45

Peso das Carcaças Quente (kg) 11,97 11,85

Mortalidade dos cordeiros (%) 0 3

Números de animais abatidos (cab.) 50 49

Carcaça Total (Kg) 598 574

Peso Total do lote Vivo (Kg) 1330 1276

(FONTE: Dados experimentais).

Constataram-se diferenças no ganho médio diário entre os sistemas de

terminação de cordeiros, no confinamento e no pasto. Os cordeiros no

confinamento ganharam 10,84 kg e no pasto 10,46 kg no período. O peso

médio para o abate foi de 26,6 kg no confinamento e 26,33 kg no pasto. O

rendimento de carcaça foram os mesmos nos períodos analisados - de 45%.

Os cordeiros foram abatidos com idade média de 143 dias. A mortalidade dos

cordeiros foi maior no sistema em pasto 3%, apresentando como principal

causa a fotossensibilização.

Em seguida, serão apresentados os resultados das simulações (Tabela

5) dos dois sistemas analisados com o aumento da área de 250 m² no

confinamento e no pasto uma área de 6 ha de pasto formado por capim-piatã.

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Os dados levantados para análise de simulação referem-se a um período

equivalente a um ciclo anual de produção (365 dias).

Tabela 5. Resultados Produtivos obtidos na simulação dos Sistemas de Terminação ciclo de produção anual.

Sistema de terminação/Resultado Confinamento Pasto

Peso Médio Vivo Inicial (Kg) 15,76 15,87

Peso Médio Vivo do abate (kg) 26,60 26,33

Ganho médio diário (g) 163,17 157,43

Números de dias na terminação 268 201

Rendimento de carcaça (%) 45 45

Peso das Carcaças Quente (kg) 11,97 11,85

Mortalidade dos cordeiros (%) 0 3

Números de animais abatidos (cab.) 2000 1213

Carcaça Total (Kg) 23937 14357

Peso Total do lote Vivo (Kg) 53193 31904

(FONTE: dados simulados).

Observa-se que o número de animais abatidos no confinamento é 65%

maior que em pasto. Com o peso total do lote de peso vivo de 53.193 kg e

31.904 kg no confinamento e em pasto.

Os dados gerados da pesquisa permitiram definir a informação para a

simulação da viabilidade econômica da atividade. O detalhamento dos custos

de produção dos sistemas de terminação de cordeiros encontra-se na (Tabela

6).

Os valores dos componentes dos custos de produção estão expressos

em reais, os fatores de produção trazem suas unidades de aferição conforme

suas especificações. Segundo descrito anteriormente, nesses sistemas, os

produtores executam apenas a fase de terminação (engorda) dos cordeiros.

Nesse cenário, o custo total para terminar 2.000 cordeiros no

confinamento foi de R$ 254.335,02 e para terminar 1.250 em pasto foi de R$

163.204,54. Na mesma comparação, no sistema confinamento tem-se aumento

de 56% no custo total em relação ao pasto.

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45

CONFINAMENTO + 2% de Suplementação

A- CUSTO OPERACIONAL EFETIVO 236.739,68 93,08% 153.788,99 94,23%

1.Custo de Aquisição dos Cordeiros 187.812,45 73,84% 118.234,39 72,45%

2. Alimentação 23.333,55 9,17% 12.825,99 7,86%

Ração do Concentrado Kg 29180 0,59 17.171,97 6,75% 21885 0,58 12.825,99 7,86%

Silagem Kg 101880 0,06 6.161,58 2,42%

3. Sanidade 6.940,00 2,73% 4.427,50 2,71%

Vermífugos ml 2000 1,36 2.720,00 1,07% 1250 1,36 1.700,00 1,04%

Mata-bicheiras Tubo 120 6,00 720,00 0,28% 90 6,00 540,00 0,33%

Luvas de procedimento Par 2000 0,50 1.000,00 0,39% 1250 0,50 625,00 0,38%

Outros R$/Cab 2000 1,25 2.500,00 0,98% 1250 1,25 1.562,50 0,96%

4. Mão de Obra 13.554,96 5,33% 13.554,96 8,31%

Mão de obra contratada + Encargos/mês R$/dia 365 37,14 13.554,96 5,33% 365 37,14 13.554,96 8,31%

5. Outros Custos 4.054,73 1,59% 1.370,07 0,84%

Combustível e lubrificantes R$/litro 584 3,00 1.752,00 0,69%

Energia elétrica R$/KWh 4736 0,24 1.150,00 0,45% 591 0,24 141,84 0,09%

Telefone Dias 365 0,47 173,23 0,07% 365 0,47 173,23 0,11%

Material de escritório Unidade 9 20,00 180,00 0,07% 4 20,00 80,00 0,05%

Brincos para identificação Unidade 2000 0,78 799,50 0,31% 1250 0,78 975,00 0,60%

6- Manutenção e Conservação 1.044,00 0,41% 3.376,08 2,06%

Volumoso (Silagem) Unidade 3 348,00 1.044,00 0,41%

Formação de pastagens (ha) 2.867,39 1,76%

Manutenção de pastagens (ha) 508,69 0,31%

B- CUSTO OPERACIONAL TOTAL- COT 240.573,38 94,59% 156.971,32 96,18%

Depreciação 3.833,70 1,51% 3.182,33 1,95%

Benfeitorias 2.823,00 1,11% 1.989,00 1,22%

Máquinas e Equipamentos 1.010,70 0,40% 634,50 0,39%

Pastagens 558,83 0,34%

C- CUSTO TOTAL (CT) 254.335,02 163.204,54

Custo de Oportunidade (6% a.a) 13.761,63 5,41% 6233,22 3,82%

Benfeitorias 2.921,64 1,15% 1452,20 0,89%

Máquinas e Equipamentos 4.085,82 1,61% 208,69 0,13%

Terra 864,71 0,34% 864,71 0,53%

Capital de Giro 5.889,46 2,32% 3707,62 2,27%

Custo Total por cordeiro cabeça 127,17 134,74

Custo Total por cordeiro (kg Vivo) 4,78 5,12

Custo Total por cordeiro (kg carcaça) 10,63 11,37

COE do cordeiro (Kg vivo) 4,45 4,82

COT do cordeiro (Kg vivo) 4,52 4,92

PASTO VEDADO + 2% de suplementação

Participação (%) Unidade Quantidade Valor Valor total Participação Quantidade Valor Valor total

Tabela 6. Comparativo dos custos anuais de sistema de terminação de cordeiros- (Valores em R$)

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46

De todos os fatores agregados, o item que mais onerou o sistema de

produção foi o custo da aquisição do cordeiro que representa no confinamento

73,84% e em pasto 72,45% dos custos totais de produção. Na Figura 5 constam

os custos de produção.

O segundo item que mais onerou no confinamento foi a alimentação com

9,17%, já no pasto foi o item mão-de-obra com 8,31% do custo total de produção.

A análise da terminação de cordeiros em confinamento realizada por Barros et al.

(2009) indicou como os itens que mais influenciaram no custo operacional efetivo:

alimentação: 33,4% e mão de obra: 23,7%. No pasto, no mesmo trabalho os

autores indicaram os itens: alimentação, 10,72% e mão de obra 9,36%.

Figura 5. Valores absolutos do custo total (dados experimentais).

A depreciação e a sanidade apresentam valores muito próximos, outros

custos (combustível, energia, telefone, etc.), manutenção e conservação têm os

maiores percentuais no confinamento do que no pasto, conforme a Figura 5.

Analisando-se a Tabela 7, que apresenta os indicadores de rentabilidade do

sistema de terminação de cordeiros, observa-se que a receita obtida foi maior no

sistema de confinamento, no valor de R$ 317.028,76 que gerou a quantidade de

53.193 kg de carne produzida superior à quantidade produzida do sistema

terminado em pasto, que foi de 31.904 kg, com valores de receitas de R$

190.148,11.

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Tabela 7. Indicadores de Rentabilidade do Sistema de Terminação de Cordeiros

Indicadores de Rentabilidade Confinamento Pasto

Receita Total (R$) 317.028,76 190.148,11

Custo Total (R$) 254.335,02 163.204,54

Margem Bruta = RT-COE (R$) 80.289,08 36.359,12

Margem Bruta (%) 34% 24%

Margem Líquida = RT-COT (R$) 76.455,38 30.024,77

Margem Líquida (%) 32% 21%

Índice de Lucratividade- IL (%) 24% 16%

Lucro=RT – CT (R$) 62.693,74 26.943,56 (FONTE: Dados experimentais).

Observa-se que a MB é positiva no confinamento e no pasto. Isso mostra

que a RT é superior ao COE. No curto prazo, o produtor poderá permanecer na

atividade, já que sobra dinheiro para remunerar os custos fixos. Em percentuais, a

MB foi 34% no confinamento e 24% no pasto.

A ML foi positiva em ambos os sistemas. Isso significa que o produtor pode

permanecer na atividade no longo prazo, a RT é superior ao COT, em percentuais,

a ML foi de 32% e 21%.

O IL, por consequência, foi positivo em ambos os sistemas, o que mostra a

relação entre a ML e a RT em percentual disponível na atividade, após o

pagamento do COT. A menor rentabilidade foi no pasto, de 16%.

Após a remuneração de todos os fatores da produção, obtém-se o lucro,

conforme a Figura 6. O lucro foi positivo no confinamento e no pasto. Isso significa

que a opção do produtor em alocar seus recursos na ovinocultura proporcionou

retorno ao investimento.

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Figura 6. Lucro por kg vivo. (FONTE: Dados experimentais).

O maior lucro foi obtido no confinamento, de R$ 1,18 por kg/vivo, pasto foi

de R$ 0,84 por kg vivo. O lucro por kg/vivo no confinamento é 40% superior ao do

pasto, conforme a Figura 7

Figura 7. Lucro por cordeiro vivo (cabeça).(FONTE: Dados experimentais).

R$ 1.18 R$ 0.84

R$ 5.96 R$ 5.96

R$ 4.78 R$ 5.12

R$ -

R$ 1.00

R$ 2.00

R$ 3.00

R$ 4.00

R$ 5.00

R$ 6.00

R$ 7.00

Confinamento Pasto

Lucro

Preço de venda

Custo

Preço de Venda por cordeiro vivo (cabeça)

Custo Total por cordeiro vivo (cabeça)

Lucro por cordeiro vivo (cabeça)

R$ 158.51

R$ 127.17

R$ 31.35

R$ 156.82

R$ 134.60

R$ 22.22

Pasto Confinamento

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O lucro por cordeiro vivo (cabeça) no confinamento é de R$ 31,35 e no

pasto R$ 22,22, a queda do custo total por cabeça no confinamento é de 6% em

relação ao pasto.

Tabela 8. Indicadores de Eficiência Econômica do Sistema de Terminação de Cordeiros.

Indicadores da Eficiência Econômica Confinamento Pasto

Renda Liquida (R$) 62.693,74 26.943,56

Ponto de Nivelamento (Cabeças) 1.604 1.041

Ponto de Nivelamento (Kg/Vivo) 42.674 27.383

Produtividade total dos fatores (PTF) 1,25 1,17

Taxa de Retorno- TR (%) 0,25 0,17

Renda da família (R$) 76.455,38 33.176,78

Renda Mensal (R$) 6.371,28 2.764,73 (FONTE: Dados experimentais).

A RL foi maior no sistema de terminação no confinamento, que apresenta

a RL de 133% maior que o pasto. Esse resultado indica que os dois sistemas são

viáveis economicamente.

O Ponto de Nivelamento, que indica a quantidade de produto necessário

para cobrir todos os custos de produção, permite a estabilidade no sistema de

produção analisados que é de 1.604 e 1.041 cabeças nos sistemas de

confinamento e em pasto. Abaixo do nível de produção de 42.674 e 27.383 kg, a

renda líquida gerada seria negativa, o que tornaria os sistemas de produção

inviáveis economicamente.

A Produtividade Total dos Fatores (PTF), que é medido pela razão entre a

receita total e o custo total, foram de R$ 1,25e R$ 1,17, o que indica que os

sistemas de produção são rentáveis e eficientes, quanto maior a PTF, melhor a

rentabilidade do investimento.

A Taxa de Retorno, que consiste na relação renda líquida e custo total,

também foi superior nos sistemas analisados de 0,25% e 0,17%. Isso significa

que, para cada R$ 1,00 gasto com o sistema de terminação no confinamento, ele

gerou, o equivalente a R$ 0,25 de renda líquida, enquanto em pasto no R$ 0,17.

Observa-se então que a melhor taxa de retorno foi no sistema confinamento.

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50

A renda da família, que é a soma da renda líquida mais o custo de

oportunidade (quando esse for de propriedade do produtor), é superior em 130%

no confinamento em relação ao pasto. Para cada mês de trabalho, a renda mensal

do produtor é de R$ 6.371,28 no confinamento e R$ 2.764,73 em pasto.

A análise de sensibilidade praticada na pesquisa que permitiu identificar os

limites do preço do cordeiro vivo, que provocou alterações nos indicadores de

eficiência econômica dos sistemas de produção. Foi considerada a faixa de -30%

até +30% dos seus valores originais que é de R$ 5,96, com intervalo de 10%,

resultando em seis cenários avaliados para cada sistema de produção, conforme

Figura 8.

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Situação

Neutra

Situação

Neutra

-10% -20% -30% 0% 10% 20% 30% -10% -20% -30% 0% 10% 20% 30%

5,36 4,77 4,17 5,96 6,56 7,15 7,75 5,36 4,77 4,17 5,96 6,56 7,15 7,75

Lucro ou Renda Liquida (R$) 30.778,10 -605,62 -32.521,27 62.693,74 94.609,39 125.993,11 157.908,76 7.801,14 -11.022,25 -30.164,68 26.943,56 46.085,99 64.909,38 84.051,80

Ponto de nivelamento (Cabeças) 1.784 2.005 2.293 1.604 1.458 1.337 1.234 1.157 1.300 1.487 1.041 945 867 800

Ponto de nivelamento (Kg) 47.451 52.796 61.528 42.674 38.771 35.222 33.106 30.449 34.073 38.094 27.383 24.879 22.731 20.497

Produtividade total dos fatores (PTF) 1,12 1,00 0,87 1,25 1,37 1,50 1,62 1,05 0,93 0,82 1,17 1,28 1,40 1,52

Taxa de retorno- TR (%) 0,12 0,00 -0,13 0,25 0,37 0,50 0,62 0,05 -0,07 -0,18 0,17 0,28 0,40 0,52

Renda da família (R$) 44.539,73 13.156,01 -18.759,64 76.455,38 108.371,02 139.754,74 171.670,39 14.034,36 -4.789,03 -23.931,46 33.176,78 52.319,21 71.142,60 90.285,02

Renda da família mensal 3.711,64 1.096,33 -1.563,30 6.371,28 9.030,92 11.646,23 14.305,87 1.169,53 -399,09 -1.994,29 2.764,73 4.359,93 5.928,55 7.523,75

VARIAÇÃO DO NÍVEL DE PREÇO

Confinamento Pasto

INDICADOR ECONÔMICO

Situação com menor favorabilidade Situação com Maior favorabilidade Situação com menor

favorabilidade

Situação com Maior

favorabilidade

Figura 8. Análise de Sensibilidade dos Sistemas de Terminação de Cordeiros. Fonte: dados simulados.

Os resultados apontaram que renda líquida (RL) foi negativa no confinamento e no pasto quando o preço teve

um declínio de 20% a 30%. Para esses níveis de preços de R$ 4,77 e R$ 4,17, o sistema é inviável economicamente.

Observa-se que o fluxo de caixa resultante da atividade é do tipo convencional, ou seja, um fluxo negativo

seguido de uma sequência de fluxos positivos conforme as Tabelas 9 e 10, respectivamente, para os sistemas de

terminação em confinamento e a pasto.

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FLUXO DE CAIXA ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10

ENTRADAS

Valor Residual no ano 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 44.696,25R$

Instalações - - - - - - - - - - 8.470,00R$

Máquinas e equipamentos - - - - - - - - - - 11.845,00R$

Terra - - - - - - - - - - 5.600,00R$

Capital de Giro - - - - - - - - - - 18.781,25R$

Receita Anual

Animais terminados (cordeiros) 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$

Total das Entradas 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 317.028,76R$ 361.725,01R$

Invetimento inicial em 446.962,45-R$

Instalações 84.700,00-R$ - - - - - - - - - -

Máquinas e equipamentos 118.450,00-R$ - - - - - - - - - -

Terra 56.000,00-R$ - - - - - - - - - -

Capital de Giro 187.812,45-R$ - - - - - - - - - -

DESPESAS DE CUSTEIO (COE)

Custo de aquisição dos cordeiros 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$ 187.812,45R$

Alimentação 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$ 23.333,55R$

Sanidade 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$ 6.940,00R$

Mão de Obra 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$

Outros Custos 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$ 4.054,73R$

Manutenção e conservação 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$ 1.044,00R$

TOTAL DE SAÍDAS 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$ 236.739,68R$

SALDO 446.962,45-R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 80.289,08R$ 124.985,32R$

Saídas (total)

FLUXO DE CAIXA DO CONFINAMENTO

Tabela 9. Fluxo de Caixa do Confinamento.

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53

FLUXO DE CAIXA ANO 0 ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 ANO 6 ANO 7 ANO 8 ANO 9 ANO 10

ENTRADAS

Valor Residual no ano 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 22.238,44R$

Instalações - - - - - - - - - - 4.210,00R$

Máquinas e equipamentos - - - - - - - - - - 605,00R$

Terra - - - - - - - - - - 5.600,00R$

Capital de Giro - - - - - - - - - - 11.823,44R$

Receita Anual

Animais terminados (cordeiros) 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$

Total das Entradas 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 190.148,11R$ 212.386,55R$

Invetimento inicial em 222.384,39-R$

Instalações 42.100,00-R$ - - - - - - - - - -

Máquinas e equipamentos 6.050,00-R$ - - - - - - - - - -

Terra 56.000,00-R$ - - - - - - - - - -

Capital de Giro 118.234,39-R$ - - - - - - - - - -

DESPESAS DE CUSTEIO (COE)

Custo de aquisição dos cordeiros 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$ 118.234,39R$

Alimentação 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ 12.825,99R$ Sanidade 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$ 4.427,50R$

Mão de Obra 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$ 13.554,96R$

Outros Custos 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$ 1.370,07R$

Manutenção e conservação 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$ 3.376,08R$

TOTAL DE SAÍDAS 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$ 153.788,99R$

SALDO 222.384,39-R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 36.359,12R$ 58.597,56R$

SAÍDAS

Tabela 10. Fluxo de Caixa do Pasto.

Observa-se que o fluxo de caixa resultante da atividade é do tipo convencional, ou seja, um fluxo negativo

seguido de uma sequência de fluxos positivos.

As entradas registradas no fluxo de caixa são as receitas anuais obtidas com a venda da produção dos

cordeiros vivos mais o valor residual do investimento. A partir dos valores dos fluxos de caixas no confinamento e em

pasto, foram calculados os indicadores da viabilidade econômica que constam na Tabela 11.

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Tabela 11. Indicadores de Viabilidade econômico-financeira dos sistemas de produção de terminação de cordeiros.

Indicadores de Viabilidade Econômico-financeira

Confinamento Pasto

Valor Presente Líquido (R$) 168.939,29 57.639,71

Taxa Interna de Retorno (%) 13 11

Prazo de Retorno do Investimento (anos) 6 6

(FONTE: dados simulados).

No que se refere ao retorno de investimentos, o sistema de terminação de

cordeiros, gerou uma taxa interna de retorno (TIR) de 13% no confinamento e

de11% no pasto. A TIR, que representa uma taxa periódica (ao ano), indicou a

viabilidade econômico-financeira dos sistemas, maior que a TMA de 6% a.a., o

mínimo desejado para o negócio.

O VPL alcançado, valor maior que zero, indica a viabilidade econômico-

financeira do sistema, ou seja, além de atingir o mínimo esperado (TMA no valor

de 6%), obteve um resultado excedente em dinheiro no confinamento de R$

168.939,29 e no pasto de R$ 57.639,71. Isso indicou que o sistema permite ao

produtor recuperar o capital investido no período de 10 anos.

O prazo de retorno do investimento avaliado, em relação ao tempo do

negócio, demonstrou que o retorno total do investimento inicial, para o sistema

recomendado pela pesquisa, ocorrerá em 6 anos, tanto no confinamento quanto

no pasto.

4.4. CONCLUSÕES

Diante dos resultados obtidos, as seguintes conclusões e recomendações

podem ser definidas:

A análise dos indicadores econômico-financeiros dos sistemas de

produção apresentou valores positivos, demonstrando a viabilidade financeira dos

sistemas de terminação em confinamento e em pasto. Os dois sistemas de

produção apresentaram rentabilidade e eficiência econômica nas condições de

produção.

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55

Os custos de produção de ambos os sistemas de produção são onerados

pelos gastos com o custo de aquisição dos cordeiros, que representou 73% e 72%

no confinamento e no pasto. Em função disso, recomenda-se realizar a criação de

cordeiros, como forma de difundir técnicas de baixo custo de produção, com foco

no uso racional dos recursos naturais, caracterizadas no aproveitamento das

potencialidades do estado de Mato Grosso do Sul.

A análise de investimento dos sistemas de produção mostra que a atividade

é economicamente viável, remunerando todos os fatores de produção e o capital

investido a uma taxa interna de retorno de 13% no confinamento e 11% no pasto,

acima da taxa mínima de atratividade de 6% ao ano.

O fator que deve ser destacado na observação dos resultados é o aumento

da lucratividade na produção em escala. Quanto maior a produção de cordeiros,

mais diluídos são os custos de produção, o que impacta positivamente no lucro e

na renda mensal familiar. Sendo assim, quando simulados aumentos na produção,

considerada a infraestrutura existente, a terminação de cordeiros em confinamento

apresentou maior retorno econômico que o sistema em pasto.

Verificou-se que o prazo de retorno do investimento ocorreu no sexto ano

no confinamento e no pasto com a capacidade máxima de produção de cada

sistema no período de 365 dias.

4.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, C.; FERNANDES, M. A. M. Depreciação, um item importante a se considerar!. MilkPoint: Piracicaba, 15 jan. 2014. Disponível em:<http://www.milkpoint.com.br/radar-tecnico/gerenciamento/depreciacao-um-itemimportante-a-se-considerar-87142n.aspx>. Acesso em: 3 set. 2014.

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ANEXOS

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Anexo A1. Planilha do Inventário do Pasto + 2% Suplementação (Ano 1)

1.1 Identificação e caracterização do Imóvel Rural

Área Total (ha) 7

1.2- Benfeitorias ( Instalações, construções, cercas.....)

Discriminação Unidade Valor unitário Tamanho Valor Novo Valor Residual Vida útil Ano DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Casa de Colono ud 30.000,00R$ 1 30.000,00R$ 3.000,00R$ 30 900,00R$ 1.034,82 900,00R$

Cerca de Arame Liso km 5.000,00R$ 2,05 10.250,00R$ 1.025,00R$ 10 922,50R$ 353,56 922,50R$

Sis. Aágua (Caixa d'água 1000 l) ud 350,00R$ 1 350,00R$ 35,00R$ 10 31,50R$ 12,07 31,50R$

Sis. Aágua (Mangueira Preta) m 3,00R$ 500 1.500,00R$ 150,00R$ 10 135,00R$ 51,74 135,00R$

Total 35.353,00R$ 42.100,00R$ 4.210,00R$ 1.989,00R$ 1.452,20R$ 1.989,00R$

1.3- Máquinas e Equipamentos

Discriminação Unidade Valor unitário Quantidade Valor Novo Valor ResidualVida útil

Anos/horasDepreciação

Custo de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Bebedouros UD 50,00R$ 5 250 25 10 22,50R$ 8,62 22,50R$

Comedouros UD 70,00R$ 10 700 70 10 63,00R$ 24,15 63,00R$

Ferramentas diversos 1.000,00R$ 1 1000 100 5 180,00R$ 34,49 180,00R$

Balança Móvel 300 Kg Mod. 602SM UD 4.100,00R$ 1 4100 410 10 369,00R$ 141,43 369,00R$

TOTAL 6.050,00R$ 605,00R$ 634,50R$ 208,69 634,50R$

1.4- Ocupação da Terra

Discriminação Área (ha) Investimentos (R$/ha)Informações

Gerais Distribuição Valor Final

Custo de

oportunidade

Pastagem 6 8.000,00R$ 85,71% 48.000,00R$ 741,18 Área com Instalações 1 8.000,00R$ 14,29% 8.000,00R$ 123,53

Total da Propriedade 7 100,00% 56.000,00R$ 864,71

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Anexo A2. Planilha do Inventário do Confinamento (Ano 1)

1.1 Identificação e caracterização do Imóvel Rural

Área Total (ha) 7

1.2- Benfeitorias ( Instalações, construções, cercas.....)

Discriminação Unidade Valor unitário Tamanho Valor Novo Valor Residual Vida útil Ano DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Aprisco até 8 meses m² 200,00R$ 250 50.000,00R$ 5.000,00R$ 30 1.500,00R$ 1.724,70 1.500,00R$

Casa de Colono ud 30.000,00R$ 1 30.000,00R$ 3.000,00R$ 30 900,00R$ 1.034,82 900,00R$

Esterqueira (Alvenaria) m3 200,00R$ 5 1.000,00R$ 100,00R$ 10 90,00R$ 34,49 90,00R$

Sis. Aágua (Caixa d'água 1000 l) und 350,00R$ 2 700,00R$ 70,00R$ 10 63,00R$ 24,15 63,00R$

Sis. Aágua (Mangueira Preta) m 3,00R$ 1000 3.000,00R$ 300,00R$ 10 270,00R$ 103,48 270,00R$

Total 30.753,00R$ 84.700,00R$ 8.470,00R$ 2.823,00R$ 2.921,64R$ 2.823,00R$

1.3- Máquinas, Equipamentos e Veículos

Discriminação Unidade Valor unitário Quantidade Valor Novo Valor Residual Vida útil Anos/horas DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo da

depreciação

(365 dias)

Comedouros UD 70,00R$ 30 2.100,00R$ 210,00R$ 10 189,00R$ 72,44 189,00R$

Bebedouros UD 50,00R$ 25 1.250,00R$ 125,00R$ 10 112,50R$ 43,12 112,50R$

Desintegrador Completo UD 3.000,00R$ 1 3.000,00R$ 300,00R$ 10 270,00R$ 103,48 270,00R$

Ferramentas diversos 1.000,00R$ 1 1.000,00R$ 100,00R$ 5 180,00R$ 34,49 180,00R$

Balança Móvel 300 Kg Mod. 602SM UD 4.100,00R$ 1 4.100,00R$ 410,00R$ 15 246,00R$ 141,43 246,00R$

Trator Massey MF 4275 Máquina 104.000,00R$ 1 104.000,00R$ 10.400,00R$ 12000 7,80R$ 3.587,38 7,80R$

Ensiladeira b-615 polia V Máquina 3.000,00R$ 1 3.000,00R$ 300,00R$ 500 5,40R$ 103,48 5,40R$

TOTAL 118.450,00R$ 11.845,00R$ 1.010,70R$ 4.085,82R$ 1.010,70R$

1.4- Ocupação da Terra

Discriminação Área (ha) Investimentos (R$/ha) Informações Gerais Distribuição Valor Final Custo de oportunidade

Volumoso de silagem de sorgo 6 8.000,00R$ Silagem de sorgo 85,71% 48.000,00R$ 741,18R$

Área com Instalações 1 8.000,00R$ 14,29% 8.000,00R$ 123,53R$

Total da Propriedade 7 100,00% 56.000,00R$ 864,71R$

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61

Anexo A3. Planilha do Inventário da Propriedade do Pasto + 2% de Suplementação - (Ano 2).

2.1 Identificação e caracterização do Imóvel Rural

Área Total (ha) 7

2.2- Benfeitorias ( Instalações, construções, cercas.....)

Discriminação Unidade Valor unitário Tamanho Valor Novo Valor Residual Vida útil Ano DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Casa de Colono ud 30.000,00R$ 1 30.000,00R$ 3.000,00R$ 30 900,00R$ 1.034,82 900,00R$

Cerca de Arame Liso km 5.000,00R$ 2,05 10.250,00R$ 1.025,00R$ 10 922,50R$ 353,56 922,50R$

Sis. Aágua (Caixa d'água 1000 l) und 350,00R$ 1 350,00R$ 35,00R$ 10 31,50R$ 12,07 31,50R$

Sis. Aágua (Mangueira Preta) m 3,00R$ 500 1.500,00R$ 150,00R$ 10 135,00R$ 51,74 135,00R$

Total 35.353,00R$ 42.100,00R$ 4.210,00R$ 1.989,00R$ 1.452,20R$ 1.989,00R$

2.3- Máquinas e Equipamentos

Discriminação Unidade Valor unitário Quantidade Valor Novo Valor Residual Vida útil Anos/horas DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Bebedouros UD 50,00R$ 5 250 25 10 22,50R$ 8,62 22,50R$

Comedouros UD 70,00R$ 10 700 70 10 63,00R$ 24,15 63,00R$

Ferramentas diversos 1.000,00R$ 1 1000 100 5 180,00R$ 34,49 180,00R$

Balança Móvel 300 Kg Mod. 602SM UD 4.100,00R$ 1 4100 410 10 369,00R$ 141,43 369,00R$

TOTAL 6.050,00R$ 605,00R$ 634,50R$ 208,69 634,50R$

2.4- Ocupação da Terra

Discriminação Área (ha) Investimentos (R$/ha)Informações

GeraisDistribuição Valor Final

Custo de

oportunidade

Pastagem 6 8.000,00R$ 85,71% 48.000,00R$ 1.682,63R$

Área com Instalações 1 8.000,00R$ 14,29% 8.000,00R$ 46,80R$

Total da Propriedade 7 100,00% 56.000,00R$ 1.729,43R$

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62

Anexo A4. Planilha do Inventário do Confinamento (Ano 2 ).

2.1 Identificação e caracterização do Imóvel Rural

Área Total (ha) 7

2.2- Benfeitorias ( Instalações, construções, cercas.....)

Discriminação

Unidade Valor unitário Tamanho Valor Novo Valor Residual Vida útil Ano DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Aprisco até 8 meses m² 200,00R$ 250 50.000,00R$ 5.000,00R$ 30 1.500,00R$ 1.724,70 1.500,00R$

Casa de Colono ud 30.000,00R$ 1 30.000,00R$ 3.000,00R$ 30 900,00R$ 1.034,82 900,00R$

Esterqueira (Alvenaria) m3 200,00R$ 5 1.000,00R$ 100,00R$ 10 90,00R$ 34,49 90,00R$

Sis. Aágua (Caixa d'água 1000 l) und 350,00R$ 2 700,00R$ 70,00R$ 10 63,00R$ 24,15 63,00R$

Sis. Aágua (Mangueira Preta) m 3,00R$ 1000 3.000,00R$ 300,00R$ 10 270,00R$ 103,48 270,00R$

Total 30.753,00R$ 84.700,00R$ 8.470,00R$ 2.823,00R$ 2.921,64R$ 2.823,00R$

2.3- Máquinas, Equipamentos e Veículos

Discriminação

Unidade Valor unitário Quantidade Valor Novo Valor Residual Vida útil Anos/horas DepreciaçãoCusto de

oportunidade

Custo de

Depreciaçao

(365 dias)

Comedouros UD 70,00R$ 30 2.100,00R$ 210,00R$ 10 189,00R$ 72,44 189,00R$

Bebedouros UD 50,00R$ 25 1.250,00R$ 125,00R$ 10 112,50R$ 43,12 112,50R$

Desintegrador Completo UD 3.000,00R$ 1 3.000,00R$ 300,00R$ 10 270,00R$ 103,48 270,00R$

Ferramentas diversos 1.000,00R$ 1 1.000,00R$ 100,00R$ 5 180,00R$ 34,49 180,00R$

Balança Móvel 300 Kg Mod. 602SM UD 4.100,00R$ 1 4.100,00R$ 410,00R$ 15 246,00R$ 141,43 246,00R$

Trator Massey MF 4275 Máquina 104.000,00R$ 1 104.000,00R$ 10.400,00R$ 12000 7,80R$ 3.587,38 7,80R$

Ensiladeira b-615 polia V Máquina 3.000,00R$ 1 3.000,00R$ 300,00R$ 500 5,40R$ 103,48 5,40R$

TOTAL 118.450,00R$ 11.845,00R$ 1.010,70R$ 4.085,82R$ 1.010,70R$

2.4- Ocupação da Terra

Discriminação Área (ha) Investimentos (R$/ha)Informações

Gerais Distribuição Valor Final

Custo de

oportunidade

Volumoso silagem de sorgo 6 8.000,00R$ Silagem de sorgo 85,71% 48.000,00R$ 741,18R$

Área com Instalações 1 8.000,00R$ 14,29% 8.000,00R$ 123,53R$

Total da Propriedade 7 100,00% 56.000,00R$ 864,71R$

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Anexo A5. Planilha de Formação do Volumoso

Informações técnicas e econômicas projetadas Cultura Sorgo

Área do Projeto (ha) 2

Valor do Projeto 2.902,98

Produtividade estimada 48 Tonelada

Insumos e Materiais

Discriminação UnidadeQuantidade

por hectarePreço unitário Quantidade Total de Insumos

Total R$

Semente de Sorgo KG 30 10,00R$ 60 600,00R$

Calcário T 0,4 140,00R$ 0,8 112,00R$

Uréia T 0,15 1.200,00R$ 0,3 360,00R$

formicida granulado KG 5 10,00R$ 10 100,00R$

Herbicida L 5 75,00R$ 10 750,00R$

Adubo fórmula 04:14:08 T 0,25 800,00R$ 0,5 400,00R$

SUB TOTAL I 2.322,00R$

Operações e Serviços

DiscriminaçãoHoras por

hectarePreço unitário Quantidade Total Horas Total R$

Distribuição de calcário 0,066 82,56 0,132 R$ 165,12

Distribuição de fosfato/Plantio 1,2 31,54 2,4 R$ 63,08

Gradagem Pesada 0,25 147,93 0,5 R$ 295,86

Gradagem Niveladora 0,1 73,86 0,2 R$ 147,72

Distribuição herbecida 1 26,58 2 R$ 53,16

SUBTOTAL II R$ 524,06

TOTAL (I+II) 2.846,06R$

Assistência técnica 2,00% R$ 56,92

TOTAL DO PROJETO 2.902,98

Indicadores Valor

Custo Unitário Da tonelada 60,48R$

Custo Unitário de Produção 0,06R$

PROJETO DE FORMAÇÃO DE VOLUMOSO

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Anexo A6. Planilha da Formação da Pastagem.

Informações técnicas e econômicas projetadas Cultura Capim Piatã

Área do Projeto 6

Valor da Formação da Pastagem 2.828,11R$

CUSTOS OPERACIONAIS

Insumos e Materiais

Discriminação UnidadeQuantidade

por hectarePreço unitário

Quantidade Total

de Insumos Total R$Depreciação

Ano 1

Depreciaçã

o Ano 2

Semente de capim KG 12 3,80R$ 72 273,60R$ 27,74R$ 27,74R$

Calcário T 0,2 140,00R$ 1,2 168,00R$ 17,03R$ 17,03R$

Superfosfato simples T 0,15 730,00R$ 0,9 657,00R$ 66,61R$ 66,61R$

formicida granulado KG 5 10,00R$ 30 300,00R$ 30,42R$ 30,42R$

Herbicida L 5 75,00R$ 30 2.250,00R$ 228,13R$ 228,13R$

SUB TOTAL I 1.398,60R$ 369,93R$ 369,93R$

Operações e Serviços

Discriminação Hora máquinaHoras por

hectarePreço unitário

Quantidade Total

Horas Total R$Depreciação

Ano 1

Depreciaçã

o Ano 2

Distribuição de calcário 0,33 49,54 1,98 R$ 297,24 30,14R$ 30,14R$

Distribuição de fosfato/Plantio 0,12 31,54 0,72 R$ 189,24 19,19R$ 19,19R$

Gradagem Pesada 0,25 147,93 1,5 R$ 887,58 89,99R$ 89,99R$

Gradagem Niveladora 0,1 36,93 0,6 R$ 221,58 22,47R$ 22,47R$

Distribuição herbecida 0,1 26,58 0,6 R$ 159,48 16,17R$ 16,17R$

SUBTOTAL II R$ 1.374,06 177,95R$ 177,95R$

TOTAL (I+II) 2.772,66R$ 547,88 547,88

Assistência técnica 2,00% R$ 55,45 10,96R$ 10,96R$

TOTAL DO PROJETO 2.828,11R$ 558,83R$ 558,83R$

Formação da pastagem

Ano 1 2.867,39R$

Ano 2 2.867,39R$

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Anexo A7. Planilha da Manutenção da Pastagem.

Informações técnicas e econômicas projetadas Cultura Capim Piatã

Área do Projeto (ha) 6

Valor do Manutenção da Pastagem 501,72R$

CUSTOS OPERACIONAIS

Insumos e Materiais

Discriminação Unidade

Quantidade

por hectare

kg

Preço

unitário

Quantidade Total

de InsumosTotal R$

Uréia saca 50kg 110 1,20R$ 660 2,64R$

Fórmula 10:10:10 (ANO 2) saca 50kg 250 60,00R$ 1500 300,00R$

SUB TOTAL I 302,64R$

Operações e Serviços

Discriminação Hora máquinaHoras por

hectare

Preço

unitário

Quantidade Total

Horas Total R$

Distribuição de uréia e NPK( Fórmula 10:10:10) 0,33 31,54 1,98 R$ 189,24

SUBTOTAL II R$ 189,24

TOTAL (I+II) 491,88R$

Assistência técnica 2,00% R$ 9,84

TOTAL DO PROJETO 501,72R$

Manutenção da Pastagem

Ano 1 508,69R$

Ano 2 508,69R$

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Anexo A8. Planilha de Encargos Sociais e benefícios do trabalhador rural

ENCARGOS Trabalhadores rurais Contrato temporárioTempo indeterminadoCálculo Mão de obra

temporária

Calculo Mão

de Obra

indeterminado

Salário Nominal 29,07R$ 785,00R$

Meses do ano 12

jornada de trabalho

(8horas) 8

Salário hora 4,55

Salário Minimo vigente

(piso regional) 465

Piso salarial da categoria 0

Provisionamentos 20,333% 32,891% R$ 9,56 R$ 229,41

Férias 1/12 Salário Nominal 8,333% 8,333% 2,42R$ 65,41R$

Adicional de férias 1/12 de 1/3 Salário Nominal2,778% 2,778% 0,81R$ 21,81R$

FGTS sobre adicional de

férias

1/12 de 8% do adicional de

férias 0,222% 0,222% 0,06R$ 1,74R$

13º salário 1/12 Salário Nominal 8,333% 8,333% 2,42R$ 65,41R$

FGTS sobre 13º salário1/12 de 8% sobre o salário

nominal 0,667% 0,667% 0,19R$ 5,24R$

Aviso prévio 1/12 Salário Nominal 0,000% 8,333% 2,42R$ 65,41R$

INSS sobre aviso prévio1/12 de 2,7% sobre o Salário

Nominal 0,000% 0,225% 0,07R$ 1,77R$

FGTS Multa rescisória 50% do FGTS (8,00%) 0,000% 4,000% 1,16R$ 2,62R$

Seguro de vida ou

acidentes pessoais- valor

gasto por trabalhador

R$ 1,20

0,000% -R$ -R$

Insalubridade 20% Sobre os salário mínimo0,000% -R$ -R$

Encargos 12,700% 12,700% 3,69R$ 99,70R$

Seguro de acidente de trabalho 2,000% 2,000% 0,58R$ 15,70R$

Salário Educação 2,500% 2,500% 0,73R$ 19,63R$

Incra 0,200% 0,200% 0,06R$ 1,57R$

FGTS 8,000% 8,000% 2,33R$ 62,80R$

Total de encargos e provisonamentos normais 33,03% 45,59% 13,25R$ 329,11R$

Fonte: CONAB, 2010. SALÁRIO + IMPOSTOS 42,32R$ 1.114,11R$